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UFCD 6582 :A PRESTAÇÃO DE CUIDADOS DE SAÚDE A UTENTES EM FIM
DE VIDA
Formadora: Enfª Mafalda Pinto
Formanda: Rute Pancha
Mediadora. Drª Cláudia Lameiras
Coordenadora. Drª Susana Carvaalho
Factores inibidores de bem-estar
Ansiedade
O diagnóstico de doença terminal, ainda muito associado a uma
evolução fatal,
e os tratamentos que a acompanham são fonte de intenso
sofrimento
psicológico para o doente e para a família.
Apesar de alguns doentes conseguirem adaptar-se à doença, outros
apresentam dificuldades nessa adaptação após o diagnóstico (ou
até antes), sendo possível a ocorrência de perturbações
emocionais, como é o caso da ansiedade clinicamente
significativa. A presença de comorbilidade psicológica nestes
doentes é elevada, sendo frequentemente acompanhada por
sintomas físicos como a fadiga, a insónia, a perda de apetite ou
perturbações na esfera sexual. Provavelmente não existe uma
forma única de resposta psicológica à doença oncológica que se
possa considerar uma “adaptação adequada”.
• Cada doente lida com a doença oncológica de forma
pessoal e individual, contudo, o facto de alguns
doentes oncológicos tenderem a suprimir a
expressão das suas emoções, pode contribuir para o
aumento dos níveis de ansiedade.
• Pelo contrário, os doentes que utilizam estratégias
focadas no problema e que procuram apoio
psicossocial, conseguem manter uma auto-estima
elevada, melhor qualidade de vida e melhor
adaptação à doença.
• Diversos aspetos da doença são suscetíveis de
desencadear reações emocionais intensas e
prolongadas. A incerteza em relação ao futuro, o
sofrimento e dor física, a dependência, a perda de
controlo sobre os acontecimentos, os efeitos
secundários dos tratamentos, a recorrência da
doença e os problemas da separação e da morte, são
alguns dos aspetos com maior impacto psicológico.
Os doentes confrontam -se com a incerteza acerca do
curso da doença e a possibilidade de morte prematura.
A ideia da sua própria morte torna-se mais tangível e
quaisquer sintomas físicos podem ser interpretados
como um possível agravamento clínico, com
repercussões sobre os níveis de ansiedade.
Estes receios podem ainda ser desencadeados por
qualquer descrição , nomeadamente através dos
media, de situações análogas ou sempre que o doente
tem uma consulta médica de seguimento. Perante uma
remissão alguns doentes conseguem lidar melhor com
o receio de recorrência de doença, enquanto outros
vivem atormentados por este receio.
AGRESSIVIDADE:
• O doente reconhece a existência de uma doença grave e
mortal mas não a aceita, reagindo de forma típica com raiva
e exprimindo revolta perante a sua má sorte. Esta fase é
bastante difícil, tanto para a família como para os
profissionais de saúde.
• O doente pode exprimir críticas em relação ao médico por
não ter diagnosticado a tempo a sua doença, aos
enfermeiros por não serem suficientemente rápidos na
resposta aos seus pedidos e a Deus, por lhe ter imposto uma
“sentença de morte”.
• Como consequência destes comportamentos, as pessoas que
o rodeiam começam a afastar-se. É importante que esta
revolta seja exteriorizada e aceite, uma vez que se trata de
uma reação frequente e quase inevitável.
• É recomendável uma atitude de tolerância
perante estas manifestações de revolta já
que a sua expressão poderá resultar em
alívio e dará lugar posteriormente a uma
aceitação mais tranquila.
• É necessário que os profissionais de saúde
não assumam estes comportamentos como
pessoais e que expliquem à família que eles
surgem porque é nesta fase que ele é
confrontado com as suas perdas, limitações
e frustrações. É necessário que a raiva seja
exteriorizada para que o doente evolua para
uma aceitação da sua situação clínica.
DEPRESSÃO
• O doente toma consciência das
consequências reais da sua doença e
passa por
um período de depressão. Nesta fase o
doente não pode negar mais a sua
doença, pois começa a apresentar novos
sintomas e a ficar cada vez mais
debilitado, a revolta dá lugar a um
sentimento de perda.
Os sintomas de depressão incluem:
• Humor depressivo persistente durante um período superior a 2semanas;
• Perda de interesse e incapacidade em sentir prazer;
• Sentimentos de culpa ou de desvalorização;
• Falta de esperança;
• Manifestações físicas de ansiedade, como suores, tremores e ataques de pânico.
O doente pode cair num quadro depressivo grave, apresentando: desânimo generalizado,
inquietação, alterações do sono e perda de apetite, entre outros sintomas.
Podemos descrever dois tipos de depressão que merecem diferentes abordagens por parte dos
profissionais de saúde e da própria família: a depressão reactiva e a depressão preparatória.
A depressão reactiva aparece devido aos sentimentos de impotência, muitas vezes relacionados com
problemas ou necessidades do doente, que precisam de ser equacionados e resolvidos, quando o
estado de saúde se deteriora.
Na depressão preparatória o doente está a preparar-se para a morte e para a separação daqueles e
daquilo a que está mais ligado na vida. Nesta etapa, o silêncio e a presença de familiares são
fundamentais.
De início, a depressão é reativa e o doente exterioriza a sua tristeza. Poderá seguir-se um período de silêncio,
durante o qual o doente se prepara para morrer, tornando-se mais calmo e evitando as visitas. A comunicação
é, sobretudo, não-verbal e o doente deseja apenas a presença física dos familiares e amigos mais próximos.
Numa fase mais avançada da doença, o fim da vida torna -se, para muitos doentes, dolorosamente real, assim
como as suas consequências nomeadamente a perda de continuidade com o futuro e das relações com os que
ficam.
A tomada de consciência do afastamento que irá ocorrer em breve pode ser antecipado e, mesmo na presença
de outros, o doente pode sentir-se sozinho e isolado.
BAIXAAUTO-ESTIMA:
• Um dos temas mais importantes para os doentes
oncológicos é o da comunicação com os elementos do
seu meio social, familiar ou laboral acerca da doença e
dos tratamentos. O sentimento de serem estigmatizados
pela doença, ou o receio de provocar sofrimento nos
outros, leva-os a falarem menos abertamente acerca da
sua patologia.
• Esse “secretismo” pode dificultar a adaptação
psicológica à doença e aumentar o isolamento. Pelo
contrário, a possibilidade de diálogo permite ao doente
receber o apoio emocional Necessário.
• Muitos doentes “escolhem” um número restrito de
pessoas com quem falam abertamente acerca das suas
dificuldades, mostrando -se reservados a partilhar o
seu sofrimento com terceiros.
• Os sentimentos de exclusão podem ser
intensificados se o doente oncológico se
apercebe que os outros se afastam. Alguns
familiares e amigos têm dificuldade em
manter com o doente um nível de contacto
equivalente ao que antecedia o período de
doença, porque se sentem desconfortáveis em
relação aos assuntos a abordar e receiam a
reacção do doente aos seus comentários ou
receber más notícias.
• Em regra, o doente que não consegue
ultrapassar alguma destas barreiras
psicológicas tem maior probabilidade de
desenvolver um estado de ansiedade ou
depressão, ou uma combinação dos dois, no
primeiro ano de diagnóstico, para além de
outras implicações possíveis resultantes do
próprio tratamento da doença.
• Na fase terminal os doentes debatem -se com perdas reais que são
consequência da doença, mas também com algumas perdas
antecipadas relacionadas com a morte iminente. A sensação de perda
de controlo pode aumentar, devido ao agravamento da doença e à
presença de sintomas que não remitem apesar do tratamento.
• Podem estar presentes, relacionados com uma possível redução da
capacidade funcional e do status social, uma diminuição da auto-
estima , sentimentos de auto-desvalorização e ainda alterações da
imagem corporal.
A PRESTAÇÃO DE CUIDADOS DE SAÚDE A UTENTES EM FIM DE VIDA
• Fatores promotores de bem-estar: necessidades
físicas ,psicológicas , sociais e espirituais
INTERACÇÃO POSITIVA
• As pessoas com doença grave, incurável e
progressiva, sobretudo quando em fase
avançada e terminal, vivenciam uma
multiplicidade de problemas: de cariz físico,
psicológico, emocional e espiritual.
Efetivamente, todas as dimensões da pessoa
estão afetadas pela irreversibilidade da
doença e pela morte iminente, fazendo
emergir a necessidade de desenvolvimento
de uma lógica de cuidados, que vise
preservar a dignidade da pessoa e garantir-
lhe o máximo de bem-estar durante o tempo
que lhe resta viver.
• É este reconhecimento da
dignidade como valor universal
inerente a todos os seres humanos,
consagrado na Declaração
Universal dos Direitos do
Homem, de 10 de Dezembro de
1948, que fundamenta uma atitude
ética de respeito e de cuidado face
ao outro e que advoga o direito
que a pessoa tem a receber
cuidados de saúde e a não ser
sujeita a tratamentos considerados
cruéis, desumanos ou degradantes.
• A Organização Mundial de Saúde (OMS) define os paliativos como uma abordagem
holística que tem o intuito de melhorar a qualidade de vida dos doentes com
problemas associados a doenças potencialmente fatais e à sua família, recorrendo à
prevenção e alívio do sofrimento através da identificação precoce, avaliação
adequada e tratamento dos diversos problemas, sejam eles físicos, psicológico,
sociais ou espirituais.
PRINCÍPIOS DA PRÁTICA DOS CUIDADOS PALIATIVOS:
• Afirmam a vida e encaram a morte como um processo
natural;
• Encaram a doença como causa de sofrimento a
minorar;
• Consideram que o doente vale por quem é e que vale
até ao fim;
• Reconhecem e aceitam em cada doente os seus
próprios valores e prioridades;
• Consideram que o sofrimento e o medo perante a
morte são realidades humanas que podem ser clínica e
humanamente apoiadas;
• Consideram que a fase final da vida pode encerrar
momentos de reconciliação e de crescimento pessoal;
• Assentam na conceção central de que não se pode
dispor da vida do ser humano, pelo que não antecipam
nem atrasam a morte, repudiando a eutanásia, o suicídio
assistido e a futilidade diagnóstica e terapêutica;
• Abordam de forma integrada o sofrimento físico,
psicológico, social e espiritual;
• São baseados no acompanhamento, na humanidade,
na compaixão, na disponibilidade e no rigor científico;
• Centram-se na procura do bem-estar do doente,
ajudando-o a viver tão intensamente quanto possível até
ao fim;
• Só são prestados quando o doente e a família os
aceitam;
• Respeitam o direito do doente escolher o local onde
deseja viver e ser acompanhado no final da vida;
• São baseados na diferenciação e na
interdisciplinaridade.
• A pessoa que experimenta um processo de doença grave, incurável e
• progressiva passa por diversas fases na adaptação à situação que vive.
A compreensão destas fases pode facilitar a relação entre a pessoa
doente, os seus entes queridos e os profissionais de saúde,
contribuindo para um melhor processo de cuidados. De um modo
geral, estas fases são:
• 1 Negação, em que a pessoa tenta contradizer, para si própria, a
realidade da situação que está a viver.
• Durante esta fase, a pessoa tende a agir como se nada de estranho
estivesse a passar-se com ela, não admitindo a realidade da sua
condição, nem, tão-pouco, aceitando qualquer tipo de diálogo sobre
este assunto Esta fase de negação é, na maior parte das vezes,
temporária, e funciona, sobretudo, como uma estratégia de defesa que
a pessoa utiliza para evitar enfrentar a situação. Esta necessidade de
negação surge praticamente em todos os doentes, sendo mais
frequente em fases precoces do desenvolvimento de uma doença grave
do que nos últimos tempos de vida.
• 2 Raiva ou Ira, em que a pessoa se revolta devido à gravidade da sua doença e
do prognóstico que lhe está associado. Frequentemente, a pessoa acaba por
dirigir a ira que sente contra os que lhe são mais próximos, demonstrando
hostilidade e agressividade face aos seus entes queridos e profissionais de saúde,
o que faz com que estes sintam grande dificuldade em aproximar-se da pessoa
doente.
• 3 Negociação, estádio menos bem conhecido, mas útil para a pessoa doente;
neste caso, a pessoa tenta interceder junto das outras pessoas e de Deus, fazendo
promessas caso venha a melhorar. Esta fase, no fundo, constitui uma tentativa de
adiamento da situação, sendo a maior parte das tentativas de acordos feita com
Deus.
• A nível psicológico, esta fase pode estar associada a sentimentos de culpa que a
pessoa doente tem e é relevante que os profissionais de saúde estejam atentos a
algumas observações subtis que os doentes fazem.
• 4 Depressão, em que a pessoa tende a isolar e afastar-se dos que a rodeiam,
evitando qualquer forma de contacto. Comummente, esta fase resulta da
consciencialização da realidade da sua condição por parte do doente e em que
ele deixa de ser capaz de continuar a negar a realidade, estando associado às
sucessivas perdas que experimenta, às perdas iminentes e à perda da esperança.
• Esta fase é considerada necessária e benéfica para que
o doente consiga atingir a aceitação.
• 5 Aceitação, em que a pessoa passa a aceitar a morte
com o conformismo possível. Esta fase caracteriza-se,
muitas vezes, pela definição de objetivos e metas para
o tempo que lhe resta viver, bem como pela partilha
de desejos e vontades que gostaria de ver cumpridos
após a sua morte, e pela expressão de afetos e
sentimentos.
• A aceitação resulta da vivência de um longo processo
em que a pessoa doente dispôs de tempo suficiente e
foi ajudada de um modo efetivo na gestão das fases
anteriormente descritas.
• Pese embora o facto de haver esta sistematização das
fases pelas quais a maioria das pessoas tende a passar
quando confrontada com uma doença grave, a
verdade é que a maneira como cada pessoa lida com
esta situação é única, singular e subjetiva.
Resolução de Problemas
Os doentes terminais, habitualmente, têm múltiplos sintomas, por vezes intensos e debilitantes pelo que se torna fundamental a avaliação das suas características
e frequência, de forma a serem instituídas intervenções adequadas que visem o seu controlo.
O carácter múltiplo dos sintomas destes doentes requer a sua avaliação inicial sistemática e a monitorização da sua evolução, incluindo a intensidade, o impacto
nas atividades da vida quotidiana, o impacto emocional e a probabilidade de controlo dos diferentes sintomas
• .
• A progressão da doença terminal envolve,
normalmente, múltiplos sintomas não só
físicos, mas também psicológicos, espirituais e
sociais e que advêm não só da progressão da
doença primária mas também do seu
tratamento e das comorbidades.
• O controlo destes sintomas é fundamental para
a qualidade de vida dos doentes. Nas diversas
definições de cuidados paliativos é evidente a
preocupação com a prevenção e controlo dos
sintomas, através da identificação, avaliação e
tratamento dos mesmos.
PRINCÍPIOS GERAIS DO CONTROLO SINTOMÁTICO:
Avaliar antes de tratar: determinar a causa ou causas dos
sintomas;
Explicar as causas dos sintomas e as medidas terapêuticas de
forma clara e acessível ao doente e à família;
Não esperar que o doente se queixe mas perguntar e observar
de forma a antecipar, tanto quanto possível, o aparecimento dos
sintomas;
Adoptar uma estratégia terapêutica mista, com recurso a
medidas farmacológicas e não farmacológicas.
Estabelecer prazos para o cumprimento dos objectivos
terapêuticos e adoptar estratégias de prevenção de sintoma que
possam surgir, como deixar medicação de resgate prescrita.
Monitorizar os sintomas: utilizando instrumentos de medida
estandardizados e recorrendo a métodos de registo adequados;
Reavaliar regularmente as medidas terapêuticas;
Dar atenção ao detalhe: de forma a optimizar o controlo dos
sintomas e a minimizar os efeitos secundários adversos das
medidas terapêuticas instituídas.
A avaliação de sintomas deve ser realizada de forma sistemática na admissão
e nas evoluções diárias, tendo em consideração as discrepâncias encontradas
entre o que o doente refere e o que os profissionais e até a própria família
referem como sintomas e intensidade dos mesmos
Ao longo dos anos foram desenvolvidos diversos instrumentos para a
avaliação
de sintomas, entre os quais alguns específicos para determinados sintomas.
Apesar destes Instrumentos, em qualquer avaliação a principal ferramenta
envolve múltiplas conversas com o doente e os familiares em que o
profissional
deverá conhecer os antecedentes do doente antes de se concentrar na
avaliação dos sintomas, de forma a poder responder às questões colocadas e
conseguir lidar com as emoções demonstradas pelo doente e a sua família, e
em que se deve ter em consideração:
A posição do doente e do profissional, visto que se o doente estiver virado de forma a não ver o profissional, por exemplo, ou se
o profissional se mantiver em pé, distante, virado para a porta não vai ser possível estabelecer uma conversa produtiva entre os
dois;
O tempo disponível para a conversa, pois o doente poderá ter dificuldade em comunicar ou até querer esclarecer alguns aspetos
acerca dos sintomas o que exige tempo;
A presença de familiares, que podem ajudar na avaliação dos sintomas quando estão presentes diariamente e conhecem a
situação clínica. Esta presença deverá ser desejada pelo doente e não deverá perturbar a conversa;
O desejo do doente em comunicar, pois o doente deverá querer participar na conversa que pode decorrer noutra altura se assim o
desejar.
