3. CONTEXTO HISTÓRICO
• Século XVII;
• Fim do ciclo das grandes navegações;
• Mudanças políticas e socioeconômicas;
• Reforma Protestante, 1517;
• Contrarreforma, 1563.
*Barroco: pedra preciosa irregular; ou Seiscentismo.
Massacre de São Bartolomeu, de François Dubois (1572)
6. LITERATURA BARROCA
• Conflitos: corpo x alma; erotismo x pecado; profano e perdão
• Passagem do tempo – fugacidade da vida
• Forma tumultuosa (antíteses, paradoxos, hipérboles, inversões)
• Mundo instável, dúbio e frágil
• Objetivo de despertar sentidos e emoções
• Preocupação com a morte
8. CULTISMO/GONGORISMO
• Jogo de palavras
• Valorização da forma
• Rebuscamento linguístico
• Estruturação sintática elaborada
• Presente, sobretudo, na poesia
9. ”
“O todo sem a parte não é todo;
A parte sem o todo não é parte;
Mas se a parte o faz todo, sendo parte,
Não se diga que é parte, sendo o todo.
Gregório de Matos
Exemplo de cultismo: jogo de palavras e estruturação sintática da poesia.
10. CONCEPTISMO/ QUEVEDISMO
• Jogo de ideias e conceitos
• Raciocínios religiosos e filosóficos
• Presente, sobretudo, na prosa
11. ”
“Para um homem se ver a si mesmo são necessárias três coisas:
olhos, espelho e luz. Se tem espelho e é cego, não se pode ver
por falta de olhos; se tem espelhos e olhos, e é de noite, não se
pode ver por falta de luz. Logo, há necessidade de luz, há
necessidade de espelho e há necessidade de olhos.
Pe. Antônio Vieira
Exemplo de conceptismo: desenvolvimento de raciocínio filosófico com a retomada de
argumentos.
13. PADRE ANTONIO VIEIRA
Sermões e retórica;
Temas sociais e políticos;
Contra a escravidão indígena;
Temas mundanos: amor e paixão;
Metalinguagem, a arte de pregar;
Disseminação e recolha: elementos argumentativos retomados e
explicados.
14. GREGÓRIO DE MATOS
Poesia lírica/amorosa:
visão paradoxal do amor e da mulher
metáforas, hipérboles, sinestesias e paradoxos
Poesia religiosa:
consciência do pecado
insignificância do ser humano
busca do perdão divino
conflito entre o material e o espiritual
Poesia satírica:
apelidado de “Boca do Inferno”
críticas e ironias a todos os setores da sociedade de sua época.
baixo calão
15. ”
“
Anjo no nome, Angélica na cara!
Isso é ser flor, e Anjo juntamente:
Ser Angélica flor, e Anjo florente,
Em quem, senão em vós, se uniformara:
Quem vira uma tal flor, que a não cortara,
De verde pé, da rama fluorescente;
E quem um Anjo vira tão luzente,
Que por seu Deus o não idolatrara?
[...]
Mas vejo, que por bela, e por galharda,
Posto que os Anjos nunca dão pesares,
Sois Anjo, que me tenta, e não me guarda.
Gregório de Matos
O poeta lírico
16. ”
“Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado,
Da vossa alta clemência me despido;
Porque quanto mais tenho delinquido
Vos tem a perdoar mais empenhado.
Gregório de Matos
O poeta religioso
17. ”
“
Sal, cal e alho
Caiam no teu maldito caralho.
Amém.
O fogo de Sodoma e de Gomorra
Em cinza te reduzam essa porra.
Amém.
Tudo em fogo arda,
Tu, e teus filhos, e o Capitão da Guarda
Gregório de Matos
O poeta satírico.
Poema ao então governador da Bahia, Câmara Coutinho.
18. ”
“
A INSTABILIDADE DAS COUSAS DO MUNDO
Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,
Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.
Porém se acaba o Sol, por que nascia?
Se formosa a Luz é, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?
Mas no Sol, e na Luz, falte a firmeza,
Na formosura não se dê constância,
E na alegria sinta-se tristeza.
Começa o mundo enfim pela ignorância,
E tem qualquer dos bens por natureza
A firmeza somente na inconstância.
Gregório de Matos