1. espiral
boletim da associação FRATERNITAS MOVIMENTO
FRATERNIT
TERNITAS
N.º 28 - Julho / Setembro de 2007
ESCUTAR A PAL AVR A
Q uase todos nós estamos a acabar as férias,
já retomámos o trabalho, a vida continua o
seu ritmo habitual, sentimo-nos mais retemperados e
Porque para escutar é preciso, antes de mais, fazer
silêncio! E nos tempos que correm, quase não conse-
guimos experimentar o que é o silêncio. As nossas
fortalecidos. Preparamo-nos para dentro de algum próprias vidas: a saúde (e para quem já não é muito
tempo – concretamente a 5 de Outubro – nos encon- novo essas preocupações agudizam-se e absorvem
trarmos em Viseu, onde o Senhor Bispo, D. Ilídio Le- imenso), os filhos, os familiares em final de vida, o
andro, nos falará e ajudará a reflectir sobre «A força futuro... Quantas e quantas “vozes” que parece que
terapêutica da Palavra. Ela é fonte de Saúde e de nunca nos largam e pelas quais nos deixamos ab-
Paz». sorver como se fossem inevitáveis!
Antes de mais, alguns estarão um pouco surpre- Ainda bem que temos agora uma oportunidade
endidos pela escolha do local e da data. A Direcção de fazer algum silêncio dentro de nós, e por um par
reflectiu sobre um inquérito feito em 2006 aos parti- de dias ouvirmos quem nos queira ajudar a escutar a
cipantes no Encontro Nacional – em Fátima –, e re- Palavra, em todas as suas dimensões de Saúde e de
colheu sugestões que nos pareceram oportunas e ino- Paz. Acho que a maioria de nós, numa idade em
vadoras. Uma dessas sugestões era que se mantives- que naturalmente se acumulam problemas físicos e
se sempre o encontro anual nacional em Fátima, mas limitações, perda de energias e forças, precisa de
que se procurassem diversificar os outros encontros encontrar esse caminho, nem sempre fácil de desco-
mais por regiões, embora sempre evidentemente brir na Palavra que é Cristo, uma Saúde interior que
abertos a todos os que quisessem e pudessem parti- vai muito para além da que médicos e medicamen-
cipar, mesmo provenientes de qualquer outro ponto tos nos podem dar. Mas não menos importante é
do país. Nesse sentido, e porque inovar e tentar no- descobrir aquela Paz íntima e profunda, que não se
vas experiências é sempre salutar, atrevemo-nos a deixa abalar pelos ruídos e inquietações que nos ro-
propor no Plano de Actividades para 2007/2008 não deiam, antes se radica no mais íntimo da nossa
um encontro intercalar (chamemos-lhe “curso” ou vivência quotidiana, e se alimenta dum modo subs-
não, pouco importa) mas sim dois, em alturas dife- tancial e fecundo naquela Palavra que é Caminho,
rentes do ano. Seria este agora em Viseu, e outro em Verdade e Vida!
Évora por alturas de Fevereiro, se assim for possível. Uma coisa é fundamental: que encaremos este
Tudo depende da aceitação dos membros da Curso de Actualização Teológica não como algumas
Fraternitas e da sua adesão, evidentemente. Não que (continua na pág. 8)
esta iniciativa exclua os encontros regionais de um só
dia, quando e onde cada região achar oportuno e
os conseguir dinamizar, mas esta nossa tentativa po- SumáRIO
deria ser uma alternativa interessante e proveitosa. Escutar a Palavra 1
Para este assim chamado “Curso de Actualização Liberdade dentro da Igreja 2
Teológica”, convidámos o Bispo de Viseu, como aci-
ma se referiu, o qual aceitou de imediato com gran- Aprenda se quiser 3
de simpatia e generosidade. A escolha do tema foi Férias missionárias 4
dele próprio, e parece-nos de enorme pertinência e
interesse. Se de alguma coisa os nossos tempos ca- A sorte dos cristãos no mundo do Islão 6
recem é, sem dúvida, da capacidade de “escuta”. Religiosidade/Espiritualidade 8
2. 2 espiral
LIBERDADE DENTRO DA IGREJA
N o reinado de D. Filipe II de Espanha, foi sub-
metido às autoridades o projecto de tornar
navegáveis o Tejo e o Manzanares, com o fim de
Fé formula importantes reservas às ideias e à teolo-
gia de Jon Sobrino, e ele não aceita a notificação de
que foi vítima.
melhorar as condições de vida de algumas popula- Este tipo de notificações reflecte o modo de pro-
ções isoladas. A Comissão governamental opôs-se. ceder do Vaticano, nos últimos 20 ou 30 anos. Neste
Reconhecia que a situação dessas populações era tempo, muitos teólogos e teólogas, gente de cora-
difícil e até insuportável, mas punha de lado o pro- gem, com amor a Cristo, à Igreja, e grande amor
jecto porque, «se Deus tivesse querido que esses rios aos pobres, foram perseguidos sem misericórdia.
