1) O documento analisa os custos logísticos de 126 empresas brasileiras que representam 20% do PIB nacional.
2) O transporte de longa distância representa, em média, 38% dos custos logísticos, enquanto a armazenagem representa 18%.
3) As empresas estão insatisfeitas com os custos logísticos nas regiões Norte e Nordeste, enquanto as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste recebem avaliações intermediárias.
2. • Estudo realizado com 126 empresas;
• O faturamento das respondentes equivale a cerca de
20% do PIB brasileiro;
• O objetivo é avaliar os custos logísticos para as
empresas que operam no país.
4. Regiões nas quais as empresas mais concentram suas atuações
Centro-Oeste Norte
10,5% 7,9%
Nordeste
11,8%
Sul Sudeste
21,5% 48,2%
48,2% das empresas que compreendem a amostra mais atuam na região Sudeste do Brasil. Essa
concentração se deve à localização de plantas produtivas e também mercado de consumo.
5. Faturamento das empresas
Acima de 10B 9,5%
2-10B 21,4%
1-2B 13,5%
500M-1B 23,8%
200-500M 14,3%
150-200M 2,4%
100-150M 6,3%
Menos de 100M 8,7%
0,0% 5,0% 10,0% 15,0% 20,0% 25,0% 30,0%
Quanto ao porte, utilizando a classificação de Faturamento Operacional Bruto (FOB)
disponibilizada pelo BNDES, tem-se que mais de 60% da amostra é considerada “de grandes
empresas”, com o FOB anualizado igual ou maior do que R$ 300 milhões, sendo que
aproximadamente 10% fatura mais de R$ 10 bilhões por ano.
6. Classificação das empresas por setor
Auto-indústria 16,1%
Indústria de Construção 10,9%
Têxtil 8,8%
Bens de consumo 8,8%
Química e Petroquímica 8,0%
Siderurgia e metalurgia 7,3%
Mineração 7,3%
Produção Agropecuária 6,6%
Bens de Capital 6,6%
Papel e celulose 5,1%
Eletroeletrônico 4,4%
Farmacêuticas, higiene e cosméticos 2,9%
Atacado/Varejo 3,6%
Outros* 2,2%
0,0% 2,0% 4,0% 6,0% 8,0% 10,0% 12,0% 14,0% 16,0% 18,0%
A amostra é composta por empresas de diversos segmentos, onde 16,1% das empresas
respondentes pertencem ao setor da “Auto indústria”.
- 126 empresas – 20% do PIB.
8. Custos logísticos – comparação entre países
Custos de Transportes e Logística como um Percentual do PIB
Pesquisa realizada pelo Boston Logistics Group mostra o Brasil nas piores colocações em termos
de minimização de custo logístico no mundo.
Somente em relação aos EUA, o Brasil apresenta um custo logístico de aproximadamente 12%
do PIB, enquanto nos EUA tal custo é de 8% do PIB. Ou seja, em termos de custos logísticos, o
Brasil, não tendo a performance do EUA, perde cerca de 83,2 bilhões de dólares por ano.
9. Custos logísticos – comparação entre países
Custo de Transporte Ferroviário
Velocidade Média de Percurso
Custo para Exportar um Contêiner
10. Componentes Custos Logísticos - Comparação com os BRICs
A escala vai de 0 a 4,5. Quanto maior a pontuação melhor a posição do país.
Customizar as entregas
Entrega mais
Rápida Infraestrutura
Rastreabilidade dos Embarques
Produtos Internacionais
Competência
Logística
Fonte: Banco Mundial - 2010
A comparação dos componentes de performance logística mostra que o Brasil só leva vantagem
em relação aos outros países do BRIC na entrega mais rápida. Dentre os países analisados, a China
possui melhor infraestrutura, embarques internacionais, competência logística, habilidade em
customizar as entregas e rastreabilidade. A entrega mais rápida no Brasil tem como consequencia
o aumento no volume de estoques mais próximos dos clientes, obviamente com aumento de
custos.
11. Índice de Performance Logística do Banco Mundial
O índice agregado dos seis itens de performance logística apresentados no slide anterior, mostra
que o Brasil só tem melhor performance do que Índia e Rússia, além de Argentina, Chile e México,
mas abaixo de Estados Unidos, Austrália, Canada, Nova Zelândia e China. Ou seja, o Brasil é
também um emergente em performance logística.
