PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
Feudalismo e crise
1. Módulo 2. O dinamismo civilizacional da
Europa Ocidental nos séc. XIII a XIV
Espaços, Poderes e Vivências
2. Níveis de desempenho
1- Caracterizar sucintamente a diversidade politica da Europa Ocidental entre os séculos
XI e XIII.
2- Explicar as razões que levaram à emergência do feudalismo.
3- Explicitar as vantagens que a burguesia alcançava com a constituição de comunas.
4- Relacionar as inovações técnicas com a expansão agrária e o crescimento demográfico
na Idade Média.
5- Estabelecer as relações entre a Igreja de Roma, Bizâncio e o mundo islâmico medieval.
6- Compreender de forma genérica o renascimento do comércio e da economia
monetária nos séculos XI-XIII.
7- Caracterizar o século XIV.
5. Reinos na Europa
• Em resultado das invasões bárbaras, a Europa fragmenta-se em pequenos reinos.
• No inicio do séc. IX existiam já vários territórios chefiados por reis, pertencentes a
famílias nobres e que se tinham destacado na guerra.
• Entre o séc. IX e o séc. XIII estes reinos foram sendo sucessivamente alargados em
área e em importância:
– Castela
– Portugal
– Inglaterra
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– França…
6. Do governo carolíngio à instabilidade política
• Nos finais do séc. V, a grande
força política europeia eram os
francos.
• Com Clóvis, em 497,
converteram-se ao cristianismo
e foram desenvolvendo um
sistema político que conduziria
à dinastia Carolíngia da qual
Carlos Magno foi o maior
representante.
7. O império de Carlos Magno
• Grande expansão territorial: domina os saxões, os ávaros e os lombardos; trava os
muçulmanos e sustém os bizantinos.
• Torna-se o grande defensor do Cristianismo.
• É coroado imperador em 800 e personificou a reconstituição do império romano.
• Preparou as estruturas feudais, ao reorganizar a administração do seu império:
– Divisão do território em condados (dirigidos por homens da sua confiança – os
contes e os duques).
– Os territórios fronteiriços – marcas – foram entregues a nobres com ampla
autonomia (marqueses).
• A todos foi exigido um juramento de fidelidade.
8. Decadência após Carlos Magno
• Em troca dos apoios recebidos, os reis carolíngios recompensavam os seus nobres
com doações a que chamavam benefícios.
• A acumulação de benefícios levou ao surgir de um número restrito de nobres que
acumulavam poderes administrativos, judiciais e militares, o que conduz ao
enfraquecimento do poder central.
• Para os reis francos, o poder era pessoal, pelo que era transmitido ao filho
primogénito.
• O filho de Carlos Magno, Luís o Pio, divide o território pelos seus três herdeiros na
Partilha de Verdun (843): reino franco para Carlos; a faixa central para Lotário e a
parte Leste para Luís. Daqui nasceriam três reinos distintos: França, Itália e Alemanha.
9. A instabilidade
• As invasões dos séc. VIII a X (muçulmanas, normandas e húngaras) ajudam à
fragmentação política.
• Na ausência de uma força organizadora, ocorreu a passagem de poder para as
forças locais (importância da Capitular de Quiersy-sur-Oise – 877).
• Com a instabilidade política, aumenta a insegurança e a recessão económica.
• As estruturas carolíngias marcaram, todavia, o futuro de várias regiões:
– Inglaterra; a tradição franco normanda de Guilherme, o Conquistador;
– Portugal: os cavaleiros francos da reconquista;
– Itália: as conquistas.
10. O sacro-império germano-romano
• No séc. X o Imperador Otão I aliou-se ao Papa (como antes dele Carlos Magno o
havia feito) e da união dos territórios germânicos com os italianos nasceu um
novo e forte império.
• O sacro-império procurava ter mais sucesso que Carlos Magno e restaurar o
antigo império romano.
• Fracassou em resultado das constantes lutas pelo poder dos senhores e pelas
disputas com a própria Santa Sé.
• O chefe do Império Romano do Oriente (sediado em Bizâncio) nunca reconheceu
o governo germânico como verdadeiro herdeiro dos romanos. Pág. 16
11. A instabilidade: o cerco da Europa
• Desde o séc. VIII que os muçulmanos ocupavam a Península Ibérica. Daqui
tentavam penetrar na Europa, ameaçando o Sul de França e grande número das
regiões de Itália.
• Os Normandos, ou Vikings, povos vindos do Norte da Europa, faziam incursões
nas costas da Grã-Bretanha. Ao longo dos séc. IX e séc. X, estes invadiram a
Europa.
• Do Oriente, descendentes dos antigos Hunos e Ávaros, os Magiares dirigiram-se
para Ocidente conquistando, matando e destruindo o que encontraram pelo
caminho.
12. Consequências do cerco da Europa
• Perante a ameaça dos novos invasores, a Europa fecha-se dentro das suas
fronteiras.
• As rotas comerciais que a ligavam via Mediterrâneo à Palestina, desapareceram.
