SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 15
LiteraturaO Barroco brasileiro
1601-1768
Momento
histórico• O Brasil passa a ser
importante para Portugal
devido às riquezas
exploradas em toda a
Zona da Mata, com a
produção de cana de
açúcar, e mais tarde com
a descoberta do ouro em
Minas Gerais;
• Salvador, capital da
colônia, transformou-se
não só no centro político
e econômico, mas
também em polo da
produção cultural.
O Barroco brasileiro
Costuma-se dar como marco inicial do
Barroco no Brasil o ano de 1601 quando da
publicação de Prosopopéia, de Bento Teixeira Pinto.
Mas o grande nome da literatura que era iniciada
no Brasil, excetuando o Pe. Antônio Vieira, que fora
estudado no Barroco português, foi Gregório de
Matos, o “Boca do Inferno”, considerado por muitos
o iniciador da literatura brasileira.
Sua obra divide-se em:
poesia sacra – lírica amorosa – poesia satírica –
poesia burlesca
Poesia sacra:
Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado
Da vossa piedade me despido,
Porque quanto mais tenho delinquido,
Vos tenho a perdoar mais empenhado.
Se basta a vos irar tanto um pecado,
A abrandar-nos sobeja um só gemido,
Que a mesma culpa, que vos há ofendido,
Vos tem para o perdão lisonjeado.
Se uma ovelha perdida, e já cobrada
Glória tal, e prazer tão repentino
vos deu, como afirmais na Sacra História:
Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada
Cobrai-a, e não queirais, Pastor divino,
Perder na vossa ovelha a vossa glória.
• Temática religiosa;
• Segue o modelo conceptista (raciocínio engenhoso
de um pecador que procura convencer a Deus de
que merece o seu perdão);
• Iniciado com sincera confissão de culpa e
humildade, transforma-se em frieza de raciocínio e
esperteza argumentativa na busca de provar o
direito ao perdão;
• Dualidade entre teocentrismo e antropocentrismo
vistos na contradição entre a humildade e pequenez
do homem diante de Deus e o orgulho e altivez da
inteligência;
Lírica amorosa:
Quem a primeira vez chegou a ver-vos,
Nise, e logo se pôs a contemplar-vos,
Bem merece morrer por conversar-vos
E não poder viver sem merecer-vos.
• Idealização do amor;
Largo em sentir, em respirar sucinto,
Peno, e calo, tão fino, e tão atento,
Que fazendo disfarce do tormento,
Mostro que o não padeço, e sei que o
sinto.
• Exploração da psicologia amorosa
(timidez do amante)
Isto, que o Amor se chama,
este, que vidas enterra,
este, que alvedrios prostra,
este, que em palácios entra:
[.......................................]
este, que o ouro despreza,
faz liberal o avarento,
é assunto dos poetas:
[.......................................]
Arre lá com tal amor!
isto é amor? é quimera,
que faz de um homem prudente
converter-se logo em besta.
• Realismo irônico, quase cínico;
Poesia satírica:
Nariz de embono
com tal sacada,
que entra na escada
duas horas primeiro
que seu dono
• Era chamado o “Boca do Inferno”
por zombar de todos sem se
importar com a classe, sexo,
profissão ou cor;
Aos vícios
Eu sou aquele, que os passados anos
cantei na minha lira maldizente
torpezas do Brasil, vícios e enganos.
[.......................................................]
De que pode servir, calar, quem cala,
Nunca se há de falar, o que se sente?
Sempre se há de sentir, o que se fala?
Qual homem pode haver tão paciente,
Que vendo o triste estado da Bahia,
Não chore, não suspire, e não lamente?
[..........................................................]
Se souberas falar, também falaras,
Também satirizaras, se souberas,
E se foras Poeta, poetizaras.
Se souberas falar, também falaras,
Também satirizaras, se souberas,
E se foras Poeta, poetizaras.
A ignorância dos homens destas eras
Sisudos faz ser uns, outros prudentes,
Que a mudez canoniza bestas feras.
Há bons, por não poder ser insolente,
Outros há comedidos de medrosos,
Não mordem outros não, por não ter dentes.
Quantos há que os telhados têm vidrosos,
E deixam de atirar sua pedrada
De sua mesma telha receosos.
Uma só natureza nos foi dada:
Não criou Deus os naturais diversos,
Um só Adão formou, e esse de nada.
Todos somos ruins, todos perversos,
Só nos distingue o vício, e a virtude,
De que uns são comensais outros adversos.
Quem maior a tiver, do que eu ter pude,
Esse só me censure, esse me note,
calem-se os mais, chitom, e haja saúde.
Poesia burlesca:
Quita, como vos achais
com esta troca tão rica?
eu vos troco por Anica,
vós por Nico me deixais:
vós de mim não vos queixais,
eu, Quita, de vós me queixo,
e pondo a cousa em seu eixo,
a mim com razão me tem,
pois me deixais por ninguém,
e eu por Arnica vos deixo.
Vós por um Dom Patarata
trocais um Doutor em Leis,
e eu troco, como sabeis,
uma por outra Mulata:
vós fostes comigo ingrata
com a grosseira ingratidão,
eu não fui ingrato não,
e quem troca odre por odre,
um deles há de ser podre,
e eu sou na troca odre são.
Eu com Anica querida
me remexo como posso,
vós co Patarata vosso
estarei bem remexida:
nesta desigual partida
leve o diabo o enganado,
porque eu acho no trocado,
que me vim a melhorar
mas na Moça por soldar,
que vós no Moço soldado
Se bem vos não vai na troca
pela antiga benquerença,
que farei logo a destroca:
porém se Amor vos provoca
a dar-me outros novos zelos,
hemos de lançar os pêlos
ao ar por seguridade,
e eu sei, que a vossa amizade
há de custar-me os cabelos.
• Registrava os pequenos acontecimentos da vida
cotidiana da cidade e dos engenhos (crônica do viver
baiano seicentista);
• Escrita em sua última fase, período de decadência
pessoal e profissional;
• Estilo cômico e tom brincalhão;