Encontram-se diversas escalas para avaliar a intensidade dos sintomas. Destacamos a Escala
Visual Analógica, a Escala Numérica e a Escala Verbal pois são simples de serem utilizadas em
todos os sintomas do doente no dia a dia e permitem a avaliação e a monitorização dos sintomas.
A Escala Visual Analógica (figura 1) é considerada sensível, simples, reproduzível e universal, e é
representada por um segmento de reta com 10 cm, onde um dos extremos é identificado como
“ausência do sintoma” e o outro como “a maior intensidade imaginável”, ou expressões
equivalentes; o doente marca no segmento o ponto que corresponde à intensidade do seu
sintoma e a intensidade corresponde à distância em milímetros desde da extremidade identificada
como “ausência de dor” e o ponto marcado.
Na Escala Numérica (figura 2) já estão presentes os números, que podem ser de 0 a 10 como o
exemplo representado na figura 3 ou de 0 a 4 por exemplo, e o doente escolhe entre estes a
intensidade da sua dor.
NAS ESCALAS VERBAIS (FIGURA 3) A INTENSIDADE É REPRESENTADA EM PALAVRAS, COMO POR
EXEMPLO: AUSENTE, LIGEIRA, MODERADA, INTENSA E A MAIOR INTENSIDADE IMAGINÁVEL
• O tratamento de qualquer sintoma deve-se iniciar pela explicação das razões que
justificam os sintomas, de forma a reduzir o seu impacto psicológico e, sempre que
possível, deve-se incluir o doente no processo de decisão terapêutica, fazendo com
que este se sinta respeitado, aumentando a sua auto-estima.
• A monitorização dos sintomas permite sistematizar o seguimento, clarificar os
objetivos e validar os resultados das terapêuticas instituídas, de modo a promover a
reavaliação contínua das intervenções utilizadas.
• Esta reavaliação constante permite não só avaliar a eficácia terapêutica mas também
identificar a progressão da doença, desenvolvimento da tolerância aos fármacos e o
aparecimento de efeitos adversos dos mesmos.
AJUDA ESPIRITUAL
• A espiritualidade é fundamental em qualquer circunstância
da vida humana mas reconhecem o seu especial contributo
no alívio do sofrimento e na promoção do conforto da
pessoa em final de vida.
• Esta visão parece-nos particularmente importante se
tivermos em conta que muitas das circunstâncias da vida
humana estão fora do controlo do Homem.
• Uma delas é, precisamente, a morte e todo o processo que a
envolve. Compete ao profissional de saúde fazer tudo o que
está ao seu alcance para proporcionar ao doente uma morte
digna e serena. Contudo, este trabalho deverá realizar-se de
forma gradual e, em certa medida, por patamares. Ou seja,
numa primeira fase é necessário controlar os sintomas
físicos e manter a pessoa tão autónoma quanto possível,
pois só desta forma poderá realizar-se noutros domínios da
sua existência.
• O conforto físico apresenta-se, assim, como um precursor
fundamental do cuidado espiritual e, por este motivo, só
depois de assegurado, se reunirão as condições necessárias
para ajudar a pessoa a encontrar os seus próprios
mecanismos de auto-controlo e de adaptação à doença.
• O National Cancer Institute (2011) vem alertar para o
facto da doença oncológica grave despertar no doente e
seus cuidadores um estado de profunda dor, não só
física mas também mental e espiritual. Diversos
estudos têm demonstrado que, mesmo naquelas
situações em que os sintomas físicos deixam de ser
preocupantes, permanecem as questões espirituais
quesurgiram no decurso da doença.
• Estas preocupações, que nascem do confronto com a
morte, colocam a pessoa numa situação de introspecção
pessoal. Deste diálogo interior nascem muitas questões
relacionadas com o sentido da vida e com a dignidade
humana. Mas é também desta interrogação e da procura
de significados que o Homem descobre, no meio das
dúvidas e do sofrimento, o que é realmente prioritário e
importante na sua vida.
• Com efeito, na fase terminal de uma doença, a saúde é muitas vezes entendida
como a possibilidade de (re)encontrar o significado da vida e de viver, o tempo
que resta, de forma plena e apropriada. Passa por ter a convicção que, mesmo
na finitude, é possível viver de forma autêntica e percorrer um caminho que
conduza à paz interior e à transcendência.
• Em suma: por um lado, a finitude da vida representa um momento doloroso,
não só para os doentes como para as suas famílias. Mas por outro, este pode ser
um tempo de crescimento, dando à pessoa oportunidade de descobrir mais
sobre si mesma e de apreciar o que é realmente importante.
• Embora cada pessoa tenha as suas próprias necessidades e mecanismos de
coping, este período pode tornar-se mais fácil quando doentes, familiares e
profissionais se propõem a abordar o assunto.
CUIDAR EM FINAL DE VIDA
Apresentação pessoal
Um bom técnico, deverá reunir um conjunto de qualidades, que lhe permitirá
desempenhar as suas funções, com melhores resultados.
A aparência do pessoal revela muito das atitude desse mesmo pessoal em relação ao:
O seu trabalho
O estabelecimento em que eles trabalham
Os seus colegas
Se o pessoal for limpo, isso significa:
Que o seu trabalho irá ser da mesma forma
Que o seu local de trabalho irá ser apresentado aos clientes dessa
forma.
Uma aparência acolhedora e cooperativa significa que os seus colegas e clientes irão
agir reciprocamente.
Cabelo
O cabelo deverá ser mantido limpo e convenientemente penteado, de
preferência afastado da cara e atado.
Os homens devem barbear-se ou manter as barbas e bigodes
cuidadosamente aparados.
Mãos
As mãos devem ser mantidas e cuidadas. Devem ser lavadas regularmente e
profundamente e em seguida enxaguadas do pulso e direcção descendente à mão e
secas.
As unhas devem ser mantidas limpas, cuidadas e de preferência curtas,
sem verniz nem unhas postiças.
• Evitar trabalhar com ferimentos nas mãos ou se estiver doente (diarreia,febre, vómitos,
contacto com pessoas com doenças infecto-contagiosas,infecções os olhos, garganta, nariz
ouvidos pele, etc.)
• Calçado
• Institucionalizado (estipulado como seguro e adequado ao desempenho das funções)
• Sola Antiderrapante;
• Fechado;
• Uso exclusivo para o trabalho;
• Confortável;
• Lavado diariamente.
• Os uniformes deverão estar sempre limpos e arranjados. Se não forem postos no princípio do
dia podem causar problemas de higiene, pois transportam bactérias. O pessoal deve cumprir as
instruções do estabelecimento no uso de uniformes, equipamento de protecção e luvas.
• Sendo as instituições de saúde locais onde o risco de ocorrência de infecções é bastante grande,
é de extrema importância que sejam cumpridas algumas regras relativamente a este aspecto:
• Não utilizar pulseiras, anéis ou objectos de adorno nas mãos
• Lavar sempre as mãos no início de cada turno, antes e depois de ir comer, antes e depois de
ir à casa de banho
• Lavar sempre as mãos ou desinfectá-las com solução alcoólica, quando transita de doente
para doente
• O uso de luvas não invalida a lavagem das mãos
• O fardamento próprio da unidade não deve ser utilizado quando se desloca ao exterior
• É fundamental a utilização de material de protecção universal (luvas, máscara, etc.) devendo
usá-lo de forma correcta e adequada a cada caso.
• .
Mas a apresentação pessoal não se trata apenas na aparência em si mesmo,
mas também da postura e comportamentos que poderão colocar em causa o
desempenho profissional e/ ou prejudicar o Utente ou outros Profissionais.
Uma boa postura enquanto se está de pé, a andar ou mesmo sentado produz
bom efeito nos colegas e clientes:
Uma boa postura é controlada e não agitada ou espalhafatosa
Uma postura inteligente é a vertical, não a dobrada como quem arrasta os
pés.
Deverá evitar falar alto, apoiar-se nos móveis ou colocar-se em posições
comprometedoras ou reveladoras do seu corpo.
Não só de palavras vive a comunicação, como já vimos. A linguagem corporal
é um elemento essencial do ato de comunicar, porque, quando correta,
transmite atenção, interesse e confiança Durante uma conversa, podemos e
devemos adotar uma postura que facilite a comunicação:
Olhar o interlocutor de frente enquanto se fala;
Falar ao nível do olhar: se o residente se encontra sentado, sentamo-nos ou
colocamo-nos de cócoras para falar com ele, nunca falar de cima para baixo;
Adotar uma postura relaxada, levemente inclinada, que ajuda à
concentração;
Mudar de tom de voz de acordo com os sentimentos expressos;
Usar expressões faciais - sorrir, franzir o sobrolho, fazer cara de espanto
para
Reforçar o que se está a dizer, ou a reação ao que se ouve;
Acenar com a cabeça e dar sinais encorajadores com “sim” ou “hmm”;
evitar rufar dedos, bocejar ou mostrar tédio.
ASPECTOS ESPECÍFICOS NO APOIO AOS CUIDADOS EM FINAL DE VIDA
.Alimentação
• Existem vários sintomas preocupantes que devem ser minimizados, para
que o doente possa viver o mais confortavelmente possível:
• Fraqueza
• Para o doente poder recuperar energias é necessário aumentar a
ingestão diária de calorias e proteínas;
• Derreta margarina em comidas como torradas, sopas, vegetais, massas,
arroz ou ovos cozidos;
• Opte por maionese em vez de molhos para saladas;
• Sirva manteiga de amendoim e adicione natas ao chocolate quente, à
fruta ou outras sobremesas;
• Junte sementes ou nozes aos vegetais, saladas, massas ou sobremesas;
• Faça batidos com uma dose extra de gelado;
• Cozinhe com leite em vez de água; acrescente carne ou peixe às sopas
e gratinados;
• Utilize queijo gratinado em pratos de massa, vegetais ou gratinados;
• Sirva fruta com todo o tipo de queijo.
• Perda de apetite
• Sirva as refeições do doente quando ele tiver fome,
mesmo que não seja dentro do horário “normal”;
• Um pouco de exercício (como um pequeno passeio a pé)
estimula o apetite;
• Varie as refeições e sirva-as de forma apelativa;
• Utilize temperos como sumo de limão, menta, manjerico
e outras especiarias para conferir aos alimentos sabores e
cheiros estimulantes;
• As suas atenções e reparos devem limitar-se àquilo que o
doente conseguiu comer e não no que deixou no prato.
• Náuseas e vómitos
• O doente deve ingerir líquidos uma hora antes ou depois
da refeição para não se sentir muito cheio;
• Comer alimentos ricos em hidratos de carbono (como
tostas ou torradas), especialmente logo de manhã;
• Deve comer sempre devagar, mastigando bem a comida;
• Descansar após as refeições para facilitar a digestão;
Se o próprio cheiro da confeção dos alimentos incomodar o
doente , mantenha-o fora da cozinha ou opte por servir refeições
frias compostas por produtos lacticínios, sandes, saladas,
sobremesas ou fruta.
Diarreia
O doente deve comer várias refeições ao longo do dia, em vez
das habituais três principais;
Evitar alimentos gordos e fritos; eliminar temporariamente da
sua dieta os produtos lacticínios se forem estes a causa da
diarreia;
Beber muitos líquidos para repor rapidamente aqueles que
perdeu.
Prisão de ventre
O doente deve seguir uma dieta rica em fibras (cereais, arroz e
massas integrais, fruta e vegetais frescos),
Beber muitos líquidos,
Se o doente tiver dificuldades em engolir, deve cozer ou
passar a fruta e os vegetais. Se o doente mantém a capacidade de
deglutição, devem oferecer-se líquidos frios, sumos de fruta,
gelados, gelatinas, pedaços de ananás de acordo com o gosto
pessoal.
Se a deglutição não está presente,
pequenas porções água semi-líquida,
gelo, uma gaze húmida ou, em
alternativa, o uso de um
humidificador ou de um nebulizador,
poderão ser uma opção viável. Pode
recorrer-se à aplicação de lágrimas
artificiais para minimizar o
desconforto ocular. Estes cuidados
deverão ter lugar idealmente a cada
horas.
• Eliminação
• A astenia ou a perda do controlo dos esfíncteres
podem conduzir o doente à condição de incontinente
para urina e fezes, pelo que é importante manter a
pele limpa e seca. A disfunção urinária, quer sob a
forma de retenção quer sob a forma de incontinência,
é observada em cerca de 50% dos doentes nas últimas
48 horas de vida. Devem ser utilizados materiais
absorventes como fraldas e resguardos que permitam
manter o doente confortável o máximo tempo
possível. No que se refere à eliminação intestinal, a
obstipação é frequente. Não devem ser tomadas
medidas invasivas, a não ser que o doente manifeste
sinais de desconforto.
• A eliminação vesical deve ser cuidadosamente
monitorizada, pelo menos a cada quatro horas. Pode
ser necessário colocar sonda vesical. Em doentes com
neoplasia abdominal inferior deve ser considerada a
possibilidade de compressão da bexiga pelo tumor.
Higiene e hidratação
A mucosa oral e nasal deve ser humedecida a cada
quinze a trinta minutos,recorrendo à utilização de
água em aerossol ou aplicação de
esponjahumedecida.
Na mucosa oral pode usar-se água com chá ou pode
ser ainda aplicada uma solução de saliva artificial.
Estas medidas contribuem para a diminuição de
sensação de sede, reduzir a halitose e o risco de
solução de continuidade.
A utilização de um preparado gelificado (por exemplo
saliva gelificada para a mucosa oral e soro fisiológico
gelificado para as narinas) pode ser útil para reduzir a
evaporação da mucosa oral e nasal quando o doente
não está a cumprir oxigenoterapia (se estiver com
oxigénio, a solução gelificada não deve conter
petróleo).
Devem ser evitados os produtos com
glicerina ou bálsamos que
contenham limão na sua
composição, pelo facto de poderem
provocar irritação e contribuírem
para uma maior desidratação dos
lábios.
A hidratação da mucosa oral deve,
portanto, ser reforçada e constitui
uma intervenção que pode ser
conduzida pela família, que, na
impossibilidade de alimentar o
doente, se vê envolvida num cuidado
que lhe proporciona bem estar.
• Quando o doente não é capaz de
pestanejar, a conjuntiva deve ser
hidratadacom gel oftálmico
lubrificante a cada três ou quatro
horas, ou com soro fisiológico a cada
quinze a trinta minutos.
• O doente pode ainda preocupar-se
com a sua aparência – a perda de
cabelo, peso, as olheiras e a mudança
de cor da sua pele são alterações
físicas significativas e, por vezes,
chocantes. O cuidador pode ajudar o
doente a sentir-se melhor com a
compra de alguns chapéus divertidos
ou lenços bonitos para cobrir a
cabeça.
• O conforto pode ser definido como uma experiência
imediata e holística, consolidada pela satisfação das
necessidades básicas relativamente aos estados de alívio,
tranquilidade e transcendência.
• O alívio é o estado em que uma necessidade específica foi
satisfeita; a
• tranquilidade corresponde a um estado de calma ou
satisfação e a
• transcendência diz respeito ao estado no qual a pessoa sente
que tem
• potencial para superar os seus problemas ou o seu
sofrimento.
• Este é o grande desafio para as práticas profissionais que
devem atender à integridade de cada pessoa e conseguir
ultrapassar uma dinâmica, geralmente complexa, tensa,
desgastante e traumatizante, que corrobora para que as
relações entre as pessoas nem sempre sejam pautadas pelo
respeito e pela compreensão.
• Dessa forma, tornam-se possíveis práticas que contemplem
as necessidades e minimizem o sofrimento de pessoas que,
num determinado momento de suas vidas, necessitam de
um atendimento complexo e especializado em saúde.
Sono e Repouso
• É importante que a equipa terapêutica transmita segurança e
mantenha uma
atitude de respeito face ao comportamento do doente. Manter
constantes os elementos da equipa responsáveis pelo seu
acompanhamento pode ser útil para evitar maior confusão e
desorientação.
• O descanso nocturno deve ser facilitado. O ambiente deve
também transmitir segurança, calma e tranquilidade,
permitindo, por exemplo a presença de objectos familiares ao
doente, uma luz de presença durante a noite e evitar que o
doente permaneça sozinho.
• A instalação de um quadro de delírio constitui fonte de stress
para a família para a equipa prestadora de cuidados. O papel do
profissional de saúde é muito importante no controlo deste tipo
de sintomas. Deve tranquilizar a família, referindo que o facto
de o doente manifestar comportamentos que não eram habituais
(como utilizar “calão” ou mesmo linguagem obscena, ser
“desobediente”…) tem relação com a evolução do declínio do
estado geral.
• A comunicação constitui uma arma importante, mas a sua
eficácia é maior quando as questões emocionais e de conflito
são exploradas numa fase mais precoce, de forma a permitir
que se esclareçam e resolvam.
• Uma das maiores preocupações de um doente terminal é
o controlo da dor aguda ou crónica que debilita a pessoa
até esta já não conseguir executar as suas tarefas diárias.
Muitas vezes, o doente pode estar a sofrer
desnecessariamente, o que pode ter um efeito negativo
na sua luta pela vida.
