O documento descreve a distrofia muscular de Duchenne (DMD), incluindo sua fisiopatologia, sintomas, diagnóstico e tratamento. A DMD é uma doença genética progressiva que afeta principalmente meninos e causa degeneração e fraqueza muscular. Os sintomas começam na infância e a condição leva eventualmente à cadeira de rodas e complicações respiratórias. O diagnóstico envolve exames clínicos, de sangue e biópsia muscular. O tratamento visa retardar a progressão da doen
1. UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI
DISTROFIA MUSCULAR
DE DUCHENNE
Diagnósticos e intervenções de enfermagem
Amanda Henrique;Beatriz Portela;Bruno Nociti;Bruno Bazeio;Camila Ferreira;Carolina
Teodoro;Giselle Buono;Hellen Gouveia;Jéssica Zebini
06/05/2013
Trabalho apresentado à Universidade Anhembi Morumbi durante o 5º Semestre do curso de
Graduação em Enfermagem para obtenção de nota na Disciplina de Processo do Cuidar no
Ciclo Vital II, sob orientação da Profª Tatiana Villaça.
2. 1
“Eu pensei que a humanidade já estava infringida de males
suficientes... e não parabenizo o Senhor pelo novo presente que
a humanidade ganhou.” Guillaume Duchenne, 1858.
3. 2
1. INTRODUÇÃO
A distrofia muscular de Duchenne (DMD) é uma doença hereditária
progressiva que possui herança recessiva ligada ao cromossomo X. Portanto, afeta a
metade dos membros masculinos da família, e a metade dos membros do sexo
feminino são portadores assintomáticos. (SANTOS, N.M.et al10.,2006)
É considerada a mais grave e a mais comum das distrofias e tem seu início nos
primeiros anos de vida, com evolução progressiva relativamente rápida. Sua incidência
é de 1 caso para cada 3.500 nascidos vivos. (GOMES, A.L.O. et al6., 2011)
Este tipo de distrofia é caracterizado pela deficiência ou ausência de distrofina
na membrana da célula muscular, também chamada de sarcolema, sendo que essa
deficiência gera degeneração progressiva e irreversível da musculatura esquelética,
levando a uma fraqueza muscular generalizada (FONSECA, J.G., 2007).
Os sintomas surgem no início da infância e se agravam quando o paciente
deixa de deambular, podendo a partir deste momento, desenvolver complicações
respiratórias. A insuficiência respiratória e as infecções pulmonares são as principais
causas de óbito nestes pacientes. Freqüentemente, o óbito ocorre na 2ª ou 3ª década
de vida.(FONSECA,J.G.et al1., 2004)
Apesar dos sintomas aparecerem precocemente na infância para que ocorra a
suspeita e o diagnóstico da DMD é necessário um histórico familiar detalhado, se
possível com genograma e genomapa da criança, pois a doença possui sintomas
variados, sendo que nos primeiros anos os pais das crianças podem notar largos
músculos da barriga das pernas, também conhecido como pseudo-hipertrofia, que
se pode confundir com músculos fortes e frequentemente há um atraso na idade em
que começam a andar, começando a dar os primeiros passos por volta dos dezoito
meses.
O tratamento da DMD visa apenas retardar o agravo da doença, prevenir as
complicações respiratórias e prolongar o tempo de sobrevida do indivíduo. Sendo
assim, com o passar dos anos, faz-se necessário o reconhecimento das necessidades
especiais que o portador da DMD apresenta, e nesse contexto entra a equipe de
enfermagem que deve ser capaz de identificar e prevenir riscos no quadro clínico do
paciente.
