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O sentido dos diálogos pedagógicos
O Movimento Sindical dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais tem uma trajetória de
práticas formativas em suas diversas instâncias e políticas. Atualmente, vivencia uma fase
de retomada da formação política que implica necessariamente em uma “releitura da
prática formativa vivenciada e das lições aprendidas”, buscando “ampliar nossos olhares,
mudar atitudes, rever comportamentos individuais e coletivos, de modo a favorecermos o
exercício de novas práticas (...) para fortalecer a luta sindical e possibilitar ações
transformadoras e libertadoras” 1
.
Nesse sentido, lança mão de duas dimensões: a da formação programada e da formação na
ação (na prática cotidiana). Ambas se ancoram nos princípios articuladores da prática com
a teoria e da construção coletiva do conhecimento.
São elementos de uma pedagogia que valoriza o que cada um/a sabe e as múltiplas
possibilidades de construção de novos conhecimentos. A relação entre diversos saberes,
sistematizados ou não, requer que os sujeitos dos processos educativos estabeleçam
diálogos entre si e com os espaços onde estão. Uma grande questão se evidencia nessa
dimensão: o respeito às diferenças entre os interlocutores do diálogo.
Para Paulo Freire2
, a existência do diálogo nos processos de aprendizagem requer que
tenhamos disponibilidade para viabilizar a interação entre seres e saberes, na perspectiva
da consciência de sermos inacabados: “O sujeito que se abre ao mundo e aos outros
inaugura com seu gesto a relação dialógica em que se confirma como inquietação e
curiosidade, como inconclusão em permanente movimento na História”.
A relação dialógica, da qual fala Freire3
, não é favor, nem cortesia, muito menos deve ser
confundida com tagarelice. O diálogo existe na exposição crítica e metódica, onde os
aprendizados se dão por intelecção. Exige respeito mútuo, maturidade, exige saber
perguntar, saber responder e saber ouvir. Trata-se de uma pedagogia contra o silêncio
1
Projeto Político Pedagógico – CONTAG, 2006
2
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia – Coleção Leitura. Paz e Terra, São Paulo, 1996.
3
FREIRE, Paulo. À sombra desta mangueira – Olho D’água, São Paulo, 1995.
imposto pelo autoritarismo e localizado na história como inimigo da curiosidade. É a
curiosidade que nos torna disponíveis à indagação e à possibilidade de conhecer.
“A dialogicidade é cheia de curiosidade e inquietação”. É propulsara das (re) ações pela
transformação. É prática fundamental à natureza humana, que se institui social e
historicamente, e à democracia.
A prática educativa assim pode ser denominada se estiver comprometida com a liberdade e
a autonomia dos sujeitos e com a construção coletiva e participativa dos conhecimentos.
Ao assumirmos uma pedagogia indissociável da realidade do Movimento Sindical de
Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais, temos que assumir a nossa tarefa de criar o clima
para o diálogo.
Nessa perspectiva, os conteúdos do Módulo serão intercalados por diálogos pedagógicos,
momentos, especialmente planejados para reforçar nossas reflexões sobre o eixo temático:
“Desenvolvimento rural sustentável e solidário: concepções, desafios e perspectivas” e o
eixo pedagógico-metodológico: “Pedagogia para uma nova sociabilidade”.
A idéia é provocar diálogos sobre a forma e o conteúdo, e organizar, a partir dos passos
dados, as informações sobre os temas, técnicas e dinâmicas com a intenção de construir
permanentemente o fio lógico do módulo. É trocar impressões sobre as práticas
vivenciadas e ordenar os passos para futuras abstrações e necessários desdobramentos na
ação formativa multiplicadora.
Com relação aos conteúdos, os diálogos cumprirão o papel de sistematizar as informações,
articular os sub-temas e contribuir com a construção de argumentos favoráveis ao
PADRSS. É contribuir com a compreensão do conceito de desenvolvimento rural, com
foco na fundamentação de sua concepção e os significados para a organização sindical
dos/as trabalhadores/as rurais. Construir junto da e para a prática.
Nos diálogos metodológicos iremos inventariar os aprendizados, refletir sobre cada passo
dado e discutir os possíveis caminhos para o aprimoramento e a multilplicação da prática
formativa. O produto dos diálogos deverá alimentar outras iniciativas de formação
assumidas pelas estruturas do sistema CONTAG, a exemplo do curso descentralizado, pós-
módulos (GED’s), oficinas de aprofundamento temático, entre outras iniciativas.
Do ponto de vista da organização da rede de formação, é no espaço dos diálogos que
iremos problematizar o papel do/a educador/a sindical e os princípios políticos
pedagógicos que orientam a nossa prática. A incorporação dos diálogos em nosso fazer
educativo é imprescindível para a consolidação de uma prática coletiva e participativa de
construção de conhecimentos.