• Ter qualidade de vida até ao final de uma doença
terminal é fulcral, por isso, é necessário averiguar e
experimentar quais os medicamentos e/ou tratamentos
• que possam controlar essa dor. Mantenha um historial
sobre todos os medicamentos que o doente toma e
possíveis reações, assim como uma análise sobre quais
os tratamentos mais efetivos ou não, para poder informar
o médico.
• O controlo da dor continua a ser prioridade nesta fase,
pelo que é fundamental mantê-lo, se for o caso, ou
consegui-lo, caso esse objetivo ainda não tenha sido
atingido. Quando o doente, nesta fase, ainda mantém dor,
é, como referi, difícil avaliá-la pelas dificuldades de
comunicação que entretanto vão surgindo.
Controlo da dor e outros sintomas
• Deste modo, torna-se muito importante estar
atento a sinais de desconforto, quer estes
aconteçam em repouso ou durante a prestação de
um cuidado, como a mobilização, alternância de
decúbito, tratamento de uma ferida. Nestes casos,
a dor irruptiva deve ser previsível e, portanto,
evitada, através da administração de analgesia
adequada.
• Perante um doente que tinha a dor controlada com
opióide por via oral e que se encontra incapaz de
deglutir, a utilização de opióides administrados
por via transdérmica pode constituir uma solução,
sendo administrada em dose correspondente à
usada anteriormente. Os sinais de dor ou
desconforto devem ser avaliados, pelo menos de
quatro em quatro horas, pelo médico ou pelo
enfermeiro.
A ESPECIFICIDADE DA COMUNICAÇÃO EM CUIDADOS PALIATIVOS
• O controlo efetivo de sintomas é um
dos princípios dos Cuidados
Paliativos. A consecução deste
objetivo implica que a equipa
prestadora de cuidados reúna
competências de comunicação, que
devem ser trabalhadas
individualmente e em equipa.
• É certo que todos comunicamos,
mesmo sem querer (importância da
comunicação não verbal), mas as
competências necessárias para uma
comunicação eficaz, terapêutica,
devem ser adquiridas e desenvolvidas
pelos profissionais de saúde.
• O doente tem necessidades especiais e
particulares. Pode estar calmo , orientado e capaz
de participar nas decisões e no planeamento dos
cuidados , ou, pelo contrário, pode estar com
dores, ter medo, ser incapaz de comunicar , pelas
vias normais.
• Em qualquer dos casos, têm necessidades sociais,
espirituais e religiosas. Isto assume particular
importância nesta fase da vida, sobretudo quando
a morte é entendida como mais um momento de
passagem.
• As emoções sucedem-se, acrescentando à
realidade descrita sentimentos de perda, medo,
ansiedade e incerteza, à medida que todo o
processo evolui – o que leva a que a situação do
doente em fase terminal seja única e singular.
• Por esse motivo, requer também cuidados
correspondentes no sentido de ir ao encontro
das necessidades do doente, que são não só
de ordem física, mas também de ordem
psicológica, social e espiritual. As
necessidades do doente
• em fase terminal são tão específicas quanto
singular é cada pessoa.
• O doente terminal é um doente com
necessidades específicas, particulares e
multifatoriais, o que implica um trabalho em
equipa e uma atenção continuada e
individualizada.
• A Carta dos Direitos do Doente em Fase
Terminal exprime as necessidades reais
destes doentes:
Ser tratado como pessoa até ao momento da morte; o que implica a prestação de
cuidados individualizados, tendo em conta que o doente é uma pessoa, única em
carácter, personalidade, passado, cultura, hábitos, valores e convicções que devem
ser respeitado;
Expressar os seus sentimentos e emoções relacionados com a proximidade da
morte, o que implica ser ouvido, compreendido e poder partilhar com os amigos,
familiares e profissionais de saúde todas as preocupações, para o que é necessário
um clima de abertura e verdade;
Manter um sentimento de esperança e ser cuidados por pessoas capazes de ajudar
a alimentá-la, e que pode ir desde a esperança deconseguir a cura, até outro tipo de
esperança menos “ ambiciosa “, como seja a de viver mais algum tempo, de não
sofrer, de ter uma morte serena, ou ainda a esperança da morte não ser
simplesmente o fim de tudo;
Manter e expressar a sua fé, ou seja, poder discutir e partilhar as suas convicções
religiosas, mesmo que sejam diferentes dos outros, o que implica a liberdade de ter a
assistência religiosa que deseja. E mesmo
quando o doente não professa qualquer religião tem também o direito de prescindir
de qualquer assistência religiosa;
Ser cuidado por pessoas competentes e sensíveis, que compreendam as suas
necessidades e prestem cuidados correspondentes, tecnicamente correctos e com
sensibilidade humana, mesmo que seja evidente que a cura já não é possível; Não
sofrer indevidamente, o que inclui o alívio da dor e da restante sintomatologia, a
prestação de cuidados proporcionados em relação aos resultados esperados, e
também todo o apoio psicológico que possa contribuir para diminuir o sofrimento;
Receber respostas adequadas e honestas às suas perguntas, participa em todas as
decisões que lhe dizem respeito, e decidir livremente sobre o seu tratamento, após
ser devidamente esclarecido;
Manter a sua hierarquia de valores e não ser discriminado pelo facto das suas
decisões serem diferentes das que tomariam as pessoas que cuidam;
Ter o conforto e a companhia dos seus familiares e amigos ao longo de todo o
processo de doença e no momento da morte, e nunca morrer só;
Morrer em paz e com dignidade.
Algumas atitudes e cuidados são importantes nas pessoas que acompanham o
paciente em fase terminal.
1. Aceitar a morte como parte da experiência vital: nascemos, vivemos e morremos.
2. 2. Ver o paciente terminal como vivo e não como morto. Parecer haver um
pensamento generalizado de que aquele que tem uma doença incurável está
acabado.
3. Ter maturidade frente à morte e o morrer para que o cliente possa falar sobre o
que lhe aflige; saber ouvir; Acompanhar uma pessoa que esta morrendo e uma
oportunidade de aumentar nossa capacidade de amar e vencer o medo. Ter medo da
morte é ter medo de viver. A vida é um processo e não uma meta.
4. A tranquilidade do acompanhante é condição indispensável,
pois essa é a hora da “terapia do silêncio”.
5. “Estar junto”, é um transmissor de afecto. Quem ama passa
segurança a sensação de estar acompanhada e não abandonada.
Tocar, segurar na mão, fazer um afago, ajuda a sentir-se seguro
para poder apagar a vela da vida.
6. Respeitar a vontade da pessoa, tanto para morrer, como para
depois da morte.
7. A família e peça chave, por isso e preciso prepará-la para
enfrentar as diversas fases do processo de morrer.
A compreensão da dimensão espiritual
O cuidado espiritual caracteriza-se pela relação com o outro, pela presença
consciente e pela existência de um objectivo que gera ganhos em saúde.
Apesar da sua natureza subjectiva e da dificuldade em defini-lo, existem alguns
elementos que são comuns às diversas definições, designadamente a necessidade de
serem integrados no seio da equipa multidisciplinar e o uso de metodologia
científica.
O cuidado espiritual assenta em quatro princípios fundamentais: intuição, relação
interpessoal, altruísmo e integração. Em primeiro lugar, é necessário reconhecer que
a pessoa tem necessidades espirituais e, em segundo,
identificar o momento oportuno para intervir (intuição). Para além destas
evidências, ressalvam que a essência destes cuidados emerge do Ser mas concretiza-
se no Fazer preconizando, portanto, não só a presença física, como também o
sentido de compromisso e a capacidade de comunicar de forma assertiva e eficaz
(relação interpessoal).
Por fim, sendo a espiritualidade uma dimensão que abarca todos os aspectos da
vida humana (integração), defendem a necessidade de se cultivar uma atitude
altruísta colocando-se, em primeiro plano, as necessidades da pessoa.
Há a necessidade do profissional de saúde, antes de mais, se conhecer a si mesmo,
pois só reflectindo e confrontando-se com a sua própria espiritualidade poderá
estar sensível aos problemas dos outros. Não deverá julgar nem impor as suas
crenças mas, antes, orientar a pessoa, ajudando-a a encontrar uma resposta
satisfatória e tangível para as suas necessidades.
O cuidado espiritual expressa, assim, a preocupação com a dimensão
transcendental da pessoa e para além de altruísta, reconhece o que de mais sublime
há no Homem, dignificando e valorizando os cuidados de saúde.
A MORTE E O LUTO
A morte numa instituição de saúde
Uma instituição de saúde terá certamente de lidar com a morte de clientes e com o
subsequente período de luto. O final da vida nunca deve ser encarado como uma
rotina, porque os cuidados que prestamos a alguém nos últimos dias são tão
importantes como os que recebeu ao longo da vida.
O final da vida é um momento em que o respeito pela privacidade e a dignidade é
indispensável. O cliente deve estar num quarto próprio e rodeado dos seus pertences
e de familiares e amigos, a não ser que haja razões médicas muito fortes que o
impeçam, ou que o próprio não o deseje.
Os clientes devem poder pronunciar-se sobre os procedimentos a tomar na fase final
da sua vida e após a sua morte. As particularidades culturais, religiosas e pessoais
devem ser respeitadas. O envolvimento da família e amigos pode ajudar, mas só se
o próprio estiver de acordo.
Devemos zelar pela satisfação das necessidades físicas, emocionais e espirituais de
quem está a morrer, respeitando os seus desejos e proporcionando-lhe conforto e
bem-estar. Há que minimizar a dor: cuidados paliativos de qualidade contribuem
para a qualidade de vida do residente nos seus últimos momentos.
Após a morte, a instituição de saúde pode apoiar a família e/ou amigos do falecido
- se esta assim o desejar - nos procedimentos a tomar e informá-los sobre possíveis
fontes de apoio, serviços fúnebres e outros aspectos que
venham a surgir.
Os profissionais de saúde devem estar preparados e dispostos a falar sobre a morte
e o final da vida e sobre os residentes que tenham falecido recentemente. Por vezes,
também os colaboradores precisam de ajuda - sobretudo se são mais novos e
inexperientes.As instituições de saúde devem ter políticas claras e procedimentos
estabelecidos para assegurar que os últimos dias de um residente são passados com
conforto e de forma digna, respeitando-se os seus desejos integralmente.
Em caso de morte do cliente, a Organização deve ter previsto mecanismos de
atuação imediatos, nomeadamente:
• Comunicação do óbito aos restantes clientes e colaboradores, conferindo especial
atenção àqueles mais próximos do cliente: esta comunicação deve ser efectuada de
forma clama e tranquila e num espaço reservado, de forma a minimizar o impacto
da informação;
• Comunicação formal a outras Instituições com as quais o cliente tivesse
relacionamento;
• Definição do processo de organização e entrega dos bens do cliente aos
significativos;
• Preparação e trabalho com o grupo de clientes com vista a uma gestão emocional
de forma equilibrada e ajustada;
• Identificação do representante da organização que estará presente na cerimónia
fúnebre.
A instituição deverá ainda assegurar o apoio na
gestão do luto aos familiares/significativos que
tenham tido uma estreita vinculação afetiva ao
cliente que faleceu.
Os cuidados post-mortem são assegurados pela
Organização em estreita colaboração com os
significativos. Se não existirem referências de
pessoas próximas e/ou significativos, deve a
Organização assegurar-se do cumprimento das
últimas vontades do cliente, caso tenham sido
expressas e providenciar os procedimentos
inerentes ao ato fúnebre e zelar pela dignidade do
ato.
A morte em casa
A escolha do local para morrer deve respeitar, sempre que possível, o
desejo do doente: Mas os doentes no fim da vida têm o direito de
esperar alívio para o seu sofrimento e qualidade de vida em qualquer
unidade de saúde onde se encontrem.
Quando já não há qualquer esperança de cura, os tratamentos de
intenção curativa devem ser interrompidos (com o conhecimento do
doente e/ou familiares) e iniciados os cuidados apelativos. A partir desse
momento, a prioridade é o alívio da dor física.
Informe-se sobre modalidades e fontes de apoio domiciliário no hospital
e através da equipa médica que acompanha o doente, e também no
centro de saúde da sua área residencial, junta de freguesia ou Santa
Casa da Mesiricórdia.
Em casa, o doente deve ter apoio quer para os cuidados de higiene e alimentação,
quer para cuidados paliativos prestados por uma equipa de saúde multidisciplinar
(médico, enfermeiro, psicólogo) coordenada pelo médico de família e que, pela sua
presença e disponibilidade deve ajudar a família a proporcionar ao doente conforto
e tranquilidade durante a última fase da vida
Morrer em casa com qualidade só é possível em certas fases e tipos da doença e,
sobretudo, com uma família bem informada e solidária que disponha de boas
condições materiais e psicológicas e consiga uma boa articulação com o médico e a
equipa de cuidados paliativos domiciliários (que deverá estar contactável para
informação telefónica ou visita de urgência 24 horas por dia).
Passar os últimos dias em casa permite que o doente se sinta mais protegido, porque
está num ambiente familiar, permitindo também que mantenha autonomia e
autocontrolo sobre a sua situação. Grande parte das situações de agonia podem ser
acompanhadas no domicílio, desde que com o apoio de equipas de saúde
multidisciplinares treinadas nesse sentido.
No entanto, existem situações que impedem que tal aconteça. São elas:
• Presença de sintomas de difícil controlo (como dor, dispneia, agitação),
• Fadiga ou claudicação dos cuidadores,
• Pedido expresso do doente ou familiares, depois de devidamente
ponderado com a equipa terapêutica,
• Inexistência ou inaptidão evidente dos cuidadores para prestar cuidados
Pode recorrer-se a ajuda permanente (equipa de cuidados paliativos
domiciliários, mas também auxiliares domésticas, enfermagem,
voluntários);
informe-se junto dos hospitais com unidades oncológicas e na sua junta
de freguesia (ou assistente social) para as ajudas ao domicílio e obter
moradas e telefones de associações de entreajuda.
O médico de família deverá também verificar se os acompanhantes do
doente precisam de ajuda material ou psicológica, pois é por vezes com
grande cansaço que estes, transformados em assistentes e enfermeiros se
revezam dia e noite para assegurar o bem-estar do doente até aos
últimos momentos vividos em conjunto.
As decisões no fim da vida são muitas vezes difíceis e enquadram-se
sempre num campo ético. No entanto, os últimos tempos podem talvez
ser menos dolorosos, e a morte, uma passagem menos angustiante se
houver equipas dedicadas que prestem cuidados paliativos e saibam
escutar o sofrimento do doente. Não há resposta universal a não ser
respeitar a dignidade da pessoa até ao fim.
Os Cuidados do corpo post-mortem
A morte é caracterizada por:
• Esfriamento do corpo;
• Manchas generalizadas de coloração arroxeada;
• Relaxamento dos esfíncteres;
• Rigidez cadavérica.
O óbito é constatado pelo médico, e logo após deve-se iniciar a
preparação do corpo com as finalidades de:
• Manter o corpo limpo e identificado;
• Evitar odores e saída de excreções e sangue;
• Dispor o corpo em posição adequada antes da rigidez cadavérica.
A preparação do cadáver é da responsabilidade do enfermeiro ao qual o doente estava atribuído,
cabendo ao técnico/a auxiliar de saúde colaborar com ele na preparação do corpo, devendo para
tal serem cumpridos os seguintes cuidados:
• Proceder ao isolamento da unidade do doente, correndo os cortinados
• Reunir toda a roupa e material necessário à execução da múmia (saco de cadáver ou lençol,
adesivo, algodão, ligaduras, etiquetas de identificação)
• Colaborar na retirada de todos os cateterismos
• Proceder à higiene corporal do doente se necessário
• Colaborar no tamponamento de todos os orifícios naturais (ouvidos, narinas, boca e ânus)
• Efetuar o encerramento das pálpebras
• Colocar uma ligadura sob o maxilar inferior e atá-la na cabeça, permitindo o encerramento
da boca
• Cruzar as mãos sobre o abdómen e segurá-las com uma ligadura
• Unir os pés e atá-los com uma ligadura
• Manter sempre o alinhamento corporal
• Colocar uma etiqueta de identificação numa das ligaduras que seguram as mãos ou pés
• Enrolar o corpo no lençol que acompanha o saco de cadáver
• Colocar o corpo no saco de cadáver e identificar o saco com a 2ª etiqueta.
•O cadáver deverá ser sempre identificado com 2 etiquetas, uma
interna e outra externamente e posteriormente transportado
obrigatoriamente em maca específica, devendo aí ser colocado
nas câmaras frigoríficas.
•A saída do cadáver da Unidade, só será efectuada após
informação dos familiares ou, em caso de impossibilidade, das
autoridades (PSP ou GNR) da área de residência do doente
falecido e somente após autorização do enfermeiro
responsável.
•No caso da morte ocorrer em casa:
• Os cuidados após a morte devem ser realizados com respeito pelo corpo.
• Devem ser retirados quaisquer tubos como sondas, cateteres venosos, entre
outros
 É importante tornar o ambiente à volta do falecido o mais estético possível para a
família
 Os cuidados após a morte devem ser realizados com respeito pelo corpo.