4. 3
2. FISIOPATOLOGIA E EPIDEMIOLOGIA
As miopatias são doenças que se caracterizam por alterações estruturais ou
funcionais dos músculos. Dentre as miopatias, podemos citar as distrofias musculares,
consideradas miopatias primárias, geneticamente determinadas, que se caracterizam
clinicamente por intensa variabilidade do fenótipo, nível de gravidade e
anatomopatologicamente pelo encontro de padrão distrófico inespecífico na fibra
muscular. Formam um grupo de doenças caracterizadas clinicamente por fraqueza e
atrofia musculares progressivas, com grande variação quanto à intensidade do
comprometimento e época do início das manifestações (BORGES et al., 2007; NAIR et
al., 2001; REED, 2002)
A distrofia muscular do tipo Duchenne corresponde a um grupo heterogêneo
de doenças de caráter hereditário e caracteriza-se por um defeito bioquímico
intrínseco da célula muscular. Não são encontradas evidências clínicas ou laboratoriais
de envolvimento da medula espinhal, do sistema nervoso periférico ou da junção
neuromuscular (CAROMANO, 1999; FACHARDO, 2004; OTSUKA et al., 2005).
A DMD é causada por mutação do gene que codifica a proteína distrofina, que
se encontra no braço curto do cromossomo X, em Xp21. A mutação gênica mais
comum é uma deleção, de tamanho variado, porém não se correlaciona com a
intensidade da doença. (GOMES, A.L.O.et al 6, 2011)
A função da distrofina ainda não foi totalmente esclarecida, mas pode
eventualmente desempenhar um papel na sinalização transmembrana e na
estabilidade da membrana plasmática. Aceita-se que sua ausência pode romper o
mecanismo normal da liberação controlada do cálcio, que é indispensável para a
contração da fibra muscular, ou que sua ausência enfraquece as membranas dos
miócitos, tornando tais células susceptíveis à ruptura do sarcolema durante a
contração do músculo. Pode permitir também a entrada de excesso de cálcio e a
ativação inadequada de proteases e fosfolipases com consequente dano da fibra
muscular.(GOMES, A.L.O.et al 6, 2011)
Devido às anormalidades estruturais e funcionais da membrana celular
muscular, ocorre uma elevação das enzimas musculares séricas, tais como a CK
(creatinoquinase), piruvato-quinase (PK), aspartato aminotransferase (AST), alanina
aminotransferase (ALT), desidrogenase-lática (LDH), enolase, anidrase carbônica,
dentre outras.(FONSECA, J.G.et al1, 2004)
No músculo, encontramos fibras do tipo I (vermelhas), abundantes em
enzimas oxidativas e fibras do tipo II (pálidas), ricas em fosforilase. Nos casos de
Distrofia Muscular de Duchenne, observam-se anormalidades no tamanho das fibras
5. 4
musculares. As do tipo II são acometidas por hipertrofia, e as do tipo I, principalmente
por atrofia.(FONSECA, J.G.et al1, 2004)
A manifestação clínica da doença geralmente ocorre entre 3 e 5 anos de
idade. As crianças afetadas caem com frequência, apresentando dificuldade de
acompanhar o ritmo dos seus amigos durante as brincadeiras. Os atos de correr, saltar
e pular sempre são anormais, parecem ser menos ativos que o habitual. Muitos deles
têm outra forma de atraso, como o psicomotor, podendo a fraqueza muscular passar
despercebida no início da doença. (GOMES, A.L.O. et al6, 2011)
Consequentemente, a progressão da doença ocorre no sentido caudal-cranial,
tornando os sintomas mais evidentes aos 5 anos de idade, além das quedas
frequentes, aparecem fraqueza dos músculos do quadril, pseudo-hipertrofia da
musculatura das pernas e manobra de Gower positiva.
As contraturas do tendão do calcâneo e dos ligamentos iliotibiais tornam-se
evidentes aos 6 anos de idade, quando a marcha digitígrada está associada a uma
postura lordótica. A fraqueza dos músculos abdominais e paravertebrais são
responsáveis também pela postura lordótica e pelo abdome protuberante quando de
pé e pelo dorso arredondado quando sentado.
Ainda, as panturrilhas são hipertrofiadas devido ao grande esforço a que seus
gastrocnêmios são submetidos para compensar o déficit dos músculos ântero-laterais
das pernas e para auxiliar o equilíbrio na marcha digitígrada que esses pacientes
apresentam.
