2. F30-F39 Transtornos do humor [afetivos]
Característica principal: alteração do
humor ou do afeto, no sentido de uma
depressão (com ou sem ansiedade
associada) ou de uma elação.
Modificação do nível global de atividade
Tendem a ser recorrentes
A ocorrência dos episódios individuais
pode estar relacionada com situações ou
fatos estressantes.
(CID 10)
3. Depressão é uma doença psiquiátrica
crônica, extremamente comum,
caracterizada por uma alteração do
humor do paciente, deixando-o triste
além do normal, desanimado, sem
energia, com baixa autoestima e
com dificuldade de lidar com sua
vida pessoal e profissional.
4. No ultimo relatório da Organização Mundial
de Saúde (OMS), a depressão se situa em
quarto lugar entre as principais causas de
ônus entre todas as doenças, e as
perspectivas são ainda mais sombrias. Se
persistir a incidência da depressão, até 2020
ela estará em segundo lugar. Em todo o
mundo, somente a doença isquêmica
cardíaca a suplantará.
5. Insônia ou sonolência em excesso;
Dificuldades de concentração;
Dores inexplicáveis pelo corpo;
Fortes sentimentos de inutilidade ou culpa;
Sentimento de desespero e desamparo;
Não consegue controlar os pensamentos negativos;
Perda de apetite ou gula;
Perda de interesse nas atividades diárias;
Irritação em excesso e humor diminuído do habitual;
Constantes pensamentos em suicídio.
6. Na tristeza, o indivíduo costuma apresentar
períodos de melhora ao longo do dia,
conseguindo esquecer por momentos a causa da
sua tristeza, como, por exemplo, durante a visita
de uma pessoa querida.
Na depressão, o sentimento é contínuo e não
alivia com a ajuda de outros. A depressão
costuma também provocar um sentimento de
culpa, mas sem motivo aparente. O deprimido
sente uma pesada culpa, mas não sabe explicar
bem por quê.
7. Solidão;
Excesso de trabalho;
Falta de apoio social;
Stress;
Histórico familiar;
Problemas de relacionamento ou conjugal;
Tensão financeira;
Trauma ou abuso de infância;
Uso de álcool ou drogas;
Situação de desemprego ou o subemprego;
Problemas de saúde ou de dor crônica.
8. Diferentemente do DSM-IV, no DSM-V os
"Transtornos Depressivos" foram separados dos
"Transtornos Bipolares e Transtornos Relacionados".
A característica comum desses transtornos é a
presença de humor triste, vazio ou irritável,
acompanhado de alterações somáticas e
cognitivas que afetam significativamente a
capacidade de funcionamento do indivíduo. O
que difere entre eles são os aspectos de duração,
momento ou etiologia presumida.
9. Um dos pontos de maior polêmica, no que diz
respeito à depressão, foi a retirada do luto como
critério de exclusão do Transtorno Depressivo
Maior. No DSM-5 é possível aplicar esse
diagnóstico mesmo àqueles que passaram pela
perda de um ente querido há menos de dois anos.
Apesar da preocupação com a possível
abordagem médica de estados não patológicos,
é importante atentar para a gravidade que estes
quadros podem alcançar.
10. O luto é um forte fator estressor e, como tal, pode
desencadear transtornos mentais graves, portanto
não se pode assumir que, por tratar-se de reação
comum, não possa ser experimentado de forma
patológica.
O objetivo desta mudança é permitir que
indivíduos que estejam passando por um
sofrimento psíquico grave recebam atenção
adequada, incluindo a farmacoterapia quando
esta se fizer necessária.
11. Humor
Prazer
Interesse
Energia e Fadiga
Atividade
Concentração e Pensamento
Apetite e Peso
Libido
Autoestima
Autoconfiança
Sono
12. Ideias de culpabilidade e ou de
indignidade
Ideias ou atos autolesivos e de suicídio
Humor varia pouco
Sintomas “somáticos”
Prejuízos ou sofrimento significativos
Graus: leve, moderado e grave
Risco de suicídio: muito aumentada.
Homens, solteiros, sozinhos, desesperança.
Comorbidade: principalmente anorexia e
bulimia nervosa.
