O documento discute duas emergências médicas: a emergência hipertensiva e a cetoacidose diabética. A emergência hipertensiva requer tratamento imediato para reduzir a pressão arterial e evitar danos aos órgãos-alvo. A cetoacidose diabética é uma complicação aguda do diabetes mellitus caracterizada por hiperglicemia, acidose metabólica e desidratação devido à deficiência de insulina. O documento fornece detalhes sobre os sintomas, causas, tratamentos e abordagem de en
1. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ – UFPI
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – CCS
DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM
DISCIPLINA: ENFERMAGEM NAS EMERGÊNCIAS
DOCENTE: DRª PATRÍCIA Mª GOMES DE CARVALHO
- Emergência Hipertensiva -
- Cetoacidose Diabética -
CÉLIO CÁSSIO
DENISE SEMIRAMES
HUGO LEÃO
MARIA TAINARA
NADIA RODRIGUES
PATRICIA DE CARVALHO
THALLYS DENNEYSON
TERESINA
2016
3. Hipertensão arterial
Ocorre quando, o sangue bombeado pelo coração
para irrigar os órgãos ou movimentar-se, exerce uma
força contra a parede das artérias. Quando a força que
esse sangue precisa fazer está aumentada, isto é, as
artérias oferecem resistência para a passagem do sangue
dizemos que há hipertensão arterial, ou popularmente
pressão alta.
O que é hipertensão?
Débito Cardíaco x Resistência Vascular
Periférica = Pressão Arterial
6. Crise Hipertensiva
• Significa elevação rápida e inapropriada,
intensa e sintomática da PA;
• Com risco de deterioração rápida dos
órgãos-alvo;
• Podendo haver risco de morte imediato
ou potencial;
• Requer atenção imediata;
• Compreende as urgências e
emergências hipertensivas.
7. Mas qual a diferença
entre urgência e
emergência hipertensivas?
8. • Elevação da PA, porém sem
sintomas graves ou evidência
séria de lesão nos órgãos-alvo;
• Níveis pressóricos necessitam ser
reduzidos em até 48h.
Urgência
Hipertensiva
• Risco de morte iminente;
• Rápido comprometimento dos
órgãos vitais no curto espaço de
tempo de 1 hora.
Emergência
Hipertensiva
9. Urgências Hipertensivas
Hipertensão severa no
pós-operatório
(transplante de órgão,
neurocirurgias).
Pré-operatórios em
cirurgias de urgência.
Hipertensão acelerada
(sem papiledema).
Na gestação: pré-
eclâmpsia e
hipertensão severa.
Intaoperatório:
cirurgias cardíacas,
vasculares,
neurocirurgias.
Crises adrenérgicas
leves /moderadas
(Síndrome do Rebote;
consumo excessivo de
estimulantes.
Crises renais:
glomerulonefrites
agudas, crise renal da
esclerodermia.
Hipertensão com
insuficiência coronária,
insuficiência cardíaca,
aneurisma da aorta.
10. Urgências Hipertensivas-Tratamento
• Bumetanida, Furosemida.Diuréticos de alça
• Propranolol, Metropolol, Nadolol.Beta-boqueadores
• Benazepril, Captopril, Enalapril.Inibidores da enzima
conversora de angiotensina
• Diltiazem, Verapamil.Antagonistas do cálcio
• Clonidina, Guanfacina.Alfa2-agonistas
São Tratadas com doses orais de agentes de ação rápida
11. Emergências Hipertensivas
• Definida como elevação aguda da PA com risco
de morte;
• Condição em que a PA deve ser imediatamente
reduzida para diminuir ou evitar lesão dos órgãos
-alvo;
• Emergências hipertensivas podem ocorrer:
1. Pacientes nos quais a hipertensão tem sido mal
controlada;
2. Pessoas que interromperam seus tratamentos
medicamentosos.
12. Emergências Hipertensivas
Hipertensão grave
associada a complicações
agudas:cerebrovasculares
e cardiocirculatórias e
renais.
Hipertensão
maligna (com
papiledema).
Crises adrenérgicas graves:
crise do feocromocitoma, dose
excessiva de drogas ilícitas
(cocaína, crack, LSD, etc).
Hipertensão na gestação:
eclampsia, síndrome hemólise,
elevação de enzimas hepáticas
e plaquetopenia (HELLP).
Cirurgia e trauma:
traumatismo craniano e
hemorragias cirúrgicas.
13. Manifestações Clínicas das
Emergências Hipertensivas
• Edema agudo de pulmão
Angústia, dificuldade para
responder e respirar;
Estertores pulmonares;
Baixa saturação de O2;
Estase jugular;
Síndrome coronariana
aguda;
Dor ou sensação e
opressão precordial;
Alterações ECG.
