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Terapêutica na Doença Inflamatória Intestinal
Mitos e realidades
Ricardo Veloso
Vila Real, 30 de Junho de 2018
Doença Inflamatória Intestinal
Uma perspectiva histórica…
• A colite ulcerosa foi a primeira a ser descrita
▫ Primeiro caso descrito em 1859 por Sir Samuel Wilks
▫ Termo “cunhado” em 1888 (Sir William Hale White)
▫ Primeira série de casos em 1909
 Fatores de risco
 Sintomas mais frequentes
 Tentativas de tratamento iniciais
Doença Inflamatória Intestinal
Uma perspectiva histórica…
1910 – 1930
Advento do
tratamento
cirúrgico
(ileostomia /
colectomia
subtotal ou total)
Ligação possível
com doenças
psiquiátricas
1930–1950
• Primeiras
descrições
radiológicas e
anátomo-
patológicas
1940s
• Nina Svartz
descobre potencial
da sulfasalazina
para tratamento da
UC (ao querer curar
a artrite do Rei
Gustas V da Suécia)
• Vários estudos
subsequentes
comprovam a
eficácia dos 5-ASA
nos anos seguintes
1955
•Estudo de
Truelove a
demonstrar a
eficácia dos
corticoides na
melhoria dos
sintomas na Colite
Ulcerosa
•Estudos
subsequentes a
comprovar a
eficácia a curto
prazo mas não a
médio/longo
prazo
1960
•Início dos
medicamentos
imunossupressores
como a
Mercaptopurina e
Azatioprina
Doença Inflamatória Intestinal
Uma perspectiva histórica…
1932 (Crohn et al.)
•O facto de se chamar
Doença de Crohn é um acaso
•Inicialmente designada por
ileíte regional
•Os autores originais
chamavam-se Leon Ginzburg
e Gordon Oppenheimer
1932 – 1956
•Compreender esta nova doença e
como era distinta da colite
ulcerosa
•Primeiros relatos sobre a
natureza descontínua da doença
•Reconhecimento mundial da
doença em 1956 com a cirurgia
ao presidente norte-americano
Dwight Eisenhower
1957 – 2000s
• Após a 2ª Grande Guerra início
de muitos estudos em diversas
patologias
• Advento / “liberalização” dos
exames endoscópicos e
radiológicos
• Enteroscopia assistida por
cápsula (2001)
Era Moderna
• Terapêutica biológica
• Genómica
• “Patient taylored
therapy”
Doença Inflamatória Intestinal
Medicamentos/tratamentos disponíveis
Indução da remissão
• Corticóides
• Prednisolona, hidrocortisona, metilprednisolona
• Aminossalicilatos (5-ASA)
• Várias formulações (supositórios, enemas, espuma, comprimidos,
granulados)
• Asacol®, Pentasa®, Salofalk®
• Depende da gravidade e localização da doença
• Infliximab, adalimumab
• Vedoluzimab, ustecinumab
• Ciclosporina, Tacrolimus
• Cirurgia
Manutenção da remissão
• Aminossalicilatos (5-ASA)
• Várias formulações (supositórios, enemas, espuma, comprimidos,
granulados)
• Depende da gravidade e localização da doença
• Biológicos
• Infliximab, adalimumab, vedoluzimab
• Imunomoduladores
• Mercaptopurina, azatioprina, metotrexato
• Ciclosporina, Tacrolimus
• Os corticoides nunca devem ser utilizados para manutenção da remissão…
• Cirurgia em casos seleccionados
Doença Inflamatória Intestinal
Medicamentos/tratamentos disponíveis
Indução da remissão
• Corticóides
• Prednisolona, hidrocortisona, metilprednisolona,
budesonido oral
• Infliximab, adalimumab
• Ustecinumab, vedoluzimab
• Cirurgia
Manutenção da remissão
• Imunomoduladores
• Mercaptopurina, azatioprina, metotrexato
• Biológicos
• Infliximab, adalimumab
• Ustecinumab, vedoluzimab
• Os corticoides nunca devem ser utilizados para
manutenção da remissão…
• Cirurgia em casos seleccionados
Doença Inflamatória Intestinal
Mito ou realidade?
Toda a gente com DII precisa de fazer medicação?