• O corpo deve ser colocado numa cama limpa, em posição natural, sobre
resguardos absorventes
• Devem ser tapados com compressas ou algodão os orifícios naturais do corpo
para prevenir a saída de fluidos
• A melhor posição é a maior parte das vezes o decúbito dorsal, com os braços ao
longo do corpo ou cruzados sobre ele. As pernas devem estar unidas
paralelamente
• Os olhos devem ser fechados e a dentadura colocada se ainda não
houver rigidez do maxilar
• O maxilar inferior deve ser também fixado de uma forma natural com
uma ligadura abaixo do queixo. Este posicionamento deve ser
efetuado antes de se instalar o rigor mortis ou o endurecimento do
cadáver (surge primeiro nos músculos do maxilar e progride de uma
forma descendente até ás pernas). Outro processo que ocorre após a
morte é o livor mortis, que é o aparecimento de manchas arroxeadas
em determinadas zonas do corpo entre 20 a 30 minutos após a morte
• O posicionamento imediato do cadáver em decúbito dorsal, com uma
almofada debaixo da cabeça previne o livor mortis na face e dá uma
aparência de conforto aos membros da família.
As fases do luto
Face a qualquer perda significativa, de uma pessoa ou até de um
objeto estimado, desenrola-se um processo necessário e
fundamental para que o vazio deixado, com o tempo, possa
voltar a ser preenchido. Esse processo é denominado de luto e
consiste numa adaptação à perda, envolvendo uma série de
tarefas ou fases para que tal aconteça.
O processo de luto oferece ao sobrevivente a oportunidade de se
deslindar dos laços da vinculação. Em condições normais, o
processo de luto elimina estas vinculações que ameaçam manter
as ilusões de amor eterno.
O luto representa o estado experiencial que a pessoa sofre após tomar
consciência da perda, sendo um termo global para descrever o vasto
leque de emoções, experiências, mudanças e condições que ocorrem
como resultado da perda.
Após a perda de alguém que nos é querido, existe uma série de tarefas
de luto que têm de ser concretizadas para que se restabeleça o
equilíbrio e para o processo de luto ficar completo. Desta forma, a
adaptação à perda envolve 4 tarefas básicas:
1. Aceitar a realidade da perda
2. Trabalhar a dor advinda da perda
3. Ajustar a um ambiente em que o falecido está ausente
4. Transferir emocionalmente o falecido e prosseguir com a vida
É essencial que o enlutado efetue estas tarefas antes do processo de luto poder ser
completado. Uma vez que o luto é um processo e não um estado, estas tarefas
requerem esforço e tal como uma doença pode não ficar totalmente curada, também
o luto pode ficar incompleto em algumas pessoas.
1. Aceitar a realidade da perda
Quando alguém morre, mesmo sendo uma morte previsível, há sempre um
sentimento de que tal não aconteceu. Desta forma, a primeira tarefa do sofrimento é
apercebermo-nos da realidade de que a pessoa morreu e que não irá voltar.
O permanecer nesta tarefa pode dever-se a não acreditar na perda através de um
determinado tipo de negação:
- Factos da perda;
- Significado da perda;
- Irreversibilidade da perda
Os casos raros em que o enlutado mantém o corpo do falecido em casa durante um
número de dias, antes de notificar alguém acerca da morte. Estas pessoas sofrem,
na grande maioria, de psicoticismo, excentricidade ou isolamento.
O que acontece mais frequentemente é a pessoa passar por uma "mumificação" isto
é, reter os bens materiais do falecido e mantê-los tal como estavam para quando o
falecido "regressar". Outra forma das pessoas se protegerem da realidade é
negarem o significado da perda, permitindo que a perda aparente ser menos
significativa do que na realidade foi.
Algumas pessoas impedem a finalização desta tarefa negando que a morte é
irreversível. Uma estratégia utilizada para negar a finalidade da morte é o
espiritualismo. A esperança de reunião com a pessoa morta é o sentimento normal,
principalmente nos primeiros dias e semanas após a perda. Contudo, a esperança
crónica por tal reunião ultrapassa os parâmetros da normalidade.
Chegar a uma aceitação da perda leva tempo, pois
envolve não só uma aceitação intelectual, mas
também emocional, esta última sendo mais morosa.
A crença e descrença alternam enquanto se
permanece nesta tarefa. Apesar de levar
inevitavelmente tempo, os rituais tradicionais, como
o funeral, ajudam muitos enlutados a avançarem na
aceitação da perda.
Trabalhar a dor da perda
Muitas pessoas experimentam dor física, bem como
dor emocional e comportamental associadas à perda.
Uma vez que a pessoa em luto tem que passar pela
dor causada pela perda, de modo a fazer o trabalho
do sofrimento, então tudo o que permitir ao enlutado
evitar ou suprimir essa dor irá muito provavelmente
prolongar o processo de luto.
A negação desta segunda tarefa, a de trabalhar através da dor, é a de não
sentir. As pessoas podem boicotar esta tarefa da várias maneiras, sendo
a mais comum cortar com os sentimentos e negar a dor que está
presente.
Outras formas possíveis são procedimentos para parar o pensamento,
idealizar o falecido, evitar coisas que lembrem o falecido e utilizar
álcool ou estupefacientes. Certas pessoas não compreendem a
necessidade de experimentarem a dor do sofrimento e tentam a cura
geográfica, ou seja, viajam de sítio para sítio, tentando encontrar algum
alívio das suas emoções,
em vez de se permitirem satisfazer a dor, senti-la e saberem que um dia
ela passará.
Ajustar a um ambiente em que o falecido está ausente
Ajustar-se a um novo ambiente tem diferentes significados para
diferentes pessoas, dependendo da relação que se tinha com a pessoa
falecida e os vários papéis que ela desempenhava.
No caso de uma viúva, a perda de um marido pode significar a perdas de
um parceiro sexual, um companheiro, um contabilista, um jardineiro,
etc.,dependendo dos papéis que eram normalmente desempenhados pelo
seu marido. A estratégia de coping de redefinir a perda de tal forma que
pode recair para o benefício do sobrevivente é normalmente parte do
completamento bem-sucedido desta tarefa.
Para as pessoas que definem a sua identidade através das relações e atenção que tem
pelos outros, o processo de luto significa não só a perda de um ente querido, mas
também um sentimento de perda do self.
Outra área de ajustamento diz respeito ao sentido que a pessoa tem do mundo, pois
a perda pode pôr em causa várias crenças e desafiar valores fundamentais.
Verifica-se, assim, a existência de 3 áreas de ajustamento que se tem que fazer
depois de perder alguém que nos é próximo: ajustamentos externos(funcionamento
diário no mundo), ajustamentos internos (sentido do self) e ajustamento de crenças
(valores, crenças, considerações sobre o mundo). Ficar preso nesta tarefa significa
que não há uma adaptação à perda. As pessoas trabalham contra elas mesmas
através da promoção do seu próprio desamparo. Para além disso, não desenvolvem
as competências que precisam para lidar com a perda ou isolam-se do mundo e não
enfrentam as exigências que lhes rodeiam.
Transferir emocionalmente o falecido e prosseguir com a vida
Uma pessoa nunca perde as memórias de uma relação significativa. O processo
de luto termina quando o enlutado deixar de ter uma necessidade de reativar a
representação do falecido com uma intensidade exagerada no quotidiano.
No caso da morte de um parceiro, a disposição para entrar em novas relações
está diretamente dependente de encontrar o espaço adequado para o cônjuge na
vida psicológica do enlutado, um espaço que seja importante, mas que deixe
espaço para outros.
Uma maneira de não completar esta tarefa é não amar. A pessoa agarra-se ao
vínculo que tem com o passado, em vez de seguir em frente e formar novas
vinculações. Algumas pessoas sentem a perda de uma forma tão dolorosa que
fazem um pacto com elas mesmas de nunca mais amarem.
Para muitas pessoas, esta é a tarefa mais difícil de alcançar, ficando-se por vezes preso nela e só
tomando consciência disso muito tempo depois, verificando que as suas vidas estagnaram após a
perda.
A sobre-idealização da pessoa falecida, um sentimento de deslealdade ou o medo catastrófico de
uma nova perda podem bloquear a formação de novas vinculações e compromissos. Não
obstante, esta tarefa pode ser alcançada e a pessoa percebe que pode voltar a amar sem deixar de
amar a pessoa que perdeu.
O acompanhamento e apoio à família
As famílias são profundamente afetadas pela doença aguda e crónica de um dos seus membros e a
doença terminal é uma das situações vividas com maior envolvimento. As atividades do
quotidiano, os papéis, as relações com os outros e o significado da vida ficam alterados, uma vez
que a vida muda de um estado de saúde para um de doença.
O doente e a família lutam, não apenas com o presente e tudo o que envolve a doença e seus
cuidados, mas com os aspetos avassaladores associados à doença e a transcendência para além da
doença.
Além dos receios e preocupações partilhados
pelos doentes, os familiares preocupam -se com
as alterações na condição física do seu ente
querido e com um processo de luto
antecipatório, mas também com problemas
práticos, como a escolha dos serviços onde irão
ser prestados os cuidados, a avaliação da
qualidade dos mesmos e o local para onde o
doente transitará na fase terminal.
• A família de um doente oncológico tem ela própria
necessidades diversas:
• a) Estar com a pessoa doente;
• b) Poder ajudar na evolução e desfecho da
doença;
• c) Receber apoio, confirmação e reforço do seu
contributo para o
• conforto do doente;
• d) Ser informado acerca da condição do doente e
da sua morte iminente;
• e) Poder exteriorizar emoções;
• f) Receber conforto e apoio dos membros da
família; e,
• g) Receber aceitação, apoio e conforto dos
profissionais de saúde
A família de um doente oncológico tem ela própria necessidades
diversas:
a) Estar com a pessoa doente;
b) Poder ajudar na evolução e desfecho da doença;
c) Receber apoio, confirmação e reforço do seu contributo para o
conforto do doente;
d) Ser informado acerca da condição do doente e da sua morte
iminente;
e) Poder exteriorizar emoções;
f) Receber conforto e apoio dos membros da família; e,
g) Receber aceitação, apoio e conforto dos profissionais de
saúde.
No cuidado ao doente em fim de vida é importante perceber, numa fase
inicial,que informações foram transmitidas ao doente e família, para que
depois seja possível planear a forma como serão comunicadas novas
informações.
À medida que o estado do doente se vai deteriorando vão sendo mais
frequentes as questões colocadas por familiares e pessoas significativas.
Quando o doente está em agonia, os familiares devem estar informados
da situação da morte iminente, bem como da forma como desejam ser
informados, em caso de agravamento ou quando o doente falecer (quem,
em
que intervalo de tempo). Deve ser criada a possibilidade de pernoitar
junto do doente, sempre que possível.
No cuidado ao doente em fim de vida é importante perceber, numa fase inicial, que
informações foram transmitidas ao doente e família, para que depois seja possível
planear a forma como serão comunicadas novas informações.
À medida que o estado do doente se vai deteriorando vão sendo mais frequentes as
questões colocadas por familiares e pessoas significativas.
Quando o doente está em agonia, os familiares devem estar informados da situação
da morte iminente, bem como da forma como desejam ser informados, em caso de
agravamento ou quando o doente falecer (quem, em que intervalo de tempo). Deve
ser criada a possibilidade de pernoitar junto do doente, sempre que possível. No que
diz respeito à comunicação com os familiares, é importante que o profissional lhe
transmita que o doente tem necessidade de falar sobre o momento que vive, bem
como sobre preocupações com o post mortem.
Quando o familiar não se encontra presente no momento da morte, é importante
informá-lo de forma presencial. Ao usar o telefone é difícil perceber de que rede
familiar ou de amigos o receptor da mensagem pode dispor.
Devem ser transmitidas todas as informações relativas a normas da instituição
referentes ao tratamento e encaminhamento do corpo, bem sobre todas as questões
legais, se possível escritas.
A comunicação de uma má notícia deve seguir guias de orientação, começando por
providenciar um local tranquilo e perceber que tipo de informação a pessoa dispõe e
quer saber, relativamente à situação de morte iminente do seu
familiar. De seguida, o profissional deve utilizar uma afirmação que permita que o
familiar se aperceba que vai receber uma má notícia.
Nesta altura, pode comunicar-se o falecimento do doente, evitando o recurso a
eufemismos, ou seja, utilizando uma linguagem direta e o mais objetiva possível.
Depois de responder a todas as questões colocadas pelo familiar, é importante
concluir a intervenção com um plano referente à forma como todas as diligências se
vão processar. Nesta altura deve ser disponibilizado apoio para o luto, fornecendo
informações, se possível escritas, sobre o modo como esse apoio vai decorrer.
A auto-protecção em situações de sofrimento e agonia do utente, família e
cuidadores
Os técnicos que lidam com doentes terminais necessitam ter a capacidade de
identificar, avaliar e, quando possível, minorar os sintomas físicos da doença
mas também a incapacidade crescente, as alterações nos papéis sociais e o
isolamento social associados com a doença e o processo de morte
Simultaneamente, devem saber distinguir quando o isolamento social ou as
alterações nos papéis sociais são sinais de uma depressão clínica e quando a dor e
sintomas da doença têm um forte componente psicológico, requerendo uma
abordagem psiquiátrica ou psicológica.
A intervenção deve ser feita a um ritmo ade-quado às necessidades do doente e da
família, em vez de acontecer ao ritmo das expectativas e agenda do prestador de
cuidados acerca do que “deve ser feito”. Ao providenciarem cuidados a doentes
com uma esperança de vida previsivelmente curta, os profissionais de saúde
confrontam-se inevitavelmente com a ideia da sua própria morte. Este confronto
resulta por vezes na identificação (muitas vezes de uma forma simples, “Se fosse
eu…”),
podendo funcionar positivamente como um reforço empático e útil na tomada de
decisões mais próximas às necessidades e vontade do doente.
Corre, no entanto, o risco de se extremar de forma prejudicial, levando o profissional a
experienciar intensa e excessivamente as vivências do doente.
Pode haver também a identificação do doente com determinada pessoa próxima ou familiar do
profissional, com o risco de excessivo envolvimento, prejudicial ao profissional e,
provavelmente, ao próprio doente.
Deste modo, sendo a morte inevitável e frequente nos serviços de saúde, nem todos os
profissionais a compreendem, a acolhem e reagem a ela da mesma maneira. Confrontados com a
doença grave e com a morte, os profissionais
tentam proteger-se da angústia que estas situações geram, adotando estratégias de adaptação,
conscientes ou inconscientes designadas: mecanismos de defesa.
Uma vez que os profissionais de saúde se confrontam com a morte nos seus contextos de
trabalho, necessitam adquirir conhecimentos e desenvolver capacidades e competências de forma
a encarar e gerir a morte do outro que nos é semelhante. Ajudar o doente e a família num
momento em que experimentam grande sofrimento constituiu um dos maiores desafios que a
prática quotidiana coloca aos profissionais de saúde. É preciso entender que a morte nem sempre
é significado de fracasso ou insucesso e sim algo que faz parte de um ciclo natural da vida.
É importante que os profissionais tenham
consciência das suas próprias reações
emocionais e atitudes na relação com os
doentes terminais, contribuindo para que
adquiram uma maior capacidade para lidar com
as dificuldades psicológicas/emocionais
desencadeadas na prestação de cuidados a estes
doentes.
Tarefas que em relação a esta temática se encontram no âmbito de intervenção do/a
Técnico/a Auxiliar de Saúde
Tarefas que, sob orientação de um Enfermeiro tem de executar sob
sua supervisão directa
O/A Técnico/a Auxiliar de Saúde é o/a profissional que auxilia na
prestação de cuidados de saúde aos utentes, na recolha e transporte de
amostras biológicas, na limpeza, higienização e transporte de roupas,
materiais e equipamentos, na limpeza e higienização dos espaços e no
apoio logístico e administrativo das diferentes unidades e serviços de
saúde, sob orientações do profissional de saúde.
No que respeita aos cuidados de saúde a pessoas em fim de vida e post
mortem, este profissional deve auxiliar na prestação de cuidados aos
utentes, de acordo com orientações do enfermeiro:
Identificar as necessidades das pessoas com doença crónica incapacitante e terminal, seus
cuidadores e familiares;
• Promover intervenções junto de pessoas com doença crónica incapacitante e terminal,
cuidadores e seus familiares;
• Envolver os cuidadores da pessoa em situação de doença crónica, incapacitante ou terminal,
para optimizar resultados na satisfação das necessidades;
• Promover parcerias terapêuticas com o indivíduo portador de doença crónica incapacitante,
cuidadores e família;
• Respeitar a singularidade e autonomia individual, quando responde a vivências individuais
específicas, a processos de morrer e de luto;
• Negociar objectivos/ metas de cuidados, mutuamente acordadas dentro do ambiente
terapêutico; Reconhecer os efeitos da natureza do cuidar em indivíduos com doença crónica e
incapacitante e terminal, nos seus cuidadores e familiares,
sobre si e outros membros da equipa, respondendo de forma eficaz;
• Colaborar com outros membros da equipa de saúde.
Tarefas que, sob orientação de um Enfermeiro, pode executar sozinho/a
De acordo com o respectivo perfil profissional, constitui tarefa fundamental do
técnico/a auxiliar de saúde:
• Auxiliar nos cuidados post-mortem, de acordo com orientações do profissional de
saúde.
