SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 43
Baixar para ler offline
SUMÁRIO


SUMÁRIO................................................................................................................................... 9

1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................... 10

2 DESENVOLVIMENTO......................................................................................................... 16

2.1 OBESIDADE....................................................................................................................... 24

2.2 DIABETES MELLITUS ..................................................................................................... 29

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................. 34

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................................... 36

APÊNDICE A............................................................................................................................ 39
10



1 INTRODUÇÃO


As alterações na prática dietética, somadas à diminuição ou falta da atividade física, são os
maiores responsáveis ambientais para o atual aumento da prevalência da obesidade e diabetes.
Vários têm sido os esforços para reduzir a prevalência dessas doenças. Nas décadas de 1960 e
1970, houve uma tendência de considerar os carboidratos como fator importante para o ganho de
peso, desviando-se a atenção da gordura para o carboidrato, na hipótese de um nutriente atuar
como principal promotor do excesso de ingestão energética e de ganho de peso (SARIS, 2003).

Nas décadas de 1980 e 1990, inúmeros ensaios foram realizados para avaliar a resposta glicêmica
produzida pelas diferentes fontes de carboidratos, principalmente, pelo amido (MENEZES, 2002).

Atualmente, o alvo tem sido o papel do chamado Índice Glicêmico dos alimentos (IG) sobre a
obesidade e as doenças a ela relacionadas.

O IG foi estudado e publicado no ano 1981 por David Jenkins et al. Na Universidade de Toronto,
no Canadá, como uma arma para a satisfação das necessidades nutricionais de diabetes mellitus
tipo 1 (DM 1). Baseado no conceito de que os carboidratos simples (mono e dissacarídeos)
induziam um aumento do nível de açúcar no sangue mais rápido e mais elevado do que os
carboidratos complexos (polissacarídeos) e que os diferentes alimentos, independente de seu
conteúdo total, têm uma proporção diferente de carboidratos complexos e simples. O IG é
definido como o percentual de aumento da área abaixo da curva glicêmica produzida por um
alimento em relação à área correspondente produzida pela ingestão da mesma quantidade de um
alimento referência (pão branco ou glicose - 50g de carboidrato glicêmico). Este índice mostra,
indiretamente, como cada alimento comporta-se em termos de velocidade de digestão e absorção.
Dessa forma, é possível comparar os índices glicêmicos produzidos pelos alimentos quando
consumidos após diferentes tipos de preparo, processamento e armazenamento (SAMPAIO et al.,
2007).

O conceito de CG foi introduzido e pode ser interpretado como uma medida da demanda de
insulina induzida pela dieta. Quanto maior a CG do alimento, maior seu efeito insulinogênico e
maior a elevação esperada nos níveis plasmáticos de glicose (SILVA e MELO, 2006).
11



Com a redução do IG da dieta, tem-se menor demanda insulínica, melhor manutenção da
glicemia e redução da lipidemia. Estes fatores, claramente, têm importante papel na prevenção e
no tratamento das doenças crônicas como obesidade, diabetes, doenças cardíacas e até alguns
tipos de cânceres (HALPEN e RODRIGUES, 2008).

O DM (DM) é uma doença de evolução crônica, associada a inúmeras complicações micro e
macrovasculares, e cuja prevalência atual no Brasil, atinge 284.266 mil habitantes (DATASUS,
2008).

Níveis aumentados de glicose pós-prandial e de demanda de insulina estão associados ao
aumento da gravidade do quadro clínico da doença. O controle da glicemia é considerado o
principal objetivo no tratamento do DM, sendo as técnicas dietéticas responsáveis pela prevenção
da hiperglicemia pós-prandial importantes na limitação das complicações (SILVA e MELO,
2006).

O IG tem sido investigado como potencial ferramenta no manejo dietoterápico dos portadores de
DM. Seu papel já está sendo reconhecido por entidades mundiais como a Sociedade Americana
de Diabetes (American Diabetes Society, ADA), European Association for the Study of Diabete,
Canadian Diabetes Association e a World Health Organization. Dietas com baixo IG podem,
teoricamente, beneficiar o controle metabólico do DM por diminuírem a hiperglicemia pós-
prandial precoce e o risco de hipoglicemia no estado pós-absortivo.

A obesidade pode ser definida como o grau de armazenamento de gordura no organismo
associado a riscos para a saúde devido a sua relação com várias complicações metabólicas. A
base da doença é o processo indesejável do balanço energético positivo, resultando no ganho de
peso. No entanto, a obesidade é definida em termos de excesso de peso. O índice de massa
corporal (IMC) é o índice recomendado para a medida da obesidade em nível populacional e na
prática clínica (Ministério da Saúde, 2006).

Alguns autores (JENKINS, 2002) constataram que as dietas de alto IG apresentam menor poder
de saciedade, resultando em excessiva ingestão alimentar, favorecendo o aumento do peso
corporal. Além disso, o consumo de tais dietas pode alterar o perfil lipídico e a secreção
insulínica, favorecendo o aparecimento de doenças cardiovasculares e de DM. Tem sido sugerido
12



(PAWLAK, 2001) que tal ingestão aumenta a secreção de insulina, a qual é considerada como
um fator de risco independente para o ganho de peso. O consumo de alimentos de alto IG parece
desencadear uma seqüência de eventos hormonais, o que limita a disponibilidade de combustível
metabólico no período pós-prandial, levando à fome e à ingestão alimentar excessiva (LUDWIG,
2002).

Por outro lado, a ingestão de alimentos de baixo IG pode diminuir a secreção de hormônios
contra-regulatórios proteolíticos, como o cortisol, hormônio do crescimento e glucagon,
estimulando a síntese protéica (LUDWIG, 2002).

Alguns estudiosos vêem o IG como não fidedigno, visto que o mesmo não considera as porções
reais consumidas por um indivíduo, sugerindo, assim, como melhor preditor de risco de doenças
crônicas, entre as quais a obesidade (BELL e SEARS, 2003), que inclui, concomitantemente, o
IG do alimento e a quantidade de carboidratos disponíveis na porção de alimento consumida.

Vários estudos têm sido realizados com o objetivo de identificar o papel do Índice Glicêmico dos
alimentos sobre o apetite, a saciedade, a composição corporal e o controle da glicemia.

Jenkins et al. (1981), ao publicarem a primeira lista com valores de índice glicêmico de 62
alimentos, evidenciaram diferentes IGs produzidos pelos alimentos, e propuseram que os mesmos
eram necessários para suplementar as tabelas de composição dos alimentos utilizadas nos
cálculos de dietas para indivíduos diabéticos, considerando-se que os carboidratos dos alimentos
apresentam diferentes respostas glicêmicas quando testados em condições padronizadas
(Menezes e Lajolo, 2002).

Segundo Ludwig (1999), a hiperinsulinemia e a hipoglucagonemia observadas após a ingestão de
alimentos de alto IG, tendem a acelerar o metabolismo muscular e hepático, reduzindo a
produção de glicose hepática e suprimindo a lipólise. Há, então, aumento dos níveis dos
hormônios contra-regulatórios, provocando aumento da fome e da ingestão em uma tentativa de
restaurar a homeostase energética.

No estudo de Brand-Miller (2002), a resposta glicêmica observada após a ingestão dos alimentos
é afetada tanto pela qualidade quanto pela quantidade de carboidrato ingerido em uma refeição. A
dieta de alto IG apresentou maior teor de carboidratos do que a de baixo IG. Assim, a maior área
13



abaixo da curva de resposta glicêmica observada após a ingestão dos alimentos de alto IG em
relação aos de baixo IG não pode ser atribuída simplesmente ao efeito do IG.

Bouché e cols. (2002) realizaram um estudo onde o objetivo foi verificar o efeito da ingestão de
alimentos diferindo em IG no metabolismo de glicose e lipídeos. Não foram observadas
diferenças significantes no total de energia ou na composição de macronutrientes das dietas
ingeridas entre os tratamentos, a ingestão da dieta de baixo IG resultou na redução da gordura do
tronco e aumento da massa livre de gordura. Este estudo foi o primeiro que buscou avaliar os
efeitos do IG por um período maior de tempo.

Spieth e cols. (2000) avaliaram o efeito da ingestão de dieta de baixo IG em relação à dieta
reduzida em gordura no tratamento da obesidade infantil. O estudo envolveu 107 crianças com
média de idade de 10 anos. Os participantes receberam aconselhamento dietético e recomendação
para aumentarem a prática de atividades físicas. Tal dieta era composta por 55-60% de
carboidratos, 15-20% de proteínas, 25-30% de gorduras. A dieta de baixo IG foi baseada num
modelo de “Pirâmide Modificada”, cuja base é composta por vegetais e frutas, seguidos de
proteína, grãos, e cujo ápice é composto por açúcares e alimentos refinados. Essa dieta
apresentou 45-50% de carboidratos, 20-25% de proteínas, 30-35% de gorduras. Os resultados
mostraram maior redução nos valores de IMC no grupo de baixo IG. Apesar de a redução do
IMC ser um dado interessante, deve-se ressaltar que o ideal seria que mudanças na composição
corporal das crianças também tivessem sido avaliadas nesse estudo.

Ball e cols. (2003) realizaram um estudo para investigar os efeitos metabólicos, hormonais e o
efeito na saciedade em 16 adolescentes com sobrepeso associado à ingestão de refeição típica de
baixo IG, ou refeição substituta de baixo IG, ou refeição de alto IG. Os participantes ingeriram
dietas de baixo IG no jantar e na ceia. No dia seguinte, o desjejum e o almoço servido
apresentaram o mesmo valor de IG. Após o almoço, os participantes realizaram atividades leves e
foram instruídos a consumirem lanches que possuíssem os mesmos alimentos, tanto para o grupo
de alto quanto o de baixo IG, os quais eram oferecidos até que os participantes ficassem
satisfeitos. No entanto, não houve diferença na sensação de fome entre as refeições. O lanche foi
requisitado mais cedo pelo grupo de alto IG. Porém, uma vez requerido, não houve diferença na
ingestão energética entre os grupos.
14



Alfenas e Mattes (2005) avaliaram o efeito da ingestão de dietas diferindo em IG no apetite e no
balanço energético. As dietas testadas foram compostas por alimentos apresentando composição
de macronutrientes, densidade calórica, teor de fibras e palatabilidade semelhantes. O apetite, a
glicemia e a insulinemia foram determinados antes e durante duas horas após a ingestão do
desjejum e do almoço. A ingestão energética foi avaliada durante todo o estudo. Os resultados
demonstraram que não houve diferenças na resposta glicêmica e insulinêmica, nos parâmetros
subjetivos de fome e na ingestão energética entre os tratamentos. Esse estudo não sustentou a
hipótese de que a ingestão de alimentos diferindo em IG afeta o apetite de modo distinto. Este
apresenta grande relevância científica, em função da preocupação dos autores em isolar o efeito
do IG na ingestão, controlando os possíveis fatores interferentes (teor de macronutrientes, de
fibras, densidade energética e palatabilidade dos alimentos testados) nas respostas avaliadas.

A ADA, a European Association for the Study of Diabete, a Canadian Diabetes Association e a
World Health Organization, têm recomendado a utilização do IG como ferramenta auxiliar na
escolha dos alimentos, pois o IG é um sensível indicador do impacto que os alimentos causam na
resposta glicêmica e é de fácil aplicação prática. A utilização do IG na seleção de alimentos deve
sempre considerar a metodologia empregada na sua obtenção, não devendo ser utilizado de forma
isolada e, sim, como um parâmetro complementar da composição do alimento (Menezes e Lajolo,
2002).

O consumo de alimentos com elevado IG poderia levar a uma exaustão progressiva das células
beta pancreáticas, levando à hiperglicemia (Ludwig, 2002).

Uma dieta com alimentos com baixa carga glicêmica (produto do IG de um alimento e o total de
carboidratos deste alimento), associada ao elevado consumo de fibras, particularmente dos
cereais integrais, é capaz de reduzir o risco de desenvolvimento de DM (Willett e Schulze, 2002 e
2004).

Segundo a ADA, ainda não existem evidências suficientes para a introdução de recomendações
dietéticas embasadas no IG dos alimentos para o tratamento do DM e sugere, ainda, que tal
conceito é muito complexo e restritivo, o que limitaria a sua importância e utilidade prática
(FRANZ, BANTLE, BEEBE, et al., 2002).
15



A Food and Agriculture Organization (FAO) / World Health Organization (WHO), a European
Association for the Study of Diabetes e a Canadian Diabetes Association reconhecem a
aplicabilidade clínica do IG em diabéticos e em indivíduos com tolerância diminuída à glicose e
considera que, na escolha dos alimentos, o IG seja utilizado como um indicador útil do impacto
dos mesmos na resposta glicêmica (FAO, 1997).

Uma dieta com baixo IG pode, teoricamente, melhorar o manejo do DM, por diminuir a
hiperglicemia pós-prandial precoce e o risco de hipoglicemia no estado pós-absortivo (Ludwig,
2002)

O Estudo Europeu Prospectivo de Complicações do Diabetes, realizou estudo com pacientes com
DM tipo 1. Foi observado um aumento significativo nos níveis de hemoglobina glicada com o
aumento no IG da dieta (Buyken, Toeller e Heitkamp, 2001).

Diante de tais controvérsias, a presente revisão de literatura objetivou analisar as evidências
científicas apresentadas em artigos publicados, buscando elucidar as reais relações entre o índice
glicêmico dos alimentos, a prevalência da obesidade e o controle da DM e apresentar, através da
adaptação da Tabela Internacional de IG, alguns alimentos e seus respectivos valores de IG e CG
(Apêndice 1).

Entretanto a comunidade científica não chegou ainda a um consenso quanto à realidade da
conexão do índice glicêmico com a obesidade e DM. Dessa forma surgiu o interesse em avaliar o
índice glicêmico e sua representatividade na prevalência da obesidade e no controle do DM.
16



2 DESENVOLVIMENTO


A composição química é um importante fator na escolha dos alimentos. Guias de alimentação
orientam que 55 a 60% da energia da dieta deve ser proveniente de carboidratos. De acordo com
estes, fontes como cereais, raízes, leguminosas, frutas e vegetais devem ser preferencialmente
escolhidos, frisando que alguns alimentos consumidos em sua forma integral contêm outros
nutrientes que não o carboidrato (MENEZES e LAJOLO, 2002).

Alimentos ricos em carboidratos, particularmente açúcar refinado e deficientes em proteínas,
podem induzir super consumo de alimentos e conseqüentemente obesidade. Isso ocorre,
provavelmente, porque esses alimentos apresentam elevado índice glicêmico (IG), e
recentemente dietas com baixo IG têm sido indicadas no tratamento da obesidade (REID E
HETHERINGTON, 1997).

Em estudo realizado por Ludwig et al.,2002, com adolescentes obesos (% peso ideal >120) que
receberam dietas com diferentes IGs (alto, médio e baixo), foi observado o comportamento de
alguns hormônios (insulina, glucagon, hormônio do crescimento), glicose e ácidos graxos séricos.
Os autores sugeriam que a dieta com elevado IG induz alterações hormonais (hiperinsulinemia e
hipoglucagonemia) e metabólicas (redução da produção hepática de glicose e ácidos graxos por
elevada incorporação de glicose pelas células musculares e hepáticas). Isso pode limitar a
disponibilidade dos combustíveis metabólicos, fazendo com que os obesos, na refeição seguinte,
tenham uma tendência a exceder nas quantidades consumidas, por apresentarem maior fome, por
meio de uma espécie de mecanismo compensatório para manter a homeostase energética. Assim,
seriam contra-indicadas dietas hipocalóricas com elevado IG, por estimularem posterior
hiperfagia, prejudicando tanto a programação de perda de peso, quanto à manutenção de peso
após o emagrecimento.

Os carboidratos da dieta são digeridos ao longo do trato gastrintestinal em diferentes velocidades.
Isto gera diferenciadas produções de resposta glicêmica (MENEZES e LAJOLO, 2002). O nível
da resposta glicêmica modifica-se de acordo com o nível glicêmico dos alimentos ingeridos em
uma refeição. O feijão, por exemplo, por ser uma leguminosa e apresentar em sua composição
aproximadamente 14% de carboidratos, 8,5% de fibras e 4,8% de proteínas, apresenta resposta
glicêmica reduzida, já o arroz apresenta em sua composição aproximadamente 24,2% de
17



carboidratos, 0,1% de fibra e 2,0% de proteínas, possuindo assim uma resposta glicêmica alta.
Quando ingeridos juntos a resposta glicêmica do arroz aumenta em relação à do feijão
(MENEZES e LAJOLO, 2002).

Durante as décadas de 80 e 90, inúmeros ensaios foram realizados para avaliar a resposta
glicêmica produzida pelas diferentes fontes de amido, em diversos países. Para auxiliar a seleção
de alimentos e possibilitar a comparação de resultados obtidos com diferentes alimentos e por
diferentes pesquisadores foi criado o IG. O IG classifica os alimentos com base no potencial
aumento da glicose sangüínea em relação a um alimento padrão (JENKINS et al., 1981).

Segundo a FAO/WHO (1998), diversos aspectos metodológicos devem ser considerados na
determinação do IG dos alimentos. O teste deve ser realizado em jejum, pela manhã, e uma
bebida padrão (chá, água, café) pode ser oferecida. O pão branco ou a glicose podem ser
utilizados como alimento-referência. A resposta glicêmica é normalmente medida no sangue
capilar, sendo possível converter o IG de um alimento da escala do pão branco para a escala da
glicose, utilizando-se o fator 0,7. O alimento-teste e o alimento-referência devem conter a mesma
quantidade de carboidrato, a qual normalmente é de 50 g, podendo ser de 25 g.

A seguir estão listados alguns aspectos metodológicos para a determinação do IG.
18



                                                 Quadro 1
                       Aspectos metodológicos para a determinação do IG

                    Quantidade de alimento: quantidade fixa de carboidrato glicêmico (50g)

                                  Horário: período da manhã (jejum 10-12hs)

                             Acompanhamento: utilizar sempre mesmo (água, chá)

                                  Número de indivíduos: mínimo=6, ideal=10

                  Padrão: glicose (glicose=100%) ou pão (Wolever et al., 1985) (pão=100%),
                                              realizar 3x/indivíduo

                Intervalos e tempo total: saudáveis: 15-15 min. (1a h), 30-30 min. (2a h), até 120
                                   min.; diabéticos: 30-30 min., até 180 min.

                            Tipo de sangue: capilar (fácil, < variabilidade) x venoso

                           Cálculo: regra trapezoidal, excluindo área abaixo do jejum

                IG= (área sob curva glicêmica alimento/ área sob curva glicêmica padrão) x 100


           Fonte: FAO/WHO (1998)

Segundo Menezes e Lajolo (2002), “O IG é definido como o percentual de aumento da área
abaixo da curva glicêmica produzida por um alimento em relação à área correspondente
produzida pela ingestão da mesma quantidade de um alimento referência”.

O conceito do índice glicêmico pode ser considerado uma extensão da hipótese da fibra dietética,
sugerindo que a absorção lenta dos nutrientes de alguns alimentos seria benéfica à saúde. O
índice glicêmico da dieta habitual é um indicador da qualidade do carboidrato da dieta consumida
(JENKINS et al. 2002).
19



                                           TABELA 1




Assim, podemos comparar os IGs produzidos pelos alimentos quando consumidos após
diferentes tipos de preparo, processamento e armazenamento (MENEZES e LAJOLO, 2002).

A importância dos estudos sobre IG está vinculada aos possíveis efeitos fisiológicos e
terapêuticos de dietas com baixos índices glicêmicos para indivíduos saudáveis, obesos,
diabéticos e hiperlipidêmicos (FAO/WHO, 1998) (DanoneVitapole/FAO, 2001), podendo ser
observado aumento no controle do diabetes, aumento do nível plasmático de HDL-colesterol,
diminuição dos níveis plasmáticos de triglicérides, melhoria na performance física e aumento da
sensação de saciedade.

Sabe-se que dietas com baixo IG promovem sensação de saciedade, prolongando o período de
reincidência da fome e reduzindo o consumo calórico nas refeições subseqüentes (LUDWIG,
2000).

O que explica as diferentes respostas glicêmicas dos alimentos é a presença de fatores intrínsecos
e extrínsecos que influem na velocidade de digestão e absorção do amido. E são estes fatores que
são de fundamental importância para a manutenção de IG reduzido em certos alimentos
(MENEZES e LAJOLO, 2002).

Fatores intrínsecos de um alimento podem influenciar o seu impacto na glicemia, dentre os quais:
a sua forma física (suco versus fruta inteira), o grau de processamento, o tipo de amido (amilose
versus amilopectina) e a preparação (método e tempo de cocção), bem como o tipo específico ou
variedade do alimento (SHEARD, CLARCK e BRAND-MILLER, et al., 2004).
20



Alimentos com um baixo grau de gelatinização do amido, como o macarrão, possuem menores
valores de IG. Legumes e arroz parboilizado, exemplos de alimentos com elevada razão
amilose/amilopectina, tendem a ter menores valores de IG. Alimentos ricos em betaglucano,
como o farelo de aveia, também podem proporcionar efeito benéfico na resposta glicêmica.
TAPOLA et al (2005).

Variáveis extrínsecas, como a co-ingestão de proteína e gordura, os níveis de glicose de jejum ou
pré-prandiais e o grau de resistência à insulina também podem alterar o efeito de um determinado
alimento sob a glicemia. A gordura e a proteína podem modificar a resposta glicêmica dos
alimentos e aumentar a secreção de insulina, respectivamente. Entretanto, tem sido demonstrado
que, nas quantidades presentes na maioria dos alimentos, gordura e proteína não alteram
significativamente a resposta glicêmica (WOLEVER et al., 1994).

Na tabela 2, estão listados alguns dos fatores que influenciam o IG dos alimentos.