• Por regra sim e, na maioria dos casos, por tempo indeterminado
▫ Nem a Doença de Crohn nem a colite ulcerosa têm uma cura conhecida neste
momento
▫ Necessidade de manter a doença em remissão
▫ Oferecer qualidade de vida
• Raras excepções
▫ Algumas formas ligeiras e localizadas de Doença de Crohn podem dispensar
medicação
▫ Nalguns casos de proctite ulcerosa pode-se fazer terapêutica “intermitente”
Doença Inflamatória Intestinal
Mito ou realidade?
O tratamento da Colite Ulcerosa é igual ao da Doença de Crohn?
• Algumas diferenças…
▫ Os aminossalicilados (5-ASA) não demonstraram ser eficazes na manutenção da remissão
na Doença de Crohn
▫ Alguns biológicos parecem ser mais eficazes na Colite Ulcerosa e vice-versa
▫ A necessidade de uma possível cirurgia (e tipos de cirurgia) são diferentes
• MAS
▫ Partilham uma base comum e com muitos medicamentos eficazes em ambas as doenças
▫ Nem o tratamento entre diferentes pessoas com a mesma doença é sempre igual…
Doença Inflamatória Intestinal
Mito ou realidade?
Todos os doentes com DII precisam de cirurgia?
• Não!
▫ Apesar de ser algumas vezes necessário e por
vezes é a única maneira de controlar a doença ou
tratar complicações associadas à doença
▫ A necessidade de cirurgia tem vindo a diminuir
com o advento/”democratização” dos biológicos
▫ Pode ser curativa na Colite Ulcerosa!
 Mas habitualmente não é curativa na Doença de
Crohn…
Doença Inflamatória Intestinal
Mito ou realidade?
Todos os doentes com DII precisam de cirurgia?
Doença Inflamatória Intestinal
Mito ou realidade?
Toda os doentes com DII precisam de fazer corticóides?
• Não!
▫ Mas são excelentes fármacos para induzir a
remissão da doença
 Necessary evil…
▫ Desaconselhados para terapêutica de
manutenção a longo prazo
 Corticodependência é “inadmissível” no
tratamento a longo prazo da DII no século
XXI
 Não ter medo de os tomar quando são
necessários e por ciclos curtos!!!
Doença Inflamatória Intestinal
Mito ou realidade?
Todos os doentes com DII devem fazer medicação biológica
rapidamente porque são os medicamentos mais eficazes?
Agentes biológicos
(Infliximab)
Imunomoduladores
(azatioprina /
mercaptopurina)
Corticóides
5-ASA
Doença Inflamatória Intestinal
Mito ou realidade?
Todos os doentes com DII devem fazer medicação biológica
rapidamente porque são os medicamentos mais eficazes?
Doença Inflamatória Intestinal
Mito ou realidade?
Todos os doentes a fazer terapêutica imunomoduladora/biológicos vão ter efeitos laterais?
Efeitos
laterais
Infecções
Risco de
cancro
Doenças
auto-
imunes?
Pancreatite,
anemia,
reacções
infusionais, …
Doença Inflamatória Intestinal
Mito ou realidade?
Se estiver a fazer medicação para a DII preciso de suspendê-la antes de engravidar?
• Regra geral  NÃO (nem deve…)
Fármaco Durante a gravidez Durante amamentação
Messalazina Baixo risco Baixo risco
Salazopirina Baixo risco Baixo risco
Corticoides Baixo risco Baixo risco (mas não amamentar nas 4
horas depois de tomar medicação)
Azatioprina/6-MP Baixo risco Baixo risco
Infliximab/adalimumab Baixo risco (mas ponderar suspender na
semana 24)
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Metotrexato Contraindicado Contraindicado
Talidomida Contraindicado Contraindicado
Metronidazol Evitar no 1º trimestre Evitar
Ciprofloxacina Evitar no 1º trimestre Evitar
Doença Inflamatória Intestinal
Mito ou realidade?
Como me sinto bem, posso suspender a medicação?
• As Doenças Inflamatórias Intestinais são doenças crónicas e incuráveis à luz
da ciência actual
▫ Mas cada vez temos tratamentos mais eficazes
▫ A maioria dos tratamentos é prolongada, provavelmente para o resto da vida
 Se em remissão durante um período prolongado (regra geral 2-4 anos dependendo da
medicação que estiver a fazer) há quem defenda a tentativa de remoção da medicação
▫ Ainda é desconhecido o tempo “óptimo” de medicação
 Riscos/benefícios
Doença Inflamatória Intestinal
Mito ou realidade?