Nesta matéria, espera-se que o técnico/a auxiliar de saúde tenha autonomia
suficiente para o desempenho das seguintes tarefas:
• Aplicar técnicas preventivas de controlo e gestão do stress profissional
nomeadamente em situações limite, sofrimento e agonia.
• Aplicar Técnicas de cuidados ao corpo post-mortem, designadamente:
• Proceder ao isolamento da unidade do doente,
• Reunir o material necessário;
• Proceder á higiene corporal;
• Realizar o tamponamento de todos os orifícios naturais;
• Efectuar o encerramento das pálpebras
• Efectuar o encerramento da boca;
• Segurar as mãos;
• Unir os pés;
• Colocar as etiquetas de identificação;
• Enrolar o corpo num lençol;
• Colocar o corpo no saco de cadáver;
• Proceder ao transporte do cadáver para a morgue;
• Cumprir os procedimentos para a saída do cadáver da
unidade.
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  • 1. UFCD 6582 :A PRESTAÇÃO DE CUIDADOS DE SAÚDE A UTENTES EM FIM DE VIDA Formadora: Enfª Mafalda Pinto Formanda: Rute Pancha Mediadora. Drª Cláudia Lameiras Coordenadora. Drª Susana Carvaalho
  • 2. Factores inibidores de bem-estar Ansiedade O diagnóstico de doença terminal, ainda muito associado a uma evolução fatal, e os tratamentos que a acompanham são fonte de intenso sofrimento psicológico para o doente e para a família. Apesar de alguns doentes conseguirem adaptar-se à doença, outros apresentam dificuldades nessa adaptação após o diagnóstico (ou até antes), sendo possível a ocorrência de perturbações emocionais, como é o caso da ansiedade clinicamente significativa. A presença de comorbilidade psicológica nestes doentes é elevada, sendo frequentemente acompanhada por sintomas físicos como a fadiga, a insónia, a perda de apetite ou perturbações na esfera sexual. Provavelmente não existe uma forma única de resposta psicológica à doença oncológica que se possa considerar uma “adaptação adequada”.
  • 3. • Cada doente lida com a doença oncológica de forma pessoal e individual, contudo, o facto de alguns doentes oncológicos tenderem a suprimir a expressão das suas emoções, pode contribuir para o aumento dos níveis de ansiedade. • Pelo contrário, os doentes que utilizam estratégias focadas no problema e que procuram apoio psicossocial, conseguem manter uma auto-estima elevada, melhor qualidade de vida e melhor adaptação à doença. • Diversos aspetos da doença são suscetíveis de desencadear reações emocionais intensas e prolongadas. A incerteza em relação ao futuro, o sofrimento e dor física, a dependência, a perda de controlo sobre os acontecimentos, os efeitos secundários dos tratamentos, a recorrência da doença e os problemas da separação e da morte, são alguns dos aspetos com maior impacto psicológico.
  • 4. Os doentes confrontam -se com a incerteza acerca do curso da doença e a possibilidade de morte prematura. A ideia da sua própria morte torna-se mais tangível e quaisquer sintomas físicos podem ser interpretados como um possível agravamento clínico, com repercussões sobre os níveis de ansiedade. Estes receios podem ainda ser desencadeados por qualquer descrição , nomeadamente através dos media, de situações análogas ou sempre que o doente tem uma consulta médica de seguimento. Perante uma remissão alguns doentes conseguem lidar melhor com o receio de recorrência de doença, enquanto outros vivem atormentados por este receio.
  • 5. AGRESSIVIDADE: • O doente reconhece a existência de uma doença grave e mortal mas não a aceita, reagindo de forma típica com raiva e exprimindo revolta perante a sua má sorte. Esta fase é bastante difícil, tanto para a família como para os profissionais de saúde. • O doente pode exprimir críticas em relação ao médico por não ter diagnosticado a tempo a sua doença, aos enfermeiros por não serem suficientemente rápidos na resposta aos seus pedidos e a Deus, por lhe ter imposto uma “sentença de morte”. • Como consequência destes comportamentos, as pessoas que o rodeiam começam a afastar-se. É importante que esta revolta seja exteriorizada e aceite, uma vez que se trata de uma reação frequente e quase inevitável.
  • 6. • É recomendável uma atitude de tolerância perante estas manifestações de revolta já que a sua expressão poderá resultar em alívio e dará lugar posteriormente a uma aceitação mais tranquila. • É necessário que os profissionais de saúde não assumam estes comportamentos como pessoais e que expliquem à família que eles surgem porque é nesta fase que ele é confrontado com as suas perdas, limitações e frustrações. É necessário que a raiva seja exteriorizada para que o doente evolua para uma aceitação da sua situação clínica.
  • 7. DEPRESSÃO • O doente toma consciência das consequências reais da sua doença e passa por um período de depressão. Nesta fase o doente não pode negar mais a sua doença, pois começa a apresentar novos sintomas e a ficar cada vez mais debilitado, a revolta dá lugar a um sentimento de perda.
  • 8. Os sintomas de depressão incluem: • Humor depressivo persistente durante um período superior a 2semanas; • Perda de interesse e incapacidade em sentir prazer; • Sentimentos de culpa ou de desvalorização; • Falta de esperança; • Manifestações físicas de ansiedade, como suores, tremores e ataques de pânico. O doente pode cair num quadro depressivo grave, apresentando: desânimo generalizado, inquietação, alterações do sono e perda de apetite, entre outros sintomas. Podemos descrever dois tipos de depressão que merecem diferentes abordagens por parte dos profissionais de saúde e da própria família: a depressão reactiva e a depressão preparatória. A depressão reactiva aparece devido aos sentimentos de impotência, muitas vezes relacionados com problemas ou necessidades do doente, que precisam de ser equacionados e resolvidos, quando o estado de saúde se deteriora. Na depressão preparatória o doente está a preparar-se para a morte e para a separação daqueles e daquilo a que está mais ligado na vida. Nesta etapa, o silêncio e a presença de familiares são fundamentais.
  • 9. De início, a depressão é reativa e o doente exterioriza a sua tristeza. Poderá seguir-se um período de silêncio, durante o qual o doente se prepara para morrer, tornando-se mais calmo e evitando as visitas. A comunicação é, sobretudo, não-verbal e o doente deseja apenas a presença física dos familiares e amigos mais próximos. Numa fase mais avançada da doença, o fim da vida torna -se, para muitos doentes, dolorosamente real, assim como as suas consequências nomeadamente a perda de continuidade com o futuro e das relações com os que ficam. A tomada de consciência do afastamento que irá ocorrer em breve pode ser antecipado e, mesmo na presença de outros, o doente pode sentir-se sozinho e isolado.
  • 10. BAIXAAUTO-ESTIMA: • Um dos temas mais importantes para os doentes oncológicos é o da comunicação com os elementos do seu meio social, familiar ou laboral acerca da doença e dos tratamentos. O sentimento de serem estigmatizados pela doença, ou o receio de provocar sofrimento nos outros, leva-os a falarem menos abertamente acerca da sua patologia. • Esse “secretismo” pode dificultar a adaptação psicológica à doença e aumentar o isolamento. Pelo contrário, a possibilidade de diálogo permite ao doente receber o apoio emocional Necessário. • Muitos doentes “escolhem” um número restrito de pessoas com quem falam abertamente acerca das suas dificuldades, mostrando -se reservados a partilhar o seu sofrimento com terceiros.
  • 11. • Os sentimentos de exclusão podem ser intensificados se o doente oncológico se apercebe que os outros se afastam. Alguns familiares e amigos têm dificuldade em manter com o doente um nível de contacto equivalente ao que antecedia o período de doença, porque se sentem desconfortáveis em relação aos assuntos a abordar e receiam a reacção do doente aos seus comentários ou receber más notícias. • Em regra, o doente que não consegue ultrapassar alguma destas barreiras psicológicas tem maior probabilidade de desenvolver um estado de ansiedade ou depressão, ou uma combinação dos dois, no primeiro ano de diagnóstico, para além de outras implicações possíveis resultantes do próprio tratamento da doença.
  • 12. • Na fase terminal os doentes debatem -se com perdas reais que são consequência da doença, mas também com algumas perdas antecipadas relacionadas com a morte iminente. A sensação de perda de controlo pode aumentar, devido ao agravamento da doença e à presença de sintomas que não remitem apesar do tratamento. • Podem estar presentes, relacionados com uma possível redução da capacidade funcional e do status social, uma diminuição da auto- estima , sentimentos de auto-desvalorização e ainda alterações da imagem corporal.
  • 13.
  • 14. A PRESTAÇÃO DE CUIDADOS DE SAÚDE A UTENTES EM FIM DE VIDA • Fatores promotores de bem-estar: necessidades físicas ,psicológicas , sociais e espirituais
  • 15. INTERACÇÃO POSITIVA • As pessoas com doença grave, incurável e progressiva, sobretudo quando em fase avançada e terminal, vivenciam uma multiplicidade de problemas: de cariz físico, psicológico, emocional e espiritual. Efetivamente, todas as dimensões da pessoa estão afetadas pela irreversibilidade da doença e pela morte iminente, fazendo emergir a necessidade de desenvolvimento de uma lógica de cuidados, que vise preservar a dignidade da pessoa e garantir- lhe o máximo de bem-estar durante o tempo que lhe resta viver.
  • 16. • É este reconhecimento da dignidade como valor universal inerente a todos os seres humanos, consagrado na Declaração Universal dos Direitos do Homem, de 10 de Dezembro de 1948, que fundamenta uma atitude ética de respeito e de cuidado face ao outro e que advoga o direito que a pessoa tem a receber cuidados de saúde e a não ser sujeita a tratamentos considerados cruéis, desumanos ou degradantes.
  • 17. • A Organização Mundial de Saúde (OMS) define os paliativos como uma abordagem holística que tem o intuito de melhorar a qualidade de vida dos doentes com problemas associados a doenças potencialmente fatais e à sua família, recorrendo à prevenção e alívio do sofrimento através da identificação precoce, avaliação adequada e tratamento dos diversos problemas, sejam eles físicos, psicológico, sociais ou espirituais.
  • 18. PRINCÍPIOS DA PRÁTICA DOS CUIDADOS PALIATIVOS: • Afirmam a vida e encaram a morte como um processo natural; • Encaram a doença como causa de sofrimento a minorar; • Consideram que o doente vale por quem é e que vale até ao fim; • Reconhecem e aceitam em cada doente os seus próprios valores e prioridades; • Consideram que o sofrimento e o medo perante a morte são realidades humanas que podem ser clínica e humanamente apoiadas; • Consideram que a fase final da vida pode encerrar momentos de reconciliação e de crescimento pessoal;
  • 19. • Assentam na conceção central de que não se pode dispor da vida do ser humano, pelo que não antecipam nem atrasam a morte, repudiando a eutanásia, o suicídio assistido e a futilidade diagnóstica e terapêutica; • Abordam de forma integrada o sofrimento físico, psicológico, social e espiritual; • São baseados no acompanhamento, na humanidade, na compaixão, na disponibilidade e no rigor científico; • Centram-se na procura do bem-estar do doente, ajudando-o a viver tão intensamente quanto possível até ao fim; • Só são prestados quando o doente e a família os aceitam; • Respeitam o direito do doente escolher o local onde deseja viver e ser acompanhado no final da vida; • São baseados na diferenciação e na interdisciplinaridade.
  • 20. • A pessoa que experimenta um processo de doença grave, incurável e • progressiva passa por diversas fases na adaptação à situação que vive. A compreensão destas fases pode facilitar a relação entre a pessoa doente, os seus entes queridos e os profissionais de saúde, contribuindo para um melhor processo de cuidados. De um modo geral, estas fases são: • 1 Negação, em que a pessoa tenta contradizer, para si própria, a realidade da situação que está a viver. • Durante esta fase, a pessoa tende a agir como se nada de estranho estivesse a passar-se com ela, não admitindo a realidade da sua condição, nem, tão-pouco, aceitando qualquer tipo de diálogo sobre este assunto Esta fase de negação é, na maior parte das vezes, temporária, e funciona, sobretudo, como uma estratégia de defesa que a pessoa utiliza para evitar enfrentar a situação. Esta necessidade de negação surge praticamente em todos os doentes, sendo mais frequente em fases precoces do desenvolvimento de uma doença grave do que nos últimos tempos de vida.
  • 21. • 2 Raiva ou Ira, em que a pessoa se revolta devido à gravidade da sua doença e do prognóstico que lhe está associado. Frequentemente, a pessoa acaba por dirigir a ira que sente contra os que lhe são mais próximos, demonstrando hostilidade e agressividade face aos seus entes queridos e profissionais de saúde, o que faz com que estes sintam grande dificuldade em aproximar-se da pessoa doente. • 3 Negociação, estádio menos bem conhecido, mas útil para a pessoa doente; neste caso, a pessoa tenta interceder junto das outras pessoas e de Deus, fazendo promessas caso venha a melhorar. Esta fase, no fundo, constitui uma tentativa de adiamento da situação, sendo a maior parte das tentativas de acordos feita com Deus. • A nível psicológico, esta fase pode estar associada a sentimentos de culpa que a pessoa doente tem e é relevante que os profissionais de saúde estejam atentos a algumas observações subtis que os doentes fazem. • 4 Depressão, em que a pessoa tende a isolar e afastar-se dos que a rodeiam, evitando qualquer forma de contacto. Comummente, esta fase resulta da consciencialização da realidade da sua condição por parte do doente e em que ele deixa de ser capaz de continuar a negar a realidade, estando associado às sucessivas perdas que experimenta, às perdas iminentes e à perda da esperança.
  • 22. • Esta fase é considerada necessária e benéfica para que o doente consiga atingir a aceitação. • 5 Aceitação, em que a pessoa passa a aceitar a morte com o conformismo possível. Esta fase caracteriza-se, muitas vezes, pela definição de objetivos e metas para o tempo que lhe resta viver, bem como pela partilha de desejos e vontades que gostaria de ver cumpridos após a sua morte, e pela expressão de afetos e sentimentos. • A aceitação resulta da vivência de um longo processo em que a pessoa doente dispôs de tempo suficiente e foi ajudada de um modo efetivo na gestão das fases anteriormente descritas. • Pese embora o facto de haver esta sistematização das fases pelas quais a maioria das pessoas tende a passar quando confrontada com uma doença grave, a verdade é que a maneira como cada pessoa lida com esta situação é única, singular e subjetiva.
  • 23. Resolução de Problemas Os doentes terminais, habitualmente, têm múltiplos sintomas, por vezes intensos e debilitantes pelo que se torna fundamental a avaliação das suas características e frequência, de forma a serem instituídas intervenções adequadas que visem o seu controlo. O carácter múltiplo dos sintomas destes doentes requer a sua avaliação inicial sistemática e a monitorização da sua evolução, incluindo a intensidade, o impacto nas atividades da vida quotidiana, o impacto emocional e a probabilidade de controlo dos diferentes sintomas
  • 24. • . • A progressão da doença terminal envolve, normalmente, múltiplos sintomas não só físicos, mas também psicológicos, espirituais e sociais e que advêm não só da progressão da doença primária mas também do seu tratamento e das comorbidades. • O controlo destes sintomas é fundamental para a qualidade de vida dos doentes. Nas diversas definições de cuidados paliativos é evidente a preocupação com a prevenção e controlo dos sintomas, através da identificação, avaliação e tratamento dos mesmos.
  • 25. PRINCÍPIOS GERAIS DO CONTROLO SINTOMÁTICO: Avaliar antes de tratar: determinar a causa ou causas dos sintomas; Explicar as causas dos sintomas e as medidas terapêuticas de forma clara e acessível ao doente e à família; Não esperar que o doente se queixe mas perguntar e observar de forma a antecipar, tanto quanto possível, o aparecimento dos sintomas; Adoptar uma estratégia terapêutica mista, com recurso a medidas farmacológicas e não farmacológicas. Estabelecer prazos para o cumprimento dos objectivos terapêuticos e adoptar estratégias de prevenção de sintoma que possam surgir, como deixar medicação de resgate prescrita. Monitorizar os sintomas: utilizando instrumentos de medida estandardizados e recorrendo a métodos de registo adequados; Reavaliar regularmente as medidas terapêuticas; Dar atenção ao detalhe: de forma a optimizar o controlo dos sintomas e a minimizar os efeitos secundários adversos das medidas terapêuticas instituídas.
  • 26. A avaliação de sintomas deve ser realizada de forma sistemática na admissão e nas evoluções diárias, tendo em consideração as discrepâncias encontradas entre o que o doente refere e o que os profissionais e até a própria família referem como sintomas e intensidade dos mesmos Ao longo dos anos foram desenvolvidos diversos instrumentos para a avaliação de sintomas, entre os quais alguns específicos para determinados sintomas. Apesar destes Instrumentos, em qualquer avaliação a principal ferramenta envolve múltiplas conversas com o doente e os familiares em que o profissional deverá conhecer os antecedentes do doente antes de se concentrar na avaliação dos sintomas, de forma a poder responder às questões colocadas e conseguir lidar com as emoções demonstradas pelo doente e a sua família, e em que se deve ter em consideração:
  • 27. A posição do doente e do profissional, visto que se o doente estiver virado de forma a não ver o profissional, por exemplo, ou se o profissional se mantiver em pé, distante, virado para a porta não vai ser possível estabelecer uma conversa produtiva entre os dois; O tempo disponível para a conversa, pois o doente poderá ter dificuldade em comunicar ou até querer esclarecer alguns aspetos acerca dos sintomas o que exige tempo; A presença de familiares, que podem ajudar na avaliação dos sintomas quando estão presentes diariamente e conhecem a situação clínica. Esta presença deverá ser desejada pelo doente e não deverá perturbar a conversa; O desejo do doente em comunicar, pois o doente deverá querer participar na conversa que pode decorrer noutra altura se assim o desejar.
