O documento discute a organização de itinerários formativos para estudantes do ensino médio, propondo diferentes modalidades como oficinas, laboratórios, clubes, núcleos de estudos e criação artística. Essas atividades visam aprofundar conhecimentos, explorar interesses e desenvolver habilidades dos estudantes fora da sala de aula de forma mais prática e criativa.
17. Cuberes apud Vieira e Volquind (2002, p. 11), conceitua a oficina como sendo “um tempo e
um espaço para aprendizagem; um processo ativo de transformação recíproca entre sujeito
e objeto; um caminho com alternativas, com equilibrações que nos aproximam
progressivamente do objeto a conhecer”.
Oficina é uma forma de construir conhecimento, com ênfase na ação, sem perder de
vista, porém a base teórica.
Oficinas
18. Oficinas
A oficina é uma oportunidade de vivenciar situações concretas e significativas.
Neste sentido, a metodologia da oficina muda o foco tradicional da
aprendizagem que considera apenas o aspecto cognitivo, e passaa incorporar
a ação e a reflexão, sendotambém um espaço de aprendizagempermanente
e de troca de informaçõese experiências diversas no cotidiano da
escola. Abrangem atividades de prevalência prática e cultural, de forma
extensiva e regular favorecendo a formação integral dos alunos.
Proporcionam também uma dinâmica democrática, participativa e reflexiva
que tem como fundamento do processo pedagógico a relação teoria-prática,
sem elevar a figura do educador como único detentor dos conhecimentos.
19. Oficinas: finalidades
Articulação de conceitos, pressupostos e ideias com atuações que são
vivenciadas pelo educador e aluno;
Execução de atividades de metodologia de trabalho que objetivam a
formação coletiva, com apropriação e construção de saberes com
momentos de troca de conhecimentos e diversas interações.
20. Por que educar através de oficinas?
1) Desenvolver as potencialidades expressivas
2) Estimular a sensibilidade
3) Ampliar a comunicabilidade
4) Contribuir para a autoestima
5) Propiciar o desenvolvimento da consciência e o respeito aos
outros
6) Construção de novos processos de ensino-aprendizagem.
21. Oficinas podem contemplar:
Produção de objetos/equipamentos; Simulações de
tribunais/debates; Quadrinhos; Audiovisual; Legendagem;
Fanzine; Escrita Criativa; Performance; Produções de variados
Gêneros textuais; Criações artísticas; Expressão Corporal...
22. “Tocar, mexer e experimentar, é essencial. Na pirâmide de aprendizagem,
a experiência do fazer é um dos mecanismos mais eficientes para reter o
conteúdo”, afirma o pesquisador brasileiro Leo Burd.
Um laboratório é um espaço para exploração criativa, investigação de
problemas e trabalho em grupo. Na educação do século XXI, esse tipo de
espaço vem sendo substituído pelos espaços maker, ou mão na massa,
onde a experimentação, a pesquisa e a manipulação são fundamentais.
23. Laboratórios
Supõem atividades que envolvem observação,
experimentação e produção em uma área de
estudo e/ou o desenvolvimento de práticas de um
determinado campo (línguas, jornalismo,
comunicação e mídia, humanidades, ciências da
natureza, matemática etc.).
24. Laboratórios
Segundo Leo Burd, a aprendizagem criativa inverte uma lógica
que é normalmente usada nos currículos tradicionais, que
primeiro apresenta o conteúdo para que, depois, o aluno
construa pontes.
Por tudo isso, um espaço maker pode tornar a aprendizagem dos
estudantes do ensino médio muito mais interessante e está
alinhado com as novas diretrizes da BNCC, que prevê o
desenvolvimento de competências, como pensamento científico,
crítico e criativo, projeto de vida e cooperação.
25. Laboratórios
“As atividades mão na massa têm o poder de
engajar, de dar autonomia ao aluno, de tornar
os conteúdos mais atraentes e mais próximos do
mundo dos jovens, o que é essencial para uma
aprendizagem para a vida” (Mônica Mandaji)
26. Laboratórios
“Que tal engajar os alunos na concepção do
projeto do laboratório maker? A proposta é
justamente estimular a colaboração.São três as
palavras que resumem a aprendizagem mão na
massa: criatividade, comprometimento e
colaboração” (Mônica Mandaji)
27. Laboratórios
1) Faça uma lista com os objetivos que você espera
alcançar com o laboratório maker.
2) Mapeie e dê funcionalidade a lugares
subaproveitados, como paredes no pátio, espaços
embaixo das escadas, muros e corredores.
3) Reúna ferramentas simples como chaves de fenda,
madeira, cola quente, tesouras e furadeira...