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Evolução humana e pré história
Evolução humana e pré  históriaEvolução humana e pré  história
Evolução humana e pré históriaDebora Barros
 
5° civilizações do oriente médio
5° civilizações do oriente médio5° civilizações do oriente médio
5° civilizações do oriente médioAjudar Pessoas
 
Renascimento Cultural
Renascimento CulturalRenascimento Cultural
Renascimento Culturaleiprofessor
 
O iluminismo pombalino
O iluminismo pombalinoO iluminismo pombalino
O iluminismo pombalinocattonia
 
Slide - Idade Média: Idade das Trevas, Será?
Slide - Idade Média: Idade das Trevas, Será?Slide - Idade Média: Idade das Trevas, Será?
Slide - Idade Média: Idade das Trevas, Será?PIBID HISTÓRIA
 
Arte pré-colombiana - Maia, Asteca e Inca
Arte pré-colombiana - Maia, Asteca e IncaArte pré-colombiana - Maia, Asteca e Inca
Arte pré-colombiana - Maia, Asteca e IncaAndrea Dressler
 
Reforma Católica e Contra Reforma
Reforma Católica e Contra ReformaReforma Católica e Contra Reforma
Reforma Católica e Contra ReformaMaria Gomes
 
A queda do império romano
A queda do império romanoA queda do império romano
A queda do império romanocattonia
 
Capitalismo comercial
Capitalismo comercialCapitalismo comercial
Capitalismo comercialBruno Lisboa
 
O tempo das Reformas Religiosas - 8ºano
O tempo das Reformas Religiosas - 8ºanoO tempo das Reformas Religiosas - 8ºano
O tempo das Reformas Religiosas - 8ºanoZé Mário
 
Pacto Colonial no Brasil - Prof. Altair Aguilar
Pacto Colonial no Brasil - Prof. Altair AguilarPacto Colonial no Brasil - Prof. Altair Aguilar
Pacto Colonial no Brasil - Prof. Altair AguilarAltair Moisés Aguilar
 

Mais procurados (20)

Evolução humana e pré história
Evolução humana e pré  históriaEvolução humana e pré  história
Evolução humana e pré história
 
Renascimento cultural
Renascimento culturalRenascimento cultural
Renascimento cultural
 
5° civilizações do oriente médio
5° civilizações do oriente médio5° civilizações do oriente médio
5° civilizações do oriente médio
 
Renascimento Cultural
Renascimento CulturalRenascimento Cultural
Renascimento Cultural
 