fossem navegáveis, com uma só palavra Sua o teria
conseguido». Seria intrometer-se de modo ilegítimo IGREJA: PÁTRIA DE LIBERDADE
nos direitos da Providência, tentando melhorar o que, É preciso afirmar com clareza que toda a mani-
por motivos insondáveis, Ela deixara incompleto. festação de intolerância dentro da Igreja, por muito
Este episódio traduz uma mentalidade que per- cândida ou disfarçada, torna a Igreja indigna de que
tence sem dúvida ao passado, mas que ainda sub- o mundo e os homens acreditem nela, e isso faz muita
siste nos nossos dias sob formas mais subtis. É conhe- pena. A Igreja tem que ser pátria da Liberdade!
cido o dito espirituoso: «A Fé, a Esperança e a Cari- A Igreja, que anuncia o Evangelho de Jesus, deve
dade permanecem, mas a maior das três é a ordem transmitir aos homens a liberdade, a autêntica liber-
estabelecida». dade. Liberdade primeiramente na Liturgia: um só
O professor Hans Kung, numa conferência pro- Deus, um só Senhor, um só Baptismo, uma só Euca-
nunciada em Lisboa, há já longos anos, começou ristia; mas ritos, línguas, povos, comunidade diver-
assim «Igreja ou Liberdade?» Um colega de uma Uni- sos, formas de piedade, preces, cânticos, maneiras
versidade americana disse-me «Mas que interessan- de vestir, estilos de arte diferentes.
te. Eu sei que a Igreja existe e sei que existe a liberda- Em segundo lugar, liberdade na disciplina: um só
de, mas não sabia que as duas podiam juntar-se». Deus, um só Senhor, uma só Igreja, um só ministério
«A intolerância que se espalhou pelo mundo com superior; mas estruturas diferentes, legislações, na-
a chegada do Cristianismo constitui um dos seus tra- ções, tradições, administrações, costumes distintos.
ços mais curiosos», afirma Bertrand Russell no seu li- Em terceiro lugar, liberdade de teologia: um só
vro Porque não sou cristão. Deus, um só Senhor, um só Evangelho, uma só fé;
A lenda do Grande Inquisidor, nos irmãos mas diferentes teologias, diferentes sistemas, estilos
Karamazov é precisamente um hino maravilhoso à de pensamento, terminologias, orientações, escolas,
liberdade que Cristo veio trazer, e, por isso, é ao tradições, investigações, universidades, teólogos.
mesmo tempo uma acusação terrível contra a Igreja No que for necessário, a unidade; no que for du-
que teria tirado aos homens a liberdade de Cristo. vidoso, a liberdade; em todas as coisas, a caridade.
Há na História da Igreja uma vergonha que per- Quando é que a Igreja e o Cristianismo tiveram
manece. Mal a Igreja conseguiu livrar-se das perse- tantas oportunidades como hoje têm? A Igreja não é
guições que moviam contra ela, começou ela pró- uma democracia, mas devia ser uma família.
pria, e com frequência, a perseguir violentamente os Também é verdade que não podemos viver sem
heréticos: arianos, donatistas, maniqueus, na antigui- estruturas, mas é ainda verdade que Jesus não fez
dade, e cátaros, albigenses e valdenses na Idade discriminação de pessoas e ensinou: «Dou-vos um
Média. Na época moderna, católicos perseguiram mandamento novo: amai-vos uns aos outros como
protestantes e vice-versa. E não falemos da Inquisição! Eu vos amei. Nisto reconhecerão que sois Meus discí-
É doloroso que ainda hoje não se possa dizer que o pulos» (Jo. 13, 34-35).
espírito da Inquisição e da intolerância desaparece- Na despedida, Jesus insiste naquilo que conside-
ram completamente. ra mais importante. Sem entender que esta era a exi-
gência fundamental, pusemos outras coisas à frente:
O CASO JON SOBRINO a pureza da doutrina, a manutenção da boa ordem,
Vem isto a propósito de documentos recentes do …, etc. Jesus não exclui ninguém! Questões
Vaticano, e sobretudo da condenação do teólogo irrelevantes ou caricatas…
jesuíta Jon Sobrino, nascido em 1938, em Espanha. No século XX, um grupo de teólogos, entre os
Para Jon Sobrino, a teologia, para ser autêntica, quais se destaca o padre Haring, reencontrou a mo-
deve exprimir a esperança real dos pobres que en- ral dos Evangelhos, apoiados pelo papa João XXIII.
frentam situações de exclusão, de injustiça e de des- Contudo, a tentação de voltar atrás está presente.