                                           TABELA 2
21



                                           Quadro 2
                                 Fatores que influenciam o IG


  Fatores que diminuem o índice glicêmico           Fatores que aumentam o índice glicêmico
   1. Presença de amilopectina / amilose;           1. Ausência de amilopectina /amilose;
   2. Frutose;                                      2. Glicose;
   3. Galactose;                                    3. Batata
   4. Fibras viscosas: guar, beta-glucan;           4. Ausência de fibras viscosas: guar, beta-
                                                       glucan;
   5. Arroz integral;                               5. Carboidrato em partículas pequenas ou
                                                       dissolvido em água (refrigerantes);
   6. Partículas grandes;                           6. Arroz branco completamente desprovido
                                                       do seu farelo;
   7. Presença de inibidores da amilase:            7. Ausência de inibidores da amilase:
      lectinas, fitatos;                               lectinas, fitatos;
   8. Presença de proteínas e gorduras na           8. Ausência de proteínas e gorduras nas
      refeição;                                        refeições;

Fonte: Adaptado de Jenkins et al, 2002.

Em relação às recomendações do uso de IG no controle de doenças por órgãos mundiais de saúde
tem-se que:

   •   A ADA (1994) tem, ao longo destes anos, questionado a utilidade clínica do índice
       glicêmico e recomenda que a prioridade nas recomendações nutricionais seja dada à
       quantidade e não ao tipo de carboidrato.

   •   A American Heart Association (Krauss et al., 2000) não reconhece o uso do IG na
       prevenção e tratamento de doenças.

   •   Já para Wolever (1997), a divergência de resultados se deve à não-padronização nos
       métodos de obtenção do IG. Nem todos os autores que descreveram sobre o tema
       adotaram a mesma metodologia. Também vale a pena ressaltar que o tipo de
       processamento a que o alimento é submetido deve ser amplamente descrito.

   •   A European Association for the Study of Diabetes (1995) recomenda que a porcentagem
       do valor energético total de carboidratos e de ácidos graxos monoinsaturados cis esteja de
22



         acordo com a tolerância individual do paciente, e, ainda, que os lipídios totais não devem
         ultrapassar 30% da energia. Com relação aos carboidratos, dá preferência aos alimentos
         com baixo IG ou ricos em fibras solúveis.

Na determinação do IG, é importante que todas as condições experimentais sejam consideradas e
que a metodologia adotada seja criteriosamente seguida, a fim de garantir a reprodutibilidade e
aplicabilidade dos resultados (MENEZES e LAJOLO, 2002).

A Austrália é o país mais avançado em termos de conhecimento sobre o IG dos alimentos e sobre
programas educacionais voltados ao consumidor. Autoridades de Saúde Pública da Austrália
planejam criar um programa que ajude os consumidores na seleção dos alimentos. Este programa
envolve a inclusão do IG no rótulo dos alimentos (MENEZES e LAJOLO, 2002).

A FAO/WHO (1998) também reconhece, na seleção de alimentos, a validade da aplicação clínica
do IG em diabéticos e indivíduos com intolerância à glicose.

O Workshop Glycemic index and health: the quality of the evidence, realizado pela FAO e pela
empresa Danone Vitapole (Bandol, França), discutiu a utilização de IG e descobriu que o IG
provê bases fisiológicas para classificar os alimentos de acordo com sua glicemia pós prandial.
Os diferentes IGs dos alimentos apresentam implicações na saúde pública.

Em relação ao controle de peso, prevenção e controle de doenças cardiovasculares, diabetes,
câncer, e função cognitiva, são necessários alguns estudos básicos epidemiológicos (MENEZES e
LAJOLO, 2002).

Reconhece-se que a aplicação clínica do IG tem sido questionada por alguns pesquisadores e
órgãos, sendo necessária à realização de pesquisas conjuntas (MENEZES e LAJOLO, 2002).

Existem muitas controvérsias entre clínicos e pesquisadores que questionam a relevância e a
praticidade do IG. As controvérsias persistem, mas em um ponto os participantes concordam.
Este ponto relaciona-se com a necessidade de realização de estudos prospectivos, clínicos de
longa duração com alimentos de baixo IG e de baixa carga glicêmica (Glycemic Load) para
avaliar seus efeitos na prevenção e tratamento de diversas doenças (MENEZES e LAJOLO,
2002).
23



O conceito de carga glicêmica (CG) foi introduzido em 1997, por pesquisadores da Harvard
University (Salmeron et al., 1997).

                   Segundo Foster-Powell, Holt e Brand –Miller (2002), a CG visa quantificar o efeito
                   glicêmico de uma porção de alimento (produto entre a quantidade de carboidrato glicêmico e
                   o IG do alimento), portanto representa o efeito da qualidade e quantidade de um determinado
                   carboidrato, enquanto o IG representa somente a qualidade do carboidrato.


A ADA alega que o IG é de difícil utilização na prática clinica. Mas, na última década, alguns
nutricionistas australianos incorporaram o uso do IG no planejamento alimentar (MENEZES e
LAJOLO, 2002).

Brand-Miller e Gilbertson (2001) realizaram um estudo com mais de 100 crianças diabéticas tipo
1 e demonstraram o sucesso da incorporação do controle através de IG nos planejamentos
alimentares. Este trabalho mostra os aspectos práticos para a utilização de alimentos de baixo IG
(MENEZES e LAJOLO, 2002).

As dietas de baixo IG são de fácil aplicação prática, pois consiste na substituição de alimentos de
acordo com seu IG, não restringem a variedade alimentar e não aumentam a ingestão de lipídeos
(MENEZES e LAJOLO, 2002).

Deve-se dar mais importância para os alimentos com elevado teor de carboidratos como pães,
arroz e não se preocupar com alimentos de reduzido teor de carboidratos, como a cenoura, por
exemplo, e não se preocupar com pequenas diferenças entre os valores de IG (de 30 ou 40%).
Substituir, na refeição, metade dos carboidratos totais por alimentos de baixo IG resulta na
redução de 15 unidades no IG total da dieta (MENEZES e LAJOLO, 2002).

Para calcular IG em refeições mistas basta ter o valor do IG e o conteúdo de carboidrato dos
alimentos. Esta estimativa por cálculo é mais precisa quando a refeição não é rica em lipídios, o
elevado conteúdo de lipídios tende a reduzir o impacto dos carboidratos nos níveis de glicose
plasmática (MENEZES e LAJOLO, 2002).

                                           Quadro 3
                          Equação para estimativa do Índice Glicêmico


                 IG = IG x Teor CHO disponível na porção do alimento/ 100
24



2.1 OBESIDADE


A obesidade integra o grupo de Doenças e Agravos Não-Transmissíveis (DANTs), traz aos
profissionais desafios para o entendimento de sua determinação, acompanhamento e apoio à
população nas diferentes fases do curso de vida. Ela é um dos fatores de risco mais importantes
para outras doenças não transmissíveis, com destaque especial para as doenças cardiovasculares e
diabetes (Ministério da Saúde, 2006).

Além da pré-diposição genética, o excesso de peso resultante da combinação do baixo consumo
de frutas, legumes e verduras fonte de fibras e substâncias antioxidantes, alto consumo de
gorduras saturadas, de açúcares e de álcool associados a pouca atividade física, podem apresentar
diferentes conseqüências em relação ao desenvolvimento de dislipidemias e doença coronariana
(Ministério da Saúde, 2006).

Os esforços para reduzir a prevalência de obesidade têm enfocado três variáveis em particular,
sendo elas o aumento nos níveis diários de atividade física, a redução na ingestão total de
gorduras e a limitação do consumo de açúcar e carboidratos rapidamente digeridos (SAMPAIO e
cols, 2007).

A obesidade representa um dos principais problemas de saúde mundial. Embora os custos
econômicos da obesidade sejam enormes, não existe atualmente qualquer dieta eficaz para
tratamento deste problema (ALFENAS e PAIVA, 2007).

Do mesmo modo que o DM (DM) tipo II ou a tolerância à glicose diminuída é, hoje, considerado
parte da chamada síndrome metabólica ou de resistência à insulina, que tem ainda os seguintes
componentes: hiperinsulinemia, obesidade central (abdominal), hipertensão arterial, dislipidemia,
microalbuminúria, etc. O quadro de DM se desenvolve em obesos após período de intolerância à
glicose, quando a glicemia se mostra acima dos valores normais, o que conduz, na maioria dos
casos, a um estado de hiperinsulinemia (Ministério da Saúde, 2006).

Assim, mais recentemente, o alvo tem sido o papel do chamado IG dos alimentos sobre a
obesidade e as doenças a ela relacionadas (SAMPAIO e cols, 2007).
25



Tem-se observado que a ingestão de dietas hipocalóricas resultado da ativação dos mecanismos
homeostáticos, conduzem para um aumento da fome e uma diminuição na taxa metabólica basal
(ALFENAS e PAIVA, 2007).

Foi afirmado que dietas que possuem IG elevado têm uma potência de saciedade inferior
comparada a dietas de baixo IG. Portanto, a ingestão de alimentos de baixo IG pode desempenhar
um papel na prevenção e tratamento diabetes e doenças cardiovasculares afetando o risco para
obesidade. Em um estudo de crossover, após um pernoite rápido, indivíduos receberam refeições
testes de alto, médio ou baixo IG tendo composição semelhante em macronutrientes, fibras e
palatabilidade. Cinco horas depois da ingestão de refeições de alto IG, foi verificado alto nível de
fome e consumo de energia (ALFENAS e PAIVA, 2007).

Sugere-se que as respostas hormonais, associadas às dietas com elevado IG, como a
hiperinsulinemia, promovem ganho de peso excessivo, provavelmente, por diminuir os níveis
circulantes de combustíveis metabólicos, por estimular a fome e por favorecer a estocagem de
gordura (SAMPAIO e cols, 2007, ALFENAS e PAIVA, 2007).

Serviços   especializados    em   atendimento     nutricional,   normalmente,    elaboram     dietas
hipoenergéticas para perda de peso, apoiadas no hábito do indivíduo. Assim, caso haja um padrão
de ingestão alimentar de alto IG/CG, existe a possibilidade de o mesmo ser reproduzido na dieta
prescrita (SAMPAIO e cols, 2007).

Nos anos de 2003 e 2004, foi realizado um estudo com 420 indivíduos. Desses, 80 preencheram
os critérios de inclusão: diagnóstico nutricional de obesidade (índice de massa corporal
≥30kg/m2, de acordo com a World Health Organization) e idade igual ou superior a 20
anos.Entre os dados disponíveis nas fichas clínicas dos indivíduos que integraram a amostra,
foram coletados: idade, sexo, índice de massa corporal e recordatório alimentar de ingestão
habitual prévia ao início do acompanhamento nutricional (SAMPAIO e cols, 2007).

Este estudo foi realizado com objetivo de conhecer os alimentos que mais freqüentemente
interferiram no IG das dietas ingeridas, foram listados aqueles consumidos por, pelo menos, 50%
dos indivíduos.
26


                   Segundo SAMPAIO e cols, 2007, Foi baixa a variedade de alimentos consumidos por, pelo
                   menos, 50% dos indivíduos. Do grupo de laticínios, apenas leite de vaca (integral ou
                   desnatado) e queijo foram citados, respectivamente por 65,0% e 73,8% dos entrevistados.
                   Dentre frutas e hortaliças foram referidos: alface (61,3%), cenoura (60,0%), batata inglesa
                   (53,8%), tomate (53,8%), banana (50,0%) e mamão (50,0%). Do grupo de carnes em geral
                   houve citação apenas de frango (86,3%) e de carne bovina (82,5%). Como cereais e
                   leguminosas referência a arroz (88,8%), pão francês (78,8%) e feijão (72,5%). Do grupo dos
                   açúcares houve citação apenas de açúcar refinado (62,5%) e, do grupo de óleos e gorduras,
                   apenas óleo de soja (100,0%). Entre os diversos, foi citado o café (73,8%) e refrigerante
                   (50,0%).


Os resultados mostraram que o desjejum em comparação às demais, foi a refeição do dia com
maiores porcentagens de moderado e alto IG. Dentre os alimentos mais freqüentes, os que mais
contribuíram para a elevação desse IG foram o pão e o açúcar refinado. Os produtos lácteos, por
terem baixo IG, ajudaram a diminuir o IG do desjejum (SAMPAIO e cols, 2007).

Quanto ao lanche da manhã, foi observada maior prevalência de baixo IG, provavelmente devido
às frutas que geralmente, são consumidas nessa refeição (SAMPAIO e cols, 2007).

O almoço foi a refeição mais adequada. A presença de hortaliças (apesar de algumas não serem
consumidas por, ao menos, 50% dos indivíduos) nesta refeição, bem como do feijão, ajudou a
reduzir a contribuição dos alimentos de alto IG, como arroz, batata e refrigerante, para o balanço
de IG no final da refeição (SAMPAIO e cols, 2007).

Os lanches da tarde se mostraram inadequados com IGs altos e moderados, provavelmente
devido ao consumo de café adoçado com açúcar refinado e o consumo de pão branco. Porém o
consumo de frutas e produtos lácteos contribuiu para diminuir o IG (SAMPAIO e cols, 2007).

Já o jantar mostrou-se contrariamente ao almoço, pois muitos indivíduos trocaram a refeição
tradicional por lanches contendo pães e bebidas adoçadas com açúcar refinado (SAMPAIO e
cols, 2007).

A ceia foi a refeição com maior percentual de abstinência, não sendo realizada por mais da
metade dos pacientes (52,5%) (SAMPAIO e cols, 2007).
27



Pode-se afirmar que o IG global das dietas confirma tal inadequação, com apenas pouco mais de
21% dos obesos consumindo dietas de baixo IG e prevalecendo dietas de IG moderado, como
confirmado pela média de índice glicêmico das dietas desta população, que foi 59,23 (SAMPAIO
e cols, 2007).

A carga glicêmica diária, que traduz a quantidade e a qualidade dos carboidratos consumidos,
mostrou-se mais insatisfatória ainda que o índice glicêmico das dietas, pois 91,2% das mesmas
mostraram-se inadequadas (SAMPAIO e cols, 2007).

Em um estudo conduzido por Bouche et al. 2006, homens que foram submetidos a uma dieta de
baixo IG por cinco semanas obtiveram significativa redução do tecido adiposo, em comparação
com aqueles que receberam dieta de alto IG. Essa redução na massa gorda foi acompanhada de
uma redução de leptina, lipase lipoprotéica e lipáse hormônio-sensível (ALFENAS e PAIVA,
2007).

Entretanto, não houve diferença significativa no peso corporal entre as duas dietas, contudo, a
massa magra tendeu a aumentar com a dieta de baixo IG. Vários mecanismos foram propostos
para explicar esse processo: redução de carboidrato e aumento da oxidação lipídica, redução da
lipogênese no tecido adiposo e redução da lipáse lipoprotéica responsável pelo armazenamento
de ácidos graxos no tecido adiposo (ALFENAS e PAIVA, 2007).

Em outro estudo, a ingestão de dieta de baixos ou altos IG por oito dias consecutivos não
obtiveram mudanças significativas no peso corporal, IMC, massa magra ou massa gorda.
Contudo, ingestão de dieta de baixo IG propiciou uma redução de peso, IMC e massa gorda com
diferente de zero (ALFENAS e PAIVA, 2007).

A relativa influência do IG dos alimentos na saciedade e, conseqüentemente, no controle da
obesidade gera muitas controvérsias. Mas alguns pequenos estudos feitos com humanos sugerem
que carboidratos de baixo IG suprimem a fome mais efetivamente que carboidratos de alto IG
(ALFENAS e PAIVA, 2007). Segue abaixo quadro contendo os efeitos da ingestão de dietas de
baixo índice glicêmico sobre a obesidade.
28



                                            Quadro 4
            Efeitos da ingestão de dietas de baixo índice glicêmico sobre a obesidade


1. Menor elevação pós prandial da glicemia; (Jenkins – 990, 1992)
2. Redução da produção diária de insulina; (Bertelsen – 1993 e Jones – 1993)
3. Diminuição da excreção urinária de peptídeo-C; (Jenkins – 1989, 1992)
4. Supressão prolongada de ácidos graxos no plasma; (Jenkins – 1990 e Bertelsen-1993)
5. Redução da produção de catecolaminas; (Jenkins – 1990)
6. Redução do colesterol total e do LDL-colesterol; (Jenkins-1993, Arnold-1993 e Cohn-1964)
7. Redução da síntese hepática de colesterol; (Jones – 1993)
8. Diminuição dos níveis de apolipoproteina B; (Jenkins – 1989)
9. Diminuição dos níveis de ácido úrico; (Jenkins – 1995)
10. Aumento da excreção urinária de ácido úrico; (Jenkins – 1995)



São necessários mais estudos específicos com populações para avaliar o quanto dietas de alto e
baixo IG (contendo alimentos de mesmo volume, energia, densidade, composição de
macronutrientes, fibras e palatabilidade) afeta a energia ingerida, composição corporal, e peso
corporal durante um período de tempo biologicamente significante (ALFENAS e PAIVA, 2007).
29



2.2 DIABETES MELLITUS


O mecanismo pelo qual dietas com alto IG poderiam interferir no controle glicêmico não está
totalmente elucidado. Alimentos com alto IG elevam rapidamente as concentrações plasmáticas
de glicose e de insulina, o que altera os mecanismos de regulação da homeostase da glicose e o
efeito da transição do estado pós-prandial para o estado pós-absortivo (AUGUSTIN et al., e
LUDWIG, 2002)

O consumo de refeições com baixo IG diminui a elevação pós-prandial de hormônios intestinais e
de insulina, e a absorção prolongada dos carboidratos mantém a supressão dos ácidos graxos
livres (AGL) e a resposta contra-regulatória. Com a diminuição na concentração dos AGL e com
o aumento do quociente respiratório, decorrente da insulinização tecidual, a glicose é retirada da
circulação mais rapidamente (JENKINS et al., 2002).

Assim, uma dieta com baixo IG pode, teoricamente, melhorar o manejo do DM, por diminuir a
hiperglicemia pós-prandial precoce e o risco de hipoglicemia no estado pós-absortivo (LUDWIG,
2002).

Em relação ao controle metabólico de indivíduos portadores de DM, estudos têm mostrado uma
melhora do controle glicêmico após o seguimento de dietas com baixo IG. Em 10 desses estudos,
foram observadas menores concentrações de glicose pós-prandial nos indivíduos que seguiram
estas dietas. É esperado que, após uma duração média de 10 semanas, uma redução de 0,4 pontos
percentuais nos níveis de Hemoglobina glicada dos pacientes que seguiram dietas com baixo IG
seja obtida. (BRAND-MILLER et al., 2003)
30




Figura 1. Possíveis mecanismos para a associação de dieta com alto índice glicêmico e risco de
DM.

A hipótese para explicar estes mecanismos se baseia no fato de que o consumo crônico destes
alimentos eleva a glicemia pós-prandial de forma acentuada. Esse efeito pode levar a um estado
de hiperglicemia constante, acarretando aumento da demanda insulínica, aumento permanente da
concentração de hormônios contra regulatórios circulantes, ativação da lípase hormônio sensível
e elevação dos níveis pós-prandiais tardios de ácidos graxos livres circulantes, resultando em
resistência insulínica. Na resistência insulínica, há elevação dos requerimentos de insulina, o que
pode levar à exaustão das células beta pancreática e instauração do diabetes. Desta forma, a
qualidade dos carboidratos consumidos na dieta pode afetar de modo expressivo a resposta
metabólica do organismo (WILLETT e cols, 2002)

Por outro lado, os alimentos de baixo IG são absorvidos mais lentamente que os de alto IG,
resultando em elevações glicêmicas mais lentas, minimizando a elevação insulínica pós-prandial.
Assim, a ingestão de alimentos de baixo IG pode auxiliar na redução da glicemia e insulinemia
em diabéticos do Tipo 1, e do Tipo 2 (GROSS, 2002 e BUYKEN, 2001)
31



As evidências atuais sugerem que dietas com alto teor de fibras, especialmente fibras solúveis,
interferem positivamente na melhora do metabolismo de lipídeos e glicídeos, possibilitando sua
aplicação clínica no tratamento do DM. Os suplementos nutricionais enriquecidos com fibras,
rotineiramente prescritos aos diabéticos, podem configurar um importante coadjuvante à terapia
farmacológica e ter uma maior aceitação terapêutica. As fibras solúveis podem favorecer o
diabético, uma vez que, diminuem o tempo de esvaziamento gástrico e de trânsito intestinal,
retardam a absorção de glicose, com conseqüente queda da glicemia pós-prandial. (HODGE et
al,2004)

A maioria dos estudos clínicos investigou o efeito hipolipemiante de 4 fibras solúveis: fibra da
aveia, psylium, guar e pectina.A composição nutricional da aveia compreende três grupos de
carboidratos. O primeiro grupo é de fácil digestão. O segundo grupo forma o principal
componente do mingau de aveia, a mucilagem de aveia; e a terceira fração é constituída por
carboidratos semelhantes à frutose que não precisam de insulina para sua decomposição e que são
importantes na alimentação dos diabéticos. A adição de b-glucana, presente em grande
quantidade no farelo de aveia, tem demonstrado reduzir o índice glicêmico (IG) dos alimentos
ingeridos e a absorção de colesterol. Recomenda-se que os alimentos com baixo IG substituam,
sempre que possível, os com alto IG, porque podem ser úteis no controle da glicemia e dos níveis
de lipídeos plasmáticos, independentemente do seu conteúdo em fibras. (HODGE et al,2004)

Embora os alimentos com alto teor de fibras tenham, frequentemente baixo índice glicêmico, o
conteúdo de fibras não é o único fator que contribui para o retardo da digestão dos carboidratos.
Desse modo, existe discrepância entre o conteúdo de fibras e o IG de alguns alimentos, que não
são particularmente ricos em fibras, mas possuem baixo índice glicêmico como: aveia, trigo
integral, arroz parboilizado e integral, feijões, maça, laranja, leite, etc. No tratamento
dietoterápico do diabético, tem-se como prática a utilização de alimentos com baixo IG, com o
objetivo do retardo no aparecimento de complicações como as microangiopatias. A eficiência no
controle glicêmico com o aumento do consumo de fibras solúveis é demonstrada em diversos
estudos. (HODGE et al,2004)