Iniciando-se a fase ambulatória da doença, os pés assumem uma posição
equinovara resultante do encurtamento dos músculos posteriores da panturrilha, que
atuam sem a oposição normal dos músculos pré-tibial e fibular. Mais tarde, os
músculos posteriores da coxa tornam-se permanentemente encurtados, de maneira
semelhante ocorrem contraturas nos flexores do quadril por causa da fraqueza
relativamente maior dos músculos extensores do quadril e abdominais, o que acarreta
oscilação da pelve e lordose compensatória para a manutenção do equilíbrio em pé.
Tais contraturas caracterizam uma postura típica da DMD: hiperlordose lombar, flexão
e abdução do quadril, flexão de joelho e flexão plantar.(GOMES, A.L.O. et al6, 2011)
Entre os 7 e 13 anos de idade, existe a perda da capacidade de deambulação.
A partir dos 10 aos 13 anos de idade, a criança é confinada à cadeira de rodas, o que
agrava as deformidades de coluna e membros inferiores.
O confinamento à cadeira de rodas leva também ao declínio da função
pulmonar, havendo aumento da insuficiência respiratória. Sendo assim, a causa
da morte nesses pacientes não está relacionada com o início da manifestação da
6. 5
doença, mas sim com a idade em que a criança perde a capacidade de deambular e
fica restrita à cadeira de rodas. (CARBONERO,F.C.et al2, 2011)
Por seu uma doença hereditária progressiva que possui herança recessiva
ligada ao cromossomo X, afeta a metade dos membros masculinos da família, e a
metade dos membros do sexo feminino são portadores assintomáticos. Afeta
aproximadamente 1 em 3.500 meninos nascidos vivos.(SANTOS,N.M. et al10.,2009)
7. 6
3. DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
No Brasil, o diagnóstico ocorre por volta de 7,5 anos da criança, sendo obtido
através do exame clínico, com reconhecimento dos sintomas, do teste de triagem
com dosagem sérica de creatinofosfoquinase, e análise molecular e/ou biópsia
muscular com imuno-histoquímica.(SANTOS,N.M. et al10.,2009)
O diagnóstico da DMD inclui exame físico, dosagem sérica das enzimas
creatino-cinase (CK) e piruvato-cinase (PK), creatinina fosfoquinase sérica (CPK),
aspartato animotransferase (ST), alanina aminotransferase (ALY), desidrogenase
lática (LDH), enolase e anidrase carbônica III, transaminase glutâmica oxalacética
(TGO), transaminase glutâmica pirúvica (TGP), entre outras. Também são realizadas a
eletroneuromiografia, eletrocardiograma, exame de DNA e biópsia muscular.
De acordo com Fenichel13 (1995), a DMD é reconhecida no terceiro ano de vida
e, antes dos cinco anos de idade, a concentração sérica de CPK encontra-se acima do
limite superior da normalidade. A elevação de CPK pode ser o primeiro indício da
patologia e pode ser utilizada para fins diagnósticos, mostrando-se aumentada em
todos os casos, cerca de 20 a 100 vezes.
Ainda uma descrição feita por Harrison (1991) em relação à análise do DNA
mostra que é possível ter a certeza do diagnóstico de certos distúrbios musculares
através deste exame, porém na DMD e Distrofia Muscular de Becker (DMB), apenas 60
a 70% dos pacientes apresentam mutações deletérias ou de duplicação onde são
facilmente detectáveis através de técnicas de Biologia Molecular.
De acordo com estudos realizados por Santos et al.18 (2006) a perda óssea foi
encontrada em 31% dos pacientes com DMD, esta perda óssea é caracterizada por
baixa massa óssea e deterioração na microarquitetura do tecido ósseo, aumentando a
fragilidade dos ossos e deixando-os mais susceptíveis à fraturas. Esse tipo de alteração
pode ser agravado com o uso de corticosteróides, isso evidencia a importância de
atividades fisioterapêuticas com descarga de peso e manipulação com tração e
aproximação das articulações.
Segundo Adams et al.11 (1998) na DMD, os músculos lisos são poupados, mas o
coração costuma ser acometido, podendo surgir vários tipos de arritmias. As
alterações apresentadas no ECG são resultantes da perda de fibras cardíacas e de sua
substituição por fibrose na parte basal da parede ventricular esquerda.
