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Baixar para ler offline
espiral     da
                                                         ANO xIV
                                                                     fraternitas moviment
                                                                     -
                                                                        ternit     vimento
                                               boletim da associação fraternitas movimento
                                                                         N.º 50 - J ANEIRO/mARÇO de
                                                                         N.º      JANEIR
                                                                                    ANEIRO/mARÇO      2013




             papa fr ancisco
           um irmão no vaticano
                                                 fERNANDO    fÉLIX


    Ás 19h22 em Lisboa, Na varanda central da Basílica    Mario Bergoglio foi eleito cardeal (em 2001), alguns ar-
de S. Pedro, no Vaticano, surgiu sorridente o recém-      gentinos queriam viajar para Roma para celebrar a dig-
eleito Papa Francisco para saudar cerca de 150 mil        nidade. Mas ele convenceu-os a dar aos pobres o di-
pessoas que lotaram a Praça.                              nheiro que gastariam na viagem. Este episódio ajuda a
    As primeiras palavras foram carinhosas: «Irmãos e     entender a escolha do nome Francisco, o nome do san-
irmãs, boa-noite!» E fez um momento de pausa. De-         to italiano conhecido pela dedicação aos pobres, pela
pois, continuando a sorrir, prossegiu: «Sabeis que o      humildade e simplicidade, com radicalidade. Como je-
dever do Conclave era dar um bispo a Roma. Parece         suíta, é natural que também tome como referência São
que os meus irmãos cardeais foram buscá-lo quase ao       Francisco Xavier, um apaixonado pela ação missionária
fim do mundo… Eis-me aqui! Agradeço-vos o acolhi-         da Igreja.
mento.»                                                      Alguns sinais exteriores demonstram igualmente a per-
    Note-se o uso consciente das palavras. Disse «Bis-    sonalidade do Papa Francisco: a cruz que traz ao peito
po de Roma», não disse «Papa».                            não é refulgente. Ele é afável e humilde, fazendo lem-
    Depois, teve uma atitude de reconhecimento ao         brar o Papa João XXIII… Já enquanto bispo e cardeal,
seu predecessor: «Antes de mais nada, quero fazer uma     ele se mostrava amigo das pessoas, abdicou do palácio
oração pelo nosso bispo emérito Bento XVI. Reze-          episcopal e vivia junto da sua catedral num singelo apar-
mos todos juntos por ele, para que o Senhor o aben-       tamento. Caminhava pela rua, viajava em transportes
çoe e Nossa Senhora o guarde.»                            públicos, ia a um bar comer sandes com os seus padres.
    Em seguida, falando ao coração dos presentes e ao
mundo inteiro - era a sua primeira mensagem à cidade          O pensamento do Papa Francisco
e ao mundo - aludiu ao caminho que quer fazer com             Das homilías que fez antes de ser papa, podemos
toda a Igreja: «Um caminho de fraternidade, de amor,      retirar a linha do seu pensamento. Acerca do aborto, diz
de confiança entre nós. Rezemos sempre uns pelos ou-      que nunca é solução. Devemos escutar, acompanhar e
tros. Rezemos por todo o mundo, para que haja uma         compreender, e, sempre, salvar vidas.
grande fraternidade.» Antes tinha explicado como fazê-        Condena a exploração e o tráfico de pessoas. Cha-
lo: «Iniciamos este caminho bispo e povo, este cami-      ma-lhes crimes aberrantes. E não suporta que as ideolo-
nho da Igreja de Roma, que é aquela que preside a         gias políticas e económicas causem dramas em pessoas,
todas as Igrejas na caridade.» E concluiu: «Espero que    famílias e nações, nem tolera silêncios cúmplices, a co-
este caminho de Igreja, que hoje começamos, seja fru-     meçar pela própria Igreja.
tuoso para a evangelização desta cidade tão bela!»            Acerca da educação, diz que esta deve suscitar a har-
    Por cidade, claro, entende Roma, mas também o         monia, a harmonia da pessoa consigo mesma, com o
mundo, no sentido que usou Santo Agostinho.               seu passado, presente e futuro, e harmonia construída
    E antes de se retirar, surpreendeu o mundo, ao pe-    na aprendizagem das culturas, da identidade de cada
dir «um favor». Inclinando-se, disse: «Peço-vos que       ser. E explica que isso faz-se artesanalmente, com cui-
rezeis ao Senhor para que me abençoe a mim; é a ora-      dado, esmero, persistência.
ção do povo, pedindo a bênção para o seu bispo.»              E apela à alegria, ao entusiasmo na evangelização.
                                                          Não basta ter uma mensagem para transmitir, é preciso
   As surpresas do Papa Francisco                         vivê-la e testemunhá-la com ânimo, para contagiar os
   Conta o jornal inglês The Guardian que, quando         outros.
2                                                                                                                espiral




    Livros de associados da Fraternitas
            editados em 2012
                                                   Urtélia Silva
                                                   Urtélia Silv

              O secretariado deseja inventariar as obras dos associados e ir anunciando no Espiral.
    Continuo a basear-me nos dados dos livros de que o secretariado dispõe, desta vez apenas os editados em
                                        2012, e por ordem de chegada.

    «NATAL – VERDADE. LEN-              ménico de Niceia, no ano de 325,        jurídica (“halaká”), seja na ordem
DA. MITO”, A. Cunha de Oliveira         terão contribuído bastante para a ex-   ético/moral (“hagadá”). Assim as
(2012), Edição do Instituto Açoria-     pansão da Festa do Natal- a celebra-    “Narrativas da Infância” dos
no de Cultura / Angra do Heroísmo,      ção da humanidade do Senhor Jesus       evangelistas Mateus e Lucas não são
digitação e revisão de Antonieta        de Nazaré.                              história, no verdadeiro sentido da pa-
Lopes Oliveira, [formato 24x17x3           Dos      quatro     Evangelhos       lavra, nem podem tomar-se ao pé da
com 595 páginas].                       canónicos só dois (Mateus 1,18-2,23     letra os acontecimentos que delas
    Dedicatória, página 15:             e Lucas 1,5-2,52) principiam, à ma-     constam. Aliás, as divergências en-
    «À Antonieta, ao Nuno e à                                                         tre os dois evangelistas são
Susana, que despertaram em                                                            mais que muitas a respeito do
mim a magia do Natal.                                                                 mesmo, convergindo em mui-
    À Catarina, ao Vasco, ao                                                          to pouco.
Artur, ao Pedro e ao Diogo,                                                               Assim, por exemplo, as in-
para que a compreendam.                                                               terpretações que se tem dado
    Na contracapa:                                                                    à perícopa de Mt.1,18-25, pre-
    Embora não pareça, o que                                                          tendendo salvaguardar à viva
humanamente caracteriza o                                                             força a virgindade de Maria, a
Natal- esta inefável aspiração                                                        Bem-aventurada Mãe do Se-
ao renascimento- é anterior e                                                         nhor Jesus, não resistem a uma
independente do nascimento                                                            análise filológica cuidada do
do Senhor Jesus de Nazaré.                                                            texto e do seu género literário,
Não foi, pois, o Cristianismo                                                         nem às razões da Razão e da
que criou a Festa do Natal,                                                           Autonomia das Realidades Ter-
mas ao contrário: em Roma, a                                                          restres. Ademais, a ideia da vir-
celebração pagã do “Natalis                                                           gindade de Maria não aparece
Solis Invicti” a 25 de Dezem-                                                         nos escritos dos Padres da Igre-
bro de cada ano (quando o Sol                                                         ja antes de Sº. Efrem (306-
principiava de novo a estar                                                           373). Como se vê, só a partir
mais tempo acima do horizon-                                                          do século IV, já bastante longe
te) é que deu origem ao ciclo                                                         (portanto) da tradição apostó-
festivo do Natal cristão. Tan-                                                        lica oral ou escrita. E quanto a
to assim que, só à volta do ano                                                       documentos do magistério
330 da nossa Era, e nunca an-                                                         eclesiástico, a expressão “vir-
tes, principiou a celebrar-se o                                                       gem antes, no e depois do par-
nascimento do Senhor Jesus.                                                           to” só aparece a 7 de agosto
    A quase interminável                                                              de 1555 na Constituição Apos-
quantidade e variedade de contro-       neira de prólogo, com “Narrativas da tólica “Cum quorumdum”, do Papa
vérsias e opiniões que, nos primei-     Infância”, que não são género literá- Paulo IV (1553-1559).
ros séculos do Cristianismo, o atra-    rio história, isto é, narrativas histó-
vessaram a respeito das naturezas hu-   ricas em que a expressão literária          Pedido de aquisição: IAC-
mana e divina de Jesus de Nazaré e,     corresponda ao objecto ou facto des- www.iac-azores.org / iac@iac-
oficial e magisterialmente, só termi-   crito, mas “midrash”- género literá- azores.org / Alto das Covas, nº67 /
naram com a definição do dogma da       rio judaico com que se procura o sen- 9700 Angra do Heroísmo AÇORES;
divindade de Jesus no Concílio Ecu-     tido de textos bíblicos seja na ordem telefone: 295215825
l
         espiral                                                                                                        3




                                              À queima-roupa, lançou-me o de-
   “ LICEU NACIONAL DE CHA-
VES – 1903-2003”, Alípio Martins
Afonso (Setembro 2012), Edição do
                                          safio:
                                              - Alípio, tens de fazer a História
                                                                                        Correio
autor – 3ª- revista e aumentada,
apoios da Câmara Municipal de Cha-
                                          do Liceu.
                                              Como quem não quer comprome-
                                          ter-se, respondi-lhe, evasivamente:
                                                                                        dos sócios
ves e da Junta de Freguesia de Santa
Maria Maior, [formato 24x17x3,2               - Vou tentar.                          Várias mensagens foram envia-
com 511 páginas].                              Tentei e cumpri.                     das para o Secretariado, através
   Dedicatória, página 5:                     Aqui chegado senti-me inteira-       do endereço de correio eletrónico
   A minha mulher, Maria Zélia            mente desobrigado do compromis-               secretariado@fraternitas.pt.
Martins Afonso, em compensação            so assumido com o saudoso e queri-                  anscrev        ex cert
                                                                                           Tr anscre v em-se e x cer t os.
das muitas horas que este trabalho        do amigo José Augusto, até ser de-                              Urtélia Silva
                                                                                                          Urtélia Silv
roubou ao comum convívio e lazer          safiado por um novo sonho através
familiares e como preito de gratidão      da Comissão Promotora das Come-              EM JANEIRO
pela sua análise crítica.                 morações Centenárias do Liceu.               No dia 9 – Bráulio: «Após mais
   Na contracapa:                             Voltei a tentar e a cumprir.         de um mês de silêncio, estou hoje a
   Tinha-me despedido, recente-               O presente volume ultrapassa,        tentar retomar o meu ritmo. No dia
mente, do ensino. Assinara a carta        assim, o sonho primitivo, posto que      3 de dezembro fui operado, no Hos-
de alforria e aguardava, a todo o         nele se fundamente. É um trabalho        pital de Santa Maria, no Porto, a um
momento, o despacho para a melhor         a três mãos. Oxalá agrade a todos os     nódulo, felizmente benigno, na glân-
e última profissão – «Dias e dias à       que confiaram e venha a merecer a        dula parótida. Foi uma operação que,
boa vida».                                simpatia dos seus leitores.              pela sua especificidade, demorou 6
                                                                                   horas. Mais uma vez Deus e a Sua
                                                                                   Mãe estiveram ao meu lado. Neste
                                                                                   momento sinto que estou a recupe-
                                                                                   rar esperando não ficar com seque-
                                                                                   las. Desejo-vos um Bom Ano 2013
                                                                                   sobretudo com saúde. Agradeço as
                                                                                   vossas orações.»

                                                                                      No dia 17 – Armando + Pamela:
                                                                                   «Oremos! Nós por todos e todos por
                                                                                   nós. Não estou palpavelmente me-
                                                                                   lhor depois dos dois episódios de
                                                                                   urgência. Estou esfalfado e titubeio
                                                                                   ainda mais. A primeira consulta pós-
                                                                                   operação nada juntou à recuperação
                                                                                   porque o cirurgião faltou. O substi-
                                                                                   tuto não respondeu às mais impor-
                                                                                   tantes das minhas questões e dizen-
                                                                                   do "tenho outro paciente" levantou-
                                                                                   se e deixou-me só, com o meu cace-
    E punha-se-me a pergunta:               Pedido de aquisição: Livraria          te no gabinete, saindo e dizendo:
    - Agora, enquanto não sou alista-     Antígona - Rua de Santa Maria, 28 /      marque consulta com a enfermeira
do na Companhia do Além, que vou          5400-376 CHAVES                          – que demorei a encontrar. Fica para
fazer?                                      Tf: 276326239; Tm.: 961922577          4 de Abril! Orações, precisam-se!
    Como amigo, o José Augusto                                                     (…)»
Fillol, pensou lá para consigo:              Se puderem,
    - Vou meter o Alípio em traba-           levem os vossos livros                   No dia 18 – D. Manuel da Silva
lhos, antes que se deixe cair no torpor      e outras obras                        Martins, bispo: «Gostei sempre muito
maligno do “come e dorme”. E me-             para os Encontros Nacionais!          do Espiral. Apreciei muito este Es-
teu.                                                                               piral. Felicito o diretor e colabora-
4                                                                                                                   espiral




Correio dos sócios (continuação)............
dores. Tenho pena que não se asso-       também co-coordenador do respec-         mieloma) junta-se uma amiloidose
ciem a vós tantos padres dispensa-       tivo site www.padrescasados.org):        primária. Para manutenção da situa-
dos. Oxalá tal venha a acontecer.        «Prezados Bispos, Padres da ativa,       ção (que é irreversível), já começa-
Estou convosco e, neste princípio do     Padres casados do Brasil, América        ram a mentalização para a
ano, peço para vós as mais genero-       Latina e outros continentes, Irmãs,      hemodiálise, numa 1ª fase. O resto
sas bênçãos de Deus.»                    Leigos engajados, envio-lhes a nova      seja o que Ele quiser e a vida deixar
                                         edição do jornal Rumos, do MFPC          e nós nos atrevermos a contrariar.
   No dia 29 – Fernando Neves:           do Brasil, n° 229. Esta é a edição       Sem grandes alarmes para os irmãos
«Tive ontem consulta de nefro e há       eletrônica, que será repassada a mais    Fraternitas.»
um agravamentozito da situa-             de quatro mil (4.000) leitores, via e-
ção.(…) Decidiu que eu precisava         mail. (…)                                    No dia 23 – Agostinha Mendes
de ser internado para exames, a ver          Ouso convidar que assine o jor-      (Tita) – Enviou mensagem a divul-
se se consegue estabilizar os rins,      nal impresso quem de vocês ainda         gar o livro de Alípio Afonso (que
que têm vindo a piorar, e que se não     não o fez. O procedimento consta         apresentamos na página 3 deste bo-
se fizer nada depressa chega a           na pág. 2, em "EXPEDIENTE".              letim).
hemodiálise. (…) Admirou-se de os        Boa leitura. Explicito que a linha do
HUC ainda não terem feito este con-      jornal é a profética, de anunciar e          No dia 28 – Ramos Mendes: «É
trole. Serei internado amanhã, para      denunciar. Solicito suas apreciações     este o dia em que o Papa Bento XVI
o efeito, na nefro. Sem alarmes!» (Ver   e avaliações, através de meu e-mail      deixa o ministério petrino. Uma lon-
também dia 23 de fevereiro)              : gilgon@terra.com.br (…). Agrade-       ga reflexão o assunto me proporcio-
                                         ço e transmito cordial e fraterno        na. Mas não é o momento de o fa-
   EM FEVEREIRO                          abraço. (…)»                             zer. (…) Mas o que agora me leva a
   No dia 9 – António e Zélia                                                     escrever é para, por intermédio do
Mourinho: «PARABÉNS A TO-                    No dia 19 – Fernando Félix:          nosso secretariado, enviar um abra-
DOS OS ANIVERSARIANTES                   «Neste momento, a Maria José está        ço fraterno ao nosso João Simão por
DESTE ANO DE 2013.Que Deus               a fazer traduções. Tem três livros em    este seu aniversário natalício. Que-
os ajude a repetir muitos anos com       cima da secretária. E neste sentido,     ria enviar-lho directamente a ele, mas
paz, saúde e Bênção de Deus.»            se conheceres alguém que precise de      não encontro o contacto (…) é apa-
                                         tradutor(a), de espanhol ou italiano,    nágio dos músicos. Que Deus con-
    No dia 14 – Joaquim Soares:          de preferência, estamos disponíveis.»    ceda ao João Simão ainda muitos
«Como devem saber, faleceu o pá-                                                  anos de vida e força para escrever
roco de Penafiel, Monsenhor Gabri-           No dia 19 -António Limas/            como tem feito, com clareza, cora-
el. Foi professor e prefeito no Semi-    Buenos Aires [A propósito de um          gem e firmeza.»
nário Maior do Porto. O Dr. Emílio,      PowePoint em espanhol, para quem
o Dr. Quintas e eu fomos seus alu-       admira Bento XVI]: «Me gustó                 No dia 28 – João Simão: «Venho
nos. No funeral fizemo-nos represen-     mucho!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Muchas gracias. agradecer os parabéns pelo meu ani-
tar pelo Dr. Emílio. Pareceu-nos bem     Abrazos para todos.»                      versário. Fico sempre sensibilizado
que o livro de condolências fosse as-                                              por me terem "visitado" assim no
sinado, assinalando a nossa condi-           No dia 22 – Manuel Paiva: «Sur- meu buraco aqui em Azurva. Ao José
ção de padres casados. Fizemos sa-       giu-me um enfisema pulmonar, que Ramos Mendes quero dizer que te-
ber que a nossa associação estava re-    é irreversível e que me obriga a estar nho muitas saudades de te ver e de
presentada pelo Dr. Emílio.»             resguardado, em casa, e com medi- falar contigo. Os tempos que passá-
                                         camentos.»                                mos juntos não esquecem.»
   No dia 15 – Gilberto /Porto Belo
– SC (Coordenador do Conselho               No dia 23 – Fernando Neves:              Enviem o correio para:
Editorial do Jornal RUMOS, publi-        «(…) O meu problema tem-se agra-            Urtélia Silva
cação bimestral da Associação Ru-        vado. A biópsia renal deu uma asso-         R. Carlos Alberto Pinto de Abreu,
mos/ Movimento das Famílias dos          ciação um pouco explosiva: ao                              33 - 2º Esq.
Padres Casados do Brasil/MFPC,           MGUS (gamopatia monoclonal ou               3040 - 245 COIMBRA


     página oficial na Internet: www.fraternitas.pt * e-mail: direccao@fraternitas.pt * blogue: http://fraternitasmovimento.blogsp
l
                  espiral                                                                                                           5