Diferentes estudos têm verificado a associação entre o conteúdo de fibras da dieta e a incidência
de diabetes do tipo. O estudo prospectivo Melbourne Collaborative Cohort study, envolvendo
31.641 indivíduos não diabéticos, entre 40 e 69 anos, investigou esta associação. O consumo
32



alimentar foi utilizado questionário de freqüência, sendo avaliado o consumo de fibras, o IG e a
CG dos alimentos ingeridos. Ao final de quatro anos, 365 casos de diabetes foram identificados e
os dados referentes ao consumo alimentar, IG e CG foram classificados em quintis. Desta forma,
o consumo de dietas de alto IG foi positivamente associado ao aumento do risco para
desenvolvimento de diabetes do Tipo 2. Tal risco foi menor para o total de carboidrato
consumido, não sendo observada associação entre o consumo de fibras e o diabetes. Além disso,
sugere-se que para que as fibras sejam capazes de favorecer o controle glicêmico, em diabéticos
do Tipo 2, é necessário o consumo acima de 50 g/dia e que a palatabilidade e os efeitos
gastrintestinais desta quantidade podem não ser bem toleradas por todos (HODGE et al,2004 e
CAVALCANTE et al,2004)

Muitos estudos discutem os efeitos do IG dos alimentos no controle glicêmico de diabéticos do
Tipo 2. No entanto, no diabetes do Tipo 1, o aconselhamento dietético adequado também
representa um importante componente do tratamento, por evitar dosagens excessivas de insulina
pré-prandial, com episódios de hipoglicemia, e por favorecer o controle glicêmico a longo prazo.
Neste contexto, poucos estudos relacionam o IG no controle glicêmico de pacientes diabéticos do
Tipo 1(GIACCO et al, 2000)

Para verificar a efetividade do consumo de fibras no controle glicêmico, 63 diabéticos do Tipo 1,
com idade média de 28 ± 9 anos, participaram de um estudo clínico randomizado .Nas primeiras
quatro semanas do estudo, os voluntários consumiram o padrão de dieta que estavam habituados.
Nas 24 semanas seguintes, os mesmos foram aleatoriamente divididos em dois grupos, um
consumindo dieta com alto teor de fibras (50 g/dia, n = 32) e outro com baixo teor de fibras (15
g/dia, n = 31). Os participantes foram instruídos a monitorar suas glicemias e a preencher
diariamente seu recordatório alimentar. Ao final do período teste, as medidas da hemoglobina
glicada e da glicose plasmática de jejum foram significantemente reduzidas no grupo que
consumiu dieta com alto teor de fibras, em relação ao grupo consumindo baixo teor. No entanto,
a dieta com alto conteúdo de fibras continha em média 39,1 ± 8,8 g/dia. Tal dieta contém teor de
fibras elevado que ultrapassa o valor de ingestão adequada (AI – Adequate Intake) para fibra,
estimado em 38 g/dia para homens e 25 g/dia para mulheres. Além disso, os autores não
apresentaram o conteúdo de fibras solúveis das dietas testadas, o que poderia interferir nos
resultados. Alguns participantes deste grupo (44%) relataram desconfortos gastrintestinais, que
33



certamente foram causados pela grande quantidade de fibras consumida (INSTITUTE OF
MEDICINE, 2002)

O EURODIAB (Estudo Europeu Prospectivo de Complicações do Diabetes), realizado com
pacientes com DM tipo I, com idade média de 32,9 ± 10,2 anos, com registro alimentar de três
dias, examinado a fim de relacionar o IG da dieta e o controle glicêmico desses pacientes. A
análise dos dados coletados indicou que a hemoglobina glicada aumentou significantemente, com
o aumento do IG da dieta. Apesar da associação positiva observada, os autores do estudo não
deixam clara a maneira como foi calculado o IG dos alimentos, o que pode ter influenciado na
classificação dos alimentos como de alto ou baixo IG, dificultando assim a comparação desse
estudo com outros já publicados (BUYKEN et al., 2001).

Considerando em longo prazo, que um pobre controle glicêmico aumenta a incidência de
complicações macrovasculares nos portadores de DM, observa-se, conforme resultados dos
diversos estudos, que dietas com baixo IG poderiam de fato beneficiar o controle glicêmico e
provavelmente reduzir o risco de complicações do DM. Cabe salientar, também, que a melhora
no controle glicêmico, observada com dietas de baixo IG, pode ser comparada àquela resultante
do uso da insulina lispro e da terapia com arcabose (HELLER et al. e HOLMAN et al., 1999).

Em relação ao efeito dessas dietas sobre o metabolismo dos lipídios em pacientes com DM, os
resultados não são consistentes. Uma melhora nos níveis de colesterol total e de LDL - colesterol
foi observada em alguns estudos, porém em outros não (SILVA e MELLO, 2006).
34



3 CONSIDERAÇÕES FINAIS


De acordo com as evidências estudadas e apresentadas através dessa revisão, foi possível
entender que o uso de dietas de baixo IG, juntamente com uma diminuição de alimentos de alto
IG, contribui para o controle da obesidade, apesar de a situação ponderal não estar associada ao
IG ou à CG, mas sim, à influência progressiva desses dois fatores sobre o ganho de peso. Foi
possível constatar que as dietas de alto IG influenciam o ganho de peso, a partir do momento que
em estas promovem saciedade em curto prazo e, ainda, fazem com que o indivíduo se alimente
mais vezes para saciar a sua fome. Geralmente, nos hábitos alimentares deste indivíduo, estão
incluídos, em sua maioria, alimentos de alto IG que, quando consumidos repetidamente, são
responsáveis pelo ganho de peso.

Foi observado que os alimentos de alto IG reduzem a produção de glicose hepática e suprimem a
lipólise, pois tendem a acelerar o metabolismo muscular e hepático e promover a
hiperinsulinemia e a hipoglucagonemia.

Já a aplicação do IG para o controle do DM ainda é controversa. Foi possível concluir que há
melhora no controle glicêmico e auxilio na prevenção do risco de morte por doenças
cardiovasculares, quando dietas de baixo IG são consumidas, pois o IG é determinante do
controle glicêmico pós-prandial. IG e CG são utilizados como indicadores qualitativos e
quantitativos dos carboidratos que afetam a glicemia, porém, por não haver comprovação da
eficácia isolada de ambos, vê-se necessária a junção destes com outras estratégias dietéticas para
um melhor acompanhamento dietoterápico do indivíduo portador do DM.

Todavia, ainda são necessários estudos pertinentes e mais fidedignos sobre ambos os assuntos
para melhor embasar e sustentar tais hipóteses.

O consumo de frutas e vegetais, a escolha por produtos integrais e menos processados, bem como
o consumo limitado de batatas e arroz branco, são medidas que contribuem para reduzir o IG da
dieta. A inclusão de leguminosas na alimentação diária também é uma opção.

Apesar de a maioria das frutas apresentarem IG baixo, deve-se ter maior controle da quantidade
de frutas como manga, mamão e abacaxi, as frutas tropicais, pois essas frutas apresentam alto IG.
35



Preferir produtos de padaria como pães de centeio, cevada ou aveia ao invés de pães de farinha
branca processada, e utilizar habitualmente a adaptação da Tabela Internacional de IG, irá
promover resultados positivos na redução do IG da dieta, pois esta tabela é de capital importância
na elaboração de dietas para aumentar a eficácia da estratégia preventiva na obesidade e no
diabetes mellitus.

Visto que a ingestão de alimentos com baixo IG agrega benefícios ao comensal, a exclusão dos
alimentos de IG elevado não é totalmente necessária, pois o consumo de uma refeição
contemplando altos e baixos IGs tornam o IG final da refeição intermediário.

A escolha alimentar não deve ser baseada somente em um componente isolado do alimento. É
necessário considerar o conteúdo nutricional total de um alimento e o que ele representa dentro
da composição geral da alimentação, sempre levando em consideração as regras básicas da boa
nutrição como porcionamento e fracionamento das refeições para garantir uma adequação
alimentar que auxilie nos controles metabólicos e na melhora da qualidade de vida.
36



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


  1. ALFENAS RCG, PAIVA E. Effect of glycemic index os satiety and body weight. Rev.
     Nutr., Campinas, 20(2): 197-202, mar./abr., 2007.

  2. Augustin LS, Franceschi S, Jenkins DJ, Kendall CW, La Vecchia C. Glycemic index in chronic disease: a
      review. Eur J Clin Nutr. 2002; 56(11): 1049-71.

  3. BELL SJ, SEARS B. Low-glycemic load diets: impact on obesity and chronic
     diseases. Crit Rev Food SciNutr. 2003; 43(4):357-77.

  4. BOUCHÉ C, RIZKALLA SW, JING L, VIDAL H, VERONESE A, PACHER N, et al.
     Five-week, low-glycemic index diet decreases total fat mass and improves plasma
     lipid profile in moderately overweight nondiabetic men. Diabetes Care 2002; 25:822-
     8.

  5. BUYKEN AE, TOELLER M, HEITKAMP G, KARAMANOS B, ROTTIERS R,
     MUGGEO M, et al. Glycemic index in the diet of European outpatients with type 1
     diabetes: relations to glycated hemoglobin and serum lipids. Am J Clin Nutr
     2001;73(3):574-81.

  6. BRAND-MILLER JC, HOLT SH, PAWLAK DB, MCMILLAN J. Glycemic index and
     obesity. Am J Clin Nutr 2002;76(BELL e SEARS, 2003):281S-5S.

  7. CAVALCANTE AAM, PRIORE SE, FRANCESCHINI SCC. Food consumption
     studies: general methodological aspects and its use in the evaluation of children and
     adolescents aged. Rev Bras Saúde Mater Infant 2004;4(3):229-40.

  8. CHAMPE, Pamela C.; HARVEY, Richard A.; FERRIER, DENISE R. Bioquímica
     ilustrada. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2002. 446 p. ISBN 85-7307-098-6.

  9. FABRINI, Sabrina Pinheiro; ALFENAS, R. C. G.. Impacto do índice glicêmico no
     controle glicêmico em diabetes mellitus. Revista Brasileira de Nutrição Clínica, v. 23, p.
     135-140, 2008

  10. Food and Agriculture Organization. Carbohydrates in human nutrition: report of a
      joint FAO/WHO expert consultation. Rome; 1997.

  11. GIACCO R, PARILLO M, RIVELLESE A A, LASORELLA G, GIACCO A,
      D’EPISCOPO L, et al. Long-term dietary treatment with increased amounts of fiber-
      rich low-glycemic index natural foods improves blood glucose control and reduces
      the number of hypoglycemic events in type 1 diabetic patients. Diabetes Care
      2000;23(10):1461-6.

  12. GROSS JL, Silveiro SP, CAMARGO JL, REICHELT AJ, AZEVEDO MJ. DM:
      diagnóstico, classificação e avaliação do controle glicêmico. Arq Bras
      Endocrinol Metab 2002;46(1):16-25.
37



13. GUTTIERRES, Ana P.M. and ALFENAS, Rita de Cássia G. Efeitos do índice glicêmico
    no balanço energético. Arq Bras Endocrinol Metab, Apr. 2007, vol.51, no. 3, p.382-388.
    ISSN 0004-2730.

14. HELLER SR, AMIEL AS, MANSELL P. Effect of the fastacting insulin analog lispro
    on the risk of nocturnal hypoglycemia during intensified insulin therapy. U.K. Lispro
    Study Group. Diabetes Care. 1999;22(10):1607-11.

15. HODGE AM, ENGLISH DR, O’DEA K, GILES GG. Glycemic index and dietary fiber
    and the risk of type 2 diabetes. Diabetes Care 2004;27(11):2701-6.

16. HOLMAN RR, CULL CA, TURNER RC. A randomized double-blind trial of acarbose in type 2
    diabetes shows improved glycemic control over 3 years (UKPDS 44). Diabetes Care.
    1999;22(6):960-4.

17. INSTITUTE OF MEDICINE, Food and Nutrition Board. Dietary reference intakes for
    energy, carbohydrates, fiber, fat, protein and amino acids (macronutrients).
    Washington, DC: National Academy Press; 2002.

18. JENKINS DJ, Kendall CW, AUGUSTIN LS, FRANCESCHI S, Hamidi M, Marchie A, et
    al. Glycemic index: overview of implications in health and disease. Am J Clin Nutr
    2002;76(BELL e SEARS, 2003):266S-73S.

19. LUDWIG DS. Dietary Glycemic index and obesity. J Nutr 2000;130 (suppl. 2):280-3.

20. LUDWIG DS. The glycemic index: physiological mechanisms relating to obesity,
    diabetes, and cardiovascular disease. JAMA 2002; 287:2414-23.

21. MARZZOCO, Anita; TORRES, Bayardo B.. Bioquímica Básica. 2 ed. Rio de Janeiro:
    Guanabara Koogan, 1999. 360p. ISBN: 85-277-0462-5.

22. MENEZES, Elizabete Wenzel de, LAJOLO, Franco. Índice glicêmico: critério de
    seleção de alimentos. In: SEMINÁRIO ÍNDICE GLICÉMICO EN SALUD Y
    ALIMENTACIÓN HUMANA, 2002, Inciensa.

23. Pawlak DB, Bryson JM, Denyer GS, Brand-Miller JC. High glycemic index starch
    romotes hypersecretion of insulin and higher body fat in rats without affecting
    insulin sensitivity.J Nutr 2001;131:99-104.

24. PIMAZONI Netto, A. et al. Proposta Básica para a Assistência ao Paciente Diabético
    no Município - Sociedade Brasileira de Diabetes e Sociedade Brasileira de
    Endocrinologia e Metabologia, Rio de Janeiro: Edição 1999.

25. POWELL, KF. HOLT, SHA. MILLER, JCB. International table of glycemic index and
   glycemic load values: 2002. Am J Clin Nutr, 76: 5-56, 2002.
38



26. REID, M, HETHERINGTON, M. Relative effects of carbohydrates and protein on
    satiety – Review of Methodology. Neurosci Biobehav Rev 1997;21(3):295-308.

27. RODRIGUES MDB, HALPERN ZSC. Índice Glicêmico [on line]. Revista ABESO
   (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade. Ano V - Nº 18 - Fev/2004.
   Disponível em URL:http://www.abeso.org.br/revista/revista18/indice_glicemico.htm [28
   Out 2008 ].
28. SAMPAIO, Helena Alves de Carvalho, SILVA, Bruna Yhang da Costa, SABRY, Maria
   Olganê Dantas et al. Índice glicêmico e carga glicêmica de dietas consumidas por
   indivíduos obesos. Rev. Nutr., nov./dez. 2007, vol.20, no. 6, p.615-624. ISSN 1415-5273.

29. SARIS WHM. Glycemic carbohydrate and body weight regulation. Nutr Rev. 2003;
    61(FAO,1997):10-6.

30. SCHULZE MB, Liu S, RIMM EB, MANSON JE, WILLETT WC, HU FB. Glycemic
    index, glycemic load, and dietary fiber intake and incidence of type 2 diabetes in
    younger and middle-aged women. Am J Clin Nutr 2004;80:348-56.

31. SHEARD NF, CLARK NG, BRAND-MILLER JC, et al. Dietary carbohydrate
    (amount and type) in the prevention and management of diabetes: a statement by
    the american diabetes association. Diabetes Care. 2004;27(9):2266-71.

32. SILVA FM, MELLO VDF. Índice glicêmico e carga glicêmica no manejo do DM.
    Revista HCPA 2006, 26 (2): 73-81.

33. TAPOLA N, KARVONEN H, NISKANEN L, MIKOLA M, SARKKINEN E. Glycemic
    responses of oat bran products in type 2 diabetic patients. Nutr Metab Cardiovasc Dis.
    2005;15(4):255-61.

34. WILLETT W, MANSON J, LIU S. Glycemic index, glycemic load, and risk of type 2
    diabetes. Am J Clin Nutr 2002;76(suppl):274S-80.

35. WOLEVER TMS, KATZMAN-RELLE L, JENKINS AL, VUKSAN V, JOSSE RG,
    JENKINS DJA. Glycaemic index of 102 complex carbohydrate foods in patients with
    diabetes. Nutr Res. 1994;14:651-69.
39



APÊNDICE A




TABELA DE ÍNDICE
   GLICÊMICO


      INTERNATIONAL TABLE OF GLYCEMIC
    INDEX AND GLYCEMIC LOAD VALUES: 2002
                         Kaye Foster-Powell, Susanna HA Holt, and Janette C Brand-Miller.

             Adaptada e traduzida por Leandro Martinho Tarabal e Natália Soares Figueiredo.
40


Bolos e Muffins


                                    Índice Glicêmico
                                                               Carga Glicêmica   Tamanho
        Alimentos                 em Relação a glicose =
                                                                 por porção      da porção
                                           100
Produtos de Padaria               a                        a                     a
Bolos                             a                        a                     a
Bolo de Banana feito com açúcar           58,75                     22,5             100
Bolo de banana feito sem açúcar           68,75                      20              100
Bolo de chocolate                         34,23                    18,01             100
Pão de Ló Plano                           73,01                    26,98             100
Bolo de Baunilha                          37,83                    26,62             100
Croissant                                117,54                    29,82             100
Folhado                                  103,50                    26,31             100
Broinha Simples                            368                       32              100
Panquecas tipo Waffle                    217,14                    45,71             100
Muffins                           a                        a                     a
Maçã feito com açúcar                     73,33                    21,66             100
Maçã feito sem açúcar                      80                        15              100
Maçã, aveia                                108                       28              100
Coco e mel                                 120                       32              100
Banana, aveia e mel                        130                       34              100
Cenoura                                  108,77                    35,08             100
Chocolate                                  106                       30              100
Panqueca                                  83,75                    48,75             80
41




Bebidas


                                       Índice Glicêmico em          Carga Glicêmica       Tamanho da
           Alimento
                                      Relação à glicose = 100         por porção            Porção
Bebidas                           a                             a                     a
Coca-Cola                         a                             a                     a
Coca-Cola                                       53                        14                250 ml
Fanta                                           68                        23                250 ml
Bebida de soja e banana                         30                        7                 250 ml
Bebida de soja e chocolate                      34                        8                 250 ml
Sucos                             a                             a                     a
Suco de Maçã                                    44                        13                250 ml
Suco de cenoura                                 43                        10                250 ml
Suco de Laranja                                 50                        13                250 ml
Suco de abacaxi sem açúcar                      46                        16                250 ml
Yakult, leite fermentado com
Lactobacilus casei                              46                        6                 65 ml

Bebidas para Esportes             a                             a                     a
Gatorade                                        78                        12                250 ml
Sports Plus                                     74                        13                250 ml
Sustagen                                        43                        21                250 ml
Bebidas feitas à base de
                                  a                             a                     a
energéticos
Build-Up baunilha com fibras                    41                        14                250 ml
Chocolate quente feito com água
quente                                          51                        11                250 ml

Leite de vaca                                   45                        12                250 ml
Quick chocolate                                 41                        5                 250 ml
Quick morango dissolvido em
água                                            64                        5                 250 ml

Quick morango dissolvido em
1,5% de leite                                   35                        4                 250 ml
42


Pães


                                                                             Carga
                                                Índice Glicêmico em                    Tamanho
               Alimento                                                  Glicêmica por
                                               Relação à Glicose = 100                 da Porção
                                                                            porção
Pães                                       a                             a            a
Baguete                                                316,66                 50          100
Pão de Leite                                            315                  33,33        100
Pães feitos à base de cevada               a                             a            a
100% farinha de cevada                                 223,33                 30          100
Pão de trigo-sarraceno                     a                             a            a
Pão de trigo- com 50% de Trigo branco                  156,66                33,33        100
Pão de Frutas                              a                             a            a
Pão doce de frutas                                     146,66                 20          100
Pão de hambúrguer                                      203,33                 30          100
Pães sem Glúten                            a                             a            a
Pão sem glúten com grãos                               263,33                33,33        100
Pão branco sem glúten                                  236,66                36,66        100
Pão sem glúten com fibras                                230                  30          100
Pão de Aveia                               a                             a            a
Pão com semente de aveia                               216,66                 40          100
Pão de farelo de aveia                     a                             a            a
Pão de aveia com 50% de sabor                          166,66                 30          100
Pão de Centeio                             a                             a            a
Pão de semente de centeio                              193,33                26,66        100
Pães de centeio especiais                  a                             a            a
Pão preto de centeio                                   253,33                33,33        100
Pão de centeio light                                   226,66                33,33        100
Pão de Trigo                               a                             a            a
Pão com semente de trigo                               173,33                33,33        100
Pão branco de trigo                                    236,66                 --          100
Pão branco com fibras solúveis             a                             a            a
Pão branco + 15 mg de fibra psyllium                   136,66                23,33        100
Pão branco enriquecido com fibras          a                             a            a
Pão branco com alta quantidade de fibras                 67                   96      a
Pão branco enriquecido com amido           a                             a            a
Fibra branca                                           256,66                36,66        100
Pão com sabor trigo                                    173,33                 20          100
Pães especiais de trigo                    a                             a            a
Pão com grãos de trigo                                 113,33                 --          100
43


Cereais I


                                        Índice Glicêmico           Carga
                                                                              Tamanho
             Alimento                    em Relação à            Glicêmica
                                                                              da Porção
                                          Glicose = 100          por porção
Cereais do café da manhã          a                          a                a
All Bran (Kellogg’s)                          100                  13,33           100
All Bran Aveia e frutas                       130                  23,33           100
All Bran fibras e soja                        110                  13,33           100
Mingau de Cevada                             256,66                66,66           100
Farelo de aveia                               500                    20            100
Mingau                                        42                     9            250 ml
Mingau tradicional de aveia                   51                    11            250 ml
Mingau Instantâneo                a                          a                a
Aveia (Quacker)                               66                    17            250 ml
Barras de Cereal Matinal          a                          a                a
Kellogg's                                     240                  56,66           100
Cereal e Milho                    a                          a                a
Milho                                        39,33                 11,33           100
Trigo                                         36                   10,66           100
Mingau de milho                               109                    --           250 ml
Espiga de Milho                   a                          a                a
Espiga de milho fervida com sal
por dois minutos                              32                   9,33            100

