3. Bohdan é um professor de microbiologia
numa pequena faculdade dos Estados Unidos.
Nos últimos 10 anos, desenvolveu um
interesse pela China e por doenças infecciosas
deste país.
Finalmente, após muito
planejamento e espera,
Bohdan passará o seu
ano sabático em
Pequim, estudando
doenças infecciosas
endêmicas do local em
um famoso hospital.
4. Mas...
Apesar de todo o entusiasmo, esta é a primeira
viagem de Bohdan para fora de seu país, e ele
está preocupado com a sua alimentação.
Ele tem um sistema digestório muito sensível, e
vem apresentando um quadro de diarreia
crônica intermitente nos dois últimos meses.
Além disso, quase
todos os tipos de
alimentos picantes
provocam episódios
prolongados de
irritação intestinal.
5. Antes de partir, Bohdan tem ido a alguns
restaurantes chineses, com o intuito de
“ambientar” seu trato gastrintestinal aos
novos tipos de alimentos.
Durante 3 semanas,
ele tem
experimentado
vários pratos de dois
restaurantes
chineses locais, e os
resultado é sempre
diarreia e dor
abdominal.
6. Os pratos do Sichuan, restaurante
conhecido por seu tempero picante, são
os mais problemáticos, gerando os piores
episódios de irritação gastrintestinal.
Bohdan decidiu
fazer um pequeno
estoque de
alimentos em um
supermercado
local antes de
partir para
Pequim.
7. Ao chegar em Pequim, Bohdan
surpreendeu-se com a sua boa adaptação
à nova dieta.
Os episódios
intermitentes de diarreia
não pioraram e ele
parece capaz de manter a
situação sob controle,
contanto que inclua
grandes quantidades de
arroz, macarrão e bolos
com fermento na sua
alimentação.
8. Após três semanas na China, Bohdan
sente-se mais prostrado que o normal.
Além disso, o problema dos episódios de
diarreia tem ficado mais crônico.
O coordenador da
pesquisa na China, Dr.
Xiaoyun Liu, sugeriu a
Bohdan o aumento da
ingestão de líquidos
para evitar
desidratação e também
que ele se submeta a
alguns testes no
hospital.
10. Resultados
Leucocitose (13x10³/mm³).
Contagem de plaquetas moderadamente
elevada( 450 000/mm³).
Volume corpuscular médio (VCM) baixo
(75f/L).
Temperatura corporal de 37 C (normal).
Dor abdominal localizada na linha
mediana, entre o processo xifóide e o
umbigo. Não foi observada sensibilidade à
palpação na mesma região.
12. Conduta
Solicitou exames de fezes;
Pesquisa de sangue oculto nas fezes, por
três dias;
Novo exame de sangue, raio X de abdome
e colonoscopia no hospital.
14. Observações
Dor abdominal persiste e fica mais intensa.
Temperatura corporal permanece normal.
Ausência de infecções bacterianas ou parasitoses, nos
exames de fezes.
Vestígios de perda sanguínea intestinal na pesquisa de
sangue oculto nas fezes.
Numero de plaquetas e leucócitos continuam a
aumentar, o VCM continua a cair e o hematócrito (38)
esta abaixo do limite de normalidade.
Concentração de hemoglobina corpuscular media é baixa
(25 g/dL).
O raio-X do abdome mostra espessamento segmentar
das paredes do colo com obstrução incompleta do colo
transverso; a colonoscopia evidencia inflamação das
paredes do colo.
18. Fígado, vesícula biliar e
duodeno (resultante da
irritação do diafragma)
Duodeno e cabeça
do pâncreas
Estômago
Vesícula biliar
Baço
Fígado
Apêndice Intestino delgado
Ceco e colo Colo sigmóide
ascendente Rim e ureter
Moore, 2007
20. Diagnóstico
•Sintomas localização anatômica
•Exames etiologia e morfologia
•Epidemiologia seleção (etnia e local)
•Diag. Diferencial comparação
21. Diagnóstico
•Diagnóstico primário
–Doença Inflamatória intestinal (D.I.I.)
•Colite Ulcerativa ou Doença de Crohn
•Diagnóstico secundário
–Doença de Crohn
•Auto-imune (quebra anormal da mucosa ou resposta
imune inicial desregulada)
•Genética
22. Diagnóstico
Principais Características das D.I.I.
Características Colite Ulcerativa Doença de Crohn
Distribuição Difusa e contínua Segmentar e
descontínua
Inflamação Mucosa e submucosa Transmural
Estenose Raras Comum
Úlceras Extensas Lineares (fissuras)
Vascularização Intensa (sangrante) Pouco pronunciada
Doença perianal Pouco comum comum
23. Diagnóstico
•Características da Doença de Chron
–Dor abdominal e fadiga crônica
–Surtos diarreicos
–Perda de peso e anemia
–Parede intestinal espessa
–Leucocitose
25. Tratamento
• Clínico
– Não medicamentoso
• Repouso, alimentação rica em Ca, Fe, Vitaminas
K, D e B12
• Aspiração nasogástrica e alimentação via
parenteral
– Medicamentoso
• Anticolinérgicos, antibióticos, antiinflamatórios e
imunossupressores
26. Tratamento
• Cirúrgico:
– Indicações
• Irritabilidade clínica, fístulas, obstrução intestinal e
doença perianal extensa associada à
incontinência retal.
• Hemorragia maciça, obstrução aguda e
megacólon tóxico
– Técnica Operatória
• Ressecção do segmento comprometido
27.
28. Referências Bibliográficas
COELHO, Júlio Cezar Uilli. Aparelho digestivo: Clínica e
Cirurgia. 3ed. São Paulo: Editora Atheneu, 2006.
MARTINI, TIMMONS, TALLITSCH. Anatomia Humana.
6ed. Rio de Janeiro: Artmed, 2008.
MOORE, Keith L.; DALLEY, Arthur F. Anatomia
orientada para a clínica. 5ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2007.
Notas do Editor
A meta da clínica é buscar o diagnóstico! Forma de ratificar o diagnóstico!
Dor cujo local de manifestação é diferente da estrutura de origem! Isso se dá pelo fato de que fibras nervosas viscerais e da pele fazem sinapse nos mesmos neurônios de segunda ordem!