  • 28. Encontram-se diversas escalas para avaliar a intensidade dos sintomas. Destacamos a Escala Visual Analógica, a Escala Numérica e a Escala Verbal pois são simples de serem utilizadas em todos os sintomas do doente no dia a dia e permitem a avaliação e a monitorização dos sintomas. A Escala Visual Analógica (figura 1) é considerada sensível, simples, reproduzível e universal, e é representada por um segmento de reta com 10 cm, onde um dos extremos é identificado como “ausência do sintoma” e o outro como “a maior intensidade imaginável”, ou expressões equivalentes; o doente marca no segmento o ponto que corresponde à intensidade do seu sintoma e a intensidade corresponde à distância em milímetros desde da extremidade identificada como “ausência de dor” e o ponto marcado. Na Escala Numérica (figura 2) já estão presentes os números, que podem ser de 0 a 10 como o exemplo representado na figura 3 ou de 0 a 4 por exemplo, e o doente escolhe entre estes a intensidade da sua dor.
  • 29. NAS ESCALAS VERBAIS (FIGURA 3) A INTENSIDADE É REPRESENTADA EM PALAVRAS, COMO POR EXEMPLO: AUSENTE, LIGEIRA, MODERADA, INTENSA E A MAIOR INTENSIDADE IMAGINÁVEL
  • 30. • O tratamento de qualquer sintoma deve-se iniciar pela explicação das razões que justificam os sintomas, de forma a reduzir o seu impacto psicológico e, sempre que possível, deve-se incluir o doente no processo de decisão terapêutica, fazendo com que este se sinta respeitado, aumentando a sua auto-estima. • A monitorização dos sintomas permite sistematizar o seguimento, clarificar os objetivos e validar os resultados das terapêuticas instituídas, de modo a promover a reavaliação contínua das intervenções utilizadas. • Esta reavaliação constante permite não só avaliar a eficácia terapêutica mas também identificar a progressão da doença, desenvolvimento da tolerância aos fármacos e o aparecimento de efeitos adversos dos mesmos.
  • 31. AJUDA ESPIRITUAL • A espiritualidade é fundamental em qualquer circunstância da vida humana mas reconhecem o seu especial contributo no alívio do sofrimento e na promoção do conforto da pessoa em final de vida. • Esta visão parece-nos particularmente importante se tivermos em conta que muitas das circunstâncias da vida humana estão fora do controlo do Homem. • Uma delas é, precisamente, a morte e todo o processo que a envolve. Compete ao profissional de saúde fazer tudo o que está ao seu alcance para proporcionar ao doente uma morte digna e serena. Contudo, este trabalho deverá realizar-se de forma gradual e, em certa medida, por patamares. Ou seja, numa primeira fase é necessário controlar os sintomas físicos e manter a pessoa tão autónoma quanto possível, pois só desta forma poderá realizar-se noutros domínios da sua existência. • O conforto físico apresenta-se, assim, como um precursor fundamental do cuidado espiritual e, por este motivo, só depois de assegurado, se reunirão as condições necessárias para ajudar a pessoa a encontrar os seus próprios mecanismos de auto-controlo e de adaptação à doença.
  • 32. • O National Cancer Institute (2011) vem alertar para o facto da doença oncológica grave despertar no doente e seus cuidadores um estado de profunda dor, não só física mas também mental e espiritual. Diversos estudos têm demonstrado que, mesmo naquelas situações em que os sintomas físicos deixam de ser preocupantes, permanecem as questões espirituais quesurgiram no decurso da doença. • Estas preocupações, que nascem do confronto com a morte, colocam a pessoa numa situação de introspecção pessoal. Deste diálogo interior nascem muitas questões relacionadas com o sentido da vida e com a dignidade humana. Mas é também desta interrogação e da procura de significados que o Homem descobre, no meio das dúvidas e do sofrimento, o que é realmente prioritário e importante na sua vida.
  • 33. • Com efeito, na fase terminal de uma doença, a saúde é muitas vezes entendida como a possibilidade de (re)encontrar o significado da vida e de viver, o tempo que resta, de forma plena e apropriada. Passa por ter a convicção que, mesmo na finitude, é possível viver de forma autêntica e percorrer um caminho que conduza à paz interior e à transcendência. • Em suma: por um lado, a finitude da vida representa um momento doloroso, não só para os doentes como para as suas famílias. Mas por outro, este pode ser um tempo de crescimento, dando à pessoa oportunidade de descobrir mais sobre si mesma e de apreciar o que é realmente importante. • Embora cada pessoa tenha as suas próprias necessidades e mecanismos de coping, este período pode tornar-se mais fácil quando doentes, familiares e profissionais se propõem a abordar o assunto.
  • 34. CUIDAR EM FINAL DE VIDA Apresentação pessoal Um bom técnico, deverá reunir um conjunto de qualidades, que lhe permitirá desempenhar as suas funções, com melhores resultados. A aparência do pessoal revela muito das atitude desse mesmo pessoal em relação ao: O seu trabalho O estabelecimento em que eles trabalham Os seus colegas Se o pessoal for limpo, isso significa: Que o seu trabalho irá ser da mesma forma Que o seu local de trabalho irá ser apresentado aos clientes dessa forma. Uma aparência acolhedora e cooperativa significa que os seus colegas e clientes irão agir reciprocamente. Cabelo O cabelo deverá ser mantido limpo e convenientemente penteado, de preferência afastado da cara e atado. Os homens devem barbear-se ou manter as barbas e bigodes cuidadosamente aparados. Mãos As mãos devem ser mantidas e cuidadas. Devem ser lavadas regularmente e profundamente e em seguida enxaguadas do pulso e direcção descendente à mão e secas. As unhas devem ser mantidas limpas, cuidadas e de preferência curtas, sem verniz nem unhas postiças.
  • 35. • Evitar trabalhar com ferimentos nas mãos ou se estiver doente (diarreia,febre, vómitos, contacto com pessoas com doenças infecto-contagiosas,infecções os olhos, garganta, nariz ouvidos pele, etc.) • Calçado • Institucionalizado (estipulado como seguro e adequado ao desempenho das funções) • Sola Antiderrapante; • Fechado; • Uso exclusivo para o trabalho; • Confortável; • Lavado diariamente. • Os uniformes deverão estar sempre limpos e arranjados. Se não forem postos no princípio do dia podem causar problemas de higiene, pois transportam bactérias. O pessoal deve cumprir as instruções do estabelecimento no uso de uniformes, equipamento de protecção e luvas. • Sendo as instituições de saúde locais onde o risco de ocorrência de infecções é bastante grande, é de extrema importância que sejam cumpridas algumas regras relativamente a este aspecto: • Não utilizar pulseiras, anéis ou objectos de adorno nas mãos • Lavar sempre as mãos no início de cada turno, antes e depois de ir comer, antes e depois de ir à casa de banho • Lavar sempre as mãos ou desinfectá-las com solução alcoólica, quando transita de doente para doente • O uso de luvas não invalida a lavagem das mãos • O fardamento próprio da unidade não deve ser utilizado quando se desloca ao exterior • É fundamental a utilização de material de protecção universal (luvas, máscara, etc.) devendo usá-lo de forma correcta e adequada a cada caso.
  • 36. • . Mas a apresentação pessoal não se trata apenas na aparência em si mesmo, mas também da postura e comportamentos que poderão colocar em causa o desempenho profissional e/ ou prejudicar o Utente ou outros Profissionais. Uma boa postura enquanto se está de pé, a andar ou mesmo sentado produz bom efeito nos colegas e clientes: Uma boa postura é controlada e não agitada ou espalhafatosa Uma postura inteligente é a vertical, não a dobrada como quem arrasta os pés. Deverá evitar falar alto, apoiar-se nos móveis ou colocar-se em posições comprometedoras ou reveladoras do seu corpo. Não só de palavras vive a comunicação, como já vimos. A linguagem corporal é um elemento essencial do ato de comunicar, porque, quando correta, transmite atenção, interesse e confiança Durante uma conversa, podemos e devemos adotar uma postura que facilite a comunicação: Olhar o interlocutor de frente enquanto se fala; Falar ao nível do olhar: se o residente se encontra sentado, sentamo-nos ou colocamo-nos de cócoras para falar com ele, nunca falar de cima para baixo; Adotar uma postura relaxada, levemente inclinada, que ajuda à concentração; Mudar de tom de voz de acordo com os sentimentos expressos; Usar expressões faciais - sorrir, franzir o sobrolho, fazer cara de espanto para Reforçar o que se está a dizer, ou a reação ao que se ouve; Acenar com a cabeça e dar sinais encorajadores com “sim” ou “hmm”; evitar rufar dedos, bocejar ou mostrar tédio.
  • 37. ASPECTOS ESPECÍFICOS NO APOIO AOS CUIDADOS EM FINAL DE VIDA .Alimentação
  • 38. • Existem vários sintomas preocupantes que devem ser minimizados, para que o doente possa viver o mais confortavelmente possível: • Fraqueza • Para o doente poder recuperar energias é necessário aumentar a ingestão diária de calorias e proteínas; • Derreta margarina em comidas como torradas, sopas, vegetais, massas, arroz ou ovos cozidos; • Opte por maionese em vez de molhos para saladas; • Sirva manteiga de amendoim e adicione natas ao chocolate quente, à fruta ou outras sobremesas; • Junte sementes ou nozes aos vegetais, saladas, massas ou sobremesas; • Faça batidos com uma dose extra de gelado; • Cozinhe com leite em vez de água; acrescente carne ou peixe às sopas e gratinados; • Utilize queijo gratinado em pratos de massa, vegetais ou gratinados; • Sirva fruta com todo o tipo de queijo.
  • 39. • Perda de apetite • Sirva as refeições do doente quando ele tiver fome, mesmo que não seja dentro do horário “normal”; • Um pouco de exercício (como um pequeno passeio a pé) estimula o apetite; • Varie as refeições e sirva-as de forma apelativa; • Utilize temperos como sumo de limão, menta, manjerico e outras especiarias para conferir aos alimentos sabores e cheiros estimulantes; • As suas atenções e reparos devem limitar-se àquilo que o doente conseguiu comer e não no que deixou no prato. • Náuseas e vómitos • O doente deve ingerir líquidos uma hora antes ou depois da refeição para não se sentir muito cheio; • Comer alimentos ricos em hidratos de carbono (como tostas ou torradas), especialmente logo de manhã; • Deve comer sempre devagar, mastigando bem a comida; • Descansar após as refeições para facilitar a digestão;
  • 40. Se o próprio cheiro da confeção dos alimentos incomodar o doente , mantenha-o fora da cozinha ou opte por servir refeições frias compostas por produtos lacticínios, sandes, saladas, sobremesas ou fruta. Diarreia O doente deve comer várias refeições ao longo do dia, em vez das habituais três principais; Evitar alimentos gordos e fritos; eliminar temporariamente da sua dieta os produtos lacticínios se forem estes a causa da diarreia; Beber muitos líquidos para repor rapidamente aqueles que perdeu. Prisão de ventre O doente deve seguir uma dieta rica em fibras (cereais, arroz e massas integrais, fruta e vegetais frescos), Beber muitos líquidos, Se o doente tiver dificuldades em engolir, deve cozer ou passar a fruta e os vegetais. Se o doente mantém a capacidade de deglutição, devem oferecer-se líquidos frios, sumos de fruta, gelados, gelatinas, pedaços de ananás de acordo com o gosto pessoal.
  • 41. Se a deglutição não está presente, pequenas porções água semi-líquida, gelo, uma gaze húmida ou, em alternativa, o uso de um humidificador ou de um nebulizador, poderão ser uma opção viável. Pode recorrer-se à aplicação de lágrimas artificiais para minimizar o desconforto ocular. Estes cuidados deverão ter lugar idealmente a cada horas.
  • 42. • Eliminação • A astenia ou a perda do controlo dos esfíncteres podem conduzir o doente à condição de incontinente para urina e fezes, pelo que é importante manter a pele limpa e seca. A disfunção urinária, quer sob a forma de retenção quer sob a forma de incontinência, é observada em cerca de 50% dos doentes nas últimas 48 horas de vida. Devem ser utilizados materiais absorventes como fraldas e resguardos que permitam manter o doente confortável o máximo tempo possível. No que se refere à eliminação intestinal, a obstipação é frequente. Não devem ser tomadas medidas invasivas, a não ser que o doente manifeste sinais de desconforto. • A eliminação vesical deve ser cuidadosamente monitorizada, pelo menos a cada quatro horas. Pode ser necessário colocar sonda vesical. Em doentes com neoplasia abdominal inferior deve ser considerada a possibilidade de compressão da bexiga pelo tumor.
  • 43. Higiene e hidratação A mucosa oral e nasal deve ser humedecida a cada quinze a trinta minutos,recorrendo à utilização de água em aerossol ou aplicação de esponjahumedecida. Na mucosa oral pode usar-se água com chá ou pode ser ainda aplicada uma solução de saliva artificial. Estas medidas contribuem para a diminuição de sensação de sede, reduzir a halitose e o risco de solução de continuidade. A utilização de um preparado gelificado (por exemplo saliva gelificada para a mucosa oral e soro fisiológico gelificado para as narinas) pode ser útil para reduzir a evaporação da mucosa oral e nasal quando o doente não está a cumprir oxigenoterapia (se estiver com oxigénio, a solução gelificada não deve conter petróleo).
  • 44. Devem ser evitados os produtos com glicerina ou bálsamos que contenham limão na sua composição, pelo facto de poderem provocar irritação e contribuírem para uma maior desidratação dos lábios. A hidratação da mucosa oral deve, portanto, ser reforçada e constitui uma intervenção que pode ser conduzida pela família, que, na impossibilidade de alimentar o doente, se vê envolvida num cuidado que lhe proporciona bem estar.
  • 45. • Quando o doente não é capaz de pestanejar, a conjuntiva deve ser hidratadacom gel oftálmico lubrificante a cada três ou quatro horas, ou com soro fisiológico a cada quinze a trinta minutos. • O doente pode ainda preocupar-se com a sua aparência – a perda de cabelo, peso, as olheiras e a mudança de cor da sua pele são alterações físicas significativas e, por vezes, chocantes. O cuidador pode ajudar o doente a sentir-se melhor com a compra de alguns chapéus divertidos ou lenços bonitos para cobrir a cabeça.
  • 46. • O conforto pode ser definido como uma experiência imediata e holística, consolidada pela satisfação das necessidades básicas relativamente aos estados de alívio, tranquilidade e transcendência. • O alívio é o estado em que uma necessidade específica foi satisfeita; a • tranquilidade corresponde a um estado de calma ou satisfação e a • transcendência diz respeito ao estado no qual a pessoa sente que tem • potencial para superar os seus problemas ou o seu sofrimento. • Este é o grande desafio para as práticas profissionais que devem atender à integridade de cada pessoa e conseguir ultrapassar uma dinâmica, geralmente complexa, tensa, desgastante e traumatizante, que corrobora para que as relações entre as pessoas nem sempre sejam pautadas pelo respeito e pela compreensão. • Dessa forma, tornam-se possíveis práticas que contemplem as necessidades e minimizem o sofrimento de pessoas que, num determinado momento de suas vidas, necessitam de um atendimento complexo e especializado em saúde. Sono e Repouso
  • 47. • É importante que a equipa terapêutica transmita segurança e mantenha uma atitude de respeito face ao comportamento do doente. Manter constantes os elementos da equipa responsáveis pelo seu acompanhamento pode ser útil para evitar maior confusão e desorientação. • O descanso nocturno deve ser facilitado. O ambiente deve também transmitir segurança, calma e tranquilidade, permitindo, por exemplo a presença de objectos familiares ao doente, uma luz de presença durante a noite e evitar que o doente permaneça sozinho. • A instalação de um quadro de delírio constitui fonte de stress para a família para a equipa prestadora de cuidados. O papel do profissional de saúde é muito importante no controlo deste tipo de sintomas. Deve tranquilizar a família, referindo que o facto de o doente manifestar comportamentos que não eram habituais (como utilizar “calão” ou mesmo linguagem obscena, ser “desobediente”…) tem relação com a evolução do declínio do estado geral. • A comunicação constitui uma arma importante, mas a sua eficácia é maior quando as questões emocionais e de conflito são exploradas numa fase mais precoce, de forma a permitir que se esclareçam e resolvam.
