Este documento descreve a estrutura organizacional e modelos de gestão clínica de dois hospitais. No primeiro hospital, a gestão era dividida entre uma Diretoria Clínica eleita pelos médicos e uma Diretoria Técnica definida pela administração. O segundo hospital era formado por sócios-médicos com cotas funcionais para cada especialidade, o que gerava processos descoordenados. Ambos os modelos enfrentaram desafios financeiros e a necessidade de maior integração entre as especialidades médicas e a instituição.
2. Hospital Geral de grande porte e alta complexidade
199 leitos, sendo 40 de UTIs
9 salas cirúrgicas (e parto)
REM, Hemodinâmica, Cirurgia cardíaca, neurocirurgia
160 partos/mês
700 cirurgias/mês
Atende planos de saúde e particulares
Sócio de uma operadora – Unihosp
Teve CQH, em 2016 começou ONA 1
3. Pano de Fundo
Leis Federais > Estaduais > Municipais ou Regionais
Ministério da Saúde
Ministério do Trabalho
Agência Nacional Saúde
Conselhos, Pareceres, etc
4. Gestão Clínica
Apresentação de Case
1 – Case Concluído – HMB até 2011
2 – Case em Desenvolvimento - HMCG
3 – Pontos a perseguir
6. Diretoria Clínica
• Eleita pelo corpo clínico
• Jornada de 3 h diárias
• Representar o corpo clínico
junto às entidades de saúde
• Zelar pelas boas condições e
bom desempenho do corpo
médico
• Facilitar o relacionamento
interno do corpo clínico e deste
com todo o Hospital.
• Representar o corpo clínico no
planejamento estratégico
Diretoria Técnica
• Definida pela administração
• Período Integral
• Representar a instituição frente
aos órgãos oficiais de saúde
• Determinar os acertos
administrativos da prestação de
serviços de saúde
• Definir os critérios de
remuneração dos serviços aos
prestadores, e de cobrança das
operadoras.
• Zelar pelas boas condições e
bom desempenho dos médicos
e demais profissionais.
7. Comissões
As comissões ligadas à Diretoria Clínica têm enfoque
assistencial e são frequentadas quase que exclusivamente
por médicos. Revisão de Óbitos, Prontuário Médico, Hemoterapia,
Núcleo de Epidemiologia
As comissões ligadas à Diretoria Técnica têm enfoque em
gestão, e são multiprofissionais. Controle Infecção Hospitalar,
Compras Técnicas, Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional,
Gerenciamento de Risco
8. Diretoria Técnica se faz representar 24 h/dia, todos os dias, no hospital. Durante a semana
com o apoio da Auditoria Médica e nos finais de semana com os Plantões de Diretoria:
* Conhecer os processos assistenciais do hospital, para garantir que o atendimento seja o
mais homogêneo possível, a qualquer hora e em qualquer dia da semana.
* Orientar médicos que não estejam familiarizados com as rotinas do hospital, para que o
atendimento possa fluir o mais tranqüilo possível.
* Autorizar uso de recurso, material ou medicamento de prévia autorização por parte das
operadoras, para as urgências que não puderem esperar.
* Avaliar a necessidade de compra de alguma medicação ou material não padronizado no
hospital, frente à possibilidade de substituí-la por similar.
* Garantir que o paciente internado tenha a devida visita médica todos os dias, e tenha
assistência em eventual intercorrência.
* Autorizar o empréstimo de material ou medicamento para outros serviços, conforme nosso
estoque e demanda (ou o contrário)
* Autorizar o uso de nossa infra-estrutura para apoiar outro hospital que tenha tido problema
com a dele (ou o contrário)
* Representar o hospital frente à insatisfação do cliente, a problemas com os serviços públicos
ou com imprensa.
* Autorizar ou proibir processos internos que tragam transtornos ao atendimento de clientes,
mesmo que sejam processos administrativos.
9. Médicos Externos – aqueles que apenas usam as dependências do
hospital para tratar ou fazer exames em seus pacientes. O acerto dos
honorários médicos com os convênios ou mesmo acerto particular com
o paciente não é feito pelo hospital.
São classificados como Clientes do hospital.
Médicos Internos – aqueles pelos quais o hospital administra o
relacionamento com os convênios, e cede local e condições para
atendimento dos pacientes. Quando o paciente procura o hospital, é
encaminhado para um médico interno (respeitamos quando o paciente
informa já estar em tratamento com médico externo).
São classificados como Força de Trabalho do hospital
Tanto os médicos internos como externos fazem parte do corpo clínico
da instituição, mas só podem votar e ser votados os médicos do corpo
clínico interno.
10. Dimensionamento Médico
Novo serviço – a Diretoria Clínica é quem define a
necessidade de um novo serviço ou especialidade médica na
casa. Para tanto, usa dos paradigmas de dimensionamento (a
seguir) e da pesquisa de opinião médica feita a cada 2 anos,
com médicos internos e externos. Uma vez definida a
necessidade de um novo serviço, a Diretoria Técnica
dimensiona a quantidade necessária de médicos seguindo os
paradigmas de dimensionamento, bem como a forma de
contratação e/ou remuneração
11. Paradigmas de Dimensionamento Médico
• Queremos ser um dos dois melhores locais de trabalho para
cada médico do corpo clínico interno
• Resolvemos mais de 99% dos casos que nos procuram
• O médico tem o direito de restringir suas ações, mas tem total
responsabilidade sobre o que decidir fazer
• Não precisamos ser pioneiros na região, na oferta de algum
serviço, mas o que oferecemos é duradouro
• Hospital da Família
12. Paradigmas de Dimensionamento Médico
Atendimento Ambulatorial
• O agendamento de consultas ambulatoriais para uma especialidade
médica, não deve demorar mais que 2 semanas
• Nas especialidades que têm mais de um médico, consideramos o menor
prazo de espera entre os médicos.
