O documento descreve micoses profundas e sistêmicas, incluindo histoplasmose, uma micose sistêmica causada pelo fungo Histoplasma capsulatum que ocorre em climas temperados e tropicais através do mundo. A criptococose é uma infecção subaguda ou crônica causada pelo Cryptococcus neoformans, uma levedura que raramente se dissemina em indivíduos sadios e que tem tropismo pelo SNC. O documento também discute as formas clínicas, epidemiologia, manifestações clínicas, diagnóstico
2. Micoses: classificação
• Micoses Subcutâneas
– Esporotricose-Sporothrix schenckii
– Cromomicose-Phialophora, Cladosporium e Fonsecaea
– Micetomas-Pseudoallescheria, Madurella, Acremonium
– Doença de Jorge Lobo- Lacazia loboi
• Micoses Sistêmicas
– Paracoccidioidomicose- P. brasiliensis
– Histoplasmose- Histoplasma capsulatum
– Criptococose- Cryptococcus neoformans
– Coccidioidomicose – Coccidiodes immitis e C. posadasii
3. Histoplasmose
Def. Doença sistêmica causada pelo fungo Histoplasma
capsulatum que ocorre em climas temperados e
tropicais através do mundo.
- encontrado no solo em locais ricos em fezes de aves
e morcegos
- cosmopolita
- dimórfico
-filamento a temp. ambiente
-levedura em parasitismo
- Infecção por inalação
4. EPIDEMIOLOGIA
• Ampla distribuição geográfica
• Áreas endêmicas: América Latina, América do Norte, Caribe,
África e sudeste da Ásia
• Na Ámerica: estende-se desde o sul do Canadá até as regiões
da Argentina
• Zonas endêmicas importantes: vales dos rios Mississippi-Ohio
na América do Norte; bacia do rio da Prata e Serra do Mar na
América do Sul.
• Transmissão inter-humana: NÃO EXISTE
5. Histoplasmose no Brasil
• Rio Grande do Sul: 111 pacientes de 1977 a 2002, desses
63,1% tinham AIDS.
Unis G. RSBMT. 2004; 37(6):463
• Minas gerais: 18 casos em 10 anos, 17 com co-infecção pelo
HIV.
Borges AS. RSBMT. 1997; 30(2): 119.
• Ceará: de 1999 a 2012 foram encontrados 330 casos de
histoplasmose disseminada em pacientes com AIDS.
6. EPIDEMIOLOGIA
• Ampla distribuição geográfica
• Áreas endêmicas: América Latina, América do Norte, Caribe,
África e sudeste da Ásia
• Na Ámerica: estende-se desde o sul do Canadá até as regiões
da Argentina
• Zonas endêmicas importantes: vales dos rios Mississippi-Ohio
na América do Norte (30 milhões de casos) ; bacia do rio da
Prata e Serra do Mar na América do Sul.
• Transmissão inter-humana: NÃO EXISTE
7. Histoplasmose no Brasil
• Rio Grande do Sul: 111 pacientes de 1977 a 2002, desses
63,1% tinham AIDS.
Unis G. RSBMT. 2004; 37(6):463
• Minas gerais: 18 casos em 10 anos, 17 com co-infecção pelo
HIV.
Borges AS. RSBMT. 1997; 30(2): 119.
• Ceará: de 1999 a 2012 foram encontrados 310 casos de
histoplasmose disseminada em pacientes com AIDS.
9. HISTOPLASMOSE
• Micose sistêmica produzida pelo Histoplasma capsulatum
var. capsulatum
• Transmissão inalatória
• Não há transmissão inter-humana nem de animal p/
homem
• Disseminação linfo-hematogênica p/ baço, fígado e medula
óssea
• Formas clínicas:
– Pulmonar
– Disseminada
10. HISTOPLASMOSE: PATOGÊNESE
• Influenciam as manifestações clínicas:
• magnitude da exposição: números de partículas de fungos
inaladas.
• estado imunológico do hospedeiro: linfócitos T CD4 são os
principais responsáveis pela destruição do fungo.
• virulência da cepa.
