1. “Oficina de Argumentação e Redação”:
relato de uma experiência com alunos do 3º
ano do Ensino Médio
Profª. Drª. Elaine Aparecida Campidelli Hoyos
elainehoyos@ifsp.edu.br
Profª. Ma. Maria Glalcy Fequetia Dalcim
maria.dalcim@ifsp.edu.br
2. Objetivo
Apresentar um relato de uma experiência com alunos do 3º
ano do Ensino Médio integrado ao Técnico do Instituto
Federal de São Paulo – Câmpus Avaré, participantes do Curso
de Formação Inicial e Continuada (FIC) “Oficina de
Argumentação e Redação”
3. Introdução
Redução da carga horária de Língua Portuguesa nos terceiros anos
do EM Integrado ao Técnico
Criar um FIC de Redação
Processo reflexivo, crítico e argumentativo
4. Fundamentação Teórica
“A argumentação está presente nas mais diferentes esferas da vida
diária. A ela recorremos tanto em situações corriqueiras do dia a dia
(decisões sobre compras, defesa de direitos, apoio a causas, entre
tantas outras), como no exercício de atividades profissionais e
institucionalizadas (decisões em contexto médico, jurídico,
educacional, político etc.). Tipicamente, recorremos à argumentação
em situações públicas nas quais se faz necessário defender ideias
diante de outros que não partilham conosco (ou assim o cremos) dos
mesmos pontos de vista.”
(LEITÃO e DAMIANOVIC, 2011. p.14)
5. Fundamentação Teórica
Para Vigotski (1984), o desenvolvimento cognitivo é resultado
de mediação, de interação com o outro, com o meio, com a
cultura social. Nessa interação social, no coletivo são
produzidos conjuntos de sistemas simbólicos de
representação do real. Tais conjuntos são responsáveis pela
constante negociação, construção, transmissão e
reconstrução de informações.
LINGUAGEM
Alcançamos o aprendizado e, consequentemente,
o desenvolvimento, através da internalização das
interações sociais em diferentes ambientes.
6. Fundamentação Teórica
A atividade argumentativa perpassa as cinco dimensões
propostas pelas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação
Básica (2013):
• Atividade politico-cidadã;
• O trabalho e seu impacto sobre a vida social;
• A pesquisa e a continuação dos estudos;
• A atuação nas culturas juvenis e adultas em interação;
• A utilização das tecnologias e práticas culturais próprias do
mundo contemporâneo.
7. Fundamentação Teórica
“ O raciocínio sobre um argumento específico dentre aqueles
propostos se constrói muitas vezes pela contribuição de vários
interlocutores: em outras palavras, ocorre um ‘pensar em
conjunto´, que não corresponde exatamente ao pensamento de
alguém e que ainda não se encontra naquele.” (Pontecorvo, Ajello
e Zucchermaglio, 2005, p.71)
Co-construção do Raciocínio
8. Fundamentação Teórica
Segundo Charaudeau (2008)para que exista um processo
argumentativo, é indispensável a existência de três fatores
básicos:
1. Um questionamento em alguém, provocado por uma
proposta sobre o mundo.
2. Um sujeito que se engaje em relação a esse questionamento e
desenvolva o raciocínio.
3. Um outro sujeito que se constitua alvo da argumentação e
seja conduzido a compartilhar desse questionamento.
9. Fundamentação Teórica
“Sendo assim, a contraposição, inter-relação, combinação de ideias,
possibilitadas pelo embate argumentativo, gerariam uma
aproximação de noções comuns que fortalecem a potência de ser e
de agir de cada uma e que permitem ir além de suas capacidades
individuais e coletivas. Na base dessa ideia, está a colaboração
como central para que os sujeitos realizem em conjunto muito mais
do que poderiam sozinhos.”
