O documento discute o papel do gerente em unidades de saúde públicas, abordando suas principais atribuições como planejamento, coordenação, administração de recursos humanos e materiais, supervisão, avaliação e gestão orçamentária. Também destaca a importância da atenção básica e dos programas de saúde para a população.
1. INTRODUÇÃO À GERÊNCIA EM SAÚDE
Valdirene Silva Pires Macena1
1Docente. Mestra em Saúde da Família
http://lattes.cnpq.br/3679347673113763
valpiresmacena@hotmail.com
CAMPO GRANDE- MS
2017
2. A gerência surge, nas organizações
de saúde, como um meio de dar
eficácia aos seus serviços.
(JUNQUEIRA, 1990)
3. O gerente não é apenas o
responsável pelo planejamento,
organização, coordenação e
controle, para alocar, de
maneira adequada, os recursos
escassos, mas também para
mobilizar e comprometer seus
funcionários na organização e
produção dos serviços de
saúde, que atendam as
necessidades de
SAÚDE DA POPULAÇÃO.
(JUNQUEIRA, 1990)
5. Portanto, este profissional de saúde participa do (a):
COMPETÊNCIAS X HABILIDADES
Planejamento, controle e avaliação da implementação de políticas públicas
de saúde;
Gerenciamento dos serviços e das unidades de saúde e seus processos de
trabalho;
Assessoramento de estudos de custos e viabilidade e elaboração de projetos
de gestão em saúde;
Levantamento estatístico de indicadores de saúde;
Previsão do sistema de estoque, compras e distribuição de material;
Acompanhamento de execução de contratos e serviços de terceiros...
(COSTA; CORREIA, 2014)
7. Art. 196/1988 – “A saúde é um direito de todos e dever do Estado,
garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução
do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e
igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e
recuperação”.
1993 - DESCENTRALIZAÇÃO X MUNICIPALIZAÇÃO
1994 - ATENÇÃO BÁSICA
Organiza o fluxo dos
serviços nas Redes de
Atenção à Saúde, dos
mais simples aos mais
complexos
Leis Orgânicas de Saúde:
8080/1990;
8.142/1990.
A REFORMA SANITÁRIA E O DIREITO DE TER SAÚDE NO BRASIL
8. A DESCENTRALIZAÇÃO é uma das principais estratégias
de construção do SUS, pois com a municipalização as
instâncias de poder locais devem assumir para si a tarefa
de construção de um novo modelo assistencial que não
deve se restringir às demandas da doença, mas
desenvolver ações que melhorem a qualidade de vida e
saúde da população.
(PENNA et al., 2004)
9. A IMPORTÂNCIA DA ATENÇÃO BÁSICA DE SAÚDE NO BRASIL
ABS - é desenvolvida com o mais alto grau de descentralização, ocorrendo no local mais
próximo da vida das pessoas;
ABS - é o contato preferencial dos usuários, a principal porta de entrada e centro de
comunicação com toda a Rede de Atenção à Saúde (RAS);
Por isso, é fundamental que ela se oriente pelos princípios da (o):
Universalidade; Integralidade da atenção;
Acessibilidade; Responsabilização;
Humanização; Equidade;
Continuidade do cuidado; Participação social.
12. Portanto...
A gerência das UBS possui particularidades que a diferenciam de outros setores e
estão relacionadas ao seu objeto de trabalho que é a assistência à saúde da
população da área adstrita;
É responsabilidade do gerente a "coordenação das atividades" e dos recursos
para o atendimento, por meio da "coordenação dos programas de saúde" com
o objetivo de "fazer a unidade funcionar“;
Os programas são determinados pelo Ministério da Saúde e prevêem ações para
grupos específicos voltados aos Programas:
Saúde da Criança;
Saúde da Mulher;
Saúde do Idoso;
Saúde do Trabalhador;
Saúde da Família (PSF)...
13. O TRABALHO DO GERENTE: o planjamento
O planejamento em saúde, numa visão
estratégica, se constitui num processo de caráter
permanente e participativo, com uma dimensão
técnica e política, que tem como produto – não
acabado - um plano, que documenta e anuncia a
política de saúde definida pelos diversos atores
sociais envolvidos no processo;
O gerente deve colaborar na elaboração do Plano
Municipal de Saúde, além de coordenar a
elaboração do Plano de Saúde para a área de
abrangência da UBS que deverá ser aprovado e
acompanhado pelo Conselho Local de Saúde.
(DANTAS; MELO, 2001)
14. O TRABALHO DO GERENTE: a coordenação/organização
Para melhoria da qualidade dos serviços prestados e satisfação dos pacientes, o Ministério da Saúde
criou em 2011, o Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica
(PMAQ-AB).
Fonte: http://saudecoletivaufmg.tumblr.com/
15. O TRABALHO DO GERENTE: a administração de Recursos Humanos
Sugere-se que o gerente:
Estabeleça um sistema de informação que
permita quantificar e analisar o quadro de
pessoal da UBS em relação aos objetivos e
metas assistenciais;
Recepcione os servidores recém-admitidos
estabelecendo seus direitos e deveres;
Elabore a escala de trabalho e de férias dos
trabalhadores e realize a redistribuição de
pessoal, quando necessário;
Estabeleça programas contínuos de
supervisão e avaliação de desempenho;
Orientar os trabalhadores sobre o
cumprimento das normas e rotinas do
serviço; além de avaliar e autorizar a
liberação dos trabalhadores para férias,
licença, afastamento, cursos...