Se tiver cuidado com a minha dieta posso “adormecer” a doença?
• Não há provas que a dieta tenha influência na actividade da doença
▫ Há formas de alimentação que podem (especialmente em idades pediátricas)
induzir a remissão da doença
▫ Não há ligação entre a actividade da doença e a intolerância à lactose ou ao
glúten
 Contudo, há um aumento da probabilidade de ser intolerante à lactose se tiver Doença
de Crohn
 Pode ter DII e doença celíaca, mas o glúten não tem qualquer influência na DII
▫ Os doentes com Doença de Crohn também têm maior risco de terem Síndrome
do Intestino Irritável
 Papel da dieta no controlo dos sintomas
Doença Inflamatória Intestinal
Mito ou realidade?
Os probióticos são bons no tratamento da DII?
Microbioma
Inflamação
Interação
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/
microbiota
Influência conhecida da microbiota no advento da doença
Alguns estudos a demonstrar benefícios dos probióticos
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Flora intestinal é distinta nos doentes com DII
Nalguns estudos com transplante fecal foi possível o controlo da doença
Doença Inflamatória Intestinal
Mito ou realidade?
Os probióticos são bons no tratamento da DII?
Doença Inflamatória Intestinal
Mito ou realidade?
Os probióticos são bons no tratamento da DII?
• Os estudos disponíveis demonstram
▫ Potencial, mas nada mais do que isso…
▫ Todos os estudos de elevada qualidade falharam na tentativa de induzir ou manter remissão na
DII
▫ Como são geralmente considerados seguros, são utilizados frequentemente (disbiose?)
▫ VSL#3
 Eficaz no tratamento da “pouchitis”
 Mecanismo ainda largamente desconhecido
▫ À luz da ciência actual não há motivo para tomar probióticos na DII
 Campo de investigação
 Papel da microbiotica intestinal cada vez mais reconhecido
▫ Tendências futuras
 Transplante fecal?
Doença Inflamatória Intestinal
Mito ou realidade?
Os tratamentos homeopáticos são tão eficazes como os “químicos”?
• São todos químicos…
• 30-50% dos doentes utilizam alguma forma de terapêutica alternativa/complementar
▫ Acupunctura, fitoterapia, canabinóides, Reiki, cromoterapia, homeopatia, magnetoterapia, etc.
• TODOS (sem excepção) os estudos controlados randomizados de elevada qualidade
concluíram que os medicamentos homeopáticos não têm lugar no tratamento da DII
• Interações/efeitos laterais desconhecidos
• Os médicos querem que os doentes fiquem bem…
▫ Se funcionassem, todos os médicos os utilizariam
▫ É preciso mais e melhores estudos neste campo
▫ Complementar é diferente de alternativo…
Doença Inflamatória Intestinal
Mito ou realidade?
Os doentes devem aceitar todos os tratamentos propostos pelo seu médico?