Centeio, grãos integrais                      68                    26             100

Cereais II


                                        Índice Glicêmico           Carga      Tamanho
            Alimento                  em Relação à Glicose       Glicêmica       da
                                             = 100               por porção    Porção
Arroz branco                      a                          a                a
Risoto                                        46                     24            100
Arroz branco fervido                          46                     20            100
Arroz branco fervido com sal e
congelado de 16 a 20 horas                   35,33                 13,33           100

Arroz branco fervido por 13
minutos e depois cozido por dez              69,33                 20,66           100
minutos
Arroz parboilizado                            48                   17,33           100
Trigo                             a                          a                a
44



Semente de trigo cozida                         60                       22             100
Semolina                             a                            a                a
Semolina assada                                36,66                      --            100
Biscoitos                            a                            a                a
Cream Cracker                                   260                      44             100
Biscoito de água e sal                          284                      52             100



Produtos lácteos e alternativas


                                                                        Carga      Tamanho
                                         Índice Glicêmico
     Alimentos                                                        Glicêmica       da
                                     em Relação à Glicose = 100
                                                                      por porção    Porção
Produtos lácteos e alternativas      a                            a                a
Cremes                               a                            a                a
Creme feito em casa com leite e
açúcar                                          43                       61             100

Sorvete                                         122                      16             100
Sorvete metade baunilha, metade
                                                114                       --            100
chocolate
Sorvete sabor chocolate                         136                      16             100
Sorvetes com baixa taxa de
                                     a                            a                a
gordura
Baunilha                                        100                       6             100
Leite                                           11                       15        a
Leite de vaca fresco                            31                        3            250 ml
Leite de vaca fermentado                        11                        3            250 ml
Leite condensado                                122                      34             100
Leite sem gordura com chocolate e
adoçante                                        24                        3            250 ml

Leite sem gordura com açúcar                    34                       49             250
Mousse preparado com água            a                            a                a
Chocolate 2% de gordura                         62                        6             100
Manga 1,8% de gordura                           66                        8             100
Morango 2,3% de gordura                         64                        6             100
Pudim                                a                            a                a
Pudim de chocolate feito com leite              47                        7             100
Pudim de baunilha feito com leite               40                        6             100
Iogurte                              a                            a                a
Iogurte de frutas com baixas
calorias                                         7                        1             100
45



Iogurte de frutas com açúcar            16,5        5           100
Iogurte de morango com baixas
calorias                                15,5        4,5         100

Iogurte desnatado de manga              11,5        1,5         100
Iogurte desnatado de morango            11,5        1,5         100
Dieta diária de produtos
                                    a          a           a
alternativos com base na soja
Leite de soja 0 mg Ca                   44          8          250 ml
Leite de soja 120 mg Ca                 36          6          250 ml
Bebida de soja com banana               30          7          250 ml
Bebida de soja com chocolate            34          8          250 ml
Iogurte de soja, pêssego e manga,                              250 ml
2% de gordura, açúcar                   62,5       16,25
46


Frutas/Legumes/Vegetais


                                    Índice Glicêmico       Carga      Tamanho
           Alimento               em Relação à Glicose   Glicêmica       da
                                         = 100           por porção    Porção
Maçã                                     33,3              47,57        100
Maçã, seca (Austrália)                  17,4 ± 5            0,6         100
Suco de maçã sem açúcar                   16                4,8         100
Damasco                                   47,5              4,2         100
Damascos secos (Austrália)               50 ± 7             13,3        100
Xarope de damasco                        53,3               75,8        100
Banana madura amarela                     42,5              10,8        100
Banana levemente não                                        9,17
                                           35                           100
amadurecida
Banana muito madura                        40                10         100
Cerejas cruas                             18,3              2,5         100
Fruta-do-conde crua                      45 ± 2             8,3         100
Tâmaras secas                           217 ± 21             70         100
Pão de frutas                            56,6                97         100
Uva                                        41               7,5         100
Suco de uva sem açúcar                    48                 69        250 ml
Laranjas, não especificadas
                                          42,5               5          100
(Canadá)
Suco de laranja concentrado sem                             76
açúcar                                    53                           250 ml

Pêssego                                   23,3              3,3         100
Pêssego enlatado em calda                 43,3              7,5         100
Pêra                                      27,5              3,3         100
Abacaxi                                  55 ± 7              5          100
Suco de abacaxi sem açúcar                18,4               6          100
Ameixa                                    20                2,5         100
Ameixas secas, descaroçadas             48,3 ± 4            16,7        100
Uvas passa                              107± 11              47         100
Melão                                    54 ± 9             3,3         100
Morangos frescos                        33,3 ± 7            0,83        100
Geléia de morango                       170 ± 10            33,3        100
Barras de frutas processadas –
                                        300 ± 12             77         100
morango
Suco de tomate sem açúcar               15,2 ± 4            1,6         100
Melancia                                60 ± 13             3,3         100
47



Infasoy TM, à base de soja, sem
                                      55 ± 6       4     100 mL
leite
Karicare TM comida de iniciação       35 ± 5       2     100 mL
Nan-1 TM comida para bebês, com
                                      30 ± 6       2     100 mL
ferro
S-26 TM comida para bebês             36 ± 6       3     100 mL
Cereal de maçã, damasco e banana      75 ± 8      9,3     100
Mingau cremoso                        79 ± 8       7      100
Pudim de arroz                        79 ± 6       8      100
Frango e talharim com vegetais,
                                     56 ± 11      4,2     100
coado
Milho verde e arroz                  54,2 ± 13    8,3     100
Vegetais
Abóbora                               93,7       133,7    100
Milho doce com mel                    46,25      66,25    100
Vegetais com raízes
Beterraba                               80       113,7    100
Mandioca cozida                         46        12      100
Nabos                                 121,25      15      100
Cenoura                                 20       28,75    100
Batatas
Batatas fritas no microondas            50       71,3     100
Batata cozida em água fervente         67,3      11,3     100
Batatas fritas                          50       14,6     100
Batata doce                           29,3        42      100
Bolinho de batata                      34,6       16      100
Tapioca
Tapioca fervida com leite             32,4        46      100
Legumes e nozes
Feijões secos, tipo não
                                        24        7,3     100
especificado
Feijões-fava                         18,7 ± 7     3,3     100
Feijões-brancos, secos, cozidos em
                                        20         6      100
água fervente
Feijões comuns (EUA) 5                 15,3        4      100
Feijão preto de molho durante a
                                       13,3       3,3     100
noite, cozidos por 45 min
Lentilhas, tipo não especificado       19,3       3,3     100
Ervilha verde fervida                   15        1,3     100
Soja, seca, cozida em água
                                      10 ± 5      0,6     100
fervente
48


Alimentos para recém-nascidos e produtos de suporte nutricional


                                     Índice Glicêmico         Carga      Tamanho
           Alimento                em Relação à Glicose     Glicêmica       da
                                          = 100             por porção    Porção
Infasoy TM, à base de soja, sem
                                          55 ± 6                   4      100 mL
leite
Karicare TM comida de iniciação           35 ± 5                   2      100 mL
Nan-1 TM comida para bebês, com
                                          30 ± 6                   2      100 mL
ferro
S-26 TM comida para bebês                 36 ± 6                   3      100 mL
Cereal de maçã                            75 ± 8                  9,3      100
Mingau cremoso                            79 ± 8                   7       100
Pudim de arroz                            79 ± 6                   8       100
Frango e talharim com vegetais,
                                          56 ± 11                 4,2      100
coado
Milho verde e arroz                      54,2 ± 13                8,3      100
Produtos de Suporte Nutricional
Baunilha                                  10 ± 4                  2,5     100mL
Enercal Plus                             27 ± 13                  10,1    100mL
Ensure                                   21,1 ± 8                  8      100mL
Ensure baunilha                          19,2 ± 3                 6,4     100mL
Barra Ensure TM, brownie de
                                         113,2 ± 3                 21      100
calda de chocolate
Resource Diabetic TM, baunilha                                            100mL
                                         14,3 ± 3                 3,4
francesa
Resource Diabetic TM, chocolate                                           100mL
                                           7±4                     3
suíço
Suco de laranja engrossado                                                100mL
Resource TM, com consistência de          20 ± 9                  7,5
mel
Suco de laranja engrossado                                                100mL
Resource TM, com consistência de         22,7 ± 7                  8
néctar
Bebida de fruta Resource TM,                                              100mL
                                         16,8 ± 8                 6,7
sabor pêssego
Sustagen de chocolate                    12,4 ± 4                 5,2     100mL
Sustagen com fibras extras               13,2 ± 4                  6      100mL
Ultracal TM com fibra                       17                    5,1     100 mL
Pudim de sustagen de baunilha            10,8 ± 3                 5,2      100
49


Massas/Açúcares/Outros


                                        Índice Glicêmico       Carga      Tamanho
           Alimento                   em Relação à Glicose   Glicêmica       da
                                             = 100           por porção    Porção
Massa e macarrão
Macarrão cabelo de anjo                        25               11,1        100
Pasta de milho sem glúten                   4,4 ± 10            17,8        100
Fettucine, ovo                              17,8 ± 4             8,3        100
Macarrão instantâneo                        25,5 ± 5           25,5 ± 5     100
Linguine grosso                               23,8              11,6        100
Ravióli, farinha de trigo, recheado                                         100
                                            21,6 ± 1             8,3
de carne, cozido em água fervente
Talharim de arroz, fresco                   22,2 ± 4             8,3        100
Espaguete com proteínas fervido
                                               15                7,7        100
por 7 minutos
Espaguete branco fervido por 5                                              100
                                              17,8               8,3
minutos
Pizzas
Queijo                                         60                86         100
Queijo Parmesão e tomates                      80               114         100
Pão branco com toppings
Pão branco com manteiga, queijo e                                           100
leite de vaca                                27,5               37,5

Pão branco com manteiga                        59                84         100
Lanches e Doces
Burger Rings TM, sabor churrasco            180 ± 16             56         100
Chocolate ao leite simples com               68 ± 5              14         100
sacarose
Chocolate ao leite simples, baixo            70 ± 16             16         100
teor de açúcar com maltitol
Chocolate branco Milky Bar                   88 ± 6              26         100
Salgadinhos de milho, simples,               84 ± 4              22         100
temperados com sal
Barra de fruta recheada de                   100 ± 8             34         100
damasco
Life Savers ® , bala de hortelã             233,3 ± 6            70         100
M & M's ® , amendoim                         110 ± 3             20         100
Nutella ® , pasta de chocolate e             165 ± 4             20         100
avelã
Castanhas de caju, salgadas                  44 ± 5               6         100
Amendoins                                    26 ± 6               2         100
50



Pipocas
Pipoca, simples, cozida em             275 ± 7        30    100
microondas
Batatas chips, simples, temperadas      114           20    100
com sal
Lanche, Apple Cinnamon – maçã e        80 ± 8         24    100
canela
Açúcar
Glicose porção 50 g (dextrose)           85
Glicose porção 25 g com aveia            92
Glicose consumida com Ginseng           780           80    100
46 g de glicose + 15 g de extratos                          100
                                       790 ± 3        60
de fibra de maçã e laranja
50 g de glicose + 14,5 g de goma                            100
                                        620           60
guar
50 g de glicose + 14,5 g de goma                            100
                                        570           60
de aveia
100 g de glicose + 20 g de goma                             100
                                        850           90
arábica
Glicose consumida com
refeições
Com bife grelhado, queijo e
manteiga                                 55

Mel                                     128           28    100
50 g de maltose                       1050 ± 12       110   100
100 g de sacarose                        65
Lactose                                  86                 100
        Produtos com menor índice de carboidratos
Chocolate sem açúcar                             14   20    100
Barras de proteína                               30   43    100
Mini bolo de morango                             43   61    100
Mousse de chocolate branco                       40   57    100
Cappucino                                        47   67    100
Sopas                                                       100
Feijão preto                                     64   92    100
Ervilha verde                                    66   94    100
Lentilhas                                        44   63    100
Refeições mistas                                            100
Nuggets de frango                                46   66    100
Peixe                                            38   54    100
Tortas e bifes                                   45   64    100
51



Sushi, salmão                                  48   69          100
Sushi com algas, vinagre e arroz               55   79          100
         Alimentos tradicionais da América do Sul               100
Bolo de milho                                  72   102         100
Feijão Preto                                   30   43          100
Tortilha de milho                              52   74          100
Tortilha de milho com purê de batata, tomate   78   111         100
Tortilha de trigo                              30   43    100

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Relatório estética
Relatório estéticaRelatório estética
Relatório estética
dianadiascosta
 
Dimensionamento de aterros sanitários em valas
Dimensionamento de aterros sanitários em valasDimensionamento de aterros sanitários em valas
Dimensionamento de aterros sanitários em valas
Jupira Silva
 
Orientações pedagógicas módulo 1 língua portuguesa 8º ano
Orientações pedagógicas módulo 1 língua portuguesa  8º anoOrientações pedagógicas módulo 1 língua portuguesa  8º ano
Orientações pedagógicas módulo 1 língua portuguesa 8º ano
con_seguir
 
O LEGADO DE PITÁGORAS OS TRIÂNGULOS DE SAMOS
O LEGADO DE PITÁGORAS OS TRIÂNGULOS DE SAMOSO LEGADO DE PITÁGORAS OS TRIÂNGULOS DE SAMOS
O LEGADO DE PITÁGORAS OS TRIÂNGULOS DE SAMOS
EASYMATICA
 
Salvados com Triângulo de evacuação
Salvados com Triângulo de evacuaçãoSalvados com Triângulo de evacuação
Salvados com Triângulo de evacuação
Fireshaker
 

Mais procurados (20)

Relatório estética
Relatório estéticaRelatório estética
Relatório estética
 
Calculo da Media aritmética, moda e mediana em situações do cotidiano.ppt
Calculo da Media aritmética, moda e mediana em situações do cotidiano.pptCalculo da Media aritmética, moda e mediana em situações do cotidiano.ppt
Calculo da Media aritmética, moda e mediana em situações do cotidiano.ppt
 
Plano de emergência ambiental pea
Plano de emergência ambiental   peaPlano de emergência ambiental   pea
Plano de emergência ambiental pea
 
Estradas drenagem superficial - oficial
Estradas drenagem superficial - oficialEstradas drenagem superficial - oficial
Estradas drenagem superficial - oficial
 
Projeto da Defesa Civil de SC - Barragens
Projeto da Defesa Civil de SC - BarragensProjeto da Defesa Civil de SC - Barragens
Projeto da Defesa Civil de SC - Barragens
 
Fispq 110 solda em fio
Fispq 110    solda em fioFispq 110    solda em fio
Fispq 110 solda em fio
 
Aula 12 intervalo de confiança
Aula 12   intervalo de confiançaAula 12   intervalo de confiança
Aula 12 intervalo de confiança
 
Aula 3 testes de hipóteses e anova
Aula 3   testes de hipóteses e anovaAula 3   testes de hipóteses e anova
Aula 3 testes de hipóteses e anova
 
Mapa das unidades de conservação que preservam a Mata Atlântica em Santa Cata...
Mapa das unidades de conservação que preservam a Mata Atlântica em Santa Cata...Mapa das unidades de conservação que preservam a Mata Atlântica em Santa Cata...
Mapa das unidades de conservação que preservam a Mata Atlântica em Santa Cata...
 
Apostila - Instalação Predial de Água Fria
Apostila - Instalação Predial de Água FriaApostila - Instalação Predial de Água Fria
Apostila - Instalação Predial de Água Fria
 
Dimensionamento de Tubulações Hidraulicas
Dimensionamento de Tubulações HidraulicasDimensionamento de Tubulações Hidraulicas
Dimensionamento de Tubulações Hidraulicas
 
Ensaios
EnsaiosEnsaios
Ensaios
 
Dimensionamento de aterros sanitários em valas
Dimensionamento de aterros sanitários em valasDimensionamento de aterros sanitários em valas
Dimensionamento de aterros sanitários em valas
 
Aula 1 - Estatística Inferencial
Aula 1 - Estatística InferencialAula 1 - Estatística Inferencial
Aula 1 - Estatística Inferencial
 
Questões de provas e simulados probabilidade e estatística junho 2014
Questões de provas e simulados probabilidade e estatística junho 2014Questões de provas e simulados probabilidade e estatística junho 2014
Questões de provas e simulados probabilidade e estatística junho 2014
 
Orientações pedagógicas módulo 1 língua portuguesa 8º ano
Orientações pedagógicas módulo 1 língua portuguesa  8º anoOrientações pedagógicas módulo 1 língua portuguesa  8º ano
Orientações pedagógicas módulo 1 língua portuguesa 8º ano
 
O LEGADO DE PITÁGORAS OS TRIÂNGULOS DE SAMOS
O LEGADO DE PITÁGORAS OS TRIÂNGULOS DE SAMOSO LEGADO DE PITÁGORAS OS TRIÂNGULOS DE SAMOS
O LEGADO DE PITÁGORAS OS TRIÂNGULOS DE SAMOS
 
Treinamento appcc
Treinamento appccTreinamento appcc
Treinamento appcc
 
Salvados com Triângulo de evacuação
Salvados com Triângulo de evacuaçãoSalvados com Triângulo de evacuação
Salvados com Triângulo de evacuação
 
Atividade prática Probabilidade e Estatística
Atividade prática Probabilidade e EstatísticaAtividade prática Probabilidade e Estatística
Atividade prática Probabilidade e Estatística
 

Destaque

Tabela internacional de índice glicêmico (ig) e carga glicêmica
Tabela internacional de índice glicêmico (ig) e carga glicêmicaTabela internacional de índice glicêmico (ig) e carga glicêmica
Tabela internacional de índice glicêmico (ig) e carga glicêmica
Santos de Castro
 
Tabela indice-glicemico-alimentos
Tabela indice-glicemico-alimentosTabela indice-glicemico-alimentos
Tabela indice-glicemico-alimentos
Angélica Costa
 
Regulamentações, conflitos e...
Regulamentações, conflitos e...Regulamentações, conflitos e...
Regulamentações, conflitos e...
Eric Liberato
 
Manual tidir modelo 15 pag
Manual tidir modelo 15 pagManual tidir modelo 15 pag
Manual tidir modelo 15 pag
Eric Liberato
 
Carta tidir aos_prof.
Carta tidir aos_prof.Carta tidir aos_prof.
Carta tidir aos_prof.
Eric Liberato
 
Tcc una avaliação folha ficha nota
Tcc una avaliação folha ficha notaTcc una avaliação folha ficha nota
Tcc una avaliação folha ficha nota
Eric Liberato
 
Pne aula 1 - intro + ética
Pne   aula 1 - intro + éticaPne   aula 1 - intro + ética
Pne aula 1 - intro + ética
Eric Liberato
 
Tcc avaliação folha ficha nota una
Tcc avaliação folha ficha nota unaTcc avaliação folha ficha nota una
Tcc avaliação folha ficha nota una
Eric Liberato
 
Nh aula 3.1 - vit. hidrossolúveis
Nh  aula  3.1 -  vit. hidrossolúveisNh  aula  3.1 -  vit. hidrossolúveis
Nh aula 3.1 - vit. hidrossolúveis
Eric Liberato
 
Cartilha Manipulador de Alimentos II
Cartilha Manipulador de Alimentos IICartilha Manipulador de Alimentos II
Cartilha Manipulador de Alimentos II
guest50b681
 
Modelo do termo de consentimento livre e esclarecido1
Modelo do termo de consentimento livre e esclarecido1Modelo do termo de consentimento livre e esclarecido1
Modelo do termo de consentimento livre e esclarecido1
Eric Liberato
 
Pne aula 2 - modeos animais + biotérios
Pne   aula 2 - modeos animais + biotériosPne   aula 2 - modeos animais + biotérios
Pne aula 2 - modeos animais + biotérios
Eric Liberato
 
Nh aula 1 - intro, tmb, dr is
Nh   aula 1 - intro, tmb, dr isNh   aula 1 - intro, tmb, dr is
Nh aula 1 - intro, tmb, dr is
Eric Liberato
 
Trabalho de geografia
Trabalho de geografiaTrabalho de geografia
Trabalho de geografia
norivalfp
 

Destaque (20)

Tabela internacional de índice glicêmico (ig) e carga glicêmica
Tabela internacional de índice glicêmico (ig) e carga glicêmicaTabela internacional de índice glicêmico (ig) e carga glicêmica
Tabela internacional de índice glicêmico (ig) e carga glicêmica
 
Tabela indice-glicemico-alimentos
Tabela indice-glicemico-alimentosTabela indice-glicemico-alimentos
Tabela indice-glicemico-alimentos
 
Indice de la tesis
Indice  de la tesisIndice  de la tesis
Indice de la tesis
 
TCC - Gerenciamento de Projetos X Educação corporativa
TCC - Gerenciamento de Projetos X Educação corporativaTCC - Gerenciamento de Projetos X Educação corporativa
TCC - Gerenciamento de Projetos X Educação corporativa
 
Folha de rosto e outros itens
Folha de rosto e outros itensFolha de rosto e outros itens
Folha de rosto e outros itens
 
Regulamentações, conflitos e...
Regulamentações, conflitos e...Regulamentações, conflitos e...
Regulamentações, conflitos e...
 
Manual tidir modelo 15 pag
Manual tidir modelo 15 pagManual tidir modelo 15 pag
Manual tidir modelo 15 pag
 
Carta tidir aos_prof.
Carta tidir aos_prof.Carta tidir aos_prof.
Carta tidir aos_prof.
 