(DANTAS; MELO, 2001)
16. O TRABALHO DO GERENTE: a supervisão
A ação supervisora deve ser vinculada à análise do processo de trabalho na UBS,
identificação de problemas e busca de soluções, visando a reorganização de
práticas de forma a alcançar os objetivos descritos no Plano Local de Saúde.
Para isso, o gerente poderá utilizar as seguintes técnicas:
Observação direta; Entrevistas com clientes,
trabalhadores e comunidade
Revisão de documentos técnicos; Orientação: reunião e avaliação
quantitativa de dados.
Avaliação qualitativa dos serviços; -
17. O TRABALHO DO GERENTE: a supervisão
É importante também que sejam utilizados os seguintes instrumentos de
supervisão:
Mapas de produtividade; Relatório estatístico;
Prontuário dos clientes; Fichas de avaliação e acompanhamento;
Manual de técnicas, normas e
procedimentos;
Modelos de avaliação de desempenho e
relatórios de serviço.
Para isso, os gerentes precisam ter como requisitos:
competência profissional, habilidade para relacionar-se com as
pessoas, motivação para o desenvolvimento dos trabalhadores
de saúde e capacidade para envolver os funcionários e a
comunidade nas decisões relativas às rotinas de trabalho.
18. O TRABALHO DO GERENTE: a administração de Recursos Materiais
A gerência dos recursos materiais têm
como objetivo coordenar todas as
atividades necessárias para garantir o
suprimento de equipamentos,
materiais e medicamentos em todos
os setores, de maneira que a
prestação de seus serviços não sofra
interrupções prejudiciais à clientela.
(DANTAS; MELO, 2001)
19. O TRABALHO DO GERENTE: a administração de Recursos Materiais
Sugere-se que os gerentes realizem as
seguintes atividades:
Coordenar e supervisionar as atividades
relacionadas com a previsão, provisão,
aquisição, transporte, recebimento,
armazenamento, conservação, distribuição
e controle dos recursos materiais;
Solicitar a manutenção dos equipamentos;
Emitir parecer quanto a qualidade e
adequação dos recursos materiais e
supervisionar o uso do material de modo a
garantir adequada utilização.
(DANTAS; MELO, 2001)
Administração destes
recursos nas UBS deve
envolver as funções de
previsão, provisão,
organização e controle.
20. O TRABALHO DO GERENTE: a gestão orçamentária e financeira dos
recursos de saúde
O gerente da UBS participa de maneira indireta da gestão orçamentária.
Sua atuação compreende: estimulo à participação democrática da população
na análise da aplicação dos recursos públicos, discussão sobre a proposta
orçamentária e prestação de contas e elaboração das "informações" que
são utilizadas como critério para o repasse dos recursos do fundo de
saúde;
Estas informações compreendem o perfil demográfico da região, perfil
epidemiológico da população, desempenho técnico e econômico do
período anterior e características quantitativas e qualitativas da UBS.
(DANTAS; MELO, 2001)
21. O TRABALHO DO GERENTE: a avaliação
Para viabilizar o processo de avaliação nas UBS, o gerente deve considerar os
seguintes aspectos:
(DANTAS; MELO, 2001)
Resolutividade: acesso aos serviços
de saúde nos diferentes níveis de
complexidade do sistema;
Impacto das ações de saúde
(mortalidade infantil, mortalidade
geral, mortalidade por causa, idade,
sexo);
Sistema de referência e contra-
referência;
Distribuição dos atendimentos
ambulatoriais por causa, idade, sexo e
procedimentos;
Análise quantitativa dos serviços
(produtividade e cobertura);
Incidência e prevalência de doenças
de notificação compulsória.
Análise qualitativa dos serviços
(satisfação dos usuários,
aceitabilidade);
-
22. REFERÊNCIAS
• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção
Básica. Política Nacional de Atenção Básica. Brasília : Ministério da Saúde, 2012. 110 p. :
ilustrada (Série E. Legislação em Saúde).
• BRASIL. Ministério da Saúde. Manual de Uso do Sistema com
Prontuário Eletrônico do Cidadão PEC v.1.3: Sistema e-SUS Atenção Básica. Brasília: 2014.
Disponível em: < http://dab.saude.gov.br/portaldab/esus/manual_pec_1.3/index.php>.
Acesso em: 18 fev. 2017.
• COSTA, M. V.; CORREIA, M. M. Gerência em Saúde. Tiradentes: UNIT, 2014. Disponível
em:http://ww3.unit.br/pronatec/cursos/gerencia-saude/. Acesso em: 18 fev. 2017.
• JUNQUEIRA, L. A. P. Gerência dos Serviços de Saúde. Cadernos de Saúde Pública, Rio de
Janeiro, v. 6, n. 3, p. 247 - 259, jul./set. 1990
• DANTAS, T. C. C.; MELO, M. L. C. O trabalho do gerente em unidade básica de saúde:
possibilidades de uma prática. Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília, v. 54, n. 3, p. 494-
499, jul./set. 2001.
• PENNA, C. M. M.; ALVES, M.; BRITO, M. J. M.; ABREU, T.; SOARES, C. E. O trabalho do gerente
no cotidiano das Unidades Básicas de Saúde. Revista Mineira de Enfermagem, v. 8, n 4, p.
455-463, out./dez, 2004.