Arte bizantina
Arte bizantinaArte bizantina
Arte bizantina
 
Mundo islâmico
Mundo islâmicoMundo islâmico
Mundo islâmico
 
Os fenicios
Os feniciosOs fenicios
Os fenicios
 
O iluminismo pombalino
O iluminismo pombalinoO iluminismo pombalino
O iluminismo pombalino
 
Queda do império
Queda do impérioQueda do império
Queda do império
 
1º ano - Reforma Religiosa
1º ano - Reforma Religiosa1º ano - Reforma Religiosa
1º ano - Reforma Religiosa
 
Slide - Idade Média: Idade das Trevas, Será?
Slide - Idade Média: Idade das Trevas, Será?Slide - Idade Média: Idade das Trevas, Será?
Slide - Idade Média: Idade das Trevas, Será?
 
Arte pré-colombiana - Maia, Asteca e Inca
Arte pré-colombiana - Maia, Asteca e IncaArte pré-colombiana - Maia, Asteca e Inca
Arte pré-colombiana - Maia, Asteca e Inca
 
O Renascimento
O RenascimentoO Renascimento
O Renascimento
 
Reforma Católica e Contra Reforma
Reforma Católica e Contra ReformaReforma Católica e Contra Reforma
Reforma Católica e Contra Reforma
 
A queda do império romano
A queda do império romanoA queda do império romano
A queda do império romano
 
Capitalismo comercial
Capitalismo comercialCapitalismo comercial
Capitalismo comercial
 
O tempo das Reformas Religiosas - 8ºano
O tempo das Reformas Religiosas - 8ºanoO tempo das Reformas Religiosas - 8ºano
O tempo das Reformas Religiosas - 8ºano
 
Pacto Colonial no Brasil - Prof. Altair Aguilar
Pacto Colonial no Brasil - Prof. Altair AguilarPacto Colonial no Brasil - Prof. Altair Aguilar
Pacto Colonial no Brasil - Prof. Altair Aguilar
 
Ato de navegação
Ato de navegaçãoAto de navegação
Ato de navegação
 
Caetano Veloso: "Língua"
Caetano Veloso: "Língua"Caetano Veloso: "Língua"
Caetano Veloso: "Língua"
 

Destaque (15)

Basilio da Gama
Basilio da GamaBasilio da Gama
Basilio da Gama
 
Barroco português
Barroco portuguêsBarroco português
Barroco português
 
Humanismo
HumanismoHumanismo
Humanismo
 
1 trovadorismo
1   trovadorismo1   trovadorismo
1 trovadorismo
 
Literatura romantismo
Literatura romantismoLiteratura romantismo
Literatura romantismo
 
Quinhentismo
QuinhentismoQuinhentismo
Quinhentismo
 
Romantismo
RomantismoRomantismo
Romantismo
 
Classicismo - Renascimento
Classicismo - RenascimentoClassicismo - Renascimento
Classicismo - Renascimento
 
Romantismo Parte 2
Romantismo Parte 2Romantismo Parte 2
Romantismo Parte 2
 
O barroco no Brasil
O barroco no BrasilO barroco no Brasil
O barroco no Brasil
 
Arcadismo
ArcadismoArcadismo
Arcadismo
 
Quinhentismo
QuinhentismoQuinhentismo
Quinhentismo
 
Quinhentismo
QuinhentismoQuinhentismo
Quinhentismo
 
O Barroco No Brasil
O Barroco No BrasilO Barroco No Brasil
O Barroco No Brasil
 
Literatura romantismo
Literatura romantismoLiteratura romantismo
Literatura romantismo
 

Semelhante a Barroco brasileiro (20)

Barroco
BarrocoBarroco
Barroco
 
Slides Barroco
Slides BarrocoSlides Barroco
Slides Barroco
 
Barroco no Brasil e no mundo, contexto histórico
Barroco no Brasil e no mundo, contexto históricoBarroco no Brasil e no mundo, contexto histórico
Barroco no Brasil e no mundo, contexto histórico
 
Barroco no brasil
Barroco no brasilBarroco no brasil
Barroco no brasil
 
Barroco
BarrocoBarroco
Barroco
 
Barroco
BarrocoBarroco
Barroco
 
Gregório de Matos Guerra
Gregório de Matos GuerraGregório de Matos Guerra
Gregório de Matos Guerra
 