13. Análise descritiva – Custos Logísticos para os Setores Mais Representativos na Amostra
Porcentagem
do Custo
Receita Distribuição urbana
Logístico na Transporte de Custos Portuários/
% PIB Média Armazenagem (transporte de curta Administrativo
receita - longa distância Aeroportuários
(bi) distância)
média
ponderada
Agregado 20% 6,46 13,1% 38,21% 18,13% 16,48% 13,32% 9,41%
Auto Indústria 3,5% 6,52 8,8% 31,09% 21,68% 13,55% 12,32% 9,50%
Indústria da
0,8% 2,21 20,9% 40,53% 17,20% 13,00% 15,33% 10,20%
Construção
Têxtil 0,1% 0,38 9,4% 45,75% 19,67% 21,92% 5,75% 6,92%
Bens de
1,0% 3,58 10,7% 33,92% 16,50% 29,25% 10,42% 10,00%
Consumo
Química e
5,3% 19,92 6,3% 56,09% 9,36% 9,73% 9,18% 13,20%
Petroquímica
Siderurgia e
1,6% 6,67 12,8% 47,30% 20,30% 9,50% 12,00% 10,90%
Metalurgia
Mineração 3,3% 15,02 14,6% 51,11% 14,44% 3,78% 14,89% 10,22%
Produção
0,5% 2,20 12,0% 48,10% 17,90% 14,00% 12,50% 6,50%
Agropecuária
Bens de Capital 0,2% 0,81 22,7% 11,23% 2,57% 3,51% 2,10% 1,80%
Outros setores 3,7% X X X X X X X
De acordo com a pesquisa, a Indústria de Bens de Capital apresenta o maior percentual do Custo
Logístico na receita. Por sua vez, a indústria Química e Petroquímica possui o maiores gastos com
Transporte de longa distância em relação aos custos logísticos. Em vermelho são marcados alguns
setores que afetam diretamente o preço final dos produtos consumidos pelos brasileiros e com
boa representatividade na amostra.
14. Custo Logístico em relação à Receita
25,00%
22,69%
Custo logístico médio para as empresas brasileiras 20,88%
20,00% (percentual da receita bruta)
14,63%
15,00%
12,82% 13,14%
12,04%
10,74%
10,00% 9,45%
8,76%
6,29%
5,00%
0,00%
Química e Petro
Auto indústria
Têxtil
Bens de Consumo
Produção Agropecuária
Sid. E Metalurgia
Todos os setores
Mineração
Construção
Bens de Capital
Os setores que estão acima da média ponderada para o agregado de setores são mineração,
indústria de construção e indústria de bens de capital. O setor Químico e Petroquímico foi o setor
mais eficiente em termos de minimização de custo em relação à receita.
16. Percentual do custo logístico em relação à receita
45% 14,0%
13,1%
40% 38% A média dos custos logísticos 12,0%
no Brasil é de 13,1% da
35% receita total das empresas
Porcentagem do custo logístico ponderado
Porcentagem média do custo logístico
entrevistadas 10,0%
30%
8,0%
25%
20% 18% 6,0%
16%
15% 13%
4,0%
9%
10%
2,0%
5%
0% 0,0%
Transporte de longa Armazenagem Distribuição urbana Custos Portuários/ Administrativo
distância (transporte de curta Aeroportuários
distância)
Porcentagem média da participação nos custos logísticos Média ponderada custo logístico x renda
O transporte de longa distância representa, em média, a maior porcentagem do custo logístico da amostra, com
38%.
17. Fatores importantes ou muito importantes para a
formação do custo logístico
60,0%
O transporte de produtos acabados representa para os empresários 56,2%
o principal fator de custo de logística, sendo os custos de transporte
50,0% de matéria-prima e distribuição urbana também expressivos.
38,8% 39,7%
40,0%
33,1%
30,6%
30,0%
20,0%
10,0%
0,0%
Armazenagem de produto Custos Distribuição urbana de Transporte de matéria Transporte de produto
acabado portuários/aeroportuários produtos prima acabado
De acordo com dados estatísticos da pesquisa, as empresas que vivenciam aumentos nos custos gerais de
logística acreditam que a prioridade seria a melhoria do acesso e distribuição nas regiões metropolitanas.
18. Fatores importantes ou muito importantes para o
aumento do custo logístico
60,0%
54,5%
51,2%
50,0% 49,6%
48,3%
45,1%
40,0%
30,0%
20,0%
10,0%
0,0%
Ausência de oferta de Falta de concorrência Restrição de carga e Documentos e burocracia Estradas em más
transporte com qualidade entre modais de descarga nos grandes governamental condições
(transportadora) transportes centros urbanos
Quando questionadas sobre quais fatores tendem a aumentar o custo logístico no Brasil, 54,5% da
amostra declarou que “Estradas em más condições” representam a maior causa de aumento dos
custos logísticos no país.
19. Nível de satisfação em relação aos custos logísticos para
cada região
90%
Índices de
satisfação ruim 80%
80% em relação ao
custo logístico
70%
64%
60%
55% 55%
50%
Bom
46%
41% Médio
40% Ruim
Não Respondeu
30%
25% 24% 25%
19%
20% 17%
8% 9% 9% 9%
10%
5% 3% 4%
2% 2%
0%
Sudeste Sul Nordeste Norte Centro-Oeste
O nível de satisfação das empresas em relação aos custos logísticos nas regiões Norte e Nordeste
é, de maneira geral, ruim. As regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste apresentam níveis de satisfação
intermediários.
20. Ações importantes ou muito importantes para reduzir o
custo logístico
72,0%
Os pontos de atenção para controle do 70,7%
custo logístico se concentram
70,0% especialmente na melhoria do acesso e
integração da malha ferroviária da região 68,6%
68,0%
Sudeste-Sul, mudança na cobrança de
ICMS, seguida pela redução da burocracia 67,2%
governamental portuária.
