1) O documento discute lógica aristotélica, incluindo identificar proposições, argumentos dedutivos e não dedutivos, e silogismos válidos.
2) Fornece exemplos de como avaliar a validade de argumentos usando regras de termos e proposições.
3) Pede para completar exercícios sobre esses conceitos lógicos, como construir silogismos válidos.
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
Revisão lógica aristotélica
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Correção da Ficha de Revisões de lógica aristotélica (Percurso A)
1. Identifica as alíneas que constituem proposições.
a) A minha vida não tem sentido.
É uma proposição pois é uma frase declarativa com sentido que tem valor de verdade, isto é, pode ser
classificada de verdadeira ou de falsa.
b) Há petróleo no Algarve?
Não proposição, pois é uma pergunta. E as perguntas não têm valor de verdade, ou seja, não podem ser
classificadas de verdadeiras ou falsas.
c) Se estudares todos os dias, tiras boas notas.
É um caso ambíguo. Por um lado, pode ser considerada uma não proposição, pois é um conselho, mas
por outro lado, pode ser considerada uma proposição, pois implicitamente está a declarar que “Quem
estuda todos os dias, tira boas notas”, frase declarativa com sentido e valor de verdade.
2. Assinala com V ou F as seguintes afirmações:
a) Os argumentos dedutivos são argumentos cuja validade depende exclusivamente da sua forma
lógica. Verdadeiro
b) Os argumentos não dedutivos são argumentos em que a conclusão pode ser falsa, apesar de as
premissas serem verdadeiras. Verdadeiro
c)Quando dizemos que a validade de um argumento dedutivo não depende do conteúdo das
proposições que o constituem, estamos a dizer que há argumentos válidos com premissas verdadeiras,
argumentos válidos com premissas falsas e argumentos inválidos com premissas verdadeiras.
Verdadeiro
d) Para determinar se um argumento dedutivo é ou não válido, não é relevante que as premissas e a
conclusão sejam de facto verdadeiras, mas se, imaginando que as premissas são verdadeiras, se pode
ou não deduzir dessas premissas uma conclusão falsa. Se pode, é inválido. Se não pode, não é.
Verdadeiro
3. Esclarece em que consiste um argumento dedutivo válido. Dá um exemplo.
Do ponto de vista dedutivo, o único critério da validade é a forma lógica dos argumentos. A validade
ou invalidade dos argumentos é avaliada em função da forma ou estrutura do argumento. Um
argumento dedutivo válido exprime uma relação de implicação entre as premissas e a conclusão: a
conclusão é uma consequência lógica das premissas e a verdade das premissas garante absolutamente
a verdade da conclusão. Exemplo: Todos os homens são mortais. Sócrates é homem. Logo, Sócrates é
mortal.
4. Esclarece em que consiste um argumento não dedutivo válido. Dá um exemplo.
A forma lógica dos argumentos não dedutivos é insuficiente para avaliar a sua validade. Temos de ter
em conta o seu conteúdo e o grau de probabilidade da conclusão. O argumento não dedutivo válido
não exprime uma relação de implicação entre as premissas e a conclusão. Num argumento não
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dedutivo válido, a verdade das premissas não exclui a possibilidade de a conclusão ser falsa, a sua
probabilidade é menor.
5.Que premissas são omitidas ou estão subentendidas nos seguintes argumentos dedutivos?
a) Dado que não há verdades morais objetivas e universais, estamos condenados ao relativismo.
1º Premissa: Se não há verdades morais objetivas e universais, então estamos condenados ao
relativismo.
Eis o argumento:
Se não há verdades morais objetivas então estamos condenados ao relativismo.
Não há verdades morais objetivas e universais.
Logo, estamos condenados ao relativismo.
b) Ser homem é ser inteligente. O João é inteligente.
2ºPremissa: O João é homem.
Reconstituindo o argumento temos:
Todos os homens são inteligentes.
João é homem
Logo, João é inteligente
6. Coloca as proposições categóricas na respetiva forma padrão:
a) Se é homem, então é moral.
Todos os homens são mortais (Tipo A)
b) Certas mulheres são antipáticas
Algumas mulheres são antipáticas (Tipo I)
c) Há pelo menos um homem que não é belo.
Alguns homens não são belos (Tipo O)
d) Não há português que seja espanhol.
