SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 20
Aluno: Gilmar Roberto Batista
Supervisora: Marcia Regina Garcia Gugelmin
Estágio Supervisionado de Neurologia Adulto
 Apesar de ser uma doença rara e complexa, a Esclerose Lateral
Amiotrófica já era estudada desde o século passado.
 Os indícios de um mal que causava paralisia progressiva dos
membros e da língua nas pessoas começou a se configurar em
1830, ao ser retratado por Sir Charles Bell, famoso anatomista e
cirurgião britânico. Já em 1848, François Aran, famoso clínico e
autor de textos médicos, descreveu uma nova síndrome,
caracterizada por fraqueza muscular progressiva de natureza
neurológica
Hyson H, Johnson AM, Jog MS,2002
 A Esclerose lateral amiotrófica (ELA) também designada por doença de
Lou Gehrig e doença de Charcot é uma doença neurodegenerativa
progressiva e fatal, caracterizada pela degeneração dos neurônios
motores,
 Doença que ataca o sistema nervoso, até o momento irreversível que
degrada as funções básicas do ser humano à medida que avança.
 Degeneração progressiva dos neurônios motores superiores e neurônios
motores inferiores.
 No caso da ELA, compromete o 1º neurônio superior e o 2º neurônio
inferior, portanto fraqueza muscular generalizada.
Hyson H, Johnson AM, Jog MS,2002
 ELA é a abreviatura de Esclerose Lateral Amiotrófica, uma doença cujo
significado vem contido no próprio nome:
 Esclerose significa endurecimento e cicatrização.
 Lateral refere-se ao endurecimento da porção lateral da medula
espinhal.
 E amiotrófica é a fraqueza que resulta na atrofia do músculo.
 Dessa forma, Esclerose Lateral Amiotrófica significa fraqueza muscular
secundária por comprometimento dos neurônios motores.
BORGES, C.F, 2003
 Considerada uma doença de incidência rara, cerca de 1 caso para 100 000
pessoas/ano.
 Predominância sexo masculino é mais comprometido que o feminino em
uma proporção de 2:1 e os brancos são mais afetados que os negros,
 com média de idade do início aos 57 anos, um pouco mais precoce nos
homens.
 Cerca de 4% a 6% dos casos afetados são pessoas com menos de 40
anos.
 A média de sobrevivência dos pacientes após o início dos sintomas é de 3
a 5 anos. Na forma com envolvimento bulba a sobrevivência é menor,
variando de 6 meses a 3 anos
ABrELA ,2013
 Deve-se considerar, para efeitos de estudos epidemiológicos as
3 formas de apresentação da doença:
 ELA esporádica (forma clássica).
 ELA familiar.
 ELA do Pacífico Oeste.
RT Pontes ,2010
 A patogenia da ELA é dita multifatorial
 Teorias já documentadas são a mutação na enzima Cu/Zn da
Superóxido dismutase 1 (SOD1) que pode levar a toxicidade.
 Este componente imunológico tem sido alvo de pesquisas que indicam
o componente imune ou mesmo autoimune no desenvolvimento da
ELA.
 Genética: além da mutação do gene SOD1, há estudos tentando
identificar outros genes candidatos contribuintes para a ELA, como, por
exemplo, o gene da Apoliproteína E (ApoE).
RT Pontes ,2010
A causa para a Esclerose Lateral Amiotrófica não é
totalmente esclarecida.
Os trabalhos epidemiológicos e, sobretudo os experimentos
com modelos animais têm permitido concluir que a doença
relaciona-se com a presença de algum fator genético e a sua
expressão clínica estaria relacionada com a exposição deste
indivíduo, marcado geneticamente, a algum fator, ou fatores,
que funcionariam como gatilho para o desencadeamento do
processo de degeneração do motoneurônio
ABrELA ,2013
Disfunção do neurônio motor
superior
• Fraqueza
• Reflexos tendíneos vivos
• Presença de reflexos anormais
Disfunção do neurônio motor
inferior
• Fraqueza
• Fasciculações
• Atrofia e atonia
Disfunção dos neurônios
motores do tronco cerebral
• Disfagia
• Disartria
BORGES, C.F
Depende envolvimento dos tipos de neurônios motores, alterações morfológicas,
padrão de herança, achados eletrofisiológicos, e anormalidades bioquímicas e
imunológicas
 Os sintomas iniciais mais comuns são fraqueza progressiva nas
mãos, dificuldade para andar, falta de força nos pés, dificuldade
para falar ou engolir , câimbras ou miofasciculações, disfunções
vocais e respiratórias
 Os nervos cranianos, que controlam a visão e os movimentos
oculares, e os segmentos sacros inferiores da medula espinhal,
que controlam os esfíncteres, não são usualmente afetados.
RT Pontes ,2010
ABrELA
• Ressonância Magnética com técnica MTC / SET1: É útil para demonstração
de envolvimento do trato córtico espinhal quando os pacientes apresentam
comprometimento de NMS.
• Ressonância Magnética com espectroscopia: É indicativa de
comprometimento do NMS; Imagem por tensão de difusão (DTI).
• Estimulação magnética transcutânea: Permite a exploração da função
inibitória cortical, útil para o diagnóstico de envolvimento do trato córtico
espinhal, mesmo na ausência clínica de sinais de comprometimento desta via.
• Teste eletrofisiológico com contagem de unidades motoras (MUNE ): É
útil para acompanhamento de pacientes com ELA, com envolvimento do NMI.
Este teste tem sido recomendado para a realização dos ensaios clínicos
terapêuticos.
 Os critérios diagnósticos determinados pela Federação Mundial de Neurologia.
PRESENÇA DE:
• Envolvimento clínico, eletroneuro-
miográfico, ou anatomopatológico do
neurônio motor inferior.
• Alterações do tipo neurogênicas no
ENMG, em músculos clinicamente
normais.
• Sinais de envolvimento do neurônio
motor superior.
• Progressão da doença, dentro de uma
região ou para outras regiões.
ABrELA
AUSÊNCIA DE:
• Comprometimento sensitivo.
• Comprometimento autonômico.