  • 48. • Uma das maiores preocupações de um doente terminal é o controlo da dor aguda ou crónica que debilita a pessoa até esta já não conseguir executar as suas tarefas diárias. Muitas vezes, o doente pode estar a sofrer desnecessariamente, o que pode ter um efeito negativo na sua luta pela vida. • Ter qualidade de vida até ao final de uma doença terminal é fulcral, por isso, é necessário averiguar e experimentar quais os medicamentos e/ou tratamentos • que possam controlar essa dor. Mantenha um historial sobre todos os medicamentos que o doente toma e possíveis reações, assim como uma análise sobre quais os tratamentos mais efetivos ou não, para poder informar o médico. • O controlo da dor continua a ser prioridade nesta fase, pelo que é fundamental mantê-lo, se for o caso, ou consegui-lo, caso esse objetivo ainda não tenha sido atingido. Quando o doente, nesta fase, ainda mantém dor, é, como referi, difícil avaliá-la pelas dificuldades de comunicação que entretanto vão surgindo. Controlo da dor e outros sintomas
  • 49. • Deste modo, torna-se muito importante estar atento a sinais de desconforto, quer estes aconteçam em repouso ou durante a prestação de um cuidado, como a mobilização, alternância de decúbito, tratamento de uma ferida. Nestes casos, a dor irruptiva deve ser previsível e, portanto, evitada, através da administração de analgesia adequada. • Perante um doente que tinha a dor controlada com opióide por via oral e que se encontra incapaz de deglutir, a utilização de opióides administrados por via transdérmica pode constituir uma solução, sendo administrada em dose correspondente à usada anteriormente. Os sinais de dor ou desconforto devem ser avaliados, pelo menos de quatro em quatro horas, pelo médico ou pelo enfermeiro.
  • 50. A ESPECIFICIDADE DA COMUNICAÇÃO EM CUIDADOS PALIATIVOS • O controlo efetivo de sintomas é um dos princípios dos Cuidados Paliativos. A consecução deste objetivo implica que a equipa prestadora de cuidados reúna competências de comunicação, que devem ser trabalhadas individualmente e em equipa. • É certo que todos comunicamos, mesmo sem querer (importância da comunicação não verbal), mas as competências necessárias para uma comunicação eficaz, terapêutica, devem ser adquiridas e desenvolvidas pelos profissionais de saúde.
  • 51. • O doente tem necessidades especiais e particulares. Pode estar calmo , orientado e capaz de participar nas decisões e no planeamento dos cuidados , ou, pelo contrário, pode estar com dores, ter medo, ser incapaz de comunicar , pelas vias normais. • Em qualquer dos casos, têm necessidades sociais, espirituais e religiosas. Isto assume particular importância nesta fase da vida, sobretudo quando a morte é entendida como mais um momento de passagem. • As emoções sucedem-se, acrescentando à realidade descrita sentimentos de perda, medo, ansiedade e incerteza, à medida que todo o processo evolui – o que leva a que a situação do doente em fase terminal seja única e singular.
  • 52. • Por esse motivo, requer também cuidados correspondentes no sentido de ir ao encontro das necessidades do doente, que são não só de ordem física, mas também de ordem psicológica, social e espiritual. As necessidades do doente • em fase terminal são tão específicas quanto singular é cada pessoa. • O doente terminal é um doente com necessidades específicas, particulares e multifatoriais, o que implica um trabalho em equipa e uma atenção continuada e individualizada. • A Carta dos Direitos do Doente em Fase Terminal exprime as necessidades reais destes doentes:
  • 53. Ser tratado como pessoa até ao momento da morte; o que implica a prestação de cuidados individualizados, tendo em conta que o doente é uma pessoa, única em carácter, personalidade, passado, cultura, hábitos, valores e convicções que devem ser respeitado; Expressar os seus sentimentos e emoções relacionados com a proximidade da morte, o que implica ser ouvido, compreendido e poder partilhar com os amigos, familiares e profissionais de saúde todas as preocupações, para o que é necessário um clima de abertura e verdade; Manter um sentimento de esperança e ser cuidados por pessoas capazes de ajudar a alimentá-la, e que pode ir desde a esperança deconseguir a cura, até outro tipo de esperança menos “ ambiciosa “, como seja a de viver mais algum tempo, de não sofrer, de ter uma morte serena, ou ainda a esperança da morte não ser simplesmente o fim de tudo;
  • 54. Manter e expressar a sua fé, ou seja, poder discutir e partilhar as suas convicções religiosas, mesmo que sejam diferentes dos outros, o que implica a liberdade de ter a assistência religiosa que deseja. E mesmo quando o doente não professa qualquer religião tem também o direito de prescindir de qualquer assistência religiosa; Ser cuidado por pessoas competentes e sensíveis, que compreendam as suas necessidades e prestem cuidados correspondentes, tecnicamente correctos e com sensibilidade humana, mesmo que seja evidente que a cura já não é possível; Não sofrer indevidamente, o que inclui o alívio da dor e da restante sintomatologia, a prestação de cuidados proporcionados em relação aos resultados esperados, e também todo o apoio psicológico que possa contribuir para diminuir o sofrimento; Receber respostas adequadas e honestas às suas perguntas, participa em todas as decisões que lhe dizem respeito, e decidir livremente sobre o seu tratamento, após ser devidamente esclarecido;
  • 55. Manter a sua hierarquia de valores e não ser discriminado pelo facto das suas decisões serem diferentes das que tomariam as pessoas que cuidam; Ter o conforto e a companhia dos seus familiares e amigos ao longo de todo o processo de doença e no momento da morte, e nunca morrer só; Morrer em paz e com dignidade. Algumas atitudes e cuidados são importantes nas pessoas que acompanham o paciente em fase terminal. 1. Aceitar a morte como parte da experiência vital: nascemos, vivemos e morremos. 2. 2. Ver o paciente terminal como vivo e não como morto. Parecer haver um pensamento generalizado de que aquele que tem uma doença incurável está acabado. 3. Ter maturidade frente à morte e o morrer para que o cliente possa falar sobre o que lhe aflige; saber ouvir; Acompanhar uma pessoa que esta morrendo e uma oportunidade de aumentar nossa capacidade de amar e vencer o medo. Ter medo da morte é ter medo de viver. A vida é um processo e não uma meta.
  • 56. 4. A tranquilidade do acompanhante é condição indispensável, pois essa é a hora da “terapia do silêncio”. 5. “Estar junto”, é um transmissor de afecto. Quem ama passa segurança a sensação de estar acompanhada e não abandonada. Tocar, segurar na mão, fazer um afago, ajuda a sentir-se seguro para poder apagar a vela da vida. 6. Respeitar a vontade da pessoa, tanto para morrer, como para depois da morte. 7. A família e peça chave, por isso e preciso prepará-la para enfrentar as diversas fases do processo de morrer.
  • 57. A compreensão da dimensão espiritual O cuidado espiritual caracteriza-se pela relação com o outro, pela presença consciente e pela existência de um objectivo que gera ganhos em saúde. Apesar da sua natureza subjectiva e da dificuldade em defini-lo, existem alguns elementos que são comuns às diversas definições, designadamente a necessidade de serem integrados no seio da equipa multidisciplinar e o uso de metodologia científica. O cuidado espiritual assenta em quatro princípios fundamentais: intuição, relação interpessoal, altruísmo e integração. Em primeiro lugar, é necessário reconhecer que a pessoa tem necessidades espirituais e, em segundo, identificar o momento oportuno para intervir (intuição). Para além destas evidências, ressalvam que a essência destes cuidados emerge do Ser mas concretiza- se no Fazer preconizando, portanto, não só a presença física, como também o sentido de compromisso e a capacidade de comunicar de forma assertiva e eficaz (relação interpessoal).
  • 58. Por fim, sendo a espiritualidade uma dimensão que abarca todos os aspectos da vida humana (integração), defendem a necessidade de se cultivar uma atitude altruísta colocando-se, em primeiro plano, as necessidades da pessoa. Há a necessidade do profissional de saúde, antes de mais, se conhecer a si mesmo, pois só reflectindo e confrontando-se com a sua própria espiritualidade poderá estar sensível aos problemas dos outros. Não deverá julgar nem impor as suas crenças mas, antes, orientar a pessoa, ajudando-a a encontrar uma resposta satisfatória e tangível para as suas necessidades. O cuidado espiritual expressa, assim, a preocupação com a dimensão transcendental da pessoa e para além de altruísta, reconhece o que de mais sublime há no Homem, dignificando e valorizando os cuidados de saúde.
  • 59. A MORTE E O LUTO A morte numa instituição de saúde Uma instituição de saúde terá certamente de lidar com a morte de clientes e com o subsequente período de luto. O final da vida nunca deve ser encarado como uma rotina, porque os cuidados que prestamos a alguém nos últimos dias são tão importantes como os que recebeu ao longo da vida. O final da vida é um momento em que o respeito pela privacidade e a dignidade é indispensável. O cliente deve estar num quarto próprio e rodeado dos seus pertences e de familiares e amigos, a não ser que haja razões médicas muito fortes que o impeçam, ou que o próprio não o deseje. Os clientes devem poder pronunciar-se sobre os procedimentos a tomar na fase final da sua vida e após a sua morte. As particularidades culturais, religiosas e pessoais devem ser respeitadas. O envolvimento da família e amigos pode ajudar, mas só se o próprio estiver de acordo.
  • 60. Devemos zelar pela satisfação das necessidades físicas, emocionais e espirituais de quem está a morrer, respeitando os seus desejos e proporcionando-lhe conforto e bem-estar. Há que minimizar a dor: cuidados paliativos de qualidade contribuem para a qualidade de vida do residente nos seus últimos momentos. Após a morte, a instituição de saúde pode apoiar a família e/ou amigos do falecido - se esta assim o desejar - nos procedimentos a tomar e informá-los sobre possíveis fontes de apoio, serviços fúnebres e outros aspectos que venham a surgir. Os profissionais de saúde devem estar preparados e dispostos a falar sobre a morte e o final da vida e sobre os residentes que tenham falecido recentemente. Por vezes, também os colaboradores precisam de ajuda - sobretudo se são mais novos e inexperientes.As instituições de saúde devem ter políticas claras e procedimentos estabelecidos para assegurar que os últimos dias de um residente são passados com conforto e de forma digna, respeitando-se os seus desejos integralmente.
  • 61. Em caso de morte do cliente, a Organização deve ter previsto mecanismos de atuação imediatos, nomeadamente: • Comunicação do óbito aos restantes clientes e colaboradores, conferindo especial atenção àqueles mais próximos do cliente: esta comunicação deve ser efectuada de forma clama e tranquila e num espaço reservado, de forma a minimizar o impacto da informação; • Comunicação formal a outras Instituições com as quais o cliente tivesse relacionamento; • Definição do processo de organização e entrega dos bens do cliente aos significativos; • Preparação e trabalho com o grupo de clientes com vista a uma gestão emocional de forma equilibrada e ajustada; • Identificação do representante da organização que estará presente na cerimónia fúnebre.
  • 62. A instituição deverá ainda assegurar o apoio na gestão do luto aos familiares/significativos que tenham tido uma estreita vinculação afetiva ao cliente que faleceu. Os cuidados post-mortem são assegurados pela Organização em estreita colaboração com os significativos. Se não existirem referências de pessoas próximas e/ou significativos, deve a Organização assegurar-se do cumprimento das últimas vontades do cliente, caso tenham sido expressas e providenciar os procedimentos inerentes ao ato fúnebre e zelar pela dignidade do ato.
  • 63. A morte em casa A escolha do local para morrer deve respeitar, sempre que possível, o desejo do doente: Mas os doentes no fim da vida têm o direito de esperar alívio para o seu sofrimento e qualidade de vida em qualquer unidade de saúde onde se encontrem. Quando já não há qualquer esperança de cura, os tratamentos de intenção curativa devem ser interrompidos (com o conhecimento do doente e/ou familiares) e iniciados os cuidados apelativos. A partir desse momento, a prioridade é o alívio da dor física. Informe-se sobre modalidades e fontes de apoio domiciliário no hospital e através da equipa médica que acompanha o doente, e também no centro de saúde da sua área residencial, junta de freguesia ou Santa Casa da Mesiricórdia.
  • 64. Em casa, o doente deve ter apoio quer para os cuidados de higiene e alimentação, quer para cuidados paliativos prestados por uma equipa de saúde multidisciplinar (médico, enfermeiro, psicólogo) coordenada pelo médico de família e que, pela sua presença e disponibilidade deve ajudar a família a proporcionar ao doente conforto e tranquilidade durante a última fase da vida Morrer em casa com qualidade só é possível em certas fases e tipos da doença e, sobretudo, com uma família bem informada e solidária que disponha de boas condições materiais e psicológicas e consiga uma boa articulação com o médico e a equipa de cuidados paliativos domiciliários (que deverá estar contactável para informação telefónica ou visita de urgência 24 horas por dia). Passar os últimos dias em casa permite que o doente se sinta mais protegido, porque está num ambiente familiar, permitindo também que mantenha autonomia e autocontrolo sobre a sua situação. Grande parte das situações de agonia podem ser acompanhadas no domicílio, desde que com o apoio de equipas de saúde multidisciplinares treinadas nesse sentido.
  • 65. No entanto, existem situações que impedem que tal aconteça. São elas: • Presença de sintomas de difícil controlo (como dor, dispneia, agitação), • Fadiga ou claudicação dos cuidadores, • Pedido expresso do doente ou familiares, depois de devidamente ponderado com a equipa terapêutica, • Inexistência ou inaptidão evidente dos cuidadores para prestar cuidados Pode recorrer-se a ajuda permanente (equipa de cuidados paliativos domiciliários, mas também auxiliares domésticas, enfermagem, voluntários); informe-se junto dos hospitais com unidades oncológicas e na sua junta de freguesia (ou assistente social) para as ajudas ao domicílio e obter moradas e telefones de associações de entreajuda.
  • 66. O médico de família deverá também verificar se os acompanhantes do doente precisam de ajuda material ou psicológica, pois é por vezes com grande cansaço que estes, transformados em assistentes e enfermeiros se revezam dia e noite para assegurar o bem-estar do doente até aos últimos momentos vividos em conjunto. As decisões no fim da vida são muitas vezes difíceis e enquadram-se sempre num campo ético. No entanto, os últimos tempos podem talvez ser menos dolorosos, e a morte, uma passagem menos angustiante se houver equipas dedicadas que prestem cuidados paliativos e saibam escutar o sofrimento do doente. Não há resposta universal a não ser respeitar a dignidade da pessoa até ao fim.
  • 67. Os Cuidados do corpo post-mortem A morte é caracterizada por: • Esfriamento do corpo; • Manchas generalizadas de coloração arroxeada; • Relaxamento dos esfíncteres; • Rigidez cadavérica. O óbito é constatado pelo médico, e logo após deve-se iniciar a preparação do corpo com as finalidades de: • Manter o corpo limpo e identificado; • Evitar odores e saída de excreções e sangue; • Dispor o corpo em posição adequada antes da rigidez cadavérica.
  • 68. A preparação do cadáver é da responsabilidade do enfermeiro ao qual o doente estava atribuído, cabendo ao técnico/a auxiliar de saúde colaborar com ele na preparação do corpo, devendo para tal serem cumpridos os seguintes cuidados: • Proceder ao isolamento da unidade do doente, correndo os cortinados • Reunir toda a roupa e material necessário à execução da múmia (saco de cadáver ou lençol, adesivo, algodão, ligaduras, etiquetas de identificação) • Colaborar na retirada de todos os cateterismos • Proceder à higiene corporal do doente se necessário • Colaborar no tamponamento de todos os orifícios naturais (ouvidos, narinas, boca e ânus) • Efetuar o encerramento das pálpebras • Colocar uma ligadura sob o maxilar inferior e atá-la na cabeça, permitindo o encerramento da boca • Cruzar as mãos sobre o abdómen e segurá-las com uma ligadura • Unir os pés e atá-los com uma ligadura • Manter sempre o alinhamento corporal • Colocar uma etiqueta de identificação numa das ligaduras que seguram as mãos ou pés • Enrolar o corpo no lençol que acompanha o saco de cadáver • Colocar o corpo no saco de cadáver e identificar o saco com a 2ª etiqueta.
  • 69. •O cadáver deverá ser sempre identificado com 2 etiquetas, uma interna e outra externamente e posteriormente transportado obrigatoriamente em maca específica, devendo aí ser colocado nas câmaras frigoríficas. •A saída do cadáver da Unidade, só será efectuada após informação dos familiares ou, em caso de impossibilidade, das autoridades (PSP ou GNR) da área de residência do doente falecido e somente após autorização do enfermeiro responsável. •No caso da morte ocorrer em casa:
  • 70. • Os cuidados após a morte devem ser realizados com respeito pelo corpo. • Devem ser retirados quaisquer tubos como sondas, cateteres venosos, entre outros  É importante tornar o ambiente à volta do falecido o mais estético possível para a família  Os cuidados após a morte devem ser realizados com respeito pelo corpo. • O corpo deve ser colocado numa cama limpa, em posição natural, sobre resguardos absorventes • Devem ser tapados com compressas ou algodão os orifícios naturais do corpo para prevenir a saída de fluidos • A melhor posição é a maior parte das vezes o decúbito dorsal, com os braços ao longo do corpo ou cruzados sobre ele. As pernas devem estar unidas paralelamente
  • 71. • Os olhos devem ser fechados e a dentadura colocada se ainda não houver rigidez do maxilar • O maxilar inferior deve ser também fixado de uma forma natural com uma ligadura abaixo do queixo. Este posicionamento deve ser efetuado antes de se instalar o rigor mortis ou o endurecimento do cadáver (surge primeiro nos músculos do maxilar e progride de uma forma descendente até ás pernas). Outro processo que ocorre após a morte é o livor mortis, que é o aparecimento de manchas arroxeadas em determinadas zonas do corpo entre 20 a 30 minutos após a morte • O posicionamento imediato do cadáver em decúbito dorsal, com uma almofada debaixo da cabeça previne o livor mortis na face e dá uma aparência de conforto aos membros da família.
