2. TPC (da aula 69-70) — Resolve o
ponto 1, de Escrita, no cimo da p. 105.
(Nota que o assunto desta dissertação,
embora seja sugerido por citação de
Ricardo Reis, não é, no essencial, literário.
Trata-se de um tema ao estilo de grupo III
de exames nacionais.)
3. • Não esquecer de citar Reis
• Não adotar o formato de análise (era
dissertação: grupo III)
• Citação é de Ricardo Reis (não é de
Pessoa)
• Reis não diz que a vida deva ser
«vivida ao máximo» (como se fosse o
último dia)
4. • Não esquecer exemplos (e
argumentos)
• Fazer, pelo menos, três parágrafos
• Pessoalmente, acho que …
• Na minha opinião, penso que …
• outrora
• ou seja
• etc.
8. «Autopsicografia»
1.
«O poeta é um fingidor» é a tese
apresentada no poema. Significa que o
poeta finge uma dor que não coincide
com a dor sentida na realidade. A dor
escrita é uma invenção, uma trans-
figuração, criada pela imaginação.
9. 2.
Os leitores sentem uma dor que não
é a que o poeta sentiu, nem a que ele
escreveu / fingiu, mas que é a sua não-
dor.
10. 3.
A última estrofe apresenta, metafori-
camente, a relação entre a razão e o
coração. O coração é um comboio de
corda, regulado pelas calhas em que
gira. A razão é uma realidade à parte,
mas estimulada (entretida) pelo coração.
11. 4.
Tendo em conta o significado de
cada um dos elementos que compõem o
título, «autopsicografia» remete para a
reflexão do sujeito sobre a própria
escrita / o autorretrato espiritual
escrito.
12. O | poe|ta é| um | fin|gi|dor
1 2 3 4 5 6 7
Fin|ge | tão | com|ple|ta|men te
1 2 3 4 5 6 7
13. 5.
O poema é constituído por três
quadras, de versos heptassilábicos
(também designados «versos de
redondilha maior»), com o esquema
rimático a-b-a-b (portanto, em rima
cruzada).
15. 6.
De acordo com o poema, a criação
poética assenta no fingimento, na
medida em que um poema não diz o
que o poeta sente, mas aquilo que
imagina a partir do que anteriormente
sentiu. O poeta é um fingidor, porque
escreve uma emoção fingida, fruto da
razão e da imaginação, e não a emoção
sentida pelo coração, que apenas
chega ao poema transfigurada,
16. na tal emoção trabalhada / elaborada
poeticamente, imaginada. Quanto ao
leitor, apenas sente a emoção que o
poema lhe suscita, que será diferente da
do próprio poema. A poesia, a arte, é a
intelectualização da emoção.
17.
18. 2.1 A frase que constitui o primeiro verso
do poema («O poeta é um fingidor»)
apresenta um valor aspetual (c) genérico.
19. 2.2 (d) adverbial consecutiva («Finge tão
completamente / Que chega a fingir que
é dor a dor que deveras sente»)
Que chega a fingir / que a dor [que deveras sente] é
dor
21. A, 3, b A metáfora presente na terceira
estrofe destaca a simplicidade do
fingimento através da sua aproximação a
uma atividade lúdica.
22. Tal como o comboio de corda é conti-
nuamente guiado pelas calhas, assim o coração
(fonte dos sentimentos e das emoções) deve ser,
segundo a teoria enunciada nas estrofes
anteriores, orien-tado pelo pensamento, que
condiciona a sua expressão verbal. O coração
sente e o pensamento intelectualiza o que é sen-
tido, racionalizando-o.
O movimento circular dos carris, que
obriga à contínua rotação do comboio e à
adoção de um rumo obrigatório, sugere a
constante inter-relação e a íntima depen-dência
entre ambos, tal como acontece com a razão e a
emoção humanas.
23. B, 1, a O poliptoto [cfr. p. 351] presente
na primeira estrofe reforça a ideia de
fingimento introduzida nessa quadra.
O poeta é um fingidor
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente
24. C, 2, c A perífrase presente na segunda
estrofe aproxima as duas entidades
envolvidas no processo de comunicação
poética.
25.
26. enleio = enleamento, acto ou efeito de
enlear; entrelaçamento || fig. situação
confusa; embevecimento,
encantamento; hesitação, dúvida
31. 4.
O poeta escreve distanciado daquilo
que sentiu anteriormente («escrevo em
meio / do que não está ao pé»), sem
emoção («livre do meu enleio»).
32. 5.
O último verso é irónico, com o
sujeito poético a desafiar o leitor a que
sinta qualquer coisa de diferente de si.
33. Di|zem | que | fin|jo ou | min to
1 2 3 4 5 6
Tu|do | que es|cre|vo. | Não
1 2 3 4 5 6
34. 6.
O poema apresenta grande
regularidade formal: são três estrofes
de cinco versos (isto é, três
quintilhas), de seis sílabas métricas,
com o esquema rimático a-b-a-b-b
(portanto, de rima cruzada e
emparelhada).
35. 7
Os poemas «Autopsicografia» e
«Isto» têm como tema comum o
fingimento poético. Neles, o poeta
expõe o seu conceito de poesia
enquanto intelectualização da emoção.
36.
37. 6.
a = falsa
Dizem / que finjo ou minto tudo que escrevo
subordinante subordinada substantiva completiva