• Antes de aumentar o número de médicos, procuramos aumentar a
oferta de serviço dos médicos já atuantes (horários de atendimento).
Atendimento Internado
• Especialidades que assumam integralmente uma internação têm que ter
médicos suficientes para atender todos os dias, e assumir as
intercorrências.
• Especialidades que prestam apenas consultorias não precisam estar
disponíveis todos os dias, mas o corpo clínico tem que ser suportado.
13. Contratação de Médicos
Salário – Funcionários (CLT), carga horária, atividades pré-definidas, com
direitos trabalhistas e influência sindical
Produtividade – Pagamento proporcional à produção de atendimentos
realizados pelo profissional, tanto com CLT ou firma prestadora de serviço
Pacote – Contratação de firma para atendimento de demanda pré-estimada,
com pagamento fixo. Havendo mudança da demanda com o tempo, pode
ser revisto o valor fixo do pacote.
Terceirização – Uma empresa médica assume todos os custos de seu local
de atendimento, contratação de funcionários (recepção, higiene,
enfermagem, administrativo, etc), e recebe maior repasse do valor pago pela
operadora. Pode atender outros convênios
14. Outros profissionais
Eram mais vistos como custos, frente a baixa cobertura pelas
operadoras e baixa remuneração de honorários.
Começavam ser vistos como geradores de receitas:
• Prescritores de materiais e serviços
• Segurança do paciente
• Prevenção de complicações
• Agilizar rotatividade do leito
• Otimização de esforços (Bundle)
15. Hospital e Maternidade Dr. Christóvão da Gama
• Sociedade com 34 sócios iniciais, que com o tempo se tornaram 78
• Especialidades administradas pelos acionistas, em cotas funcionais:
Clínica Médica, Cirurgia Geral, Cirurgia Plástica, Cirurgia Vascular, Cir.
Buco-Maxilo-Facial, Cirurgia de Mão, Neurocirurgia, Urologia, Ortopedia,
Oftalmologia, Otorrinolaringologia, Ginecologia, Anestesiologia,
Pediatria, Laboratório Análises Clínicas
• Estatuto prevendo direito de exploração de cada cota
• Processos diferentes em cada cota
• Áreas não subordinadas a cotas funcionais são de gestão do hospital
16. Dois grandes investimentos não tiveram harmonia no
comportamento das cotas, levando a endividamento: ampliação do
prédio e atualização tecnológica.
Com o endividamento, vem-se enxergando cada vez mais a
necessidade do trabalho conjunto e coordenado em prol da
instituição prioritariamente a cada cota.
Atrair serviços externos e casos de complexidade ainda desagradam
algumas cotas.
Sem a sinergia não haverá a recuperação financeira do hospital,
então a opção de venda
18. Equipe Assistencial
• Diretrizes que coloquem o paciente e a família no centro da
atenção
• Estabelecimento de políticas assistenciais que garantam
práticas de qualidade e segurança
• Assistência coerente com as áreas estratégicas pré
estabelecidas pela instituição
• Políticas que reforcem e sustentem modelos multidisciplinares
e interprofissionais
• Gestão sistematizada do cuidado
• Incorporação de ações de eficácia, eficiência com equidade
• Estrutura organizacional com representação na alta direção das
atividades assistenciais
20. Governança Clínica é um sistema onde as
organizações são responsáveis por garantir
elevados padrões de atendimento e melhorar
continuamente a qualidade dos seus serviços,
criando um ambiente de excelência de cuidados
clínicos. Requer iniciativas voltadas para a
melhoria da assistência, baseando-se nos
processos de Qualidade e Governança
Organizacional. Destaca-se a Segurança do
Paciente
21. Comissões
Gerenciamento de Risco – Diretoria Administrativa, Clínica e Técnica,
Qualidade, Jurídico, Marketing
Núcleo de Segurança do Paciente – Diretoria Clínica, Diretoria
Técnica, Qualidade, Gerência de Enfermagem, Enfermeira da Segurança
do Paciente, Engenharia Clínica, Hotelaria, TI, Farmácia Clínica
Padronização de Mat/Med – Diretoria Clínica, Diretoria Técnica,
Gerência de Enfermagem, Farmácia, Compras, Comercial, Análise de
Glosas
CCIH, Óbitos, Prontuário, Hemovigilância, EMTN, etc
22. Pontos a Perseguir
O Hospital não será uma instituição que simplesmente
forneça as condições para o médico levar seu paciente e
instituir o tratamento que quiser.
Mais que instalações, o Hospital fornecerá tratamento
institucional, aceitando limitadas variações.
Terá que ter seus controles precisos e confiáveis, com bons
referenciais externos, ou mesmo uma parceria de referência
23. Gestão Por Processos
•Definição dos macroprocessos da empresa
•Detalhamento dos processos, etapas, etc
•Cada setor da empresa encontra sua participação
•Estrutura Matricial
Cirurgia Eletiva
Emergência
Internação Clínica
S
E
T
O
R