Barroco
Barroco Barroco
Barroco
 
Barroco
BarrocoBarroco
Barroco
 
Barroco brasileiro
Barroco brasileiroBarroco brasileiro
Barroco brasileiro
 
229664166-Barroco-slide-ppt.ppt
229664166-Barroco-slide-ppt.ppt229664166-Barroco-slide-ppt.ppt
229664166-Barroco-slide-ppt.ppt
 
Barroco literatura
Barroco literatura Barroco literatura
Barroco literatura
 
Gregório de Matos Biografia[1].pptx
Gregório de Matos Biografia[1].pptxGregório de Matos Biografia[1].pptx
Gregório de Matos Biografia[1].pptx
 
Barroco no Brasil.pptx
Barroco no Brasil.pptxBarroco no Brasil.pptx
Barroco no Brasil.pptx
 
Barroco
BarrocoBarroco
Barroco
 
BARROCO.pptx
 BARROCO.pptx BARROCO.pptx
BARROCO.pptx
 
Apostila quinhentismo (1)
Apostila quinhentismo (1)Apostila quinhentismo (1)
Apostila quinhentismo (1)
 
Aula barroco
Aula barrocoAula barroco
Aula barroco
 
Revisão de Literatura_ 3º ano
Revisão de Literatura_ 3º anoRevisão de Literatura_ 3º ano
Revisão de Literatura_ 3º ano
 
Material de apoio trabalho de sala literatura
Material de apoio trabalho de sala literaturaMaterial de apoio trabalho de sala literatura
Material de apoio trabalho de sala literatura
 

Último

Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdfReta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdfWagnerCamposCEA
 
matematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecnimatematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecniCleidianeCarvalhoPer
 
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptxSlide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptxedelon1
 
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...Francisco Márcio Bezerra Oliveira
 
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxOs editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxTailsonSantos1
 
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfRecomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfFrancisco Márcio Bezerra Oliveira
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.Mary Alvarenga
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTailsonSantos1
 
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptxResponde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptxAntonioVieira539017
 
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteVanessaCavalcante37
 
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfApresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfcomercial400681
 
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médioapostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médiorosenilrucks
 
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdfPROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdfHELENO FAVACHO
 
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*Viviane Moreiras
 
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptaula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptssuser2b53fe
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...IsabelPereira2010
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfHELENO FAVACHO
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIAPROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIAHELENO FAVACHO
 
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdfLeloIurk1
 

Último (20)

Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdfReta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
 
matematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecnimatematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecni
 
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptxSlide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
 
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
 
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
 
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxOs editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
 
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfRecomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
 
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptxResponde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
 
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
 
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfApresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
 
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médioapostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
 
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdfPROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
 
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
 
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptaula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIAPROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
 