prezo. Todavia, a Congregação para a Doutrina da Carlos Leonel
3. espiral 3
APRENDA esdrúxula, porque vem do grego
«thérme» (=temperatura) + «statos» testemunho em livro
(=estabilização). É um aparelho
SE QUISER que serve para estabilizar a tem-
«Sonhos e
gestos de Vida»
peratura. Ora a palavra grega
J á há tempos apontei em al-
guns jornais várias dificulda-
des que muitos encontram no uso
«statos», quando entra, como se-
gundo elemento, na composição
«Sonhos»,
porque nada
se faz que não
de uma outra palavra, nunca
correcto da nossa Língua, tão rica, comece por um
pode levar acento tónico, e por
e por isso tão difícil, e daí tão mal sonho. O so-
isso, nem gráfico. Logo, este tem
tratada. Ela é o Latim falado nos nho é já um
de recuar para a última sílaba do
nossos dias, em Portugal, com as princípio de acção. Sonhar é uma
primeiro elemento da composição
alterações inevitáveis de uma lín- rampa de lançamento para o
«thérme».
gua viva ao longo dos tempos, e agir. Por isso, o sonho só tem va-
enriquecida com o Grego, o Ára- lia quando se concretiza em «Ges-
OBRIGADO/OBRIGADA
be, e outras línguas. Sobretudo as tos de Vida». E quando essa vida
Não é raro ouvir-se uma senho-
primeiras citadas, deixaram-nos é doação e entrega ao serviço
ra dizer «Muito obrigado». Isto não
muita da riqueza da civilização dos outros, ela torna-se Vida na
é correcto. Quando dizemos essa
greco-romana. vida de cada um e na vida de
palavra, estamos a confessar, di-
toda uma comunidade. É o Espí-
ante de quem nos fez um favor,
LIÇÃO NUMA OFICINA rito de Vida que se transmite!...
que lhe ficamos na obrigação de
Há muitos anos entrei numa O livro tem 213 páginas. Mas
retribuir. Daí que um homem fica
oficina de automóveis, porque o não quer ser uma história com-
«obrigado» a retribuir, e uma se-
motor da meu carro aquecia mui- pleta, nem dizer tudo acerca de
nhora fica «obrigada». Portanto um
to. Disse ao mecânico, homem já alguns eventos que marcam a his-
homem deve dizer sempre «obri-
feito e experiente, que «a avaria tória da minha comunidade pa-
gado», quer se dirija a uma se-
devia ser do termóstato». O ho- roquial, sobretudo desde há
nhora, quer a outro homem, en-
mem olhou-me com cara de mes- uns 30 anos, quando o padre
quanto que uma senhora dirá sem-
tre e perguntou-me: Albino de Almeida Fernandes
pre «obrigada».
- Deve ser o quê? aqui entrou a paroquiar.
- Acho que será o termóstato. As linhas que escrevo, têm
SE TE ENTRETIVER...
O mecânico espeta uma gar- como finalidade deixar patente
Muita gente diz, por exemplo,
galhada para o ar, tão estrondo- o pulsar da vida de uma comu-
«Se eu entretesse o filho mais tem-
sa que os empregados pararam a nidade tocada pelo testemunho
po, ele não teria saído para a rua».
olhar. E ele, de fato-macaco, sujo da entrega martirial, desinteres-
A forma verbal «entretesse» não
de óleo, mas com cara de quem sada e amorosa do Pastor ao seu
é a correcta. O termo é composto
dava uma lição mestra a um se- povo. É o meu pequenino contri-
pelo verbo «ter» precedido da pre-
nhor de gravata e calça vincada, buto para as grandes lições dos
posição «entre», que fica invariá-
diz muito alto: seis grandes eventos que se vão
vel na conjugação verbal. Ora o
- Termostato, quer o senhor di- celebrar e viver nesta comunida-
pretérito imperfeito do conjuntivo
zer!... (e carregou na sílaba «ta»). de, em 2007: as Bodas de Ouro
do verbo «ter» é «(se) eu tivesse, tu
- Ou isso - respondi eu, na cer- Sacerdotais do padre Albino, o
tivesses, ele tivesse», ... Logo, de-
teza de que nada me adiantava 30.º Aniversário da sua entrada
via dizer-se «Se eu entretivesse o
estar ali a explicar porque era nesta paróquia, o 30.º Aniversá-
filho mais tempo...». E se quiser-
como eu tinha dito, e não como rio da Escola de Música, o 25.º
mos usar o pretérito perfeito do
ele pensava. Além disso, o carro Aniversário dos Acampamentos,
indicativo, deve ser «Eu entretive,
continuava a fumegar, e eu queria as Bodas de Prata do «Coro dos
tu entretiveste, ele entreteve, ...» E,
que se visse rapidamente o que se Pequenos Cantores», e o 16.º Ani-
ainda, o futuro do conjuntivo: «Se
passava, para seguir viagem... versário (já no passado mês de
eu entretiver, se tu entretiveres, se
De facto, o mecânico pronun- Fevereiro) do Programa «Nova
ele entretiver, ...» Conclusão: às for-
ciou a palavra incorrectamente. Dimensão» da rádio Az.FM, que
mas verbais do verbo «ter», ante-
Aliás, eu nunca tive o prazer de criei em 1991. Isto para além de
põe-se a preposição «entre», sem
ouvi-la bem pronunciada! outros eventos que estão grava-
alterações.