Médico
PacienteDoença
Medicação
Médico
Deve expor o melhor tratamento
Deve explicar porque acha que esse é o
melhor tratamento
Deve oferecer ao toda a informação para
que este faça tenha uma decisão
consciente e informada
DOENTE
Peça-chave em todo o processo
Deve ter uma parte activa e
preponderante em todo o processo
Deve procurar ter toda a informação
necessária para tomar a melhor
decisão
Medicação
Deve ter mais benefícios que riscos para
o doente
Deve apresentar um bom perfil de
segurança
Deve interferir o mínimo com a qualidade
de vida do doente
Terapêutica na Doença Inflamatória Intestinal
Mensagens-chave
As Doenças Inflamatórias
Intestinais já são conhecidas há
muito
• Mas muitos dos medicamentos já têm
décadas
Há medicamentos mais apropriados para
induzir a remissão e outros para a manter
• Podem ser os mesmos
• Corticóides não têm lugar para manter
remissão
As cirurgias são, por vezes,
necessárias
• Mas cada vez menos…
Provavelmente é melhor ser
“agressivo” no tratamento da
doença
•Mas não há um “tamanho único”…
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•Mas se usados correctamente têm
muito mais benefícios que riscos
A enorme maioria dos
medicamentos para as Doenças
Inflamatórias pode (e deve) ser
mantido durante a gravidez
Os probióticos / alteração da flora é
um campo promissor de investigação
•As terapêuticas alternativas /
complementares precisam de “bater
muita pedra”…
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Terapêutica na Doença Inflamatória Intestinal

  • 1. Terapêutica na Doença Inflamatória Intestinal Mitos e realidades Ricardo Veloso Vila Real, 30 de Junho de 2018
  • 2. Doença Inflamatória Intestinal Uma perspectiva histórica… • A colite ulcerosa foi a primeira a ser descrita ▫ Primeiro caso descrito em 1859 por Sir Samuel Wilks ▫ Termo “cunhado” em 1888 (Sir William Hale White) ▫ Primeira série de casos em 1909  Fatores de risco  Sintomas mais frequentes  Tentativas de tratamento iniciais
  • 3. Doença Inflamatória Intestinal Uma perspectiva histórica… 1910 – 1930 Advento do tratamento cirúrgico (ileostomia / colectomia subtotal ou total) Ligação possível com doenças psiquiátricas 1930–1950 • Primeiras descrições radiológicas e anátomo- patológicas 1940s • Nina Svartz descobre potencial da sulfasalazina para tratamento da UC (ao querer curar a artrite do Rei Gustas V da Suécia) • Vários estudos subsequentes comprovam a eficácia dos 5-ASA nos anos seguintes 1955 •Estudo de Truelove a demonstrar a eficácia dos corticoides na melhoria dos sintomas na Colite Ulcerosa •Estudos subsequentes a comprovar a eficácia a curto prazo mas não a médio/longo prazo 1960 •Início dos medicamentos imunossupressores como a Mercaptopurina e Azatioprina
  • 4. Doença Inflamatória Intestinal Uma perspectiva histórica… 1932 (Crohn et al.) •O facto de se chamar Doença de Crohn é um acaso •Inicialmente designada por ileíte regional •Os autores originais chamavam-se Leon Ginzburg e Gordon Oppenheimer 1932 – 1956 •Compreender esta nova doença e como era distinta da colite ulcerosa •Primeiros relatos sobre a natureza descontínua da doença •Reconhecimento mundial da doença em 1956 com a cirurgia ao presidente norte-americano Dwight Eisenhower 1957 – 2000s • Após a 2ª Grande Guerra início de muitos estudos em diversas patologias • Advento / “liberalização” dos exames endoscópicos e radiológicos • Enteroscopia assistida por cápsula (2001) Era Moderna • Terapêutica biológica • Genómica • “Patient taylored therapy”
  • 5. Doença Inflamatória Intestinal Medicamentos/tratamentos disponíveis Indução da remissão • Corticóides • Prednisolona, hidrocortisona, metilprednisolona • Aminossalicilatos (5-ASA) • Várias formulações (supositórios, enemas, espuma, comprimidos, granulados) • Asacol®, Pentasa®, Salofalk® • Depende da gravidade e localização da doença • Infliximab, adalimumab • Vedoluzimab, ustecinumab • Ciclosporina, Tacrolimus • Cirurgia Manutenção da remissão • Aminossalicilatos (5-ASA) • Várias formulações (supositórios, enemas, espuma, comprimidos, granulados) • Depende da gravidade e localização da doença • Biológicos • Infliximab, adalimumab, vedoluzimab • Imunomoduladores • Mercaptopurina, azatioprina, metotrexato • Ciclosporina, Tacrolimus • Os corticoides nunca devem ser utilizados para manutenção da remissão… • Cirurgia em casos seleccionados