Nenhum português é espanhol. (Tipo E)
7. Escreve o seguinte silogismo na sua forma-padrão e avalia a sua validade:
Sem dúvida que algumas estrelas de cinema são vaidosas, pois é óbvio que as pessoas excêntricas são
vaidosas e que algumas estrelas de cinema são pessoas excêntricas.
Todas as pessoas excêntricas são vaidosas
Algumas estrelas de cinema são pessoas excêntricas.
Algumas estrelas de cinema são vaidosas
É um silogismo válido porque obedece a todas as regras. Tem três termos: menor – estrelas de cinema,
médio – pessoas excêntricas e maior – vaidosas. O termo médio (pessoas excêntricas) está distribuído
(universal) em pelo menos em uma premissa (premissa maior, sujeito de uma proposição universal,
tipo A), e não aparece na conclusão. Os termos menor e maior não aumentam de extensão na
conclusão, pois o termo menor é particular (sujeito de uma proposição particular, Tipo I) e o termo
maior também é particular (predicado de uma proposição afirmativa, Tipo I.
Quanto às proposições, a conclusão segue a parte mais fraca, de uma premissa particular (premissa
menor, Tipo I) segue-se uma conclusão particular (Tipo I). Além disso, também obedece à regra que
diz que de duas premissas afirmativas, se segue uma conclusão afirmativa. Neste caso, temos
premissas afirmativas (Tipo A e I) e uma conclusão afirmativa (Tipo I).
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8. Aplica as regras do silogismo categórico para testar a validade dos seguintes silogismos:
a) Nenhum manual de filosofia é interessante.
Nenhuma coisa interessante é aborrecida.
Logo, nenhum manual de filosofia é aborrecido.
R: É um silogismo inválido porque não respeita uma regra quanto às proposições.
Nomeadamente, a regra que diz que de duas premissas negativas, não se segue conclusão. Neste caso,
temos duas premissas negativas (Tipo E) e uma conclusão (Tipo E), o que não devia ocorrer.
b) Todos os P são M.
Alguns S são M.
Logo, alguns S são P.
R: É um silogismo inválido porque não respeita uma regra quanto aos termos. Nomeadamente, a
regra que diz que o termo médio tem que ocorrer distribuído (universal) pelo menos uma vez em uma
premissa. Neste caso, o termo médio (M) é particular (não distribuído) nas duas premissas, pois quer
na premissa maior quer na premissa menor é predicado de uma proposição afirmativa (Tipo A e Tipo
I).
c) Alguns P não são M.
Alguns S não são M.
Logo, alguns S não são P.
R: É um silogismo inválido porque não respeita uma regra quanto aos termos e duas quanto às
proposições. Quanto aos termos, infringe a regra que diz que os termos menor e maior não podem ocorrer
distribuídos (universais) na conclusão sem estarem distribuídos na premissa. Neste caso, o termo maior (P)
é universal na conclusão (predicado de uma proposição negativa – Tipo O) e é particular na premissa maior
(sujeito de uma proposição universal – Tipo O). Quanto às proposições não respeita a regra que diz que de
duas premissas particulares, não se segue conclusão, pois temos duas premissas particulares (Tipo O) e
uma conclusão (Tipo O). Também infringe a regra que diz que de duas premissas negativas, não se segue
conclusão, e temos duas premissas negativas (Tipo O) e uma conclusão (Tipo O).
9. Escreve a proposição em falta, de modo a obter um silogismo válido.
Alguns filósofos são pianistas.
Todos os filósofos são pensadores.
Logo, alguns pensadores são pianistas
10. Constrói silogismos válidos da I ou IV Figura a partir dos elementos dados.
a) Termo maior: árvore
Termo médio: inteligente
Termo menor: artista
R: Silogismo cálido da IVº Figura
Nenhuma árvore é inteligente. – Tipo E
Todos os inteligentes são artistas. – Tipo A
Logo, alguns artistas não são árvores. – Tipo O
b) Termo maior: exploradores
Termo médio: sedentários
Termo menor: romancistas
R: Silogismo válido da Iº Figura
Todos os sedentários são exploradores – Tipo A
Alguns romancistas são sedentários. – Tipo I
Logo, alguns romancistas são exploradores. – Tipo I