A palavra é «termóstato», com dos na história deste povo.
Então, é fácil ou não falar Por-
o acento tónico e gráfico na síla- O preço do livro é simbólico:
tuguês?
ba «mós». É uma palavra Manuel Paiva 5 euros.
M. Paiva
4. 4 espiral
Férias missionárias
monstros de egoísmo, ocos por
A o terminar mais um perío-
do de férias, que sentimen-
tos ficam? Nostalgia? Cumpriram-
E aqui perguntámo-nos: O que
é a felicidade? Provavelmente, as
respostas serão tão variadas como
dentro.
Na nossa infância, as posses
não eram muitas, mas tanto em
-se os projectos e expectativas, ou diferentes são as pessoas que as
casa, como na escola e na cate-
nem sequer se programou o ócio? dão, mas parâmetros como a saú-
quese se falava das crianças que
Nós concordamos em que a de, uma casa, um emprego, fa-
padeciam e morriam de fome, de
vivência do tempo de repouso é mília e um pouco de dinheiro es-
doenças, … do nosso abandono.
de tanta responsabilidade como a tarão patentes em muitas delas.
Havia uma sensibilização para o
do restante. E se não se idealiza Pois bem, em África este conceito
sofrimento alheio, num convite a
algo de benéfico e útil para fazer, reveste-se de uma dimensão tão
dar de si próprio e dos seus have-
alguma actividade que nos permi- despojada, que confundiria o gros-
res aos que mais careciam. Nesta
ta virar para os outros, corre-se o so dos ocidentais. É de uma pro-
expedição por terras de além-mar,
risco de se acabar esta época com fundidade indefinível, só ilustrada
pudemos constatar que, com fre-
o mesmo vazio do quotidiano a por testemunhos vividos na primeira
quência, um sorriso é suficiente.
que a máquina produtiva tantas pessoa. Impressionou-nos, sobre-
As crianças, tanto de Chikowa
vezes obriga. maneira, a história de um senhor
(campo) como de Lusaka (a capi-
Sendo assim, este ano decidi- de meia-idade que, adoecendo
tal) têm dificuldades em ir à esco-
mos enveredar por uma opção gravemente, não se revoltou nem
la, pois embora o Ensino seja ba-
radical: fomos a África! Com um pediu contas a Deus do porquê.
sicamente gratuito, vigora o siste-
propósito jornalístico, é certo, mas Solicitou a comparência de um
ma inglês, pelo qual é obrigatório
dando igualmente cumprimento a sacerdote e exclamou: «Deus este-
usar sapatos e farda. Ora, habitu-
um sonho antigo de ambos. ve sempre comigo ao longo da
almente, as únicas vestes que pos-
vida, mas principalmente de há uns
suem estão rotas e é impossível não
DESINSTALAR
ALAR-
OUSAR DESINSTALAR- SE meses para cá, quando principiei
andarem sujas, porque, literalmen-
Nas vésperas de partir, várias a ficar doente». Este exemplo é
te, come-se pó em todo o lado.
pessoas nos desejaram sorte e fe- transmitido por um homem de pou-
Apesar de tudo, cantam e dan-
licidades. Umas prometeram ora- ca ou nenhuma instrução, oriundo
çam, com ou sem motivo aparen-
ções, outras choravam e afirma- da região de Chikowa, na Zâm-
te, com um brilho cristalino no
vam ser necessário muita coragem bia, país detentor de missões da
olhar. A alegria é, de facto, uma
para concretizar um tal intento. Há África profunda. O povo zambiano
virtude sem complexos…
sempre perigos e dificuldades, mas não concebe a existência sem Deus
nós estávamos atónitos, porque e, mesmo que na sua maioria seja
A DURA REALIDADE
afinal só íamos por três semanas, pouco culto, detém o essencial:
Os pais não têm possibilidades
tínhamos guarida assegurada e os não se pode ser feliz sem Deus!
económicas para quase nada.
