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GREGÓRIO DE MATOS GUERRA (*1636 - + 1696)
• Poeta barroco brasileiro, nasceu em Salvador/BA,
em 20/12/1636 e morreu em Recife/PE em 1696.
Foi contemporâneo do Pe. Antônio Vieira.
• Amado e odiado, é conhecido por muitos como
“Boca do Inferno”, em função de suas poesias
satíricas. Influenciado pela estética, estilo e
sintaxe de Gôngora e Quevedo, é considerado o
verdadeiro iniciador da literatura brasileira.
• De família abastada (seu pai era proprietário
de engenhos), pôde estudar com os jesuítas
em Salvador.
• Em 1650, com 14 anos, abala para Portugal,
formando-se em Direito pela Universidade de
Coimbra em 1661.
• Em 1672 torna-se procurador de Salvador
junto a administração lisboeta.
• Volta para o Brasil pouco depois de 1678.
Quarentão e viúvo, tenta acomodar-se
novamente na sociedade brasileira, tarefa
impossível.
• Apesar de investido em funções religiosas, não
perdoa o clero nem o governador-geral com seu
sarcasmo.
• Mulherengo, boêmio, irreverente, iconoclasta e
possuidor de um legendário entusiasmo pelas
mulatas, pôs muita autoridade civil e religiosa em
má situação, ridicularizando-as de forma
impiedosa.
• Ficou famoso em suas andanças pelos
engenhos do Recôncavo.
• Mais famosas ainda eram suas sátiras. Talvez
por causa delas foi deportado para Angola, em
1694. Pôde retornar ao Brasil, no ano
seguinte, mas para o Recife, onde morreu aos
59 anos.
• Seu espírito profundamente barroco pode ser
percebido na contraditória diversidade dos
temas que desenvolveu em sua obra:
• a. Poesia Sacra (temática religiosa)
• b. Lírica Amorosa
• c. Poesia Satírica
• Sua irreverência era tamanha que foi
apelidado de BOCA DO INFERNO.
• Não poupou ninguém: poderosos e humildes,
brancos e pretos, portugueses e brasileiros,
mulatos, índios, padres, todos eram,
colocados numa cólera que ia da cidade
corrupta ao povo em geral.
O poeta satírico
• Gregório de Matos é amplamente conhecido por
suas críticas à situação econômica da Bahia,
especialmente de Salvador, graças à expansão
econômica chegando a fazer, inclusive, uma
crítica ao então governador da Bahia Antonio Luis
da Camara Coutinho. Além disso, suas críticas à
Igreja e a religiosidade presente naquele
momento. Essa atitude de subversão por meio
das palavras rendeu-lhe o apelido de "Boca do
Inferno", por satirizar seus desafetos.
Que falta nesta cidade?................Verdade
Que mais por sua desonra?...........Honra
Falta mais que se lhe ponha..........Vergonha.
O demo a viver se exponha, Por mais que a
fama a exalta, numa cidade, onde falta
Verdade, Honra, Vergonha.
O poeta religioso
• A preocupação religiosa do escritor revela-se
no grande número de textos que tratam do
tema da salvação espiritual do homem.
• No soneto a seguir, o poeta ajoelha-se diante
de Deus, com um forte sentimento de culpa
por haver pecado, e promete redimir-se.
O poeta lírico
• Em sua produção lírica, Gregório de Matos se
mostra um poeta angustiado em face à vida, à
religião e ao amor. Na poesia lírico-amorosa, o
poeta revela sua amada, uma mulher bela que
é constantemente comparada aos elementos
da natureza. Além disso, ao mesmo tempo
que o amor desperta os desejos corporais, o
poeta é assaltado pela culpa e pela angústia
do pecado.
À mesma d. Ângela
Anjo no nome, Angélica na cara!
Isso é ser flor, e Anjo juntamente:
Ser Angélica flor, e Anjo florente,
Em quem, senão em vós, se uniformara:
Quem vira uma tal flor, que a não cortara,
De verde pé, da rama fluorescente;
E quem um Anjo vira tão luzente,
Que por seu Deus o não idolatrara?
Se pois como Anjo sois dos meus altares,
Fôreis o meu Custódio, e a minha guarda,
Livrara eu de diabólicos azares.
Mas vejo, que por bela, e por galharda,
Posto que os Anjos nunca dão pesares,
Sois Anjo, que me tenta, e não me guarda.
Epílogos (Gregório de Matos)
• Que falta nesta cidade?...Verdade.
Que mais por sua desonra?...Honra.
Falta mais que se lhe ponha?...Vergonha.
O demo a viver se exponha.
Por mais que a fama a exalta.
Numa cidade onde falta
Verdade, honra, vergonha.
• E que a justiça a resguarda?...Bastarda.
É grátis distribuída?...Vendida.
Que tem, que a todos assusta?...Injusta.