• As cidades perdem novamente a sua função, pois ninguém se sente em
segurança.
• Há uma fuga desordenada da população urbana para o campo, onde pensa
encontrar protecção.
• Face à incapacidade política e administrativa do Império, cresce a autoridade dos
senhores locais. Estes, aumentam cada vez mais o seu poder à custa do imenso
caudal humano que junto de si busca guarida.
13. • A economia baseia-se agora na agricultura, que torna novamente a ser praticada em
regime de subsistência.
• A economia de mercado cede lugar a uma economia natural (agrícola), fechada, de
troca directa devido à falta de excedentes.
• A moeda praticamente deixa de circular.
• A pecuária funciona como complemento à agricultura, actividades principais desta
época.
• Os poucos pontos de comércio que subsistem estão ligados principalmente aos
centros de peregrinação.
• Às mortes pelas fomes, acrescentam-se as mortes pelas pestes. Verifica-se assim uma
forte recessão demográfica.
14. A emergência do feudalismo
• Perante a falta de mão-de-obra, os grandes proprietários tendem a vincular à
terra camponeses que, a pouco e pouco, se vão tornando dependentes.
Reforçam-se as relações de dependência pessoal ou de vassalagem. Estas faziam-
se através de um acordo especial - o contrato de vassalagem.
• O Senhor possuía assim um conjunto de vassalos na sua dependência. Estes
vassalos poderiam ter mais do que um Senhor, prestando homenagem a um
deles.
• A esta época da história da Europa, marcada por laços de dependência entre os
homens e por uma economia marcadamente rural, os historiadores chamam
FEUDALISMO.
15. Características do feudalismo
ASPECTO ASPECTO ASPECTO ASPECTO
POLÍTICO SOCIAL ECONÓMICO RELIGIOSO
• Descentralização do • Sociedade forte- • Economia de base • Autoridade espi-
poder. mente hierarqui- rural (agrária). ritual e temporal da
zada (Clero, No- Igreja.
• Enfraquecimento breza e Terceiro • Economia fechada.
do poder do Estado Estado). • Insersão da Igreja
Soberano (e do • Sociedade domina- • Economia de sub- na ordem feudal.
Rei). da por laços de de- sistência.
pendência pessoal: • Desenvolvimento
• Ascensão política • Decadência ou do monaquismo.
da Nobreza. Suserano quase inexistência
de comércio. • Papel primordial
• Autoridade exer- Grande Vassalo dos Mosteiros no
cida de pessoa para • Insegurança das ensino, assistência
pessoa. Pequeno Vassalo rotas. social e manu-
tenção da paz.
16. As relações feudo-vassálicas
• Os laços estabeleciam-se num sistema de cadeia: o suserano (o rei, primeiro na
hierarquia), o Grande Vassalo (os vassi dominici ou vassalos directos do rei) e o
pequeno vassalo (dependente dos vassi dominici).
17. As relações feudo-vassálicas
• Em resultado da anarquia que se instalou na Europa, a pouco e pouco, foram-se
estabelecendo relações de dependência ou vassalagem entre o rei e os senhores
e entre estes e os seus vassalos, criando uma rede de dependências e
solidariedades verticais e de laços de vassalagem (entre os senhores e os
suseranos) e laços de suserania (entre o suserano e seus vassalos).
• A sociedade feudal é uma sociedade hierarquizada. Os homens estão
subordinados uns aos outros, por laços de dependência. Este conjunto de
relações de dependência pessoal é o que caracteriza a sociedade feudal.
• Na época carolíngia, estas práticas acentuaram-se, estabelecendo-se verdadeiros
laços de independência pessoal firmados na cerimónia de vassalagem.
18. As relações feudo-vassálicas
• Estas relações de dependência faziam-se através de um contrato que compreendia as
seguintes cerimónias:
– Homenagem: cerimónia de entrega do vassalo ao Senhor, considerando-se seu
homem e colocando-se na sua dependência;
– Juramento de fidelidade: cerimónia feita pelos dois, em que juram ser fiéis um ao
outro(sobre as sagradas escrituras), cumprindo o acordado;
– Investidura: o Senhor investe o vassalo no cargo que vai ocupar e que pode ser
transmitido de geração em geração.
• Este contrato feito entre o vassalo e o senhor era vitalício e implicava deveres e
obrigações mútuas, em particular de fidelidade, ajuda e conselho.
20. Reforço do poder local
• A apropriação dos direitos de bannus (conjunto de poderes exclusivos do rei e
que correspondiam ao comando do exército e ao poder de punição dos homens
livres – justiça) pelos senhores, retirou ao poder central a supremacia da
jurisdição sobre as terras destes.
• A imunidade (isenção fiscal e autonomia administrativa e judicial) passa, a partir
do séc. VIII, para as mãos de alguns senhores nobres e para a Igreja.
• Este processo de dependências múltiplas conduziu à criação de um sistema
designado por Homenagem Lígia (ou seja, a fidelidade era devida ao mais
importante dos senhores, o rei) como forma de proteger o poder central.