Na DMD a espirometria geralmente serve como um guia para detectar
distúrbios respiratórios durante o sono e também é usada para monitorar e avaliar a
função respiratória. A capacidade vital começa a decair por volta dos 7 anos de idade,
sendo que aos 14 anos chega a atingir metade dos valores esperados e por volta dos
8. 7
21 anos de idade atinge valores próximos aos 20% do esperado. Nestes casos, é
necessário suporte respiratório.
Quando a capacidade vital forçada (CVF) for menor que 2,1 litros ou o Volume
Expiratório Forçado no primeiro segundo (VEF1) for menor que 2,1 l/seg,
provavelmente o pico de fluxo da tosse diminuirá, levando a uma maior
susceptibilidade às infecções pulmonares.
Nos casos de DMD, ao exame de EMG, espera-se encontrar anormalidades
na atividade elétrica da contração de fibras musculares e também características
típicas de miopatia.
Silva et al.10 (2003) descreveram em seus estudos que, na DMD á um aumento
nos níveis das enzimas TGO, TGP, LDH. Estes níveis elevados podem levar a um
diagnóstico errôneo de hepatite, devendo-se então determinar a CK sérica e, se esta
estiver elevada há suspeita de uma miopatia e não de uma doença hepática.
Para classificar o grau de incapacidade funcional, utiliza-se a escala de Vignos e
Brooke. Inicialmente Vignos, Spencer e Archibald publicaram uma escala de avaliação
funcional para DMD para análise dos membros inferiores, esta foi modificada por
Brooke para incluir os membros superiores. Esta escala é amplamente utilizada, em
razão da facilidade e simplicidade, analisa o desempenho muscular global, porém com
pouca especificidade.
Entre os exames indicados para o diagnóstico da DMD figura o exame de
biópsia muscular. Este exame, de acordo com Rowland(2005), não é necessário se o
teste sanguíneo do DNA e o fenótipo clínico forem diagnósticos. Se não for encontrada
nenhuma deleção e não se dispuser de técnicas para determinação da sequência da
distrofina, haverá necessidade de biópsia muscular, que irá identificar distrofinopatia,
ou seja DMD.
Em relação ao tratamento medicamentoso, não há evidência científica
sobre o momento ideal para iniciar a medicação com corticosteróides, no entanto, há
muitas indicações de que é melhor começar logo após o diagnóstico da patologia, com
o intuito de retardar a deterioração muscular. Os glicocorticóides reduzem
significativamente o avanço da DMD, em até 3 anos, mas alguns pacientes não toleram
essa terapia.
Há evidências de que o tratamento com deflazacort também beneficie a função
pulmonar. Existe pouca informação sobre os efeitos a longo prazo (maior que 2 anos)
do deflazacort sobre a função muscular.
9. 8
Em um estudo realizado por um período de 8 anos, foi observado que o uso de
deflazacort em DMD prolonga a deambulação por pelo menos 2 anos, retarda o
declínio da capacidade vital e adia a necessidade de ventilação mecânica.
Segundo estudos realizados por Ratliffe12 (2000), a cirurgia para tenotomia
inclui o alongamento do tendão Aquileu, dos tendões dos tensores da fáscia lata e dos
músculos posteriores da coxa, podendo ser feita quando a marcha torna-se deficitária
devido à deformidade do pé. Após a cirurgia, com a utilização de órteses a marcha
pode ser preservada em média por 3,3 anos.
De acordo com Silva et al.10 (2003) a atuação da fisioterapia na DMD tem o
objetivo de retardar a incapacidade de andar e a consequente dependência em
cadeiras de rodas, além de prevenir deformidades e outras complicações. A
fisioterapia tem como recurso a cinesioterapia motora e respiratória que
promove uma melhor qualidade de vida desses pacientes.
É conhecida a grande variação da evolução clínica entre pessoas com Distrofia
Muscular de Duchenne. Isto poderia ser até esperado, visto tratar-se de uma alteração
em um dos maiores genes humanos – o Xp21, que direciona a produção de distrofina.
