O documento discute o tumor estromal gastrointestinal (GIST), incluindo sua localização, causas, sintomas, diagnóstico e tratamentos. O GIST começa nas células do sistema nervoso que regulam a digestão e pode ocorrer em qualquer parte do trato gastrointestinal. Os principais tratamentos incluem cirurgia para remover o tumor, terapia alvo com medicamentos e estudos de novos tratamentos.
3. Tubo Digestivo
O tubo digestivo é dividido em trato superior e inferior:
• Trato gastrointestinal superior
É composto pela boca, faringe, esôfago e estômago.
• Trato gastro intestinal inferior
Intestino delgado que se divide em: duodeno, jejuno e íleo.
Intestino Grosso, dividido em quatro partes: ceco, cólon, sigmoide e reto.
Ânus, localizado na extremidade do intestino grosso.
4. Tumores Estromais Gastrointestinais GIST
Os tumores estromais gastro intestinais (GIST) se iniciam nas células intersticiais de
Cajal (ICC), da parede do trato gastrointestinal ou em células que podem evoluir para
ICC. As ICCs são uma parte do sistema nervoso autônomo, que regula processos
corporais, como a digestão dos alimentos. As ICCs são chamadas de marca-passo do
trato gastrointestinal (GI) por enviarem sinais aos músculos do sistema digestivo, de
quando devem se contrair para mover os alimentos e líquidos através do trato GI. A
maioria dos GIST começa no estômago ou intestino delgado, mas pode aparecer em
qualquer parte do trato GI. Nem todos os GISTs são cancerosos, alguns são benignos.
5. Tipos de Tumores Gastrointestinais
GIST pode ocorrer em qualquer parte do trato gastro intestinal, do esôfago ao ânus.
Geralmente começam nas células glandulares que revestem o trato gastro intestinal,
denominados adenocarcinomas. Algumas partes do trato GI, como a parte superior do
esôfago e o final do ânus, são revestidas por células planas chamadas células escamosas,
onde se iniciam os tumores chamados de carcinomas de células escamosas. O trato
gastro intestinal também possui células neuroendócrinas, de onde se iniciam os
tumores neuroendócrinos. Os tumores carcinoides são um exemplo de câncer
neuroendócrino. Outros tipos raros de câncer que podem ser vistos no trato GI incluem
angiossarcomas, leiomiossarcomas e tumores do neurônio periférico.
6. Fatores de Risco para o GIST
Os fatores que podem aumentar o risco de uma pessoa desenvolver um tumor
gastrointestinal são:
• Idade - Estes tumores podem ocorrer em qualquer idade, mas são raros em pessoas
com idade inferior a 40 anos, e mais comuns em pessoas acima de 60.
• Síndromes Genéticas - A maioria dos GIST é esporádica e sem uma causa clara. Em
casos raros, têm sido encontrados em vários membros de uma mesma família, que
herdaram uma mutação genética como o síndrome do tumor estromal
gastrointestinal familiar e neurofibromatose tipo 1.
7. Sinais e sintomas do GIST
Os GIST são frequentemente detectados por causarem sangramento do trato intestinal.
Se a hemorragia é pouco intensa, pode causar eliminação de fezes escuras. Se a
hemorragia é no estômago ou esôfago, pode provocar vômitos com sangue. Outros
sintomas possíveis dos tumores gastro intestinais são:
• Anemia.
• Fraqueza e cansaço.
• Dor e/ou inchaço no abdome.
• Náuseas e vômitos.
• Sensação de saciedade.
• Perda de apetite e perda de peso.
• Problemas de deglutição.
8. Diagnóstico: Exames de Imagem
Os tumores gastrointestinais são frequentemente detectados em função dos sintomas
ou durante a realização de exames para diagnóstico de outras patologias, como:
• Raios X com contraste de Bário.
• Deglutição de Bário.
• Séries de intestino delgado.
• Enteróclise.
• Enema de Bário.
• Tomografia Computadorizada.
• Ressonância Magnética.
• Tomografia por Emissão de Pósitrons.
9. Diagnóstico: Exames de Sangue
Não existem exames de sangue que possam afirmar que uma pessoa tem um GIST,
porque estes tumores não liberam quaisquer substâncias conhecidas no sangue que
possam ser utilizadas para diagnosticar a doença ou para avaliar sua resposta ao
tratamento. No entanto, os exames de sangue podem indicar a possibilidade de um
tumor ou sua disseminação. Por exemplo, o resultado de um exame de sangue pode
mostrar se uma pessoa está anêmica. Algumas pessoas com GIST apresentam anemia
em função de sangramento do tumor. Resultados dos exames da função hepática
alterados podem significar que o GIST se espalhou para o fígado.
10. Diagnóstico: Biópsia
A biópsia é a única maneira de fazer o diagnóstico definitivo do tumor estromal
gastrointestinal (GIST). Consiste na remoção de uma pequena quantidade de tecido
para exame ao microscópio por um patologista. Os principais tipos de biópsias para
diagnóstico do GIST são:
• Biópsia Endoscópica
• Biópsia por Agulha Fina
• Biópsia Cirúrgica
11. Diagnóstico: Outros Exames
Se os exames de imagem e de sangue sugerirem um tumor gastrointestinal, será
solicitada a realização de exames complementares, como:
• Endoscopia - Permite a visualização do trato digestivo.