Tcc una avaliação folha ficha nota
Tcc una avaliação folha ficha notaTcc una avaliação folha ficha nota
Tcc una avaliação folha ficha nota
 
Pne aula 1 - intro + ética
Pne   aula 1 - intro + éticaPne   aula 1 - intro + ética
Pne aula 1 - intro + ética
 
Tcc avaliação folha ficha nota una
Tcc avaliação folha ficha nota unaTcc avaliação folha ficha nota una
Tcc avaliação folha ficha nota una
 
Nh aula 3.1 - vit. hidrossolúveis
Nh  aula  3.1 -  vit. hidrossolúveisNh  aula  3.1 -  vit. hidrossolúveis
Nh aula 3.1 - vit. hidrossolúveis
 
2.2 proteínas
2.2   proteínas2.2   proteínas
2.2 proteínas
 
Cartilha Manipulador de Alimentos II
Cartilha Manipulador de Alimentos IICartilha Manipulador de Alimentos II
Cartilha Manipulador de Alimentos II
 
Modelo do termo de consentimento livre e esclarecido1
Modelo do termo de consentimento livre e esclarecido1Modelo do termo de consentimento livre e esclarecido1
Modelo do termo de consentimento livre e esclarecido1
 
Pne aula 2 - modeos animais + biotérios
Pne   aula 2 - modeos animais + biotériosPne   aula 2 - modeos animais + biotérios
Pne aula 2 - modeos animais + biotérios
 
Indice de contenidos DEL PROYECTO SOBRE GASTRITIS
Indice de contenidos DEL PROYECTO SOBRE GASTRITISIndice de contenidos DEL PROYECTO SOBRE GASTRITIS
Indice de contenidos DEL PROYECTO SOBRE GASTRITIS
 
Nh aula 1 - intro, tmb, dr is
Nh   aula 1 - intro, tmb, dr isNh   aula 1 - intro, tmb, dr is
Nh aula 1 - intro, tmb, dr is
 
Trabalho de geografia
Trabalho de geografiaTrabalho de geografia
Trabalho de geografia
 
Trabalho de espanhol
Trabalho de espanholTrabalho de espanhol
Trabalho de espanhol
 

Semelhante a Tabela índice glicêmico tcc leandro una

2º ano obesidade x nutrição e colesterol
2º ano obesidade  x  nutrição e colesterol2º ano obesidade  x  nutrição e colesterol
2º ano obesidade x nutrição e colesterol
Tony
 
Fatores nutricionais e sua correlação com a proeminência abdominal em mulhere...
Fatores nutricionais e sua correlação com a proeminência abdominal em mulhere...Fatores nutricionais e sua correlação com a proeminência abdominal em mulhere...
Fatores nutricionais e sua correlação com a proeminência abdominal em mulhere...
KedsonFreitas
 
Diabetes e hipertensao
Diabetes e hipertensaoDiabetes e hipertensao
Diabetes e hipertensao
LiryLima
 
Psicoterapia comportamental e cognitiva na promoção da saúde:
Psicoterapia comportamental e cognitiva na promoção da saúde:Psicoterapia comportamental e cognitiva na promoção da saúde:
Psicoterapia comportamental e cognitiva na promoção da saúde:
Carlos Costa
 

Semelhante a Tabela índice glicêmico tcc leandro una (20)

Nutricao e avc_artigo
Nutricao e avc_artigoNutricao e avc_artigo
Nutricao e avc_artigo
 
BENEFÍCIOS E MALEFÍCIOS DA DIETA LOW CARB
BENEFÍCIOS E MALEFÍCIOS DA DIETA LOW CARBBENEFÍCIOS E MALEFÍCIOS DA DIETA LOW CARB
BENEFÍCIOS E MALEFÍCIOS DA DIETA LOW CARB
 
Obesidade tratamento dietético
Obesidade tratamento dietéticoObesidade tratamento dietético
Obesidade tratamento dietético
 
A Resistência à Insulina é Base Síndrome Metabólica
A Resistência à Insulina é Base Síndrome MetabólicaA Resistência à Insulina é Base Síndrome Metabólica
A Resistência à Insulina é Base Síndrome Metabólica
 
A Complexidade Metabólica não é Simplista
A Complexidade Metabólica não é SimplistaA Complexidade Metabólica não é Simplista
A Complexidade Metabólica não é Simplista
 
Dietas da moda artigo 2019
Dietas da moda artigo 2019Dietas da moda artigo 2019
Dietas da moda artigo 2019
 
Obesidade uma disfunção séria tratada como uma doença simplista,como a obesid...
Obesidade uma disfunção séria tratada como uma doença simplista,como a obesid...Obesidade uma disfunção séria tratada como uma doença simplista,como a obesid...
Obesidade uma disfunção séria tratada como uma doença simplista,como a obesid...
 
revista brasileira de obesidade
revista brasileira de obesidaderevista brasileira de obesidade
revista brasileira de obesidade
 
2º ano obesidade x nutrição e colesterol
2º ano obesidade  x  nutrição e colesterol2º ano obesidade  x  nutrição e colesterol
2º ano obesidade x nutrição e colesterol
 
Pensando Em Emagrecer
Pensando Em EmagrecerPensando Em Emagrecer
Pensando Em Emagrecer
 
Fatores nutricionais e sua correlação com a proeminência abdominal em mulhere...
Fatores nutricionais e sua correlação com a proeminência abdominal em mulhere...Fatores nutricionais e sua correlação com a proeminência abdominal em mulhere...
Fatores nutricionais e sua correlação com a proeminência abdominal em mulhere...
 
Obesidade intra abdominal associado ao colesterol total e frações e resistênc...
Obesidade intra abdominal associado ao colesterol total e frações e resistênc...Obesidade intra abdominal associado ao colesterol total e frações e resistênc...
Obesidade intra abdominal associado ao colesterol total e frações e resistênc...
 
Chanell Sildes 20233.pptxdjgvshvdhkfbdhkfbhfkdbfkhdbfkhvdfkhdvfdkhfvhdfv
Chanell Sildes 20233.pptxdjgvshvdhkfbdhkfbhfkdbfkhdbfkhvdfkhdvfdkhfvhdfvChanell Sildes 20233.pptxdjgvshvdhkfbdhkfbhfkdbfkhdbfkhvdfkhdvfdkhfvhdfv
Chanell Sildes 20233.pptxdjgvshvdhkfbdhkfbhfkdbfkhdbfkhvdfkhdvfdkhfvhdfv
 
369
369369
369
 
Diabetes e hipertensao
Diabetes e hipertensaoDiabetes e hipertensao
Diabetes e hipertensao
 
Obesidade um comprometimento orgânico muito mais complexo do que sempre se pe...
Obesidade um comprometimento orgânico muito mais complexo do que sempre se pe...Obesidade um comprometimento orgânico muito mais complexo do que sempre se pe...
Obesidade um comprometimento orgânico muito mais complexo do que sempre se pe...
 
Aqui veremos o que é obesidade, quais os tipos que existem e suas consequênci...
Aqui veremos o que é obesidade, quais os tipos que existem e suas consequênci...Aqui veremos o que é obesidade, quais os tipos que existem e suas consequênci...
Aqui veremos o que é obesidade, quais os tipos que existem e suas consequênci...
 
Indice glicemico
Indice glicemicoIndice glicemico
Indice glicemico
 
Dieta Low Carb
Dieta Low CarbDieta Low Carb
Dieta Low Carb
 
Psicoterapia comportamental e cognitiva na promoção da saúde:
Psicoterapia comportamental e cognitiva na promoção da saúde:Psicoterapia comportamental e cognitiva na promoção da saúde:
Psicoterapia comportamental e cognitiva na promoção da saúde:
 

Mais de Eric Liberato

Tcc una protocolo comite
Tcc una protocolo comiteTcc una protocolo comite
Tcc una protocolo comite
Eric Liberato
 
Pne aula 1 - intro + ética
Pne   aula 1 - intro + éticaPne   aula 1 - intro + ética
Pne aula 1 - intro + ética
Eric Liberato
 
Tcc avaliação folha ficha nota una
Tcc avaliação folha ficha nota unaTcc avaliação folha ficha nota una
Tcc avaliação folha ficha nota una
Eric Liberato
 
Os 10 experimentos psicológicos mais anti éticos
Os 10 experimentos psicológicos mais anti éticosOs 10 experimentos psicológicos mais anti éticos
Os 10 experimentos psicológicos mais anti éticos
Eric Liberato
 
Nra aula 1 - reforço - artigo alimentos funcionais
Nra   aula 1 - reforço - artigo alimentos funcionaisNra   aula 1 - reforço - artigo alimentos funcionais
Nra aula 1 - reforço - artigo alimentos funcionais
Eric Liberato
 
Nova pirâmide dos alimentos 2005
Nova pirâmide dos alimentos 2005Nova pirâmide dos alimentos 2005
Nova pirâmide dos alimentos 2005
Eric Liberato
 
Modelo animal de doença critérios de escolha e espécies
Modelo animal de doença critérios de escolha e espéciesModelo animal de doença critérios de escolha e espécies
Modelo animal de doença critérios de escolha e espécies
Eric Liberato
 
Eutanásia animais laboratório
Eutanásia animais laboratórioEutanásia animais laboratório
Eutanásia animais laboratório
Eric Liberato
 
Apostila cardapio dri pnae pat
Apostila cardapio dri pnae patApostila cardapio dri pnae pat
Apostila cardapio dri pnae pat
Eric Liberato
 
Nra intro + cho - aula 1
Nra   intro + cho - aula 1Nra   intro + cho - aula 1
Nra intro + cho - aula 1
Eric Liberato
 
Ne fatores antinutricionais de ocorrência natural nos alimentos
Ne   fatores antinutricionais de ocorrência natural nos alimentosNe   fatores antinutricionais de ocorrência natural nos alimentos
Ne fatores antinutricionais de ocorrência natural nos alimentos
Eric Liberato
 
Ne avaliação da qualidade protéica
Ne   avaliação da qualidade protéicaNe   avaliação da qualidade protéica
Ne avaliação da qualidade protéica
Eric Liberato
 
Ne aula 4. suplementação
Ne   aula 4. suplementaçãoNe   aula 4. suplementação
Ne aula 4. suplementação
Eric Liberato
 
Nra aula 4 - situações fisiológicas e patológicas relevantes - exercício d...
Nra   aula 4 - situações fisiológicas e patológicas relevantes - exercício  d...Nra   aula 4 - situações fisiológicas e patológicas relevantes - exercício  d...
Nra aula 4 - situações fisiológicas e patológicas relevantes - exercício d...
Eric Liberato
 
Nra aula 3. micronutrientes + radicais livres
Nra   aula 3. micronutrientes + radicais livresNra   aula 3. micronutrientes + radicais livres
Nra aula 3. micronutrientes + radicais livres
Eric Liberato
 

Mais de Eric Liberato (20)

Tcc una protocolo comite
Tcc una protocolo comiteTcc una protocolo comite
Tcc una protocolo comite
 
Pne aula 1 - intro + ética
Pne   aula 1 - intro + éticaPne   aula 1 - intro + ética
Pne aula 1 - intro + ética
 
Tcc avaliação folha ficha nota una
Tcc avaliação folha ficha nota unaTcc avaliação folha ficha nota una
Tcc avaliação folha ficha nota una
 
Rda
RdaRda
Rda
 
Pnae fnde
Pnae fndePnae fnde
Pnae fnde
 
Os 10 experimentos psicológicos mais anti éticos
Os 10 experimentos psicológicos mais anti éticosOs 10 experimentos psicológicos mais anti éticos
Os 10 experimentos psicológicos mais anti éticos
 
Nra aula 1 - reforço - artigo alimentos funcionais
Nra   aula 1 - reforço - artigo alimentos funcionaisNra   aula 1 - reforço - artigo alimentos funcionais
Nra aula 1 - reforço - artigo alimentos funcionais
 
Nova pirâmide dos alimentos 2005
Nova pirâmide dos alimentos 2005Nova pirâmide dos alimentos 2005
Nova pirâmide dos alimentos 2005
 
Modeo una tcc
Modeo una tccModeo una tcc
Modeo una tcc
 
Modelo animal de doença critérios de escolha e espécies
Modelo animal de doença critérios de escolha e espéciesModelo animal de doença critérios de escolha e espécies
Modelo animal de doença critérios de escolha e espécies
 
Eutanásia animais laboratório
Eutanásia animais laboratórioEutanásia animais laboratório
Eutanásia animais laboratório
 
Eer + dr is
Eer + dr isEer + dr is
Eer + dr is
 
Apostila cardapio dri pnae pat
Apostila cardapio dri pnae patApostila cardapio dri pnae pat
Apostila cardapio dri pnae pat
 
Nra intro + cho - aula 1
Nra   intro + cho - aula 1Nra   intro + cho - aula 1
Nra intro + cho - aula 1
 
Nh 2.3 - lipídeos
Nh   2.3 - lipídeosNh   2.3 - lipídeos
Nh 2.3 - lipídeos
 
Ne fatores antinutricionais de ocorrência natural nos alimentos
Ne   fatores antinutricionais de ocorrência natural nos alimentosNe   fatores antinutricionais de ocorrência natural nos alimentos
Ne fatores antinutricionais de ocorrência natural nos alimentos
 
Ne avaliação da qualidade protéica
Ne   avaliação da qualidade protéicaNe   avaliação da qualidade protéica
Ne avaliação da qualidade protéica
 
Ne aula 4. suplementação
Ne   aula 4. suplementaçãoNe   aula 4. suplementação
Ne aula 4. suplementação
 
Nra aula 4 - situações fisiológicas e patológicas relevantes - exercício d...
Nra   aula 4 - situações fisiológicas e patológicas relevantes - exercício  d...Nra   aula 4 - situações fisiológicas e patológicas relevantes - exercício  d...
Nra aula 4 - situações fisiológicas e patológicas relevantes - exercício d...
 
Nra aula 3. micronutrientes + radicais livres
Nra   aula 3. micronutrientes + radicais livresNra   aula 3. micronutrientes + radicais livres
Nra aula 3. micronutrientes + radicais livres
 