Esta variação é afetada claramente pelo uso de medicação, o que pode influenciar
no desenvolvimento da doença.(GOMES,O.L.A.et al6, 2011)
10. 9
4. DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM DA NANDA
Como observado anteriormente a DMD é uma doença que afeta as capacidades
respiratórias, cardíacas e ainda a deambulação do paciente, tornando-se essencial que
o profissional de Enfermagem que for prestar assistência a esse paciente seja capaz de
reconhecer e identificar as necessidades do mesmo.
Sendo assim, como aliado da Enfermagem temos os Diagnósticos de Nanda,
que busca orientar a equipe de enfermagem e nortear as condutas necessárias ao
paciente.
De acordo com as manifestações clínicas que podem se apresentadas pelo
paciente portador de DMD e levando em consideração as características definidoras
que o NANDA nos apresenta, foram encontrados os seguintes diagnósticos de
Enfermagem possíveis de serem estabelecidos de acordo com os sinais e sintomas que
o paciente apresentar:
MOBILIDADE NO LEITO PREJUDICADA: Limitação para movimentar-se
de forma independente de uma posição para outra no leito.
o Características Definidoras: Capacidade prejudicada de
“esquivar-se” ou reposicionar-se na cama; Capacidade
prejudicada de mover-se na posição prona para a posição
supina; Capacidade prejudicada de mover-se na posição sentada
para a posição supina; Capacidade Prejudicada de mover-se da
posição supina para a posição prona; Capacidade prejudicada de
mover-se da posição supina para a posição sentada com as
pernas alongadas; Capacidade prejudicada para virar-se de um
lado para o outro.
o Fatores Relacionados: Dor; Força muscular insuficiente; Prejuízo
musculoesquelético; Prejuízo neuromuscular
DEAMBULAÇÃO PREJUDICADA: Limitação à movimentação
independente, a pé, pelo ambiente.
o Características Definidoras: Capacidade prejudicada de andar
em aclive; Capacidade prejudicada de andar em declive;
Capacidade prejudicada de andar sobre superfícies irregulares;
Capacidade prejudicada de subir e descer calçadas (meio-fio);
Capacidade prejudicada de subir escadas; Capacidade
prejudicada para percorrer as distâncias necessárias.
o Fatores Relacionados: Capacidade de resistência limitada; Dor;
Equilíbrio prejudicado; Força muscular insuficiente; Prejuízo
musculoesquelético; prejuízo neurimuscular.
11. 10
MOBILIDADE FÍSICA PREJUDICADA: Limitação do movimento físico
independente e voluntário do corpo ou de uma ou mais extremidades.
o Características Definidoras: Amplitude limitada de movimento;
Capacidade limitada para desempenhar as habilidades motoras
grossas; Dificuldade para virar-se; Dispneia ao esforço;
Instabilidade Postural; Movimentos não coordenados; Mudanças
na marcha.
o Fatores Relacionados: Atraso de desenvolvimento; Contraturas;
Controle muscular diminuído; Desconforto; Diminuição da massa
muscular; Dor; Força Muscular Diminuída; Metabolismo Celular
Alterado; Perda de Integridade de Estruturas Ósseas; Prejuízos
musculoesqueléticos; Prejuízo neuromusculares.
CAPACIDADE DE TRANSFERÊNCIA PREJUDICADA: Limitação ao
movimento independente entre duas superfícies próximas.
o Características Definidoras: Incapacidade de transferir-se da
cadeira para a cama; incapacidade de transferir-se da cadeira
para a posição em pé; Incapacidade de transferir-se da cadeira
para o carro; Incapacidade de transferir-se da cadeira para o
chão; Incapacidade de transferir-se da cama para a cadeira;
Incapacidade de transferir-se da Posição em pé para a cama;
Incapacidade de transferir-se do chão para a posição em pé; etc.
o Fatores Relacionados: Dor; Equilíbrio Prejudicado; Força
Muscular Ineficiente; Prejuízo Musculoesquelético; Prejuízo
Neuromuscular.
INTOLERÂNCIA A ATIVIDADE: Energia fisiológica ou psicológica
insuficiente para suportar ou completar as atividades diárias requeridas
ou desejadas
o Características Definidoras: Alterações eletrocardiográficas
refletindo arritmias; Desconforto aos esforços; Dispneia aos
esforços; Relato Verbal de Fraqueza.
o Fatores Relacionados: Desequilíbrio entre a demanda e a oferta
de oxigênio; Fraqueza generalizada; Imobilidade.
