O documento discute principais alterações patológicas de doenças intestinais como:
1) Doença isquêmica intestinal, doença diverticular e megacólon congênito
2) Doença de Crohn e colite ulcerativa, destacando diferenças entre elas
3) Neoplasias intestinais como adenocarcinoma de cólon
2. Objetivos
oOE: principais alterações patológica, macro e microscópicas
da doença isquêmica intestinal.
oreconhecer as principais alterações patológicas, macro e
microscópicas das doenças intestinais inflamatórias (Doença
de Crohn e colite ulcerativa).
oReconhecer as principais alterações patológica, macro e
microscópicas das neoplasias intestinais
oReconhecer as principais alterações patológica, macro e
microscópicas de outras entidades patológicas, tais como
doença celíaca, lesões orificiais, hemorróidas, TBC
intestinal, polipose familial colônica)
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4. Dilatações circunscritas – Doença Diverticular
Definição: herniações saculares, da mucosa e submucosa,
particularmente no sigmóide.
Etiopatogenia:
- focos de fraqueza muscular da parede colônica no ponto onde
os vasos retos arteriais penetram na muscular.
- aumento da pressão intraluminal (dieta pobre em fibras reduzem
a massa fecal e resulta em peristalse hiperativa que seqüestra
segmentos do intestino),
- motilidade desorganizada.
8. Dilatações difusas
Megacólon congênito (Hirschsprung)
Conceitos:
- Dilatação congênita do cólon
- 4% dos irmãos podem ter a doença.
- É 10x mais freqüente na Síndrome de Down.
Patogenia:
-Falha durante a embriogênese dos plexos de Meisssner e
Auerbach.
- os neuroblastos migram cefalocaudalmente para alcançar o reto
em torno da 12ª semana; se a migração for incompleta, parte do
cólon distal ficará agangliônica e haverá aperistalse .
12. Doença intestinal isquêmica
Lesão hipóxica secundária a comprometimento vascular.
Padrões Morfológicos
- transmural: infarto ou gangrena de todas as camadas do
intestino, por redução absoluta da perfusão.
- mural: hemorragia e necrose limitada à mucosa e submucosa
com preservação dos planos mais profundos.
-mucoso: lesão não ultrapassa a muscular da mucosa.
Isquemia crônica: estreitamento fibrótico do intestino devido à
déficit persistente na perfusão.
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15. Doença Intestinal Inflamatória – Doença de Crohn
Definição:
Pode ocorrer em qualquer parte do tubo digestório, da boca ao ânus,
localizando-se com maior freqüência na região ileocecal.
A distribuição da doença compreende, aproximadamente: intestino delgado
25%, cólon 20%, região íleocólica 55%.
Quadro clínico:
- diarréia
- dor abdominal em cólica.
- náuseas e vômitos
- febre.
- sensação de distensão abdominal piorada com as refeições,
- perda ponderal.
16. Doença Intestinal Inflamatória – Doença de Crohn
Macroscopia:
Aguda
- lesões tipicamente segmentares, com áreas lesadas,
intercaladas com segmentos normais.
- úlceras longas e tortuosas
- aspecto típico de “pedra de calçada” no intestino delgado
(áreas acometidas de permeio a mucosa normal).
17. Inicialmente a parede intestinal é edematosa, hiperemiada,
espessada, notando-se pequenas úlceras na mucosa (aftóides).
Segmentar, multisegmentar (aspecto “saltado”) semelhante a
cano de borracha
Serosa: áspera, granulosa
Parede: fibrose transmural mascarando muscular própria
Mesentério: espessado, fibrosado “sepultando”, abraçando a
alça intestinal (gordura “trepadeira”)
Luz: estreitada progressivamente com estenose, sinal da
“corda” radiológico.
Macroscopia
20. Doença Intestinal Inflamatória – Doença de Crohn
Crônica:
- no início espessamento globoso, edematoso e hiperêmico
evoluindo para segmento espessado inflexível.
- serosa é granular .
- luz estreitada como "sinal da corda".
- fissuras que podem levar a fístulas.
23. Doença Intestinal Inflamatória – Doença de Crohn
Microscopia:
-inflamação crônica,
- fibrose transmural
-dilatação ou esclerose dos canais linfáticos
- agregados linfóides com centros germinativos em todas as
camadas da parede.
- granulomas sarcoidiformes (em 40% os granulomas são pouco
desenvolvidos ou ausentes)
- há metaplasia atípica e displasia das células epiteliais nas
ulcerações e nas áreas de permeio.
- as lesões podem progredir para elevações nodulares, ulcerações
e fibrose.