                Em memória do Eng.º António
                 Manuel Marques de Sousa
             No dia 3 de Janeiro passado tive-                  Vasc
                                                                 asco Fern
                                                       Isabel e Vasc o Fer n andes           encontros que fomos realizando no
         mos a notícia da partida para a Casa                                                Porto
         do Pai do nosso amigo António Ma-                                                       Depois em Fátima num Encon-
         nuel Marques de Sousa.                                                              tro-Retiro em Abril-Maio de 1998,
             Foi sempre uma pessoa de gran-                                                  Encontro em que participaram tam-
         de serenidade, preocupado com to-                                                   bém, a sua presença e partilha de vida
         dos e com cada um, ladeado pela “                                                   tornou-se de uma grande riqueza
         sua Manuela” que sempre o acom-                                                     para nós todos.
         panhou com grande ternura.                                                              Nós, o Vasco e eu tivemos a gra-
             Conheci-o ainda como Padre no                                                   ça de os visitar algumas vezes e sem-
         exercício da Ordem e, como assis-                                                   pre nos enterneceram com a sua ati-
         tente do Movimento de casais de Nª                                                  tude de preocupação e interesse em
         Senhora (equipes de que os meus                                                     saberem notícias de todos os que
         pais faziam parte) de que ele foi as-                                               conheciam.
         sistente, e que eu admirei pela sua                                                     Partilhamos a alegria dos primei-
         presença de grande tranquilidade e                                                  ros netos gémeos que tinham nasci-
         saber. Depois estive ausente de Por-                                                do e se encontravam no estrangeiro,
         tugal e nunca mais soube nada dele.                                                 a alegria de terem voltado para Por-
             Quando surgiram os Retiros de                                                   tugal e de os poderem “gozar” como
         Padres casados a convite do P. Fili-                                                Avós.
         pe Figueiredo, nós - eu e o Vasco -                                                      Com os anos, surgiram as várias
         fomos ao 1º Retiro realizado em Fá-                                                 doenças do Eng. Marques de Sousa,
         tima e orientado pelo Sr. D. Serafim,                                               algumas com bastante gravidade,
         e logo aí surgiu a ideia de se fazerem                                              sobretudo no coração, as quais ulti-
         Encontros Regionais nas várias zo-                                                  mamente o foram levando a vários
                                                   na Casa dos Jesuítas do Porto, que        internamentos no Hospital de S. João,
         nas do País, o que se efetivou no
         Porto em Fevereiro de 1997, onde o        nos cederam uma sala.                     onde o Vasco, como Voluntário, o
                                                      Foi muito bom ouvir as suas pa-        visitou algumas vezes, embora nes-
         encontrei de novo com a sua Mulher
         Drª Manuela Frada.                        lavras de partilha de vida e de incen-    te último internamento não o tenha
             Começámos por um almoço num           tivo para que surgisse um Movimen-        podido ver, mas encontrava-se lá
                                                   to que se veio a tornar a Fraternitas.    com a Manuela, que lhe dava notíci-
         restaurante ali perto, em comum,
                                                   O Casal esteve sempre presente e          as pormenorizadas e a quem trans-
         para de alguma forma nos irmos co-
         nhecendo, e tivemos esse Encontro         colaborante em todas as acções e          mitia o conforto possível.
                                                                                                 Na nossa memória ficará sempre
                                                                                             o sorriso constante para com todos,
                                  OBRIGADO                                                   a solicitude em acompanhar a vida
                                                                                             da Fraternitas e dos seus Sócios, e
              Um Muito Obrigado por Tudo! A Eucaristia foi muito digna e                     mesmo quando deixou de poder fre-
          bonita. Para isso também contribuíram, sem dúvida, as presenças (e                 quentar Encontros e Retiros, o inte-
          vozes!) de associados e amigos da FRATERNITAS. Sabemos que o                       resse constante pelo que se ia pas-
          António Manuel está no Céu, unido a todos nós/vós!                                 sando. Duma extrema paciência para
              Além da Sara e do David há, de facto, mais um neto, de 6 anos: o               com todas as doenças que teve que
          Tiago Braga da Cruz Frada de Sousa. A mulher do António Manuel                     sofrer, deixou-nos essa marca de se-
          (filho), mãe da Sara, do David e do Tiago, chama-se Rita Braga da                  renidade e Paz que nunca poderemos
          Cruz. Um grande abraço fraterno e muito grato da,                                  esquecer.
                                                                                                 Mais um “Santo” que intercede
             Maria Manuela, António Manuel, Rita, Sara, David e Tia go
                                            Rita,       Da      Tiago                        por nós junto do Pai, demos Graças
                                                                                             a Deus!


pot.pt * e-mail: secretariado@fraternitas.pt * página oficial na Internet: www.fraternitas.pt * e-mail: tesouraria@fraternitas.pt
6                                                                                                                espiral




      Relembrando António Manuel Marques de
                     Sousa
                 Manuel     António      conflito interior que o levava a ter    nevoeiro das emoções fáceis e das
                                         uma relação pouco espontânea, nada      palavras vazias. Continuava a ter na
    O meu último encontro com este       dada a euforias de socialização. Adi-   contemplação uma pacificação das
irmão foi vivido na véspera do seu       vinhava-se nele uma certa identida-     contrariedades do intelecto e das in-
funeral num grande recolhimento,         de fragmentada por solicitações in-     tempéries do sentimento. Continua-
enquanto um grupo de amigos reza-        teriores de sinal contrário, talvez     va a demandar os segredos íntimos
va o terço juntamente com a sua es-      porque o espartilho do enquadra-        da vida que não chega a dissolver-se
posa, a nossa irmã Manuela Frada.        mento institucional eclesiástico não    e que resiste a todas as corrupções.
Vivia-se aí um genuíno clima de fé e     estivesse a corresponder aos seus           Agora que o nosso amigo Mar-
um ambiente contemplativo, que tra-      mais profundos impulsos interiores      ques de Sousa entrou no tempo sem
duziam muito bem o traço mais            da fé nem às expectativas que o teri-   tempo, retenho o alerta que este per-
marcante que eu retive deste amigo,      am levado a ordenar-se.                 curso da sua vida deixa a cada um
durante o tempo em que ele era pre-         Passaram-se décadas, até que         de nós, sempre condicionados pela
feito no Seminário Maior do Porto e      voltei a encontrar este nosso irmão     atual sociedade ativista e pragmáti-
eu estava aí fazer os meus estudos       nas reuniões nacionais do               ca, em que tudo é previsto e balizado,
de Teologia.                             Fraternitas. Percebi que nele se ti-    sem deixar lugar para um verdadeiro
    Enquanto António Manuel Mar-         nha dado uma grande transfiguração.     encontro connosco e com os outros.
ques de Sousa exerceu a missão de        Descobri nele uma faceta que não        Estar vivo, respirar em cada momen-
educador no seminário, eu nunca o        mostrava, quando era para mim um        to, é o milagre de cada instante que
tive como prefeito. Por isso, o meu      superior hierárquico na comunidade      nós acabamos por banalizar de tal
convívio com ele foi muito escasso.      educativa do Seminário. Fiquei sur-     modo que acabamos por o subesti-
Dele sabia que se tratava de uma         preendido de o ver agora como um        mar. E todavia devíamos vivê-lo com
vocação que ao tempo se designava        irmão afável, carinhoso e próximo,      uma alegria irreprimível, que nos fa-
por tardia, pois tinha vindo para o      que revelava uma impressionante         lasse de Deus, mesmo quando nos
Seminário após ter concluído o seu       espontaneidade para partilhar con-      confrontamos com experiências da
curso universitário de Engenharia        nosco as narrativas das costuras da     sua ausência. Este ritmo iterativo
Civil. Este percurso, raro naquele       vida. Mas percebi também que as         pontuado ao longo da nossa vida
tempo, mostrava que a sua decisão        mudanças determinadas pela sua vi-      pode instilar em nós um silêncio
pelo sacerdócio ministerial tinha tido   agem interior deram novos matizes       contemplativo, que seja muito mais
uma límpida motivação de serviço à       de humanização ao traço de identi-      do que não fazer ruído: aquele silên-
Igreja, pois naquela altura estaria ao   dade que lhe descobrira nos idos da     cio que é voz da imensidade e mur-
seu alcance uma mais do que previ-       década de sessenta. Continuava a ser    múrio da eterna presença, que o
sível carreira profissional de suces-    alguém que procurava no silêncio        António Manuel Marques de Sousa
so, na sociedade civil. Foi seguramen-   interior a energia que faz dissipar o   estará a contemplar.
te para dar resposta a inquietações
religiosas profundas que ele se orde-
nara presbítero, como se podia per-                   FLORILÉGIO
                                                      FLORILÉGIO
ceber pelos longos tempos que pas-
sava em oração na capela do semi-        enviado para secretariado@fraternitas.pt
nário. De facto, a imagem que dele           Habita, agora, na pátria celeste,   18 de maio de 1969, com Maria
me ficou era de uma pessoa com uma       este sócio fundador nº 23. Percorra-    Manuela Pinto Félix Carneiro de
intensa vida contemplativa, que se       mos primeiro a sua Ficha Individu-      Frada, residentes no Porto. Tiveram
refletia na sua postura de grande re-    al. Nasceu em 12 de julho de 1926,      um filho. Existem 3 netos: o David e
colhimento. Talvez por causa desse       na freguesia de S. Gião, concelho de    a Sara, gémeos de 8 anos e o Tiago
perfil modelado por uma exigente         Oliveira do Hospital, diocese da        de 6 anos. Deixou a condição de “es-
vida interior, não tinha uma relação     Guarda. Ordenou-se presbítero, em       trangeiro e peregrino sobre a terra ”
pessoal muito próxima com os semi-       3 de agosto de 1958, na diocese do      em 3 de janeiro do corrente ano, dia
naristas. Pressentia-se nele um certo    Porto. Engenheiro civil casou-se, em    do Santíssimo Nome de Jesus.
l
        espiral                                                                                                    7




                                                            queremos lembrar o nosso passado
                     Passag em
                      assagem                                  entregar-
                                                            e entregar-Te inteiramente
Extraordinariamente consolado e protegido                   toda a nossa vida.
por uma força que, na fidelidade                            Que a chama que trouxeste
e no silêncio, me penetra,                                  à nossa escuridão
assim queria eu viver convosco estes dias                   aqueça e ilumine, em silêncio,
e convosco entrar num Novo Ano.                             este nosso dia
Se o que há de velho em nós                                 e, se for possível,
nos vier atormentar                                         faz que nos encontremos de novo,
e, se, nestes dias difíceis,                                                      Tua Luz
                                                            pois sabemos que a Tua Luz brilha
se tornar mais pesado o nosso fardo,                        em cada noite.
           Senhor,
concede, Senhor,                                            Se o silêncio for mais amplo
a este nosso coração receoso                                e mais fundo ao nosso redor,
                                                                                     redor,
   Felicidade       Tu             preparar.
a Felicidade que Tu nos vieste preparar.                    deixa que nos atinja o toque íntimo
                             transbordar,
E já que nos estendes, a transbordar,                       do mundo que invisivelmente nos cerca
o cálice amargo do sofrimento,                                               Teus
                                                            e que todos os Teus filhos possam, assim,
                          temer,
tu bem sabes que, sem temer,                                cantar-                louvor.
                                                            cantar-Te um hino de louvor.
Te queremos dar graças                                      Apoiados por esta força escondida
           Tua
para, da Tua mão bondosa e amiga,                                                                  vier,
                                                            esperamos confiadamente tudo o que vier,
               aceitar.
o podermos aceitar.                                         porque Deus está connosco no amanhecer
Já que, uma vez mais,                                       e na noite plena,
a Alegria nos queres oferecer                               vivemos mais fundo esta certeza,
aqui, neste mundo,                                          em cada novo Dia.
                  sol-a-brilhar,
debaixo do seu sol-a-brilhar,                                                       (Dietrich Bonhöeffer)

   Excertos de mensagens recebidas:     em vão, não corremos em vão.
   Janeiro 4, 2013 8:23 am                 (…) se estiver de acordo, quando        Janeiro 5, 2013 5:02 pm
   «Soubemos que o Engenheiro re-       for possível faça chegar esta mensa-       «Os nossos sentimentos de per-
gressou à casa do Pai. Era um bom       gem aos nossos amigos em provação.      da e de conforto para a Manuela e
homem, simples, simpático, amigo.       Pedimos ao Pai que lhes faculte a luz   toda a família.»
Homem sério quis sempre transpa-        que os ajude a manterem-se de pé.          Armando e Pamela
rência, verdade. Sempre apreciei o      Estamos unidos, a caminho do Pai.
seu sentido humano, discreto. Viveu        Um abraço amigo.»                        Janeiro 6, 2013
a simplicidade da consciência reta.        Joaquim Soares                           «Não me foi possível ir ao fune-
Cumpriu o seu dever, realizou o Rei-                                            ral, mas fui ao velório unindo-me à
no. Paz à sua alma, "no seio de            Janeiro 4, 2013 11:42 am             oração dos presentes e cumprimen-
Abraão". À sua família a nossa soli-       «Transmite os meus sentimentos       tando a sua esposa, estive presente
dariedade.                              e da Maria José. (...) e confiemos em   na medida das minhas possibilidades
   A' partida' é condição da nossa      mais um intercessor no Céu.»            e tenho-os presentes nas minhas ora-
existência e assim testemunhamos           Fernando Félix                       ções.»
Aquele que nos chamou à vida, que                                                   Maria Beatriz Silva
é vida e nos garante a vida, embora        Janeiro 4, 2013 12:46 pm
nos deixe sujeitos a esta desagrega-       «Na "Casa do Pai" há muitas mo-          «“Quando vier a multidão dos
ção material, para conseguirmos o       radas, Cristo o disse. Ele preparou     teus santos, Senhor, como gostaria
espiritual de que nos fala São Paulo.   certamente para o nosso irmão An-       de estar no meio deles!”, segundo um
Os valores, os princípios que nos       tónio Manuel o lugar merecido. Por      célebre cântico espiritual. Que a
motivaram continuam reais, válidos.     ele e pela Manuela e seus filhos e      Comunhão dos Santos reconforte os
Só que esses valores são de outra or-   netos a nossa prece e a nossa pre-      seus entes queridos e seja para to-
dem. Hoje precisamos de nos dizer,      sença solidária.»                       dos nós estímulo de VIDA.»
uns aos outros, que não acreditamos         Ramos Mendes                           Urtélia Silva
8                                                                                                                espiral




    ORGANIZAR A ESPERANÇA
                                                         T. Pado
                                                             adov
                                               Anthony T. Pado vano
                                                 Francisco Monteiro
                             tradução e síntese: Francisc o Monteiro


    Anthony Padovano, padre dis-         ultrapassa as limitações à presidên-       justifica o apelo com as exigências
pensado, teólogo, natural dos Esta-      cia da Eucaristia que não tenham a         da pastoral.
dos Unidos, foi presidente da            ver com a natureza substancial do
Corpus, a associação de padres dis-      ministério ordenado. O documento           POSIÇÕES DOS CARDEAIS
pensados norte-americanos, sendo         defende que as paróquias não são              Na véspera da sua morte, o car-
atualmente embaixador da Corpus          supostas ser centradas no padre e          deal Carlo Martini, de Milão, deu
junto de organizações internacionais,    que por isso não podem ser vítimas         uma entrevista em que discordava de
como o movimento Nós Somos Igre-         da ausência de padres. O Vaticano          quem punha em questão as uniões
ja, a Federação Internacional de As-     II reflete-se neste documento: a Igre-     civis entre parceiros homossexuais;
sociações de padres dispensados e a      ja como Povo de Deus; os sacramen-         dizia que a Humanae Vitae fora um
Plataforma Europeia para a Reno-         tos e a Liturgia como património da        “erro grave”; via a negação da Co-
vação do Ministério Católico, orga-      comunidade e o direito dos                 munhão aos divorciados e recasados
nismo que foi formado a partir da        batizados a atuarem segundo o seu          como um “abuso de poder” e uma
Federação Internacional.                 batismo, a sua consciência e as suas       “injustiça”; afirmou que a Igreja
    Na sequência da última reunião       necessidades pastorais.                    “está 200 anos atrasada” e que “as
do movimento NSI Internacional,                                                     nossas liturgias e vestimentos são
em Lisboa, escreveu este texto para      UM MANDATO TEOLÓGICO                       pomposos” e pedia que a Igreja dei-
o boletim da Corpus.                         Em abril de 2011, um terço de to-      xasse de ser “receosa em vez de co-
                                         dos os professores de teologia em uni-     rajosa”. O cardeal Schonbrun, de
PACTO DAS CATACUMBAS                     versidades da Alemanha, Áustria e          Viena, confirmou a eleição para um
    Esquecido durante muito tempo,       Suíça assinaram um documento a pe-         concelho paroquial de um jovem ho-
mas reconhecido recentemente, o          dir a reforma da Igreja Católica e o di-   mossexual casado.
“Pacto das Catacumbas” foi elabora-      álogo sobre o seu futuro. Às 144 assi-        A reforma da Igreja não é um
do nas semanas finais do Concílio Va-    naturas iniciais, muitas outras se jun-    tema do passado mas do futuro. Os
ticano II, em 16 de novembro de 1965,    taram de teólogos de todo o mundo.         temas em questão ecoam a compai-
por 40 bispos que se reuniram nas        O documento pede diálogo sobre o           xão de Cristo.
Catacumbas de Santa Domitila em          fim do celibato obrigatório, a ordena-
Roma e que acordaram testemunhar         ção de mulheres e que os leigos sejam      A REUNIÃO
contra as vidas pomposas de muitos       ouvidos na seleção dos bispos.                O Movimento Internacional Nós
bispos e afirmar a simplicidade do           Em 8 de junho de 2011, mais de         Somos Igreja (MINSI) foi fundado
Evangelho das origens da Cristanda-      160 clérigos da arquidiocese de            em Roma em novembro de 1996
de. O Pacto compromete os bispos a       Friburgo, Alemanha, assinaram uma          para apoiar a Igreja enquanto comu-
viverem da mesma forma que a média       declaração a afirmar que adminis-          nidade de irmãos e irmãs, em que as
das pessoas das suas dioceses e a es-    tram a Comunhão a católicos divor-         mulheres participem plenamente em
colherem profissionais para adminis-     ciados e recasados, invocando o            todos os aspetos da vida da Igreja,
trar as finanças de cada diocese. O      cânone que afirma que a salvação           em que não haja celibato obrigató-
Pacto ecoa a opção preferencial pelos    das almas é a lei suprema.                 rio para os padres, em que haja uma
pobres e o propósito do Vaticano II de                                              avaliação positiva da sexualidade e
criar uma Igreja solidária.              APELO À DESOBEDIÊNCIA                      da consciência e uma mensagem de
                                            Em junho de 2011, Helmut                alegria e inclusividade.
DOCUMENTO DOMINICANO                     Schuller, antigo Vigário-Geral da             O MINSI reuniu em Lisboa de 26
   Em 2007, quatro padres, pasto-        Arquidiocese de Viena, divulgou,           a 28 de outubro de 2012, com 22
res e teólogos Dominicanos, da           em nome de 400 padres (um décimo           delegados da Áustria, Brasil, Dina-
Holanda, divulgaram, com aprova-         do total), um apelo à desobediência        marca, França, Alemanha, Irlanda,
ção dos seus superiores, um docu-        em que se convidam leigos a pregar,        Holanda, Noruega, Portugal, Espa-
mento intitulado Igreja e Ministério.    se discute a ordenação, se acolhem         nha, Suécia e EUA.
Nesse documento defendia-se que a        católicos divorciados e recasados à           Pedro Freitas, Presidente
celebração da Eucaristia é um direi-     Comunhão e se apela ao diálogo so-         cessante do MINSI dirigiu a reunião
to batismal das comunidades, o qual      bre o celibato obrigatório. Schuller       na qual falou a teóloga feminista
l
         espiral                                                                                                         9