21. Dependências
• Para além dos laços de dependência entre senhores, existiam ainda os laços de
família, que constituíam as solidariedades horizontais. As famílias organizavam-se
em torno das necessidades de constituir um bom feudo, ocupar um bom cargo ou
obter benefícios importantes.
• A criação do sistema de herança de linhagem ou agnático (só o filho mais velho,
varão é que herda), cria uma classe de filhos segundos, cuja sobrevivência passa
pela incursão na vida religiosa, na cavalaria ou pela criação de laços de
dependência verticais, contraídos com o membro mais poderoso da família.
22. Senhorios
• Na Europa da Alta Idade Média, o cultivo da terra ocupava a maior parte da
população. Esta terra encontrava-se, na sua maior parte, nas mãos dos grandes
senhores da Igreja e da Nobreza. A estas terras pertencentes ao senhor,
chamamos Senhorio ou Domínio Feudal. Segundo os historiadores, o senhorio
feudal resulta da apropriação dos direitos de bannus e à transformação da
imunidade.
• É a base da sociedade da época:
– Unidade de produção fundamental,
– Abastece o mercado local e inter-regional;
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– Garante a imposição e fortalecimento das elites.
23. Senhorios
LEGENDA:
LEGENDA:
. .Castelo do Senhor
Castelo do Senhor
• Este senhorio era constituído por duas partes distintas:
. Torreão feudal
– a reserva - explorada directamente pelo senhor. Cultivada por feudal
. Torreão servos
. .Reserva senhorial
Reserva senhorial
(trabalhadores rurais não livres; sujeitos à terra onde trabalhavam, podiam ser
vendidos ou doados com ela e só obtém a sua liberdade no séc. XIII) e criados
. .Moinho
Moinho
permanentes e pelos camponeses-vassalos sob a forma de trabalho gratuito. A
. Floresta
. Floresta
reserva compreendia o castelo, os campos de cultivo do senhor, os prados,
. .Aldeia
Aldeia
bosques, o forno, o moinho e o lagar (normalmente era metade da área do
domínio, correspondendo à zona mais fértil). . .Terras arrendadas
Terras arrendadas
– Os mansos - parcelas do senhorio que o senhor concedia aos .camponeses para
.Terras baldia
Terras baldia
. Áreas de arrotea-
que estes explorassem, em troca de uma parte da produção . sob a forma de
Áreas de arrotea-
rendas e do trabalho gratuito na reserva. Estes mansos podiam mento (dados a
ser livres
mento
camponeses livres) ou concedidos a servos ou escravos (mansos servis).
24. Senhorios
• Os camponeses livres ou colonos, que exploravam as terras arrendadas encontravam-
-se na dependência do senhor. Tinham que explorar a terra e guardar parte da
produção, bem como deviam aos senhores determinadas obrigações:
– pagamento de rendas pelo aluguer das terras (em géneros);
– pagamento de peagens (tributo sobre o trânsito de mercadorias que passavam
pelas terras do senhor);
– pagamento da talha (para assegurar a protecção do senhor);
– cumprimento de corveias (trabalho de um certo número de dias por semana na
reserva do senhor);
– cumprimento de banalidades (utilização do moinho, forno… do senhor em troca
da entrega de parte do produto obtido).
25. Senhorio banal
O senhor feudal:
•Possuía jurisdição sobre os seus habitantes (direito de banus).
•Exercia todos os domínios senhoriais (justiça, impostos, guerra).
•Tinha, a partir do séc. VIII, imunidade fiscal.
•Detinha grande autonomia.
Este poder alargou-se progressivamente a outros senhores, conduzindo à divisão dos
senhores feudais em duas categorias:
– Grandes senhores (com direito de bannus, como condes, príncipes, abades…);
– Pequenos senhores (fidalgos e monges) sujeitos ao poder banal da justiça, tal
como os camponeses.
26. • A expansão do senhorio banal por todo o Ocidente Europeu permitiu aos seus
detentores - a aristocracia guerreira e as altas hierarquias da Igreja - tomarem
virtualmente as rédeas da vida pública.
• Os senhores constituíram-se como as únicas autoridades administrativas, judiciais
e fiscais. Deles dependia a sobrevivência material das comunidades rurais, as
famílias dos cavaleiros sem terra e a pequena nobreza empobrecida.
• O senhorio agravou a vida das populações que, em resultado do clima de guerras
constantes e de insegurança, se colocava sob a sua dependência. Os poucos que
conseguiam resistir eram os habitantes dos núcleos urbanos.
27. • As dependências senhoriais pressupunham a criação de uma rede de
dependências servis (populares) contra as quais cedo se procurou pôr fim:
– Camponeses que trabalham em regime de subserviência;
– Criação de associações de vizinhos ou comunas rurais em que os camponeses
juravam apoio mútuo e se organizavam para uma resistência contra os
senhores (solidariedades horizontais) detentores dos direitos sobre a cidade;
– Luta camponesa por documentos escritos que estipulassem os direitos e
deveres das duas partes (ex. cartas comunais ou cartas de foral);
• Paralelamente, mantiveram-se as relações entre senhores e camponeses nos
domínios senhoriais, correspondendo assim a solidariedades verticais.
