SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 41
INSUFICIÊNCIA
CARDÍACA(IC)
 Síndrome heterogênea que torna o coração incapaz de ofertar oxigênio em taxa adequada aos tecidos, ou o faz à
custa de elevação da sua pressão de enchimento.
 Resulta de uma disfunção estrutural ou funcional do coração, que compromete a sua capacidade de se encher de
sangue ou de ejetá-lo.
 Causas principais: doença coronariana , a hipertensão arterial , a cardiomiopatia dilatada e a doença de Chagas.
Sao causas menos frequentes : cardiomiopatia alcoólica e as valvulopatias . Em idosos eh caracteristicamente
multifatorial.
 Doenças cardiovasculares são as principais causas de mortalidade no Brasil. A incidência de IC tem aumentado
devido a maior longevidade associado a melhor sobrevida de pacientes cardiopatas
 A IC tem alta mortalidade (35% a 40% ao ano) e alta morbidade. Incidência anual de 10/1000 pessoas com mais de
65 anos de idade, no Brasil existem cerca de 6,4 milhões de portadores de icc.
 Procuram pronto socorros de grandes hospitais devido a inabilidade dos niveis primarios e secundarios de tratar e
acompanhar adequadamente tais pacientes
QUADRO CLÍNICO
●
Os sintomas mais característicos da ICC são dispneia e
intolerância ao exercício.
Síndrome congestiva pulmonar : dispneia aos esforços ,
inicialmente extra habituais , respiração de cheyne-stokes e
ortopneia.
Edema agudo de pulmão :
Manifestação grave , marcado por uma crise intensa de
taquipneia , ortopneia , tosse e expectoração espumosa
rosea . Paciente pode estar ansioso , agitado , com
sensação de sufocação e utilizando intensamente a
musculatura respiratória acessória , com cianose e
sudorese fria . A ausculta pulmonar evidencia estertores em
mais da metade inferior do torax.
Síndrome congestiva sistêmica:
Com a progressão da disfunção ventricular esquerda ocorre uma
hipertensão pulmonar secundaria com falência do ventrículo
direito. Caracteriza-se por edema gravitacional , dispneia por
derrame pleural e/ou pericárdico , dor abdominal decorrente de
hepatomegalia congestiva e , menos frequentemente , diarreia
consequente da congestão da mucosa intestinal.
Síndrome de baixo debito:
Mais acentuada na insuficiência ventricular esquerda
isolada , caracteriza-se por fadiga muscular ,
indisposição , mialgia , cansaço e lipotimia(sincope).
Choque cardiogênico:
Decorrente principalmente de infarto agudo do miocárdio
ou de uma fase terminal da IC cronica. Caracteriza-se por
estado de choque (hipoperfusão generalizada)
apresentando oliguria , hipotensão grave – refrataria a
reposição volêmica- e alteração da consciência e pele
pegajosa.
DIAGNÓSTICO
Disfunção diastólica:
FEVE diminuída com pressão de enchimento normal.
FEVE diminuída com pressão de enchimento aumentada.
Disfunção diastólica:
FEVE normal com pressão de enchimento aumentada.
Achados ao exame físico:
Turgência jugular é o sinal mais especifico para detectar a presença de retenção de volume o
seu aumento durante a inspiração é chamado de sinal de Kussmaul.
Presenca de B3 e aumento da pressao venosa jugular.
Pacientes compensados tem bom aspecto geral , enquanto os
descompensados podem apresentar se inquietos , dispneicos ,