Valha-me Deus, o que custa
O que El-Rei nos dá de graça,
Que anda a justiça na praça
Bastarda, vendida, injusta.
Sermão do bom ladrão
• O ladrão que furta para comer, não vai nem leva ao inferno:
os que não só vão, mas levam, de que eu trato, são outros
ladrões de maior calibre e de mais alta esfera; os quais
debaixo do mesmo nome e do mesmo predicamento
distingue muito bem São Basílio Magno. Não só são ladrões,
diz o santo, os que cortam bolsas, ou espreitam os que se
vão banhar para lhes colher a roupa; os ladrões que mais
própria e dignamente merecem este título são aqueles a
quem os reis encomendam os exércitos e legiões ou o
governo das províncias, ou a administração das cidades, os
quais já com mancha, já com forças roubam cidades e reinos:
os outros furtam debaixo do seu risco, estes sem temor nem
perigo: os outros se furtam, são enforcados, estes furtam e
enforcam. (Pe Antonio Vieira)
Tô feliz (Matei o presidente) 2 - (Gabriel O Pensador)
Fiquei até surpreso quando correu a notícia
E a polícia ofereceu apoio pra minha missão
Ninguém vai te prender, policial também é povo
Já matamo presidente, irmão, vai lá e faz de novo
Que é isso?! Eu sou da paz, detesto arma de fogo
Deve ter outro jeito de o Brasil virar o jogo
Que nada, Pensador! Vai lá e não deixa ninguém vivo
Se é contra arma de fogo, vai no estilo dos nativos
Invade a Câmara e pega os sacanas distraídos
Com veneno na zarabatana, bem no pé do ouvido
Em nome da Amazônia desmatada
Leva um arco e muitas flechas e finca uma no coração de cada
Cambada de demônio; demorou, manda pro inferno
Já tão todos de terno, e pro enterro vai facilitar
Envia pro capeta com as maletas de dinheiro sujo
De sangue de tantos brasileiros e vamos cantar
Eu não matei nem vou matar literalmente um presidente
Mas se todos corruptos morressem de repente
Ia ser tudo diferente, ia sobrar tanto dinheiro
Que andaríamos nas ruas sem temer o tempo inteiro
Seu pai não ia ser assaltado, seu filho não ia virar ladrão
Sua mãe não ia morrer na fila do hospital
E seu primo não ia se matar no Natal
Seu professor não ia lecionar sem esperança
Você não ia querer fazer uma mudança de país?
Sua filha ia poder brincar com outras crianças
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  • 1.
  • 2. GREGÓRIO DE MATOS GUERRA (*1636 - + 1696) • Poeta barroco brasileiro, nasceu em Salvador/BA, em 20/12/1636 e morreu em Recife/PE em 1696. Foi contemporâneo do Pe. Antônio Vieira. • Amado e odiado, é conhecido por muitos como “Boca do Inferno”, em função de suas poesias satíricas. Influenciado pela estética, estilo e sintaxe de Gôngora e Quevedo, é considerado o verdadeiro iniciador da literatura brasileira.
  • 3. • De família abastada (seu pai era proprietário de engenhos), pôde estudar com os jesuítas em Salvador. • Em 1650, com 14 anos, abala para Portugal, formando-se em Direito pela Universidade de Coimbra em 1661. • Em 1672 torna-se procurador de Salvador junto a administração lisboeta.
  • 4. • Volta para o Brasil pouco depois de 1678. Quarentão e viúvo, tenta acomodar-se novamente na sociedade brasileira, tarefa impossível. • Apesar de investido em funções religiosas, não perdoa o clero nem o governador-geral com seu sarcasmo. • Mulherengo, boêmio, irreverente, iconoclasta e possuidor de um legendário entusiasmo pelas mulatas, pôs muita autoridade civil e religiosa em má situação, ridicularizando-as de forma impiedosa.
  • 5. • Ficou famoso em suas andanças pelos engenhos do Recôncavo. • Mais famosas ainda eram suas sátiras. Talvez por causa delas foi deportado para Angola, em 1694. Pôde retornar ao Brasil, no ano seguinte, mas para o Recife, onde morreu aos 59 anos.
  • 6. • Seu espírito profundamente barroco pode ser percebido na contraditória diversidade dos temas que desenvolveu em sua obra: • a. Poesia Sacra (temática religiosa) • b. Lírica Amorosa • c. Poesia Satírica
  • 7. • Sua irreverência era tamanha que foi apelidado de BOCA DO INFERNO. • Não poupou ninguém: poderosos e humildes, brancos e pretos, portugueses e brasileiros, mulatos, índios, padres, todos eram, colocados numa cólera que ia da cidade corrupta ao povo em geral.