DÉBITO CARDÍACO DIMINUÍDO: Quantidade insuficiente de sangue
bombeado pelo coração para atender as demandas metabólicas
corporais.
o Características Definidoras: Índice de trabalho sistólico do
ventrículo esquerdo diminuído; sons B3; Sons B4; Tosse;
12. 11
Resistência vascular pulmonar aumentada ou diminuída;
Alterações no ECG; Arritmias; Bradicardia; Dispneia; Múrmurios.
o Fatores Relacionados: Contratilidade Alterada; Frequência
Cardíaca alterada; Ritmo alterado; volume de ejeção alterado.
PADRÃO RESPIRATÓRIO INEFICAZ: Inspiração eou expiração que não
proporciona ventilação adequada.
o Características Definidoras: Alterações na profundidade
respiratória; capacidade vital diminuída; excursão torácica
alterada; fase de expiração prolongada; dispneia.
o Fatores Relacionados: Dano musculoesquelético; Deformidade
da parede do tórax; deformidade óssea; disfunção
neuromuscular; dor.
ATRASO NO CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO: Desvios em relação
aos padrões do grupo etário.
o Características Definidoras: Atraso em desempenhar habilidades
típicas do grupo etário; crescimento físico alterado; dificuldade
em desempenhar habilidades típicas do grupo etário.
o Fatores Relacionados: Consequências da incapacidade física.
Após o levantamento dos possíveis diagnósticos de Enfermagem de Nanda,
foram levantados os seguintes diagnósticos de risco para o indivíduo portador de
DMD:
RISCO DE SÍNDROME DE DESUSO: Risco de deterioração de sistemas do
corpo como resultado de inatividade musculoesquelética prescrita ou
inevitável.
o Fatores de Risco: Imobilização Mecânica; Paralisia.
RISCO DE INTOLERÂNCIA À ATIVIDADE: Risco de ter energia fisiológica
ou psicológica insuficiente para suportar ou completar as atividades
diárias requeridas ou desejadas.
o Fatores de Risco: Estado de não condicionamento físico;
Presença de problemas respiratórios.
RISCO DE INFECÇÃO: Risco aumentado de ser invadido por organismos
patogênicos.
o Fatores de Risco: Destruição de tecidos (muscular), Doença
Crônica.
13. 12
RISCO DE INTEGRIDADE DA PELE PREJUDICADA: Risco de a pele ser
alterada de forma adversa.
o Fatores de Risco: Imobilização Física; Circulação Prejudicada;
Fatores de desenvolvimento.
RISCO DE QUEDAS: Suscetibilidade aumentada para quedas que podem
causar dano físico.
o Fatores de Risco: Dificuldade de Marcha; Equilíbrio prejudicado;
Força diminuída nas extremidades inferiores; Mobilidade física
prejudicada.
RISCO DE TRAUMA: Risco acentuado de lesão tecidual
o Fatores de Risco: Coordenação muscular reduzida; Dificuldades
de equilíbrio; Fraqueza.
É valido ressaltar que os diagnósticos podem variar de caso para caso, de
acordo com a evolução da doença.
14. 13
5. INTERVENÇÕES E CUIDADOS DE ENFERMAGEM
Após levantado os Diagnósticos de Enfermagem de Nanda de acordo com as
necessidades do indivíduo portador de Distrofia Muscular de Duchenne (DMD),
verificou-se a necessidade de descrever as intervenções e os cuidados de enfermagem,
sendo os mesmo elaborados de acordo com os Diagnósticos de Nanda.
MOBILIDADE NO LEITO PREJUDICADA; DEAMBULAÇÃO PREJUDICADA;
MOBILIDADE FÍSICA PREJUDICADA; CAPACIDADE DE TRANSFERÊNCIA
PREJUDICADA; INTOLERÂNCIA A ATIVIDADE
Intervenções e cuidados: Mudança de Decúbito a cada 4 horas, com o
objetivo de prevenir o aparecimento de úlceras, anotar no prontuário o
horário da realização da mudança de decúbito. Verificar a necessidade
de andador, ajudar e estimular a movimentação do paciente; Verificar a
necessidade de ajuda para deambulação, prevenir quedas e lesões;
Auxiliar na transferência do paciente da cama para a cadeira de rodas,
da cama para a cadeira de banho, e sempre que necessário; auxiliar na
realização de atividades simples como alimentação e cuidados de
higiene.