13. Dois ou três dos sintomas citados, em
geral:
› Humor deprimido, perda de interesse, fadiga
› Mínimo dois meses
› Capaz de desempenhar a maior parte de
suas atividades
14. Quatro ou mais dos sintomas citados
Muita dificuldade para desempenhar as
atividades de rotina
15. Vários dos sintomas são marcantes e
angustiantes
Típico: perda da autoestima e ideias de
desvalia ou culpa
Sintomas “somáticos”
Ideias e os atos suicidas
16. Alucinações e ideias delirantes
Lentidão psicomotora ou estupor
Grave
Todas as atividades sociais normais
tornam-se impossíveis
Risco de suicídio, desidratação ou
desnutrição
17. Ocorrência repetida de episódios
depressivos
Ausência de antecedente de mania
Início em qualquer idade
Início pode ser agudo ou insidioso
Duração variável de algumas semanas a
alguns meses
Pelo menos dois episódios devem ter
durado no mínimo duas semanas,
separados por meses
18. Transtorno depressivo recorrente,
episódio atual:
› leve
› moderado
› grave sem sintomas psicóticos
› grave com sintomas psicóticos
› em remissão
19. Flutuante
Instabilidade persistente do humor
Numerosos períodos de depressão ou de
leve elação
Nenhum deles suficientemente grave ou
prolongado para responder aos critérios
de um transtorno afetivo bipolar ou de
um transtorno depressivo recorrente.
Sofrimento e incapacidade
consideráveis
20. Flutuante
Rebaixamento crônico do humor
Persistindo ao menos por vários anos
Gravidade não é suficiente
Sofrimento e incapacidade
consideráveis
22. Exclusivamente a um episódio isolado.
Se já apresentou um ou mais episódios
afetivos prévios diagnóstico de
transtorno afetivo bipolar
23. Presença de uma elevação ligeira, mas persistente
do humor, da energia e da atividade
Sentimento intenso de bem-estar e de eficácia física
e psíquica (autoestima inflada)
Aumento da sociabilidade, do desejo de falar, da
familiaridade e da energia sexual
Redução da necessidade de sono
Fuga ideias, pensamentos acelerados
Distrabilidade
Atividades com objetivos ou agitação psicomotora
Envolvimento em atividades arriscadas
24. A euforia e a sociabilidade são por
vezes substituídas por irritabilidade,
atitude pretensiosa ou comportamento
grosseiro
Ausência de alucinações ou delírios
Deve persistir por vários dias (4 dias)
Não são tão graves de modo a entravar
o funcionamento profissional ou levar a
uma rejeição social (mas são percebidos)
Não associado à substância
25. Elevação do humor fora de proporção
com a situação do sujeito
Jovialidade descuidada a uma
agitação praticamente incontrolável
Aumento da energia, e do desejo de
falar
Redução da necessidade de sono
Atividade dirigida a objetivos
26. Grande distração
Aumento da autoestima (ideias de
grandeza e superestimativa de
capacidades)
Perda das inibições sociais (condutas
imprudentes, inapropriadas)
Duração mín. de uma semana
Impactos consideráveis para as atividades
cotidianas
Não associado ao consumo de substância
27. Presença de ideias delirantes (grandeza)
Ou alucinações (voz que fala
diretamente ao sujeito)
Ou de agitação, de atividade motora
excessiva e de fuga de ideias (grave,
incompreensível)
28. Dois ou mais episódios de humor e nível
de atividade perturbados.
› elevação do humor e aumento da energia
e da atividade (hipomania ou mania)
› e da atividade (depressão)
Pacientes que sofrem somente de
episódios repetidos de hipomania ou
mania são classificados como bipolares.
29. Risco de Suicídio
› Tipo I: 15 vezes maior que na população
geral
› ¼ dos suicídios
Tipo II: 1/3 já tentou; suicidam mais que
tipo I
Comorbidade com transtorno alimentar:
mais em tipo II – 14% (TCA
principalmente)
30. O transtorno bipolar resulta de distúrbios na função
dos neurotransmissores cerebrais, e a psicoterapia
clássica não mostrou benefício no tratamento
dessa doença, nos trabalhos já publicados. No
entanto, novas abordagens têm provado sua
eficácia. Além disso, os especialistas em saúde
mental devem fornecer apoio psicológico
adequado aos pacientes, pois isso é essencial no
tratamento dos mesmos, em todas as fases da
doença.
31. Fornecimento de informações ao paciente sobre a sua doença e as
opções de tratamento, ajudando-os a seguir o tratamento
adequadamente;
Os profissionais têm papel importante em ajudar o paciente a se
ajustar à realidade da doença, entendendo as consequências de
cada fase, mania e depressão;
Fornecem apoio aos pacientes com relação aos seus sentimentos
de culpa e remorso, que costumam se seguir aos episódios de
mania;
É importante a monitoração do paciente, de forma a intervir mais
precocemente, no início da crise. Isso reduz a gravidade da
mesma;
Ajudam também o paciente a lidar com sentimentos de
imperfeição e desespero, ao compreenderem melhor sua doença.