hipotéticos inconvenientes estavam
Além de que existe um elevado
mais ou menos calculados e acau- CRIANÇAS : UM ENCANTO
CRIANÇAS: ENCANTO
número de órfãos por causa da
telados. Questionámo-nos, então, Já impressionava observar as
sida. A moeda, por assim dizer já
de que dose ou tipo de coragem birras que crianças e jovens em
teriam precisado os primeiros mis- Portugal fazem porque querem isto
sionários a pisarem o continente ou aquilo que os colegas têm e eles
africano… viajando durante me- não, ou dizem que morrem se não
ses em pequenas barcaças que comprarem aquelas roupas de
sucumbiam até aos ventos mais marca que, supostamente, os fa-
leves, de camelo, a pé, com fome, rão pertencer ao grupo que idola-
sede, febres e, acima de tudo, na tram. Depois desta jornada, po-
total incerteza da realidade que os rém, chega a irritar-nos que pais e
aguardava. Concluímos que não educadores não possuam a cora-
se trata de coragem mas de Amor! gem, agora sim, de contrariar uma
Aquele Amor genuíno que Jesus tendência que esventra qualquer
indicou aos discípulos como único valor mais sulcado no ser do que
trilho de felicidade. no ter. Estão a criar pequenos
página oficial na Internet: www.fraternitas.pt * e-mail: geral@fraternitas.pt * página oficial na Internet: www.fraternitas.pt * e-mail: direccao@fraternitas.pt * pági
5. espiral 5
tinham menos estrada, a cabeça tria lusa, a rebentar de novidades
batia em cima. Só 20 km do per- para supurar, a receptividade ao
curso eram asfaltados. que relatávamos das gentes e do
que por lá fomos encontrando se
A ESPERANÇA TEM CÔR mostrasse tão diminuta. Por aqui
Na celebração, que durou cer- nada tinha mudado; continuavam
ca de duas horas, mais uma lição: todos enfronhados nas suas
a do Ecumenismo. Sim, essa uni- vidinhas do costume, queixando-se
dade de Igrejas que demasiados disto ou daquilo (coisinhas ínfimas,
discutem e alguns tentam esboçar comparadas com a necessidade
que na Zâmbia não há moedas, apresenta já sinais visíveis numa diária de sobrevivência que com-
está muitíssimo desvalorizada. Um nação dita de terceiro mundo, ou partimos). Que diferença abissal:
euro vale cerca de 5000 kwacha, seja, atrasada. Em todas as Mis- cá não houve tempo nem paciên-
pelo que tem que se entregar um sas católicas há representantes de cia para tomar contacto com o
carregamento de notas para a tro- outras Igrejas, nomeadamente a pulsar africano; lá, indivíduos que
ca mais singela, até porque os Anglicana, cuja presença não é não nos eram nada desdobra-
preços de grande parte dos bens protocolar, mas activa e partici- vam-se em simpatias e vários fo-
essenciais são equiparados ou até pante. As pessoas estão de tal ram os que fizeram questão de nos
superiores aos praticados no nos- maneira entrosadas nesta univer- ofertar produtos e objectos em
so país. O ordenado de um cozi- salidade que a mãe Serafina, agradecimento pela nossa presen-
nheiro anda à volta de 268 mil como lhe chamávamos, uma an- ça no meio deles. Entristecidos, res-
kwacha (cerca de 54 euros). Deve ciã carismática, ao despedir-se de tou-nos render à evidência incon-
ser com esta e outras contabilida- nós, mandou cumprimentos e vo- testável de que pertencemos a um
des que as estatísticas atestam que tos de bem para os nossos famili- povo de sofredores convictos… No
86% da população está abaixo do ares, amigos e para todos os ca- entanto, subsiste a esperança de
limiar da pobreza, isto é, sobrevi- tólicos de Portugal…!
ve com menos de um dólar por Quem diria que aque-
dia. Médicos são à razão de sete les que nos habituámos a
por cada 100 mil habitantes. Não ver e a julgar como «coi-
obstante, os abortos são assaz ra- tadinhos» nos haviam de
ros e socialmente condenados. Os ensinar tanto de humilda-
filhos, independentemente das cir- de, de verdade, de
cunstâncias, são encarados como humanismo… a nós que
dom de Deus. vivemos na orla (pseudo)
Os Zambianos são dotados civilizada do mundo…
de uma capacidade de Pensamos que toda a
suportação quase infinita e para gente devia fazer a expe-
isso muito contribui a fé. Consci- riência de África, que aju-
entes disso, os missionários dis- da imenso a não se ser o que se não deixar morrer as novas pers-
põem-se a sacrifícios tem, mas a ter, para si e para os pectivas e conceitos de vida, de fe-
inacreditáveis para muitos párocos demais, o que se é! licidade, enfim, do que é realmente
de cá. Participámos numa Euca- De certeza que iremos viver este importante e bom.
ristia em Malama, comunidade Dia Mundial das Missões (21 de Ainda nos ocorreu apelidar esta
que dista uns 118 km do centro Outubro) de forma bem distinta, partilha de “Histórias que ninguém
da missão. Gastámos quatro ho- com visão mais definida e cora- quer ler”, mas permitimo-nos co-
ras na ida e cinco no regresso. As ção mais próximo de uma reali- gitar que, já que nos sentimos en-
chuvas abriram estrias tão fundas dade palpável, da qual se costu- riquecidos e pertencemos à
no caminho de terra, que o cinto ma falar impessoalmente e no abs- Fraternitas Movimento, o nosso
de segurança se revelava indis- tracto, como assunto que não be- crescimento pode subsidiar o en-
pensável para nos manter no ban- lisca e nem sequer toca. grandecimento dos nossos irmãos
co da pick-up em que seguíamos. O que nos tocou, pela negati- e irmãs. Fernando Félix
Ainda assim, quando os buracos va, foi que, ao chegarmos à pá- e Maria José Mendonça
Ecos da missão na Zâmbia, em África
ina oficial na Internet: www.fraternitas.pt * e-mail: secretariado@fraternitas.pt * página oficial na Internet: www.fraternitas.pt * e-mail: tesoureiraria@fraternitas.pt
6. 6 espiral
A SORTE DOS CRISTÃOS
Enquanto, na Europa, os Ahmed Tantry estava na rua a con- baixar drasticamente até estar re-
muçulmanos, com ex- versar com amigos muçulmanos duzido hoje à dimensão de uma
cepção de alguns deba- quando dois estranhos se aproxi- paróquia rural de cerca de 2000
maram, pedindo-lhe uma informa- membros ao todo.