14. Manifestações Clínicas das
Emergências Hipertensivas
• Dissecção aguda da
aorta
Dor lancinante, que
pode ser precordial ou
irradiar para as costas;
Pulsos assimétricos;
Sopro diastólico em
foco aórtico.
• Encefalopatia
hipertensiva
Letargia, cefaleia,
distúrbios visuais e
convulsões, com início
agudo ou subagudo.
15. Manifestações Clínicas das
Emergências Hipertensivas
• Hipertensão maligna
Astenia, mal-estar,
oligúria;
Fundo de olho:
papiledema;
AVE isquêmico ou
hemorrágico;
Súbita alteração
neurológica;
Alterações no exame
neurológico.
16. Manifestações Clínicas das
Emergências Hipertensivas
• Eclâmpsia
Geralmente após a 20ª
semana de gestação ou
até a 6ª semana após o
parto;
Diagnóstico prévio de
pré-eclâmpsia e que
desenvolve convulsões.
17. Emergências Hipertensivas-Tratamento
• Nitroprussiato de Sódio,
Cloridrato de Sódio,
Enalaprilat, Nitroglicerina,
Mesilato de Fenoldopan
Vasodilatadores
intravenosos
Os medicamentos de escolha são aqueles que apresentam um efeito imediato.
18. Assistência de Enfermagem
• O Enfermeiro tem uma importante
atuação frente aos desfechos
clínicos e no acolhimento;
• Não deve considerar o somente a
elevação da PA, mas também a
velocidade dessa elevação;
• É necessário diferenciar a situação
de urgência e emergência
hipertensiva;
19. Abordagem Propedêutica e Suporte
Complementar em Emergências Hipertensivas
• Anamnese
1. Sintomas do quadro atual: cefaleia, tontura,
alterações visuais, ansiedade, dor, dispneia ou outro
desconforto;
2. HA pré-existente, duração, gravidade, drogas em uso;
3. Episódios anteriores semelhantes ao atual e histórico
de comparecimento a serviços de emergência por
quadros de “pressão alta”, doença renal pré-
existentes, antecedentes e manifestações do aparelho
cardiorespiratório;
4. Antecedentes e manifestações neurológicas;
20. Abordagem Propedêutica e Suporte
Complementar em Emergências Hipertensivas
5. Sintomas de comprometimento renal;
6. Vasculopatias e manifestações periféricas
(claudicação intermitente);
7. Suspensão abrupta de inibidores adrenérgicos
(clonidina e betabloqueadores);
8. Sintomas ou situações que simulam crise
hipertensiva, enxaqueca, cefaleia vascular,
tontura rotatória, epistaxes autolimitadas e não
complicadas;
9. Sintomas visuais (escotomas cintilantes,
amaurose transitória, borramento recente).
21. Abordagem Propedêutica e Suporte
Complementar em Emergências Hipertensivas
• Exame Físico
1. Medida da PA;
2. Fundoscopia ocular: observar vasos (vasoespasmo, sinais
de endurecimento e esclerose) e retina (exsudatos,
hemorragia e papiledema);
3. Exame cardiocirculatório:
Investigar sopro e se há estase ou pulso jugular;
Ritmo cardíaco;
Desvio de Icto;
Intensidade da 2ª bulha, presença da 4ª bulha ou galope;
Sopro mitral e/ou insuficiência aórtica;
Examinar pulsos periféricos.
22. Abordagem Propedêutica e Suporte
Complementar em Emergências Hipertensivas
4. Avaliação pulmonar:
Estertores e sinais de congestão;
5. Avaliação abdominal:
Visceromegalias;
Tumores;
Massas pulsáteis e sopros abdominais ou lombares;
Fluxo hepatojugular.
6. Avaliação neurológica:
Nível de consciência;
Estados de alerta e orientação.
23. Abordagem Propedêutica e Suporte
Complementar em Emergências Hipertensivas
7. Déficits motores, diâmetro e reatividade pupilares,
alterações da fala, sinais de liberação esfincteriana
recente, convulsões focais, etc.
• Exames complementares indispensáveis
1. Exame de urina: parcial de urina;
2. Exames de sangue: glicemia, creatinina, sódio, potássio,
hemoglobina e hematócrito;
3. Radiografia do tórax: área cardíaca, vasos da base e
evidências de congestão pulmonar;
4. ECG: hipertrofria de câmaras esquerdas, sobrecargas,
isquemia e necrose;
5. Arritmias ventriculares complexas ou outras, distúrbios de
condução.