Tabela índice glicêmico tcc leandro una

  • 1. SUMÁRIO SUMÁRIO................................................................................................................................... 9 1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................... 10 2 DESENVOLVIMENTO......................................................................................................... 16 2.1 OBESIDADE....................................................................................................................... 24 2.2 DIABETES MELLITUS ..................................................................................................... 29 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................. 34 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................................... 36 APÊNDICE A............................................................................................................................ 39
  • 2. 10 1 INTRODUÇÃO As alterações na prática dietética, somadas à diminuição ou falta da atividade física, são os maiores responsáveis ambientais para o atual aumento da prevalência da obesidade e diabetes. Vários têm sido os esforços para reduzir a prevalência dessas doenças. Nas décadas de 1960 e 1970, houve uma tendência de considerar os carboidratos como fator importante para o ganho de peso, desviando-se a atenção da gordura para o carboidrato, na hipótese de um nutriente atuar como principal promotor do excesso de ingestão energética e de ganho de peso (SARIS, 2003). Nas décadas de 1980 e 1990, inúmeros ensaios foram realizados para avaliar a resposta glicêmica produzida pelas diferentes fontes de carboidratos, principalmente, pelo amido (MENEZES, 2002). Atualmente, o alvo tem sido o papel do chamado Índice Glicêmico dos alimentos (IG) sobre a obesidade e as doenças a ela relacionadas. O IG foi estudado e publicado no ano 1981 por David Jenkins et al. Na Universidade de Toronto, no Canadá, como uma arma para a satisfação das necessidades nutricionais de diabetes mellitus tipo 1 (DM 1). Baseado no conceito de que os carboidratos simples (mono e dissacarídeos) induziam um aumento do nível de açúcar no sangue mais rápido e mais elevado do que os carboidratos complexos (polissacarídeos) e que os diferentes alimentos, independente de seu conteúdo total, têm uma proporção diferente de carboidratos complexos e simples. O IG é definido como o percentual de aumento da área abaixo da curva glicêmica produzida por um alimento em relação à área correspondente produzida pela ingestão da mesma quantidade de um alimento referência (pão branco ou glicose - 50g de carboidrato glicêmico). Este índice mostra, indiretamente, como cada alimento comporta-se em termos de velocidade de digestão e absorção. Dessa forma, é possível comparar os índices glicêmicos produzidos pelos alimentos quando consumidos após diferentes tipos de preparo, processamento e armazenamento (SAMPAIO et al., 2007). O conceito de CG foi introduzido e pode ser interpretado como uma medida da demanda de insulina induzida pela dieta. Quanto maior a CG do alimento, maior seu efeito insulinogênico e maior a elevação esperada nos níveis plasmáticos de glicose (SILVA e MELO, 2006).
  • 3. 11 Com a redução do IG da dieta, tem-se menor demanda insulínica, melhor manutenção da glicemia e redução da lipidemia. Estes fatores, claramente, têm importante papel na prevenção e no tratamento das doenças crônicas como obesidade, diabetes, doenças cardíacas e até alguns tipos de cânceres (HALPEN e RODRIGUES, 2008). O DM (DM) é uma doença de evolução crônica, associada a inúmeras complicações micro e macrovasculares, e cuja prevalência atual no Brasil, atinge 284.266 mil habitantes (DATASUS, 2008). Níveis aumentados de glicose pós-prandial e de demanda de insulina estão associados ao aumento da gravidade do quadro clínico da doença. O controle da glicemia é considerado o principal objetivo no tratamento do DM, sendo as técnicas dietéticas responsáveis pela prevenção da hiperglicemia pós-prandial importantes na limitação das complicações (SILVA e MELO, 2006). O IG tem sido investigado como potencial ferramenta no manejo dietoterápico dos portadores de DM. Seu papel já está sendo reconhecido por entidades mundiais como a Sociedade Americana de Diabetes (American Diabetes Society, ADA), European Association for the Study of Diabete, Canadian Diabetes Association e a World Health Organization. Dietas com baixo IG podem, teoricamente, beneficiar o controle metabólico do DM por diminuírem a hiperglicemia pós- prandial precoce e o risco de hipoglicemia no estado pós-absortivo. A obesidade pode ser definida como o grau de armazenamento de gordura no organismo associado a riscos para a saúde devido a sua relação com várias complicações metabólicas. A base da doença é o processo indesejável do balanço energético positivo, resultando no ganho de peso. No entanto, a obesidade é definida em termos de excesso de peso. O índice de massa corporal (IMC) é o índice recomendado para a medida da obesidade em nível populacional e na prática clínica (Ministério da Saúde, 2006). Alguns autores (JENKINS, 2002) constataram que as dietas de alto IG apresentam menor poder de saciedade, resultando em excessiva ingestão alimentar, favorecendo o aumento do peso corporal. Além disso, o consumo de tais dietas pode alterar o perfil lipídico e a secreção insulínica, favorecendo o aparecimento de doenças cardiovasculares e de DM. Tem sido sugerido
  • 4. 12 (PAWLAK, 2001) que tal ingestão aumenta a secreção de insulina, a qual é considerada como um fator de risco independente para o ganho de peso. O consumo de alimentos de alto IG parece desencadear uma seqüência de eventos hormonais, o que limita a disponibilidade de combustível metabólico no período pós-prandial, levando à fome e à ingestão alimentar excessiva (LUDWIG, 2002). Por outro lado, a ingestão de alimentos de baixo IG pode diminuir a secreção de hormônios contra-regulatórios proteolíticos, como o cortisol, hormônio do crescimento e glucagon, estimulando a síntese protéica (LUDWIG, 2002). Alguns estudiosos vêem o IG como não fidedigno, visto que o mesmo não considera as porções reais consumidas por um indivíduo, sugerindo, assim, como melhor preditor de risco de doenças crônicas, entre as quais a obesidade (BELL e SEARS, 2003), que inclui, concomitantemente, o IG do alimento e a quantidade de carboidratos disponíveis na porção de alimento consumida. Vários estudos têm sido realizados com o objetivo de identificar o papel do Índice Glicêmico dos alimentos sobre o apetite, a saciedade, a composição corporal e o controle da glicemia. Jenkins et al. (1981), ao publicarem a primeira lista com valores de índice glicêmico de 62 alimentos, evidenciaram diferentes IGs produzidos pelos alimentos, e propuseram que os mesmos eram necessários para suplementar as tabelas de composição dos alimentos utilizadas nos cálculos de dietas para indivíduos diabéticos, considerando-se que os carboidratos dos alimentos apresentam diferentes respostas glicêmicas quando testados em condições padronizadas (Menezes e Lajolo, 2002). Segundo Ludwig (1999), a hiperinsulinemia e a hipoglucagonemia observadas após a ingestão de alimentos de alto IG, tendem a acelerar o metabolismo muscular e hepático, reduzindo a produção de glicose hepática e suprimindo a lipólise. Há, então, aumento dos níveis dos hormônios contra-regulatórios, provocando aumento da fome e da ingestão em uma tentativa de restaurar a homeostase energética. No estudo de Brand-Miller (2002), a resposta glicêmica observada após a ingestão dos alimentos é afetada tanto pela qualidade quanto pela quantidade de carboidrato ingerido em uma refeição. A dieta de alto IG apresentou maior teor de carboidratos do que a de baixo IG. Assim, a maior área
  • 5. 13 abaixo da curva de resposta glicêmica observada após a ingestão dos alimentos de alto IG em relação aos de baixo IG não pode ser atribuída simplesmente ao efeito do IG. Bouché e cols. (2002) realizaram um estudo onde o objetivo foi verificar o efeito da ingestão de alimentos diferindo em IG no metabolismo de glicose e lipídeos. Não foram observadas diferenças significantes no total de energia ou na composição de macronutrientes das dietas ingeridas entre os tratamentos, a ingestão da dieta de baixo IG resultou na redução da gordura do tronco e aumento da massa livre de gordura. Este estudo foi o primeiro que buscou avaliar os efeitos do IG por um período maior de tempo. Spieth e cols. (2000) avaliaram o efeito da ingestão de dieta de baixo IG em relação à dieta reduzida em gordura no tratamento da obesidade infantil. O estudo envolveu 107 crianças com média de idade de 10 anos. Os participantes receberam aconselhamento dietético e recomendação para aumentarem a prática de atividades físicas. Tal dieta era composta por 55-60% de carboidratos, 15-20% de proteínas, 25-30% de gorduras. A dieta de baixo IG foi baseada num modelo de “Pirâmide Modificada”, cuja base é composta por vegetais e frutas, seguidos de proteína, grãos, e cujo ápice é composto por açúcares e alimentos refinados. Essa dieta apresentou 45-50% de carboidratos, 20-25% de proteínas, 30-35% de gorduras. Os resultados mostraram maior redução nos valores de IMC no grupo de baixo IG. Apesar de a redução do IMC ser um dado interessante, deve-se ressaltar que o ideal seria que mudanças na composição corporal das crianças também tivessem sido avaliadas nesse estudo. Ball e cols. (2003) realizaram um estudo para investigar os efeitos metabólicos, hormonais e o efeito na saciedade em 16 adolescentes com sobrepeso associado à ingestão de refeição típica de baixo IG, ou refeição substituta de baixo IG, ou refeição de alto IG. Os participantes ingeriram dietas de baixo IG no jantar e na ceia. No dia seguinte, o desjejum e o almoço servido apresentaram o mesmo valor de IG. Após o almoço, os participantes realizaram atividades leves e foram instruídos a consumirem lanches que possuíssem os mesmos alimentos, tanto para o grupo de alto quanto o de baixo IG, os quais eram oferecidos até que os participantes ficassem satisfeitos. No entanto, não houve diferença na sensação de fome entre as refeições. O lanche foi requisitado mais cedo pelo grupo de alto IG. Porém, uma vez requerido, não houve diferença na ingestão energética entre os grupos.
  • 6. 14 Alfenas e Mattes (2005) avaliaram o efeito da ingestão de dietas diferindo em IG no apetite e no balanço energético. As dietas testadas foram compostas por alimentos apresentando composição de macronutrientes, densidade calórica, teor de fibras e palatabilidade semelhantes. O apetite, a glicemia e a insulinemia foram determinados antes e durante duas horas após a ingestão do desjejum e do almoço. A ingestão energética foi avaliada durante todo o estudo. Os resultados demonstraram que não houve diferenças na resposta glicêmica e insulinêmica, nos parâmetros subjetivos de fome e na ingestão energética entre os tratamentos. Esse estudo não sustentou a hipótese de que a ingestão de alimentos diferindo em IG afeta o apetite de modo distinto. Este apresenta grande relevância científica, em função da preocupação dos autores em isolar o efeito do IG na ingestão, controlando os possíveis fatores interferentes (teor de macronutrientes, de fibras, densidade energética e palatabilidade dos alimentos testados) nas respostas avaliadas. A ADA, a European Association for the Study of Diabete, a Canadian Diabetes Association e a World Health Organization, têm recomendado a utilização do IG como ferramenta auxiliar na escolha dos alimentos, pois o IG é um sensível indicador do impacto que os alimentos causam na resposta glicêmica e é de fácil aplicação prática. A utilização do IG na seleção de alimentos deve sempre considerar a metodologia empregada na sua obtenção, não devendo ser utilizado de forma isolada e, sim, como um parâmetro complementar da composição do alimento (Menezes e Lajolo, 2002). O consumo de alimentos com elevado IG poderia levar a uma exaustão progressiva das células beta pancreáticas, levando à hiperglicemia (Ludwig, 2002). Uma dieta com alimentos com baixa carga glicêmica (produto do IG de um alimento e o total de carboidratos deste alimento), associada ao elevado consumo de fibras, particularmente dos cereais integrais, é capaz de reduzir o risco de desenvolvimento de DM (Willett e Schulze, 2002 e 2004). Segundo a ADA, ainda não existem evidências suficientes para a introdução de recomendações dietéticas embasadas no IG dos alimentos para o tratamento do DM e sugere, ainda, que tal conceito é muito complexo e restritivo, o que limitaria a sua importância e utilidade prática (FRANZ, BANTLE, BEEBE, et al., 2002).
  • 7. 15 A Food and Agriculture Organization (FAO) / World Health Organization (WHO), a European Association for the Study of Diabetes e a Canadian Diabetes Association reconhecem a aplicabilidade clínica do IG em diabéticos e em indivíduos com tolerância diminuída à glicose e considera que, na escolha dos alimentos, o IG seja utilizado como um indicador útil do impacto dos mesmos na resposta glicêmica (FAO, 1997). Uma dieta com baixo IG pode, teoricamente, melhorar o manejo do DM, por diminuir a hiperglicemia pós-prandial precoce e o risco de hipoglicemia no estado pós-absortivo (Ludwig, 2002) O Estudo Europeu Prospectivo de Complicações do Diabetes, realizou estudo com pacientes com DM tipo 1. Foi observado um aumento significativo nos níveis de hemoglobina glicada com o aumento no IG da dieta (Buyken, Toeller e Heitkamp, 2001). Diante de tais controvérsias, a presente revisão de literatura objetivou analisar as evidências científicas apresentadas em artigos publicados, buscando elucidar as reais relações entre o índice glicêmico dos alimentos, a prevalência da obesidade e o controle da DM e apresentar, através da adaptação da Tabela Internacional de IG, alguns alimentos e seus respectivos valores de IG e CG (Apêndice 1). Entretanto a comunidade científica não chegou ainda a um consenso quanto à realidade da conexão do índice glicêmico com a obesidade e DM. Dessa forma surgiu o interesse em avaliar o índice glicêmico e sua representatividade na prevalência da obesidade e no controle do DM.
  • 8. 16 2 DESENVOLVIMENTO A composição química é um importante fator na escolha dos alimentos. Guias de alimentação orientam que 55 a 60% da energia da dieta deve ser proveniente de carboidratos. De acordo com estes, fontes como cereais, raízes, leguminosas, frutas e vegetais devem ser preferencialmente escolhidos, frisando que alguns alimentos consumidos em sua forma integral contêm outros nutrientes que não o carboidrato (MENEZES e LAJOLO, 2002). Alimentos ricos em carboidratos, particularmente açúcar refinado e deficientes em proteínas, podem induzir super consumo de alimentos e conseqüentemente obesidade. Isso ocorre, provavelmente, porque esses alimentos apresentam elevado índice glicêmico (IG), e recentemente dietas com baixo IG têm sido indicadas no tratamento da obesidade (REID E HETHERINGTON, 1997). Em estudo realizado por Ludwig et al.,2002, com adolescentes obesos (% peso ideal >120) que receberam dietas com diferentes IGs (alto, médio e baixo), foi observado o comportamento de alguns hormônios (insulina, glucagon, hormônio do crescimento), glicose e ácidos graxos séricos. Os autores sugeriam que a dieta com elevado IG induz alterações hormonais (hiperinsulinemia e hipoglucagonemia) e metabólicas (redução da produção hepática de glicose e ácidos graxos por elevada incorporação de glicose pelas células musculares e hepáticas). Isso pode limitar a disponibilidade dos combustíveis metabólicos, fazendo com que os obesos, na refeição seguinte, tenham uma tendência a exceder nas quantidades consumidas, por apresentarem maior fome, por meio de uma espécie de mecanismo compensatório para manter a homeostase energética. Assim, seriam contra-indicadas dietas hipocalóricas com elevado IG, por estimularem posterior hiperfagia, prejudicando tanto a programação de perda de peso, quanto à manutenção de peso após o emagrecimento. Os carboidratos da dieta são digeridos ao longo do trato gastrintestinal em diferentes velocidades. Isto gera diferenciadas produções de resposta glicêmica (MENEZES e LAJOLO, 2002). O nível da resposta glicêmica modifica-se de acordo com o nível glicêmico dos alimentos ingeridos em uma refeição. O feijão, por exemplo, por ser uma leguminosa e apresentar em sua composição aproximadamente 14% de carboidratos, 8,5% de fibras e 4,8% de proteínas, apresenta resposta glicêmica reduzida, já o arroz apresenta em sua composição aproximadamente 24,2% de
  • 9. 17 carboidratos, 0,1% de fibra e 2,0% de proteínas, possuindo assim uma resposta glicêmica alta. Quando ingeridos juntos a resposta glicêmica do arroz aumenta em relação à do feijão (MENEZES e LAJOLO, 2002). Durante as décadas de 80 e 90, inúmeros ensaios foram realizados para avaliar a resposta glicêmica produzida pelas diferentes fontes de amido, em diversos países. Para auxiliar a seleção de alimentos e possibilitar a comparação de resultados obtidos com diferentes alimentos e por diferentes pesquisadores foi criado o IG. O IG classifica os alimentos com base no potencial aumento da glicose sangüínea em relação a um alimento padrão (JENKINS et al., 1981). Segundo a FAO/WHO (1998), diversos aspectos metodológicos devem ser considerados na determinação do IG dos alimentos. O teste deve ser realizado em jejum, pela manhã, e uma bebida padrão (chá, água, café) pode ser oferecida. O pão branco ou a glicose podem ser utilizados como alimento-referência. A resposta glicêmica é normalmente medida no sangue capilar, sendo possível converter o IG de um alimento da escala do pão branco para a escala da glicose, utilizando-se o fator 0,7. O alimento-teste e o alimento-referência devem conter a mesma quantidade de carboidrato, a qual normalmente é de 50 g, podendo ser de 25 g. A seguir estão listados alguns aspectos metodológicos para a determinação do IG.
  • 10. 18 Quadro 1 Aspectos metodológicos para a determinação do IG Quantidade de alimento: quantidade fixa de carboidrato glicêmico (50g) Horário: período da manhã (jejum 10-12hs) Acompanhamento: utilizar sempre mesmo (água, chá) Número de indivíduos: mínimo=6, ideal=10 Padrão: glicose (glicose=100%) ou pão (Wolever et al., 1985) (pão=100%), realizar 3x/indivíduo Intervalos e tempo total: saudáveis: 15-15 min. (1a h), 30-30 min. (2a h), até 120 min.; diabéticos: 30-30 min., até 180 min. Tipo de sangue: capilar (fácil, < variabilidade) x venoso Cálculo: regra trapezoidal, excluindo área abaixo do jejum IG= (área sob curva glicêmica alimento/ área sob curva glicêmica padrão) x 100 Fonte: FAO/WHO (1998) Segundo Menezes e Lajolo (2002), “O IG é definido como o percentual de aumento da área abaixo da curva glicêmica produzida por um alimento em relação à área correspondente produzida pela ingestão da mesma quantidade de um alimento referência”. O conceito do índice glicêmico pode ser considerado uma extensão da hipótese da fibra dietética, sugerindo que a absorção lenta dos nutrientes de alguns alimentos seria benéfica à saúde. O índice glicêmico da dieta habitual é um indicador da qualidade do carboidrato da dieta consumida (JENKINS et al. 2002).
  • 11. 19 TABELA 1 Assim, podemos comparar os IGs produzidos pelos alimentos quando consumidos após diferentes tipos de preparo, processamento e armazenamento (MENEZES e LAJOLO, 2002). A importância dos estudos sobre IG está vinculada aos possíveis efeitos fisiológicos e terapêuticos de dietas com baixos índices glicêmicos para indivíduos saudáveis, obesos, diabéticos e hiperlipidêmicos (FAO/WHO, 1998) (DanoneVitapole/FAO, 2001), podendo ser observado aumento no controle do diabetes, aumento do nível plasmático de HDL-colesterol, diminuição dos níveis plasmáticos de triglicérides, melhoria na performance física e aumento da sensação de saciedade. Sabe-se que dietas com baixo IG promovem sensação de saciedade, prolongando o período de reincidência da fome e reduzindo o consumo calórico nas refeições subseqüentes (LUDWIG, 2000). O que explica as diferentes respostas glicêmicas dos alimentos é a presença de fatores intrínsecos e extrínsecos que influem na velocidade de digestão e absorção do amido. E são estes fatores que são de fundamental importância para a manutenção de IG reduzido em certos alimentos (MENEZES e LAJOLO, 2002). Fatores intrínsecos de um alimento podem influenciar o seu impacto na glicemia, dentre os quais: a sua forma física (suco versus fruta inteira), o grau de processamento, o tipo de amido (amilose versus amilopectina) e a preparação (método e tempo de cocção), bem como o tipo específico ou variedade do alimento (SHEARD, CLARCK e BRAND-MILLER, et al., 2004).
  • 12. 20 Alimentos com um baixo grau de gelatinização do amido, como o macarrão, possuem menores valores de IG. Legumes e arroz parboilizado, exemplos de alimentos com elevada razão amilose/amilopectina, tendem a ter menores valores de IG. Alimentos ricos em betaglucano, como o farelo de aveia, também podem proporcionar efeito benéfico na resposta glicêmica. TAPOLA et al (2005). Variáveis extrínsecas, como a co-ingestão de proteína e gordura, os níveis de glicose de jejum ou pré-prandiais e o grau de resistência à insulina também podem alterar o efeito de um determinado alimento sob a glicemia. A gordura e a proteína podem modificar a resposta glicêmica dos alimentos e aumentar a secreção de insulina, respectivamente. Entretanto, tem sido demonstrado que, nas quantidades presentes na maioria dos alimentos, gordura e proteína não alteram significativamente a resposta glicêmica (WOLEVER et al., 1994). Na tabela 2, estão listados alguns dos fatores que influenciam o IG dos alimentos. TABELA 2
  • 13. 21 Quadro 2 Fatores que influenciam o IG Fatores que diminuem o índice glicêmico Fatores que aumentam o índice glicêmico 1. Presença de amilopectina / amilose; 1. Ausência de amilopectina /amilose; 2. Frutose; 2. Glicose; 3. Galactose; 3. Batata 4. Fibras viscosas: guar, beta-glucan; 4. Ausência de fibras viscosas: guar, beta- glucan; 5. Arroz integral; 5. Carboidrato em partículas pequenas ou dissolvido em água (refrigerantes); 6. Partículas grandes; 6. Arroz branco completamente desprovido do seu farelo; 7. Presença de inibidores da amilase: 7. Ausência de inibidores da amilase: lectinas, fitatos; lectinas, fitatos; 8. Presença de proteínas e gorduras na 8. Ausência de proteínas e gorduras nas refeição; refeições; Fonte: Adaptado de Jenkins et al, 2002. Em relação às recomendações do uso de IG no controle de doenças por órgãos mundiais de saúde tem-se que: • A ADA (1994) tem, ao longo destes anos, questionado a utilidade clínica do índice glicêmico e recomenda que a prioridade nas recomendações nutricionais seja dada à quantidade e não ao tipo de carboidrato. • A American Heart Association (Krauss et al., 2000) não reconhece o uso do IG na prevenção e tratamento de doenças. • Já para Wolever (1997), a divergência de resultados se deve à não-padronização nos métodos de obtenção do IG. Nem todos os autores que descreveram sobre o tema adotaram a mesma metodologia. Também vale a pena ressaltar que o tipo de processamento a que o alimento é submetido deve ser amplamente descrito. • A European Association for the Study of Diabetes (1995) recomenda que a porcentagem do valor energético total de carboidratos e de ácidos graxos monoinsaturados cis esteja de