pálidos e diaforeticos, extrassístoles e arritmias são comuns.
Pulso alternante é um sinal de ic avançada ou de derrame
pericárdico.
A frequência cardíaca é menor em pacientes estáveis , e pode
estar no limite superior da normalidade ou elevada >80 bpm
O aumento da atividade adrenérgica , para compensar o
debito cardíaco reduzido e manutenção da circulação ,
provoca vasoconstrição periférica evidenciada por palidez
cutânea , extremidades frias e cianose. Pode ocorrer
sudorese profusa com taquicardia sinusal, perda do ritmo
sinusal normal e distencao evidente das veias periféricas
devido a venoconstricao. Ha perda de massa muscular e
ma absorção de nutrientes pela mucosa intestinal , os níveis
elevados de fator de necrose tumoral causam caquexia e
anorexia , em alguns pacientes a perda de peso é
mascarada pelo edema.
O refluxo hepatojugular esta presente em cerca de 80% dos
pacientes com IC avançada , sendo o sinal simples mais sensível
para a IC .
Exames complementares: ECG(patologia subjacente)
RADIOGRAFIA DE TORAX
ECODOPPLERCARDIOGRAFIA (fracão de
ejeção,endocardite,trombos,insuficiência valvares)
PEPTIDEO NATRIURETICO CEREBRAL( exclusão da
patologia se BNP < 100pg/ml e muito provavel em
>400pg/ml)
Exames laboratoriais: Hemograma completo, ferritina, saturação
de transferrina , glicemia , lipidograma , eletrolitos plasmáticos e
índices de função hepática e renal , dosagem de proteínas totais
e fracões , hemogasimetria arterial ,
lactato(aumentada),sorologia para doença de chagas e
dosagem dos hormônios tireoidianos e digoxina sérica em caso
de suspeita de intoxicação digitálica .
Testes funcionais : Ergoespirometria ou teste cardiopulmonar é o
padrão de referencia para avaliação funcional minuciosa e
caracteriza a reserva cardíaca e capacidade funcional
minuciosa. Reproduz as limitações funcionais do paciente.
O teste de caminhada de 6 minutos é uma alternativa simples
segura e de fácil execução. Distancia > 450 metros indicam
bom prognostico e entre 150 a 300 metros indicam uma pior
evolução.
Métodos invasivos : cateterismo cardíaco
( cineangiocoronariografia): feito em suspeita de
coronariopatia oculta . Indica medidas do debito cardíaco
e da pressão diastólica final do ventrículo esquerdo e a
detecção de shunts e de anormalidades cardíacas.
Biopsias endomiocárdicas em casos de IC de etiologia
desconhecida e em pacientes com transplantes para
controle de rejeição
NYHA – CLASSIFICACAO DA IC:
1-Paciente assintomatico em suas atividades fisicas
habituais
2-Assintomatico em repouso .Sintomas são desencadeados
pela atividade fisica habitual
3-Assintomatico em repouso.Atividade menor que a
habitual causa sintomas
4-Sintomas (dispneia ,fadiga , palpitacoes) ocorrem ahs
menores atividades fisicas e mesmo em repouso
TRATAMENTO
 Medidas Gerais
 Controle dos Fatores Descompensantes
 Terapia Medicamentosa
 Tratamento Cirúrgico
MEDIDAS GERAIS
 Dieta  consumo de sal
 Repouso  paciente descompensado
CONTROLE DOS FATORES
DESCOMPENSANTES
 Vacinação  Influenza e Pneumococo
 Tabagismo
 AINES
 Viagens  Profilaxia para Trombose Venosa Profunda
TERAPIA MEDICAMENTOSA
 Beta Bloqueadores
• IC Sistólica  Bloqueio da ação tóxica da