12. Reservatório
• Solo, poeira e animais
• Vísceras e fezes de morcegos
• Solo e ar de cavernas habitadas por morcegos
• Fezes de pássaros, galinheiros
• Túneis, chaminés, construções antigas, jardins e parques
públicos c/ pombos, morcegos e árvores decaídas
• Epidemias em explorações de cavernas ou sítios ricos em
fezes de pássaros
27. Formas clínicas
HISTOP. DISSEMINADA CRÔNICA
• Imunodepressão moderada
• Lesões mucocutâneas freqüentes
• Comp laríngeo:
– 50% dos casos
– disfonia, odinofagia, dispnéia, tosse, expectoração
• Comp cav oral e orofaringe:
– 40% dos casos
– úlceras e granulomas – dor, odinofagia, sialorréia, macroglossia
– Úlcera em língua é comum
28. Formas clínicas
HISTOP. DISSEMINADA CRÔNICA (HDC)
• Lesões cutâneas: 10% dos casos – polimorfismo
• Comprometimento pulmonar: 10 – 20%
• Envolvimento de adrenais: 10%
29. Histoplasmose disseminada:
mucosa e pele
• Geralmente, se localizam na face, tronco e membros
superiores
• Apresentam-se como quadro clínico inicial dominante
• Tendem a desaparecer nas primeiras semanas de
terapêutica
• Adquire importância porque constituem um meio de
diagnóstico fácil nestes pacientes
55. I - Introdução
• A criptococose é uma infecção subaguda ou
crônica causada pelo Cryptococcus neoformans,
uma levedura que raramente se dissemina em
indivíduos sadios e que tem tropismo pelo SNC.
57. Patógeno ou oportunista?
1) Características básicas para produzir
infecçcão:
– Formas viáveis <4µm
de diâmetro
58. Patógeno ou oportunista?
2) Fatores de virulência que afetam o grau de
patogenicidade
– Cápsula
– Produtos de metabolismo
– Produção de melanina
– Produção de manitol
– Superóxido dismutase
– Proteases
– Fosfolipase B
– Lisofosfolipase
59. II - Epidemiologia e Transmissão
• Cosmopolita
• Isolamento de solo e matéria orgânica
– Fezes de pombos e outras aves
– Eucalipto
• Transmissão: Inalação do fungo
61. • Aids
• Corticoterapia
• Linfoma
• Diabetes mellitus
• Transplante renal
• Doenças do colágeno
III – Fatores predisponentes
62. IV – Formas clínicas
• Pulmonar
• Meningoencefálica
• Disseminada
Mitchell & Perfect, Clin Microb Rev, 1995, 8:515.
63. V - Manifestações Clínicas
• Pulmonar
– Imunocompetentes - infiltrados pulmonares que se resolvem
espontaneamente, resultando em granulomas cicatrizados
– Imunocomprometidos
• Infecção primária ou reativação de focos pré-existentes
• Disseminação
• Estabelecimento de infecção no SNC
– Tosse, febre, perda de peso, dispnéia
– Rx: nódulos isolados ou múltiplos nos campos pulmonares
médio e inferior
66. V - Manifestações Clínicas
• Meningoencefalite
– Ocorre em 40 a 86% dos casos disseminados
– Cefaléia, febre, distúrbio do comportamento
67. VI - Manifestações Clínicas
• Cutânea
– 10 a 15% dos casos de criptococose
– Pápulas, vesículas, nódulos, granulomas superficiais
e tumores
– Lesões herpetiformes e lesões tipo molusco
contagioso
73. VII - Diagnóstico Laboratorial
• Exame direto com Tinta-da-China (nankin)
– Pesquisa do agente etiológico no material suspeito -
escarro, líquor, urina e sangue
• Cultura: LCR e sangue
• Sorologia: Crypto látex
– Detecção de Ag capsular de C. neoformans no LCR,
soro e urina: sens: 83-100%
• Biópsia c/ histopatológico: PAS e Mucicarmim
77. VIII - Tratamento
• O êxito do tratamento depende do
diagnóstico precoce e do estado geral do
paciente
• Anfotericina B
• Anfotericina B associada a 5-
fluorocitosina
• Fluconazol
• Voriconazol
78. Fatores de virulência
• Produção de D-manitol
– Sobrevivência no hospedeiro – inibe danos oxidativos
• Superoxido dismutase (SOD)
– Produção ↑ com ↑ da temperatura
• Proteases
– Digerem proteínas plasmáticas
• Fosfolipases
– Ruptura de membranas
80. Micoses Pulmonares
• Aspergillus:
- Existem mais de 200 espécies de Aspergillus que podem
causar doença no homem.