32. Essa técnica é bastante útil para
ajudar o paciente a reconhecer uma
crise que está para começar.
Consiste na anotação em um gráfico
ou diário, dos efeitos do estado
mental do paciente em seu nível de
energia e atividade física, graduando
esses registros.
33. O preenchimento do gráfico requer os
seguintes passos:
Utilizando um diário, o paciente descreve a
cada dia o seu humor e seus efeitos nas
atividades realizadas;
De posse dessa informação, o paciente faz
uma marca na escala, que representa o
humor de cada dia e seus efeitos. Cada
marca deve ser conectada à marca
anterior, com uma linha;
34. Além disso, devem ser descritos todos os eventos
emocionais ou físicos significativos, a ocorrência
de menstruações, uso de medicamentos e sua
dosagem, qualquer outro fator que possa afetar o
humor ou a realização das atividades diárias;
Após alguns meses, o terapeuta e o paciente vão
ser capazes de detectar um padrão e identificar
possíveis fatores desencadeantes de crises de
transtorno bipolar;
Essas informações são muito úteis, e ajudam o
paciente a fazer ajustes que permitem reduzir a
gravidade das variações do humor.
35. A terapia cognitivo comportamental é um método
estruturado, que ajuda o paciente a reconhecer
seus pensamentos negativos e seus padrões de
comportamento e a modificá-los. Em muitos
pacientes, esse tipo de terapia pode ser benéfico.
Sabe-se também que a terapia cognitivo-
comportamental é útil no tratamento de outros
transtornos do humor, como a depressão e a
ansiedade, e os estudos vêm mostrando que pode
ser benéfica também no tratamento do transtorno
bipolar.
36. Nesses pacientes, os objetivos da terapia
cognitivo-comportamental são:
› 1) aprender a reconhecer os episódios de
mania, antes que eles atinjam o máximo de
intensidade e a mudar o comportamento
durante a crise;
› 2) aprender como tolerar o episódio depressivo,
desenvolvendo comportamentos e
pensamentos que ajudam a neutralizar o humor
negativo.
37. Sono: A manutenção de um bom
padrão de sono é extremamente
importante nos pacientes com
transtorno bipolar. Estudos têm mostrado
que o uso de técnicas para a obtenção
de boa qualidade de sono ajuda a
reduzir as variações do humor.
38. Dieta : Recomenda-se manter uma dieta
saudável, pobre em gorduras saturadas e
rica em grãos, frutas e vegetais frescos, da
mesma forma que o indicado para todas
as pessoas. No caso de uso de
medicamentos que se associam a
aumento do peso corporal, pode ser
necessário restringir a quantidade de
calorias ingeridas.
39. Atividade Física: A prática regular de
atividade física é parte fundamental no
tratamento desses pacientes,
principalmente para evitar-se o ganho
excessivo de peso. Além disso, ajuda o
paciente a manter uma sensação de
bem-estar
40. Episódio atual :
› maníaco sem sintomas psicóticos
› maníaco com sintomas psicóticos
› depressivo leve ou moderado
› depressivo grave sem sintomas psicóticos
› depressivo grave com sintomas psicóticos
› misto
› em remissão
41. Comorbidades Psiquiátricas são frequentes
em TA
Principalmente nos indivíduos que
procuram tratamento
Transtorno de Humor: ocorrem em 52% a
98% dos pacientes
Episódio depressivo maior 50%
Distimia 75%
Tratar comorbidade melhora prognóstico
42. Diagnóstico diferencial
› Transtorno Depressivo Maior: inapetência
ingesta restrita, perda de peso resolve
com o tratamento do humor.
› TARV: todos os critérios estabelecidos, e
tratamento específico para perturbação
alimentar.
43. Diagnóstico Diferencial
› Transtorno Depressivo Maior: ocorre perda de
peso, mas não há desejo extremo por esta
perda, nem medo intenso de ganhar peso.
Comorbidade
› Transtornos Depressivos
Risco de Suicídio
› Elevado: 12:100.000 por ano
› Avaliar histórico, ideação, comportamentos e
fatores de risco.
44. Caracterizado por uma profunda
perturbação da imagem corporal e
busca incessante da magreza ao ponta
da inanição;
Comportamento obstinado e proposital
direcionado a perder peso,
preocupação com o peso corporal e
alimentação, medo intenso de aumento
de peso, distorções da imagem corporal
e amenorreia.