• Evidência eletrofisiológica e/ou patológica
de outro processo que poderia explicar os
sinais de envolvimento do NMS e/ou do
NMI.
• Alterações em exames de neuroimagem
de outras doenças, que poderiam explicar
os achados clínicos e eletrofisiológicos
Atrofia Muscular Progressiva (AMP):Doença pura do NMI,
é incomum, representando cerca de 5% a 10% dos casos .
Manifesta-se clinicamente com fraqueza, atrofia e
fasciculações, geralmente de início nos membros superiores,
envolvendo, progressivamente, membros inferiores região
bulbar. Não há indícios de liberação piramidal. Os reflexos
profundos são abolidos. O principal diagnóstico diferencial
deve ser feito com neuropatia motora pura.
ABrELA ,2013
Esclerose Lateral Primária (ELP) :Doença pura do NMS,
caracteriza-se por surto insidioso, de evolução lenta, sem
história ou evidência de envolvimento de qualquer outra
parte do sistema nervoso exceto os tratos cortico- bulbar e
cortico-espinhal. Clinicamente manifesta-se com
quadriparesia espástica, reflexos tendíneos profundos
exaltados,sinal de Babinski bilateral, disartria espástica e
labilidade emocional.
ABrELA ,2013
Paralisia Bulbar Progressiva (PBP):Relacionada a
comprometimento dos neurônios do tronco cerebral,
caracteriza-se por envolvimento predominante da
musculatura de inervação bulbar, com ou sem lesão do
NMS.
Disartria e disfagia são os sintomas predominantes,
acompanhando-se fraqueza, atrofia e fasciculações de
língua. Envolvimento moderado da musculatura do pescoço
pode ser encontrado. Associadamente, sinais de
comprometimento do NMS ou Instabilidade Afetiva não são
frequentes. ABrELA ,2013
 Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA):E caracteriza por paralisia
progressiva marcada por sinais de comprometimento do NMS
(clônus e sinal de Babinski) e do NMI (atrofia e fasciculações).
 O envolvimento predominante é da musculatura dos membros,
seguindo-se comprometimento bulbar, geralmente de caráter
assimétrico.
 Muitas vezes, precedendo ou seguindo-se a instalação dos
sintomas, os pacientes queixam-se de cãibras. Fraqueza, atrofia
e fasciculações nos membros são os sinais clínicos mais
proeminentes..
ABrELA ,2013
 O tratamento de pacientes com ELA requer o cuidado especial de uma
equipe multidisciplinar, com reavaliações contínuas.
 A combinação de farmacoterapia à outras intervenções terapêuticas pode
aumentar a sobrevida, aumentar a força muscular e melhorar a habilidade
para realizar as atividades de vida diária.
 A Fisioterapia motora e a fisioterapia respiratória assumem uma enorme
importância no contexto do tratamento da ELA.
 Ressalta-se em um estudo internacional a importância de um programa
diário de exercícios orientado pelo fisioterapeuta, a cada 15 dias, mas
realizado em casa pelo próprio paciente e sua família, com exercícios
moderados, sem resistência, com tempo não ultrapassando 15
minutos/sessão em alguns trabalhos ou de 30 minutos em outros.
ABrELA ,2013
 Exercícios prolongados ou excessivos poderiam levar a fadiga ou até
maior degeneração do motoneurônio. Preconiza-se assistência manual
e mecânica à tosse e introdução precoce da assistência ventilatória
não invasiva (AVNI). Respeitando-se a autonomia do paciente, a AVNI
poderá ser feita sob máscara com aparelho de pressão positiva .
 O ponto crucial da assistência ventilatória é a sua introdução precoce,
que permite melhorar a qualidade e a duração da sobrevida de
pacientes com ELA. Inicialmente, preconiza-se o limite da queda de
50% da capacidade vital forçada (CVF) para a introdução da
assistência ventilatória. Atualmente, porém, sabe-se que antes desse
valor já ocorre hipoxemia noturna e diminuição da pressão respiratória
máxima.
ABrELA
,2013
Paciente E-L-M 41 anos, sendo diagnosticado de Esclerose
Lateral Amiotrófica a 20 meses, apresenta como cadeirante
sinais e sintomas de disfagia , disartria , tônus aumentado em
MMSS e MMII, encurtamento e atrofia muscular em MMSS e
MMII, reflexo patológico de Hoffman e Babinski, clônus,
hiperreflexia bilateral de MMSS e MMII, hipotrofia por desuso,
e espasmos musculares em evidencia nos MMSS e MMII.
 ATIVIDADES FÍSICAS EM INDIVÍDUOS PORTADORES DE ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA:
PRÓS E CONTRA-UMA REVISÃO DE LITERATURA,WC Santos, BYS de Oliveira- Anais dos Encontros
2016 - anais.meefpe.org
 FISIOTERAPIA MOTORA NA ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA martina araújo durán revista
neurociências V14 N2 (supl-versão eletrônica) –abr/jun, 2006.
 ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA E OUTRAS DOENÇAS DO NEURÔNIO MOTOR,RH Brown Jr -
Neurologia Clínica de Harrison-3, 2015 - books.google.com
 ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA ATUALIZAÇÃO , ABrELA ,2013
 DEPENDÊNCIA E MORTE DA “MÃE DE FAMÍLIA”: A SOLIDARIEDADE FAMILIAR E COMUNITÁRIA
NOS CUIDADOS COM A PACIENTE DE ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA. CF Borges - Psicologia
em Estudo, 2003 - SciELO Brasil
 ALTERAÇÕES DA FONAÇÃO E DEGLUTIÇÃO NA ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA: REVISÃO
DE LITERATURA,RT Pontes, M Orsini, MRG Freitas, RS Antonioli- Rev , 2010 - fonovim.com.br
 AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES PORTADORES DE ESCLEROSE LATERAL
AMIOTRÓFICA (ELA) EM BRASÍLIA ,Fabrício Marinho Bandeira1 , Nadja Nara Camacam de Lima
Quadros2 , Karlo Jozefo Quadros de Almeida3 , Rafaela de Morais Caldeira,2010.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados (20)