  • 14. 22 acordo com a tolerância individual do paciente, e, ainda, que os lipídios totais não devem ultrapassar 30% da energia. Com relação aos carboidratos, dá preferência aos alimentos com baixo IG ou ricos em fibras solúveis. Na determinação do IG, é importante que todas as condições experimentais sejam consideradas e que a metodologia adotada seja criteriosamente seguida, a fim de garantir a reprodutibilidade e aplicabilidade dos resultados (MENEZES e LAJOLO, 2002). A Austrália é o país mais avançado em termos de conhecimento sobre o IG dos alimentos e sobre programas educacionais voltados ao consumidor. Autoridades de Saúde Pública da Austrália planejam criar um programa que ajude os consumidores na seleção dos alimentos. Este programa envolve a inclusão do IG no rótulo dos alimentos (MENEZES e LAJOLO, 2002). A FAO/WHO (1998) também reconhece, na seleção de alimentos, a validade da aplicação clínica do IG em diabéticos e indivíduos com intolerância à glicose. O Workshop Glycemic index and health: the quality of the evidence, realizado pela FAO e pela empresa Danone Vitapole (Bandol, França), discutiu a utilização de IG e descobriu que o IG provê bases fisiológicas para classificar os alimentos de acordo com sua glicemia pós prandial. Os diferentes IGs dos alimentos apresentam implicações na saúde pública. Em relação ao controle de peso, prevenção e controle de doenças cardiovasculares, diabetes, câncer, e função cognitiva, são necessários alguns estudos básicos epidemiológicos (MENEZES e LAJOLO, 2002). Reconhece-se que a aplicação clínica do IG tem sido questionada por alguns pesquisadores e órgãos, sendo necessária à realização de pesquisas conjuntas (MENEZES e LAJOLO, 2002). Existem muitas controvérsias entre clínicos e pesquisadores que questionam a relevância e a praticidade do IG. As controvérsias persistem, mas em um ponto os participantes concordam. Este ponto relaciona-se com a necessidade de realização de estudos prospectivos, clínicos de longa duração com alimentos de baixo IG e de baixa carga glicêmica (Glycemic Load) para avaliar seus efeitos na prevenção e tratamento de diversas doenças (MENEZES e LAJOLO, 2002).
  • 15. 23 O conceito de carga glicêmica (CG) foi introduzido em 1997, por pesquisadores da Harvard University (Salmeron et al., 1997). Segundo Foster-Powell, Holt e Brand –Miller (2002), a CG visa quantificar o efeito glicêmico de uma porção de alimento (produto entre a quantidade de carboidrato glicêmico e o IG do alimento), portanto representa o efeito da qualidade e quantidade de um determinado carboidrato, enquanto o IG representa somente a qualidade do carboidrato. A ADA alega que o IG é de difícil utilização na prática clinica. Mas, na última década, alguns nutricionistas australianos incorporaram o uso do IG no planejamento alimentar (MENEZES e LAJOLO, 2002). Brand-Miller e Gilbertson (2001) realizaram um estudo com mais de 100 crianças diabéticas tipo 1 e demonstraram o sucesso da incorporação do controle através de IG nos planejamentos alimentares. Este trabalho mostra os aspectos práticos para a utilização de alimentos de baixo IG (MENEZES e LAJOLO, 2002). As dietas de baixo IG são de fácil aplicação prática, pois consiste na substituição de alimentos de acordo com seu IG, não restringem a variedade alimentar e não aumentam a ingestão de lipídeos (MENEZES e LAJOLO, 2002). Deve-se dar mais importância para os alimentos com elevado teor de carboidratos como pães, arroz e não se preocupar com alimentos de reduzido teor de carboidratos, como a cenoura, por exemplo, e não se preocupar com pequenas diferenças entre os valores de IG (de 30 ou 40%). Substituir, na refeição, metade dos carboidratos totais por alimentos de baixo IG resulta na redução de 15 unidades no IG total da dieta (MENEZES e LAJOLO, 2002). Para calcular IG em refeições mistas basta ter o valor do IG e o conteúdo de carboidrato dos alimentos. Esta estimativa por cálculo é mais precisa quando a refeição não é rica em lipídios, o elevado conteúdo de lipídios tende a reduzir o impacto dos carboidratos nos níveis de glicose plasmática (MENEZES e LAJOLO, 2002). Quadro 3 Equação para estimativa do Índice Glicêmico IG = IG x Teor CHO disponível na porção do alimento/ 100
  • 16. 24 2.1 OBESIDADE A obesidade integra o grupo de Doenças e Agravos Não-Transmissíveis (DANTs), traz aos profissionais desafios para o entendimento de sua determinação, acompanhamento e apoio à população nas diferentes fases do curso de vida. Ela é um dos fatores de risco mais importantes para outras doenças não transmissíveis, com destaque especial para as doenças cardiovasculares e diabetes (Ministério da Saúde, 2006). Além da pré-diposição genética, o excesso de peso resultante da combinação do baixo consumo de frutas, legumes e verduras fonte de fibras e substâncias antioxidantes, alto consumo de gorduras saturadas, de açúcares e de álcool associados a pouca atividade física, podem apresentar diferentes conseqüências em relação ao desenvolvimento de dislipidemias e doença coronariana (Ministério da Saúde, 2006). Os esforços para reduzir a prevalência de obesidade têm enfocado três variáveis em particular, sendo elas o aumento nos níveis diários de atividade física, a redução na ingestão total de gorduras e a limitação do consumo de açúcar e carboidratos rapidamente digeridos (SAMPAIO e cols, 2007). A obesidade representa um dos principais problemas de saúde mundial. Embora os custos econômicos da obesidade sejam enormes, não existe atualmente qualquer dieta eficaz para tratamento deste problema (ALFENAS e PAIVA, 2007). Do mesmo modo que o DM (DM) tipo II ou a tolerância à glicose diminuída é, hoje, considerado parte da chamada síndrome metabólica ou de resistência à insulina, que tem ainda os seguintes componentes: hiperinsulinemia, obesidade central (abdominal), hipertensão arterial, dislipidemia, microalbuminúria, etc. O quadro de DM se desenvolve em obesos após período de intolerância à glicose, quando a glicemia se mostra acima dos valores normais, o que conduz, na maioria dos casos, a um estado de hiperinsulinemia (Ministério da Saúde, 2006). Assim, mais recentemente, o alvo tem sido o papel do chamado IG dos alimentos sobre a obesidade e as doenças a ela relacionadas (SAMPAIO e cols, 2007).
  • 17. 25 Tem-se observado que a ingestão de dietas hipocalóricas resultado da ativação dos mecanismos homeostáticos, conduzem para um aumento da fome e uma diminuição na taxa metabólica basal (ALFENAS e PAIVA, 2007). Foi afirmado que dietas que possuem IG elevado têm uma potência de saciedade inferior comparada a dietas de baixo IG. Portanto, a ingestão de alimentos de baixo IG pode desempenhar um papel na prevenção e tratamento diabetes e doenças cardiovasculares afetando o risco para obesidade. Em um estudo de crossover, após um pernoite rápido, indivíduos receberam refeições testes de alto, médio ou baixo IG tendo composição semelhante em macronutrientes, fibras e palatabilidade. Cinco horas depois da ingestão de refeições de alto IG, foi verificado alto nível de fome e consumo de energia (ALFENAS e PAIVA, 2007). Sugere-se que as respostas hormonais, associadas às dietas com elevado IG, como a hiperinsulinemia, promovem ganho de peso excessivo, provavelmente, por diminuir os níveis circulantes de combustíveis metabólicos, por estimular a fome e por favorecer a estocagem de gordura (SAMPAIO e cols, 2007, ALFENAS e PAIVA, 2007). Serviços especializados em atendimento nutricional, normalmente, elaboram dietas hipoenergéticas para perda de peso, apoiadas no hábito do indivíduo. Assim, caso haja um padrão de ingestão alimentar de alto IG/CG, existe a possibilidade de o mesmo ser reproduzido na dieta prescrita (SAMPAIO e cols, 2007). Nos anos de 2003 e 2004, foi realizado um estudo com 420 indivíduos. Desses, 80 preencheram os critérios de inclusão: diagnóstico nutricional de obesidade (índice de massa corporal ≥30kg/m2, de acordo com a World Health Organization) e idade igual ou superior a 20 anos.Entre os dados disponíveis nas fichas clínicas dos indivíduos que integraram a amostra, foram coletados: idade, sexo, índice de massa corporal e recordatório alimentar de ingestão habitual prévia ao início do acompanhamento nutricional (SAMPAIO e cols, 2007). Este estudo foi realizado com objetivo de conhecer os alimentos que mais freqüentemente interferiram no IG das dietas ingeridas, foram listados aqueles consumidos por, pelo menos, 50% dos indivíduos.
  • 18. 26 Segundo SAMPAIO e cols, 2007, Foi baixa a variedade de alimentos consumidos por, pelo menos, 50% dos indivíduos. Do grupo de laticínios, apenas leite de vaca (integral ou desnatado) e queijo foram citados, respectivamente por 65,0% e 73,8% dos entrevistados. Dentre frutas e hortaliças foram referidos: alface (61,3%), cenoura (60,0%), batata inglesa (53,8%), tomate (53,8%), banana (50,0%) e mamão (50,0%). Do grupo de carnes em geral houve citação apenas de frango (86,3%) e de carne bovina (82,5%). Como cereais e leguminosas referência a arroz (88,8%), pão francês (78,8%) e feijão (72,5%). Do grupo dos açúcares houve citação apenas de açúcar refinado (62,5%) e, do grupo de óleos e gorduras, apenas óleo de soja (100,0%). Entre os diversos, foi citado o café (73,8%) e refrigerante (50,0%). Os resultados mostraram que o desjejum em comparação às demais, foi a refeição do dia com maiores porcentagens de moderado e alto IG. Dentre os alimentos mais freqüentes, os que mais contribuíram para a elevação desse IG foram o pão e o açúcar refinado. Os produtos lácteos, por terem baixo IG, ajudaram a diminuir o IG do desjejum (SAMPAIO e cols, 2007). Quanto ao lanche da manhã, foi observada maior prevalência de baixo IG, provavelmente devido às frutas que geralmente, são consumidas nessa refeição (SAMPAIO e cols, 2007). O almoço foi a refeição mais adequada. A presença de hortaliças (apesar de algumas não serem consumidas por, ao menos, 50% dos indivíduos) nesta refeição, bem como do feijão, ajudou a reduzir a contribuição dos alimentos de alto IG, como arroz, batata e refrigerante, para o balanço de IG no final da refeição (SAMPAIO e cols, 2007). Os lanches da tarde se mostraram inadequados com IGs altos e moderados, provavelmente devido ao consumo de café adoçado com açúcar refinado e o consumo de pão branco. Porém o consumo de frutas e produtos lácteos contribuiu para diminuir o IG (SAMPAIO e cols, 2007). Já o jantar mostrou-se contrariamente ao almoço, pois muitos indivíduos trocaram a refeição tradicional por lanches contendo pães e bebidas adoçadas com açúcar refinado (SAMPAIO e cols, 2007). A ceia foi a refeição com maior percentual de abstinência, não sendo realizada por mais da metade dos pacientes (52,5%) (SAMPAIO e cols, 2007).
  • 19. 27 Pode-se afirmar que o IG global das dietas confirma tal inadequação, com apenas pouco mais de 21% dos obesos consumindo dietas de baixo IG e prevalecendo dietas de IG moderado, como confirmado pela média de índice glicêmico das dietas desta população, que foi 59,23 (SAMPAIO e cols, 2007). A carga glicêmica diária, que traduz a quantidade e a qualidade dos carboidratos consumidos, mostrou-se mais insatisfatória ainda que o índice glicêmico das dietas, pois 91,2% das mesmas mostraram-se inadequadas (SAMPAIO e cols, 2007). Em um estudo conduzido por Bouche et al. 2006, homens que foram submetidos a uma dieta de baixo IG por cinco semanas obtiveram significativa redução do tecido adiposo, em comparação com aqueles que receberam dieta de alto IG. Essa redução na massa gorda foi acompanhada de uma redução de leptina, lipase lipoprotéica e lipáse hormônio-sensível (ALFENAS e PAIVA, 2007). Entretanto, não houve diferença significativa no peso corporal entre as duas dietas, contudo, a massa magra tendeu a aumentar com a dieta de baixo IG. Vários mecanismos foram propostos para explicar esse processo: redução de carboidrato e aumento da oxidação lipídica, redução da lipogênese no tecido adiposo e redução da lipáse lipoprotéica responsável pelo armazenamento de ácidos graxos no tecido adiposo (ALFENAS e PAIVA, 2007). Em outro estudo, a ingestão de dieta de baixos ou altos IG por oito dias consecutivos não obtiveram mudanças significativas no peso corporal, IMC, massa magra ou massa gorda. Contudo, ingestão de dieta de baixo IG propiciou uma redução de peso, IMC e massa gorda com diferente de zero (ALFENAS e PAIVA, 2007). A relativa influência do IG dos alimentos na saciedade e, conseqüentemente, no controle da obesidade gera muitas controvérsias. Mas alguns pequenos estudos feitos com humanos sugerem que carboidratos de baixo IG suprimem a fome mais efetivamente que carboidratos de alto IG (ALFENAS e PAIVA, 2007). Segue abaixo quadro contendo os efeitos da ingestão de dietas de baixo índice glicêmico sobre a obesidade.
  • 20. 28 Quadro 4 Efeitos da ingestão de dietas de baixo índice glicêmico sobre a obesidade 1. Menor elevação pós prandial da glicemia; (Jenkins – 990, 1992) 2. Redução da produção diária de insulina; (Bertelsen – 1993 e Jones – 1993) 3. Diminuição da excreção urinária de peptídeo-C; (Jenkins – 1989, 1992) 4. Supressão prolongada de ácidos graxos no plasma; (Jenkins – 1990 e Bertelsen-1993) 5. Redução da produção de catecolaminas; (Jenkins – 1990) 6. Redução do colesterol total e do LDL-colesterol; (Jenkins-1993, Arnold-1993 e Cohn-1964) 7. Redução da síntese hepática de colesterol; (Jones – 1993) 8. Diminuição dos níveis de apolipoproteina B; (Jenkins – 1989) 9. Diminuição dos níveis de ácido úrico; (Jenkins – 1995) 10. Aumento da excreção urinária de ácido úrico; (Jenkins – 1995) São necessários mais estudos específicos com populações para avaliar o quanto dietas de alto e baixo IG (contendo alimentos de mesmo volume, energia, densidade, composição de macronutrientes, fibras e palatabilidade) afeta a energia ingerida, composição corporal, e peso corporal durante um período de tempo biologicamente significante (ALFENAS e PAIVA, 2007).
  • 21. 29 2.2 DIABETES MELLITUS O mecanismo pelo qual dietas com alto IG poderiam interferir no controle glicêmico não está totalmente elucidado. Alimentos com alto IG elevam rapidamente as concentrações plasmáticas de glicose e de insulina, o que altera os mecanismos de regulação da homeostase da glicose e o efeito da transição do estado pós-prandial para o estado pós-absortivo (AUGUSTIN et al., e LUDWIG, 2002) O consumo de refeições com baixo IG diminui a elevação pós-prandial de hormônios intestinais e de insulina, e a absorção prolongada dos carboidratos mantém a supressão dos ácidos graxos livres (AGL) e a resposta contra-regulatória. Com a diminuição na concentração dos AGL e com o aumento do quociente respiratório, decorrente da insulinização tecidual, a glicose é retirada da circulação mais rapidamente (JENKINS et al., 2002). Assim, uma dieta com baixo IG pode, teoricamente, melhorar o manejo do DM, por diminuir a hiperglicemia pós-prandial precoce e o risco de hipoglicemia no estado pós-absortivo (LUDWIG, 2002). Em relação ao controle metabólico de indivíduos portadores de DM, estudos têm mostrado uma melhora do controle glicêmico após o seguimento de dietas com baixo IG. Em 10 desses estudos, foram observadas menores concentrações de glicose pós-prandial nos indivíduos que seguiram estas dietas. É esperado que, após uma duração média de 10 semanas, uma redução de 0,4 pontos percentuais nos níveis de Hemoglobina glicada dos pacientes que seguiram dietas com baixo IG seja obtida. (BRAND-MILLER et al., 2003)
  • 22. 30 Figura 1. Possíveis mecanismos para a associação de dieta com alto índice glicêmico e risco de DM. A hipótese para explicar estes mecanismos se baseia no fato de que o consumo crônico destes alimentos eleva a glicemia pós-prandial de forma acentuada. Esse efeito pode levar a um estado de hiperglicemia constante, acarretando aumento da demanda insulínica, aumento permanente da concentração de hormônios contra regulatórios circulantes, ativação da lípase hormônio sensível e elevação dos níveis pós-prandiais tardios de ácidos graxos livres circulantes, resultando em resistência insulínica. Na resistência insulínica, há elevação dos requerimentos de insulina, o que pode levar à exaustão das células beta pancreática e instauração do diabetes. Desta forma, a qualidade dos carboidratos consumidos na dieta pode afetar de modo expressivo a resposta metabólica do organismo (WILLETT e cols, 2002) Por outro lado, os alimentos de baixo IG são absorvidos mais lentamente que os de alto IG, resultando em elevações glicêmicas mais lentas, minimizando a elevação insulínica pós-prandial. Assim, a ingestão de alimentos de baixo IG pode auxiliar na redução da glicemia e insulinemia em diabéticos do Tipo 1, e do Tipo 2 (GROSS, 2002 e BUYKEN, 2001)
  • 23. 31 As evidências atuais sugerem que dietas com alto teor de fibras, especialmente fibras solúveis, interferem positivamente na melhora do metabolismo de lipídeos e glicídeos, possibilitando sua aplicação clínica no tratamento do DM. Os suplementos nutricionais enriquecidos com fibras, rotineiramente prescritos aos diabéticos, podem configurar um importante coadjuvante à terapia farmacológica e ter uma maior aceitação terapêutica. As fibras solúveis podem favorecer o diabético, uma vez que, diminuem o tempo de esvaziamento gástrico e de trânsito intestinal, retardam a absorção de glicose, com conseqüente queda da glicemia pós-prandial. (HODGE et al,2004) A maioria dos estudos clínicos investigou o efeito hipolipemiante de 4 fibras solúveis: fibra da aveia, psylium, guar e pectina.A composição nutricional da aveia compreende três grupos de carboidratos. O primeiro grupo é de fácil digestão. O segundo grupo forma o principal componente do mingau de aveia, a mucilagem de aveia; e a terceira fração é constituída por carboidratos semelhantes à frutose que não precisam de insulina para sua decomposição e que são importantes na alimentação dos diabéticos. A adição de b-glucana, presente em grande quantidade no farelo de aveia, tem demonstrado reduzir o índice glicêmico (IG) dos alimentos ingeridos e a absorção de colesterol. Recomenda-se que os alimentos com baixo IG substituam, sempre que possível, os com alto IG, porque podem ser úteis no controle da glicemia e dos níveis de lipídeos plasmáticos, independentemente do seu conteúdo em fibras. (HODGE et al,2004) Embora os alimentos com alto teor de fibras tenham, frequentemente baixo índice glicêmico, o conteúdo de fibras não é o único fator que contribui para o retardo da digestão dos carboidratos. Desse modo, existe discrepância entre o conteúdo de fibras e o IG de alguns alimentos, que não são particularmente ricos em fibras, mas possuem baixo índice glicêmico como: aveia, trigo integral, arroz parboilizado e integral, feijões, maça, laranja, leite, etc. No tratamento dietoterápico do diabético, tem-se como prática a utilização de alimentos com baixo IG, com o objetivo do retardo no aparecimento de complicações como as microangiopatias. A eficiência no controle glicêmico com o aumento do consumo de fibras solúveis é demonstrada em diversos estudos. (HODGE et al,2004) Diferentes estudos têm verificado a associação entre o conteúdo de fibras da dieta e a incidência de diabetes do tipo. O estudo prospectivo Melbourne Collaborative Cohort study, envolvendo 31.641 indivíduos não diabéticos, entre 40 e 69 anos, investigou esta associação. O consumo
  • 24. 32 alimentar foi utilizado questionário de freqüência, sendo avaliado o consumo de fibras, o IG e a CG dos alimentos ingeridos. Ao final de quatro anos, 365 casos de diabetes foram identificados e os dados referentes ao consumo alimentar, IG e CG foram classificados em quintis. Desta forma, o consumo de dietas de alto IG foi positivamente associado ao aumento do risco para desenvolvimento de diabetes do Tipo 2. Tal risco foi menor para o total de carboidrato consumido, não sendo observada associação entre o consumo de fibras e o diabetes. Além disso, sugere-se que para que as fibras sejam capazes de favorecer o controle glicêmico, em diabéticos do Tipo 2, é necessário o consumo acima de 50 g/dia e que a palatabilidade e os efeitos gastrintestinais desta quantidade podem não ser bem toleradas por todos (HODGE et al,2004 e CAVALCANTE et al,2004) Muitos estudos discutem os efeitos do IG dos alimentos no controle glicêmico de diabéticos do Tipo 2. No entanto, no diabetes do Tipo 1, o aconselhamento dietético adequado também representa um importante componente do tratamento, por evitar dosagens excessivas de insulina pré-prandial, com episódios de hipoglicemia, e por favorecer o controle glicêmico a longo prazo. Neste contexto, poucos estudos relacionam o IG no controle glicêmico de pacientes diabéticos do Tipo 1(GIACCO et al, 2000) Para verificar a efetividade do consumo de fibras no controle glicêmico, 63 diabéticos do Tipo 1, com idade média de 28 ± 9 anos, participaram de um estudo clínico randomizado .Nas primeiras quatro semanas do estudo, os voluntários consumiram o padrão de dieta que estavam habituados. Nas 24 semanas seguintes, os mesmos foram aleatoriamente divididos em dois grupos, um consumindo dieta com alto teor de fibras (50 g/dia, n = 32) e outro com baixo teor de fibras (15 g/dia, n = 31). Os participantes foram instruídos a monitorar suas glicemias e a preencher diariamente seu recordatório alimentar. Ao final do período teste, as medidas da hemoglobina glicada e da glicose plasmática de jejum foram significantemente reduzidas no grupo que consumiu dieta com alto teor de fibras, em relação ao grupo consumindo baixo teor. No entanto, a dieta com alto conteúdo de fibras continha em média 39,1 ± 8,8 g/dia. Tal dieta contém teor de fibras elevado que ultrapassa o valor de ingestão adequada (AI – Adequate Intake) para fibra, estimado em 38 g/dia para homens e 25 g/dia para mulheres. Além disso, os autores não apresentaram o conteúdo de fibras solúveis das dietas testadas, o que poderia interferir nos resultados. Alguns participantes deste grupo (44%) relataram desconfortos gastrintestinais, que
