[1] O documento descreve os vários tipos de choque e falência multissistêmica, incluindo suas definições, fisiopatologias, diagnósticos e tratamentos. [2] Os principais tipos de choque discutidos são o hipovolêmico, cardiogênico e distributivo (séptico e anafilático). [3] A assistência de enfermagem aos pacientes em choque envolve monitoramento rigoroso, administração segura de tratamentos e identificação precoce de complicações.
1. Assistência de Enfermagem em
Choque e Falência Multissistêmica
Enfª ResidenteThaisa Remigio
Pronto Socorro Cardiológico de Pernambuco Profº Luiz Tavares
Programa de Especialização em Cardiologia Modalidade
Residência
Maio 2013
2. Objetivos
• Descrever os vários tipos de choque e suas
fisiopatologias, as formas de diagnóstico e
tratamentos
• Discutir a assistência de enfermagem aos
pacientes que apresentam-se em Choque e
Falência multissistêmica
3. O que é Choque?
Condição em que a pressão arterial sistêmica é
inadequada para fornecer oxigênio e nutrientes para
sustentar os órgãos vitais e a função celular
Fluxo adequado para os
tecidos
Bomba cardíaca adequada
Sistema circulatório ou
vasculatura efetiva
Volume sanguíneo
suficiente
4. Volume sanguíneo circulante
Causa predominante do choque
Estimulação simpática e sistema
cardiovascular
Débito cardíaco
PA e perfusão tissular
Barorreceptores estimulados
FC e contratilidade
Débito cardíaco PA Retorno venoso
Constrição
arteriolar
Constrição venosa
FISIOPATOLOGIA
DO CHOQUE
5. Estágios do choque
• COMPENSATÓRIO
• PROGRESSIVO
• IRREVERSÍVEL
•PA normal
•Aumento de FC e contratilidade
•DC adequado
•Desvio de sangue para órgãos vitais
•Pele fria e pegajosa
•Diminuição de peristalse e débito urinário
•Alcalose respiratória compensatória
•PAM abaixo dos limites normais (PAS <90
mmHg)
•Aumento da permeabilidade vascular
•SARA ou “pulmão de choque”
•Arritmias e isquemia cardíacas
•IRA
•Distúrbios neurológicos, do TGI, hepáticos,
hematológicos e etc.
Disfunção orgânica progressiva e
falência de múltiplos órgão
6. Estratégias gerais de tratamento no
Choque
• Reposição de líquidos para restaurar o volume
intravascular (soluções cristalóides e colóides)
• Medicamentos vasoativos para restaurar o tônus
vasomotor e melhorar a função cardíaca
• Suporte nutricional para abordar as exigências
metabólicas que, com frequência, se mostram
aumentadas no choque
11. Choque hipovolêmico
Cuidados de Enfermagem
• Monitorar rigorosamente os pacientes em risco de déficits
hídricos (prevenção primária)
• Administração segura de líquidos e medicamentos prescritos
e registro
• Identificar possíveis complicações da reposição hídrica
• Posicionamento adequado (Trendelemburg)
• Observar os seguintes parâmetros: FC, ritmo cardíaco, pulso,
PA, sons pulmonares e balanço hídrico
12. Choque Cardiogênico
• É a insuficiência
aguda da perfusão
tissular, causada pelo
funcionamento
cardíaco inadequado
ou por qualquer causa
que leve à diminuição
do débito cardíaco
16. Choque Cardiogênico
Diagnóstico
1) Sindrômico
• Volume urinário inferior a 20 ml/h
• Pele fria e enchimento capilar diminuído
• PAS < 90 mmHg
• Acidose metabólica
• Alterações do estado de consciência (agitação, sonolência,
confusão e coma)
• Pressão capilar pulmonar > 15 mmHg
• Índice cardíaco < 2,2L/min/m²
2) Etiológico
17. Choque Cardiogênico
Tratamento
• Manter PA suficiente para assegurar um volume
urinário maior do que 50 ml/h e impedir acidose
metabólica
• Manter volemia suficiente para permitir a
contratilidade máxima do miocárdio
18. Choque Cardiogênico
• Instalação de Balão Intra-Aórtico
Através de um mecanismo de deslocamento de
volume em contrapulsão, pode contribuir com o
aumento do débito cardíaco de maneira
importante.