28. 4) Reaproveite materiais eletrônicos como fios, baterias ou pilhas,
motores de brinquedos quebrados, peças de computadores, leds,
resistores, entre outros.
5) Envolva pais e comunidade e peça doações de equipamentos.
6) Reorganize o mobiliário! Reagrupe mesas e cadeiras em
formato de bancada, dê novo uso à madeira de portas e cadeiras
velhas, pendure ferramentas e máquinas nas paredes. A
organização libera espaço e ajuda a visualizar os materiais
disponíveis.
29. Um aspecto importante do Clube Escolar, é que este favorece
atividades para todos os perfis de alunos sem exigir treinamentos
específicos, ou maiores vivencias nas atividades oferecidas; é na
verdade um espaço de prazer, integração e crescimento.
São espaços em que os estudantes têm a oportunidade para desenvolver
projetos que estimulam não somente atitudes e habilidades científicas,
mas também, favorecem ao processo de construção do conhecimento.
Clubes
30. Clubes
São agrupamentos de estudantes
livremente associados que partilham
de gostos e opiniões comuns (leitura,
conservação ambiental, desportivo,
cineclube, fã-clube, fandom etc.).
31. Clube de Leitura
Trata-se da realização de reuniões regulares entre
leitores, para conversarem sobre suas
experiências de leitura.
Compartilhar leituras, experiências, temas como
amor, amizade, superação, dor, morte, saudade,
infância, mistérios, entre outros.
Atividades referentes aos livros e à temática
(enquetes, músicas, recitação de poesias, teatro)
32. Clube de Leitura
O objetivo desse tipo de atividade é conhecer o
ponto de vista de cada um, partilhar a leitura,
enriquecer o vocabulário e ampliar o
conhecimento. Os alunos treinam o ouvir e o
falar. Esses alunos acabam tornando-se mais
sensíveis, construindo um juízo critico por meio
literário e também ampliando competências
leitoras, com o despertar do prazer de ler.
33. Clube de Leitura
A proposição de clubes ou círculos de leitura tem como intenção a
criação de espaços para discussão de uma obra lida, considerando a
diversidade de possibilidades de construção de significados no ato de
ler e as distintas formas de nos posicionarmos, uma vez que, em cada
momento de leitura, nosso olhar se detém em aspectos diferentes do
texto de acordo com o ponto de vista já vivido ou pretendido e com as
variadas expectativas.
34. Clube de Leitura
Além disso, o interesse para expor as opiniões em público, sem a
preocupação da avaliação como resposta certa, pode levar a uma maior
dedicação individual, uma vez que a existência do encontro e a
perspectiva do diálogo com outros leitores podem suscitar uma
motivação que se faz presente sem que haja uma formalização para um
preparo prévio (Fernanda de Araújo Frambach).
35. O Observatório é constituído a partir de um expressivo esforço
interinstitucional, apresenta-se como um espaço de construção permanente,
que tem como objetivo central contribuir para a produção (construção) e
disseminação de conhecimentose consequentemente, ações.
Observatório oferece ao tema um tratamento interdisciplinar. Quanto à
metodologia de trabalho é importante destacar que os objetivos do
Observatório integram as ações de ensino, pesquisa e extensão. Razãopela
qual os observatórios que compõe a rede têm sua sede preferencialmente em
universidades cuja metodologia, antes de ser um método de pesquisa, é um
método de intervenção.
Observatórios
36. Observatórios
Grupos de estudantes que se propõe, com base em
uma problemática definida, a acompanhar, analisar
e fiscalizar a evolução de fenômenos, o
desenvolvimento de políticas públicas etc.
(imprensa, juventude, democracia, saúde da
comunidade, participação da comunidade nos
processos decisórios, condições
ambientais etc.).
37. é um mecanismo que estimula a criação e o desenvolvimento de
micro e pequenas empresas industriais ou de prestação de serviços,
de base tecnológica ou de manufaturas leves por meio da formação
complementar do empreendedor em seus aspectos técnicos e
gerenciais e que, além disso, facilita e agiliza o processo de
inovação tecnológica nas micro e pequenas empresas. Para tanto,
conta com um espaço físico especialmente construído ou adaptado
para alojar temporariamente micro e pequenas empresas industriais
ou de prestação de serviços e que, necessariamente, dispõe de uma
série de serviços e facilidades
Incubadora
38. Exemplos: Plataformas digitais, canais de comunicação, páginas
eletrônicas/sites, projetos de intervenção, projetos culturais,
protótipos etc.
Estimulam e fornecem condições ideais para o
desenvolvimento de determinado produto, técnica ou
tecnologia.