tes sobre uso de véus, ção. «Mal Bashir começou a falar,
assassínios de honra e assassinaram-no», contou o primo CIDADÃOS DE SEGUNDA
casamentos obrigatóri- dele, Ghulam Rasool Tantry. A se- Uns bons cem milhões de cris-
os, desfrutam, sem incó- guir fugiram, de moto. O cristão tãos vivem em países de popula-
modo, de ampla liberda- deixou mulher e três filhos. ção maioritariamente islâmica. A
de, e as suas mesquitas, No Paquistão, um tribunal de «Organização da Conferência Is-
mais ou menos pompo- Faisalabad condenou dois católi- lâmica» abrange 57 países. Neste
cos, um septuagenário e o outro de universo verificam-se situações va-
sas, rebentam como co- 65 anos, por alegadamente terem riadas, que vão de uma relação
gumelos do chão, na rasgado e queimado folhas do numérica equilibrada entre cristãos
maior parte dos países Corão, que é o livro sagrado dos e muçulmanos, como na Nigéria,
islâmicos, as minorias muçulmanos. Segundo a defesa, com cerca de 45 por cento da po-
cristãs são oprimidas, não havia qualquer prova do fac- pulação de cada confissão, até
vêem cerceados os seus to. O parágrafo 295 do código pe- uma percentagem de um por cento
direitos e a sua liberda- nal paquistanês prevê penas drás- de cristãos em nações como Ar-
ticas para a injúria aos símbolos is- gélia, Marrocos e Turquia.
de e, frequentemente, lâmicos. É um parágrafo de borra- A situação de protegidos, bai-
cristãs e cristãos são ob- cha que pode ser usado para qual- xa nos séculos passados, continua
jecto de perseguição quer maledicência. a existir hoje para os cristãos por-
sangrenta. No Uzbequistão, o Ministério da que, na generalidade dos países
Justiça instaurou um processo con- islâmicos, eles são tratados como
Walter Flick*
pp.
in Kirche In, 01/2007, pp. 26
tra as Missionárias da Caridade, da «cidadãos de segunda classe», e
Tradução: João Simão Madre Teresa de Calcutá. Quer ver não lhes são reconhecidos nem
esclarecido se os objectivos consig- direitos nem oportunidades iguais.
P orque, em Regensburg, o
Papa Bento XVI citou pala-
vras de crítica ao Islão, o mundo
nados nos estatutos das irmãs
correspondem aos requisitos legais,
para apurar se a sua presença no
No entanto, a situação jurídica a
este respeito é variável: estão mais
ameaçados os cristãos que se tor-
islâmico entrou em alvoroço, como país é de facto permitida por lei. nam missionários activos, como
antes por causa das caricaturas de Ao fim e ao cabo, o que se pre- por exemplo os protestantes, ou as
Maomé. E fez rolar cabeças ino- tende é forçar todas as ONG a sa- pessoas que se convertem do Is-
centes. írem do Uzbequistão. O regime lão para o Cristianismo. A
No norte do Iraque, o sacer- suspeita que elas importem «ideo- renegação de um muçulmano
dote siro-ortodoxo Boulos Iskander logias ocidentais perigosas». Neste pode ser punida com a pena de
Benahm foi raptado e decapita- país, cuja população é 90 por cen- morte em estados como a Mauri-
do por islâmicos, como vingança to muçulmana, a liberdade de reli- tânia, o Sudão, a Arábia Saudita
pelo discurso do Papa. Também gião é permanentemente violada. e o Irão.
na mesma altura, uma freira itali- O regime exerce um controlo fér- Em países como o Senegal e a
ana foi morta na Somália. reo sobre todas as movimentações. Guiné, o relacionamento entre cris-
Na Turquia, o padre italiano Na Turquia, os cristãos são odi- tãos e muçulmanos não é proble-
Andrea Santoro perdeu a vida no ados tanto por nacionalistas como mático e não há perseguição. En-
dia 5 de Fevereiro de 2006. Gri- por islâmicos. A lamentável situa- tre os países islâmicos onde a situ-
tando «Alá é grande», um jovem ção dos cristãos ortodoxos no país ação é pior contam-se a Arábia
turco disparou a matar. de Kemal Atatürk voltou de novo à Saudita, o Irão, as Maldivas, o Tur-
Na região indiana de baila por ocasião da visita do quemenistão, o Paquistão, o Afe-
Caxemira, dois fundamentalistas Papa. Nos princípios dos anos 20 ganistão, a Somália, as Comores
islâmicos mataram um homem, do século passado, viviam na Tur- e o Sudão. Na Arábia Saudita e
que, dez anos antes, se tinha con- quia ainda 300 000 cristãos orto- nas Maldivas ainda nem sequer é
vertido do islão à fé cristã. Bashir doxos. Este número tem vindo a permitido abrir igrejas.