  • 72. As fases do luto Face a qualquer perda significativa, de uma pessoa ou até de um objeto estimado, desenrola-se um processo necessário e fundamental para que o vazio deixado, com o tempo, possa voltar a ser preenchido. Esse processo é denominado de luto e consiste numa adaptação à perda, envolvendo uma série de tarefas ou fases para que tal aconteça. O processo de luto oferece ao sobrevivente a oportunidade de se deslindar dos laços da vinculação. Em condições normais, o processo de luto elimina estas vinculações que ameaçam manter as ilusões de amor eterno.
  • 73. O luto representa o estado experiencial que a pessoa sofre após tomar consciência da perda, sendo um termo global para descrever o vasto leque de emoções, experiências, mudanças e condições que ocorrem como resultado da perda. Após a perda de alguém que nos é querido, existe uma série de tarefas de luto que têm de ser concretizadas para que se restabeleça o equilíbrio e para o processo de luto ficar completo. Desta forma, a adaptação à perda envolve 4 tarefas básicas: 1. Aceitar a realidade da perda 2. Trabalhar a dor advinda da perda 3. Ajustar a um ambiente em que o falecido está ausente 4. Transferir emocionalmente o falecido e prosseguir com a vida
  • 74. É essencial que o enlutado efetue estas tarefas antes do processo de luto poder ser completado. Uma vez que o luto é um processo e não um estado, estas tarefas requerem esforço e tal como uma doença pode não ficar totalmente curada, também o luto pode ficar incompleto em algumas pessoas. 1. Aceitar a realidade da perda Quando alguém morre, mesmo sendo uma morte previsível, há sempre um sentimento de que tal não aconteceu. Desta forma, a primeira tarefa do sofrimento é apercebermo-nos da realidade de que a pessoa morreu e que não irá voltar. O permanecer nesta tarefa pode dever-se a não acreditar na perda através de um determinado tipo de negação: - Factos da perda; - Significado da perda; - Irreversibilidade da perda
  • 75. Os casos raros em que o enlutado mantém o corpo do falecido em casa durante um número de dias, antes de notificar alguém acerca da morte. Estas pessoas sofrem, na grande maioria, de psicoticismo, excentricidade ou isolamento. O que acontece mais frequentemente é a pessoa passar por uma "mumificação" isto é, reter os bens materiais do falecido e mantê-los tal como estavam para quando o falecido "regressar". Outra forma das pessoas se protegerem da realidade é negarem o significado da perda, permitindo que a perda aparente ser menos significativa do que na realidade foi. Algumas pessoas impedem a finalização desta tarefa negando que a morte é irreversível. Uma estratégia utilizada para negar a finalidade da morte é o espiritualismo. A esperança de reunião com a pessoa morta é o sentimento normal, principalmente nos primeiros dias e semanas após a perda. Contudo, a esperança crónica por tal reunião ultrapassa os parâmetros da normalidade.
  • 76. Chegar a uma aceitação da perda leva tempo, pois envolve não só uma aceitação intelectual, mas também emocional, esta última sendo mais morosa. A crença e descrença alternam enquanto se permanece nesta tarefa. Apesar de levar inevitavelmente tempo, os rituais tradicionais, como o funeral, ajudam muitos enlutados a avançarem na aceitação da perda.
  • 77. Trabalhar a dor da perda Muitas pessoas experimentam dor física, bem como dor emocional e comportamental associadas à perda. Uma vez que a pessoa em luto tem que passar pela dor causada pela perda, de modo a fazer o trabalho do sofrimento, então tudo o que permitir ao enlutado evitar ou suprimir essa dor irá muito provavelmente prolongar o processo de luto.
  • 78. A negação desta segunda tarefa, a de trabalhar através da dor, é a de não sentir. As pessoas podem boicotar esta tarefa da várias maneiras, sendo a mais comum cortar com os sentimentos e negar a dor que está presente. Outras formas possíveis são procedimentos para parar o pensamento, idealizar o falecido, evitar coisas que lembrem o falecido e utilizar álcool ou estupefacientes. Certas pessoas não compreendem a necessidade de experimentarem a dor do sofrimento e tentam a cura geográfica, ou seja, viajam de sítio para sítio, tentando encontrar algum alívio das suas emoções, em vez de se permitirem satisfazer a dor, senti-la e saberem que um dia ela passará.
  • 79. Ajustar a um ambiente em que o falecido está ausente Ajustar-se a um novo ambiente tem diferentes significados para diferentes pessoas, dependendo da relação que se tinha com a pessoa falecida e os vários papéis que ela desempenhava. No caso de uma viúva, a perda de um marido pode significar a perdas de um parceiro sexual, um companheiro, um contabilista, um jardineiro, etc.,dependendo dos papéis que eram normalmente desempenhados pelo seu marido. A estratégia de coping de redefinir a perda de tal forma que pode recair para o benefício do sobrevivente é normalmente parte do completamento bem-sucedido desta tarefa.
  • 80. Para as pessoas que definem a sua identidade através das relações e atenção que tem pelos outros, o processo de luto significa não só a perda de um ente querido, mas também um sentimento de perda do self. Outra área de ajustamento diz respeito ao sentido que a pessoa tem do mundo, pois a perda pode pôr em causa várias crenças e desafiar valores fundamentais. Verifica-se, assim, a existência de 3 áreas de ajustamento que se tem que fazer depois de perder alguém que nos é próximo: ajustamentos externos(funcionamento diário no mundo), ajustamentos internos (sentido do self) e ajustamento de crenças (valores, crenças, considerações sobre o mundo). Ficar preso nesta tarefa significa que não há uma adaptação à perda. As pessoas trabalham contra elas mesmas através da promoção do seu próprio desamparo. Para além disso, não desenvolvem as competências que precisam para lidar com a perda ou isolam-se do mundo e não enfrentam as exigências que lhes rodeiam.
  • 81. Transferir emocionalmente o falecido e prosseguir com a vida Uma pessoa nunca perde as memórias de uma relação significativa. O processo de luto termina quando o enlutado deixar de ter uma necessidade de reativar a representação do falecido com uma intensidade exagerada no quotidiano. No caso da morte de um parceiro, a disposição para entrar em novas relações está diretamente dependente de encontrar o espaço adequado para o cônjuge na vida psicológica do enlutado, um espaço que seja importante, mas que deixe espaço para outros. Uma maneira de não completar esta tarefa é não amar. A pessoa agarra-se ao vínculo que tem com o passado, em vez de seguir em frente e formar novas vinculações. Algumas pessoas sentem a perda de uma forma tão dolorosa que fazem um pacto com elas mesmas de nunca mais amarem.
  • 82. Para muitas pessoas, esta é a tarefa mais difícil de alcançar, ficando-se por vezes preso nela e só tomando consciência disso muito tempo depois, verificando que as suas vidas estagnaram após a perda. A sobre-idealização da pessoa falecida, um sentimento de deslealdade ou o medo catastrófico de uma nova perda podem bloquear a formação de novas vinculações e compromissos. Não obstante, esta tarefa pode ser alcançada e a pessoa percebe que pode voltar a amar sem deixar de amar a pessoa que perdeu. O acompanhamento e apoio à família As famílias são profundamente afetadas pela doença aguda e crónica de um dos seus membros e a doença terminal é uma das situações vividas com maior envolvimento. As atividades do quotidiano, os papéis, as relações com os outros e o significado da vida ficam alterados, uma vez que a vida muda de um estado de saúde para um de doença. O doente e a família lutam, não apenas com o presente e tudo o que envolve a doença e seus cuidados, mas com os aspetos avassaladores associados à doença e a transcendência para além da doença.
  • 83. Além dos receios e preocupações partilhados pelos doentes, os familiares preocupam -se com as alterações na condição física do seu ente querido e com um processo de luto antecipatório, mas também com problemas práticos, como a escolha dos serviços onde irão ser prestados os cuidados, a avaliação da qualidade dos mesmos e o local para onde o doente transitará na fase terminal.
  • 84. • A família de um doente oncológico tem ela própria necessidades diversas: • a) Estar com a pessoa doente; • b) Poder ajudar na evolução e desfecho da doença; • c) Receber apoio, confirmação e reforço do seu contributo para o • conforto do doente; • d) Ser informado acerca da condição do doente e da sua morte iminente; • e) Poder exteriorizar emoções; • f) Receber conforto e apoio dos membros da família; e, • g) Receber aceitação, apoio e conforto dos profissionais de saúde A família de um doente oncológico tem ela própria necessidades diversas: a) Estar com a pessoa doente; b) Poder ajudar na evolução e desfecho da doença; c) Receber apoio, confirmação e reforço do seu contributo para o conforto do doente; d) Ser informado acerca da condição do doente e da sua morte iminente; e) Poder exteriorizar emoções; f) Receber conforto e apoio dos membros da família; e, g) Receber aceitação, apoio e conforto dos profissionais de saúde.
  • 85. No cuidado ao doente em fim de vida é importante perceber, numa fase inicial,que informações foram transmitidas ao doente e família, para que depois seja possível planear a forma como serão comunicadas novas informações. À medida que o estado do doente se vai deteriorando vão sendo mais frequentes as questões colocadas por familiares e pessoas significativas. Quando o doente está em agonia, os familiares devem estar informados da situação da morte iminente, bem como da forma como desejam ser informados, em caso de agravamento ou quando o doente falecer (quem, em que intervalo de tempo). Deve ser criada a possibilidade de pernoitar junto do doente, sempre que possível.
  • 86. No cuidado ao doente em fim de vida é importante perceber, numa fase inicial, que informações foram transmitidas ao doente e família, para que depois seja possível planear a forma como serão comunicadas novas informações. À medida que o estado do doente se vai deteriorando vão sendo mais frequentes as questões colocadas por familiares e pessoas significativas. Quando o doente está em agonia, os familiares devem estar informados da situação da morte iminente, bem como da forma como desejam ser informados, em caso de agravamento ou quando o doente falecer (quem, em que intervalo de tempo). Deve ser criada a possibilidade de pernoitar junto do doente, sempre que possível. No que diz respeito à comunicação com os familiares, é importante que o profissional lhe transmita que o doente tem necessidade de falar sobre o momento que vive, bem como sobre preocupações com o post mortem.
  • 87. Quando o familiar não se encontra presente no momento da morte, é importante informá-lo de forma presencial. Ao usar o telefone é difícil perceber de que rede familiar ou de amigos o receptor da mensagem pode dispor. Devem ser transmitidas todas as informações relativas a normas da instituição referentes ao tratamento e encaminhamento do corpo, bem sobre todas as questões legais, se possível escritas. A comunicação de uma má notícia deve seguir guias de orientação, começando por providenciar um local tranquilo e perceber que tipo de informação a pessoa dispõe e quer saber, relativamente à situação de morte iminente do seu familiar. De seguida, o profissional deve utilizar uma afirmação que permita que o familiar se aperceba que vai receber uma má notícia.
  • 88. Nesta altura, pode comunicar-se o falecimento do doente, evitando o recurso a eufemismos, ou seja, utilizando uma linguagem direta e o mais objetiva possível. Depois de responder a todas as questões colocadas pelo familiar, é importante concluir a intervenção com um plano referente à forma como todas as diligências se vão processar. Nesta altura deve ser disponibilizado apoio para o luto, fornecendo informações, se possível escritas, sobre o modo como esse apoio vai decorrer. A auto-protecção em situações de sofrimento e agonia do utente, família e cuidadores Os técnicos que lidam com doentes terminais necessitam ter a capacidade de identificar, avaliar e, quando possível, minorar os sintomas físicos da doença mas também a incapacidade crescente, as alterações nos papéis sociais e o isolamento social associados com a doença e o processo de morte
  • 89. Simultaneamente, devem saber distinguir quando o isolamento social ou as alterações nos papéis sociais são sinais de uma depressão clínica e quando a dor e sintomas da doença têm um forte componente psicológico, requerendo uma abordagem psiquiátrica ou psicológica. A intervenção deve ser feita a um ritmo ade-quado às necessidades do doente e da família, em vez de acontecer ao ritmo das expectativas e agenda do prestador de cuidados acerca do que “deve ser feito”. Ao providenciarem cuidados a doentes com uma esperança de vida previsivelmente curta, os profissionais de saúde confrontam-se inevitavelmente com a ideia da sua própria morte. Este confronto resulta por vezes na identificação (muitas vezes de uma forma simples, “Se fosse eu…”), podendo funcionar positivamente como um reforço empático e útil na tomada de decisões mais próximas às necessidades e vontade do doente.
  • 90. Corre, no entanto, o risco de se extremar de forma prejudicial, levando o profissional a experienciar intensa e excessivamente as vivências do doente. Pode haver também a identificação do doente com determinada pessoa próxima ou familiar do profissional, com o risco de excessivo envolvimento, prejudicial ao profissional e, provavelmente, ao próprio doente. Deste modo, sendo a morte inevitável e frequente nos serviços de saúde, nem todos os profissionais a compreendem, a acolhem e reagem a ela da mesma maneira. Confrontados com a doença grave e com a morte, os profissionais tentam proteger-se da angústia que estas situações geram, adotando estratégias de adaptação, conscientes ou inconscientes designadas: mecanismos de defesa. Uma vez que os profissionais de saúde se confrontam com a morte nos seus contextos de trabalho, necessitam adquirir conhecimentos e desenvolver capacidades e competências de forma a encarar e gerir a morte do outro que nos é semelhante. Ajudar o doente e a família num momento em que experimentam grande sofrimento constituiu um dos maiores desafios que a prática quotidiana coloca aos profissionais de saúde. É preciso entender que a morte nem sempre é significado de fracasso ou insucesso e sim algo que faz parte de um ciclo natural da vida.
  • 91. É importante que os profissionais tenham consciência das suas próprias reações emocionais e atitudes na relação com os doentes terminais, contribuindo para que adquiram uma maior capacidade para lidar com as dificuldades psicológicas/emocionais desencadeadas na prestação de cuidados a estes doentes.
  • 92. Tarefas que em relação a esta temática se encontram no âmbito de intervenção do/a Técnico/a Auxiliar de Saúde Tarefas que, sob orientação de um Enfermeiro tem de executar sob sua supervisão directa O/A Técnico/a Auxiliar de Saúde é o/a profissional que auxilia na prestação de cuidados de saúde aos utentes, na recolha e transporte de amostras biológicas, na limpeza, higienização e transporte de roupas, materiais e equipamentos, na limpeza e higienização dos espaços e no apoio logístico e administrativo das diferentes unidades e serviços de saúde, sob orientações do profissional de saúde. No que respeita aos cuidados de saúde a pessoas em fim de vida e post mortem, este profissional deve auxiliar na prestação de cuidados aos utentes, de acordo com orientações do enfermeiro:
  • 93. Identificar as necessidades das pessoas com doença crónica incapacitante e terminal, seus cuidadores e familiares; • Promover intervenções junto de pessoas com doença crónica incapacitante e terminal, cuidadores e seus familiares; • Envolver os cuidadores da pessoa em situação de doença crónica, incapacitante ou terminal, para optimizar resultados na satisfação das necessidades; • Promover parcerias terapêuticas com o indivíduo portador de doença crónica incapacitante, cuidadores e família; • Respeitar a singularidade e autonomia individual, quando responde a vivências individuais específicas, a processos de morrer e de luto; • Negociar objectivos/ metas de cuidados, mutuamente acordadas dentro do ambiente terapêutico; Reconhecer os efeitos da natureza do cuidar em indivíduos com doença crónica e incapacitante e terminal, nos seus cuidadores e familiares, sobre si e outros membros da equipa, respondendo de forma eficaz; • Colaborar com outros membros da equipa de saúde.
  • 94. Tarefas que, sob orientação de um Enfermeiro, pode executar sozinho/a De acordo com o respectivo perfil profissional, constitui tarefa fundamental do técnico/a auxiliar de saúde: • Auxiliar nos cuidados post-mortem, de acordo com orientações do profissional de saúde. Nesta matéria, espera-se que o técnico/a auxiliar de saúde tenha autonomia suficiente para o desempenho das seguintes tarefas: • Aplicar técnicas preventivas de controlo e gestão do stress profissional nomeadamente em situações limite, sofrimento e agonia. • Aplicar Técnicas de cuidados ao corpo post-mortem, designadamente: • Proceder ao isolamento da unidade do doente, • Reunir o material necessário; • Proceder á higiene corporal; • Realizar o tamponamento de todos os orifícios naturais;
  • 95. • Efectuar o encerramento das pálpebras • Efectuar o encerramento da boca; • Segurar as mãos; • Unir os pés; • Colocar as etiquetas de identificação; • Enrolar o corpo num lençol; • Colocar o corpo no saco de cadáver; • Proceder ao transporte do cadáver para a morgue; • Cumprir os procedimentos para a saída do cadáver da unidade.
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