28. Doença Intestinal Inflamatória – Colite Ulcerativa
Definição:
Doença crônica, recorrente do intestino grosso. Pode envolver todo
o cólon ou somente o reto, ou mais correntemente, alguma área
entre eles.
Causa é desconhecida.
- defeito no sistema imunológico, em que os Acs do próprio
organismo atacam o cólon??.
- um microorganismo não identificado seria responsável pela
doença?
29. Doença Intestinal Inflamatória – Colite Ulcerativa
Quadro clínico:
- febre
- mal-estar geral
- cólicas e dores abdominais difusas
- diarréia com sangue e muco.
Macro:
- quadro muito variável dependendo da intensidade da lesão.
------- cronicamente pode ocorre fibrose e espessamento da
parede sendo rara a obstrução
30. Doença Intestinal Inflamatória – Colite Ulcerativa
Microscopia:
- abscessos das criptas e ulcerações até às musculares
circundadas por infiltrado mucoso de células inflamatórias.
- processo inflamatório começa na profundidade das criptas
levando à ruptura das mesmas para dentro da lâmina própria e
submucosa e extensão lateral do processo.
- mucosa circundante “descola e descama” formando ulcerações.
- pode ocorrer vasculite por baixo da ulceração (necrose
isquêmica seguida por por infecção secundária: vasculite difusa
de origem imunológica ?).
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34. QUAL A DIFERENÇA ENTRE COLITE ULCERATIVA E
DOENÇA DE CROHN?
Colite ulcerativa:
- processo inflamatório envolvendo a mucosa do intestino grosso,
geralmente difusa, comprometendo grandes segmentos ou
apenas o reto.
- abscessos das criptas e ulcerações até às musculares
circundadas por infiltrado mucoso de células inflamatórias.
Doença de Crohn:
- pode acometer qualquer segmento do aparelho digestivo, desde
a boca até o ânus.
- segmento comprometido é pequeno.
- envolve todas as camadas da parede intestinal.
- fibrose transmural, granulomas sarcoidiformes
35. Crohn X Colite ulcerativa
www.pathology.com.br/crohncompl.htm
36. Neoplasias
Conceitos:
- o acometimento do intestino delgado por tumores é raro, sendo 1
a 6% de todos os tumores do tubo digestivo.
- no cólon, 95% dos tumores malignos são adenocarcinomas e
carcinomas.
Patogenia:
Pode estar relacionada com hereditariedade, adenomas, doença
intestinal inflamatória, além de fatores ambientais.
40. Neoplasias
Micro:
- 95% dos tumores do intestino grosso são adenocarcinomas.
- o grau de atipia é avaliado pelo pleomorfismo nuclear, aumento
da atividade mitótica e “empilhamento das células”
(pseudoestratificado).
- o grau de diferenciação deve ser descrito.
-o grau de invasão deve ser descrito.
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43. PFC de 18 anos, sexo feminino consultou com o ginecologista para
avaliação de rotina. O eritrograma no entanto, mostrou
hemoglobina de 8,9gdl. A paciente negava qualquer sangramento
evidente ou anemia pregressa. A pesquisa de sangue oculto foi
positiva. Durante a anamnese PFC informou que na sua família
havia uma frequência aumentada de “problemas de intestino
grosso”. Foi solicitado então uma colonoscopia. A Paciente foi
encaminhada para a cirurgia, cujo anatomopatológico, mostrou a
lesão abaixo.
. Faça a correlação anatomo-clínica.
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45. •IIDENTIFICAÇÃO : paciente de 42 anos, sexo masculino,
branco.
•HHISTÓRICO : diarréia crônica há 3 anos. Edema de
membros inferiores há 2 anos que progrediu para anasarca
há um mês. Internado com suspeita de síndrome nefrótica.
•EEXAME FÍSICO : mucosas descoradas, pele seca e
descamativa, cabelos quebradiços, edema, atrofia muscular.
46. Aspecto atrófico de duodeno, com mucosa esbranquiçada e finamente nodular.
Só há acometimento da camada mucosa. Atrofia glandular, e diminuição das
microvilosidades das células absortivas.As outras camadas estão preservadas.
47. COM O DIAGNOSTICO DE DOENÇA CELÍACA, FOI INICIADO TRATAMENTO COM
DIETA ISENTA DE GLÚTEN, COM A SEGUINTE EVOLUÇÃO:
ANTES 2 MESES APÓS
PESO (Kg) 45 50
EVACUAÇÕES / DIA 8 2
HEMOGLOBINA (g%) 7,7 13,1
COLESTEROL (mg%) 136 272
ALBUMINA (g%) 1,4 3,0
GORDURA FECAL (g/dia) 36 1,4