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
 

Barroco brasileiro

  • 2. Momento histórico• O Brasil passa a ser importante para Portugal devido às riquezas exploradas em toda a Zona da Mata, com a produção de cana de açúcar, e mais tarde com a descoberta do ouro em Minas Gerais; • Salvador, capital da colônia, transformou-se não só no centro político e econômico, mas também em polo da produção cultural.
  • 3. O Barroco brasileiro Costuma-se dar como marco inicial do Barroco no Brasil o ano de 1601 quando da publicação de Prosopopéia, de Bento Teixeira Pinto. Mas o grande nome da literatura que era iniciada no Brasil, excetuando o Pe. Antônio Vieira, que fora estudado no Barroco português, foi Gregório de Matos, o “Boca do Inferno”, considerado por muitos o iniciador da literatura brasileira. Sua obra divide-se em: poesia sacra – lírica amorosa – poesia satírica – poesia burlesca
  • 4. Poesia sacra: Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado Da vossa piedade me despido, Porque quanto mais tenho delinquido, Vos tenho a perdoar mais empenhado. Se basta a vos irar tanto um pecado, A abrandar-nos sobeja um só gemido, Que a mesma culpa, que vos há ofendido, Vos tem para o perdão lisonjeado. Se uma ovelha perdida, e já cobrada Glória tal, e prazer tão repentino vos deu, como afirmais na Sacra História: Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada Cobrai-a, e não queirais, Pastor divino, Perder na vossa ovelha a vossa glória.
  • 5. • Temática religiosa; • Segue o modelo conceptista (raciocínio engenhoso de um pecador que procura convencer a Deus de que merece o seu perdão); • Iniciado com sincera confissão de culpa e humildade, transforma-se em frieza de raciocínio e esperteza argumentativa na busca de provar o direito ao perdão; • Dualidade entre teocentrismo e antropocentrismo vistos na contradição entre a humildade e pequenez do homem diante de Deus e o orgulho e altivez da inteligência;
  • 6. Lírica amorosa: Quem a primeira vez chegou a ver-vos, Nise, e logo se pôs a contemplar-vos, Bem merece morrer por conversar-vos E não poder viver sem merecer-vos. • Idealização do amor; Largo em sentir, em respirar sucinto, Peno, e calo, tão fino, e tão atento, Que fazendo disfarce do tormento, Mostro que o não padeço, e sei que o sinto. • Exploração da psicologia amorosa (timidez do amante)
  • 7. Isto, que o Amor se chama, este, que vidas enterra, este, que alvedrios prostra, este, que em palácios entra: [.......................................] este, que o ouro despreza, faz liberal o avarento, é assunto dos poetas: [.......................................] Arre lá com tal amor! isto é amor? é quimera, que faz de um homem prudente converter-se logo em besta. • Realismo irônico, quase cínico;
  • 8. Poesia satírica: Nariz de embono com tal sacada, que entra na escada duas horas primeiro que seu dono • Era chamado o “Boca do Inferno” por zombar de todos sem se importar com a classe, sexo, profissão ou cor;
  • 9. Aos vícios Eu sou aquele, que os passados anos cantei na minha lira maldizente torpezas do Brasil, vícios e enganos. [.......................................................] De que pode servir, calar, quem cala, Nunca se há de falar, o que se sente? Sempre se há de sentir, o que se fala? Qual homem pode haver tão paciente, Que vendo o triste estado da Bahia, Não chore, não suspire, e não lamente? [..........................................................] Se souberas falar, também falaras, Também satirizaras, se souberas, E se foras Poeta, poetizaras.
  • 10. Se souberas falar, também falaras, Também satirizaras, se souberas, E se foras Poeta, poetizaras. A ignorância dos homens destas eras Sisudos faz ser uns, outros prudentes, Que a mudez canoniza bestas feras. Há bons, por não poder ser insolente, Outros há comedidos de medrosos, Não mordem outros não, por não ter dentes. Quantos há que os telhados têm vidrosos, E deixam de atirar sua pedrada De sua mesma telha receosos. Uma só natureza nos foi dada:
  • 11. Não criou Deus os naturais diversos, Um só Adão formou, e esse de nada. Todos somos ruins, todos perversos, Só nos distingue o vício, e a virtude, De que uns são comensais outros adversos. Quem maior a tiver, do que eu ter pude, Esse só me censure, esse me note, calem-se os mais, chitom, e haja saúde.
  • 12. Poesia burlesca: Quita, como vos achais com esta troca tão rica? eu vos troco por Anica, vós por Nico me deixais: vós de mim não vos queixais, eu, Quita, de vós me queixo, e pondo a cousa em seu eixo, a mim com razão me tem, pois me deixais por ninguém, e eu por Arnica vos deixo. Vós por um Dom Patarata trocais um Doutor em Leis, e eu troco, como sabeis,
  • 13. uma por outra Mulata: vós fostes comigo ingrata com a grosseira ingratidão, eu não fui ingrato não, e quem troca odre por odre, um deles há de ser podre, e eu sou na troca odre são. Eu com Anica querida me remexo como posso, vós co Patarata vosso estarei bem remexida: nesta desigual partida leve o diabo o enganado, porque eu acho no trocado, que me vim a melhorar
  • 14. mas na Moça por soldar, que vós no Moço soldado Se bem vos não vai na troca pela antiga benquerença, que farei logo a destroca: porém se Amor vos provoca a dar-me outros novos zelos, hemos de lançar os pêlos ao ar por seguridade, e eu sei, que a vossa amizade há de custar-me os cabelos.
  • 15. • Registrava os pequenos acontecimentos da vida cotidiana da cidade e dos engenhos (crônica do viver baiano seicentista); • Escrita em sua última fase, período de decadência pessoal e profissional; • Estilo cômico e tom brincalhão;