7. espiral 7
NO MUNDO DO ISLÃO
Nos últimos dez anos é notório tituição os princípios fundamentais sentir as medidas de defesa anti-
um aumento da violência contra do direito islâmico. Adicionalmen- missionária.
minorias cristãs na sequência de te, as normas do Islão pressionam Na sequência do caso do con-
acontecimentos ocorridos no mun- os não muçulmanos a usar o véu, vertido afegão Abdul Rahman,
do ocidental. Assim, desde Outu- a não missionar, a não construir que, por ter abandonado o Islão
bro de 2001 até princípios de igrejas, a não vender álcool. deveria ter sido supliciado em
2004, em resposta ao combate Março de 2006, este problema
anti-terrorismo dos Estados Unidos, LEIS ANTI-MISSÃO conheceu, ainda em 2006, vasta
ao qual se aliou o governo paquis- Nos estados islâmicos é fre- publicidade. Segundo a lei islâmi-
tanês do presidente Musharraf quente os cristãos serem vistos ca, a pena de morte pela renega-
após o 11 de Setembro de 2001, como representantes do Ociden- ção da fé, ou «apostasia», tem fun-
registaram-se seis ataques severos te, particularmente dos Estados damento menos no Corão do que
contra cristãos e instituições cristãs, Unidos. Consideram que os missi- numa hadith, ou sentença de
tais como igrejas, escolas e hospi- onários cristãos são uma ameaça Maomé «Aquele que muda de re-
tais, de que resultaram cerca de 50 à cultura autóctone não cristã e à ligião merece a morte».
mortos. Em conexão com as ac- sua identidade. Como medida de- Em vários países, como a Mau-
ções militares dos USA no Iraque e fensiva surgem as «leis anti-mis- ritânia e o Sudão, ainda hoje essa
no Afeganistão, igrejas e edifícios são». pena consta do direito penal mu-
religiosos tiveram de ser colocados Na Argélia, a missionação é, çulmano; no Irão e na Arábia Sau-
sob protecção da polícia e das desde Setembro de 2006, punida dita, ela baseia-se na praxe da
forças de segurança. No contexto pelos muçulmanos com cinco anos sharia.
da polémica das caricaturas no de prisão. Nas Comores, em Maio Os convertidos são especial-
início de 2006, manifestantes, pos- de 2006, quatro cristãos foram mente ameaçados pela própria
sivelmente islâmicos, da Nigéria condenados a três meses de pri- família e pelos extremistas islâmi-
descarregaram a sua raiva sobre são exactamente num processo cos. Quem trair o Islão perde o di-
as minorias cristãs, tendo como desta natureza. No Iraque, foram reito à herança, pode ser forçado
resultado a morte de, pelo menos, assassinados vários missionários ao divórcio e, frequentemente,
15 pessoas. cristãos nos últimos três anos. No perde o emprego.
Outono de 2005, o presidente Durante os últimos 20 anos não
SHÁRIA DA IDADE DA PEDRA Ahmadinejad intimou a destruição foram conhecidas oficialmente exe-
É de registar nos últimos anos das florescentes igrejas domésticas cuções públicas de convertidos.
uma ofensiva da sharia (o direito protestantes. Todavia, é frequente nos países is-
islâmico). Para além de obrigações Especialmente os protestantes lâmicos eles serem encontrados
religiosas — como a profissão de evangelicos desenvolvem esforços mortos. São exemplo os casos do
fé, a oração cinco vezes ao dia e missionários intensivos e também pastor Gorban Tori, encontrado
o jejum — em vários países, como estão prontos a baptizar muçulma- morto no Irão em Novembro de
o Irão, partes da Nigéria e do Su- nos. Sob este ponto de vista, mis- 2005, e de quatro convertidos ao
dão, a sharia ameaça com sionários norte-americanos ou gru- cristianismo, encontrados mortos
lapidação o adultério e outros de- pos patrocinados pelos Estados no Afeganistão no Verão de 2004.
litos sexuais. Unidos são particularmente activos. Todavia, há muçulmanos mo-
Desde o ano 2000 já foi Até mesmo os cristãos das chama- derados, como Mohamed Charfy,
introduzida a sharia em 12 dos 36 das igrejas indígenas ou autócto- da Tunísia, especialista em Direi-
estados da Nigéria. No Níger, em nes são objecto de missão, o que to, que, querendo conciliar o Islão
28 de Junho de 2006 uma jovem eles, também no Iraque, vêem com a modernidade, referem o
foi apedrejada, por ter trabalha- como provocação. direito de mudar de religião com
do como missionária cristã de rua. Os cristãos locais, de tradição base na sura 2,256 «Nenhuma co-
No Egipto, a lei islâmica é uma ortodoxa, católica ou luterana, acção em matéria de religião».