                                            NSI – França está representada no
                                            Conselho da Europa, em Estras-               ENCONTRO
                                            burgo onde regularmente toma po-             NACIONAL
                                            sições sobre temas da reforma da
                                            Igreja.                                 « Que    Fraternitas quere-
                                                Alemanha: tem desempenhado          mos, para que Igreja?
                                            um papel fulcral na forma como o           Casa Nossa Senhora
                                            MINSI se define e na formulação da      das Dores (Santuário), em
                                            sua agenda. Entre as suas priorida-
                                            des: direitos humanos, democracia,                Fátima
                                            ecologia e pluralismo religioso.            Dia 26 de abril (6.ª-feira)
                                                Irlanda: em maio, a Associação de    20h00 – Jantar
                                            padres católicos juntou 1000 pesso-      21h15 – Informações. Serão
    Pedro Freitas, que orientará o Encon-   as no apelo pela igualdade dos           22h00 – Descanso
tro Nacional da Fraternitas                 batizados e pela abertura de todos          Dia 27 de abril (sábado)
                                            os ministérios às mulheres.              8h30 – Pequeno-almoço
Teresa Toldy sobre “Devemos ficar               Itália: ADISTA, a principal agên-    9h00 – Laudes
ou partir?” Como nova Presidente            cia de informação nacional tem dado      10h15 – Encontro/grupos
foi eleita Martha Heizer, da Áustria,       apoio ao NSI – Itália nas suas           13h00 – Almoço
que é amiga e colaboradora de               atividades, designadamente no Pro-       15h15 – Encontro/grupos
Schuller e do cardeal Schonbrun.            jeto Conclave em 2005. As relações       19h30 – Vésperas
                                            Igreja–Estado são objeto de particu-     20h00 – Jantar
HISTÓRIA DO MINSI                           lar preocupação.                         21h15 – Tertúlia
    Ao longo dos anos, o MINSI que              Holanda: principais preocupa-           Dia 28 de abril (domingo)
tem ligações com 41 países, tem fei-        ções: comunidades de base, Igreja-       8h30 – Pequeno-almoço
to uma reflexão teológica extensa e         Estado, eutanásia, direitos humanos.     9h00 – Laudes
profunda sobre a Igreja, organizan-             Noruega: tenta ser afirmativa,       9h45– ASSEMBLEIA GERAL
do sínodos sombra, uma conferên-            mas não agressiva, objetiva mas não      12h00 – Eucaristia
cia paralela ao Conclave de 2005, fa-       pessoal no criticismo; no entanto,       13h00 – Almoço
zendo milhares de apresentações e           insiste no seu direito à liberdade de
publicando documentos e tomadas             expressão e ao pensamento crítico.      Inscrições - Urtélia Silva:
de posição, tais como um dossier de             Portugal: começou em 1997. Nos      secretariado@fraternitas.pt | 914 754 706
50 páginas relativo ao Concílio 50,         últimos dois anos organizou dez en-     Tesouraria - Fernando Neves
uma celebração a ter lugar em Roma          contros, habitualmente no Conven-       tesouraria@fraternitas.pt | 968 946 913
em 2015, 50.º aniversário da conclu-        to de S. Domingos (Dominicano),
são do Vaticano II.                         sobre: sacerdócio casado, direitos          ASSEMBLEIA GERAL
    O MINSI está intimamente liga-          dos homossexuais e teologia da li-
do com a Rede Europeia, a Ordena-           bertação. É muito ativo na Rede            A realizar no dia 28 de abril de
ção de Mulheres a nível Mundial e a         Europeia.                               2013, pelas 9h45, na Casa Nossa
Federação Internacional para a Re-              África do Sul: está empenhado no    Senhora das Dores (Santuário), em
novação do Ministério Católico              diálogo com os bispos e teve a sua      Fátima, com a ordem de trabalhos:
(FIRMC). O MINSI tem feito um tra-          primeira reunião com a Conferência         1. Apreciação e votação da ata
balho considerável para a continua-         Episcopal da África do Sul em se-       anterior.
ção do espírito do Vaticano II nos          tembro de 2012.                            2. Apreciação e votação do re-
seguintes países:                               Espanha: está muito ativo na        latórios de atividades de abril
    Áustria: 1500 membros.                  Rede Europeia. Planeia realizar uma     2012a abril 2013 e das contas do
    Brasil: sobretudo no Nordeste,          “Assembleia Universal do Povo Cris-     ano de 2012. Leitura do Parecer do
com centenas de comunidades de              tão” para celebrar o Vaticano II.       Conselho Fiscal.
base.                                           EUA: está intimamente associa-         3. Apreciação e votação do pla-
    Dinamarca.                              do com o consórcio de 20 organiza-      no de atividades de abril de 2013 a
    França: muito influenciada pelo         ções nacionais e regionais que tra-     abril de 2014, e do orçamento para
Bispo Jacques Gaillot. Principais pre-      balham em temas de reforma e jus-       2013.
ocupações: a Igreja não é um fim em         tiça, chamado Organizações Católi-         4. Reflexão: «Que Fraternitas
si mesma, mas existe para o mundo;          cas para a Renovação (COR). A           para que Igreja?»
direitos humanos; não violência. O          grande maioria dos católicos nos           5 - Outros assuntos.
10                                                                                                                  espiral


EUA não concorda com a política
da Igreja relativamente à
contraceção, ordenação de mulhe-
res, celibato dos padres, direitos de
                                               O RESCRITO DE DISPENSA
                                                              DO EXERCÍCIO DA ORDEM
orientação sexual e participação de
leigos. Algumas iniciativas de sete
das organizações integradas no
COR: Concelho Católico America-                                                                       Fernando      Neves
no adotou uma “Lei Católica de Di-
reitos e Responsabilidades”.
    “Chamada para a Ação” tem 25               O texto-formulário do chamado        os efeitos do celibato obrigatório,
000 membros e está comprometida            rescrito é um texto-resposta chapa-      considerando-o como um entrave à
com a reforma e a justiça social.          batida, quase igual para todos os        plena acção pastoral e à plena reali-
    “Católicos pela Escolha” tenta         pedidos de dispensa, exceptuando o       zação sacerdotal.
redefinir a ética sexual; trabalha com     nome do requerente, o nome do
a ONU.                                     Papa reinante, a data e a assinatura     ANÁLISE DO RESCRITO
    Corpus é uma Comunidade cató-          do Cardeal da Sagrada Congregação            A expressão redução ao estado
lica para a reforma e centra-se num        para a Doutrina da Fé.                   laical “reductionem ad statem
sacerdócio inclusivo; começou em               Enquanto texto em si mesmo, é        laicalem”, aparece duas vezes con-
1974 e ajudou a criar o COR em             muito ambivalente, podendo classi-       tra a expressão “ad statum laicalem
1992; é muito ativo na Rede Euro-          ficar-se como uma conjugação de          redactus” (reconduzido ao estado
peia, MINSI e FIRMC.                       contrários, sobre o mesmo assunto:       laical) , que aparece três vezes. E há
    Dignidade EUA tem vindo a tra-         é, não é; pode, não pode. Como se        muita diferença no sentido das duas
balhar há 40 anos para assegurar os        os responsáveis da Igreja tivessem a     expressões.
direitos das lésbicas, gays, bissexuais,   prudência de dizer: ‘não sabemos se
travestis, transsexuais e transgéneros     estamos a fazer o correcto, para o           Na introdução
(LGBT), procurando desenvolver             futuro, e a entravar os caminhos do          O documento diz que o requeren-
uma espiritualidade viável para os         Espírito. Enfim: fecha-se a porta,       te pediu a redução ao estado laical
seus membros e apoiando-os legal-          mas abrem-se todas as janelas e res-     com dispensa de todas as obrigações
mente quando são discriminados.            piros. O que não será de admirar, se     decorrentes da sagrada Ordem (e da
    Igreja Futura trabalha para man-       se tiver em conta os tempos imedia-      Profissão religiosa), inclusive do
ter as paróquias vivas e para expan-       tos pós-conciliares, que se viviam.      peso de guardar a lei do sagrado ce-
dir o conceito de sacerdócio.                  Recordo, por exemplo, porque         libato, sendo o mesmo conteúdo re-
    Conferência para a Ordenação de        possuo gravação áudio, a homília         forçado no ponto 1.
Mulheres (WOC) foi fundada em              feita, em 1969, pelo Bispo Padre             Ora, no meu caso pessoal, segun-
1975 e é a maior organização nacio-        Conciliar Francisco Rendeiro, de sau-    do fotocópia que guardo do requeri-
nal que procura ordenar mulheres em        dosa memória, no dia da minha or-        mento original, eu pedi simplesmente
todos os ministérios da Igreja.            denação de presbítero, juntamente        – e parece que ainda bem, porque
                                           com a de um colega subdiácono.           “sacerdos in aeternum” – as graças
CONCLUSÃO                                  Dizia ele, embora, pessoalmente,         da dispensa do exercício do múnus
   Muito do impressionante trabalho        pendendo mais para a lei do celiba-      inerente ao Ministério Sacerdotal e
desenvolvido pelos grupos de refor-        to: “o celibato não está intimamen-      a licença para poder contrair Matri-
ma católica contou com o apoio do          te ligado com o sacerdócio de uma        mónio Católico. E penso que, na
MINSI. Todo este trabalho é conse-         maneira absoluta, porque até a pró-      maioria dos casos, se foi feito o pe-
quência e complemento do Vatica-           pria Igreja de Cristo diz e ensina que   dido de redução ao estado laical, foi
no II. “Tentámos fazer o nosso tra-        pode ordenar sacerdotes casados.         mais por uma imposição formulária
balho respeitando a Igreja e a nossa       (…) E hoje fala-se muito nessa pos-      do que por convicção e sentir do re-
consciência, a nossa vocação e a           sibilidade. (…) Apresentam-se até        querente.
necessidade da comunidade. Encon-          vantagens, que talvez houvesse, em           Sobre a expressão guardar a lei do
trámos amizade e fé uns com os ou-         ordenar homens, sem os constituir        sagrado celibato, convenhamos que
tros.” Ansiamos pela celebração em         em estado de consagração virginal.”      nem sempre o sagrado é de origem
2015 do “Concílio que, segundo cre-            Recordemos também que, em            divina. Será, antes, uma criação dos
mos, nos convocou para novas defi-         1970, com 42 anos, Ratzinger, o ac-      homens do poder, em determinados
nições de nós próprios e mais pro-         tual Papa, chegou a assinar um do-       contextos históricos, tendo em con-
funda dedicação aos outros.”               cumento conjunto de reflexão sobre       ta alguns dos seus interesses pesso-

     página oficial na Internet: www.fraternitas.pt * e-mail: direccao@fraternitas.pt * blogue: http://fraternitasmovimento.blogspo
l
                 espiral                                                                                                           11




        análise, comentários e considerações...
        ais ou grupais.                           casado. Não curou Ele a sogra de           sar escândalo. Ora hoje, maior escân-
            Foi contra este tipo de sagrado       Pedro? A conclusão é evidente: en-         dalo e incompreensão para a maio-
        que Jesus reagiu fortemente, pela         tão Pedro era casado. Veja-se tam-         ria do povo de Deus parece ser o
        desumanização que provocava.              bém 1 Cor.9.                               padre homem-só, carregando consi-
            Por exemplo, o Sábado – o sagra-          Por sua vez, a primeira comuni-        go, tantas vezes, frustrações que o
        do do mais sagrado que havia – é          dade cristã atentou contra outro sa-       podem fazer andar por caminhos tão
        desmistificado por Jesus em Mat. 12       grado do mais sagrado e consagrado         ínvios.
        (em dia de Sábado, com grande es-         que havia: a circuncisão. Foi a cau-          Se, naqueles tempos, se falava
        cândalo dos fariseus, os discípulos       sa julgada no 1º Concílio de Jerusa-       assim, compreende-se que esses es-
        colhem e comem espigas; David,            lém, com a seguinte conclusão: O           cândalos não podem, hoje, ser senão
        com os seus homens, come os pães          Espírito Santo e nós próprios resol-       dos do tipo farisaico. Alguém da
        da proposição o que só os sacerdo-        vemos não vos impor mais outras            Cúria da minha Diocese de
        tes podiam fazer; na sinagoga, nesse      obrigações além destas, que são in-        incardinação, há bem pouco tempo
        mesmo dia de sábado, Jesus cura o         dispensáveis: abster-vos de carne          me referiu - o que até me espantou,
        homem da mão ressequida; se um            imoladas a ídolos, do sangue, de car-      por desconhecê-lo - que, em 1976,
        animal cair no poço, em dia de sába-      nes sufocadas e da impudicícia.            quando as comunidades paroquiais
        do, quem de entre vós não a irá bus-          Não fará o celibato obrigatório –      a que presidia tomaram conhecimen-
        car?) e a obrigação de frequentar o       note-se obrigatório - exactamente          to da minha resolução de contrair
        templo, na resposta à Samaritana, em      parte dessa carne imolada a ídolos,        matrimónio, uma delegação de repre-
        Jo. 4: Vai chegar o tempo em que          com prejuízo para o santuário de           sentantes veio falar com o Bispo,
        nem neste monte, nem em Jerusa-           tantas consciências?                       pedindo-lhe que me deixasse conti-
        lém, adorareis o Pai. (…) Os verda-                                                  nuar a exercer o ministério, que a
        deiros adoradores hão-de adorar o            No seu ponto 3                          comunidade assumia a responsabili-
        Pai em espírito de verdade.”                 O rescrito diz que o sacerdote          dade de que nada me faltasse e à
            E tantos outros sagrados contra       dispensado deve ausentar-se dos lu-        presumível futura família. Foi tam-
        os quais Jesus se insurgiu! Além dis-     gares onde é conhecido como sacer-         bém uma atitude semelhante – e tão
        so, na escolha dos seus Apóstolos         dote. Mas o Ordinário ou Superior          bem conhecida porque muito bada-
        (sacerdotes, bispos), Jesus não olhou     pode dispensar desta cláusula, se a        lada pela comunicação social -que
        ao seu estado civil de celibatário ou     presença do dito sacerdote não cau-        tomou a comunidade paroquial a que


                                                        O RESCRITO
                        par
                         artir     texto
           Tradução a partir do text o
            latino
              tino,     Fern
            latino, por Fer n ando Neves          batismo do Papa), por Divina Pro-          Se o requerente é religioso, o
                                                  vidência, (nome do Papa), no dia….,        Rescrito contem também a dispensa
            Sagrada Congregação para a Dou-       tendo presente o relatório do caso         dos votos.
        trina da Fé                               feito pela Sagrada Congregação para           Além disso, o Rescrito, quanto
            Excelentíssimo e Reverendissimo       a Doutrina da Fé, dignou-se anuir,         seja preciso, leva consigo a absolvi-
        Pai                                       por graça, segundo as seguintes Nor-       ção das censuras contraídas e a
            O sacerdote da Diocese....            mas:                                       legitimação da prole.
        nome… pediu a redução ao estado               1. O Rescrito abrange                     Produz efeito a partir do momen-
        laical com dispensa de todas as obri-     inseparavelmente a redução ao es-          to da notificação pelo competente
        gações decorrentes da sagrada Or-         tado laical e a dispensa das obriga-       prelado feita ao requerente.
        dem (e da Profissão religiosa), inclu-    ções decorrentes das sagradas or-             2. Se o requerente é sacerdote
        sive do peso de guardar a lei do sa-      dens. Nunca é permitido ao reque-          diocesano , residente fora da sua pró-
        grado celibato.                           rente separar estes dois elementos,        pria diocese, ou religioso, o Ordiná-
            O Ss.mo Sr. Nosso (nome de            ou aceitar este e recusar o primeiro.      rio do lugar de incardinação ou o

ot.pt * e-mail: secretariado@fraternitas.pt * página oficial na Internet: www.fraternitas.pt * e-mail: tesouraria@fraternitas.pt
12                                                                                                               espiral




O RESCRITO DE DISPENSA DO EXERCÍCIO DA ORDEM (continuação)
presidia um padre da dita Diocese,       ticas, sempre que esses e outros             No ponto 4
quando se soube que ele tinha uma        momentos críticos acontecem no               «A celebração do matrimónio seja
filha, de quem assumiu a paternida-      clero: o padre tem filhos que não        sem pompa nem aparato: só os
de e com quem gostaria de convi-         assume, o padre vai casar-se ou o        nubentes e o sacerdote aprovado,
ver, para, juntamente com a mãe, a       padre é pedófilo, etc.                   preferencialmente sem mais nin-
formar no seu processo educativo.            Face à hoje notória escassez de      guém, excepto duas testemunhas, se
Por isso, foi afastado e uma boa par-    ministros ordenados que presidam às      forem exigidas por lei civil. Mas o
te da comunidade reagiu tão negati-      comunidades, com aquela presença-        Ordinário pode permitir, com as de-
vamente que só a força de interdi-       partilha de vida da Fé, Esperança e      vidas cautelas, a presença de famili-
ções canónicas fizeram com que os        Caridade, que seria a desejada (e não    ares, amigos e empregador do sacer-
ânimos tivessem mais ou menos de         um passar de tempos a tempos para        dote dispensado, para obviar a sua
serenar.                                 re/abastecer a estação de serviço.       boa fama.»
    E tantos outros casos, entretan-     Entre rituais, sacramentos e sacra-          Ainda segundo o ponto 4, a acta
to acontecidos e sempre a aconte-        mentais, horas gastas em deslocações     da celebração do casamento deve
cer, bem conhecidos das comunida-        e outras que tais, pouco tempo so-       ficar no arquivo da Cúria diocesana.
des e dos cristãos e da sociedade, em    beja ao pobre do padre para o essen-     Mas no ponto 5, se forem pedidas
geral, em que será mais o escândalo      cial: criar comunidade de Fé e Parti-    informações ou documentos a par-
farisaico da hierarquia clerical, do     lha, a partir do Amor de Deus e da       tir dos livros de batizados da paró-
que o escândalo propriamente dito        Pessoa de Jesus. E as comunidades        quia do sacerdote ou da esposa, deve
– o autêntico, que Jesus reprovou,       sentem que tinham direito a isso,        consultar-se o Ordinário.
com a dureza da mó do moinho ata-        pois, até próprio Direito Canónico
da ao pescoço – por parte do povo.       lho confere. E o que faz a hierarquia?      O ponto 6
Veja-se e ouça-se o sentir das comu-     Por questões de ordem disciplinar,          É o suprassumo de todo o
nidades e do povo, em reportagens        entrava a acção do Espírito.             Rescrito, no campo das proibições
televisas, radiofónicas ou jornalís-                                              não absolutas e taxativas:



Superior religioso maior dará conhe-     com o Superior maior religioso, de       miliares, amigos e empregadores do
cimento da dispensa pontifícia ao        comum acordo, quanto preciso, po-        requerente, para que seja respeitada
Ordinario do lugar de residência ha-     derá dispensar desta cláusula conti-     a boa fama do requerente, pelos di-
bitual do requerente e pedir-lhe-á, se   da no Rescrito, se se preveja que a      reitos económico-sociais decorrentes
for o caso, que comunique o Rescrito     presença do requerente dispensado        do novo estado de leigo e de casado.
ao requerente e que conceda a ne-        não ocasione escândalo.                      5. Anote-se que deve ser consul-
cessária delegação para a celebração         4. No referente À celebração do      tado o Ordinário do lugar se e quan-
do matrimónio canónico. Se, porém,       matrimónio canónico, procure o Or-       do forem requeridas informações ou
circunstâncias peculiares, aconse-       dinário que se abstenha de qualquer      documentos dos Livros de baptiza-
lhem algo de diferente, o sobredito      pompa ou aparato e que se faça na        dos da paróquia, quer do requerente
Ordinário recorra à Sagrada              presença de um sacerdote aprovado        quer da esposa.
Congregração.                            e sem testemunhas ou, se for neces-          6. O Ordinário, a quem compete
    3. Espontaneamente, o sacerdo-       sário, cum duas testemunhas, sendo       comunicar o Rescrito ao requeren-
te reconduzido ao estado laical e dis-   a acta arquivada no arquivo secreto      te, exorte-o veementemente a que
pensado de todos os encargos ine-        da Cúria. Cabe ao Ordinário do lu-       participe, por razão de congruência
rentes ao sacerdócio, e muito mais o     gar de residência juntamente com o       com a sua nova condição de vida,
sacerdote unido pelo matrimónio,         Ordinário próprio, diocesano ou re-      na vida do Povo de Deus, seja
deve ausentar-se dos lugares onde        ligioso, determinar de que modo a        edificante e se mostre amantíssimo
seja conhecido o seu estado sacer-       dispensa - e igualmente a celebração     filho da Igreja. Simultaneamente,
dotal. O Ordinário do lugar de resi-     do matrimónio - deva ser mantida         porém, dê-lhe conhecimento de que
dência do requerente com o Ordi-         em segredo ou se possa comunicar,        a todo o sacerdote reconduzido ao
nário próprio da incardinação ou         com as devidas precauções, aos fa-       estado laical e dispensado das obri-
l
        espiral                                                                                                       13
                                                                                  Bem-hajam!
    a) Não exerça nenhuma função da      litúrgica nas celebrações cum populo,         A notícia de que D. Ilídio Lean-
sagrada ordem, excepto as referidas      onde a sua condição for conhecida.       dro, bispo de Viseu, quer contar com
nos can. 882 e 892 par.2. Isto é, em     Então, onde a sua condição não for       os padres casados para que interve-
perigo de morte de alguém, o sacer-      conhecida ou sine populo (bem sa-        nham na preparação do sínodo en-
dote dispensado, se para isso for so-    bemos que não há acção litúrgica         che-me de esperança e alegria. De
licitado, mesmo estando presente         sem povo, pelo menos espiritualmen-      facto os padres casados são deixa-
outro/s sacerdote/s ou bispo, tem        te presente – como outrora se diria)     dos no esquecimento, ignorados, pela
obrigação e jurisdição para adminis-     já pode exercer? E a reza do             igreja oficial. A igreja é serva e po-
trar o sacramento da reconciliação/      Breviário ou das Horas também não?       bre, mas pródiga: deixa comunida-
penitência/confissão. Como conci-        E organista ou director do coro?         des sem a sua celebração eucarísti-
liar isto, com o dito e redito logo na       e) Não exerça a função de pro-       ca, mas mantém-se orgulhosamente
introdução e no ponto 3 do rescrito:     fessor de Moral e Religião, em qual-     na observância de princípios discu-
“…reduzido/reconduzido ao estado         quer escola. Todavia, o Ordinário, se    tíveis.
laical com dispensa de todas as obri-    não houver escândalo ou admiração,           Também D. Manuel Martins fez
gações decorrentes da sagrada or-        pode permiti-lo.                         a ouvir a sua voz de sabedoria. Há
dem? O padre dispensado é padre ou           Tanto medo com o escândalo ou        uma esperança renovada? Há um
é leigo? E, desde quando pode um         admiração do povo – como atrás fi-       rosto novo na igreja? A igreja sem-
leigo absolver pecados? Se o leigo       cou dito - só podem hoje ser             pre viveu entre a fidelidade ao Evan-
não pode, então o padre não é redu-      farisaicos.                              gelho e a sua prática pastoral. Às
zido a leigo, mas continua, sim,                                                  vezes, não coincidem e ganha rele-
presbítero, embora dispensado. Ima-         Em conclusão                          vo outros interesses ligados com a
ginemos, por exemplo, o que não se          Não parece linguagem evangéli-        segunda.
diria de um médico que, proibido         ca a contida no texto do Rescrito.           Neste tempo, passa diante dos
pela Ordem de exercer a medicina,        Não é linguagem do sim-sim, não-         olhos coisas muito significativas: Je-
deixasse morrer à sua frente e na sua    não. Podemos ser vox clamans in de-      sus nasce fora da cidade, é esperado
presença alguém para quem dispu-         serto, mas porque foi para a Verda-      por muita gente mas recebido ape-
nha de recursos para salvar a vida.      de (e Ela nos libertará) e para a ver-   nas por Maria, José e poucos mais...
Mutatis mutandis, é o que se passa       dadeira liberdade que o Espírito nos     Também estes esposos vivem longe
com o Sacerdote dispensado.              chamou, não podemos deixar de di-        do bulício, dos archotes da cidade.
    b) Não exerça qualquer função        zer o que escrevemos.                    Aparecem-nos Simeão e Ana que
                                                                                  também não obtêm o consenso dos
                                                                                  grandes da terra. Não podemos es-
gações é proibido:                       particulares, permitir que o Sacerdo-    quecer João Baptista.
    a) exercer qualquer função da        te reconduzido ao estado laical e dis-       A Fraternitas e os padres dispen-
ordem sagrada, excepto as contidas       pensado das obrigações inerentes à       sados entram nesta linha: postos de
nos can 882 e 889 par.2 (do Dir          sagrada ordenação, ensine religião       lado, mas não significa menor fideli-
Canónico 1917);                          nas escolas públicas, excepcional-       dade ao nosso Jesus. Há preocupa-
    b) fazer qualquer papel litúrgico    mente também nas escolas católicas,      ção, busca do Reino, no silêncio, na
nas celebrações cum populo, onde a       conquanto não se tema escândalo ou       pacatez da vida quotidiana, mas na
sua condição seja conhecida, e nun-      admiração.                               vivência de um amor divino, sempre
ca homilia;                                  Finalmente o Ordinario impo-         mais denso. Que o Senhor Jesus nes-
    c) exercer qualquer ofício pasto-    nha-lhe alguma obra de caridade ou       te começo do ano nos abra caminhos
ral;                                     de piedade. Oportunamente, procu-        novos na Fé, nos ajude nesta aven-
    d) desempenhar cargo de Reitor       re com toda a brevidade informar a       tura, nos dê coragem e força, para
( ou outro cargo directivo), de Di-      Sagrada Congregação da execução          irmos sempre mais além. É evdente
rector espiritual e de Docente nos       realizada, e providencie uma expli-      que Maria já nos antecede nesta ca-
Seminários, Faculdades de Teologia       cação prudente se surgir alguma ad-      minhada, Ela que "guardava muitas
e Institutos similares;                  miração nos fiéis.                       coisas no seu coração" nos ensine a
    e) também exercer o cargo de             Sem efeito quaisquer coisas con-     esperar para compreender, se for
Director de Escola Católica ou de        trárias.                                 possível, melhor os mistérios do Rei-
professor de religião em quaisquer           Da Sede da S. C. para a Doutrina     no. Fernando, para ti e tua família,
escolas católicas ou seculares. Toda-    da Fé, no dia………                         para a Fraternitas, órgãos sociais e
via, o Ordinário do lugar, segundo                                                sócios, simpatizantes, amigos, fami-
seu juízo prudente, pode , em casos         Assinatura do Prefeito                liares... um santo e bom ano.
                                                                                                     Joa q uim Soares
                                                                                                     Joa       Soares
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                          Espiral nº 50
                       (CO)MEMORANDO!
    Escreveu Frei Betto - escritor e     ao vinte e um/vinte e dois (outubro     perder o norte, é principalmente ca-
assessor de movimentos sociais - em      de 2005/março de 2006) – Alberto        minhar para um ideal de perfeição.
2012, a propósito de umaefeméride,       José Macedo Osório de Castro, ao        No Povo de Deus a mudança opera-
o Dia da Mulher em8 de março:            seguinte e atual (1º trimestre de       se sempre para melhor. (…) Na Igre-
“Antes de celebrar o Dia da Mulher       2013) - Fernando Jorge Félix            ja, onde é tradicional o atraso de uma
a 8 de março, há que comemorá-lo.        Ferreira, percorrendo os artigos de     geração no acompanhamento das
Os dois verbos têm diferentes signi-     todas e todos que nele colaboraram,     mudanças sociais operadas na soci-
ficados, embora frequentemente em-       como maniFESTAr a gratidão de           edade civil, nós estamos em condi-
pregados como sinônimos. Celebrar        uns pelos outros?                       ções de sermos um factor de mudan-
é promover cerimônia, destacar, tor-         E os editoriais dos quatro presi-   ça. (…) Nós cristãos sabemos que a
nar célebre, donde celebridade. Co-      dentes convidavam a espiralar o bo-     evolução é presidida pelo Espírito
memorar é fazer memória, resgatar        letim.                                  Santo, que sopra onda quer, embora
o passado, atualizar lembranças.             Que excertos do ESPIRAL nesta       não pelos tubos que Lhe oferecemos.
(….)”                                    efeméride?                              Por isso devemos ser homens de es-
    Como tornar PRESENTE todas               Segue uma selecção até à retira-    perança. (…) Para nós um regresso
e todos que direta e indiretamente       da do Alberto Osório, dando tributo     ao passado não é possível e o futuro
contribuíram para que a edição do        ao seu caboqueiro.                      depende da acção de cada um de
“espiral” fosse possível ao longo des-                                           nós, quer individualmente, quer
tes cinquenta números? Ao aconte-           Nº 1- dezembro de 1999, edi-         como membros da Fraternitas.»
cimento número 50 costuma associ-        torial de João Simão:
ar-se festivamente- celebrando e/ou          «(…) Não menos certa, por de-          Nº 6- setembro de 2001, “bre-
homenageando – as bodas de ouro.         correr da condição de ser vivo, é a     ves”, pág. 3, por Albero Osório:
Começando pelo seu responsável do        mudança.(…) Mudar não significa            «Este nosso Boletim continua a
primeiro número (dezembro de 1999)                                               ser teu! É certo que também depen-

                                         redescobrir o caminho da fé para fa-    caminho para conduzir os homens
     Peregrinos                          zer brilhar, com evidência sempre
                                         maior, a alegria e o renovado entusi-
                                                                                 fora do deserto, para lugares da vida,
                                                                                 da amizade com o Filho de Deus,
                                         asmo do encontro com Cristo" (n02).     para Aquele que dá a vida, a vida
     Celebramos o número 50 do Es-           No nosso caso de sacerdotes este    em plenitude" (n02).
 piral, como celebramos as Bodas de      encontro com Cristo é muito profun-         A fé não é, apenas, uma atitude
 Prata do Vaticano II. Celebramos a      do: além de chamados a participar       da inteligência, é um projecto de
 nossa vida de peregrinos. E servimo-    da sua vida nova, "na graça             vida, uma exigência de santidade. É
 nos de uma bela reflexão do cardeal     baptismal, Ele associou-nos ao seu      esse o longo caminho da nossa pere-
 José Policarpo:                         ministério de amor à Igreja. Em cada    grinação, por onde se entra pela fé.
     «Bento XVI proclamou um Ano         acto do nosso ministério, há um en-     Dessa aventura de vida nova, o pró-
 da Fé, para comemorar o quinqua-        contro de amor, através de nós, Cris-   prio Cristo afirmou: "Eu sou a Por-
 gésimo aniversário da abertura do       to ama a Igreja. Ecoa em nós aquela     ta" e "Eu sou o Caminho", para uma
 Concílio Vaticano II.                   Palavra que lembra aos homens que       vida que é Ele próprio: "Eu sou a
     (…) O Santo Padre apresenta a       Deus os ama, que não desistiu de-       Vida". Há, assim, uma afinidade ín-
 fé como uma porta "que introduz na      les. No nosso ministério descobrimo-    tima entre a fé e Jesus Cristo. A ca-
 vida de comunhão com Deus e per-        nos a caminho, peregrinos da Pátria     minhada da fé é feita com Jesus Cris-
 mite a entrada na sua Igreja". É uma    definitiva, não isoladamente, mas       to, vivendo como Ele vive e como
 porta sempre aberta para nós "a atra-   com a Igreja, o Povo do Senhor.         quer que vivamos.
 vessar aquela porta implica             Ouçamos o Papa Bento XVI: "A                Texto completo em:
 embrenhar-se num caminho que dura       Igreja no seu conjunto, e os Pastores       http://agencia.ecclesia.pt/
 a vida inteira" (n01). "É preciso       nela, como Cristo devem pôr-se a        cgi-bin/noticia.pl?id=92357
l
         espiral
                                                                                    A Igreja                          15



de do dinamismo (ou ausência do
mesmo…) de quem dele está como
                                          ciação com fraterna estima e atenta
                                          oração.”
                                                                                    que eu amo
responsável. Só te pedimos: partilha          Carlos Azevedo
os teus dons, os teus escritos, as tuas       “(…) e a solidarizar-me, na co-           «Quem se obriga a amar, obriga-
ideias, as tuas críticas, as tuas …       munhão de Igreja, com o que o             se a padecer», diz o provérbio por-
Partilha!»                                Vasco tão rectamente sublinhou no         tuguês. Quando se tem alguém a
                                          Editorial. Só com Comunhão e Amor         quem se ama muito, ternamente, so-
    Nº 13/14, outubro de 2003,            do Evangelho, e com as pessoas con-       fre-se quando, a nosso ver, nos pa-
“Nota do Responsável”, pág. 3:            cretas do nosso dia-a-dia, é possível     rece que algo não está bem com esse
     «Este é um número especial, (…).     dar «razões de Esperança.» É neces-       ente a quem queremos tudo de bom
Tal prende-se directamente com o          sário escrever, comprometendo-nos         (usa-se agora muito)… como sendo
inesperado passamento do nosso            com este serviço de Honra! Desejo         algo ou alguém de nós, do nosso san-
querido Padre Filipe.(…) Julgamos         a todos a prossecução feliz duma          gue, com quem convivemos, recebe-
prestar, assim, uma justa homenagem       caminhada-movimento onde a fra-           mos e damos algo, mutuamente, e
ao homem de Deus que                      ternidade é sinal e fascínio. Não há      por quem continuamos a interessar-
visionariamente, entre nós, também        melhor carta de apresentação!”            nos e a acompanhar, de perto ou de
se lançou na “recuperação” dos qua-           Januário Torgal Ferreira              longe, como nos for possível – mas
lificados mas ostracizados baptiza-           . “(…), com votos de que conti-       do coração, com o intelecto que
dos que, tendo recebido da Igreja,        nue a ser um bom instrumento de           Deus nos deu e com a alma!
Mãe e Mestra, o sacramento da Or-         ligação e formação.” Manuel Falcão            É o que, desde há muito e cada
dem, mas que, por razões diversas,            . “(…) que li de fio a pavio como     vez mais se passa ao pensar na “mi-
tendo constituído família, ou não,        sempre. Convenço-me que nada lhe          nha” (desculpem, é uma maneira de
haviam optado pelo seu não exercí-        vai faltar para continuar no mesmo        dizer) Igreja: – ao vê-la passar… ao
cio directo e efectivo, aí estavam …      ritmo. Que o nosso Deus os aben-          ver como tantos meus irmãos e ami-
na praça e sem contrato (Mt 20, 3),       çoe e que o vosso e nosso desejo se       gos e Seus filhos passam por Ela –
alheios uns dos outros, que não do        tornem quanto antes numa atitude          “Mãe e Mestra” – ou dela se desvi-
mundo nem da Igreja a quem amam.          da mãe Igreja.”                           am, se afastam, como se d’Ela nada
    Não teremos nem a última, nem             Manuel Martins                        tenham recebido, ou fosse alguém
a melhor palavra, pois esta, certa-                                                 estranha, ou estrangeira e de outro
mente, já lha deu o Senhor a Quem            Nº 21/22, outubro de 2005/             planeta; de quem nada esperam, com
ele, como bom servidor (Lc 17, 10),       março de 2006, em “Nota do Edi-           quem nada querem, por nada lhes
devotada e denodadamente serviu:          tor”, pág. 10:                            dizer na vida.
“Entra no gozo do teu Senhor” (Mt              «(…)Mas importa repensar os              Sinto, como Seu filho grato e
25, 21).»                                 moldes do nosso boletim e, princi-        amante, de quem continuo a beber
                                          palmente, julgo chegado o momen-          água do Rochedo e a ser sustentado
   A. Osório, Nº 20, julho/Setem-         to de se proceder à minha substitui-      com leite e mel e o maná do Seu Fi-
bro de 2005, “ecos do…”, pág. 7:          ção. (…) é importante renovar. Va-        lho Eucarístico, que esta “minha” se
   N.E: temos recebido mensagens          mos pensar e andar para a frente!»        Igreja rejuvenescesse, frutificasse
de alguns dos senhores bispos que,                                                  (ou se santificasse) para continuar a
agradecendo, tecem comentários ao               Ontem (setembro de 2001, es-        dar a Luz das nações e Salvação a
nosso boletim. Eis as mais recentes.”     piral n.º 6, pg. 3), como hoje (1º tri-   todo o mundo – ainda que para tal
Depois de agradecerem a oferta do         mestre de 2013), como amanhã (que         (e a Ele peço a absolvição e milhões
boletim, acrescentam:                     futuro?! ...), voltemos ao seu primeiro   de perdões…) Sua Santidade se fi-
   “(…) e felicito-o [Vasco] pela         editor, Alberto Osório, não sem an-       zesse “renovar”, o Colégio
confiança depositada na sua pessoa        tes lhe declararmos , e ao seu su-        Cardinalício também; a Igreja se in-
pelos membros da Associação, e faço       cessor e atual editor, Fernando Félix     comodasse mais com a falta de paz,
votos para que possa ajudar todos a       – a nossa profunda gratidão: «Este        de que Jesus tanto falou e que tanto
encontrar o seu lugar na Igreja, como     nosso Boletim continua a ser teu! É       desejou: «A paz esteja sempre con-
membros de pleno direito, sempre          certo que também depende do dina-         vosco!»
prontos para o serviço aos irmãos.”       mismo (ou ausência do mesmo…) de              Que a Igreja seja a nova gruta de
António Vitalino                          quem dele está como responsável.          Belém, onde todos lá reentrassem e
   “ Permite-me contactar com uma         Só te pedimos: partilha os teus dons,     se reencontrassem.
realidade viva da nossa Igreja e          os teus escritos, as tuas ideias, as
acompanhar os caminhos da Asso-           tuas críticas, as tuas … Partilha!»                              Silv Pinto
                                                                                                      José Silva Pint o.
A Fé conforonta-se com bloqueios
                                        D. Manuel Clemente, bispo do Port o
                                                                     Port




                                                                                                                                       | P.Ta Malmequeres, 4 - 3.º Esq | 2745-816 QUELU Z | E-mail: fernfelix@gmail.com
    A exortação apostólica pós-sinodal Ecclesia in Europa,         sentido da missão e da nova evangelização, só poderá ter
de 2003, mereceria mais atenção da nossa parte. Sempre que         como suporte a comunidade cristã nas suas várias
a releio, noto-lhe o eco da Gaudium et Spes, quatro décadas        concretizações, a que poderemos chamar o sujeito comunitá-
depois. Começa também com uma leitura dos sinais dos tem-          rio da evangelização. Como estipulou em 1988 outra exorta-
pos, para sugerir de seguida o que a Igreja há de ser e fazer      ção apostólica pós-sinodal, também em direta decorrência
no novo contexto. Trata-se de herança conciliar em sentido         conciliar: «É urgente, sem dúvida, refazer em toda a parte o
pleno. Olha para o “velho” continente e não demora em con-         tecido cristão da sociedade humana. Mas, a condição é a de
cluir: «De facto, os nossos dias, com todos os desafios que        refazer o tecido cristão das próprias comunidades eclesiais…»
nos lançam, apresentam-se como um tempo de crise. Muitos           (Christifideles Laici, nº 34).
homens e mulheres parecem desorientados, incertos, sem es-             A este propósito, a Ecclesia in Europa esclarece e detalha:
perança; e não poucos cristãos partilham estes estados de alma.    «O Evangelho continua a dar os seus frutos nas comunidades




                                                                                                                                        Boletim de Fraternitas Movimento | Trimestral |
Numerosos são os sinais preocupantes que inquietam, ao iní-        paroquiais, no meio das pessoas consagradas, nas associações




                                                                                                                                                                                  QUELU
cio do terceiro milénio, o horizonte do continente europeu…»       de leigos, nos grupos de oração e de apostolado, nas diversas
(Ecclesia in Europa, 7).                                           comunidades juvenis, e também através da presença e difu-
    “Preocupantes”, são agora os sinais dos tempos. E a exor-      são de novos movimentos e realidades eclesiais. De facto, em
tação apostólica enumera alguns: a “crise da memória e he-         cada um deles o mesmo Espírito consegue suscitar renovada
rança cristãs” (ibidem), tão coincidente com a quebra cultural     dedicação ao Evangelho, generosa disponibilidade para o
acima anotada; o “medo de enfrentar o futuro” (EE, 8),             serviço, vida cristã caracterizada por radicalismo evangélico e
porque dificilmente se projeta sem base e sem encosto; a “frag-    zelo missionário» (EE, 15). Inegavelmente, a paróquia conti-
mentação da existência” (ibidem), própria dum ego sem              nua a ter um papel central, em termos de vizinhança e ritmo
amarração externa e interna; o “enfraquecimento progressi-         cristão da vida para o comum dos crentes. Tem a força de
vo da solidariedade” (ibidem), que a remete para as institui-      milénio e meio de progressiva existência e a debilidade de ter
ções específicas; e, mais radical ainda, “uma antropologia sem     nascido sobretudo em meio rural, que dificilmente se projeta
Deus e sem Cristo” (EE, 9), qual “apostasia silenciosa”, ou        tal e qual em meio urbano e, ainda mais, de urbanização mas-
“nova cultura”. Muito problemática, esta: «Estamos perante         siva. A Ecclesia in Europa crê que, «embora carecida de cons-
o aparecimento duma nova cultura, influenciada em larga es-        tante renovação», a paróquia «é capaz ainda de proporcionar
cala pelos mass-media, com características e conteúdos fre-        aos fiéis o espaço para um real exercício da vida cristã e ser
quentemente contrários ao Evangelho e à dignidade da pes-          lugar também de autêntica humanização e sociabilização, quer
soa humana. Também faz parte de tal cultura um agnosticismo        no contexto dispersivo e anónimo típico das grandes cidades
religioso cada vez mais generalizado, conexo com um relati-        modernas quer em zonas rurais com pouca população» (15).
vismo moral e jurídico mais profundo que tem as suas raízes            Renovação paroquial que passará pela sua tessitura inter-