Aula residência ave avc
Aula residência ave avcAula residência ave avc
Aula residência ave avc
 
Seminário alzheimer.
Seminário alzheimer.Seminário alzheimer.
Seminário alzheimer.
 
Neuropsicologia
NeuropsicologiaNeuropsicologia
Neuropsicologia
 
Paralisia cerebral
Paralisia cerebralParalisia cerebral
Paralisia cerebral
 
Esclerose lateral amiotrófica (ela)
Esclerose lateral amiotrófica (ela)Esclerose lateral amiotrófica (ela)
Esclerose lateral amiotrófica (ela)
 
Tecido ósseo
Tecido ósseoTecido ósseo
Tecido ósseo
 
Doença de Alzheimer
Doença de AlzheimerDoença de Alzheimer
Doença de Alzheimer
 
Parkinson
ParkinsonParkinson
Parkinson
 
Roteiro
RoteiroRoteiro
Roteiro
 
Demências
DemênciasDemências
Demências
 
Pé torto congenito (clubfoot)
Pé torto congenito (clubfoot)Pé torto congenito (clubfoot)
Pé torto congenito (clubfoot)
 
Mal de alzheimer
Mal de alzheimerMal de alzheimer
Mal de alzheimer
 
Demência
DemênciaDemência
Demência
 
Esclerose multipla
Esclerose multiplaEsclerose multipla
Esclerose multipla
 
Demências
DemênciasDemências
Demências
 
Demências diagnótico & tratamento
Demências diagnótico & tratamentoDemências diagnótico & tratamento
Demências diagnótico & tratamento
 