28. Comunas
• A cidade vai-se desenvolvendo e procurando formas de sobreviver fora da
dependência dos senhores e livre das taxas e impostos como as portagens.
• As associações comunais desenvolvem-se, obtendo estes vizinhos regalias e
isenções importantes, que lhes permitiam uma certa autonomia.
• A carta comunal ou de franquia, que garantia esses mesmos direitos e isenções
em troca do pagamento de determinadas compensações monetárias foi, em
muitos casos, conseguida após lutas e violentas disputas.
• O movimento comunal contribuiu para o enfraquecimento do poder senhorial e
para o reforço das cidades. Pág. 17
29. As instituições urbanas
• Nas regiões alemãs ou italianas desenvolveram-se algumas cidades reorganizadas
em novos moldes:
– Governadas por um conselho de burgueses e um corpo de magistrados
próprios;
– Eram os seus habitantes quem definia as normas, lançamento e cobrança de
impostos, aplicação de justiça…
• Possuíam símbolos da sua autonomia:
– Palácio comunal com o sino e o relógio;
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– Selo da cidade comunal.
30. A sociedade medieval
• A sociedade feudal é uma sociedade hierarquizada e tripartida. Os homens estão
subordinados uns aos outros, por laços de dependência.
• Com as invasões normandas, o sistema feudal passa a vigorar em quase toda a
Europa, atingindo o seu auge nos séc. X e XI.
• Os senhores constituíram-se como as únicas autoridades administrativas, judiciais
e fiscais. Deles dependia a sobrevivência material das comunidades rurais, as
famílias dos cavaleiros sem terra e a pequena nobreza empobrecida.
• A Igreja justificava a sociedade trinitária: o Clero como representante de Deus, o
que reza pelos homens; a Nobreza que protege e o povo que trabalha.
32. A unidade da crença
• Após as invasões, a Igreja era, no Ocidente, a única força organizada:
– Grupo social de grande força e prestígio, possuía vastas propriedades de
onde retirava grandes riquezas.
– Detinha um grande número de privilégios reais, isenções fiscais e benefícios
(tais como um tribunal próprio). O seu prestígio resulta ainda da força que a
religião detinha neste período de insegurança e instabilidade. A fé da
população aumenta.
33. O Bispo de Roma
• O Bispo de Roma torna-se o líder da comunidade cristã, passando a ser designado
por Papa:
– É a instância suprema;
– Legítimo sucessor de S. Pedro, representa Cristo na terra;
– Líder espiritual e temporal da cristandade (só ele podia delegar poderes a
reis e príncipes);
– Supremo árbitro, é quem reconhece estados, reis e convoca guerras (A
Guerra Santa);
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– Governa em nome de Deus – teocracia papal.
34. O Bispo de Roma
• Sacralizou e educou as populações:
– evangelizou os invasores;
– Controlou a nobreza guerreira, instituindo a paz de Deus, a Trégua de Deus e
a instituição da Cavalaria;
– Sacralizou e ritualizou todos os atos da vida quotidiana (calendário
organizado com dias santos, integração das festividades pagãs no
catolicismo…)
– Criou instituições de caridade e de ensino (escolas monacais e episcopais)…
– Manteve viva a cultura (monges copistas).
35. • A crescente influência espiritual da Igreja durante a Idade Média efectuou-se em
dois sentidos:
– estabilizar as instituições feudais;
– como suavizadora dos costumes e das mentalidades.
• Desenvolveu-se um novo conceito de paz, que veio a modificar as características
da própria guerra: a Paz de Deus e a Trégua de Deus. Através dos concílios de Paz
(reuniões promovidas pelos Bispos em cada distrito), a Igreja procurou refrear a
violência e estabelecer regras de conduta, normas morais e espirituais a que
todos se obrigavam por juramento colectivo.
36. A Igreja Romana
• O Papa governa em nome de Deus e é o chefe da hierarquia eclesiástica:
– Clero regular: que vive segundo uma regra (nos Mosteiros) – abades, monges
– Clero secular: que vive junto à população – padres, bispos e cardeais
• A área de influência da igreja romana foi sendo sucessivamente alargada, quer
com a reconquista cristã, com a evangelização do norte da Europa ou com o
movimento das cruzadas.
• Apesar de contestada, a autoridade do Papa e da Igreja foi sendo cada vez mais
reforçada até ao ponto em que se torna a única fonte de poder espiritual e
temporal.
37. A Cristandade face a Bizâncio
• Bizâncio desenvolveu, ao longo da Idade Média, uma florescente civilização que
seguia os preceitos do Cristianismo, embora a língua oficial fosse o grego e não o
latim.
• O império era chefiado por um patriarca que se recusava a seguir o chefe máximo
da Igreja romana, o Papa.