  • 6. Doença Inflamatória Intestinal Medicamentos/tratamentos disponíveis Indução da remissão • Corticóides • Prednisolona, hidrocortisona, metilprednisolona, budesonido oral • Infliximab, adalimumab • Ustecinumab, vedoluzimab • Cirurgia Manutenção da remissão • Imunomoduladores • Mercaptopurina, azatioprina, metotrexato • Biológicos • Infliximab, adalimumab • Ustecinumab, vedoluzimab • Os corticoides nunca devem ser utilizados para manutenção da remissão… • Cirurgia em casos seleccionados
  • 7. Doença Inflamatória Intestinal Mito ou realidade? Toda a gente com DII precisa de fazer medicação? • Por regra sim e, na maioria dos casos, por tempo indeterminado ▫ Nem a Doença de Crohn nem a colite ulcerosa têm uma cura conhecida neste momento ▫ Necessidade de manter a doença em remissão ▫ Oferecer qualidade de vida • Raras excepções ▫ Algumas formas ligeiras e localizadas de Doença de Crohn podem dispensar medicação ▫ Nalguns casos de proctite ulcerosa pode-se fazer terapêutica “intermitente”
  • 8. Doença Inflamatória Intestinal Mito ou realidade? O tratamento da Colite Ulcerosa é igual ao da Doença de Crohn? • Algumas diferenças… ▫ Os aminossalicilados (5-ASA) não demonstraram ser eficazes na manutenção da remissão na Doença de Crohn ▫ Alguns biológicos parecem ser mais eficazes na Colite Ulcerosa e vice-versa ▫ A necessidade de uma possível cirurgia (e tipos de cirurgia) são diferentes • MAS ▫ Partilham uma base comum e com muitos medicamentos eficazes em ambas as doenças ▫ Nem o tratamento entre diferentes pessoas com a mesma doença é sempre igual…
  • 9. Doença Inflamatória Intestinal Mito ou realidade? Todos os doentes com DII precisam de cirurgia? • Não! ▫ Apesar de ser algumas vezes necessário e por vezes é a única maneira de controlar a doença ou tratar complicações associadas à doença ▫ A necessidade de cirurgia tem vindo a diminuir com o advento/”democratização” dos biológicos ▫ Pode ser curativa na Colite Ulcerosa!  Mas habitualmente não é curativa na Doença de Crohn…
  • 10. Doença Inflamatória Intestinal Mito ou realidade? Todos os doentes com DII precisam de cirurgia?
  • 11. Doença Inflamatória Intestinal Mito ou realidade? Toda os doentes com DII precisam de fazer corticóides? • Não! ▫ Mas são excelentes fármacos para induzir a remissão da doença  Necessary evil… ▫ Desaconselhados para terapêutica de manutenção a longo prazo  Corticodependência é “inadmissível” no tratamento a longo prazo da DII no século XXI  Não ter medo de os tomar quando são necessários e por ciclos curtos!!!
  • 12. Doença Inflamatória Intestinal Mito ou realidade? Todos os doentes com DII devem fazer medicação biológica rapidamente porque são os medicamentos mais eficazes? Agentes biológicos (Infliximab) Imunomoduladores (azatioprina / mercaptopurina) Corticóides 5-ASA
  • 13. Doença Inflamatória Intestinal Mito ou realidade? Todos os doentes com DII devem fazer medicação biológica rapidamente porque são os medicamentos mais eficazes?
  • 14. Doença Inflamatória Intestinal Mito ou realidade? Todos os doentes a fazer terapêutica imunomoduladora/biológicos vão ter efeitos laterais? Efeitos laterais Infecções Risco de cancro Doenças auto- imunes? Pancreatite, anemia, reacções infusionais, …
  • 15. Doença Inflamatória Intestinal Mito ou realidade? Se estiver a fazer medicação para a DII preciso de suspendê-la antes de engravidar? • Regra geral  NÃO (nem deve…) Fármaco Durante a gravidez Durante amamentação Messalazina Baixo risco Baixo risco Salazopirina Baixo risco Baixo risco Corticoides Baixo risco Baixo risco (mas não amamentar nas 4 horas depois de tomar medicação) Azatioprina/6-MP Baixo risco Baixo risco Infliximab/adalimumab Baixo risco (mas ponderar suspender na semana 24) Provavelmente baixo risco Metotrexato Contraindicado Contraindicado Talidomida Contraindicado Contraindicado Metronidazol Evitar no 1º trimestre Evitar Ciprofloxacina Evitar no 1º trimestre Evitar
  • 16. Doença Inflamatória Intestinal Mito ou realidade? Como me sinto bem, posso suspender a medicação? • As Doenças Inflamatórias Intestinais são doenças crónicas e incuráveis à luz da ciência actual ▫ Mas cada vez temos tratamentos mais eficazes ▫ A maioria dos tratamentos é prolongada, provavelmente para o resto da vida  Se em remissão durante um período prolongado (regra geral 2-4 anos dependendo da medicação que estiver a fazer) há quem defenda a tentativa de remoção da medicação ▫ Ainda é desconhecido o tempo “óptimo” de medicação  Riscos/benefícios