noradrenalina sobre miócitos cardíacos;
• Associado a IECA ou BRA;
• Pacientes com cardiomiopatia dilatada, isquêmica e
miocardite  ↓ a progressão da disfunção ventricular,
efeito de remodelagem reversa e ↓ morte súbita.
 Inibidores da Enzima Conversora da Angiotensina e
Bloqueadores dos Receptores da Angiotensina II
• ↓ síntese de angiotensina II e ↑ bradicininas
• Arteriolodilatação  ↓ pós-carga;
• Vasodilatação  ↓ pré-carga.
 Antagonistas da Aldosterona
• Redução da síntese e da deposição miocárdica de
colágeno e da retenção de sódio e água;
• Espironolactona  pacientes com insuficiência
cardíaca nas classes funcionais III e IV;
• Eplerenona  pacientes assintomáticos com disfunção
ventricular após IAM
 Hidralazina e Dinitrato
• Hidralazina  vasodilatador arteriolar  ↓ pós-carga;
• Pacientes negros em uso de IECA e BB, nas classes II e
IV;
• Pacientes branco intolerantes aos IECAs e AA;
• Todo paciente sintomático em uso de terapia.
Diuréticos de Alça e Tiazídicos
 Combatem sinais e sintomas da congestão e edema
 IC sistólica e diastólica
 ↑ excreção renal de sódio e água  ↓ volemia
 Pacientes com IC classe III ou IV, em sua maioria
 Pacientes descompensados
 Furosemida 2 a 3 vezes ao dia
Digitálicos
 Digoxina
 Pacientes sintomáticos com IC sistólica
 Pacientes assintomáticos com fibrilação atrial e
resposta ventricular elevada
Anticoagulantes
 Warfarin  antagonista de vit. K
 História de evento embólico
 Fibrilação atrial paroxística ou persistente
 Amiloidose  ↑ risco de tromboembolismo
 Historia de tromboembolismo em parentes de primeiro
grau
Antiarrítmicos
 Amiodarona  betabloqueador
 BB são utilizados
Tratamento Cirúrgico
 Transplante cardíaco
• Cirurgia curativa para IC crônica;
• Sobrevida de 60% em 6 anos;
• Pacientes com doença avançada  classe IV ou III
intermitente.
 Revascularização Miocárdica
• Pacientes com IC sistólica por cardiomiopatia
isquêmica;
• Geralmente possuem lesão > 50% no tronco da
coronária esquerda;
• Doença obstrutiva multivascular.
 Ventriculectomia Parcial
• Uma porção do músculo miocárdico é ressecada  ↓
cavidade ventricular;
• Reduz pós-carga.
 Cirurgia da Valva Mitral
• Troca valvar;
• Pacientes com disfunção ventricular esquerda e grave
insuficiência valvar mitral.
 Cardiodesfibriladores implantáveis (CDI)
• Pacientes com insuficiência cardíaca e disfunção
ventricular;
• Prevenção secundária da taquicardia ventricular
sustentada ou morte súbita revertida.
 Dispositivos de assistência ventricular
• Ponte para transplante  pacientes em que o suporte
medicamentoso, incluindo drogas vasoativas, não é
suficiente para manutenção do estado circulatório;
• Ponte para recuperação do miocárdio  miocardites;
• Terapia de destino  insuficiência cardíaca terminal
sem perspectiva de outro tratamento.
 Dispositivos: balão intra-aórtico (BIA) e ventrículos
artificiais
REFERÊNCIAS
 MARTINS, Milton de Arruda; CARRILHO, Flair Jose; ALVES, Vanancio
Avancini Ferreira. Clínica Médica. 2 ed. São Paulo: Manole Ltda, 2009.
 http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2012/Diretriz%20IC%20Cr
%C3%B4nica.pdf, acesso em 27/05/2016.
EMERGENCIAS , FUNDAMENTOS E PRATICAS , Luiz Fernando dos Reis