24. Caso Clínico
A.N.S.P., 50 anos, sexo masculino, ensino médio completo,
nascido em Parnaíba-PI, proveniente de Teresina-PI, solteiro,
comerciante, sem filhos, católico não atuante. Refere ter tido
hematêmese há um mês, sendo internado no HUT, recebendo
alta após 5 dias, com receita de medicações (omeprazol 40
mg/dia, furosemida 20 mg/dia, propranolol 40 mg 1 caps, de
12/12h, espirolactona 100 mg, 1x/dia). Além disso, queixa-se de
há 20 dias evoluiu com ascite e edema de MMII e posteriormente
evacuações dolorosas com presença de sangue vivo nas fezes,
sendo internado no Hospital do Buenos Aires, para investigação.
Realizou EDA que constatou varizes esofágicas de grosso
calibre. HMP: paciente afirma ser etilista há 32 anos, ingerindo
vodca ½ copo/dia; nega tabagismo, HAS, DM e neoplasias; nega
internações prévias da doença atual; cirurgia anterior de correção
de clavícula; nega uso de medicações e alergias. Revisão dos
sistemas: evacuações 2x/dia (dor e presença de sangue); diurese
fisiológica.
25. Diagnóstico de Enfermagem
• Identificar a situação
desencadeadora;
• Avaliar as possíveis
respostas do
indivíduo ao
processo de
comprometimento
das funções vitais.
26. Assistência de Enfermagem
DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM
Risco para volume do
líquidos excessivos
•Monitorar PA, pulso, ritmo
cardíaco e diurese;
•Realizar monitorização
hidroeletrolítica;
•Orientar sobre medicação
hipertensiva e dieta
hipossódica;
•Solicitar nutricionista para
verificar preferências
alimentares do paciente;
27. Assistência de Enfermagem
DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM
Risco para ou perfusão
tissular ineficaz
•Controle ácido-básico;
•Controle de hipovolemia;
•Controle do choque cardiogênico;
•Monitorização respiratória;
•Oxigenoterapia;
•Monitorização hidroeletrolítica;
•Controle de arritmias,
•Precauções contra convulsões;
•Promoção da perfusão cerebral;
•Monitorização neurológica;
28. Assistência de Enfermagem
DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM
Ansiedade •Falar devagar e calmamente;
•Transmitir sensação de compreensão
empática;
•Fazer intervenções que diminuam a
ansiedade;
•Promover o envolvimento familiar;
•Orientar quanto ao tratamento;
•Orientar familiares sobre o estado de
saúde
•Solicitar apoio da equipe de saúde.
29. Resultados Esperados
• Melhora da retenção de líquidos excessivos;
• Balanço hídrico adequado;
• Pressão arterial adequada na faixa etária;
• Frequência cardíaca adequada para a faixa;
• Débito cardíaco adequado para idade e peso;
• Padrão respiratório adequado;
• Ausência de dispneia, cianose, ortopneia, taquipneia;
• Gases arteriais dentro dos limites da normalidade;
• Sinais vitais dentro dos limites adequados;
• Nível de consciência: alerta e orientado ou basal do paciente;
• PA adequada para a faixa etária;
• Controle do medo;
• Controle da ansiedade.
31. • A CETOACIDOSE DIABÉTICA é uma complicação
aguda do Diabetes Mellitus (DM) caracterizada
por: hiperglicemia, acidose metabólica,
desidratação e cetose, na vigência de deficiência
profunda de insulina;
• Acomete principalmente pacientes com DM tipo
1;
• Geralmente é precipitada por condições
infecciosas ou omissão da administração de
insulina;
32. • Estima-se que a CAD tenha uma incidência
anual de cerca de 1 a 5% da população;
• Discretamente maior no sexo feminino,
principalmente entre os adolescentes;
• A mortalidade atualmente ocorre em menos
de 5% dos casos;
• A mortalidade é maior nos extremos etários,
podendo chegar a até 50% em pacientes
idosos, com idade superior a 80 anos ;
33. • o Diabetes Mellitus se configura como
importante problema de saúde pública nacional,
sendo responsável pelo elevado
índice de óbitos por doenças crônicas;
• corresponde a aproximadamente 8% de todos os
casos de diabetes na população;
• geralmente, acomete indivíduos na faixa etária
inferior a 30 anos, sobretudo crianças e
adolescentes que não apresentem
excesso de peso;
36. VOLEMIA
• A terapia inicial com fluidos tem como objetivo
restaurar a perfusão renal e otimizar a resposta
hemodinâmica.
