2. O conhecimento é possível?
É possível justificar a verdade das nossas
crenças?
3. O problema da possibilidade do conhecimento
é um dos mais importantes da epistemologia...
4. Se concluirmos por uma resposta negativa,
temos que aceitar que a ciência não tem
fundamento...
5. Mas, se isso for verdade,
como explicamos o progresso
tecnológico que caracteriza as
sociedades contemporâneas?
Se não fosse possível
justificar o conhecimento
científico, como seria possível
o progresso tecnológico?
Na verdade a tecnologia
depende da ciência...
6.
7. Se concluirmos por uma resposta negativa, temos que aceitar
que a ciência não tem fundamento...
De facto, o cepticismo recusa a possibilidade de justificação da
verdade de toda e qualquer crença.
Nos nossos dias é fácil refutar o cepticismo radical, uma vez
que estamos rodeados de exemplos que o contradizem: se
nada fosse possível conhecer, como é que poderíamos ter
coisas tão básicas como a energia eléctrica, os computadores
pessoais, os telemóveis, a Internet ?
8. Cepticismo - Concepção que considera que
não é possível alcançar o conhecimento
Skepsis - “Suspensão do juízo”
9. Górgias foi o primeiro a postular o
cepticismo...
Ao afirmar que:
“1. A verdade não existe.
2. Mesmo que a verdade existisse, não
poderia ser conhecida.
3. Mesmo que a verdade pudesse ser
conhecida, não poderia ser ensinada.”
10. O cepticismo radical foi defendido
por Pirro de Élis (c.365-275a.C.).
Essa posição ficou conhecida por
pirronismo.
12. Argumento da divergência de
opiniões
Se há de facto justificação
das nossas crenças, não há
divergências relativamente a
todos os assuntos. Há
divergências relativamente a
todos os assuntos. Logo, não
há de facto justificação das
nossas crenças.
13. Objeções ao primeiro argumento
Os cépticos refutam, portanto, a
presença da justificação.
Ora, com isto criam um problema:
Têm uma ideia justificada.
Afinal, é possível justificar.
14. Outra premissa encontrada
pelos cépticos é a presença
de divergências o que, para
eles, torna impossível a
defesa universal de qualquer
ideia.
Contrariamente ao que os
cépticos defendem, é possível
haver ideias universais: a
Física e a Matemática, por
exemplo, são capazes de
produzir consensos.
15. As divergências de opiniões,
segundo os cépticos, são
irreversíveis e definitivas. Tal
não é verdade.
Existem inúmeros exemplos
que contrariam esta tese. Por
exemplo, a igualdade de
direitos entre homens e
mulheres.
16. Argumento da Regressão
infinita
A justificação de qualquer
crença é inferida de outras
crenças.
Se a justificação de qualquer
crença é inferida de outras
crenças, então dá-se a
regressão infinita.
Se há regressão infinita, as
nossas crenças não estão
justificadas.
Logo, as nossas crenças não
estão justificadas.
17. Objecções ao argumento da
regressão infinita
A possibilidade de duvida tem limites.
Há certezas que se justificam a si
mesmas e que servem de base a
outras verdades: por exemplo, a
soma dos ângulos internos de um
triângulo é 180 graus.
As nossas certezas são proporcionais
à nossa condição humana.
19. O conhecimento sensorial
engana-nos frequentemente:
Baseando-se nas
teorias da percepção, este
argumento defende haver
uma desconexão entre
aquilo que julgamos
conhecer e a própria
realidade.
20. Há ilusões perceptivas que são inevitáveis, tendo em conta como
funciona a nossa percepção.
Um exemplo retirado da cosmologia dos nossos dias (os cépticos
na antiguidade não tinham conhecimento deste fenómeno):
Sabemos que há estrelas que são vistas por nós e que podem já
não existir, apesar de nós as visualizarmos.
21. Da mesma forma, sabemos
que a cor de um objecto
depende da forma como é
atingido pela luz,
desencadeando
comprimentos de onda que
vão condicionar a nossa
percepção.
A cores não são, portanto,
características físicas dos
objectos.
22. Contudo, nós temos a noção de
que vivemos num mesmo
mundo,
o certo é que quando digo «o
Diogo é alto», há pessoas que o
reconhecem como tal.
Isto é, os meus sentidos captam
o que os outros captam e isso já
é o bastante para considerarmos
que partilhamos um
conhecimento sensorial sobre o
mundo em que vivemos.
23. Isso é suficiente para termos a
convicção de que vivemos no
mesmo mundo...
24. Esta apresentação, em grande parte da sua extensão, baseia-se
na seguinte:
http://pt.slideshare.net/filosofiaesjs/cepticismo-11027566