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Insuficiencia cardiaca.slideshare
Insuficiencia cardiaca.slideshareInsuficiencia cardiaca.slideshare
Insuficiencia cardiaca.slideshareMarco Aguiar
 
Insuficiência cardíaca
Insuficiência cardíacaInsuficiência cardíaca
Insuficiência cardíacaOacir Rezende
 
Seminário integrado - Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS)
Seminário integrado - Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS)Seminário integrado - Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS)
Seminário integrado - Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS)Danilo Alves
 
Insuficiência Cardíaca Congestiva - ICC
Insuficiência Cardíaca Congestiva - ICCInsuficiência Cardíaca Congestiva - ICC
Insuficiência Cardíaca Congestiva - ICCCíntia Costa
 
INSUFICIENCIA CARDÍACA CONGESTIVA
INSUFICIENCIA CARDÍACA CONGESTIVAINSUFICIENCIA CARDÍACA CONGESTIVA
INSUFICIENCIA CARDÍACA CONGESTIVAPaulo Alambert
 
Revisão sobre Diabetes Mellitus
Revisão sobre Diabetes MellitusRevisão sobre Diabetes Mellitus
Revisão sobre Diabetes MellitusCassyano Correr
 
Cardiopatias congenitas
Cardiopatias congenitasCardiopatias congenitas
Cardiopatias congenitasdapab
 
DPOC - Doenca Pulmonar Obstrutiva Cronica
DPOC - Doenca Pulmonar Obstrutiva CronicaDPOC - Doenca Pulmonar Obstrutiva Cronica
DPOC - Doenca Pulmonar Obstrutiva CronicaAna Hollanders
 
Tratamento da HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTEMICA
Tratamento da HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTEMICATratamento da HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTEMICA
Tratamento da HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTEMICAMarco Aguiar
 
Afecções cardiovasculares
Afecções cardiovascularesAfecções cardiovasculares
Afecções cardiovascularesA_pri
 
Aula Hipertensão Arterial Paab VI
Aula Hipertensão Arterial Paab VIAula Hipertensão Arterial Paab VI
Aula Hipertensão Arterial Paab VIProfessor Robson
 
Arritmias Cardiacas
Arritmias CardiacasArritmias Cardiacas
Arritmias CardiacasJP ABNT
 

Mais procurados (20)

Insuficiencia cardiaca.slideshare
Insuficiencia cardiaca.slideshareInsuficiencia cardiaca.slideshare
Insuficiencia cardiaca.slideshare
 
Insuficiência cardíaca
Insuficiência cardíacaInsuficiência cardíaca
Insuficiência cardíaca
 
DPOC
DPOCDPOC
DPOC
 
Seminário integrado - Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS)
Seminário integrado - Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS)Seminário integrado - Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS)
Seminário integrado - Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS)
 
Insuficiência Cardíaca Congestiva - ICC
Insuficiência Cardíaca Congestiva - ICCInsuficiência Cardíaca Congestiva - ICC
Insuficiência Cardíaca Congestiva - ICC
 
Pressão arterial
Pressão arterialPressão arterial
Pressão arterial
 
Diabetes
DiabetesDiabetes
Diabetes
 
Diabetes no Idoso
Diabetes no IdosoDiabetes no Idoso
Diabetes no Idoso
 
INSUFICIENCIA CARDÍACA CONGESTIVA
INSUFICIENCIA CARDÍACA CONGESTIVAINSUFICIENCIA CARDÍACA CONGESTIVA
INSUFICIENCIA CARDÍACA CONGESTIVA
 
Revisão sobre Diabetes Mellitus
Revisão sobre Diabetes MellitusRevisão sobre Diabetes Mellitus
Revisão sobre Diabetes Mellitus
 
Apresentação diabetes mellitus
Apresentação diabetes mellitusApresentação diabetes mellitus
Apresentação diabetes mellitus
 
Diabetes mellitus
Diabetes mellitusDiabetes mellitus
Diabetes mellitus
 
Cardiopatias congenitas
Cardiopatias congenitasCardiopatias congenitas
Cardiopatias congenitas
 
Aula residência ave avc
Aula residência ave avcAula residência ave avc
Aula residência ave avc
 
DPOC - Doenca Pulmonar Obstrutiva Cronica
DPOC - Doenca Pulmonar Obstrutiva CronicaDPOC - Doenca Pulmonar Obstrutiva Cronica
DPOC - Doenca Pulmonar Obstrutiva Cronica
 
Tratamento da HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTEMICA
Tratamento da HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTEMICATratamento da HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTEMICA
Tratamento da HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTEMICA
 
Aula de diabetes
Aula de diabetesAula de diabetes
Aula de diabetes
 
Afecções cardiovasculares
Afecções cardiovascularesAfecções cardiovasculares
Afecções cardiovasculares
 
Aula Hipertensão Arterial Paab VI
Aula Hipertensão Arterial Paab VIAula Hipertensão Arterial Paab VI
Aula Hipertensão Arterial Paab VI
 
Arritmias Cardiacas
Arritmias CardiacasArritmias Cardiacas
Arritmias Cardiacas
 

Destaque

Reacoes transfusionais
Reacoes transfusionaisReacoes transfusionais
Reacoes transfusionaisLeonardo Bax
 
Tabagismo materno consequencias fetais
Tabagismo materno consequencias fetaisTabagismo materno consequencias fetais
Tabagismo materno consequencias fetaisLeonardo Bax
 