                                                                                                                                         P.Ta
na crise da verdade do homem como fundamento dos direi-            na, em termos de “comunidades de comunidades” e “famí-
tos inalienáveis de cada um» (ibidem).                             lia de famílias”, para usar expressões típicas do pontificado
    A estes “sinais preocupantes”, a exortação apostólica não      wojtyliano; passará também pela necessária cooperação inter-




                                                                                                                                                                                  Redacção: Fernando Félix
deixou de contrapor alguns “sinais de esperança”, conside-         paroquial, no esquema de “unidades pastorais” ou outro se-
rando-os outras tantas marcas do «influxo do Evangelho de          melhante; e contará decerto com a cooperação que podem
Cristo na vida da sociedade» (EE, 11). E especificou: a liber-     oferecer «os novos movimentos e as novas comunidades ecle-
dade da Igreja no Leste europeu, a concentração na missão          siais» que, sempre segundo a Ecclesia in Europa e as propos-
espiritual e na evangelização, a maior consciência dos batizados   tas sinodais que lhe subjazem, «ajudam os cristãos a viverem
quanto aos seus dons e tarefas e a maior presença da mulher        mais radicalmente segundo o Evangelho; são berço de diver-
nas estruturas e setores da comunidade cristã (cf. ibidem).        sas vocações e geram novas formas de consagração; promo-
Não é difícil apurar a coincidência destes pontos com as ve-       vem sobretudo a vocação dos leigos e levam-na a exprimir-
rificações e expectativas da Gaudium et Spes – especialmente       se nos diversos âmbitos da vida; favorecem a santidade do
nos seus números 40 a 45, dedicados à «missão da Igreja no         povo; podem ser anúncio e exortação para muitos que de
mundo do nosso tempo». Mas a persistência das análises só          outro modo não se cruzariam com a Igreja; frequentemente
pode motivar-nos para uma correspondência eclesial mais            apoiam o caminho ecuménico e abrem sendas para o diálo-
expedita. Tal correspondência, incidindo na vida interna e ex-     go inter-religioso; servem de antídoto contra a difusão das
                                                                                                                                                        espiral




terna da Igreja, ou melhor, redefinindo a sua vida interna no      seitas; são de grande ajuda para irradiar vitalidade e alegria na
                                                                   Igreja» (EE, 16). Também nestes pontos se recebe a herança
                                                                   conciliar, assim expressa, por exemplo, no decreto sobre o
      Há um espaço na blogosfera para a partilha e                 apostolado dos leigos: «Os cristãos devem exercer o seu
                    reflexão da Fraternitas:                       apostolado unindo os seus esforços. Sejam apóstolos tanto
         http://fraternitasmovimento.blogspot.com                  nas suas famílias como nas suas paróquias e dioceses – co-
     Visite. Deixe comentário. Mande mensagens para                munidades que exprimem a natureza comunitária do
             fraternitasmovimento@gmail.com                        apostolado -, e também nas associações e grupos que livre-
                                                                   mente resolverem formar» (Apostolicam Actuositatem, 18).