- Encontrado no ar, na água e no solo. Coloniza com grande
frequência o trato respiratório alto de indivíduos normais.
- É descrito a ocorrência de surtos de infecção invasiva
pulmonar em pacientes de risco, após reformas de hospital.
81. • Aspergilose: constitui espectro amplo de doenças no
hospedeiro humano, cujas manifestações clínicas dependem
basicamente da resposta imunológica do mesmo, classicamente
definidas como formas invasiva, saprofítica e alérgica.
• A doença invasiva inclui:
- Infecção do trato respiratório inferior, seios da face e pele como
portas de entrada.
- SNC, aparelho cardiovascular e outros sítios podem ser
acometidos como consequência de disseminação hematogênica
ou por invasão direta de focos de infecção contíguos.
82. - O envolvimento saprófita do Aspergillus inclui o aspergiloma.
- Na condição alérgica destacam-se a aspergilose
broncopulmonar alérgica e a sinusite.
83. Doenças causadas por várias espécies de Aspergillus
• Colonização
• Aspergiloma
– Pulmomar
– Seio paranasal
• Doença alérgica
• Aspergilose invasiva
– Doença aguda invasiva
• Pulmonar, dos seios paranasais ou disseminada
84. Aspergilose Pulmonar Invasiva
• A situação clínica mais frequente é a de um paciente com
neutropenia persistente, geralmente superior a 10 dias, que
apresenta quadro de febre persistente apesar da
antibioticoterapia de amplo espectro.
• Em não neutropênicos e usuários de corticosteróides podem
apresentar aspergilose invasiva com instalação mais insidiosa. Es
Quadro clínico de tosse, eventualmente dor pleural, febre baixa
ou ausente e lesão nodular ou cavitária em pulmões.
85. Aspergilose Pulmonar Invasiva
• Exames complementares:
- TC de Tórax: sinal do halo (nódulo cercado por imagem em vidro
fosco).
- Cultura com crescimento do fungo( LBA).
- Detecção de galactomanana, polissacarídeo da parede do
Aspergillus e, portanto, marcador da antigenemia.
- Outro marcador potencial é o β-D glucan; sua presença significa
infecção fúngica invasiva, porém não é específico.
86. Aspergiloma Pulmonar
(bola fúngica)
• Lesões cavitárias pulmonares têm risco para desenvolvimento de
colonização intracavitária pulmonar por fungos (bola fúngica),
sendo Aspergillus spp o gênero de fungo mais comumente
envolvido no processo, por isso denominado aspergiloma.
• 10% dos pacientes com cavitação secundária à tuberculose
desenvolvem aspergiloma em período de 3 anos de seguimento.
• Normalmente assintomático. Em alguns casos hemoptise.
87. Aspergiloma Pulmonar
(bola fúngica)
• Tratamento: cirúrgico.
• Em alguns casos opta-se por tratamento clínico ou infusão de
anfotericina B na cavitação.
88.
89. Aspergilose Broncopulmonar
Alérgica
Critérios maiores: Critérios menores:
asma presença de tampões de muco no escarro
infiltrados pulmonares migratórios expectoração hemóptica; elevada taxa de
eosinófilos no escarro
bronquiectasias proximais impactação mucóide
alta taxa de eosinófilos no sangue reação cutânea tardia
valor da IgE sérica acima de 1000ng/mL presença de Aspergillus no escarro
IgE e IgG específicas contra o A. fumigatus
precipitinas contra antígeno de A.
fumigatus
resposta cutânea imediata.