Transfusao e aorta
Transfusao e aortaTransfusao e aorta
Transfusao e aortaLeonardo Bax
 
Opcoes terapeuticas para recusa de hemoconcetrados e concentrado de hemacias
Opcoes terapeuticas para recusa de hemoconcetrados e concentrado de hemaciasOpcoes terapeuticas para recusa de hemoconcetrados e concentrado de hemacias
Opcoes terapeuticas para recusa de hemoconcetrados e concentrado de hemaciasLeonardo Bax
 
Aneurisma de aorta
Aneurisma de aortaAneurisma de aorta
Aneurisma de aortaLeonardo Bax
 
Disseccao de aorta
Disseccao de aortaDisseccao de aorta
Disseccao de aortaLeonardo Bax
 
cirrose hepatica caso clinico e aula hepatite
cirrose hepatica caso clinico e aula hepatitecirrose hepatica caso clinico e aula hepatite
cirrose hepatica caso clinico e aula hepatiteLeonardo Bax
 

Destaque (7)

Reacoes transfusionais
Reacoes transfusionaisReacoes transfusionais
Reacoes transfusionais
 
Tabagismo materno consequencias fetais
Tabagismo materno consequencias fetaisTabagismo materno consequencias fetais
Tabagismo materno consequencias fetais
 
Transfusao e aorta
Transfusao e aortaTransfusao e aorta
Transfusao e aorta
 
Opcoes terapeuticas para recusa de hemoconcetrados e concentrado de hemacias
Opcoes terapeuticas para recusa de hemoconcetrados e concentrado de hemaciasOpcoes terapeuticas para recusa de hemoconcetrados e concentrado de hemacias
Opcoes terapeuticas para recusa de hemoconcetrados e concentrado de hemacias
 
Aneurisma de aorta
Aneurisma de aortaAneurisma de aorta
Aneurisma de aorta
 
Disseccao de aorta
Disseccao de aortaDisseccao de aorta
Disseccao de aorta
 
cirrose hepatica caso clinico e aula hepatite
cirrose hepatica caso clinico e aula hepatitecirrose hepatica caso clinico e aula hepatite
cirrose hepatica caso clinico e aula hepatite
 

Semelhante a Insuficiência Cardíaca: Causas, Sinais e Tratamento

Semelhante a Insuficiência Cardíaca: Causas, Sinais e Tratamento (20)

Cardiologia
CardiologiaCardiologia
Cardiologia
 
icc patologia 2.pdf
icc patologia 2.pdficc patologia 2.pdf
icc patologia 2.pdf
 
Pericardite aguda
Pericardite agudaPericardite aguda
Pericardite aguda
 
1 insuficiencia cardiaca aula julio-15
1 insuficiencia cardiaca aula julio-151 insuficiencia cardiaca aula julio-15
1 insuficiencia cardiaca aula julio-15
 
Infarto agudo do miocárdio
Infarto agudo do miocárdioInfarto agudo do miocárdio
Infarto agudo do miocárdio
 
Insuficiência-Cardíaca,aprendendoooooo
Insuficiência-Cardíaca,aprendendooooooInsuficiência-Cardíaca,aprendendoooooo
Insuficiência-Cardíaca,aprendendoooooo
 
insuficiência cardíaca (portugues)
 insuficiência cardíaca (portugues) insuficiência cardíaca (portugues)
insuficiência cardíaca (portugues)
 
Hipertensão Pulmonar
Hipertensão PulmonarHipertensão Pulmonar
Hipertensão Pulmonar
 
Miocardiopatias
MiocardiopatiasMiocardiopatias
Miocardiopatias
 
Cardiologia
CardiologiaCardiologia
Cardiologia
 
Insuficiência cardíaca aguda
Insuficiência cardíaca aguda Insuficiência cardíaca aguda
Insuficiência cardíaca aguda
 
Icc e aguda
Icc e agudaIcc e aguda
Icc e aguda
 
Cardiomiopatias
CardiomiopatiasCardiomiopatias
Cardiomiopatias
 
Aula Hipertensão Pulmonar
Aula Hipertensão PulmonarAula Hipertensão Pulmonar
Aula Hipertensão Pulmonar
 