• Esta situação conduziu ao Cisma da Cristandade e a criação da Igreja Ortodoxa.
• Esta igreja expandiu-se para a Rússia e nunca mais se fundiu com a Igreja Cristã
Romana, mesmo em épocas em que a luta era com os mesmos inimigos.
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38. O ocidente face ao Islão
• Em finais do séc. VII, inícios do séc. VIII, os muçulmanos, povos islamitas vindos da
África e da Arábia, iniciaram um movimento de Guerra Santa.
• Neste processo de Guerra Santa surge uma civilização que domina todo o Médio e
Próximo Oriente.
• As causas principais da sua instalação na Península foram:
– a proximidade a que ficaram após a conquista do Norte de África (que ocorre
relativamente rápido. 640 a 700),
– a situação de crise vivida nesta altura. Nos finais do séc. VII, o peso crescente
da aristocracia fundiária (detentora de terras) pôs em causa a própria
monarquia visigoda.
39. • Islão significa submissão a Deus. Surge ligada a Maomé, profeta árabe que
inscreveu os cinco pilares desta nova fé:
– Crença em Alá, deus único;
– Peregrinação a Meca (cidade natal do profeta) pelo menos uma vez na vida);
– Oração;
– Esmola;
– Jejum durante o Ramadão.
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40. • Civilização florescente e avançada, introduziu na Europa conhecimentos
como o do fabrico do papel, da pólvora ou a indústria dos tapetes.
• Foi responsável pela introdução de grandes avanços tecnológicos,
fundamentais para a evolução agrícola da península, tais como a picota ou
a charrua.
• A sua fé e a procura de expansão pela força levaram ao desenvolvimento
de uma política de resposta, que se formalizou nas cruzadas iniciadas no
final do séc. XI, sob influência de Urbano II (oito no total).
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41. 1. 2. O QUADRO ECONÓMICO E
DEMOGRÁFICO
RESSURGIMENTO ECONÓMICO
42. O ocidente em recuperação
• O ressurgimento económico dos séculos XI a XII permitiu uma reanimação dos
burgos e o reaparecimento das cidades.
• Operam-se agora grandes mudanças a nível económico e social:
– O êxodo rural (muitos colonos e servos abandonam as terras em direcção às
cidades, onde deixavam de estar sob a dependência do senhor),
– A produção de excedentes agrícolas para vender nas cidades,
– O desenvolvimento da produção artesanal, baseada na matéria-prima vinda
dos campos,
– A diversificação de culturas e o desenvolvimento da pecuária.
43. • A partir de meados do séc. XI surgem sinais evidentes de uma renovação
económica, política e social. Vários fatores são responsáveis por um novo quadro
económico-social :
– O ambiente de paz resultante do recuo dos povos invasores, bem como o
acalmar das guerras privadas, graças à ação estabilizadora da Igreja.
– A melhoria das condições climáticas. O clima tornou-se mais ameno,
favorecendo assim as atividades agrícolas (aumento na produção).
– O retrocesso das fomes e pestes, permitindo assim o aumento da taxa de
natalidade e consequente aumento demográfico.
44. – A esperança média de vida torna-se maior, devido a todos os novos fatores.
– Os progressos técnicos que se fizeram sentir a nível da agricultura e dos
transportes:
• os instrumentos passam a ser fabricados em ferro, uma vez que agora
que se vivia em paz, já não era tão necessário para a construção de
armas;
• inventam-se os processos que visavam facilitar a tração animal e, por
isso, o próprio aproveitamento da terra e a rapidez dos transportes: a
atrelagem em fila, a ferradura, a coelheira, a charrua.
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45. O desenvolvimento agrícola
– Implementam-se progressos que conduzem ao incremento e expansão da
produção agrícola:
– novos sistemas de cultivo (a terra passa a ser mais bem aproveitada,
passando-se a utilizar a técnica do pousio ou o sistema de afolhamento
trienal; divulgou-se o uso do estrume para aumentar a fertilidade da terra,
devido a uma maior criação de gado);
– alargamento das áreas cultivadas (arroteamentos, drenagens e secagens de
pântanos…).
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46. O desenvolvimento económico
– Incentiva-se a construção de canais de irrigação, de moinhos de água e
vento…
– O uso da bússola, da vela triangular e das cartas de marear, permitem o
transporte de maior tonelagem de mercadorias, com maior rapidez e
segurança.
– Aumenta a circulação de pessoas e bens.
– Recuperam-se as vias de comunicação e reestruturam-se os portos
comerciais.
– Desenvolvem-se novas técnicas e associações comerciais. Pág. 35
47. O renascimento das cidades
• A reanimação dos antigos burgos favoreceu o aparecimento de novas cidades e a
reanimação de antigos centros urbanos.
• As cidades encontravam-se definidas e delimitadas por uma cinta protectora: a
muralha.
• O espaço urbano era irregular, uma vez que resultava de sucessivos acrescentos.