Esclerose multipla
Esclerose multiplaEsclerose multipla
Esclerose multipla
 
ESCALA DE EQUILÍBRIO DE BERG e ESCALA DE MOBILIDADE E EQUILÍBRIO DE TINETTI
ESCALA DE EQUILÍBRIO DE BERG e ESCALA DE MOBILIDADE E EQUILÍBRIO DE TINETTIESCALA DE EQUILÍBRIO DE BERG e ESCALA DE MOBILIDADE E EQUILÍBRIO DE TINETTI
ESCALA DE EQUILÍBRIO DE BERG e ESCALA DE MOBILIDADE E EQUILÍBRIO DE TINETTI
 
Avaliacao sensorial, funcao motora, coordenacao e marcha
Avaliacao sensorial, funcao motora, coordenacao e marchaAvaliacao sensorial, funcao motora, coordenacao e marcha
Avaliacao sensorial, funcao motora, coordenacao e marcha
 
Posicionamentos e transferências
Posicionamentos e transferênciasPosicionamentos e transferências
Posicionamentos e transferências
 

Destaque

Doenças neurodegenerativas
Doenças neurodegenerativasDoenças neurodegenerativas
Doenças neurodegenerativasCamila Ferreira
 
Doenças neurodegenerativas - aspectos fisiopatológicos
Doenças neurodegenerativas - aspectos fisiopatológicosDoenças neurodegenerativas - aspectos fisiopatológicos
Doenças neurodegenerativas - aspectos fisiopatológicosDr. Rafael Higashi
 
What Makes Great Infographics
What Makes Great InfographicsWhat Makes Great Infographics
What Makes Great InfographicsSlideShare
 
Masters of SlideShare
Masters of SlideShareMasters of SlideShare
Masters of SlideShareKapost
 
STOP! VIEW THIS! 10-Step Checklist When Uploading to Slideshare
STOP! VIEW THIS! 10-Step Checklist When Uploading to SlideshareSTOP! VIEW THIS! 10-Step Checklist When Uploading to Slideshare
STOP! VIEW THIS! 10-Step Checklist When Uploading to SlideshareEmpowered Presentations
 
10 Ways to Win at SlideShare SEO & Presentation Optimization
10 Ways to Win at SlideShare SEO & Presentation Optimization10 Ways to Win at SlideShare SEO & Presentation Optimization
10 Ways to Win at SlideShare SEO & Presentation OptimizationOneupweb
 
How To Get More From SlideShare - Super-Simple Tips For Content Marketing
How To Get More From SlideShare - Super-Simple Tips For Content MarketingHow To Get More From SlideShare - Super-Simple Tips For Content Marketing
How To Get More From SlideShare - Super-Simple Tips For Content MarketingContent Marketing Institute
 
How to Make Awesome SlideShares: Tips & Tricks
How to Make Awesome SlideShares: Tips & TricksHow to Make Awesome SlideShares: Tips & Tricks
How to Make Awesome SlideShares: Tips & TricksSlideShare
 

Destaque (14)

Esclerose lateral amiotrófica (ELA)
Esclerose lateral amiotrófica (ELA)Esclerose lateral amiotrófica (ELA)
Esclerose lateral amiotrófica (ELA)
 
Trabalho final
Trabalho finalTrabalho final
Trabalho final
 
Tronco Cerebral
Tronco CerebralTronco Cerebral
Tronco Cerebral
 
Doenças neurodegenerativas
Doenças neurodegenerativasDoenças neurodegenerativas
Doenças neurodegenerativas
 
Tronco del encéfalo
Tronco del encéfaloTronco del encéfalo
Tronco del encéfalo
 
Doenças neurodegenerativas - aspectos fisiopatológicos
Doenças neurodegenerativas - aspectos fisiopatológicosDoenças neurodegenerativas - aspectos fisiopatológicos
Doenças neurodegenerativas - aspectos fisiopatológicos
 
Bulbo raquídeo
Bulbo raquídeoBulbo raquídeo
Bulbo raquídeo
 
What Makes Great Infographics
What Makes Great InfographicsWhat Makes Great Infographics
What Makes Great Infographics
 
Masters of SlideShare
Masters of SlideShareMasters of SlideShare
Masters of SlideShare
 
STOP! VIEW THIS! 10-Step Checklist When Uploading to Slideshare
STOP! VIEW THIS! 10-Step Checklist When Uploading to SlideshareSTOP! VIEW THIS! 10-Step Checklist When Uploading to Slideshare
STOP! VIEW THIS! 10-Step Checklist When Uploading to Slideshare
 
You Suck At PowerPoint!
You Suck At PowerPoint!You Suck At PowerPoint!
You Suck At PowerPoint!
 