Choque
Choque Choque
Choque
 
afecções sistema cardiovascular.pdf
afecções sistema cardiovascular.pdfafecções sistema cardiovascular.pdf
afecções sistema cardiovascular.pdf
 
Aula Cardiopatias congênitas
Aula   Cardiopatias congênitasAula   Cardiopatias congênitas
Aula Cardiopatias congênitas
 
Aula Insuficiência Renal Aguda
Aula Insuficiência Renal AgudaAula Insuficiência Renal Aguda
Aula Insuficiência Renal Aguda
 
1332097248 choque cardiog
1332097248 choque cardiog1332097248 choque cardiog
1332097248 choque cardiog
 
Assistência ao Paciente Clínico Cirúrgico - revisão do conteúdo 1.pptx
Assistência ao Paciente Clínico Cirúrgico - revisão do conteúdo 1.pptxAssistência ao Paciente Clínico Cirúrgico - revisão do conteúdo 1.pptx
Assistência ao Paciente Clínico Cirúrgico - revisão do conteúdo 1.pptx
 

Insuficiência Cardíaca: Causas, Sinais e Tratamento

  • 2.
  • 3.  Síndrome heterogênea que torna o coração incapaz de ofertar oxigênio em taxa adequada aos tecidos, ou o faz à custa de elevação da sua pressão de enchimento.  Resulta de uma disfunção estrutural ou funcional do coração, que compromete a sua capacidade de se encher de sangue ou de ejetá-lo.  Causas principais: doença coronariana , a hipertensão arterial , a cardiomiopatia dilatada e a doença de Chagas. Sao causas menos frequentes : cardiomiopatia alcoólica e as valvulopatias . Em idosos eh caracteristicamente multifatorial.  Doenças cardiovasculares são as principais causas de mortalidade no Brasil. A incidência de IC tem aumentado devido a maior longevidade associado a melhor sobrevida de pacientes cardiopatas  A IC tem alta mortalidade (35% a 40% ao ano) e alta morbidade. Incidência anual de 10/1000 pessoas com mais de 65 anos de idade, no Brasil existem cerca de 6,4 milhões de portadores de icc.  Procuram pronto socorros de grandes hospitais devido a inabilidade dos niveis primarios e secundarios de tratar e acompanhar adequadamente tais pacientes
  • 4. QUADRO CLÍNICO ● Os sintomas mais característicos da ICC são dispneia e intolerância ao exercício.
  • 5. Síndrome congestiva pulmonar : dispneia aos esforços , inicialmente extra habituais , respiração de cheyne-stokes e ortopneia.
  • 6. Edema agudo de pulmão : Manifestação grave , marcado por uma crise intensa de taquipneia , ortopneia , tosse e expectoração espumosa rosea . Paciente pode estar ansioso , agitado , com sensação de sufocação e utilizando intensamente a musculatura respiratória acessória , com cianose e sudorese fria . A ausculta pulmonar evidencia estertores em mais da metade inferior do torax.
  • 7. Síndrome congestiva sistêmica: Com a progressão da disfunção ventricular esquerda ocorre uma hipertensão pulmonar secundaria com falência do ventrículo direito. Caracteriza-se por edema gravitacional , dispneia por derrame pleural e/ou pericárdico , dor abdominal decorrente de hepatomegalia congestiva e , menos frequentemente , diarreia consequente da congestão da mucosa intestinal.
  • 8. Síndrome de baixo debito: Mais acentuada na insuficiência ventricular esquerda isolada , caracteriza-se por fadiga muscular , indisposição , mialgia , cansaço e lipotimia(sincope).
  • 9. Choque cardiogênico: Decorrente principalmente de infarto agudo do miocárdio ou de uma fase terminal da IC cronica. Caracteriza-se por estado de choque (hipoperfusão generalizada) apresentando oliguria , hipotensão grave – refrataria a reposição volêmica- e alteração da consciência e pele pegajosa.