• Colonoscopia - Observa toda a extensão do reto e do cólon.
• Cápsula Endoscópica - Permite observar o revestimento da parte médio do trato
intestinal.
• Enteroscopia de Balão Duplo - Consiste no exame endoscópico das partes
profundas do intestino delgado.
• Ultrassom Endoscópico - Permite uma melhor visualização do tumor.
12. Estadiamento do GIST
O estadiamento descreve aspectos, como localização do tumor, se disseminou e se está
afetando as funções de outros órgãos do corpo. Conhecer o estágio do tumor ajuda na
definição do tipo de tratamento e no prognóstico do paciente.
Estágios para GIST do estômago ou omento:
• Estágio IA - T1 ou T2, N0, M0, índice mitótico baixo.
• Estágio IB - T3, N0, M0, índice mitótico baixo.
• Estágio II - T1 ou T2, N0, M0, índice mitótico elevado; T4, N0, M0, índice mitótico
baixo.
• Estágio IIIA - T3, N0, M0, índice mitótico elevado.
• Estágio IIIB - T4, N0, M0, índice mitótico elevado.
• Estágio IV - Qualquer T, N1, M0, qualquer índice mitótico; Qualquer T, qualquer N,
M1, qualquer índice mitótico.
13. Estadiamento do GIST
Estágios para GIST do intestino delgado, esôfago, cólon, reto e peritônio:
• Estágio I - T1 ou T2, N0, M0, índice mitótico baixo.
• Estágio II - T3, N0, M0, índice mitótico baixo.
• Estágio IIIA - T1, N0, M0, índice mitótico elevado; T4, N0, M0, índice mitótico
baixo.
• Estágio IIIB - T2 a T4, N0, M0, índice mitótico elevado.
• Estágio IV - Qualquer T, N1, M0, qualquer índice mitótico; Qualquer T, qualquer
N, M1, qualquer índice mitótico.
14. Tratamento: Cirurgia
A cirurgia é o tratamento principal para o tumor gastrointestinal não disseminado, o
objetivo é retirada total do tumor. Se o tumor é pequeno, será retirado junto com uma
pequena área de tecido normal adjacente. E, ao contrário de outros tipos de câncer, a
remoção dos linfonodos adjacentes não é necessária, porque raramente esses tumores
se espalham para os gânglios linfáticos. Se o tumor é grande ou se espalhou para outros
órgãos, o cirurgião ainda pode tentar removê-lo totalmente. Para isto, o médico pode
ter de remover porções de outros órgãos, como secções do intestino. Em caso de não
poder ser removido totalmente, o paciente pode ser tratado previamente com
imatinibe, como o objetivo de reduzir o tumor e tornar mais fácil sua remoção.
15. Tratamento: Quimioterapia
Os tumores gastrointestinais raramente respondem aos medicamentos
quimioterápicos, de modo que este tipo de tratamento é pouco usado,
principalmente, agora que as terapias alvo estão disponíveis.
16. Tratamento: Radioterapia
A radioterapia não é muito eficaz em tumores gastrointestinais, por isso é raramente
utilizada para tratamento, mas é útil para aliviar sintomas, como dor.
17. Tratamento: Terapia Alvo
Os medicamentos alvo geralmente não têm os mesmos tipos de efeitos colaterais que os
quimioterápicos convencionais. Os medicamentos alvo utilizados no tratamento do
tumor gastro intestinal são o imatinibe e o sunitinibe.
18. Novos Tratamentos para o GIST
Os pesquisadores sabem que tratamentos com terapia alvo, como o imatinibe e
sunitinibe, oferecem bons resultados, mas ainda não sabem exatamente como e
quando administrá-los para torná-los mais eficazes. No momento a resposta para essa
questão está sendo investigada em ensaios clínicos. Outros medicamentos que têm
como alvo as proteínas KIT ou PDGFRA, como o sorafenibe, nilotinibe e dasatinib
também estão sendo estudados. Alguns estudos estão avaliando se a adição de outros
medicamentos alvo, como o bevacizumab, pode tornar o uso do imatinibe mais eficaz.
19. Vivendo com Tumor Gastrointestinal
Faça Escolhas Saudáveis - O diagnóstico do tumor gastrointestinal faz com que a
maioria dos pacientes passe a ver a vida sob outra perspectiva. Muitos começam a se
preocupar com a saúde, tentam alimentar-se melhor, levar uma vida menos sedentária,
tentam maneirar no álcool ou param de fumar. Não se estresse com pequenas coisas. É
o momento de reavaliar a vida e fazer mudanças. Se preocupe com sua saúde.
20. Obtendo Apoio
É fundamental poder contar com alguma forma de apoio para ajudar a lidar com os
aspectos emocionais e práticos da doença. Existem muitas formas de obter apoio na
comunidade, além da família e amigos. É possível também participar de grupos de
pacientes seja de forma presencial ou online.