1. O documento descreve traços estilísticos e estruturais comuns nos poemas de Fernando Pessoa, incluindo o uso de léxico rebuscado, ordem de palavras à latim, e egocentrismo.
2. O poema expressa indiferença em relação a conceitos como pátria e aulas de português, preferindo focar no futebol.
3. O autor descreve não saber ser ele próprio de forma coerente, invejando aqueles que vivem espontaneamente como as flores.
Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 77-78
1.
2. • Vocativo / Imperativo
• Léxico «rebuscado» ou moderno (stress,
objetivos, cesse, raiar, existencialismo,
virtude)
• Ordem de palavras à latim (as rosas
amo / gosto das rosas)
• Tempos verbais complicados / Presente
• Polissíndeto
• Verbo «ser» e aspeto genérico
• Egocentrismo
3. Gosto das flores porque nascem na primavera
E gosto das rosas porque as vejo.
Não sei o que são pátrias,
Nunca as vi.
Não têm pátria as ovelhas e os pássaros e as
[ folhas que caem no outono.
Não me importam as pátrias nem as magnólias.
Se eu tivesse pátria, não seria eu
Nem saberia se se escreve «Ponck» ou «Ponk».
Que importa Caeiro ou a aula de Português?
No universo todo só interessa o Sporting ter
[ perdido.
8. c = 5
subordinada adverbial consecutiva
de tanto estudo e memória / que, sendo moço
de quinze anos,
prometia
conjunção subordinativa consecutiva
9. d = 1
subordinante subordinada adjetiva relativa
fiz um balão que ardeu
pronome relativo
10. e = 2
1.º termo 2.º termo da comparação
tinha mais que ver com a jurisdição do
Santo Ofício que com a geometria
(subordinada adverbial comparativa)
conjunção subordinativa comparativa
14. 6. antes de
7. Mais tarde
8. em seguida
9. visto que
10. também
15. 1. Quando
2. pois
3. Mas
4. já
5. porque
6. antes de
7. Mais tarde
8. em seguida
9. visto que
10. também
16.
17. Não consigo assumir os meus estados
de espírito com coerência e verdade. No
fundo, é como se não soubesse ser eu
próprio, o que não creio aconteça a quem é
lhano e simples. Invejo, por isso, os que, ao
contrário de mim — que tendo sempre a
intelectualizar as minhas emoções, a filtrá-
las por uma perniciosa análise
racionalizadora —, são capazes de viver
espontaneamente. Ocorre-me o exemplo
das flores que, como é óbvio, não sofrem
deste doentio escrutínio mental.
18. É decerto esse contraste comigo
mesmo que faz que me pacifique, por
exemplo, a visão da floração das plantas,
ato natural sobre que não têm de ponderar.
E, no entanto, convenhamos que é com a
mesma naturalidade que as flores
florescem que nós nos obrigamos a
pensar. Não valerá a pena lutar-se contra
cada um desses destinos.
19.
20. a. A forma verbal «sei» (v. 1) constitui
uma referência deítica pessoal (1.ª
pessoa) e temporal (simultaneidade)
21. b. O segundo verso do poema corresponde
a uma oração coordenada copulativa com
polaridade negativa.
(polaridade: afirmativa | negativa)
coordenada coordenada copulativa
Não sei ser triste a valer / nem ser alegre deveras
Nem acabas o curso / nem arranjas emprego
coordenada disjuntiva coordenada disjuntiva
22. c. O pronome pessoal presente na
passagem «Com que prazer me dá calma
/ Ver uma flor sem razão / Florir sem ter
coração!» (vv. 8-10) desempenha a
função sintática de complemento direto.
complemento indireto
23. d. Na oração «Sem querer a gente pensa.»
(v. 13) o sujeito é composto.
simples
24. e. O referente retomado por «ela» no
verso 16 é «consciência» (v. 15).
«flor»
25. f. A utilização da conjunção «enquanto»
na última estrofe concretiza um
mecanismo de coesão interfrásica.
26. TPC — Resolve este item de grupo I-B,
saído numa das quatro provas do ano
passado:
«Fazendo apelo à sua experiência de
leitura do romance Memorial do Convento,
de José Saramago, explique em que medida
os traços de carácter do Padre Bartolomeu
de Gusmão o impelem à construção da
passarola, fundamentando a sua exposição
em dois exemplos significativos. Escreva
um texto de oitenta a cento e trinta
palavras».
27. Aproveita para, ainda antes, leres
pequenos textos ensaísticos no manual
acerca de Bartolomeu: «Padre Bartolomeu
Lourenço de Gusmão: uma personagem
peculiar» (p. 300); «Sonho, projeto e
execução» (p. 313).