48. O renascimento das cidades
• A cidade dispunha de um centro onde se
localizava um edifício religiosos e uma praça
onde se agrupavam os edifícios
administrativos e o mercado. Daqui partiam
as ruas mais importantes. As ruas
secundárias (lugares de passagem) ligavam
as ruas principais (destinadas ao tráfego,
comércio e festejos da cidade) entre si, de
uma forma labiríntica e mesmo tortuosa
(sistema radioconcêntrico).
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49. As cidades
• Nos bairros centrais da cidade habitavam os mais ricos e importantes, ao passo
que os pobres viviam em zonas mais afastadas da cidade.
• A cidade era ainda composta pelos arrabaldes e pelo termo. Os primeiros eram os
bairros fora das muralhas, destinados aqueles que a cidade marginalizava (como
os árabes - mourarias). O termo era o conjunto dos campos agrícolas que
rodeavam a cidade e que a abasteciam, em troca de certos privilégios:
– a protecção em caso de guerra,
– a isenção de portagens à entrada da cidade,
– a isenção ou redução fiscal nas mercadorias vendidas na cidade.
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50. Desenvolvimento comercial
• Devido à melhoria das condições de vida e a todos os progressos que se
verificaram na agricultura, na técnica e a nível de transportes, as populações
sentem-se mais seguras, torna-se mais fácil a comunicação entre as várias
regiões.
• A Europa que se encontrava fechada sobre si mesma desde as invasões que
conduziram ao Cerco da Europa, reabriu-se ao comércio internacional.
51. Desenvolvimento comercial
• A uma economia natural (agrícola) sucede uma florescente economia monetária
que o Ocidente desconhecia desde os tempos do Império Romano.
• A produção agrícola aumenta e criam-se os excedentes necessários para a
actividade comercial. Abandona-se a economia de subsistência e regressa-se a
uma economia de mercado.
52. Feiras e mercados
• A cidade, habituada às trocas comerciais que estabelecia com o seu termo
(mercado local), enceta agora trocas com regiões vizinhas e mesmo longínquas,
desenvolvendo o comércio e possibilitando o aparecimento das feiras.
• É a criação das feiras que vai dinamizar a atividade comercial.
• As feiras eram fundadas por reis e senhores, através da CARTA DE FEIRA. Nestes
documentos fixavam-se os direitos e obrigações dos feirantes, protegendo-os de
assaltos ou ataques (PAZ DE FEIRA) e/ou isentando-os de impostos (FEIRAS
FRANCAS).
53. • As feiras representam a possibilidade de vender as produções agrícolas locais e o
abastecimento de produção necessária, mas inexistente na região.
• Possuíam importantes privilégios:
– aplicação de penas pesadas a quem perturbasse a paz e a ordem no local da feira;
– concessão de proteção do príncipe territorial a quem fosse à feira;
– criação de um corpo de intervenção policial designado por “guardas da feira”;
– concessão de diversos privilégios a quem frequentasse as feiras (forma de atrair mais
participantes). D. Dinis, em Portugal, cria as “Feiras Francas”, feiras com isenção de
impostos e a suspensão de mandatos judiciais que pendessem sobre os mercadores,
durante a duração da feira.
54. • As feiras eram:
– 1. Lugares de transação de comércio - centros de tráfico;
– 2. Lugares de cobrança de impostos: sobre a circulação das mercadorias
(portagens e peagens); sobre as transações (sisa e dízima); sobre o aluguer de
lojas, licença de vendas; penas pecuniárias sobre delitos cometidos na feira.
– 3. Lugares de fortalecimento do poder real,
– 4. Lugares de desenvolvimento de normas jurídicas (ex. Carta e Paz de Feira),
– 5. Lugares de desenvolvimento de crédito comercial e bancário,
– 6. Lugares de aproximação entre os povos - expansão da sociabilidade.
55. Grandes rotas do comércio externo
• É a criação das feiras que vai dinamizar a actividade comercial. O
desenvolvimento destas, transformou as cidades ou regiões onde se verificavam
em grandes mercados internacionais permanentes. Surgem as chamadas
“Regiões de Vanguarda”, verdadeiros pólos de desenvolvimento económico.
• Os principais pólos comerciais desta época são:
– Países Baixos,
– Liga Hansiática;
– Norte de Itália;
– Feiras da Champanhe. Pág. 36
56. Flandres /Países Baixos
• Com origem no desenvolvimento económico que a região experimentou durante
o Império Carolíngio.
• Destacam-se as cidades de Bruges, Antuérpia, Yprés e Gand, focos de
desenvolvimento têxtil.
• Impulsiona-se um comércio ativo com a Inglaterra (fornecedora de lã), com a
França (fornecedora de trigo e vinho), com a Itália (portadora dos produtos
vindos do Oriente), com as costas atlânticas de Portugal e Espanha (fornecedoras
de sal e peixe seco).
• Bruges torna-se o local mais cosmopolita. Pág. 37
57. Liga Hansiática
• Associação de mercadores de cidades germânicas como Lubeque, Hamburgo ou
Dantzig, também conhecida como Hansa Teutónica.