DÉBITO CARDÍACO DIMINUÍDO; PADRÃO RESPIRATÓRIO INEFICAZ
Intervenções e Cuidados:Monitoração da Capacidade Ventilatória, FR,
FC, Monitoração de SSVV, Verificar SatO2, Avaliar necessidade de
Oxigenioterapia, Instalação de Máscara de O2. Lembrar que SSVV, FR e
FC devem ser monitorados a cada troca de plantão e anotados em
prontuário do paciente. Realizar novo exame físico do sistema
respiratório após a oxigênioterapia. Verificar a necessidade de
monitoração da PA. Manter paciente em posição de Fowler ou decúbito
lateral esquerdo para liberação de VA para facilitar a inspiração e
expiração do paciente. Estimular a realização de fisioterapia
respiratória, visando retardar o agravo e declínio do quadro
respiratório.
RISCO DE SÍNDROME DE DESUSO E RISCO DE INTOLERÂNCIA A
ATIVIDADE
Intervenções e Cuidados: Estimular a mudança de decúbito,
deambulação e prática de atividades mesmo que com dificuldade.
15. 14
RISCO DE INFECÇÃO
Intervenções e Cuidados: No caso do paciente com síndrome de
Duchenne, o risco de infecção está diretamente ligado à diminuição da
capacidade ventilatória, sendo portanto necessário cuidados
redobrados quando manipulação do paciente seja para terapia
ventilatória ou para realizações de punções venosas.
RISCO DE INTEGRIDADE DA PELE PREJUDICADA, RISCO DE LESÃO E
RISCO DE QUEDA
Intervenções e Cuidados: Manter grades do leito elevadas; Ter cuidado
quando colocar o paciente em cadeira de rodas; verificar presença de
lesões e lacerações, realizar mudança de decúbito.
É valido ressaltar que o paciente com a DMD apresenta deformidades em
MMSSS e MMII, tornando necessário destreza do profissional de enfermagem ao
realizar punções e ainda nos cuidados com o mesmo. O profissional deve lembrar que
apesar das deformidades físicas o paciente é consciente e sente dor, portanto a equipe
que o atende deve tentar minimizar o sofrimento do paciente.
16. 15
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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de Duchenne: estudo de um caso. J Health Sci Inst. 2011;29(2):131-5.
FONSECA,J.G. FRANCA,M.J. Distrofia Muscular de Duchenne: Complicações
Respiratórias e Tratamentos. Trabalho de Conclusão de Curso II do Curso de
Fisioterapia da Universidade Católica de Goiás. Goiânia,2004.
SANTOS,N.M.et al10. Perfil clínico e funcional dos pacientes com Distrofia
Muscular de Duchenne assistidos na Associação Brasileira de Distrofia Muscular
(ABDIM). REVISTA NEUROCIÊNCIAS V14 N1 - JAN/MAR, 2006 (015-022).
FEDER,D. LANGER,A.L..Uso dos corticoides no Tratamento da Distrofia
Muscular de Duchenne. JBM, vol.89 n.1. julho,2005.
CARBONERO,F.C.et al2. Tecnologia Assistiva na Distrofia Muscular de
Duchenne: Aplicabilidade e Benefícios. Rev Neurocienc 2012;20(1):109-116.
Diagnósticos de Enfermagem da Nanda: Definições e classificação 2009-2011.
Editora Artmed.2010.
17. 16
Sumário
1. INTRODUÇÃO................................................................................................................... 2
2. FISIOPATOLOGIA E EPIDEMIOLOGIA............................................................................... 3
3. DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO....................................................................................... 6
4. DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM DE NANDA............................................................... 9
5. INTERVENÇÕES E CUIDADOS DE ENFERMAGEM.......................................................... 13
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................... 15