  • 25. 33 certamente foram causados pela grande quantidade de fibras consumida (INSTITUTE OF MEDICINE, 2002) O EURODIAB (Estudo Europeu Prospectivo de Complicações do Diabetes), realizado com pacientes com DM tipo I, com idade média de 32,9 ± 10,2 anos, com registro alimentar de três dias, examinado a fim de relacionar o IG da dieta e o controle glicêmico desses pacientes. A análise dos dados coletados indicou que a hemoglobina glicada aumentou significantemente, com o aumento do IG da dieta. Apesar da associação positiva observada, os autores do estudo não deixam clara a maneira como foi calculado o IG dos alimentos, o que pode ter influenciado na classificação dos alimentos como de alto ou baixo IG, dificultando assim a comparação desse estudo com outros já publicados (BUYKEN et al., 2001). Considerando em longo prazo, que um pobre controle glicêmico aumenta a incidência de complicações macrovasculares nos portadores de DM, observa-se, conforme resultados dos diversos estudos, que dietas com baixo IG poderiam de fato beneficiar o controle glicêmico e provavelmente reduzir o risco de complicações do DM. Cabe salientar, também, que a melhora no controle glicêmico, observada com dietas de baixo IG, pode ser comparada àquela resultante do uso da insulina lispro e da terapia com arcabose (HELLER et al. e HOLMAN et al., 1999). Em relação ao efeito dessas dietas sobre o metabolismo dos lipídios em pacientes com DM, os resultados não são consistentes. Uma melhora nos níveis de colesterol total e de LDL - colesterol foi observada em alguns estudos, porém em outros não (SILVA e MELLO, 2006).
  • 26. 34 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS De acordo com as evidências estudadas e apresentadas através dessa revisão, foi possível entender que o uso de dietas de baixo IG, juntamente com uma diminuição de alimentos de alto IG, contribui para o controle da obesidade, apesar de a situação ponderal não estar associada ao IG ou à CG, mas sim, à influência progressiva desses dois fatores sobre o ganho de peso. Foi possível constatar que as dietas de alto IG influenciam o ganho de peso, a partir do momento que em estas promovem saciedade em curto prazo e, ainda, fazem com que o indivíduo se alimente mais vezes para saciar a sua fome. Geralmente, nos hábitos alimentares deste indivíduo, estão incluídos, em sua maioria, alimentos de alto IG que, quando consumidos repetidamente, são responsáveis pelo ganho de peso. Foi observado que os alimentos de alto IG reduzem a produção de glicose hepática e suprimem a lipólise, pois tendem a acelerar o metabolismo muscular e hepático e promover a hiperinsulinemia e a hipoglucagonemia. Já a aplicação do IG para o controle do DM ainda é controversa. Foi possível concluir que há melhora no controle glicêmico e auxilio na prevenção do risco de morte por doenças cardiovasculares, quando dietas de baixo IG são consumidas, pois o IG é determinante do controle glicêmico pós-prandial. IG e CG são utilizados como indicadores qualitativos e quantitativos dos carboidratos que afetam a glicemia, porém, por não haver comprovação da eficácia isolada de ambos, vê-se necessária a junção destes com outras estratégias dietéticas para um melhor acompanhamento dietoterápico do indivíduo portador do DM. Todavia, ainda são necessários estudos pertinentes e mais fidedignos sobre ambos os assuntos para melhor embasar e sustentar tais hipóteses. O consumo de frutas e vegetais, a escolha por produtos integrais e menos processados, bem como o consumo limitado de batatas e arroz branco, são medidas que contribuem para reduzir o IG da dieta. A inclusão de leguminosas na alimentação diária também é uma opção. Apesar de a maioria das frutas apresentarem IG baixo, deve-se ter maior controle da quantidade de frutas como manga, mamão e abacaxi, as frutas tropicais, pois essas frutas apresentam alto IG.
  • 27. 35 Preferir produtos de padaria como pães de centeio, cevada ou aveia ao invés de pães de farinha branca processada, e utilizar habitualmente a adaptação da Tabela Internacional de IG, irá promover resultados positivos na redução do IG da dieta, pois esta tabela é de capital importância na elaboração de dietas para aumentar a eficácia da estratégia preventiva na obesidade e no diabetes mellitus. Visto que a ingestão de alimentos com baixo IG agrega benefícios ao comensal, a exclusão dos alimentos de IG elevado não é totalmente necessária, pois o consumo de uma refeição contemplando altos e baixos IGs tornam o IG final da refeição intermediário. A escolha alimentar não deve ser baseada somente em um componente isolado do alimento. É necessário considerar o conteúdo nutricional total de um alimento e o que ele representa dentro da composição geral da alimentação, sempre levando em consideração as regras básicas da boa nutrição como porcionamento e fracionamento das refeições para garantir uma adequação alimentar que auxilie nos controles metabólicos e na melhora da qualidade de vida.
  • 28. 36 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. ALFENAS RCG, PAIVA E. Effect of glycemic index os satiety and body weight. Rev. Nutr., Campinas, 20(2): 197-202, mar./abr., 2007. 2. Augustin LS, Franceschi S, Jenkins DJ, Kendall CW, La Vecchia C. Glycemic index in chronic disease: a review. Eur J Clin Nutr. 2002; 56(11): 1049-71. 3. BELL SJ, SEARS B. Low-glycemic load diets: impact on obesity and chronic diseases. Crit Rev Food SciNutr. 2003; 43(4):357-77. 4. BOUCHÉ C, RIZKALLA SW, JING L, VIDAL H, VERONESE A, PACHER N, et al. Five-week, low-glycemic index diet decreases total fat mass and improves plasma lipid profile in moderately overweight nondiabetic men. Diabetes Care 2002; 25:822- 8. 5. BUYKEN AE, TOELLER M, HEITKAMP G, KARAMANOS B, ROTTIERS R, MUGGEO M, et al. Glycemic index in the diet of European outpatients with type 1 diabetes: relations to glycated hemoglobin and serum lipids. Am J Clin Nutr 2001;73(3):574-81. 6. BRAND-MILLER JC, HOLT SH, PAWLAK DB, MCMILLAN J. Glycemic index and obesity. Am J Clin Nutr 2002;76(BELL e SEARS, 2003):281S-5S. 7. CAVALCANTE AAM, PRIORE SE, FRANCESCHINI SCC. Food consumption studies: general methodological aspects and its use in the evaluation of children and adolescents aged. Rev Bras Saúde Mater Infant 2004;4(3):229-40. 8. CHAMPE, Pamela C.; HARVEY, Richard A.; FERRIER, DENISE R. Bioquímica ilustrada. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2002. 446 p. ISBN 85-7307-098-6. 9. FABRINI, Sabrina Pinheiro; ALFENAS, R. C. G.. Impacto do índice glicêmico no controle glicêmico em diabetes mellitus. Revista Brasileira de Nutrição Clínica, v. 23, p. 135-140, 2008 10. Food and Agriculture Organization. Carbohydrates in human nutrition: report of a joint FAO/WHO expert consultation. Rome; 1997. 11. GIACCO R, PARILLO M, RIVELLESE A A, LASORELLA G, GIACCO A, D’EPISCOPO L, et al. Long-term dietary treatment with increased amounts of fiber- rich low-glycemic index natural foods improves blood glucose control and reduces the number of hypoglycemic events in type 1 diabetic patients. Diabetes Care 2000;23(10):1461-6. 12. GROSS JL, Silveiro SP, CAMARGO JL, REICHELT AJ, AZEVEDO MJ. DM: diagnóstico, classificação e avaliação do controle glicêmico. Arq Bras Endocrinol Metab 2002;46(1):16-25.
  • 29. 37 13. GUTTIERRES, Ana P.M. and ALFENAS, Rita de Cássia G. Efeitos do índice glicêmico no balanço energético. Arq Bras Endocrinol Metab, Apr. 2007, vol.51, no. 3, p.382-388. ISSN 0004-2730. 14. HELLER SR, AMIEL AS, MANSELL P. Effect of the fastacting insulin analog lispro on the risk of nocturnal hypoglycemia during intensified insulin therapy. U.K. Lispro Study Group. Diabetes Care. 1999;22(10):1607-11. 15. HODGE AM, ENGLISH DR, O’DEA K, GILES GG. Glycemic index and dietary fiber and the risk of type 2 diabetes. Diabetes Care 2004;27(11):2701-6. 16. HOLMAN RR, CULL CA, TURNER RC. A randomized double-blind trial of acarbose in type 2 diabetes shows improved glycemic control over 3 years (UKPDS 44). Diabetes Care. 1999;22(6):960-4. 17. INSTITUTE OF MEDICINE, Food and Nutrition Board. Dietary reference intakes for energy, carbohydrates, fiber, fat, protein and amino acids (macronutrients). Washington, DC: National Academy Press; 2002. 18. JENKINS DJ, Kendall CW, AUGUSTIN LS, FRANCESCHI S, Hamidi M, Marchie A, et al. Glycemic index: overview of implications in health and disease. Am J Clin Nutr 2002;76(BELL e SEARS, 2003):266S-73S. 19. LUDWIG DS. Dietary Glycemic index and obesity. J Nutr 2000;130 (suppl. 2):280-3. 20. LUDWIG DS. The glycemic index: physiological mechanisms relating to obesity, diabetes, and cardiovascular disease. JAMA 2002; 287:2414-23. 21. MARZZOCO, Anita; TORRES, Bayardo B.. Bioquímica Básica. 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1999. 360p. ISBN: 85-277-0462-5. 22. MENEZES, Elizabete Wenzel de, LAJOLO, Franco. Índice glicêmico: critério de seleção de alimentos. In: SEMINÁRIO ÍNDICE GLICÉMICO EN SALUD Y ALIMENTACIÓN HUMANA, 2002, Inciensa. 23. Pawlak DB, Bryson JM, Denyer GS, Brand-Miller JC. High glycemic index starch romotes hypersecretion of insulin and higher body fat in rats without affecting insulin sensitivity.J Nutr 2001;131:99-104. 24. PIMAZONI Netto, A. et al. Proposta Básica para a Assistência ao Paciente Diabético no Município - Sociedade Brasileira de Diabetes e Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, Rio de Janeiro: Edição 1999. 25. POWELL, KF. HOLT, SHA. MILLER, JCB. International table of glycemic index and glycemic load values: 2002. Am J Clin Nutr, 76: 5-56, 2002.
  • 30. 38 26. REID, M, HETHERINGTON, M. Relative effects of carbohydrates and protein on satiety – Review of Methodology. Neurosci Biobehav Rev 1997;21(3):295-308. 27. RODRIGUES MDB, HALPERN ZSC. Índice Glicêmico [on line]. Revista ABESO (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade. Ano V - Nº 18 - Fev/2004. Disponível em URL:http://www.abeso.org.br/revista/revista18/indice_glicemico.htm [28 Out 2008 ]. 28. SAMPAIO, Helena Alves de Carvalho, SILVA, Bruna Yhang da Costa, SABRY, Maria Olganê Dantas et al. Índice glicêmico e carga glicêmica de dietas consumidas por indivíduos obesos. Rev. Nutr., nov./dez. 2007, vol.20, no. 6, p.615-624. ISSN 1415-5273. 29. SARIS WHM. Glycemic carbohydrate and body weight regulation. Nutr Rev. 2003; 61(FAO,1997):10-6. 30. SCHULZE MB, Liu S, RIMM EB, MANSON JE, WILLETT WC, HU FB. Glycemic index, glycemic load, and dietary fiber intake and incidence of type 2 diabetes in younger and middle-aged women. Am J Clin Nutr 2004;80:348-56. 31. SHEARD NF, CLARK NG, BRAND-MILLER JC, et al. Dietary carbohydrate (amount and type) in the prevention and management of diabetes: a statement by the american diabetes association. Diabetes Care. 2004;27(9):2266-71. 32. SILVA FM, MELLO VDF. Índice glicêmico e carga glicêmica no manejo do DM. Revista HCPA 2006, 26 (2): 73-81. 33. TAPOLA N, KARVONEN H, NISKANEN L, MIKOLA M, SARKKINEN E. Glycemic responses of oat bran products in type 2 diabetic patients. Nutr Metab Cardiovasc Dis. 2005;15(4):255-61. 34. WILLETT W, MANSON J, LIU S. Glycemic index, glycemic load, and risk of type 2 diabetes. Am J Clin Nutr 2002;76(suppl):274S-80. 35. WOLEVER TMS, KATZMAN-RELLE L, JENKINS AL, VUKSAN V, JOSSE RG, JENKINS DJA. Glycaemic index of 102 complex carbohydrate foods in patients with diabetes. Nutr Res. 1994;14:651-69.
  • 31. 39 APÊNDICE A TABELA DE ÍNDICE GLICÊMICO INTERNATIONAL TABLE OF GLYCEMIC INDEX AND GLYCEMIC LOAD VALUES: 2002 Kaye Foster-Powell, Susanna HA Holt, and Janette C Brand-Miller. Adaptada e traduzida por Leandro Martinho Tarabal e Natália Soares Figueiredo.
  • 32. 40 Bolos e Muffins Índice Glicêmico Carga Glicêmica Tamanho Alimentos em Relação a glicose = por porção da porção 100 Produtos de Padaria a a a Bolos a a a Bolo de Banana feito com açúcar 58,75 22,5 100 Bolo de banana feito sem açúcar 68,75 20 100 Bolo de chocolate 34,23 18,01 100 Pão de Ló Plano 73,01 26,98 100 Bolo de Baunilha 37,83 26,62 100 Croissant 117,54 29,82 100 Folhado 103,50 26,31 100 Broinha Simples 368 32 100 Panquecas tipo Waffle 217,14 45,71 100 Muffins a a a Maçã feito com açúcar 73,33 21,66 100 Maçã feito sem açúcar 80 15 100 Maçã, aveia 108 28 100 Coco e mel 120 32 100 Banana, aveia e mel 130 34 100 Cenoura 108,77 35,08 100 Chocolate 106 30 100 Panqueca 83,75 48,75 80
  • 33. 41 Bebidas Índice Glicêmico em Carga Glicêmica Tamanho da Alimento Relação à glicose = 100 por porção Porção Bebidas a a a Coca-Cola a a a Coca-Cola 53 14 250 ml Fanta 68 23 250 ml Bebida de soja e banana 30 7 250 ml Bebida de soja e chocolate 34 8 250 ml Sucos a a a Suco de Maçã 44 13 250 ml Suco de cenoura 43 10 250 ml Suco de Laranja 50 13 250 ml Suco de abacaxi sem açúcar 46 16 250 ml Yakult, leite fermentado com Lactobacilus casei 46 6 65 ml Bebidas para Esportes a a a Gatorade 78 12 250 ml Sports Plus 74 13 250 ml Sustagen 43 21 250 ml Bebidas feitas à base de a a a energéticos Build-Up baunilha com fibras 41 14 250 ml Chocolate quente feito com água quente 51 11 250 ml Leite de vaca 45 12 250 ml Quick chocolate 41 5 250 ml Quick morango dissolvido em água 64 5 250 ml Quick morango dissolvido em 1,5% de leite 35 4 250 ml
  • 34. 42 Pães Carga Índice Glicêmico em Tamanho Alimento Glicêmica por Relação à Glicose = 100 da Porção porção Pães a a a Baguete 316,66 50 100 Pão de Leite 315 33,33 100 Pães feitos à base de cevada a a a 100% farinha de cevada 223,33 30 100 Pão de trigo-sarraceno a a a Pão de trigo- com 50% de Trigo branco 156,66 33,33 100 Pão de Frutas a a a Pão doce de frutas 146,66 20 100 Pão de hambúrguer 203,33 30 100 Pães sem Glúten a a a Pão sem glúten com grãos 263,33 33,33 100 Pão branco sem glúten 236,66 36,66 100 Pão sem glúten com fibras 230 30 100 Pão de Aveia a a a Pão com semente de aveia 216,66 40 100 Pão de farelo de aveia a a a Pão de aveia com 50% de sabor 166,66 30 100 Pão de Centeio a a a Pão de semente de centeio 193,33 26,66 100 Pães de centeio especiais a a a Pão preto de centeio 253,33 33,33 100 Pão de centeio light 226,66 33,33 100 Pão de Trigo a a a Pão com semente de trigo 173,33 33,33 100 Pão branco de trigo 236,66 -- 100 Pão branco com fibras solúveis a a a Pão branco + 15 mg de fibra psyllium 136,66 23,33 100 Pão branco enriquecido com fibras a a a Pão branco com alta quantidade de fibras 67 96 a Pão branco enriquecido com amido a a a Fibra branca 256,66 36,66 100 Pão com sabor trigo 173,33 20 100 Pães especiais de trigo a a a Pão com grãos de trigo 113,33 -- 100
  • 35. 43 Cereais I Índice Glicêmico Carga Tamanho Alimento em Relação à Glicêmica da Porção Glicose = 100 por porção Cereais do café da manhã a a a All Bran (Kellogg’s) 100 13,33 100 All Bran Aveia e frutas 130 23,33 100 All Bran fibras e soja 110 13,33 100 Mingau de Cevada 256,66 66,66 100 Farelo de aveia 500 20 100 Mingau 42 9 250 ml Mingau tradicional de aveia 51 11 250 ml Mingau Instantâneo a a a Aveia (Quacker) 66 17 250 ml Barras de Cereal Matinal a a a Kellogg's 240 56,66 100 Cereal e Milho a a a Milho 39,33 11,33 100 Trigo 36 10,66 100 Mingau de milho 109 -- 250 ml Espiga de Milho a a a Espiga de milho fervida com sal por dois minutos 32 9,33 100 Centeio, grãos integrais 68 26 100 Cereais II Índice Glicêmico Carga Tamanho Alimento em Relação à Glicose Glicêmica da = 100 por porção Porção Arroz branco a a a Risoto 46 24 100 Arroz branco fervido 46 20 100 Arroz branco fervido com sal e congelado de 16 a 20 horas 35,33 13,33 100 Arroz branco fervido por 13 minutos e depois cozido por dez 69,33 20,66 100 minutos Arroz parboilizado 48 17,33 100 Trigo a a a
  • 36. 44 Semente de trigo cozida 60 22 100 Semolina a a a Semolina assada 36,66 -- 100 Biscoitos a a a Cream Cracker 260 44 100 Biscoito de água e sal 284 52 100 Produtos lácteos e alternativas Carga Tamanho Índice Glicêmico Alimentos Glicêmica da em Relação à Glicose = 100 por porção Porção Produtos lácteos e alternativas a a a Cremes a a a Creme feito em casa com leite e açúcar 43 61 100 Sorvete 122 16 100 Sorvete metade baunilha, metade 114 -- 100 chocolate Sorvete sabor chocolate 136 16 100 Sorvetes com baixa taxa de a a a gordura Baunilha 100 6 100 Leite 11 15 a Leite de vaca fresco 31 3 250 ml Leite de vaca fermentado 11 3 250 ml Leite condensado 122 34 100 Leite sem gordura com chocolate e adoçante 24 3 250 ml Leite sem gordura com açúcar 34 49 250 Mousse preparado com água a a a Chocolate 2% de gordura 62 6 100 Manga 1,8% de gordura 66 8 100 Morango 2,3% de gordura 64 6 100 Pudim a a a Pudim de chocolate feito com leite 47 7 100 Pudim de baunilha feito com leite 40 6 100 Iogurte a a a Iogurte de frutas com baixas calorias 7 1 100
  • 37. 45 Iogurte de frutas com açúcar 16,5 5 100 Iogurte de morango com baixas calorias 15,5 4,5 100 Iogurte desnatado de manga 11,5 1,5 100 Iogurte desnatado de morango 11,5 1,5 100 Dieta diária de produtos a a a alternativos com base na soja Leite de soja 0 mg Ca 44 8 250 ml Leite de soja 120 mg Ca 36 6 250 ml Bebida de soja com banana 30 7 250 ml Bebida de soja com chocolate 34 8 250 ml Iogurte de soja, pêssego e manga, 250 ml 2% de gordura, açúcar 62,5 16,25
  • 38. 46 Frutas/Legumes/Vegetais Índice Glicêmico Carga Tamanho Alimento em Relação à Glicose Glicêmica da = 100 por porção Porção Maçã 33,3 47,57 100 Maçã, seca (Austrália) 17,4 ± 5 0,6 100 Suco de maçã sem açúcar 16 4,8 100 Damasco 47,5 4,2 100 Damascos secos (Austrália) 50 ± 7 13,3 100 Xarope de damasco 53,3 75,8 100 Banana madura amarela 42,5 10,8 100 Banana levemente não 9,17 35 100 amadurecida Banana muito madura 40 10 100 Cerejas cruas 18,3 2,5 100 Fruta-do-conde crua 45 ± 2 8,3 100 Tâmaras secas 217 ± 21 70 100 Pão de frutas 56,6 97 100 Uva 41 7,5 100 Suco de uva sem açúcar 48 69 250 ml Laranjas, não especificadas 42,5 5 100 (Canadá) Suco de laranja concentrado sem 76 açúcar 53 250 ml Pêssego 23,3 3,3 100 Pêssego enlatado em calda 43,3 7,5 100 Pêra 27,5 3,3 100 Abacaxi 55 ± 7 5 100 Suco de abacaxi sem açúcar 18,4 6 100 Ameixa 20 2,5 100 Ameixas secas, descaroçadas 48,3 ± 4 16,7 100 Uvas passa 107± 11 47 100 Melão 54 ± 9 3,3 100 Morangos frescos 33,3 ± 7 0,83 100 Geléia de morango 170 ± 10 33,3 100 Barras de frutas processadas – 300 ± 12 77 100 morango Suco de tomate sem açúcar 15,2 ± 4 1,6 100 Melancia 60 ± 13 3,3 100
  • 39. 47 Infasoy TM, à base de soja, sem 55 ± 6 4 100 mL leite Karicare TM comida de iniciação 35 ± 5 2 100 mL Nan-1 TM comida para bebês, com 30 ± 6 2 100 mL ferro S-26 TM comida para bebês 36 ± 6 3 100 mL Cereal de maçã, damasco e banana 75 ± 8 9,3 100 Mingau cremoso 79 ± 8 7 100 Pudim de arroz 79 ± 6 8 100 Frango e talharim com vegetais, 56 ± 11 4,2 100 coado Milho verde e arroz 54,2 ± 13 8,3 100 Vegetais Abóbora 93,7 133,7 100 Milho doce com mel 46,25 66,25 100 Vegetais com raízes Beterraba 80 113,7 100 Mandioca cozida 46 12 100 Nabos 121,25 15 100 Cenoura 20 28,75 100 Batatas Batatas fritas no microondas 50 71,3 100 Batata cozida em água fervente 67,3 11,3 100 Batatas fritas 50 14,6 100 Batata doce 29,3 42 100 Bolinho de batata 34,6 16 100 Tapioca Tapioca fervida com leite 32,4 46 100 Legumes e nozes Feijões secos, tipo não 24 7,3 100 especificado Feijões-fava 18,7 ± 7 3,3 100 Feijões-brancos, secos, cozidos em 20 6 100 água fervente Feijões comuns (EUA) 5 15,3 4 100 Feijão preto de molho durante a 13,3 3,3 100 noite, cozidos por 45 min Lentilhas, tipo não especificado 19,3 3,3 100 Ervilha verde fervida 15 1,3 100 Soja, seca, cozida em água 10 ± 5 0,6 100 fervente
  • 40. 48 Alimentos para recém-nascidos e produtos de suporte nutricional Índice Glicêmico Carga Tamanho Alimento em Relação à Glicose Glicêmica da = 100 por porção Porção Infasoy TM, à base de soja, sem 55 ± 6 4 100 mL leite Karicare TM comida de iniciação 35 ± 5 2 100 mL Nan-1 TM comida para bebês, com 30 ± 6 2 100 mL ferro S-26 TM comida para bebês 36 ± 6 3 100 mL Cereal de maçã 75 ± 8 9,3 100 Mingau cremoso 79 ± 8 7 100 Pudim de arroz 79 ± 6 8 100 Frango e talharim com vegetais, 56 ± 11 4,2 100 coado Milho verde e arroz 54,2 ± 13 8,3 100 Produtos de Suporte Nutricional Baunilha 10 ± 4 2,5 100mL Enercal Plus 27 ± 13 10,1 100mL Ensure 21,1 ± 8 8 100mL Ensure baunilha 19,2 ± 3 6,4 100mL Barra Ensure TM, brownie de 113,2 ± 3 21 100 calda de chocolate Resource Diabetic TM, baunilha 100mL 14,3 ± 3 3,4 francesa Resource Diabetic TM, chocolate 100mL 7±4 3 suíço Suco de laranja engrossado 100mL Resource TM, com consistência de 20 ± 9 7,5 mel Suco de laranja engrossado 100mL Resource TM, com consistência de 22,7 ± 7 8 néctar Bebida de fruta Resource TM, 100mL 16,8 ± 8 6,7 sabor pêssego Sustagen de chocolate 12,4 ± 4 5,2 100mL Sustagen com fibras extras 13,2 ± 4 6 100mL Ultracal TM com fibra 17 5,1 100 mL Pudim de sustagen de baunilha 10,8 ± 3 5,2 100
  • 41. 49 Massas/Açúcares/Outros Índice Glicêmico Carga Tamanho Alimento em Relação à Glicose Glicêmica da = 100 por porção Porção Massa e macarrão Macarrão cabelo de anjo 25 11,1 100 Pasta de milho sem glúten 4,4 ± 10 17,8 100 Fettucine, ovo 17,8 ± 4 8,3 100 Macarrão instantâneo 25,5 ± 5 25,5 ± 5 100 Linguine grosso 23,8 11,6 100 Ravióli, farinha de trigo, recheado 100 21,6 ± 1 8,3 de carne, cozido em água fervente Talharim de arroz, fresco 22,2 ± 4 8,3 100 Espaguete com proteínas fervido 15 7,7 100 por 7 minutos Espaguete branco fervido por 5 100 17,8 8,3 minutos Pizzas Queijo 60 86 100 Queijo Parmesão e tomates 80 114 100 Pão branco com toppings Pão branco com manteiga, queijo e 100 leite de vaca 27,5 37,5 Pão branco com manteiga 59 84 100 Lanches e Doces Burger Rings TM, sabor churrasco 180 ± 16 56 100 Chocolate ao leite simples com 68 ± 5 14 100 sacarose Chocolate ao leite simples, baixo 70 ± 16 16 100 teor de açúcar com maltitol Chocolate branco Milky Bar 88 ± 6 26 100 Salgadinhos de milho, simples, 84 ± 4 22 100 temperados com sal Barra de fruta recheada de 100 ± 8 34 100 damasco Life Savers ® , bala de hortelã 233,3 ± 6 70 100 M & M's ® , amendoim 110 ± 3 20 100 Nutella ® , pasta de chocolate e 165 ± 4 20 100 avelã Castanhas de caju, salgadas 44 ± 5 6 100 Amendoins 26 ± 6 2 100
  • 42. 50 Pipocas Pipoca, simples, cozida em 275 ± 7 30 100 microondas Batatas chips, simples, temperadas 114 20 100 com sal Lanche, Apple Cinnamon – maçã e 80 ± 8 24 100 canela Açúcar Glicose porção 50 g (dextrose) 85 Glicose porção 25 g com aveia 92 Glicose consumida com Ginseng 780 80 100 46 g de glicose + 15 g de extratos 100 790 ± 3 60 de fibra de maçã e laranja 50 g de glicose + 14,5 g de goma 100 620 60 guar 50 g de glicose + 14,5 g de goma 100 570 60 de aveia 100 g de glicose + 20 g de goma 100 850 90 arábica Glicose consumida com refeições Com bife grelhado, queijo e manteiga 55 Mel 128 28 100 50 g de maltose 1050 ± 12 110 100 100 g de sacarose 65 Lactose 86 100 Produtos com menor índice de carboidratos Chocolate sem açúcar 14 20 100 Barras de proteína 30 43 100 Mini bolo de morango 43 61 100 Mousse de chocolate branco 40 57 100 Cappucino 47 67 100 Sopas 100 Feijão preto 64 92 100 Ervilha verde 66 94 100 Lentilhas 44 63 100 Refeições mistas 100 Nuggets de frango 46 66 100 Peixe 38 54 100 Tortas e bifes 45 64 100
  • 43. 51 Sushi, salmão 48 69 100 Sushi com algas, vinagre e arroz 55 79 100 Alimentos tradicionais da América do Sul 100 Bolo de milho 72 102 100 Feijão Preto 30 43 100 Tortilha de milho 52 74 100 Tortilha de milho com purê de batata, tomate 78 111 100 Tortilha de trigo 30 43 100