Incubadoras
39. Incubadoras
1) Promover a interação da escola com a sociedade e as organizações do setor
empresarial e do terceiro setor, valendo-se da gestão social;
2) Gerar conhecimento, modelos, metodologias e ferramentas para a gestão
de projetos visando à inovação social substantiva;
3) Realizar parcerias público-privadas com a participação das diversas
organizações da sociedade para a busca de soluções inovadoras
sustentáveis no desenvolvimento regional e local, com base na gestão
social;
4) Criar espaços e oportunidades de incubação de ideias e projetos para
transferir, socialmente, tecnologias gerenciais de inovação social de base
substantiva;
5) Promover a aprendizagem e geração de conhecimento em gestão social em
ensino, pesquisa e extensão, nas modalidades presencial e à distância.
40. Exemplos: seminários, palestras, encontros, colóquios —,
publicações,campanhas etc. (juventudes, diversidades,
sexualidade, mulher, juventude e trabalho etc.).
Núcleos de estudos: desenvolvem estudos e pesquisas,
promovem fóruns de debates sobre um determinado
tema de interesse e disseminam conhecimentos por
meio de eventos.
Núcleos de
estudos
41. Desenvolvem processos criativos e colaborativos, com
base nos interesses de pesquisa dos jovens e na
investigação das corporalidades, espacialidades,
musicalidades, textualidades literárias e teatralidades
presentes em suas vidas e nas manifestações culturais
das suas comunidades, articulando a prática da criação
artística com a apreciação, análise e reflexão sobre
referências históricas, estéticas, sociais e culturais.
Núcleos de
criação artística
42. Exemplos: artes integradas, videoarte,
performance, intervenções urbanas, cinema,
fotografia, slam, hip hop etc.).
Núcleos de
criação artística
46. O que é Slam? Poesia, educação e protesto.
Uma batalha de poesia autoral, sem acompanhamento de instrumentos musicais ou
objetos cênicos, apenas a palavra e o corpo de quem declama a poesia – esse é o slam. O
movimento, que começou nos EUA nos anos 1980, chegou ao Brasil em 2008 e desde então
tem se espalhado por diversas cidades do país. Só no Campeonato Brasileiro de Slam
(Slam Br), uma competição nacional cujo finalista se apresenta na Copa do Mundo de
Slam, participaram 53 grupos de diferentes estados brasileiros.
•Slam das Minas, onde apenas mulheres podem batalhar;
•Slam Marginália, onde apenas travestis, pessoas trans e gênero-dissidentes
podem batalhar;
•Slam do Corpo, protagonizado por surdos, ouvintes e intérpretes;
•Slam des Surdes, onde apenas pessoas surdas batalham, não havendo
intérprete.
49. Diversificação dos Itinerários
➢ Garantir oferta de mais de um Itinerário Formativo em cada município;
➢ Permitir que estudantes cursem mais de um Itinerário Formativo, de forma
concomitante ou sequencial, durante ou após concluir o Ensino Médio,
desde que haja disponibilidade de vaga;
➢ Oferecer atividades eletivas complementares aos Itinerários Formativos;
➢ Estabelecer parcerias com outras instituições de ensino credenciadas
para oferta de cursos e outras atividades pedagógicas presenciais e a
distância que enriqueçam os Itinerários Formativos (opcional).
50. Escolha pelos Estudantes
➢ Definir regras claras sobre o que e como podem escolher em relação ao
currículo;
➢ Garantir que tenham possibilidade de escolha desde o 1º ano do Ensino
Médio, mesmo que ainda não seja para definir seu Itinerário Formativo;
➢ Ajudá-los a identificar interesses, aptidões e objetivos e a conectar suas
escolhas com seus projetos de vida;
➢ Permitir que mudem de Itinerário Formativo e que aproveitem os estudos
realizados no Itinerário anterior em caso de mudança.
52. Referências
Recomendações e Orientações para a elaboração e arquitetura curricular dos
itinerários formativos.Frente currículo e Novo Ensino Médio.
BRASIL,MEC. Referenciais Curriculares para a elaboração de Itinerários Formativos.
Brasília, DF: MEC, 2019.
Disponívelem:
<http://novoensinomedio.mec.gov.br/resources/downloads/pdf/DCEIF.pdf>.
Acessoem:26 abr. 2021
https://www.fundacaoroge.org.br/blog/6-motivos-par-educar-atraves-de-oficinas
https://fundacaotelefonicavivo.org.br/noticias/como-montar-um-laboratorio-mao-na-
massa-para-o-ensino-medio/
53. Lembrete
Próximo encontro dia 06-05-2021
Módulo 4 - Itinerários Formativos – Práticas Docentes
Como elaborar os Itinerários Formativos? Apresentação de uma sugestão de planner para a
construção de um itinerário formativo, sugestão de temáticas e as metodologias possíveis
(EAD, presencial,ensino híbrido).