  • 10. DIAGNÓSTICO Disfunção diastólica: FEVE diminuída com pressão de enchimento normal. FEVE diminuída com pressão de enchimento aumentada. Disfunção diastólica: FEVE normal com pressão de enchimento aumentada.
  • 11. Achados ao exame físico: Turgência jugular é o sinal mais especifico para detectar a presença de retenção de volume o seu aumento durante a inspiração é chamado de sinal de Kussmaul. Presenca de B3 e aumento da pressao venosa jugular. Pacientes compensados tem bom aspecto geral , enquanto os descompensados podem apresentar se inquietos , dispneicos , pálidos e diaforeticos, extrassístoles e arritmias são comuns. Pulso alternante é um sinal de ic avançada ou de derrame pericárdico. A frequência cardíaca é menor em pacientes estáveis , e pode estar no limite superior da normalidade ou elevada >80 bpm
  • 12. O aumento da atividade adrenérgica , para compensar o debito cardíaco reduzido e manutenção da circulação , provoca vasoconstrição periférica evidenciada por palidez cutânea , extremidades frias e cianose. Pode ocorrer sudorese profusa com taquicardia sinusal, perda do ritmo sinusal normal e distencao evidente das veias periféricas devido a venoconstricao. Ha perda de massa muscular e ma absorção de nutrientes pela mucosa intestinal , os níveis elevados de fator de necrose tumoral causam caquexia e anorexia , em alguns pacientes a perda de peso é mascarada pelo edema.
  • 13. O refluxo hepatojugular esta presente em cerca de 80% dos pacientes com IC avançada , sendo o sinal simples mais sensível para a IC .
  • 14. Exames complementares: ECG(patologia subjacente) RADIOGRAFIA DE TORAX ECODOPPLERCARDIOGRAFIA (fracão de ejeção,endocardite,trombos,insuficiência valvares) PEPTIDEO NATRIURETICO CEREBRAL( exclusão da patologia se BNP < 100pg/ml e muito provavel em >400pg/ml)
  • 15.
  • 16.
  • 17. Exames laboratoriais: Hemograma completo, ferritina, saturação de transferrina , glicemia , lipidograma , eletrolitos plasmáticos e índices de função hepática e renal , dosagem de proteínas totais e fracões , hemogasimetria arterial , lactato(aumentada),sorologia para doença de chagas e dosagem dos hormônios tireoidianos e digoxina sérica em caso de suspeita de intoxicação digitálica .
  • 18. Testes funcionais : Ergoespirometria ou teste cardiopulmonar é o padrão de referencia para avaliação funcional minuciosa e caracteriza a reserva cardíaca e capacidade funcional minuciosa. Reproduz as limitações funcionais do paciente.
  • 19. O teste de caminhada de 6 minutos é uma alternativa simples segura e de fácil execução. Distancia > 450 metros indicam bom prognostico e entre 150 a 300 metros indicam uma pior evolução.
  • 20. Métodos invasivos : cateterismo cardíaco ( cineangiocoronariografia): feito em suspeita de coronariopatia oculta . Indica medidas do debito cardíaco e da pressão diastólica final do ventrículo esquerdo e a detecção de shunts e de anormalidades cardíacas. Biopsias endomiocárdicas em casos de IC de etiologia desconhecida e em pacientes com transplantes para controle de rejeição
  • 21.
  • 22. NYHA – CLASSIFICACAO DA IC: 1-Paciente assintomatico em suas atividades fisicas habituais 2-Assintomatico em repouso .Sintomas são desencadeados pela atividade fisica habitual 3-Assintomatico em repouso.Atividade menor que a habitual causa sintomas 4-Sintomas (dispneia ,fadiga , palpitacoes) ocorrem ahs menores atividades fisicas e mesmo em repouso
  • 23. TRATAMENTO  Medidas Gerais  Controle dos Fatores Descompensantes  Terapia Medicamentosa  Tratamento Cirúrgico
  • 24. MEDIDAS GERAIS  Dieta  consumo de sal  Repouso  paciente descompensado