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Espiral 50

  • 1. espiral da ANO xIV fraternitas moviment - ternit vimento boletim da associação fraternitas movimento N.º 50 - J ANEIRO/mARÇO de N.º JANEIR ANEIRO/mARÇO 2013 papa fr ancisco um irmão no vaticano fERNANDO fÉLIX Ás 19h22 em Lisboa, Na varanda central da Basílica Mario Bergoglio foi eleito cardeal (em 2001), alguns ar- de S. Pedro, no Vaticano, surgiu sorridente o recém- gentinos queriam viajar para Roma para celebrar a dig- eleito Papa Francisco para saudar cerca de 150 mil nidade. Mas ele convenceu-os a dar aos pobres o di- pessoas que lotaram a Praça. nheiro que gastariam na viagem. Este episódio ajuda a As primeiras palavras foram carinhosas: «Irmãos e entender a escolha do nome Francisco, o nome do san- irmãs, boa-noite!» E fez um momento de pausa. De- to italiano conhecido pela dedicação aos pobres, pela pois, continuando a sorrir, prossegiu: «Sabeis que o humildade e simplicidade, com radicalidade. Como je- dever do Conclave era dar um bispo a Roma. Parece suíta, é natural que também tome como referência São que os meus irmãos cardeais foram buscá-lo quase ao Francisco Xavier, um apaixonado pela ação missionária fim do mundo… Eis-me aqui! Agradeço-vos o acolhi- da Igreja. mento.» Alguns sinais exteriores demonstram igualmente a per- Note-se o uso consciente das palavras. Disse «Bis- sonalidade do Papa Francisco: a cruz que traz ao peito po de Roma», não disse «Papa». não é refulgente. Ele é afável e humilde, fazendo lem- Depois, teve uma atitude de reconhecimento ao brar o Papa João XXIII… Já enquanto bispo e cardeal, seu predecessor: «Antes de mais nada, quero fazer uma ele se mostrava amigo das pessoas, abdicou do palácio oração pelo nosso bispo emérito Bento XVI. Reze- episcopal e vivia junto da sua catedral num singelo apar- mos todos juntos por ele, para que o Senhor o aben- tamento. Caminhava pela rua, viajava em transportes çoe e Nossa Senhora o guarde.» públicos, ia a um bar comer sandes com os seus padres. Em seguida, falando ao coração dos presentes e ao mundo inteiro - era a sua primeira mensagem à cidade O pensamento do Papa Francisco e ao mundo - aludiu ao caminho que quer fazer com Das homilías que fez antes de ser papa, podemos toda a Igreja: «Um caminho de fraternidade, de amor, retirar a linha do seu pensamento. Acerca do aborto, diz de confiança entre nós. Rezemos sempre uns pelos ou- que nunca é solução. Devemos escutar, acompanhar e tros. Rezemos por todo o mundo, para que haja uma compreender, e, sempre, salvar vidas. grande fraternidade.» Antes tinha explicado como fazê- Condena a exploração e o tráfico de pessoas. Cha- lo: «Iniciamos este caminho bispo e povo, este cami- ma-lhes crimes aberrantes. E não suporta que as ideolo- nho da Igreja de Roma, que é aquela que preside a gias políticas e económicas causem dramas em pessoas, todas as Igrejas na caridade.» E concluiu: «Espero que famílias e nações, nem tolera silêncios cúmplices, a co- este caminho de Igreja, que hoje começamos, seja fru- meçar pela própria Igreja. tuoso para a evangelização desta cidade tão bela!» Acerca da educação, diz que esta deve suscitar a har- Por cidade, claro, entende Roma, mas também o monia, a harmonia da pessoa consigo mesma, com o mundo, no sentido que usou Santo Agostinho. seu passado, presente e futuro, e harmonia construída E antes de se retirar, surpreendeu o mundo, ao pe- na aprendizagem das culturas, da identidade de cada dir «um favor». Inclinando-se, disse: «Peço-vos que ser. E explica que isso faz-se artesanalmente, com cui- rezeis ao Senhor para que me abençoe a mim; é a ora- dado, esmero, persistência. ção do povo, pedindo a bênção para o seu bispo.» E apela à alegria, ao entusiasmo na evangelização. Não basta ter uma mensagem para transmitir, é preciso As surpresas do Papa Francisco vivê-la e testemunhá-la com ânimo, para contagiar os Conta o jornal inglês The Guardian que, quando outros.
  • 2. 2 espiral Livros de associados da Fraternitas editados em 2012 Urtélia Silva Urtélia Silv O secretariado deseja inventariar as obras dos associados e ir anunciando no Espiral. Continuo a basear-me nos dados dos livros de que o secretariado dispõe, desta vez apenas os editados em 2012, e por ordem de chegada. «NATAL – VERDADE. LEN- ménico de Niceia, no ano de 325, jurídica (“halaká”), seja na ordem DA. MITO”, A. Cunha de Oliveira terão contribuído bastante para a ex- ético/moral (“hagadá”). Assim as (2012), Edição do Instituto Açoria- pansão da Festa do Natal- a celebra- “Narrativas da Infância” dos no de Cultura / Angra do Heroísmo, ção da humanidade do Senhor Jesus evangelistas Mateus e Lucas não são digitação e revisão de Antonieta de Nazaré. história, no verdadeiro sentido da pa- Lopes Oliveira, [formato 24x17x3 Dos quatro Evangelhos lavra, nem podem tomar-se ao pé da com 595 páginas]. canónicos só dois (Mateus 1,18-2,23 letra os acontecimentos que delas Dedicatória, página 15: e Lucas 1,5-2,52) principiam, à ma- constam. Aliás, as divergências en- «À Antonieta, ao Nuno e à tre os dois evangelistas são Susana, que despertaram em mais que muitas a respeito do mim a magia do Natal. mesmo, convergindo em mui- À Catarina, ao Vasco, ao to pouco. Artur, ao Pedro e ao Diogo, Assim, por exemplo, as in- para que a compreendam. terpretações que se tem dado Na contracapa: à perícopa de Mt.1,18-25, pre- Embora não pareça, o que tendendo salvaguardar à viva humanamente caracteriza o força a virgindade de Maria, a Natal- esta inefável aspiração Bem-aventurada Mãe do Se- ao renascimento- é anterior e nhor Jesus, não resistem a uma independente do nascimento análise filológica cuidada do do Senhor Jesus de Nazaré. texto e do seu género literário, Não foi, pois, o Cristianismo nem às razões da Razão e da que criou a Festa do Natal, Autonomia das Realidades Ter- mas ao contrário: em Roma, a restres. Ademais, a ideia da vir- celebração pagã do “Natalis gindade de Maria não aparece Solis Invicti” a 25 de Dezem- nos escritos dos Padres da Igre- bro de cada ano (quando o Sol ja antes de Sº. Efrem (306- principiava de novo a estar 373). Como se vê, só a partir mais tempo acima do horizon- do século IV, já bastante longe te) é que deu origem ao ciclo (portanto) da tradição apostó- festivo do Natal cristão. Tan- lica oral ou escrita. E quanto a to assim que, só à volta do ano documentos do magistério 330 da nossa Era, e nunca an- eclesiástico, a expressão “vir- tes, principiou a celebrar-se o gem antes, no e depois do par- nascimento do Senhor Jesus. to” só aparece a 7 de agosto A quase interminável de 1555 na Constituição Apos- quantidade e variedade de contro- neira de prólogo, com “Narrativas da tólica “Cum quorumdum”, do Papa vérsias e opiniões que, nos primei- Infância”, que não são género literá- Paulo IV (1553-1559). ros séculos do Cristianismo, o atra- rio história, isto é, narrativas histó- vessaram a respeito das naturezas hu- ricas em que a expressão literária Pedido de aquisição: IAC- mana e divina de Jesus de Nazaré e, corresponda ao objecto ou facto des- www.iac-azores.org / iac@iac- oficial e magisterialmente, só termi- crito, mas “midrash”- género literá- azores.org / Alto das Covas, nº67 / naram com a definição do dogma da rio judaico com que se procura o sen- 9700 Angra do Heroísmo AÇORES; divindade de Jesus no Concílio Ecu- tido de textos bíblicos seja na ordem telefone: 295215825
  • 3. l espiral 3 À queima-roupa, lançou-me o de- “ LICEU NACIONAL DE CHA- VES – 1903-2003”, Alípio Martins Afonso (Setembro 2012), Edição do safio: - Alípio, tens de fazer a História Correio autor – 3ª- revista e aumentada, apoios da Câmara Municipal de Cha- do Liceu. Como quem não quer comprome- ter-se, respondi-lhe, evasivamente: dos sócios ves e da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, [formato 24x17x3,2 - Vou tentar. Várias mensagens foram envia- com 511 páginas]. Tentei e cumpri. das para o Secretariado, através Dedicatória, página 5: Aqui chegado senti-me inteira- do endereço de correio eletrónico A minha mulher, Maria Zélia mente desobrigado do compromis- secretariado@fraternitas.pt. Martins Afonso, em compensação so assumido com o saudoso e queri- anscrev ex cert Tr anscre v em-se e x cer t os. das muitas horas que este trabalho do amigo José Augusto, até ser de- Urtélia Silva Urtélia Silv roubou ao comum convívio e lazer safiado por um novo sonho através familiares e como preito de gratidão da Comissão Promotora das Come- EM JANEIRO pela sua análise crítica. morações Centenárias do Liceu. No dia 9 – Bráulio: «Após mais Na contracapa: Voltei a tentar e a cumprir. de um mês de silêncio, estou hoje a Tinha-me despedido, recente- O presente volume ultrapassa, tentar retomar o meu ritmo. No dia mente, do ensino. Assinara a carta assim, o sonho primitivo, posto que 3 de dezembro fui operado, no Hos- de alforria e aguardava, a todo o nele se fundamente. É um trabalho pital de Santa Maria, no Porto, a um momento, o despacho para a melhor a três mãos. Oxalá agrade a todos os nódulo, felizmente benigno, na glân- e última profissão – «Dias e dias à que confiaram e venha a merecer a dula parótida. Foi uma operação que, boa vida». simpatia dos seus leitores. pela sua especificidade, demorou 6 horas. Mais uma vez Deus e a Sua Mãe estiveram ao meu lado. Neste momento sinto que estou a recupe- rar esperando não ficar com seque- las. Desejo-vos um Bom Ano 2013 sobretudo com saúde. Agradeço as vossas orações.» No dia 17 – Armando + Pamela: «Oremos! Nós por todos e todos por nós. Não estou palpavelmente me- lhor depois dos dois episódios de urgência. Estou esfalfado e titubeio ainda mais. A primeira consulta pós- operação nada juntou à recuperação porque o cirurgião faltou. O substi- tuto não respondeu às mais impor- tantes das minhas questões e dizen- do "tenho outro paciente" levantou- se e deixou-me só, com o meu cace- E punha-se-me a pergunta: Pedido de aquisição: Livraria te no gabinete, saindo e dizendo: - Agora, enquanto não sou alista- Antígona - Rua de Santa Maria, 28 / marque consulta com a enfermeira do na Companhia do Além, que vou 5400-376 CHAVES – que demorei a encontrar. Fica para fazer? Tf: 276326239; Tm.: 961922577 4 de Abril! Orações, precisam-se! Como amigo, o José Augusto (…)» Fillol, pensou lá para consigo: Se puderem, - Vou meter o Alípio em traba- levem os vossos livros No dia 18 – D. Manuel da Silva lhos, antes que se deixe cair no torpor e outras obras Martins, bispo: «Gostei sempre muito maligno do “come e dorme”. E me- para os Encontros Nacionais! do Espiral. Apreciei muito este Es- teu. piral. Felicito o diretor e colabora-
  • 4. 4 espiral Correio dos sócios (continuação)............ dores. Tenho pena que não se asso- também co-coordenador do respec- mieloma) junta-se uma amiloidose ciem a vós tantos padres dispensa- tivo site www.padrescasados.org): primária. Para manutenção da situa- dos. Oxalá tal venha a acontecer. «Prezados Bispos, Padres da ativa, ção (que é irreversível), já começa- Estou convosco e, neste princípio do Padres casados do Brasil, América ram a mentalização para a ano, peço para vós as mais genero- Latina e outros continentes, Irmãs, hemodiálise, numa 1ª fase. O resto sas bênçãos de Deus.» Leigos engajados, envio-lhes a nova seja o que Ele quiser e a vida deixar edição do jornal Rumos, do MFPC e nós nos atrevermos a contrariar. No dia 29 – Fernando Neves: do Brasil, n° 229. Esta é a edição Sem grandes alarmes para os irmãos «Tive ontem consulta de nefro e há eletrônica, que será repassada a mais Fraternitas.» um agravamentozito da situa- de quatro mil (4.000) leitores, via e- ção.(…) Decidiu que eu precisava mail. (…) No dia 23 – Agostinha Mendes de ser internado para exames, a ver Ouso convidar que assine o jor- (Tita) – Enviou mensagem a divul- se se consegue estabilizar os rins, nal impresso quem de vocês ainda gar o livro de Alípio Afonso (que que têm vindo a piorar, e que se não não o fez. O procedimento consta apresentamos na página 3 deste bo- se fizer nada depressa chega a na pág. 2, em "EXPEDIENTE". letim). hemodiálise. (…) Admirou-se de os Boa leitura. Explicito que a linha do HUC ainda não terem feito este con- jornal é a profética, de anunciar e No dia 28 – Ramos Mendes: «É trole. Serei internado amanhã, para denunciar. Solicito suas apreciações este o dia em que o Papa Bento XVI o efeito, na nefro. Sem alarmes!» (Ver e avaliações, através de meu e-mail deixa o ministério petrino. Uma lon- também dia 23 de fevereiro) : gilgon@terra.com.br (…). Agrade- ga reflexão o assunto me proporcio- ço e transmito cordial e fraterno na. Mas não é o momento de o fa- EM FEVEREIRO abraço. (…)» zer. (…) Mas o que agora me leva a No dia 9 – António e Zélia escrever é para, por intermédio do Mourinho: «PARABÉNS A TO- No dia 19 – Fernando Félix: nosso secretariado, enviar um abra- DOS OS ANIVERSARIANTES «Neste momento, a Maria José está ço fraterno ao nosso João Simão por DESTE ANO DE 2013.Que Deus a fazer traduções. Tem três livros em este seu aniversário natalício. Que- os ajude a repetir muitos anos com cima da secretária. E neste sentido, ria enviar-lho directamente a ele, mas paz, saúde e Bênção de Deus.» se conheceres alguém que precise de não encontro o contacto (…) é apa- tradutor(a), de espanhol ou italiano, nágio dos músicos. Que Deus con- No dia 14 – Joaquim Soares: de preferência, estamos disponíveis.» ceda ao João Simão ainda muitos «Como devem saber, faleceu o pá- anos de vida e força para escrever roco de Penafiel, Monsenhor Gabri- No dia 19 -António Limas/ como tem feito, com clareza, cora- el. Foi professor e prefeito no Semi- Buenos Aires [A propósito de um gem e firmeza.» nário Maior do Porto. O Dr. Emílio, PowePoint em espanhol, para quem o Dr. Quintas e eu fomos seus alu- admira Bento XVI]: «Me gustó No dia 28 – João Simão: «Venho nos. No funeral fizemo-nos represen- mucho!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Muchas gracias. agradecer os parabéns pelo meu ani- tar pelo Dr. Emílio. Pareceu-nos bem Abrazos para todos.» versário. Fico sempre sensibilizado que o livro de condolências fosse as- por me terem "visitado" assim no sinado, assinalando a nossa condi- No dia 22 – Manuel Paiva: «Sur- meu buraco aqui em Azurva. Ao José ção de padres casados. Fizemos sa- giu-me um enfisema pulmonar, que Ramos Mendes quero dizer que te- ber que a nossa associação estava re- é irreversível e que me obriga a estar nho muitas saudades de te ver e de presentada pelo Dr. Emílio.» resguardado, em casa, e com medi- falar contigo. Os tempos que passá- camentos.» mos juntos não esquecem.» No dia 15 – Gilberto /Porto Belo – SC (Coordenador do Conselho No dia 23 – Fernando Neves: Enviem o correio para: Editorial do Jornal RUMOS, publi- «(…) O meu problema tem-se agra- Urtélia Silva cação bimestral da Associação Ru- vado. A biópsia renal deu uma asso- R. Carlos Alberto Pinto de Abreu, mos/ Movimento das Famílias dos ciação um pouco explosiva: ao 33 - 2º Esq. Padres Casados do Brasil/MFPC, MGUS (gamopatia monoclonal ou 3040 - 245 COIMBRA página oficial na Internet: www.fraternitas.pt * e-mail: direccao@fraternitas.pt * blogue: http://fraternitasmovimento.blogsp
  • 5. l espiral 5 Em memória do Eng.º António Manuel Marques de Sousa No dia 3 de Janeiro passado tive- Vasc asco Fern Isabel e Vasc o Fer n andes encontros que fomos realizando no mos a notícia da partida para a Casa Porto do Pai do nosso amigo António Ma- Depois em Fátima num Encon- nuel Marques de Sousa. tro-Retiro em Abril-Maio de 1998, Foi sempre uma pessoa de gran- Encontro em que participaram tam- de serenidade, preocupado com to- bém, a sua presença e partilha de vida dos e com cada um, ladeado pela “ tornou-se de uma grande riqueza sua Manuela” que sempre o acom- para nós todos. panhou com grande ternura. Nós, o Vasco e eu tivemos a gra- Conheci-o ainda como Padre no ça de os visitar algumas vezes e sem- exercício da Ordem e, como assis- pre nos enterneceram com a sua ati- tente do Movimento de casais de Nª tude de preocupação e interesse em Senhora (equipes de que os meus saberem notícias de todos os que pais faziam parte) de que ele foi as- conheciam. sistente, e que eu admirei pela sua Partilhamos a alegria dos primei- presença de grande tranquilidade e ros netos gémeos que tinham nasci- saber. Depois estive ausente de Por- do e se encontravam no estrangeiro, tugal e nunca mais soube nada dele. a alegria de terem voltado para Por- Quando surgiram os Retiros de tugal e de os poderem “gozar” como Padres casados a convite do P. Fili- Avós. pe Figueiredo, nós - eu e o Vasco - Com os anos, surgiram as várias fomos ao 1º Retiro realizado em Fá- doenças do Eng. Marques de Sousa, tima e orientado pelo Sr. D. Serafim, algumas com bastante gravidade, e logo aí surgiu a ideia de se fazerem sobretudo no coração, as quais ulti- Encontros Regionais nas várias zo- mamente o foram levando a vários na Casa dos Jesuítas do Porto, que internamentos no Hospital de S. João, nas do País, o que se efetivou no Porto em Fevereiro de 1997, onde o nos cederam uma sala. onde o Vasco, como Voluntário, o Foi muito bom ouvir as suas pa- visitou algumas vezes, embora nes- encontrei de novo com a sua Mulher Drª Manuela Frada. lavras de partilha de vida e de incen- te último internamento não o tenha Começámos por um almoço num tivo para que surgisse um Movimen- podido ver, mas encontrava-se lá to que se veio a tornar a Fraternitas. com a Manuela, que lhe dava notíci- restaurante ali perto, em comum, O Casal esteve sempre presente e as pormenorizadas e a quem trans- para de alguma forma nos irmos co- nhecendo, e tivemos esse Encontro colaborante em todas as acções e mitia o conforto possível. Na nossa memória ficará sempre o sorriso constante para com todos, OBRIGADO a solicitude em acompanhar a vida da Fraternitas e dos seus Sócios, e Um Muito Obrigado por Tudo! A Eucaristia foi muito digna e mesmo quando deixou de poder fre- bonita. Para isso também contribuíram, sem dúvida, as presenças (e quentar Encontros e Retiros, o inte- vozes!) de associados e amigos da FRATERNITAS. Sabemos que o resse constante pelo que se ia pas- António Manuel está no Céu, unido a todos nós/vós! sando. Duma extrema paciência para Além da Sara e do David há, de facto, mais um neto, de 6 anos: o com todas as doenças que teve que Tiago Braga da Cruz Frada de Sousa. A mulher do António Manuel sofrer, deixou-nos essa marca de se- (filho), mãe da Sara, do David e do Tiago, chama-se Rita Braga da renidade e Paz que nunca poderemos Cruz. Um grande abraço fraterno e muito grato da, esquecer. Mais um “Santo” que intercede Maria Manuela, António Manuel, Rita, Sara, David e Tia go Rita, Da Tiago por nós junto do Pai, demos Graças a Deus! pot.pt * e-mail: secretariado@fraternitas.pt * página oficial na Internet: www.fraternitas.pt * e-mail: tesouraria@fraternitas.pt
  • 6. 6 espiral Relembrando António Manuel Marques de Sousa Manuel António conflito interior que o levava a ter nevoeiro das emoções fáceis e das uma relação pouco espontânea, nada palavras vazias. Continuava a ter na O meu último encontro com este dada a euforias de socialização. Adi- contemplação uma pacificação das irmão foi vivido na véspera do seu vinhava-se nele uma certa identida- contrariedades do intelecto e das in- funeral num grande recolhimento, de fragmentada por solicitações in- tempéries do sentimento. Continua- enquanto um grupo de amigos reza- teriores de sinal contrário, talvez va a demandar os segredos íntimos va o terço juntamente com a sua es- porque o espartilho do enquadra- da vida que não chega a dissolver-se posa, a nossa irmã Manuela Frada. mento institucional eclesiástico não e que resiste a todas as corrupções. Vivia-se aí um genuíno clima de fé e estivesse a corresponder aos seus Agora que o nosso amigo Mar- um ambiente contemplativo, que tra- mais profundos impulsos interiores ques de Sousa entrou no tempo sem duziam muito bem o traço mais da fé nem às expectativas que o teri- tempo, retenho o alerta que este per- marcante que eu retive deste amigo, am levado a ordenar-se. curso da sua vida deixa a cada um durante o tempo em que ele era pre- Passaram-se décadas, até que de nós, sempre condicionados pela feito no Seminário Maior do Porto e voltei a encontrar este nosso irmão atual sociedade ativista e pragmáti- eu estava aí fazer os meus estudos nas reuniões nacionais do ca, em que tudo é previsto e balizado, de Teologia. Fraternitas. Percebi que nele se ti- sem deixar lugar para um verdadeiro Enquanto António Manuel Mar- nha dado uma grande transfiguração. encontro connosco e com os outros. ques de Sousa exerceu a missão de Descobri nele uma faceta que não Estar vivo, respirar em cada momen- educador no seminário, eu nunca o mostrava, quando era para mim um to, é o milagre de cada instante que tive como prefeito. Por isso, o meu superior hierárquico na comunidade nós acabamos por banalizar de tal convívio com ele foi muito escasso. educativa do Seminário. Fiquei sur- modo que acabamos por o subesti- Dele sabia que se tratava de uma preendido de o ver agora como um mar. E todavia devíamos vivê-lo com vocação que ao tempo se designava irmão afável, carinhoso e próximo, uma alegria irreprimível, que nos fa- por tardia, pois tinha vindo para o que revelava uma impressionante lasse de Deus, mesmo quando nos Seminário após ter concluído o seu espontaneidade para partilhar con- confrontamos com experiências da curso universitário de Engenharia nosco as narrativas das costuras da sua ausência. Este ritmo iterativo Civil. Este percurso, raro naquele vida. Mas percebi também que as pontuado ao longo da nossa vida tempo, mostrava que a sua decisão mudanças determinadas pela sua vi- pode instilar em nós um silêncio pelo sacerdócio ministerial tinha tido agem interior deram novos matizes contemplativo, que seja muito mais uma límpida motivação de serviço à de humanização ao traço de identi- do que não fazer ruído: aquele silên- Igreja, pois naquela altura estaria ao dade que lhe descobrira nos idos da cio que é voz da imensidade e mur- seu alcance uma mais do que previ- década de sessenta. Continuava a ser múrio da eterna presença, que o sível carreira profissional de suces- alguém que procurava no silêncio António Manuel Marques de Sousa so, na sociedade civil. Foi seguramen- interior a energia que faz dissipar o estará a contemplar. te para dar resposta a inquietações religiosas profundas que ele se orde- nara presbítero, como se podia per- FLORILÉGIO FLORILÉGIO ceber pelos longos tempos que pas- sava em oração na capela do semi- enviado para secretariado@fraternitas.pt nário. De facto, a imagem que dele Habita, agora, na pátria celeste, 18 de maio de 1969, com Maria me ficou era de uma pessoa com uma este sócio fundador nº 23. Percorra- Manuela Pinto Félix Carneiro de intensa vida contemplativa, que se mos primeiro a sua Ficha Individu- Frada, residentes no Porto. Tiveram refletia na sua postura de grande re- al. Nasceu em 12 de julho de 1926, um filho. Existem 3 netos: o David e colhimento. Talvez por causa desse na freguesia de S. Gião, concelho de a Sara, gémeos de 8 anos e o Tiago perfil modelado por uma exigente Oliveira do Hospital, diocese da de 6 anos. Deixou a condição de “es- vida interior, não tinha uma relação Guarda. Ordenou-se presbítero, em trangeiro e peregrino sobre a terra ” pessoal muito próxima com os semi- 3 de agosto de 1958, na diocese do em 3 de janeiro do corrente ano, dia naristas. Pressentia-se nele um certo Porto. Engenheiro civil casou-se, em do Santíssimo Nome de Jesus.