• Em pacientes sem alterações cardiovasculares, solução
salina isotônica com 0,9% NaCl ou ringer lactato é
indicada a ser infundida na primeira hora na dose de
15-20 ml/kg/h;
• Dependendo do grau de desidratação, eletrólitos
séricos e diurese, a infusão apropriada passa a ser de
4-14 ml/kg/h;
• A administração de volume em bolus não está
indicada, a menos que o paciente esteja em choque
circulatório, perfusão periférica perceptivelmente
pobre ou caso de hipotensão supina ou ortostática
37. CORREÇÃO DA ACIDOSE
• Bicarbonato de sódio deve ser restrito aos casos
com pH < 7,1 ou o HCO3 - < 5 mEq/L ou,
naqueles em que a acidemia grave requer uma
correção rápida para melhora da função
miocárdica e ventilatória;
• Os efeitos colaterais do bicarbonato são:
1. hipernatremia
2. hiperosmolaridade
3. hipopotassemia
4. alcalose metabólica
5. aumento da resistência a ação da insulina
38. Correção dos distúrbios eletrolíticos
• Potássio:
1. Iniciar a reposição após ter-se assegurado da
presença de diurese e potássio sérico < 6 mEq/l;
2. Não repor potássio em concentração > 60
mEq/litro em veia periférica ou velocidade de
infusão > 0,5 mEq/100 Kcal/hora.
• Fósforo:
1. Existe recomendação para reposição somente
na presença de hipofosfatemia moderada a
severa, geralmente sob a forma de fosfato de
potássio;
39. Reposição de Insulina
• A reposição de insulina só será iniciada após a 1ª fase
de hidratação uma vez que a glicemia da admissão
pode ser reduzida em muito apenas com a expansão
do volume vascular e aumento da filtração renal;
• Tipos:
1. Infusão contínua endovenosa: É o modo mais seguro
e eficaz de se administrar insulina no tratamento da
CAD. De preferência usar bomba de infusão. Nunca
infundir insulina EV em bolus. A solução para infusão
endovenosa contínua é preparada diluindo a insulina
com SF 0,9%.
40. • 2. Administração por via IM ou SC: Indicada para
casos leves/moderados de cetoacidose ou na
ausência de bomba de infusão.
Utiliza-se a Insulina Regular, ajustando as doses
de acordo com a seguinte escala de glicemia
capilar:
-GC > 250 mg/dl = 0,1-0,2 unidades/Kg/dose, IM;
-GC 180-250 mg/dl = 0,05-0,1 unidades/Kg/dose,
IM;
-GC < 180 mg/dl = não administrar insulina;
41. CETOACIDOSE DIABÉTICA
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
DIAGNOSTICO DE ENFERMAGEM INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM
Débito cardíaco diminuído associado a
disfunção cardíaca secundária ao estado
metabólico alterado, evidenciado por
volume sistólico diminuído
•Monitorar o estado mental
•Monitorar o estado circulatório: pressão
sanguínea, temperatura e cor da pele,
sons cardíacos, frequência e ritmos
cardíacos
•Monitorar os níveis da gasometria
arterial e os níveis de eletrólitos séricos e
urinários
•Proporcionar oxigenoterapia, se
necessário
•Monitorar padrão resperatório
•Obter amostras para análise laboratorial
do nível de magnésio, fosfato, potássio,
cálcio, sódio, quando adequado
42. CETOACIDOSE DIABÉTICA
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
DIAGNOSTICOS DE ENFERMAGEM INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM
Risco de desequilíbrio eletrolítico
evidenciado por desequilíbrio hídrico e
disfunção endócrina
•Monitorar níveis anormais de eletrólitos
séricos
•Monitorar pressão sanguínea, pulso,
temperatura e padrão respiratório
•Monitorar níveis de gasometria arterial
43. CETOACIDOSE DIABÉTICA
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
DIAGNOSTICOS DE
ENFERMAGEM
INTERVENÇÕES DE
ENFERMAGEM
Volume de liquidos deficientes
sem alteração do sódio
caracterizado por pressão
sanguínea diminuida
•Monitorar o estado hídrico,
ingestão e eliminação
•Monitorar pressão sanguinea
•Observar indicadores de
desidratação
•Promover integridade da pele
44. CETOACIDOSE DIABÉTICA
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
DIAGNOSTICOS DE ENFERMAGEM INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM
•Desidratação atual
•Hiperglicemia atual
-Reposição de liquidos cuidadosa
-Monitoramento glicêmico
-Infusão de insulina
-Monitoramento e controle dos valores
laboratoriais