10 Ways to Win at SlideShare SEO & Presentation Optimization
10 Ways to Win at SlideShare SEO & Presentation Optimization10 Ways to Win at SlideShare SEO & Presentation Optimization
10 Ways to Win at SlideShare SEO & Presentation Optimization
 
How To Get More From SlideShare - Super-Simple Tips For Content Marketing
How To Get More From SlideShare - Super-Simple Tips For Content MarketingHow To Get More From SlideShare - Super-Simple Tips For Content Marketing
How To Get More From SlideShare - Super-Simple Tips For Content Marketing
 
How to Make Awesome SlideShares: Tips & Tricks
How to Make Awesome SlideShares: Tips & TricksHow to Make Awesome SlideShares: Tips & Tricks
How to Make Awesome SlideShares: Tips & Tricks
 

Semelhante a Estágio de Neurologia sobre Esclerose Lateral Amiotrófica

Semelhante a Estágio de Neurologia sobre Esclerose Lateral Amiotrófica (20)

Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA).pptx
Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA).pptxEsclerose Lateral Amiotrófica (ELA).pptx
Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA).pptx
 
ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA(ELA).pptx
ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA(ELA).pptxESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA(ELA).pptx
ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA(ELA).pptx
 
Artigo sindrome de_leigh_v31_n3_2013_p330a334
Artigo sindrome de_leigh_v31_n3_2013_p330a334Artigo sindrome de_leigh_v31_n3_2013_p330a334
Artigo sindrome de_leigh_v31_n3_2013_p330a334
 
Atualização em Esclerose Lateral Amiotrófica
Atualização em Esclerose Lateral AmiotróficaAtualização em Esclerose Lateral Amiotrófica
Atualização em Esclerose Lateral Amiotrófica
 
Fascículo de Patologia.pptx
Fascículo de Patologia.pptxFascículo de Patologia.pptx
Fascículo de Patologia.pptx
 
ela.pptx
ela.pptxela.pptx
ela.pptx
 
Doença de Parkinson
Doença de ParkinsonDoença de Parkinson
Doença de Parkinson
 
cepeti-apresentacao-luis-felipe-11-09-1fabbfa2.pptx
cepeti-apresentacao-luis-felipe-11-09-1fabbfa2.pptxcepeti-apresentacao-luis-felipe-11-09-1fabbfa2.pptx
cepeti-apresentacao-luis-felipe-11-09-1fabbfa2.pptx
 
Morte Encefálica
Morte EncefálicaMorte Encefálica
Morte Encefálica
 
C O M A
C O M AC O M A
C O M A
 
Cmt
CmtCmt
Cmt
 
Esclerose múltipla
Esclerose múltiplaEsclerose múltipla
Esclerose múltipla
 
Doenças do sistema nervoso
Doenças do sistema nervosoDoenças do sistema nervoso
Doenças do sistema nervoso
 
Doença de Alzheimer
Doença de AlzheimerDoença de Alzheimer
Doença de Alzheimer
 
Alzheimer atualizado
Alzheimer atualizadoAlzheimer atualizado
Alzheimer atualizado
 
Ataxia - Doenças Cerebelares
Ataxia - Doenças CerebelaresAtaxia - Doenças Cerebelares
Ataxia - Doenças Cerebelares
 
Distrofia Muscular Miotônica
Distrofia Muscular MiotônicaDistrofia Muscular Miotônica
Distrofia Muscular Miotônica
 
ECLEROSE 2.pptx
ECLEROSE 2.pptxECLEROSE 2.pptx
ECLEROSE 2.pptx
 
Epilepsia
 Epilepsia  Epilepsia
Epilepsia
 
Duchenne
DuchenneDuchenne
Duchenne
 

Mais de Gilmar Roberto Batista

Treinamento aeróbico em pacientes neurológicos
Treinamento aeróbico em pacientes neurológicos Treinamento aeróbico em pacientes neurológicos
Treinamento aeróbico em pacientes neurológicos Gilmar Roberto Batista
 
Realidade virtual e sua aplicação em pacientes neurológicos
Realidade virtual e sua aplicação em pacientes neurológicosRealidade virtual e sua aplicação em pacientes neurológicos
Realidade virtual e sua aplicação em pacientes neurológicosGilmar Roberto Batista
 