  • 7. l espiral 7 queremos lembrar o nosso passado Passag em assagem entregar- e entregar-Te inteiramente Extraordinariamente consolado e protegido toda a nossa vida. por uma força que, na fidelidade Que a chama que trouxeste e no silêncio, me penetra, à nossa escuridão assim queria eu viver convosco estes dias aqueça e ilumine, em silêncio, e convosco entrar num Novo Ano. este nosso dia Se o que há de velho em nós e, se for possível, nos vier atormentar faz que nos encontremos de novo, e, se, nestes dias difíceis, Tua Luz pois sabemos que a Tua Luz brilha se tornar mais pesado o nosso fardo, em cada noite. Senhor, concede, Senhor, Se o silêncio for mais amplo a este nosso coração receoso e mais fundo ao nosso redor, redor, Felicidade Tu preparar. a Felicidade que Tu nos vieste preparar. deixa que nos atinja o toque íntimo transbordar, E já que nos estendes, a transbordar, do mundo que invisivelmente nos cerca o cálice amargo do sofrimento, Teus e que todos os Teus filhos possam, assim, temer, tu bem sabes que, sem temer, cantar- louvor. cantar-Te um hino de louvor. Te queremos dar graças Apoiados por esta força escondida Tua para, da Tua mão bondosa e amiga, vier, esperamos confiadamente tudo o que vier, aceitar. o podermos aceitar. porque Deus está connosco no amanhecer Já que, uma vez mais, e na noite plena, a Alegria nos queres oferecer vivemos mais fundo esta certeza, aqui, neste mundo, em cada novo Dia. sol-a-brilhar, debaixo do seu sol-a-brilhar, (Dietrich Bonhöeffer) Excertos de mensagens recebidas: em vão, não corremos em vão. Janeiro 4, 2013 8:23 am (…) se estiver de acordo, quando Janeiro 5, 2013 5:02 pm «Soubemos que o Engenheiro re- for possível faça chegar esta mensa- «Os nossos sentimentos de per- gressou à casa do Pai. Era um bom gem aos nossos amigos em provação. da e de conforto para a Manuela e homem, simples, simpático, amigo. Pedimos ao Pai que lhes faculte a luz toda a família.» Homem sério quis sempre transpa- que os ajude a manterem-se de pé. Armando e Pamela rência, verdade. Sempre apreciei o Estamos unidos, a caminho do Pai. seu sentido humano, discreto. Viveu Um abraço amigo.» Janeiro 6, 2013 a simplicidade da consciência reta. Joaquim Soares «Não me foi possível ir ao fune- Cumpriu o seu dever, realizou o Rei- ral, mas fui ao velório unindo-me à no. Paz à sua alma, "no seio de Janeiro 4, 2013 11:42 am oração dos presentes e cumprimen- Abraão". À sua família a nossa soli- «Transmite os meus sentimentos tando a sua esposa, estive presente dariedade. e da Maria José. (...) e confiemos em na medida das minhas possibilidades A' partida' é condição da nossa mais um intercessor no Céu.» e tenho-os presentes nas minhas ora- existência e assim testemunhamos Fernando Félix ções.» Aquele que nos chamou à vida, que Maria Beatriz Silva é vida e nos garante a vida, embora Janeiro 4, 2013 12:46 pm nos deixe sujeitos a esta desagrega- «Na "Casa do Pai" há muitas mo- «“Quando vier a multidão dos ção material, para conseguirmos o radas, Cristo o disse. Ele preparou teus santos, Senhor, como gostaria espiritual de que nos fala São Paulo. certamente para o nosso irmão An- de estar no meio deles!”, segundo um Os valores, os princípios que nos tónio Manuel o lugar merecido. Por célebre cântico espiritual. Que a motivaram continuam reais, válidos. ele e pela Manuela e seus filhos e Comunhão dos Santos reconforte os Só que esses valores são de outra or- netos a nossa prece e a nossa pre- seus entes queridos e seja para to- dem. Hoje precisamos de nos dizer, sença solidária.» dos nós estímulo de VIDA.» uns aos outros, que não acreditamos Ramos Mendes Urtélia Silva
  • 8. 8 espiral ORGANIZAR A ESPERANÇA T. Pado adov Anthony T. Pado vano Francisco Monteiro tradução e síntese: Francisc o Monteiro Anthony Padovano, padre dis- ultrapassa as limitações à presidên- justifica o apelo com as exigências pensado, teólogo, natural dos Esta- cia da Eucaristia que não tenham a da pastoral. dos Unidos, foi presidente da ver com a natureza substancial do Corpus, a associação de padres dis- ministério ordenado. O documento POSIÇÕES DOS CARDEAIS pensados norte-americanos, sendo defende que as paróquias não são Na véspera da sua morte, o car- atualmente embaixador da Corpus supostas ser centradas no padre e deal Carlo Martini, de Milão, deu junto de organizações internacionais, que por isso não podem ser vítimas uma entrevista em que discordava de como o movimento Nós Somos Igre- da ausência de padres. O Vaticano quem punha em questão as uniões ja, a Federação Internacional de As- II reflete-se neste documento: a Igre- civis entre parceiros homossexuais; sociações de padres dispensados e a ja como Povo de Deus; os sacramen- dizia que a Humanae Vitae fora um Plataforma Europeia para a Reno- tos e a Liturgia como património da “erro grave”; via a negação da Co- vação do Ministério Católico, orga- comunidade e o direito dos munhão aos divorciados e recasados nismo que foi formado a partir da batizados a atuarem segundo o seu como um “abuso de poder” e uma Federação Internacional. batismo, a sua consciência e as suas “injustiça”; afirmou que a Igreja Na sequência da última reunião necessidades pastorais. “está 200 anos atrasada” e que “as do movimento NSI Internacional, nossas liturgias e vestimentos são em Lisboa, escreveu este texto para UM MANDATO TEOLÓGICO pomposos” e pedia que a Igreja dei- o boletim da Corpus. Em abril de 2011, um terço de to- xasse de ser “receosa em vez de co- dos os professores de teologia em uni- rajosa”. O cardeal Schonbrun, de PACTO DAS CATACUMBAS versidades da Alemanha, Áustria e Viena, confirmou a eleição para um Esquecido durante muito tempo, Suíça assinaram um documento a pe- concelho paroquial de um jovem ho- mas reconhecido recentemente, o dir a reforma da Igreja Católica e o di- mossexual casado. “Pacto das Catacumbas” foi elabora- álogo sobre o seu futuro. Às 144 assi- A reforma da Igreja não é um do nas semanas finais do Concílio Va- naturas iniciais, muitas outras se jun- tema do passado mas do futuro. Os ticano II, em 16 de novembro de 1965, taram de teólogos de todo o mundo. temas em questão ecoam a compai- por 40 bispos que se reuniram nas O documento pede diálogo sobre o xão de Cristo. Catacumbas de Santa Domitila em fim do celibato obrigatório, a ordena- Roma e que acordaram testemunhar ção de mulheres e que os leigos sejam A REUNIÃO contra as vidas pomposas de muitos ouvidos na seleção dos bispos. O Movimento Internacional Nós bispos e afirmar a simplicidade do Em 8 de junho de 2011, mais de Somos Igreja (MINSI) foi fundado Evangelho das origens da Cristanda- 160 clérigos da arquidiocese de em Roma em novembro de 1996 de. O Pacto compromete os bispos a Friburgo, Alemanha, assinaram uma para apoiar a Igreja enquanto comu- viverem da mesma forma que a média declaração a afirmar que adminis- nidade de irmãos e irmãs, em que as das pessoas das suas dioceses e a es- tram a Comunhão a católicos divor- mulheres participem plenamente em colherem profissionais para adminis- ciados e recasados, invocando o todos os aspetos da vida da Igreja, trar as finanças de cada diocese. O cânone que afirma que a salvação em que não haja celibato obrigató- Pacto ecoa a opção preferencial pelos das almas é a lei suprema. rio para os padres, em que haja uma pobres e o propósito do Vaticano II de avaliação positiva da sexualidade e criar uma Igreja solidária. APELO À DESOBEDIÊNCIA da consciência e uma mensagem de Em junho de 2011, Helmut alegria e inclusividade. DOCUMENTO DOMINICANO Schuller, antigo Vigário-Geral da O MINSI reuniu em Lisboa de 26 Em 2007, quatro padres, pasto- Arquidiocese de Viena, divulgou, a 28 de outubro de 2012, com 22 res e teólogos Dominicanos, da em nome de 400 padres (um décimo delegados da Áustria, Brasil, Dina- Holanda, divulgaram, com aprova- do total), um apelo à desobediência marca, França, Alemanha, Irlanda, ção dos seus superiores, um docu- em que se convidam leigos a pregar, Holanda, Noruega, Portugal, Espa- mento intitulado Igreja e Ministério. se discute a ordenação, se acolhem nha, Suécia e EUA. Nesse documento defendia-se que a católicos divorciados e recasados à Pedro Freitas, Presidente celebração da Eucaristia é um direi- Comunhão e se apela ao diálogo so- cessante do MINSI dirigiu a reunião to batismal das comunidades, o qual bre o celibato obrigatório. Schuller na qual falou a teóloga feminista
  • 9. l espiral 9 NSI – França está representada no Conselho da Europa, em Estras- ENCONTRO burgo onde regularmente toma po- NACIONAL sições sobre temas da reforma da Igreja. « Que Fraternitas quere- Alemanha: tem desempenhado mos, para que Igreja? um papel fulcral na forma como o Casa Nossa Senhora MINSI se define e na formulação da das Dores (Santuário), em sua agenda. Entre as suas priorida- des: direitos humanos, democracia, Fátima ecologia e pluralismo religioso. Dia 26 de abril (6.ª-feira) Irlanda: em maio, a Associação de 20h00 – Jantar padres católicos juntou 1000 pesso- 21h15 – Informações. Serão Pedro Freitas, que orientará o Encon- as no apelo pela igualdade dos 22h00 – Descanso tro Nacional da Fraternitas batizados e pela abertura de todos Dia 27 de abril (sábado) os ministérios às mulheres. 8h30 – Pequeno-almoço Teresa Toldy sobre “Devemos ficar Itália: ADISTA, a principal agên- 9h00 – Laudes ou partir?” Como nova Presidente cia de informação nacional tem dado 10h15 – Encontro/grupos foi eleita Martha Heizer, da Áustria, apoio ao NSI – Itália nas suas 13h00 – Almoço que é amiga e colaboradora de atividades, designadamente no Pro- 15h15 – Encontro/grupos Schuller e do cardeal Schonbrun. jeto Conclave em 2005. As relações 19h30 – Vésperas Igreja–Estado são objeto de particu- 20h00 – Jantar HISTÓRIA DO MINSI lar preocupação. 21h15 – Tertúlia Ao longo dos anos, o MINSI que Holanda: principais preocupa- Dia 28 de abril (domingo) tem ligações com 41 países, tem fei- ções: comunidades de base, Igreja- 8h30 – Pequeno-almoço to uma reflexão teológica extensa e Estado, eutanásia, direitos humanos. 9h00 – Laudes profunda sobre a Igreja, organizan- Noruega: tenta ser afirmativa, 9h45– ASSEMBLEIA GERAL do sínodos sombra, uma conferên- mas não agressiva, objetiva mas não 12h00 – Eucaristia cia paralela ao Conclave de 2005, fa- pessoal no criticismo; no entanto, 13h00 – Almoço zendo milhares de apresentações e insiste no seu direito à liberdade de publicando documentos e tomadas expressão e ao pensamento crítico. Inscrições - Urtélia Silva: de posição, tais como um dossier de Portugal: começou em 1997. Nos secretariado@fraternitas.pt | 914 754 706 50 páginas relativo ao Concílio 50, últimos dois anos organizou dez en- Tesouraria - Fernando Neves uma celebração a ter lugar em Roma contros, habitualmente no Conven- tesouraria@fraternitas.pt | 968 946 913 em 2015, 50.º aniversário da conclu- to de S. Domingos (Dominicano), são do Vaticano II. sobre: sacerdócio casado, direitos ASSEMBLEIA GERAL O MINSI está intimamente liga- dos homossexuais e teologia da li- do com a Rede Europeia, a Ordena- bertação. É muito ativo na Rede A realizar no dia 28 de abril de ção de Mulheres a nível Mundial e a Europeia. 2013, pelas 9h45, na Casa Nossa Federação Internacional para a Re- África do Sul: está empenhado no Senhora das Dores (Santuário), em novação do Ministério Católico diálogo com os bispos e teve a sua Fátima, com a ordem de trabalhos: (FIRMC). O MINSI tem feito um tra- primeira reunião com a Conferência 1. Apreciação e votação da ata balho considerável para a continua- Episcopal da África do Sul em se- anterior. ção do espírito do Vaticano II nos tembro de 2012. 2. Apreciação e votação do re- seguintes países: Espanha: está muito ativo na latórios de atividades de abril Áustria: 1500 membros. Rede Europeia. Planeia realizar uma 2012a abril 2013 e das contas do Brasil: sobretudo no Nordeste, “Assembleia Universal do Povo Cris- ano de 2012. Leitura do Parecer do com centenas de comunidades de tão” para celebrar o Vaticano II. Conselho Fiscal. base. EUA: está intimamente associa- 3. Apreciação e votação do pla- Dinamarca. do com o consórcio de 20 organiza- no de atividades de abril de 2013 a França: muito influenciada pelo ções nacionais e regionais que tra- abril de 2014, e do orçamento para Bispo Jacques Gaillot. Principais pre- balham em temas de reforma e jus- 2013. ocupações: a Igreja não é um fim em tiça, chamado Organizações Católi- 4. Reflexão: «Que Fraternitas si mesma, mas existe para o mundo; cas para a Renovação (COR). A para que Igreja?» direitos humanos; não violência. O grande maioria dos católicos nos 5 - Outros assuntos.
  • 10. 10 espiral EUA não concorda com a política da Igreja relativamente à contraceção, ordenação de mulhe- res, celibato dos padres, direitos de O RESCRITO DE DISPENSA DO EXERCÍCIO DA ORDEM orientação sexual e participação de leigos. Algumas iniciativas de sete das organizações integradas no COR: Concelho Católico America- Fernando Neves no adotou uma “Lei Católica de Di- reitos e Responsabilidades”. “Chamada para a Ação” tem 25 O texto-formulário do chamado os efeitos do celibato obrigatório, 000 membros e está comprometida rescrito é um texto-resposta chapa- considerando-o como um entrave à com a reforma e a justiça social. batida, quase igual para todos os plena acção pastoral e à plena reali- “Católicos pela Escolha” tenta pedidos de dispensa, exceptuando o zação sacerdotal. redefinir a ética sexual; trabalha com nome do requerente, o nome do a ONU. Papa reinante, a data e a assinatura ANÁLISE DO RESCRITO Corpus é uma Comunidade cató- do Cardeal da Sagrada Congregação A expressão redução ao estado lica para a reforma e centra-se num para a Doutrina da Fé. laical “reductionem ad statem sacerdócio inclusivo; começou em Enquanto texto em si mesmo, é laicalem”, aparece duas vezes con- 1974 e ajudou a criar o COR em muito ambivalente, podendo classi- tra a expressão “ad statum laicalem 1992; é muito ativo na Rede Euro- ficar-se como uma conjugação de redactus” (reconduzido ao estado peia, MINSI e FIRMC. contrários, sobre o mesmo assunto: laical) , que aparece três vezes. E há Dignidade EUA tem vindo a tra- é, não é; pode, não pode. Como se muita diferença no sentido das duas balhar há 40 anos para assegurar os os responsáveis da Igreja tivessem a expressões. direitos das lésbicas, gays, bissexuais, prudência de dizer: ‘não sabemos se travestis, transsexuais e transgéneros estamos a fazer o correcto, para o Na introdução (LGBT), procurando desenvolver futuro, e a entravar os caminhos do O documento diz que o requeren- uma espiritualidade viável para os Espírito. Enfim: fecha-se a porta, te pediu a redução ao estado laical seus membros e apoiando-os legal- mas abrem-se todas as janelas e res- com dispensa de todas as obrigações mente quando são discriminados. piros. O que não será de admirar, se decorrentes da sagrada Ordem (e da Igreja Futura trabalha para man- se tiver em conta os tempos imedia- Profissão religiosa), inclusive do ter as paróquias vivas e para expan- tos pós-conciliares, que se viviam. peso de guardar a lei do sagrado ce- dir o conceito de sacerdócio. Recordo, por exemplo, porque libato, sendo o mesmo conteúdo re- Conferência para a Ordenação de possuo gravação áudio, a homília forçado no ponto 1. Mulheres (WOC) foi fundada em feita, em 1969, pelo Bispo Padre Ora, no meu caso pessoal, segun- 1975 e é a maior organização nacio- Conciliar Francisco Rendeiro, de sau- do fotocópia que guardo do requeri- nal que procura ordenar mulheres em dosa memória, no dia da minha or- mento original, eu pedi simplesmente todos os ministérios da Igreja. denação de presbítero, juntamente – e parece que ainda bem, porque com a de um colega subdiácono. “sacerdos in aeternum” – as graças CONCLUSÃO Dizia ele, embora, pessoalmente, da dispensa do exercício do múnus Muito do impressionante trabalho pendendo mais para a lei do celiba- inerente ao Ministério Sacerdotal e desenvolvido pelos grupos de refor- to: “o celibato não está intimamen- a licença para poder contrair Matri- ma católica contou com o apoio do te ligado com o sacerdócio de uma mónio Católico. E penso que, na MINSI. Todo este trabalho é conse- maneira absoluta, porque até a pró- maioria dos casos, se foi feito o pe- quência e complemento do Vatica- pria Igreja de Cristo diz e ensina que dido de redução ao estado laical, foi no II. “Tentámos fazer o nosso tra- pode ordenar sacerdotes casados. mais por uma imposição formulária balho respeitando a Igreja e a nossa (…) E hoje fala-se muito nessa pos- do que por convicção e sentir do re- consciência, a nossa vocação e a sibilidade. (…) Apresentam-se até querente. necessidade da comunidade. Encon- vantagens, que talvez houvesse, em Sobre a expressão guardar a lei do trámos amizade e fé uns com os ou- ordenar homens, sem os constituir sagrado celibato, convenhamos que tros.” Ansiamos pela celebração em em estado de consagração virginal.” nem sempre o sagrado é de origem 2015 do “Concílio que, segundo cre- Recordemos também que, em divina. Será, antes, uma criação dos mos, nos convocou para novas defi- 1970, com 42 anos, Ratzinger, o ac- homens do poder, em determinados nições de nós próprios e mais pro- tual Papa, chegou a assinar um do- contextos históricos, tendo em con- funda dedicação aos outros.” cumento conjunto de reflexão sobre ta alguns dos seus interesses pesso- página oficial na Internet: www.fraternitas.pt * e-mail: direccao@fraternitas.pt * blogue: http://fraternitasmovimento.blogspo
  • 11. l espiral 11 análise, comentários e considerações... ais ou grupais. casado. Não curou Ele a sogra de sar escândalo. Ora hoje, maior escân- Foi contra este tipo de sagrado Pedro? A conclusão é evidente: en- dalo e incompreensão para a maio- que Jesus reagiu fortemente, pela tão Pedro era casado. Veja-se tam- ria do povo de Deus parece ser o desumanização que provocava. bém 1 Cor.9. padre homem-só, carregando consi- Por exemplo, o Sábado – o sagra- Por sua vez, a primeira comuni- go, tantas vezes, frustrações que o do do mais sagrado que havia – é dade cristã atentou contra outro sa- podem fazer andar por caminhos tão desmistificado por Jesus em Mat. 12 grado do mais sagrado e consagrado ínvios. (em dia de Sábado, com grande es- que havia: a circuncisão. Foi a cau- Se, naqueles tempos, se falava cândalo dos fariseus, os discípulos sa julgada no 1º Concílio de Jerusa- assim, compreende-se que esses es- colhem e comem espigas; David, lém, com a seguinte conclusão: O cândalos não podem, hoje, ser senão com os seus homens, come os pães Espírito Santo e nós próprios resol- dos do tipo farisaico. Alguém da da proposição o que só os sacerdo- vemos não vos impor mais outras Cúria da minha Diocese de tes podiam fazer; na sinagoga, nesse obrigações além destas, que são in- incardinação, há bem pouco tempo mesmo dia de sábado, Jesus cura o dispensáveis: abster-vos de carne me referiu - o que até me espantou, homem da mão ressequida; se um imoladas a ídolos, do sangue, de car- por desconhecê-lo - que, em 1976, animal cair no poço, em dia de sába- nes sufocadas e da impudicícia. quando as comunidades paroquiais do, quem de entre vós não a irá bus- Não fará o celibato obrigatório – a que presidia tomaram conhecimen- car?) e a obrigação de frequentar o note-se obrigatório - exactamente to da minha resolução de contrair templo, na resposta à Samaritana, em parte dessa carne imolada a ídolos, matrimónio, uma delegação de repre- Jo. 4: Vai chegar o tempo em que com prejuízo para o santuário de sentantes veio falar com o Bispo, nem neste monte, nem em Jerusa- tantas consciências? pedindo-lhe que me deixasse conti- lém, adorareis o Pai. (…) Os verda- nuar a exercer o ministério, que a deiros adoradores hão-de adorar o No seu ponto 3 comunidade assumia a responsabili- Pai em espírito de verdade.” O rescrito diz que o sacerdote dade de que nada me faltasse e à E tantos outros sagrados contra dispensado deve ausentar-se dos lu- presumível futura família. Foi tam- os quais Jesus se insurgiu! Além dis- gares onde é conhecido como sacer- bém uma atitude semelhante – e tão so, na escolha dos seus Apóstolos dote. Mas o Ordinário ou Superior bem conhecida porque muito bada- (sacerdotes, bispos), Jesus não olhou pode dispensar desta cláusula, se a lada pela comunicação social -que ao seu estado civil de celibatário ou presença do dito sacerdote não cau- tomou a comunidade paroquial a que O RESCRITO par artir texto Tradução a partir do text o latino tino, Fern latino, por Fer n ando Neves batismo do Papa), por Divina Pro- Se o requerente é religioso, o vidência, (nome do Papa), no dia…., Rescrito contem também a dispensa Sagrada Congregação para a Dou- tendo presente o relatório do caso dos votos. trina da Fé feito pela Sagrada Congregação para Além disso, o Rescrito, quanto Excelentíssimo e Reverendissimo a Doutrina da Fé, dignou-se anuir, seja preciso, leva consigo a absolvi- Pai por graça, segundo as seguintes Nor- ção das censuras contraídas e a O sacerdote da Diocese.... mas: legitimação da prole. nome… pediu a redução ao estado 1. O Rescrito abrange Produz efeito a partir do momen- laical com dispensa de todas as obri- inseparavelmente a redução ao es- to da notificação pelo competente gações decorrentes da sagrada Or- tado laical e a dispensa das obriga- prelado feita ao requerente. dem (e da Profissão religiosa), inclu- ções decorrentes das sagradas or- 2. Se o requerente é sacerdote sive do peso de guardar a lei do sa- dens. Nunca é permitido ao reque- diocesano , residente fora da sua pró- grado celibato. rente separar estes dois elementos, pria diocese, ou religioso, o Ordiná- O Ss.mo Sr. Nosso (nome de ou aceitar este e recusar o primeiro. rio do lugar de incardinação ou o ot.pt * e-mail: secretariado@fraternitas.pt * página oficial na Internet: www.fraternitas.pt * e-mail: tesouraria@fraternitas.pt