ESCOLA NACIONAL DE FORMAÇÃO POLITICA DA CONTAG - ENFOC

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  • 1. O sentido dos diálogos pedagógicos O Movimento Sindical dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais tem uma trajetória de práticas formativas em suas diversas instâncias e políticas. Atualmente, vivencia uma fase de retomada da formação política que implica necessariamente em uma “releitura da prática formativa vivenciada e das lições aprendidas”, buscando “ampliar nossos olhares, mudar atitudes, rever comportamentos individuais e coletivos, de modo a favorecermos o exercício de novas práticas (...) para fortalecer a luta sindical e possibilitar ações transformadoras e libertadoras” 1 . Nesse sentido, lança mão de duas dimensões: a da formação programada e da formação na ação (na prática cotidiana). Ambas se ancoram nos princípios articuladores da prática com a teoria e da construção coletiva do conhecimento. São elementos de uma pedagogia que valoriza o que cada um/a sabe e as múltiplas possibilidades de construção de novos conhecimentos. A relação entre diversos saberes, sistematizados ou não, requer que os sujeitos dos processos educativos estabeleçam diálogos entre si e com os espaços onde estão. Uma grande questão se evidencia nessa dimensão: o respeito às diferenças entre os interlocutores do diálogo. Para Paulo Freire2 , a existência do diálogo nos processos de aprendizagem requer que tenhamos disponibilidade para viabilizar a interação entre seres e saberes, na perspectiva da consciência de sermos inacabados: “O sujeito que se abre ao mundo e aos outros inaugura com seu gesto a relação dialógica em que se confirma como inquietação e curiosidade, como inconclusão em permanente movimento na História”. A relação dialógica, da qual fala Freire3 , não é favor, nem cortesia, muito menos deve ser confundida com tagarelice. O diálogo existe na exposição crítica e metódica, onde os aprendizados se dão por intelecção. Exige respeito mútuo, maturidade, exige saber perguntar, saber responder e saber ouvir. Trata-se de uma pedagogia contra o silêncio 1 Projeto Político Pedagógico – CONTAG, 2006 2 FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia – Coleção Leitura. Paz e Terra, São Paulo, 1996. 3 FREIRE, Paulo. À sombra desta mangueira – Olho D’água, São Paulo, 1995.
  • 2. imposto pelo autoritarismo e localizado na história como inimigo da curiosidade. É a curiosidade que nos torna disponíveis à indagação e à possibilidade de conhecer. “A dialogicidade é cheia de curiosidade e inquietação”. É propulsara das (re) ações pela transformação. É prática fundamental à natureza humana, que se institui social e historicamente, e à democracia. A prática educativa assim pode ser denominada se estiver comprometida com a liberdade e a autonomia dos sujeitos e com a construção coletiva e participativa dos conhecimentos. Ao assumirmos uma pedagogia indissociável da realidade do Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais, temos que assumir a nossa tarefa de criar o clima para o diálogo. Nessa perspectiva, os conteúdos do Módulo serão intercalados por diálogos pedagógicos, momentos, especialmente planejados para reforçar nossas reflexões sobre o eixo temático: “Desenvolvimento rural sustentável e solidário: concepções, desafios e perspectivas” e o eixo pedagógico-metodológico: “Pedagogia para uma nova sociabilidade”. A idéia é provocar diálogos sobre a forma e o conteúdo, e organizar, a partir dos passos dados, as informações sobre os temas, técnicas e dinâmicas com a intenção de construir permanentemente o fio lógico do módulo. É trocar impressões sobre as práticas vivenciadas e ordenar os passos para futuras abstrações e necessários desdobramentos na ação formativa multiplicadora. Com relação aos conteúdos, os diálogos cumprirão o papel de sistematizar as informações, articular os sub-temas e contribuir com a construção de argumentos favoráveis ao PADRSS. É contribuir com a compreensão do conceito de desenvolvimento rural, com foco na fundamentação de sua concepção e os significados para a organização sindical dos/as trabalhadores/as rurais. Construir junto da e para a prática. Nos diálogos metodológicos iremos inventariar os aprendizados, refletir sobre cada passo dado e discutir os possíveis caminhos para o aprimoramento e a multilplicação da prática
  • 3. formativa. O produto dos diálogos deverá alimentar outras iniciativas de formação assumidas pelas estruturas do sistema CONTAG, a exemplo do curso descentralizado, pós- módulos (GED’s), oficinas de aprofundamento temático, entre outras iniciativas. Do ponto de vista da organização da rede de formação, é no espaço dos diálogos que iremos problematizar o papel do/a educador/a sindical e os princípios políticos pedagógicos que orientam a nossa prática. A incorporação dos diálogos em nosso fazer educativo é imprescindível para a consolidação de uma prática coletiva e participativa de construção de conhecimentos. ESCOLA NACIONAL DE FORMAÇÃO POLITICA DA CONTAG - ENFOC