66,0%
65,0%
64,0%
62,7%
62,0%
60,0%
58,0%
Melhorias nas condições Redução da burocracia Mudança na cobrança de Maior acesso às ferrovias Melhor gestão das
rodoviárias portuária ICMS do Sudeste e Sul ferrovias com integração
multimodal
70,7% da amostra declarou que “Melhor gestão das ferrovias com integração multimodal” seria
uma ação relevante para a redução dos custos logísticos. Essa integração multimodal poderia
reduzir o custo relacionado com o transporte de longa distância.
21. Alto impacto nos custos logísticos extras
50%
Os custos logísticos extras são 49%
relacionados a 3 grandes grupos:
capacitação de mão de obra, falta de
48% 48%
estrutura de apoio nas estradas e horas
extras.
46%
44%
42%
42%
40%
38%
Horas extras Falta de estrutura de apoio nas Capacitação de mão de obra
estradas
Capacitação de mão de obra (49%) e a falta de estrutura de apoio nas estradas (48%) geram fortes
impactos nos custos logísticos adicionais.
22. O que a empresa mais tem feito para reduzir custos
logísticos?
70%
Terceirizar a frota e serviços logísticos para 65%
60% outros operadores foi eleito por 65% das
empresas como a ação mais importante para
50% redução de custos logísticos.
40%
40%
31%
30%
20%
10%
0%
Pedindo mais tempo para realizar a Deslocando estoques para próximo Terceirizando frota e serviços
consolidação de cargas do cliente logísticos para outros operadores
68% das respondentes declaram não estar “transferindo os custos logísticos para os clientes” para
reduzir os custos logísticos.
23. Conclusões
• As empresas que têm se defrontado com elevados custos logísticos de transporte de
matéria-prima buscam combatê-los por meio de estratégias internas, como reduzir o
número de entregas rápidas e a terceirizar a frota e serviços logísticos para outros
operadores. Ademais, essas empresas também têm trabalhado com operações FOB em
substituição ao CIF. Em termos de eficiência logística, essas empresas não transferem as
responsabilidades e custos logísticos para clientes (Eficiência logística externa). Para essas
empresas, os principais determinantes de aumento de custos logísticos são a burocracia do
governo e suas implicações, como aumento nas filas de portos;
• Empresas que têm grande parte dos custos logísticos associados ao “Armazenamento de
Matéria-Prima” observam grandes custos extras de pessoal, tais como “Capacitação de mão
de obra”, “Horas extras e Ações trabalhistas”. Além disso, acreditam que a expansão da
malha ferroviária para o Centro-Oeste, Nordeste e Norte é uma forma de combater os
crescentes custos logísticos do setor;
• Empresas que têm grande parte dos custos logísticos associados ao transporte de produto
acabado acreditam que uma maior oferta de caminhões seria efetiva no combate de custos
logísticos.
24. Conclusões
• Empresas que possuem elevados custos com armazenagem de produtos acabados ou
logística reversa tendem a perceber um crescimento generalizado na estrutura de custos
logísticos no Brasil, especialmente “Ausência de oferta de transporte com qualidade
(transportadora)”, “Custos com armazéns nas regiões metropolitanas” e “Informalidade no
setor de transportes”.
•Empresas que têm grande parte de seus custos concentrados em “Distribuição Urbana de
Produtos” acreditam que a melhoria do “Acesso e distribuição nas regiões metropolitanas” é
um fator essencial para redução dos custos logísticos. Assim ações como “Reduzir as
restrições de carga e descarga nos centros urbanos” e “Maior oferta de plataformas logísticas
com armazenagem nas regiões metropolitanas” são prioridades que devem ser analisadas
em termos da competitividade logística do Brasil. Ademais, fatores estruturais têm elevado o
custo logístico para essas empresas.
•A distribuição do produto acabado em centros urbanos pauta-se no acesso à cidade e nas
externalidades negativas da aglomeração urbana como fonte do aumento dos custos
logísticos. De maneira geral, pode-se inferir que problemas históricos de infraestrutura,
capital-humano e conurbação urbana devem ser atacados pelo setor público e privado para
mitigar as diversas fontes de aumento de custo logístico.
25. Conclusões
• Empresas que têm grande parte de seus custos concentrados em questões portuárias ou
aeroportuárias tendem a não adotar estratégias internas de redução de custos logísticos,
transferindo menos os custos e responsabilidades a seus clientes. Para elas, o principal fator
para combater os custos de logística é a redução da burocracia portuária e aeroportuária.
Para estas empresas, a maior oferta de caminhões não seria uma estratégia útil para
combater o crescimento dos custos logísticos;
• Conclui-se também que fatores estruturais como estradas em más condições, ausência de
intermodalidade de transporte e externalidades negativas provindas de aglomeração urbana
são vistos pelo empresariado como aceleradores do aumento de custos logísticos;
• Os leilões de concessão realizados pelo governo são vistos com bons olhos para a atual
conjuntura econômica brasileira e pelas empresas privadas que atuam no país.