  • 12. 12 espiral O RESCRITO DE DISPENSA DO EXERCÍCIO DA ORDEM (continuação) presidia um padre da dita Diocese, ticas, sempre que esses e outros No ponto 4 quando se soube que ele tinha uma momentos críticos acontecem no «A celebração do matrimónio seja filha, de quem assumiu a paternida- clero: o padre tem filhos que não sem pompa nem aparato: só os de e com quem gostaria de convi- assume, o padre vai casar-se ou o nubentes e o sacerdote aprovado, ver, para, juntamente com a mãe, a padre é pedófilo, etc. preferencialmente sem mais nin- formar no seu processo educativo. Face à hoje notória escassez de guém, excepto duas testemunhas, se Por isso, foi afastado e uma boa par- ministros ordenados que presidam às forem exigidas por lei civil. Mas o te da comunidade reagiu tão negati- comunidades, com aquela presença- Ordinário pode permitir, com as de- vamente que só a força de interdi- partilha de vida da Fé, Esperança e vidas cautelas, a presença de famili- ções canónicas fizeram com que os Caridade, que seria a desejada (e não ares, amigos e empregador do sacer- ânimos tivessem mais ou menos de um passar de tempos a tempos para dote dispensado, para obviar a sua serenar. re/abastecer a estação de serviço. boa fama.» E tantos outros casos, entretan- Entre rituais, sacramentos e sacra- Ainda segundo o ponto 4, a acta to acontecidos e sempre a aconte- mentais, horas gastas em deslocações da celebração do casamento deve cer, bem conhecidos das comunida- e outras que tais, pouco tempo so- ficar no arquivo da Cúria diocesana. des e dos cristãos e da sociedade, em beja ao pobre do padre para o essen- Mas no ponto 5, se forem pedidas geral, em que será mais o escândalo cial: criar comunidade de Fé e Parti- informações ou documentos a par- farisaico da hierarquia clerical, do lha, a partir do Amor de Deus e da tir dos livros de batizados da paró- que o escândalo propriamente dito Pessoa de Jesus. E as comunidades quia do sacerdote ou da esposa, deve – o autêntico, que Jesus reprovou, sentem que tinham direito a isso, consultar-se o Ordinário. com a dureza da mó do moinho ata- pois, até próprio Direito Canónico da ao pescoço – por parte do povo. lho confere. E o que faz a hierarquia? O ponto 6 Veja-se e ouça-se o sentir das comu- Por questões de ordem disciplinar, É o suprassumo de todo o nidades e do povo, em reportagens entrava a acção do Espírito. Rescrito, no campo das proibições televisas, radiofónicas ou jornalís- não absolutas e taxativas: Superior religioso maior dará conhe- com o Superior maior religioso, de miliares, amigos e empregadores do cimento da dispensa pontifícia ao comum acordo, quanto preciso, po- requerente, para que seja respeitada Ordinario do lugar de residência ha- derá dispensar desta cláusula conti- a boa fama do requerente, pelos di- bitual do requerente e pedir-lhe-á, se da no Rescrito, se se preveja que a reitos económico-sociais decorrentes for o caso, que comunique o Rescrito presença do requerente dispensado do novo estado de leigo e de casado. ao requerente e que conceda a ne- não ocasione escândalo. 5. Anote-se que deve ser consul- cessária delegação para a celebração 4. No referente À celebração do tado o Ordinário do lugar se e quan- do matrimónio canónico. Se, porém, matrimónio canónico, procure o Or- do forem requeridas informações ou circunstâncias peculiares, aconse- dinário que se abstenha de qualquer documentos dos Livros de baptiza- lhem algo de diferente, o sobredito pompa ou aparato e que se faça na dos da paróquia, quer do requerente Ordinário recorra à Sagrada presença de um sacerdote aprovado quer da esposa. Congregração. e sem testemunhas ou, se for neces- 6. O Ordinário, a quem compete 3. Espontaneamente, o sacerdo- sário, cum duas testemunhas, sendo comunicar o Rescrito ao requeren- te reconduzido ao estado laical e dis- a acta arquivada no arquivo secreto te, exorte-o veementemente a que pensado de todos os encargos ine- da Cúria. Cabe ao Ordinário do lu- participe, por razão de congruência rentes ao sacerdócio, e muito mais o gar de residência juntamente com o com a sua nova condição de vida, sacerdote unido pelo matrimónio, Ordinário próprio, diocesano ou re- na vida do Povo de Deus, seja deve ausentar-se dos lugares onde ligioso, determinar de que modo a edificante e se mostre amantíssimo seja conhecido o seu estado sacer- dispensa - e igualmente a celebração filho da Igreja. Simultaneamente, dotal. O Ordinário do lugar de resi- do matrimónio - deva ser mantida porém, dê-lhe conhecimento de que dência do requerente com o Ordi- em segredo ou se possa comunicar, a todo o sacerdote reconduzido ao nário próprio da incardinação ou com as devidas precauções, aos fa- estado laical e dispensado das obri-
  • 13. l espiral 13 Bem-hajam! a) Não exerça nenhuma função da litúrgica nas celebrações cum populo, A notícia de que D. Ilídio Lean- sagrada ordem, excepto as referidas onde a sua condição for conhecida. dro, bispo de Viseu, quer contar com nos can. 882 e 892 par.2. Isto é, em Então, onde a sua condição não for os padres casados para que interve- perigo de morte de alguém, o sacer- conhecida ou sine populo (bem sa- nham na preparação do sínodo en- dote dispensado, se para isso for so- bemos que não há acção litúrgica che-me de esperança e alegria. De licitado, mesmo estando presente sem povo, pelo menos espiritualmen- facto os padres casados são deixa- outro/s sacerdote/s ou bispo, tem te presente – como outrora se diria) dos no esquecimento, ignorados, pela obrigação e jurisdição para adminis- já pode exercer? E a reza do igreja oficial. A igreja é serva e po- trar o sacramento da reconciliação/ Breviário ou das Horas também não? bre, mas pródiga: deixa comunida- penitência/confissão. Como conci- E organista ou director do coro? des sem a sua celebração eucarísti- liar isto, com o dito e redito logo na e) Não exerça a função de pro- ca, mas mantém-se orgulhosamente introdução e no ponto 3 do rescrito: fessor de Moral e Religião, em qual- na observância de princípios discu- “…reduzido/reconduzido ao estado quer escola. Todavia, o Ordinário, se tíveis. laical com dispensa de todas as obri- não houver escândalo ou admiração, Também D. Manuel Martins fez gações decorrentes da sagrada or- pode permiti-lo. a ouvir a sua voz de sabedoria. Há dem? O padre dispensado é padre ou Tanto medo com o escândalo ou uma esperança renovada? Há um é leigo? E, desde quando pode um admiração do povo – como atrás fi- rosto novo na igreja? A igreja sem- leigo absolver pecados? Se o leigo cou dito - só podem hoje ser pre viveu entre a fidelidade ao Evan- não pode, então o padre não é redu- farisaicos. gelho e a sua prática pastoral. Às zido a leigo, mas continua, sim, vezes, não coincidem e ganha rele- presbítero, embora dispensado. Ima- Em conclusão vo outros interesses ligados com a ginemos, por exemplo, o que não se Não parece linguagem evangéli- segunda. diria de um médico que, proibido ca a contida no texto do Rescrito. Neste tempo, passa diante dos pela Ordem de exercer a medicina, Não é linguagem do sim-sim, não- olhos coisas muito significativas: Je- deixasse morrer à sua frente e na sua não. Podemos ser vox clamans in de- sus nasce fora da cidade, é esperado presença alguém para quem dispu- serto, mas porque foi para a Verda- por muita gente mas recebido ape- nha de recursos para salvar a vida. de (e Ela nos libertará) e para a ver- nas por Maria, José e poucos mais... Mutatis mutandis, é o que se passa dadeira liberdade que o Espírito nos Também estes esposos vivem longe com o Sacerdote dispensado. chamou, não podemos deixar de di- do bulício, dos archotes da cidade. b) Não exerça qualquer função zer o que escrevemos. Aparecem-nos Simeão e Ana que também não obtêm o consenso dos grandes da terra. Não podemos es- gações é proibido: particulares, permitir que o Sacerdo- quecer João Baptista. a) exercer qualquer função da te reconduzido ao estado laical e dis- A Fraternitas e os padres dispen- ordem sagrada, excepto as contidas pensado das obrigações inerentes à sados entram nesta linha: postos de nos can 882 e 889 par.2 (do Dir sagrada ordenação, ensine religião lado, mas não significa menor fideli- Canónico 1917); nas escolas públicas, excepcional- dade ao nosso Jesus. Há preocupa- b) fazer qualquer papel litúrgico mente também nas escolas católicas, ção, busca do Reino, no silêncio, na nas celebrações cum populo, onde a conquanto não se tema escândalo ou pacatez da vida quotidiana, mas na sua condição seja conhecida, e nun- admiração. vivência de um amor divino, sempre ca homilia; Finalmente o Ordinario impo- mais denso. Que o Senhor Jesus nes- c) exercer qualquer ofício pasto- nha-lhe alguma obra de caridade ou te começo do ano nos abra caminhos ral; de piedade. Oportunamente, procu- novos na Fé, nos ajude nesta aven- d) desempenhar cargo de Reitor re com toda a brevidade informar a tura, nos dê coragem e força, para ( ou outro cargo directivo), de Di- Sagrada Congregação da execução irmos sempre mais além. É evdente rector espiritual e de Docente nos realizada, e providencie uma expli- que Maria já nos antecede nesta ca- Seminários, Faculdades de Teologia cação prudente se surgir alguma ad- minhada, Ela que "guardava muitas e Institutos similares; miração nos fiéis. coisas no seu coração" nos ensine a e) também exercer o cargo de Sem efeito quaisquer coisas con- esperar para compreender, se for Director de Escola Católica ou de trárias. possível, melhor os mistérios do Rei- professor de religião em quaisquer Da Sede da S. C. para a Doutrina no. Fernando, para ti e tua família, escolas católicas ou seculares. Toda- da Fé, no dia……… para a Fraternitas, órgãos sociais e via, o Ordinário do lugar, segundo sócios, simpatizantes, amigos, fami- seu juízo prudente, pode , em casos Assinatura do Prefeito liares... um santo e bom ano. Joa q uim Soares Joa Soares
  • 14. 14 espiral Espiral nº 50 (CO)MEMORANDO! Escreveu Frei Betto - escritor e ao vinte e um/vinte e dois (outubro perder o norte, é principalmente ca- assessor de movimentos sociais - em de 2005/março de 2006) – Alberto minhar para um ideal de perfeição. 2012, a propósito de umaefeméride, José Macedo Osório de Castro, ao No Povo de Deus a mudança opera- o Dia da Mulher em8 de março: seguinte e atual (1º trimestre de se sempre para melhor. (…) Na Igre- “Antes de celebrar o Dia da Mulher 2013) - Fernando Jorge Félix ja, onde é tradicional o atraso de uma a 8 de março, há que comemorá-lo. Ferreira, percorrendo os artigos de geração no acompanhamento das Os dois verbos têm diferentes signi- todas e todos que nele colaboraram, mudanças sociais operadas na soci- ficados, embora frequentemente em- como maniFESTAr a gratidão de edade civil, nós estamos em condi- pregados como sinônimos. Celebrar uns pelos outros? ções de sermos um factor de mudan- é promover cerimônia, destacar, tor- E os editoriais dos quatro presi- ça. (…) Nós cristãos sabemos que a nar célebre, donde celebridade. Co- dentes convidavam a espiralar o bo- evolução é presidida pelo Espírito memorar é fazer memória, resgatar letim. Santo, que sopra onda quer, embora o passado, atualizar lembranças. Que excertos do ESPIRAL nesta não pelos tubos que Lhe oferecemos. (….)” efeméride? Por isso devemos ser homens de es- Como tornar PRESENTE todas Segue uma selecção até à retira- perança. (…) Para nós um regresso e todos que direta e indiretamente da do Alberto Osório, dando tributo ao passado não é possível e o futuro contribuíram para que a edição do ao seu caboqueiro. depende da acção de cada um de “espiral” fosse possível ao longo des- nós, quer individualmente, quer tes cinquenta números? Ao aconte- Nº 1- dezembro de 1999, edi- como membros da Fraternitas.» cimento número 50 costuma associ- torial de João Simão: ar-se festivamente- celebrando e/ou «(…) Não menos certa, por de- Nº 6- setembro de 2001, “bre- homenageando – as bodas de ouro. correr da condição de ser vivo, é a ves”, pág. 3, por Albero Osório: Começando pelo seu responsável do mudança.(…) Mudar não significa «Este nosso Boletim continua a primeiro número (dezembro de 1999) ser teu! É certo que também depen- redescobrir o caminho da fé para fa- caminho para conduzir os homens Peregrinos zer brilhar, com evidência sempre maior, a alegria e o renovado entusi- fora do deserto, para lugares da vida, da amizade com o Filho de Deus, asmo do encontro com Cristo" (n02). para Aquele que dá a vida, a vida Celebramos o número 50 do Es- No nosso caso de sacerdotes este em plenitude" (n02). piral, como celebramos as Bodas de encontro com Cristo é muito profun- A fé não é, apenas, uma atitude Prata do Vaticano II. Celebramos a do: além de chamados a participar da inteligência, é um projecto de nossa vida de peregrinos. E servimo- da sua vida nova, "na graça vida, uma exigência de santidade. É nos de uma bela reflexão do cardeal baptismal, Ele associou-nos ao seu esse o longo caminho da nossa pere- José Policarpo: ministério de amor à Igreja. Em cada grinação, por onde se entra pela fé. «Bento XVI proclamou um Ano acto do nosso ministério, há um en- Dessa aventura de vida nova, o pró- da Fé, para comemorar o quinqua- contro de amor, através de nós, Cris- prio Cristo afirmou: "Eu sou a Por- gésimo aniversário da abertura do to ama a Igreja. Ecoa em nós aquela ta" e "Eu sou o Caminho", para uma Concílio Vaticano II. Palavra que lembra aos homens que vida que é Ele próprio: "Eu sou a (…) O Santo Padre apresenta a Deus os ama, que não desistiu de- Vida". Há, assim, uma afinidade ín- fé como uma porta "que introduz na les. No nosso ministério descobrimo- tima entre a fé e Jesus Cristo. A ca- vida de comunhão com Deus e per- nos a caminho, peregrinos da Pátria minhada da fé é feita com Jesus Cris- mite a entrada na sua Igreja". É uma definitiva, não isoladamente, mas to, vivendo como Ele vive e como porta sempre aberta para nós "a atra- com a Igreja, o Povo do Senhor. quer que vivamos. vessar aquela porta implica Ouçamos o Papa Bento XVI: "A Texto completo em: embrenhar-se num caminho que dura Igreja no seu conjunto, e os Pastores http://agencia.ecclesia.pt/ a vida inteira" (n01). "É preciso nela, como Cristo devem pôr-se a cgi-bin/noticia.pl?id=92357
  • 15. l espiral A Igreja 15 de do dinamismo (ou ausência do mesmo…) de quem dele está como ciação com fraterna estima e atenta oração.” que eu amo responsável. Só te pedimos: partilha Carlos Azevedo os teus dons, os teus escritos, as tuas “(…) e a solidarizar-me, na co- «Quem se obriga a amar, obriga- ideias, as tuas críticas, as tuas … munhão de Igreja, com o que o se a padecer», diz o provérbio por- Partilha!» Vasco tão rectamente sublinhou no tuguês. Quando se tem alguém a Editorial. Só com Comunhão e Amor quem se ama muito, ternamente, so- Nº 13/14, outubro de 2003, do Evangelho, e com as pessoas con- fre-se quando, a nosso ver, nos pa- “Nota do Responsável”, pág. 3: cretas do nosso dia-a-dia, é possível rece que algo não está bem com esse «Este é um número especial, (…). dar «razões de Esperança.» É neces- ente a quem queremos tudo de bom Tal prende-se directamente com o sário escrever, comprometendo-nos (usa-se agora muito)… como sendo inesperado passamento do nosso com este serviço de Honra! Desejo algo ou alguém de nós, do nosso san- querido Padre Filipe.(…) Julgamos a todos a prossecução feliz duma gue, com quem convivemos, recebe- prestar, assim, uma justa homenagem caminhada-movimento onde a fra- mos e damos algo, mutuamente, e ao homem de Deus que ternidade é sinal e fascínio. Não há por quem continuamos a interessar- visionariamente, entre nós, também melhor carta de apresentação!” nos e a acompanhar, de perto ou de se lançou na “recuperação” dos qua- Januário Torgal Ferreira longe, como nos for possível – mas lificados mas ostracizados baptiza- . “(…), com votos de que conti- do coração, com o intelecto que dos que, tendo recebido da Igreja, nue a ser um bom instrumento de Deus nos deu e com a alma! Mãe e Mestra, o sacramento da Or- ligação e formação.” Manuel Falcão É o que, desde há muito e cada dem, mas que, por razões diversas, . “(…) que li de fio a pavio como vez mais se passa ao pensar na “mi- tendo constituído família, ou não, sempre. Convenço-me que nada lhe nha” (desculpem, é uma maneira de haviam optado pelo seu não exercí- vai faltar para continuar no mesmo dizer) Igreja: – ao vê-la passar… ao cio directo e efectivo, aí estavam … ritmo. Que o nosso Deus os aben- ver como tantos meus irmãos e ami- na praça e sem contrato (Mt 20, 3), çoe e que o vosso e nosso desejo se gos e Seus filhos passam por Ela – alheios uns dos outros, que não do tornem quanto antes numa atitude “Mãe e Mestra” – ou dela se desvi- mundo nem da Igreja a quem amam. da mãe Igreja.” am, se afastam, como se d’Ela nada Não teremos nem a última, nem Manuel Martins tenham recebido, ou fosse alguém a melhor palavra, pois esta, certa- estranha, ou estrangeira e de outro mente, já lha deu o Senhor a Quem Nº 21/22, outubro de 2005/ planeta; de quem nada esperam, com ele, como bom servidor (Lc 17, 10), março de 2006, em “Nota do Edi- quem nada querem, por nada lhes devotada e denodadamente serviu: tor”, pág. 10: dizer na vida. “Entra no gozo do teu Senhor” (Mt «(…)Mas importa repensar os Sinto, como Seu filho grato e 25, 21).» moldes do nosso boletim e, princi- amante, de quem continuo a beber palmente, julgo chegado o momen- água do Rochedo e a ser sustentado A. Osório, Nº 20, julho/Setem- to de se proceder à minha substitui- com leite e mel e o maná do Seu Fi- bro de 2005, “ecos do…”, pág. 7: ção. (…) é importante renovar. Va- lho Eucarístico, que esta “minha” se N.E: temos recebido mensagens mos pensar e andar para a frente!» Igreja rejuvenescesse, frutificasse de alguns dos senhores bispos que, (ou se santificasse) para continuar a agradecendo, tecem comentários ao Ontem (setembro de 2001, es- dar a Luz das nações e Salvação a nosso boletim. Eis as mais recentes.” piral n.º 6, pg. 3), como hoje (1º tri- todo o mundo – ainda que para tal Depois de agradecerem a oferta do mestre de 2013), como amanhã (que (e a Ele peço a absolvição e milhões boletim, acrescentam: futuro?! ...), voltemos ao seu primeiro de perdões…) Sua Santidade se fi- “(…) e felicito-o [Vasco] pela editor, Alberto Osório, não sem an- zesse “renovar”, o Colégio confiança depositada na sua pessoa tes lhe declararmos , e ao seu su- Cardinalício também; a Igreja se in- pelos membros da Associação, e faço cessor e atual editor, Fernando Félix comodasse mais com a falta de paz, votos para que possa ajudar todos a – a nossa profunda gratidão: «Este de que Jesus tanto falou e que tanto encontrar o seu lugar na Igreja, como nosso Boletim continua a ser teu! É desejou: «A paz esteja sempre con- membros de pleno direito, sempre certo que também depende do dina- vosco!» prontos para o serviço aos irmãos.” mismo (ou ausência do mesmo…) de Que a Igreja seja a nova gruta de António Vitalino quem dele está como responsável. Belém, onde todos lá reentrassem e “ Permite-me contactar com uma Só te pedimos: partilha os teus dons, se reencontrassem. realidade viva da nossa Igreja e os teus escritos, as tuas ideias, as acompanhar os caminhos da Asso- tuas críticas, as tuas … Partilha!» Silv Pinto José Silva Pint o.
  • 16. A Fé conforonta-se com bloqueios D. Manuel Clemente, bispo do Port o Port | P.Ta Malmequeres, 4 - 3.º Esq | 2745-816 QUELU Z | E-mail: fernfelix@gmail.com A exortação apostólica pós-sinodal Ecclesia in Europa, sentido da missão e da nova evangelização, só poderá ter de 2003, mereceria mais atenção da nossa parte. Sempre que como suporte a comunidade cristã nas suas várias a releio, noto-lhe o eco da Gaudium et Spes, quatro décadas concretizações, a que poderemos chamar o sujeito comunitá- depois. Começa também com uma leitura dos sinais dos tem- rio da evangelização. Como estipulou em 1988 outra exorta- pos, para sugerir de seguida o que a Igreja há de ser e fazer ção apostólica pós-sinodal, também em direta decorrência no novo contexto. Trata-se de herança conciliar em sentido conciliar: «É urgente, sem dúvida, refazer em toda a parte o pleno. Olha para o “velho” continente e não demora em con- tecido cristão da sociedade humana. Mas, a condição é a de cluir: «De facto, os nossos dias, com todos os desafios que refazer o tecido cristão das próprias comunidades eclesiais…» nos lançam, apresentam-se como um tempo de crise. Muitos (Christifideles Laici, nº 34). homens e mulheres parecem desorientados, incertos, sem es- A este propósito, a Ecclesia in Europa esclarece e detalha: perança; e não poucos cristãos partilham estes estados de alma. «O Evangelho continua a dar os seus frutos nas comunidades Boletim de Fraternitas Movimento | Trimestral | Numerosos são os sinais preocupantes que inquietam, ao iní- paroquiais, no meio das pessoas consagradas, nas associações QUELU cio do terceiro milénio, o horizonte do continente europeu…» de leigos, nos grupos de oração e de apostolado, nas diversas (Ecclesia in Europa, 7). comunidades juvenis, e também através da presença e difu- “Preocupantes”, são agora os sinais dos tempos. E a exor- são de novos movimentos e realidades eclesiais. De facto, em tação apostólica enumera alguns: a “crise da memória e he- cada um deles o mesmo Espírito consegue suscitar renovada rança cristãs” (ibidem), tão coincidente com a quebra cultural dedicação ao Evangelho, generosa disponibilidade para o acima anotada; o “medo de enfrentar o futuro” (EE, 8), serviço, vida cristã caracterizada por radicalismo evangélico e porque dificilmente se projeta sem base e sem encosto; a “frag- zelo missionário» (EE, 15). Inegavelmente, a paróquia conti- mentação da existência” (ibidem), própria dum ego sem nua a ter um papel central, em termos de vizinhança e ritmo amarração externa e interna; o “enfraquecimento progressi- cristão da vida para o comum dos crentes. Tem a força de vo da solidariedade” (ibidem), que a remete para as institui- milénio e meio de progressiva existência e a debilidade de ter ções específicas; e, mais radical ainda, “uma antropologia sem nascido sobretudo em meio rural, que dificilmente se projeta Deus e sem Cristo” (EE, 9), qual “apostasia silenciosa”, ou tal e qual em meio urbano e, ainda mais, de urbanização mas- “nova cultura”. Muito problemática, esta: «Estamos perante siva. A Ecclesia in Europa crê que, «embora carecida de cons- o aparecimento duma nova cultura, influenciada em larga es- tante renovação», a paróquia «é capaz ainda de proporcionar cala pelos mass-media, com características e conteúdos fre- aos fiéis o espaço para um real exercício da vida cristã e ser quentemente contrários ao Evangelho e à dignidade da pes- lugar também de autêntica humanização e sociabilização, quer soa humana. Também faz parte de tal cultura um agnosticismo no contexto dispersivo e anónimo típico das grandes cidades religioso cada vez mais generalizado, conexo com um relati- modernas quer em zonas rurais com pouca população» (15). vismo moral e jurídico mais profundo que tem as suas raízes Renovação paroquial que passará pela sua tessitura inter- P.Ta na crise da verdade do homem como fundamento dos direi- na, em termos de “comunidades de comunidades” e “famí- tos inalienáveis de cada um» (ibidem). lia de famílias”, para usar expressões típicas do pontificado A estes “sinais preocupantes”, a exortação apostólica não wojtyliano; passará também pela necessária cooperação inter- Redacção: Fernando Félix deixou de contrapor alguns “sinais de esperança”, conside- paroquial, no esquema de “unidades pastorais” ou outro se- rando-os outras tantas marcas do «influxo do Evangelho de melhante; e contará decerto com a cooperação que podem Cristo na vida da sociedade» (EE, 11). E especificou: a liber- oferecer «os novos movimentos e as novas comunidades ecle- dade da Igreja no Leste europeu, a concentração na missão siais» que, sempre segundo a Ecclesia in Europa e as propos- espiritual e na evangelização, a maior consciência dos batizados tas sinodais que lhe subjazem, «ajudam os cristãos a viverem quanto aos seus dons e tarefas e a maior presença da mulher mais radicalmente segundo o Evangelho; são berço de diver- nas estruturas e setores da comunidade cristã (cf. ibidem). sas vocações e geram novas formas de consagração; promo- Não é difícil apurar a coincidência destes pontos com as ve- vem sobretudo a vocação dos leigos e levam-na a exprimir- rificações e expectativas da Gaudium et Spes – especialmente se nos diversos âmbitos da vida; favorecem a santidade do nos seus números 40 a 45, dedicados à «missão da Igreja no povo; podem ser anúncio e exortação para muitos que de mundo do nosso tempo». Mas a persistência das análises só outro modo não se cruzariam com a Igreja; frequentemente pode motivar-nos para uma correspondência eclesial mais apoiam o caminho ecuménico e abrem sendas para o diálo- expedita. Tal correspondência, incidindo na vida interna e ex- go inter-religioso; servem de antídoto contra a difusão das espiral terna da Igreja, ou melhor, redefinindo a sua vida interna no seitas; são de grande ajuda para irradiar vitalidade e alegria na Igreja» (EE, 16). Também nestes pontos se recebe a herança conciliar, assim expressa, por exemplo, no decreto sobre o Há um espaço na blogosfera para a partilha e apostolado dos leigos: «Os cristãos devem exercer o seu reflexão da Fraternitas: apostolado unindo os seus esforços. Sejam apóstolos tanto http://fraternitasmovimento.blogspot.com nas suas famílias como nas suas paróquias e dioceses – co- Visite. Deixe comentário. Mande mensagens para munidades que exprimem a natureza comunitária do fraternitasmovimento@gmail.com apostolado -, e também nas associações e grupos que livre- mente resolverem formar» (Apostolicam Actuositatem, 18).