• Esta associação põe em contacto comercial as cidades do Norte europeu, desde
as cidades inglesas, à Alemanha, países escandinavos e até à Rússia.
• Comercializam alimentos (trigo, peixe seco e carne) e matérias-primas (madeira,
peles e gorduras).
• Responsáveis pelas trocas comerciais entre o Norte e o Sul da Europa, revelaram
conhecimentos fundamentais para a prática do comércio que iriam conduzir a um
grande desenvolvimento desta região. Pág. 38
58. Norte de Itália
• Herdeira da tradição romana de vida urbana.
• Até ao séc. XVI as cidades do norte de Itália irão dominar o Mediterrâneo.
• As cidades italianas constituíam pequenos estados autónomos e rivais entre si, o
que desperta a vontade de vencer e superar os seus vizinhos.
• Constituído em torno das cidades de Veneza, Génova, Florença, Piza, Ferrara…
principais fornecedores ao Ocidente dos têxteis de luxo, metais preciosos e
especiarias, produto em que realmente assentava o seu poderio.
• Cidades prósperas, foram as primeiras a relançar a cunhagem da moeda após o
clima do cerco da Europa. Pág. 39
59. Feiras da Champagne
• Localizadas no cruzamento das rotas que ligavam os Países Baixos ao Norte de
Itália.
• Desenvolvem-se devido à sua boa localização geográfica, na interseção das
principais rotas terrestres.
• Tendo em conta que, nesta época, o comércio era realizado por mercadores
viajantes, que faziam as suas trocas principais nas feiras de toda a Europa, não é
de estranhar o desenvolvimento desta área.
• Alternando entre si durante os meses do ano, constituíram um espaço
permanente de animação comercial e financeira.
Pág. 41
60. Em resumo:
Onde? Produtos Produzidos Regiões c/ que comercializam Produtos que entram no circuito
Inglaterra e Escócia Lã
Noroeste
Báltico (Hansa) Peles, cera e madeira, …
Flandres Europeu Indústria de Lanifícios
Cidades Italianas Especiarias, Ouro
(Bruges)
Península Ibérica Sal, Azeite
Rússia, Noruega Cereais, peles, madeira…
Norte da --- França Vinho e Sal
Liga
Alemanha e Controlavam todas as Inglaterra Lã
Hanseática
Báltico trocas no Báltico e Norte Mediterrâneo Azeite
Flandres Tecidos
Ásia Menor
Cidades do Veneza Indústria têxtil e do vidro
Síria Especiarias, Tecidos,
Norte de Génova Dominavam o comércio
Egito Pérolas, Pedras Preciosas,…
Itália Pisa… cristão do Mediterrânio
Europa
A norte da
Nelas paravam os
Feiras de Liga e a sul
--- comerciantes do Norte Todo o tipo de produtos
Champagne das cidades
flamengo e do Sul Italiano
Italianas
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61. Novas práticas financeiras
• A introdução dos sistemas de crédito ficou a dever-se a alguns factores:
– o risco e dificuldade do transporte de espécies monetárias;
– a insuficiência de moeda metálica.
• Instrumentos de crédito utilizados:
– LETRA DE FEIRA;
– LETRA DE CÂMBIO (ou carta de pagamento);
– CHEQUE.
• A diversidade das espécies monetárias em circulação fez surgir a classe dos
banqueiros ou cambistas, actividade que permitia um grande enriquecimento.
Pág. 42
62. Formas de associação
• Com o desenvolvimento comercial, surge a necessidade de obter mais fundos para
custear as expedições. Assim, surgem novas formas de associação, de onde se
destacam:
– Colleganzas e Societas Maris – um sócio investia 2/3 do total e o mercador assumia o
restante encargo e ocupava-se do negócio, mas apenas numa viagem;
– Comendas – o sócio investidor financiava em 100% o negócio, recebendo 75% dos
lucros finais.
– Companhias – normalmente com capitais de membros de uma mesma família, que
investia em todas as atividades: comerciais, industriais e bancárias).
– Guildas – associações de mercadores de uma cidade.
– Hansas – associações de cidades mercantis.
63. A fragilidade demográfica
• A esperança média de vida não ultrapassa os 30 anos;
• Apesar das melhorias na agricultura, o esgotamento dos solos leva a novos
períodos de carência alimentar;
• O clima arrefece, prejudicando as colheitas;
• A paragem dos arroteamentos que se verifica já desde finais do séc. XIII associada
ao baixo rendimento das sementeiras agravam a carência alimentar.
• A mortalidade era elevada, principalmente nas crianças e mulheres em idade
fértil;
• A população para de crescer. Pág. 43
64. Uma nova conjuntura
• O séc. XIV corresponde a um período de estagnação e, em alguns casos, mesmo
de retrocesso. São vários os sinais que apontam para uma conjuntura de crise
económica e social:
– o comércio exterior estagna;
– a colonização alemã em direção ao Leste para;
– a indústria têxtil da Flandres não consegue manter os seus níveis;
– em Itália a maioria dos grandes bancos entram em colapso financeiro;
– as Feiras de Champagne decaem e perdem toda a sua importância…
65. Fomes, pestes e guerras
• Ao longo do séc. XIV, ocorre uma confluência de factos que explicam a
designação de trilogia de morte:
– A crise agrícola que provoca fomes como a de 1315-1317, a oscilação dos
preços, o despovoamento dos campos e o agudizar dos conflitos sociais.