  • 17. Doença Inflamatória Intestinal Mito ou realidade? Se tiver cuidado com a minha dieta posso “adormecer” a doença? • Não há provas que a dieta tenha influência na actividade da doença ▫ Há formas de alimentação que podem (especialmente em idades pediátricas) induzir a remissão da doença ▫ Não há ligação entre a actividade da doença e a intolerância à lactose ou ao glúten  Contudo, há um aumento da probabilidade de ser intolerante à lactose se tiver Doença de Crohn  Pode ter DII e doença celíaca, mas o glúten não tem qualquer influência na DII ▫ Os doentes com Doença de Crohn também têm maior risco de terem Síndrome do Intestino Irritável  Papel da dieta no controlo dos sintomas
  • 18. Doença Inflamatória Intestinal Mito ou realidade? Os probióticos são bons no tratamento da DII? Microbioma Inflamação Interação hospedeiro / microbiota Influência conhecida da microbiota no advento da doença Alguns estudos a demonstrar benefícios dos probióticos Efeitos anti-inflamatórios Flora intestinal é distinta nos doentes com DII Nalguns estudos com transplante fecal foi possível o controlo da doença
  • 19. Doença Inflamatória Intestinal Mito ou realidade? Os probióticos são bons no tratamento da DII?
  • 20. Doença Inflamatória Intestinal Mito ou realidade? Os probióticos são bons no tratamento da DII? • Os estudos disponíveis demonstram ▫ Potencial, mas nada mais do que isso… ▫ Todos os estudos de elevada qualidade falharam na tentativa de induzir ou manter remissão na DII ▫ Como são geralmente considerados seguros, são utilizados frequentemente (disbiose?) ▫ VSL#3  Eficaz no tratamento da “pouchitis”  Mecanismo ainda largamente desconhecido ▫ À luz da ciência actual não há motivo para tomar probióticos na DII  Campo de investigação  Papel da microbiotica intestinal cada vez mais reconhecido ▫ Tendências futuras  Transplante fecal?
  • 21. Doença Inflamatória Intestinal Mito ou realidade? Os tratamentos homeopáticos são tão eficazes como os “químicos”? • São todos químicos… • 30-50% dos doentes utilizam alguma forma de terapêutica alternativa/complementar ▫ Acupunctura, fitoterapia, canabinóides, Reiki, cromoterapia, homeopatia, magnetoterapia, etc. • TODOS (sem excepção) os estudos controlados randomizados de elevada qualidade concluíram que os medicamentos homeopáticos não têm lugar no tratamento da DII • Interações/efeitos laterais desconhecidos • Os médicos querem que os doentes fiquem bem… ▫ Se funcionassem, todos os médicos os utilizariam ▫ É preciso mais e melhores estudos neste campo ▫ Complementar é diferente de alternativo…
  • 22. Doença Inflamatória Intestinal Mito ou realidade? Os doentes devem aceitar todos os tratamentos propostos pelo seu médico? Médico PacienteDoença Medicação Médico Deve expor o melhor tratamento Deve explicar porque acha que esse é o melhor tratamento Deve oferecer ao toda a informação para que este faça tenha uma decisão consciente e informada DOENTE Peça-chave em todo o processo Deve ter uma parte activa e preponderante em todo o processo Deve procurar ter toda a informação necessária para tomar a melhor decisão Medicação Deve ter mais benefícios que riscos para o doente Deve apresentar um bom perfil de segurança Deve interferir o mínimo com a qualidade de vida do doente
  • 23. Terapêutica na Doença Inflamatória Intestinal Mensagens-chave As Doenças Inflamatórias Intestinais já são conhecidas há muito • Mas muitos dos medicamentos já têm décadas Há medicamentos mais apropriados para induzir a remissão e outros para a manter • Podem ser os mesmos • Corticóides não têm lugar para manter remissão As cirurgias são, por vezes, necessárias • Mas cada vez menos… Provavelmente é melhor ser “agressivo” no tratamento da doença •Mas não há um “tamanho único”… Qualquer medicamento tem potenciais efeitos laterais •Mas se usados correctamente têm muito mais benefícios que riscos A enorme maioria dos medicamentos para as Doenças Inflamatórias pode (e deve) ser mantido durante a gravidez Os probióticos / alteração da flora é um campo promissor de investigação •As terapêuticas alternativas / complementares precisam de “bater muita pedra”… O DOENTE É PEÇA FUNDAMENTAL NO TRATAMENTO DA DII • Relação médico/doente como pedra basilar dum correcto tratamento

Notas do Editor

  1. De que forma a apresentação irá beneficiar a audiência: os estudantes adultos têm mais interesse num assunto se souberem como e por que motivo o mesmo é importante para eles. Nível de conhecimento do apresentador em relação ao assunto: indique brevemente as suas acreditações na área ou explique por que motivo os participantes devem ouvi-lo.