  • 8. O poeta satírico • Gregório de Matos é amplamente conhecido por suas críticas à situação econômica da Bahia, especialmente de Salvador, graças à expansão econômica chegando a fazer, inclusive, uma crítica ao então governador da Bahia Antonio Luis da Camara Coutinho. Além disso, suas críticas à Igreja e a religiosidade presente naquele momento. Essa atitude de subversão por meio das palavras rendeu-lhe o apelido de "Boca do Inferno", por satirizar seus desafetos.
  • 9. Que falta nesta cidade?................Verdade Que mais por sua desonra?...........Honra Falta mais que se lhe ponha..........Vergonha. O demo a viver se exponha, Por mais que a fama a exalta, numa cidade, onde falta Verdade, Honra, Vergonha.
  • 10. O poeta religioso • A preocupação religiosa do escritor revela-se no grande número de textos que tratam do tema da salvação espiritual do homem. • No soneto a seguir, o poeta ajoelha-se diante de Deus, com um forte sentimento de culpa por haver pecado, e promete redimir-se.
  • 11.
  • 12. O poeta lírico • Em sua produção lírica, Gregório de Matos se mostra um poeta angustiado em face à vida, à religião e ao amor. Na poesia lírico-amorosa, o poeta revela sua amada, uma mulher bela que é constantemente comparada aos elementos da natureza. Além disso, ao mesmo tempo que o amor desperta os desejos corporais, o poeta é assaltado pela culpa e pela angústia do pecado.
  • 13. À mesma d. Ângela Anjo no nome, Angélica na cara! Isso é ser flor, e Anjo juntamente: Ser Angélica flor, e Anjo florente, Em quem, senão em vós, se uniformara: Quem vira uma tal flor, que a não cortara, De verde pé, da rama fluorescente; E quem um Anjo vira tão luzente, Que por seu Deus o não idolatrara? Se pois como Anjo sois dos meus altares, Fôreis o meu Custódio, e a minha guarda, Livrara eu de diabólicos azares. Mas vejo, que por bela, e por galharda, Posto que os Anjos nunca dão pesares, Sois Anjo, que me tenta, e não me guarda.
  • 14. Epílogos (Gregório de Matos) • Que falta nesta cidade?...Verdade. Que mais por sua desonra?...Honra. Falta mais que se lhe ponha?...Vergonha. O demo a viver se exponha. Por mais que a fama a exalta. Numa cidade onde falta Verdade, honra, vergonha.
  • 15. • E que a justiça a resguarda?...Bastarda. É grátis distribuída?...Vendida. Que tem, que a todos assusta?...Injusta. Valha-me Deus, o que custa O que El-Rei nos dá de graça, Que anda a justiça na praça Bastarda, vendida, injusta.
  • 16. Sermão do bom ladrão • O ladrão que furta para comer, não vai nem leva ao inferno: os que não só vão, mas levam, de que eu trato, são outros ladrões de maior calibre e de mais alta esfera; os quais debaixo do mesmo nome e do mesmo predicamento distingue muito bem São Basílio Magno. Não só são ladrões, diz o santo, os que cortam bolsas, ou espreitam os que se vão banhar para lhes colher a roupa; os ladrões que mais própria e dignamente merecem este título são aqueles a quem os reis encomendam os exércitos e legiões ou o governo das províncias, ou a administração das cidades, os quais já com mancha, já com forças roubam cidades e reinos: os outros furtam debaixo do seu risco, estes sem temor nem perigo: os outros se furtam, são enforcados, estes furtam e enforcam. (Pe Antonio Vieira)
  • 17. Tô feliz (Matei o presidente) 2 - (Gabriel O Pensador) Fiquei até surpreso quando correu a notícia E a polícia ofereceu apoio pra minha missão Ninguém vai te prender, policial também é povo Já matamo presidente, irmão, vai lá e faz de novo Que é isso?! Eu sou da paz, detesto arma de fogo Deve ter outro jeito de o Brasil virar o jogo Que nada, Pensador! Vai lá e não deixa ninguém vivo Se é contra arma de fogo, vai no estilo dos nativos Invade a Câmara e pega os sacanas distraídos Com veneno na zarabatana, bem no pé do ouvido Em nome da Amazônia desmatada Leva um arco e muitas flechas e finca uma no coração de cada Cambada de demônio; demorou, manda pro inferno Já tão todos de terno, e pro enterro vai facilitar Envia pro capeta com as maletas de dinheiro sujo De sangue de tantos brasileiros e vamos cantar
  • 18. Eu não matei nem vou matar literalmente um presidente Mas se todos corruptos morressem de repente Ia ser tudo diferente, ia sobrar tanto dinheiro Que andaríamos nas ruas sem temer o tempo inteiro Seu pai não ia ser assaltado, seu filho não ia virar ladrão Sua mãe não ia morrer na fila do hospital E seu primo não ia se matar no Natal Seu professor não ia lecionar sem esperança Você não ia querer fazer uma mudança de país? Sua filha ia poder brincar com outras crianças