VMNI-Ventilação Mecânica Nao Invasiva
VMNI-Ventilação Mecânica Nao Invasiva VMNI-Ventilação Mecânica Nao Invasiva
VMNI-Ventilação Mecânica Nao Invasiva Gilmar Roberto Batista
 

Mais de Gilmar Roberto Batista (6)

Treinamento aeróbico em pacientes neurológicos
Treinamento aeróbico em pacientes neurológicos Treinamento aeróbico em pacientes neurológicos
Treinamento aeróbico em pacientes neurológicos
 
Realidade virtual e sua aplicação em pacientes neurológicos
Realidade virtual e sua aplicação em pacientes neurológicosRealidade virtual e sua aplicação em pacientes neurológicos
Realidade virtual e sua aplicação em pacientes neurológicos
 
VMNI-Ventilação Mecânica Nao Invasiva
VMNI-Ventilação Mecânica Nao Invasiva VMNI-Ventilação Mecânica Nao Invasiva
VMNI-Ventilação Mecânica Nao Invasiva
 
Estimulação essencial gilmar-pc
Estimulação essencial gilmar-pcEstimulação essencial gilmar-pc
Estimulação essencial gilmar-pc
 
Síndrome de rett apresentação
Síndrome de rett apresentaçãoSíndrome de rett apresentação
Síndrome de rett apresentação
 