  • 25. CONTROLE DOS FATORES DESCOMPENSANTES  Vacinação  Influenza e Pneumococo  Tabagismo  AINES  Viagens  Profilaxia para Trombose Venosa Profunda
  • 26. TERAPIA MEDICAMENTOSA  Beta Bloqueadores • IC Sistólica  Bloqueio da ação tóxica da noradrenalina sobre miócitos cardíacos; • Associado a IECA ou BRA; • Pacientes com cardiomiopatia dilatada, isquêmica e miocardite  ↓ a progressão da disfunção ventricular, efeito de remodelagem reversa e ↓ morte súbita.
  • 27.
  • 28.  Inibidores da Enzima Conversora da Angiotensina e Bloqueadores dos Receptores da Angiotensina II • ↓ síntese de angiotensina II e ↑ bradicininas • Arteriolodilatação  ↓ pós-carga; • Vasodilatação  ↓ pré-carga.
  • 29.  Antagonistas da Aldosterona • Redução da síntese e da deposição miocárdica de colágeno e da retenção de sódio e água; • Espironolactona  pacientes com insuficiência cardíaca nas classes funcionais III e IV; • Eplerenona  pacientes assintomáticos com disfunção ventricular após IAM
  • 30.  Hidralazina e Dinitrato • Hidralazina  vasodilatador arteriolar  ↓ pós-carga; • Pacientes negros em uso de IECA e BB, nas classes II e IV; • Pacientes branco intolerantes aos IECAs e AA; • Todo paciente sintomático em uso de terapia.
  • 31. Diuréticos de Alça e Tiazídicos  Combatem sinais e sintomas da congestão e edema  IC sistólica e diastólica  ↑ excreção renal de sódio e água  ↓ volemia  Pacientes com IC classe III ou IV, em sua maioria  Pacientes descompensados  Furosemida 2 a 3 vezes ao dia
  • 32. Digitálicos  Digoxina  Pacientes sintomáticos com IC sistólica  Pacientes assintomáticos com fibrilação atrial e resposta ventricular elevada
  • 33. Anticoagulantes  Warfarin  antagonista de vit. K  História de evento embólico  Fibrilação atrial paroxística ou persistente  Amiloidose  ↑ risco de tromboembolismo  Historia de tromboembolismo em parentes de primeiro grau
  • 34. Antiarrítmicos  Amiodarona  betabloqueador  BB são utilizados
  • 35. Tratamento Cirúrgico  Transplante cardíaco • Cirurgia curativa para IC crônica; • Sobrevida de 60% em 6 anos; • Pacientes com doença avançada  classe IV ou III intermitente.
  • 36.  Revascularização Miocárdica • Pacientes com IC sistólica por cardiomiopatia isquêmica; • Geralmente possuem lesão > 50% no tronco da coronária esquerda; • Doença obstrutiva multivascular.
  • 37.  Ventriculectomia Parcial • Uma porção do músculo miocárdico é ressecada  ↓ cavidade ventricular; • Reduz pós-carga.
  • 38.  Cirurgia da Valva Mitral • Troca valvar; • Pacientes com disfunção ventricular esquerda e grave insuficiência valvar mitral.
  • 39.  Cardiodesfibriladores implantáveis (CDI) • Pacientes com insuficiência cardíaca e disfunção ventricular; • Prevenção secundária da taquicardia ventricular sustentada ou morte súbita revertida.
  • 40.  Dispositivos de assistência ventricular • Ponte para transplante  pacientes em que o suporte medicamentoso, incluindo drogas vasoativas, não é suficiente para manutenção do estado circulatório; • Ponte para recuperação do miocárdio  miocardites; • Terapia de destino  insuficiência cardíaca terminal sem perspectiva de outro tratamento.  Dispositivos: balão intra-aórtico (BIA) e ventrículos artificiais
  • 41. REFERÊNCIAS  MARTINS, Milton de Arruda; CARRILHO, Flair Jose; ALVES, Vanancio Avancini Ferreira. Clínica Médica. 2 ed. São Paulo: Manole Ltda, 2009.  http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2012/Diretriz%20IC%20Cr %C3%B4nica.pdf, acesso em 27/05/2016. EMERGENCIAS , FUNDAMENTOS E PRATICAS , Luiz Fernando dos Reis