• Medida de pressão na artéria pulmonar,
cateteriamo cardíaco/angioplastia coronária,
agentes inotrópicos positivos e suporte
ventilatório
19. Choque Cardiogênico
Drogas utilizadas Indicação/Efeito
Dopamina Inotropismo +; aumento do fluxo
renal;
Dobutamina Melhor efeito inotrópico que a
dopamina; menos taquicardizante;
utilizada em casos de ICC sem choque;
Noradrenalina Vasoconstrictor potente; pode
necessitar da associação com
vasodilatadores;
Adrenalina Cronotropismo +; elevação da PA;
utilizada apenas em situações de PCR
Nitroprussiato de sódio Vasodilatador; indicado em uso de
BIA e situações de hipotensão
associada a resistência periférica
aumentada
Trombolítico Utilizado no tratamento de IAM
20. Choque Cardiogênico
Prognóstico
• Os índices de mortalidade correspondem a 50-
60%
• Alguns fatores de mau prognóstico incluem
baixo débito cardíaco, pressão em cunha da
artéria pulmonar elevada, idade avançada,
oligúria, PA elevada, taquicardia e história de
IAM prévio
21. Choque Cardiogênico
Cuidados de Enfermagem
• Monitoração hemodinâmica e cardíaca do paciente
• Administração segura e exata de líquidos e
medicamentos intravenosos
• Proteção da pele
• Avaliação da função respiratória
24. Choque Séptico
Síndrome clínica ocasionada pela presença, na
corrente sanguínea, de microorganismos ou seus
produtos, e que envolve insuficiência
circulatória e perfusão tissular inadequada.
27. Choque Séptico
A progressão da falência de múltiplos órgãos e
sistemas segue a seguinte ordem:
PULMONAR
HEPÁTICA
RENAL
28. Choque Séptico
Manifestações clínicas
• Estágios precoces = Paciente consciente e alerta;
pele quente e ruborizada; pulsos amplos;
hipotensão moderada; débito urinário
diminuído; febre
Podem ser referidos: cefaléia, prostração,
mialgia, apreensão, agitação e anorexia
29. Choque Séptico
FASE INICIAL (Choque quente)
• Extremidades aquecidas
• Diminuição da resistência periférica
• DC normal ou elevado
• Hiperventilação (alcalose respiratória)
• Débito urinário normal
• Febre
30. Choque Séptico
FASE AVANÇADA (Choque frio)
• Extremidades frias
• DC reduzido
• Resistência periférica aumentada
• Hipotensão
• Acidose metabólica (metabolismo anaeróbio e
acúmulo de ácido lático)
31. Choque Séptico
Tratamento
• Reconhecimento do agente etiológico
ANTIBIOTICOTERAPIA
• Monitoração hemodinâmica
• Observar os seguintes parâmetros: nível de consciência,
respiração, pulso, cor da pele, enchimento capilar, hidratação,
PA, PVC, temperatura, diurese
• Reposição volêmica com soluções cristalóides
• Uso de vasoconstrictores, inotrópicos e vasodilatadores
32. Choque Séptico
Cuidados de Enfermagem
• Monitorar sítios de punção arterial e venosa, incisões
cirúrgicas, sondas urinárias e feridas traumáticas ou
Úlceras de pressão para os sinais de infecção
• Realizar todos os procedimentos invasivos com técnica
asséptica, após cuidadosa higienização das mãos
• Comunicar alterações da temperatura corporal
• Administrar medicamentos com segurança
33. Choque Anafilático
Reação de hipersensibilidade imediata, em
indivíduos previamente sensibilizados, após
reexposição a antígenos.
36. Choque Anafilático
Tratamento
• Manter VAS permeáveis
• Suplementar Oxigênio
• Acesso venoso
• Monitorização hemodinâmica
• Administrar soluções cristalóides
• Uso de drogas vasoativas ADRENALINA
0,3-0,5 ML A CADA 15 OU 20 MIN, SC
0,1 ML+10 ML DE SF 0,9% INFUNDIDA DURANTE 10-15 MIN,
EV
37. Choque Anafilático
Cuidados de Enfermagem
• Avaliar e comunicar a existência de alergias ou
reações prévias aos antígenos
• Orientar os pacientes quanto a “carteirinha de
identificação de alergias”
• Avaliar risco para reação alérgica a contrastes
administrados durante a realização de exames
diagnósticos
39. Choque Neurogênico
Etiologia
• Lesões da medula espinhal
• Anestesias peridurais ou raquidianas
• Drogas bloqueadoras autônomas
Manifestações clínicas
• Diminuição da PA
• Extremidades quentes acima da lesão, e frias, abaixo
Tratamento
• Infusão de cristalóides para restauração do volume
• Tratar a causa primária
40. Choque Neurogênico
Cuidados de Enfermagem
• Imobilização
• Aplicar meias de compressão elástica
• Administrar heparina de baixo peso molecular,
conforme prescrição, para evitar a formação de
trombos
• Elevar e manter a cabeceira do leito em 30° para
evitar o choque neurogênico quando o paciente
está recebendo anestesia epidural
41. Referência Bibliográficas
1. SMELTZER, SC. Brunner/Suddarth: tratado de
enfermagem médico cirúrgica. 10th ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan; 2005.
2. PORTO, CC. Exame Clínico - Bases para a Prática
Médica. 6ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 2008.
3. PEDROSA, L. Doenças do coração: diagnóstico e
tratamento. 1ª ed. Rio de Janeiro: Revinter; 2011.
4. ERAZO, L. Emergências clínicas. Rio de Janeiro;
Atheneu, 2009.