– A Peste Negra (1348) e as várias epidemias que assolam o mundo. A
população subalimentada não resiste.
Pág. 44
66. Fomes, pestes e guerras
– As guerras que tornam ainda mais
negro o quadro económico e
social, quer pelas mortes que
provocam, quer pelas pilhagens e
devastações.
• A agravar todo este quadro, as
tensões, desordens sociais e revoltas
provocadas pelo sentimento de mal-
estar generalizado.
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67. Consequências da crise
• A ruína e abandono dos campos - muitos senhores e camponeses morreram,
deixando as suas terras sem semear. Os bosques e pântanos alargam a sua área.
A população rural, que vive numa constante insegurança, inicia uma fuga
desordenada para as cidades, onde procuravam obter uma vida melhor.
• Torna-se necessário manter os camponeses na terra, para desenvolver
novamente a agricultura. É então que em vários países surgem medidas reais,
como é o caso da Lei das Sesmarias de D. Fernando em Portugal. A rarefação da
mão-de-obra provocou o aumento dos salários, o que leva ao tabelamento do
índice de pagamentos - D. Afonso IV e as Leis do Trabalho e as Posturas
Municipais.
68. Consequências da crise
• A quebra dos rendimentos senhoriais - Os senhores reagem contra a decadência
dos seus rendimentos de formas variadas, mas sempre com vista compensar as
perdas e adaptar a economia às novas exigências do mercado:
– endurecimento das cargas fiscais;
– a busca de novas formas de exploração da terra (cedem parte das suas
propriedades a camponeses que assumiam por si próprios a administração
em forma de aluguer ou arrendamento);
– a especialização agrária (orientam a sua produção para formas mais
remuneratórias como a madeira, a lã, a carne, o linho…).
69. Consequências da crise
• As revoltas sociais - A Europa é palco de uma série de levantamentos
revolucionários. As sublevações acontecem mais ou menos por toda a parte,
suscitadas pelos aumentos das taxas senhoriais.
• As desordens sociais e o bandoleirismo organizado - a quebra dos valores
familiares e tradicionais aparece como uma das consequências mais salientes da
crise, aumentando o roubo e a pilhagem. Ao lado das revoltas camponesas
baseadas na necessidade de reivindicar melhorias sociais, o bandoleirismo
organizado desenvolveu-se nesta época. As aldeias e os mercadores,
principalmente, sofriam o terror dos seus ataques.
70. Consequências da crise
• A crise monetária - Todos estes elementos contribuíam para o desequilíbrio das
estruturas económicas. Como os compradores são menos, os tráfegos reduzem-
se, os preços tendem a baixar e os salários sobem. A tendência é multiplicar a
moeda, modificando para isso a relação entre a moeda real e a nominal. Estas
manipulações permitem resolver os problemas monetários, mas de forma
temporária.
• As desvalorizações são constantes. A prática das desvalorizações consistia em
recolher a moeda corrente, refundi-la aumentando a liga e reduzindo o metal
precioso e cunha-la de novo como o mesmo valor facial da anterior.
71. Consequências mentais
• As crises constantes do século XIV exerceram grande influência na mentalidade
das populações da época, modificando os comportamentos: surgem os
movimentos de penitência (como forma de alcançar a vida eterna); as
manifestações coletivas de piedade...
• Muitos aproveitavam para gozar a vida, abandonando o trabalho e a família.
• Em várias regiões europeias reaparecem os
Flagelantes, penitentes que procuravam a
salvação coletiva e individual. Sobreviviam
subalimentados, carregados de chagas e
feridas resultantes da sua mutilação pública.
72. Medidas para solucionar a crise
Em Portugal:
• D. Afonso IV publica a Circular de 1349 (pág. 51):
- Obrigatoriedade de todos os que antes da peste trabalhavam por conta de outros
que continuassem a fazê-lo, ainda que tivessem recebido heranças.
- Tabelamento de salários para combater o excessivo aumento dos mesmos, quer
para a agricultura, quer para a criação e animais.
- Impedimento de mobilidade da mão de obra.
73. • D. Pedro I publica as Posturas Municipais (1361):
- Tabelamento de Salários e seu cumprimento.
• D. Fernando publica a Lei das Sesmarias – 1375 (pág. 1375):
- Obrigatoriedade de cultivo da terra sob pena de expropriação,
- Obrigatoriedade de os filhos e netos de lavradores continuarem na mesma
profissão,
- Tabelamento dos salários,
-Obrigatoriedade dos lavradores possuírem gado com moderação,
-Coação dos mendigos e dos vagabundos ao trabalho rural.