Capsulite adesiva
Capsulite adesivaCapsulite adesiva
Capsulite adesiva
 

Estágio de Neurologia sobre Esclerose Lateral Amiotrófica

  • 1. Aluno: Gilmar Roberto Batista Supervisora: Marcia Regina Garcia Gugelmin Estágio Supervisionado de Neurologia Adulto
  • 2.  Apesar de ser uma doença rara e complexa, a Esclerose Lateral Amiotrófica já era estudada desde o século passado.  Os indícios de um mal que causava paralisia progressiva dos membros e da língua nas pessoas começou a se configurar em 1830, ao ser retratado por Sir Charles Bell, famoso anatomista e cirurgião britânico. Já em 1848, François Aran, famoso clínico e autor de textos médicos, descreveu uma nova síndrome, caracterizada por fraqueza muscular progressiva de natureza neurológica Hyson H, Johnson AM, Jog MS,2002
  • 3.  A Esclerose lateral amiotrófica (ELA) também designada por doença de Lou Gehrig e doença de Charcot é uma doença neurodegenerativa progressiva e fatal, caracterizada pela degeneração dos neurônios motores,  Doença que ataca o sistema nervoso, até o momento irreversível que degrada as funções básicas do ser humano à medida que avança.  Degeneração progressiva dos neurônios motores superiores e neurônios motores inferiores.  No caso da ELA, compromete o 1º neurônio superior e o 2º neurônio inferior, portanto fraqueza muscular generalizada. Hyson H, Johnson AM, Jog MS,2002
  • 4.  ELA é a abreviatura de Esclerose Lateral Amiotrófica, uma doença cujo significado vem contido no próprio nome:  Esclerose significa endurecimento e cicatrização.  Lateral refere-se ao endurecimento da porção lateral da medula espinhal.  E amiotrófica é a fraqueza que resulta na atrofia do músculo.  Dessa forma, Esclerose Lateral Amiotrófica significa fraqueza muscular secundária por comprometimento dos neurônios motores. BORGES, C.F, 2003
  • 5.  Considerada uma doença de incidência rara, cerca de 1 caso para 100 000 pessoas/ano.  Predominância sexo masculino é mais comprometido que o feminino em uma proporção de 2:1 e os brancos são mais afetados que os negros,  com média de idade do início aos 57 anos, um pouco mais precoce nos homens.  Cerca de 4% a 6% dos casos afetados são pessoas com menos de 40 anos.  A média de sobrevivência dos pacientes após o início dos sintomas é de 3 a 5 anos. Na forma com envolvimento bulba a sobrevivência é menor, variando de 6 meses a 3 anos ABrELA ,2013
  • 6.  Deve-se considerar, para efeitos de estudos epidemiológicos as 3 formas de apresentação da doença:  ELA esporádica (forma clássica).  ELA familiar.  ELA do Pacífico Oeste. RT Pontes ,2010
  • 7.  A patogenia da ELA é dita multifatorial  Teorias já documentadas são a mutação na enzima Cu/Zn da Superóxido dismutase 1 (SOD1) que pode levar a toxicidade.  Este componente imunológico tem sido alvo de pesquisas que indicam o componente imune ou mesmo autoimune no desenvolvimento da ELA.  Genética: além da mutação do gene SOD1, há estudos tentando identificar outros genes candidatos contribuintes para a ELA, como, por exemplo, o gene da Apoliproteína E (ApoE). RT Pontes ,2010
  • 8. A causa para a Esclerose Lateral Amiotrófica não é totalmente esclarecida. Os trabalhos epidemiológicos e, sobretudo os experimentos com modelos animais têm permitido concluir que a doença relaciona-se com a presença de algum fator genético e a sua expressão clínica estaria relacionada com a exposição deste indivíduo, marcado geneticamente, a algum fator, ou fatores, que funcionariam como gatilho para o desencadeamento do processo de degeneração do motoneurônio ABrELA ,2013
  • 9. Disfunção do neurônio motor superior • Fraqueza • Reflexos tendíneos vivos • Presença de reflexos anormais Disfunção do neurônio motor inferior • Fraqueza • Fasciculações • Atrofia e atonia Disfunção dos neurônios motores do tronco cerebral • Disfagia • Disartria BORGES, C.F Depende envolvimento dos tipos de neurônios motores, alterações morfológicas, padrão de herança, achados eletrofisiológicos, e anormalidades bioquímicas e imunológicas
  • 10.  Os sintomas iniciais mais comuns são fraqueza progressiva nas mãos, dificuldade para andar, falta de força nos pés, dificuldade para falar ou engolir , câimbras ou miofasciculações, disfunções vocais e respiratórias  Os nervos cranianos, que controlam a visão e os movimentos oculares, e os segmentos sacros inferiores da medula espinhal, que controlam os esfíncteres, não são usualmente afetados. RT Pontes ,2010
  • 11. ABrELA • Ressonância Magnética com técnica MTC / SET1: É útil para demonstração de envolvimento do trato córtico espinhal quando os pacientes apresentam comprometimento de NMS. • Ressonância Magnética com espectroscopia: É indicativa de comprometimento do NMS; Imagem por tensão de difusão (DTI). • Estimulação magnética transcutânea: Permite a exploração da função inibitória cortical, útil para o diagnóstico de envolvimento do trato córtico espinhal, mesmo na ausência clínica de sinais de comprometimento desta via. • Teste eletrofisiológico com contagem de unidades motoras (MUNE ): É útil para acompanhamento de pacientes com ELA, com envolvimento do NMI. Este teste tem sido recomendado para a realização dos ensaios clínicos terapêuticos.
  • 12.  Os critérios diagnósticos determinados pela Federação Mundial de Neurologia. PRESENÇA DE: • Envolvimento clínico, eletroneuro- miográfico, ou anatomopatológico do neurônio motor inferior. • Alterações do tipo neurogênicas no ENMG, em músculos clinicamente normais. • Sinais de envolvimento do neurônio motor superior. • Progressão da doença, dentro de uma região ou para outras regiões. ABrELA AUSÊNCIA DE: • Comprometimento sensitivo. • Comprometimento autonômico. • Evidência eletrofisiológica e/ou patológica de outro processo que poderia explicar os sinais de envolvimento do NMS e/ou do NMI. • Alterações em exames de neuroimagem de outras doenças, que poderiam explicar os achados clínicos e eletrofisiológicos