( LIBERALI, et al.2016, p.67)
10. Metodologia
• Construções coletivas de definições acerca do
“Argumentar”
Construção da definição de Argumentação através de um processo argumentativo
• Uso do verbo “ser” – “é”, “seria”, “poderia ser”
• “Pensar em voz alta”
11. Metodologia
• Tópicos curriculares apresentados como temas
• Formação de equipes de discussão
• Um definição / posicionamento
• Uma questão / problema
• Introdução
12. Metodologia
“Ao proponente cabe:
1-oferecer razões que deem sustentação às suas próprias afirmações (pontos
de vistas), 2-examinar contra-argumentos (avaliar a sustentabilidade de suas
afirmações diante de contra-argumentos); e 3-a eles responder (reafirmando
ou modificando seu ponto de vista inicial). O papel do oponente, por sua vez,
é trazer para o diálogo dúvidas, questões e afirmações que ponham em xeque
os argumentos do proponente. É na formulação de resposta a contra-
argumentos, pelo proponente, que novas possibilidades de entendimento do
tópico discutido podem então, ser geradas.”
(LEITÃO e DAMIANOVIC, 2011, p.20)
13. Metodologia
• Uso de vocabulários alternativos
“crer, entender, averiguar, demonstrar, constatar, pressupor,
considerar, significar, referir-se, relacionar-se, compreender,
perceber, etc.”
“por exemplo, além disso, em razão de, devido
a, porém, outro fator, por outro lado, etc.”
ORALIDADE ESCRITA
14. Avaliação das Produções
Categorias de Desenvolvimento e Não-Desenvolvimento
(Pontecorvo e Zucchermaglio, 1984, apud Pontecorvo, Ajello e Zucchermaglio,
2005)
Desenvolvimento
• Trazer elementos novos
• Relacionar
• Delimitar
• Contrapor-se argumentando
• Compor relações
• Generalizar
• Problematizar
• Reestruturar
Não-Desenvolvimento
• Repetir
• Confirmar
• Referir-se a uma experiência pessoal
15. Avaliação das Produções
Categorias de Desenvolvimento e Não-Desenvolvimento
(Pontecorvo e Zucchermaglio, 1984, apud Pontecorvo, Ajello e Zucchermaglio,
2005)
Desenvolvimento
• Trazer elementos novos
• Relacionar
• Delimitar
• Contrapor-se argumentando
• Compor relações
• Generalizar
• Problematizar
• Reestruturar
Não-Desenvolvimento
• Repetir
• Confirmar
• Referir-se a uma experiência pessoal
16. Próximos Passos...
III
II
I
IV
V
III - Selecionar, relacionar,
organizar e interpretar
informações, fatos,
opiniões e argumentos
em defesa de um ponto
de vista.
II - Compreender a proposta
de redação e aplicar conceitos
das várias áreas de
conhecimento para
desenvolver o tema, dentro
dos limites estruturais do
texto dissertativo-
argumentativo em prosa.
IV - Demonstrar
conhecimento dos
mecanismos linguísticos
necessários para a construção
da argumentação
V - Elaborar proposta de
intervenção para o problema
abordado, respeitando os
direitos humanos.
I - Demonstrar domínio da
modalidade escrita formal da
língua portuguesa.
17. Referências Bibliográficas
BRASIL, Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica / Ministério da Educação.
Secretaria de Educação Básica. Diretoria de Currículos e Educação Integral. 2013.
CHARAUDEAU, P. Linguagem e discurso. Modos de organização. São Paulo: Editora Contexto, 2008.
LEITÃO, Selma; DAMIANOVIC, Maria Cristina. Argumentação na Escola: o conhecimento em
construção. Campinas: Pontes Editores, 2011.
LIBERALI, Fernada Coelho. Et al. Argumentação em Contexto Escolar: relatos de pesquisa. Campinas-
SP: Pontes Editores, 2016.
PONTECORVO, Clotilde; AJELLO, Anna Maria; ZUCCHERMAGLIO, Cristina. Discutindo se aprende –
interação social, conhecimento e escola. Porto Alegre: Artmed, 2005.
VIGOTSKI, L.S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1984.