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1. INTRODUÇÃO
A pesquisa fitoquímica tem por objetivos conhecer os constituintes químicos das espécies vegetais ou avaliar sua presença nos mesmos. Quando não se dispõe de estudos químicos sobre a espécie de interesse, a análise fotoquímica pode identificar os grupos de metabólitos secundários relevantes (SIMÕES, 2001).
Segundo Simões (2001), atualmente os estudos fitoquímicos abrangem a utilização de vegetais, e não apenas a plantas medicinais, para obtenção ou desenvolvimento de medicamentos, ou seja, como fonte de matéria-prima farmacêutica, a descoberta de substâncias ativas de plantas como protótipo de fármacos, bem como o desenvolvimento de fitoterápicos.
A vida dos organismos vivos depende das transformações químicas executadas pelos seus metabolismos primários e secundários. A bioquímica investiga a química de produtos naturais do metabolismo primário, que produz substâncias amplamente distribuídas nos seres vivos: aminoácidos, lipídios, carboidratos e macromoléculas. A química dos produtos naturais de metabolismo secundário é estudada por químicos orgânicos, reconhecidos como químicos de produtos naturais. O estudo dos constituintes químicos bioproduzidos pelo metabolismo secundário dos organismos vivos continua proporcionando a descoberta de diversas substâncias orgânicas, com atividades biológicas, que dependem da investigação farmacológica (BRAZ-FILHO, 1994).
Várias substâncias são extraídas dos vegetais, muito delas são responsáveis pela aplicabilidade na alimentação e na saúde. Isto tem sido o estímulo ao desenvolvimento do estudo químico de muitas plantas, dentre os compostos resultantes desse metabolismo podem ser separados os produtos do metabolismo primário que são os glicídios, protídeos e lipídios, e os do metabolismo secundário, que são os compostos terpenos, alcaloides, glicosídeos e vários outros. Os primeiros são estudados, principalmente, no âmbito da bioquímica e os últimos no âmbito do que se convencionou denominar química de produtos naturais (MATOS, 1997).
A triagem fitoquímica caracteriza-se pela identificação genérica de metabólicos secundários presente na matéria-prima vegetal, sendo que estes variam em quantidades e qualidade em função de fatores genéticos e de ambientes, como solos e nutrição, principalmente (CASTRO et. al., 2002).
Nesse estudo preliminar foram observadas reações para os seguintes grupo metabólicos: Cumarinas, saponinas, taninos, polifenóis (flavonoides, taninos, quinonas) e alcaloides.
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2. OBJETIVO
Proceder a triagem fitoquímica preliminar, para identificação de metabólicos secundário: Cumarinas, saponinas, taninos, polifenóis (flavonoides, taninos, quinonas) e alcaloides.
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3. MATERIAIS E MÉTODOS
Salsaparrilha (Smilax ssp.)
Extrato hidroalcoólico de barbatimão (Striphnodendron adstringens)
Alcoolatura de casca de laranja
Reagente de Dragenddorff
Conta-gotas
HCl 3N
KOH
Cloreto férrico 2%
Agua destilada
Gelatina 5%
Atropina 2%
Câmara UV
Cumarinas padrão
Tubos de ensaios
Vidro relógio
Pipetas de 5 e 2 mL
Papel filtro
Procedimentos realizados para proceder a triagem fitoquímica:
Cumarinas:
Foi dividida uma fita de papel de filtro em três partes. Aplicou-se 1 gota da alcoolatura da casca de laranja nas partes 1 e 2 e deixou-se reservado para secar. Após, aplicou-se 1 gota de cumarina padrão na parte 3 e deixou-se reservado para secar. Aplicou-se 1 gota de KOH (hidróxido de potássio) na parte 1 e 3 e deixou-se reservado para secar. Após esses procedimentos, levou-se a câmera de UV para visualizar a 254nm.
Saponinas:
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Em um tubo de ensaio previamente identificado, adicionou-se uma pequena quantidade de salsaparrilha e 2 mL de agua destilada. Agitou-se fortemente o tubo.
Taninos:
Pipetou-se 2 mL do extrato hidroalcoólico de barbatimão para um tubo de ensaio e adicionou-se três gotas de gelatina 2%.
Polifenóis (flavonoides, taninos, quinonas):
Pipetou-se 2 mL do extrato hidroalcoólico de barbatimão para um tubo de ensaio e adicionou-se três gotas de cloreto férrico.
Alcaloides:
Pingou-se algumas gotas de atropina 2% no vidro relógio e adicionou-se 2 gotas de HCl 3N. Após, adicionou-se de 1-2 gotas de reagente de Dragenddorff.
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4. RESULTADO E DISCUSSÃO
Após todos os procedimentos, observou-se os seguintes resultados:
TABELA 1: Resultados obtidos após proceder a triagem fitoquímica preliminar.
Metabólicos secundários
Resultados
Cumarinas
Observou-se que a primeira gota estava menos florescente, devido a cumarina estar diluída. A segunda gota não se observa florescência por não conter regente revelador. A terceira apresentou-se com florescência mais intensificada devido a substancia padrão e estava mais concentrada.
Saponinas
Observou-se uma Espuma persistente e abundante (colarinho) indicou a presença de saponina.
Taninos
Precipitado de tonalidade verde musgo indica a presença de taninos condensados.
Polifenóis
Alcaloides
Após o procedimento com o cloreto férrico, observou-se um tom mais escuro puxando para coloração preto indicando a presença de polifenóis.
Observou-se há princípio que a coloração era transparente, após acrescentar o reagente de Dragenddorff a coloração mudou para um tom vermelho-alaranjado indicando a presença de alcaloides.
Fonte: Laboratório de farmacognosia – aula prática de triagem fitoquímica – Cuiabá 23/10/2014.
De acordo com informações obtidas a respeito das espécies coletadas, pode-se verificar que a população as utiliza para fins medicinais, daí a importância em se buscar conhecer cada planta a ser estudada como a parte utilizada, forma de consumo e indicação terapêutica (DA SILVA et. al., 2010)
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5. CONCLUSÃO
Conclui-se, que nesse estudo preliminar da fitoquímica, é possível identificar as classes de metabólicos secundários presentes nas plantas, que é de grande importância na área farmacológica para estudos e descobertas de novos princípios ativos para produção de novos fármacos e fitoterápicos.
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6. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS
1. BRAZ-FILHO, R. Química de produtos naturais: importância, interdisciplinaridade, dificuldades e perspectivas. A peregrinação de Pacatupano. Química Nova, 17(5), 1994
2. CASTRO, NILMAR EA DE; PEREIRA, RITA DE CA; DAS, MARIA. TRIAGEM FITOQUÍMICA DE SÁLVIA.
3. DI STASI, L. C. Plantas medicinais: arte e ciência. Um guia de estudo interdisciplinar. São Paulo: UNESP, 1996.
4. DA SILVA, Nádia Livia Amorim; MIRANDA, Francisco Alberto Alencar; DA CONCEIÇÃO, Gonçalo Mendes. Triagem fitoquímica de plantas de Cerrado, da área de proteção ambiental municipal do Inhamum, Caxias, Maranhão. Scientia Plena, v. 6, n. 2, 2010.
5. Matos, F. J. A. Introdução à Fitoquímica Experimental. 2 ed. Fortaleza: Edições UFC, 1997
6. SIMÕES, C. M. O. et. al Farmacognosia: da planta ao medicamento. 3 ed. Porto Alegre: Ed. da UFSC, 2001