  • 13. Atrofia Muscular Progressiva (AMP):Doença pura do NMI, é incomum, representando cerca de 5% a 10% dos casos . Manifesta-se clinicamente com fraqueza, atrofia e fasciculações, geralmente de início nos membros superiores, envolvendo, progressivamente, membros inferiores região bulbar. Não há indícios de liberação piramidal. Os reflexos profundos são abolidos. O principal diagnóstico diferencial deve ser feito com neuropatia motora pura. ABrELA ,2013
  • 14. Esclerose Lateral Primária (ELP) :Doença pura do NMS, caracteriza-se por surto insidioso, de evolução lenta, sem história ou evidência de envolvimento de qualquer outra parte do sistema nervoso exceto os tratos cortico- bulbar e cortico-espinhal. Clinicamente manifesta-se com quadriparesia espástica, reflexos tendíneos profundos exaltados,sinal de Babinski bilateral, disartria espástica e labilidade emocional. ABrELA ,2013
  • 15. Paralisia Bulbar Progressiva (PBP):Relacionada a comprometimento dos neurônios do tronco cerebral, caracteriza-se por envolvimento predominante da musculatura de inervação bulbar, com ou sem lesão do NMS. Disartria e disfagia são os sintomas predominantes, acompanhando-se fraqueza, atrofia e fasciculações de língua. Envolvimento moderado da musculatura do pescoço pode ser encontrado. Associadamente, sinais de comprometimento do NMS ou Instabilidade Afetiva não são frequentes. ABrELA ,2013
  • 16.  Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA):E caracteriza por paralisia progressiva marcada por sinais de comprometimento do NMS (clônus e sinal de Babinski) e do NMI (atrofia e fasciculações).  O envolvimento predominante é da musculatura dos membros, seguindo-se comprometimento bulbar, geralmente de caráter assimétrico.  Muitas vezes, precedendo ou seguindo-se a instalação dos sintomas, os pacientes queixam-se de cãibras. Fraqueza, atrofia e fasciculações nos membros são os sinais clínicos mais proeminentes.. ABrELA ,2013
  • 17.  O tratamento de pacientes com ELA requer o cuidado especial de uma equipe multidisciplinar, com reavaliações contínuas.  A combinação de farmacoterapia à outras intervenções terapêuticas pode aumentar a sobrevida, aumentar a força muscular e melhorar a habilidade para realizar as atividades de vida diária.  A Fisioterapia motora e a fisioterapia respiratória assumem uma enorme importância no contexto do tratamento da ELA.  Ressalta-se em um estudo internacional a importância de um programa diário de exercícios orientado pelo fisioterapeuta, a cada 15 dias, mas realizado em casa pelo próprio paciente e sua família, com exercícios moderados, sem resistência, com tempo não ultrapassando 15 minutos/sessão em alguns trabalhos ou de 30 minutos em outros. ABrELA ,2013
  • 18.  Exercícios prolongados ou excessivos poderiam levar a fadiga ou até maior degeneração do motoneurônio. Preconiza-se assistência manual e mecânica à tosse e introdução precoce da assistência ventilatória não invasiva (AVNI). Respeitando-se a autonomia do paciente, a AVNI poderá ser feita sob máscara com aparelho de pressão positiva .  O ponto crucial da assistência ventilatória é a sua introdução precoce, que permite melhorar a qualidade e a duração da sobrevida de pacientes com ELA. Inicialmente, preconiza-se o limite da queda de 50% da capacidade vital forçada (CVF) para a introdução da assistência ventilatória. Atualmente, porém, sabe-se que antes desse valor já ocorre hipoxemia noturna e diminuição da pressão respiratória máxima. ABrELA ,2013
  • 19. Paciente E-L-M 41 anos, sendo diagnosticado de Esclerose Lateral Amiotrófica a 20 meses, apresenta como cadeirante sinais e sintomas de disfagia , disartria , tônus aumentado em MMSS e MMII, encurtamento e atrofia muscular em MMSS e MMII, reflexo patológico de Hoffman e Babinski, clônus, hiperreflexia bilateral de MMSS e MMII, hipotrofia por desuso, e espasmos musculares em evidencia nos MMSS e MMII.
  • 20.  ATIVIDADES FÍSICAS EM INDIVÍDUOS PORTADORES DE ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA: PRÓS E CONTRA-UMA REVISÃO DE LITERATURA,WC Santos, BYS de Oliveira- Anais dos Encontros 2016 - anais.meefpe.org  FISIOTERAPIA MOTORA NA ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA martina araújo durán revista neurociências V14 N2 (supl-versão eletrônica) –abr/jun, 2006.  ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA E OUTRAS DOENÇAS DO NEURÔNIO MOTOR,RH Brown Jr - Neurologia Clínica de Harrison-3, 2015 - books.google.com  ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA ATUALIZAÇÃO , ABrELA ,2013  DEPENDÊNCIA E MORTE DA “MÃE DE FAMÍLIA”: A SOLIDARIEDADE FAMILIAR E COMUNITÁRIA NOS CUIDADOS COM A PACIENTE DE ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA. CF Borges - Psicologia em Estudo, 2003 - SciELO Brasil  ALTERAÇÕES DA FONAÇÃO E DEGLUTIÇÃO NA ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA: REVISÃO DE LITERATURA,RT Pontes, M Orsini, MRG Freitas, RS Antonioli- Rev , 2010 - fonovim.com.br  AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES PORTADORES DE ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA (ELA) EM BRASÍLIA ,Fabrício Marinho Bandeira1 , Nadja Nara Camacam de Lima Quadros2 , Karlo Jozefo Quadros de Almeida3 , Rafaela de Morais Caldeira,2010.

Notas do Editor

  1. Deve-se considerar, para efeitos de estudos epidemiológicos as 3 formas de apresentação da doença: ELA esporádica (forma clássica); ELA familiar; ELA do Pacífico Oeste