45. Diagnostico Diferencial
› Transtorno Depressivo Maior: pode ocorrer
hiperfagia, mas sem comportamentos
compensatórios e preocupação excessiva com
a forma e peso. Para comorbidade, critérios de
ambos devem ser estabelecidos.
Comorbidades
› Sintomas depressivos, TA, Transtornos Depressivos
Risco de Suicídio
› Alto, deve ser avaliado
46. Caracterizado pela ingestão compulsiva
e rápida de grandes quantidades de
alimentos, com pouco ou nenhum
prazer, alternada com comportamento
purgativo, períodos de restrição
alimentar e medo mórbido de engordar.
47. Denominado também de “Transtorno do
Comer Compulsivo”;
Caracterizada por episódios recorrentes de
compulsão alimentar na ausência de
comportamentos compensatórios
inapropriados;
Não há foco na forma e peso corporais;
Ingestão de uma quantidade de alimentos
maior do que a maioria das pessoas
consumiria em igual período de 2h, por
exemplo;
Sentimento de falta de controle sobre a
ingestão alimentar durante episódio.
48. Excesso de adiposidade corporal;
Adiposidade:
Mulheres: 25% do peso corporal
Homens: 18% do peso corporal
IMC: ver padrão internacional praticado
Peso (Kg) x Altura (m)2
49. CATEGORIA IMC
Abaixo do Peso Abaixo de 18,5
Peso Normal 18,5 – 24,9
Sobrepeso 25,0 – 29,9
Obesidade Grau I 30,0 – 34,9
Obesidade Grau II 35,0 – 39,9
Obesidade Grau III
(Mórbida)
A partir de 40,0
50. Diagnóstico Diferencial
› TA: pode haver compulsão e outros
sintomas, mas os critérios de ambos deves
estar estabelecidos para diagnóstico de
comorbidade.
› T Depressivos: pode haver aumento da
ingesta e ganho de peso, mas os critérios de
ambos deves estar estabelecidos para
diagnóstico de comorbidade
Comorbidade
› TA, T depressivos
51. Pica
› Diagnóstico Diferencial:
Autolesão e comportamento suicida: ingestão
de itens nocivos (agulhas, facas)
Ruminação
› Comorbidade
Pode ocorrer concomitante a outro transtorno
mental se justificar atenção específica.
52. Aspectos psicológicos: causadores,
consequências ou mantenedores da
condição
Aumento dos sintomas comorbidos durante o
tratamento (ex: diante da dieta aumentar
sintomas depressivos)
Adesão ao tratamento (todos as modalidades-
colaboração dos profissionais)
Motivação para a mudança
Qualidade de vida
Consumo de Substâncias Psicoativas
Gravidade (internação)
53. Ser biopsicossocial
Comorbidades Psiquiátricas devem ser
tratadas concomitantemente
Manejo Multidisciplinar
› Psicoterapia (TCC)
› Intervenção Psiquiátrica
› Atividades Físicas
› Alimentação
Precisa avaliar cada caso, não tem como
fazer um “pacotão”.
54. Estabelecer um programa de emagrecimento
para os casos de obesidade;
Incentivar a estabelecer objetivos modestos
de emagrecimento (10% do peso);
Entender o comportamento alimentar (registro
da alimentação);
Usar o controle de estímulos (lanches de baixa
caloria);
Treinamento da assertividade para comunicar
à família e amigos da necessidade de
colaboração;
55. Identificação de Crenças e
Comportamentos Disfuncionais;
Seta Descente;
Desafio de PAN’s
56. Evento: Ir na faculdade retirar o diploma
de formatura após 3 anos de formada
Pensamento: Vou encontrar professores
e colegas
Se seu pensamento fosse verdadeiro,
porque isso incomodaria?
Crença: Que sou incapaz...que sou uma
profissional incompetente.
57. Isso me incomodaria porque me faria pensar que...
Vou me expor e ser criticada...vão dizer que estou
gorda
Se isso acontecer, o que pode ocorrer a seguir?
Vou me sentir mal...constrangida e triste
Se isso for verdadeiro, o que acontecerá?
Não vou suportar... Vou sair correndo...
Se isso de fato ocorrer, o que significa para mim?
Crença: Que sou incapaz... Que sou uma profissional
incompetente.
58. PAN: Vou me expor e ser criticada...vão
dizer que estou gorda
T: Quando você pensa que vai se expor e
vai ser criticada, vão dizer que está gorda,
quanto você acredita neste pensamento?
P: Acredito 80%
T: E qual a intensidade da tristeza que você
acredita que vai sentir de 0 a 100%?
P: Acredito 100%