coluna fundamental da Constitui- mantêm uma certa reserva ou até
ção. Na província indonésia de recusam tais actividades missioná- *Walter Flick é relator para a li-
Aceh, a sharia existe oficialmente rias dirigidas aos muçulmanos. berdade de religião da Sociedade In-
desde 2006. No Iraque e no Afe- Nesta base, os cristãos evangelicais ternacional para os Direitos Huma-
ganistão, estão em vigor na Cons- correm maior perigo de virem a nos (IGFM) em Frankfurt am Main.
8. (Continuação pág. 1)
conferências a que assistiremos passiva-
mente sentados, mas como convite sério e RELIGIOSID ADE/ ESPIRITU ALID ADE
RELIGIOSIDADE/ ESPIRITUALID
ALIDADE
profundo a alguma mudança interior que
permaneça. É essa mudança que nos po- A religiosidade está para a espiritualidade,
derá fazer sentir e viver cada dia muito mais Como o luar está para o sol.
saudavelmente, muito mais pacificados, es- O luar atenua a escuridão,
palhando também à nossa volta o mesmo Mas é o sol que mostra o colorido das flores.
clima, neste nosso mundo que tanto procu- O luar é compatível com o frio, não aquece.
ra respostas sólidas e fecundas. É o calor que faz crescer e frutificar as plantas.
Vamos agarrar este desafio? Em Viseu
nos encontraremos para juntos o concreti- A religiosidade está para a espiritualidade,
zarmos. Como o orvalho está para a chuva.
Até lá! O orvalho refresca, mas facilmente se evapora.
Vasco Fernandes Só a chuva, atingindo a raiz, é fertilizante.
A religiosidade alimenta a religião das tradições.
As tradições são manifestações culturais.
«JESUS DE NAZARÉ» CHEGA EM OUTUBRO
A religiosidade alimenta a religião das devoções.
As devoções são luzes intermitentes.
O livro «Jesus de Nazaré», que Joseph
A religiosidade alimenta a religião das obrigações.
Ratzinger assina já como Papa Bento XVI, será
O «cumprir» é um comprimido tranquilizante.
publicado em Portugal em Outubro, pela edi-
tora A Esfera dos Livros.
A espiritualidade é a religião do viver.
Na Itália, Alemanha e Polónia, os três pri-
A espiritualidade, porque emerge do florescimento do SER,
meiros países em que foi editado, o livro já
Gera a integridade que dá autenticidade às pessoas;
vendeu mais de um milhão e meio de exem-
Gera a interioridade que dá fecundidade às pessoas;
plares. Também em Espanha, onde foi lan-
Gera a integralidade que dinamiza o «TODO» que a pessoa é.
çado a 28 de Agosto, esgotou logo a primei-
ra edição.
A religiosidade cava um fosso entre o homem e o pecador
O livro tem 450 páginas. No prefácio,
E Deus infinitamente santo – O Deus Transcendente.
Bento XVI esclarece que o texto em questão é
A espiritualidade abre a pessoa humana ao seu potencial,
o resultado da procura pessoal do rosto do
Porque Deus, sendo Transcendente, é também Imanente.
Senhor e não quer ser uma lição ou uma lei a
seguir.
A religiosidade acena com a felicidade no Céu,
Joseph Ratzinger segue os Evangelhos
como compensação dos sacrifícios passados na Terra.
como fonte segura e de verdade histórica.
A espiritualidade proclama que o «CÉU do ALÉM»
Recorda que Jesus não é um mito e que os
Começa com o «CÉU do AQUÉM».
lugares onde viveu podem ser visitados e es-
tudados. Também, a Sua ressurreição é teste-
A religiosidade institui o «tu deves»,
munhada por diferentes vozes. E faz uma
como forma de pressão em todas as praias vivenciais.
abordagem crítica das reconstruções da pes-
A espiritualidade proclama o «eu quero»,
soa de Jesus que algumas religiões e movi-
Que brota do binómio CONHECIMENTO/AMOR.
mentos divulgaram ao longo dos tempos e
actualmente. Cristo Martins
de A CAMINHO DA CONCIÊNCIA CÓSMICA
Bento XVI parte também do seu relato so-
bre Jesus para reflectir sobre a sociedade e
ao mundo actuais: desde a pobreza aos con-
flitos internacionais, do fundamentalismo à
vivência religiosa...
FERNANDO félix
espiral Associação Fraternitas Movimento
Boletim da Responsável: Fernando Félix
Praceta dos Malmequeres, 4 - 3º Esq.
N.º 28 - Julho/Setembro de 2007 Massamá / 2745-816 Queluz
www.fraternitas.pt e-mail: fernfelix@gmail.com