  2. De que forma a apresentação irá beneficiar a audiência: os estudantes adultos têm mais interesse num assunto se souberem como e por que motivo o mesmo é importante para eles. Nível de conhecimento do apresentador em relação ao assunto: indique brevemente as suas acreditações na área ou explique por que motivo os participantes devem ouvi-lo.
  3. De que forma a apresentação irá beneficiar a audiência: os estudantes adultos têm mais interesse num assunto se souberem como e por que motivo o mesmo é importante para eles. Nível de conhecimento do apresentador em relação ao assunto: indique brevemente as suas acreditações na área ou explique por que motivo os participantes devem ouvi-lo.
  4. De que forma a apresentação irá beneficiar a audiência: os estudantes adultos têm mais interesse num assunto se souberem como e por que motivo o mesmo é importante para eles. Nível de conhecimento do apresentador em relação ao assunto: indique brevemente as suas acreditações na área ou explique por que motivo os participantes devem ouvi-lo.
  5. De que forma a apresentação irá beneficiar a audiência: os estudantes adultos têm mais interesse num assunto se souberem como e por que motivo o mesmo é importante para eles. Nível de conhecimento do apresentador em relação ao assunto: indique brevemente as suas acreditações na área ou explique por que motivo os participantes devem ouvi-lo.
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  10. De que forma a apresentação irá beneficiar a audiência: os estudantes adultos têm mais interesse num assunto se souberem como e por que motivo o mesmo é importante para eles. Nível de conhecimento do apresentador em relação ao assunto: indique brevemente as suas acreditações na área ou explique por que motivo os participantes devem ouvi-lo.
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  17. De que forma a apresentação irá beneficiar a audiência: os estudantes adultos têm mais interesse num assunto se souberem como e por que motivo o mesmo é importante para eles. Nível de conhecimento do apresentador em relação ao assunto: indique brevemente as suas acreditações na área ou explique por que motivo os participantes devem ouvi-lo.
  18. De que forma a apresentação irá beneficiar a audiência: os estudantes adultos têm mais interesse num assunto se souberem como e por que motivo o mesmo é importante para eles. Nível de conhecimento do apresentador em relação ao assunto: indique brevemente as suas acreditações na área ou explique por que motivo os participantes devem ouvi-lo.
  19. De que forma a apresentação irá beneficiar a audiência: os estudantes adultos têm mais interesse num assunto se souberem como e por que motivo o mesmo é importante para eles. Nível de conhecimento do apresentador em relação ao assunto: indique brevemente as suas acreditações na área ou explique por que motivo os participantes devem ouvi-lo.
  20. De que forma a apresentação irá beneficiar a audiência: os estudantes adultos têm mais interesse num assunto se souberem como e por que motivo o mesmo é importante para eles. Nível de conhecimento do apresentador em relação ao assunto: indique brevemente as suas acreditações na área ou explique por que motivo os participantes devem ouvi-lo.
  21. De que forma a apresentação irá beneficiar a audiência: os estudantes adultos têm mais interesse num assunto se souberem como e por que motivo o mesmo é importante para eles. Nível de conhecimento do apresentador em relação ao assunto: indique brevemente as suas acreditações na área ou explique por que motivo os participantes devem ouvi-lo.