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UFCD 6579:
Cuidados na
saúde mental
Formadora: Joana Alves
Formanda: Rute Pancha
Mediadora: Drª Claúdia Lameiras
Coordenadora: Drª Susana Carvalho
Identificar o conceito de saúde mental.
Identificar as principais alterações e perturbações mentais
Identificar alterações do comportamento, pensamento, humor e
comunicação
Identificar as especificidade dos cuidados de alimentação, higiene,
conforto e eliminação em indivíduos com alteração da saúde mental.
Explicar que as tarefas que se integram no âmbito da intervenção do/a
Técnico/a Auxiliar de Saúde terão de ser sempre executadas com
orientação e supervisão de um profissional de saúde
Principais objetivos
A figura do manicômio ou hospital psiquiátrico é talvez a
imagem mais lembrada quando se trata da temática da
saúde mental. Por anos, o cuidado nesse campo teve como
principal e, muitas vezes, única estratégia a internação
integral dos pacientes gravemente acometidos por
transtornos mentais. Esse modelo de assistência é
conhecido como asilar porque era comum a internação
dos pacientes para toda a vida, o que implicava em uma
indesejada cronicidade das doenças e altos custos para a
saúde pública
Com um entendimento escasso acerca do fenômeno da loucura e da doença mental, a incipiente
psiquiatria da época consistia em uma atividade mais política do que terapêutica. Os manicômios
caracterizavam-se como espaços de segregação e exclusão, pouco voltados ao cuidado . Com
este tipo de prática, a família não tinha lugar de destaque no debate em saúde mental, e era
considerada como mais uma parte da sociedade a ser protegida da influência negativa do
convívio com a loucura . De forma geral, portanto, observou-se nesse modo de atenção a
atribuição do cuidado do sofrimento mental às instituições psiquiátricas, afastando os doentes de
suas famílias.
críticas à hegemonia do saber biomédico no cuidado à saúde mental, bem como às infelizes
consequências testemunhadas durante anos pela segregação e exclusão social, promovidas a
partir do modelo asilar.
a Reforma como um processo que se faz também no cotidiano institucional e no âmbito das
relações interpessoais, nos quais se promovem avanços e retrocessos, impasses, conflitos, tensões
e desafios .
Uma crescente compreensão sobre a importância da família no
tratamento de uma doença mental
a simples devolução da enfermidade para a família, mediante a desarticulação dos manicômios, sem que tenha havido a criação efetiva de
recursos de assistência substitutivos. essas mudanças não consideraram adequadamente a estrutura social para a qual se devolviam os doentes.
Novas demandas acabaram sendo impostas às famílias, que se encontram sobrecarregadas e desamparadas. Tornam-se, muitas vezes, um “bode
expiatório” no qual se passou a localizar a responsabilidade pelo cuidado ao doente mental. a desinstitucionalização, se ingenuamente tomada
por desospitalização, promove uma “reprivatização compulsória da loucura na família ou simplesmente um processo de negligência social em
caso de sua ausência” Como consequência, a literatura aponta uma disputa pela responsabilização entre famílias e instituições pelo cuidado do
doente . alertam sobre práticas que têm como resquício uma atenção normalizadora e concentrada no poder disciplinar, as quais estabelecem
relações de tutela e culpabilização das famílias. Por um lado, profissionais de saúde às vezes exigem que a família aceite a doença sem que a ela
seja oferecido suporte. Por outro, as famílias, herdeiras do discurso médico da hospitalização, exercem pressão para que as instituições
psiquiátricas mantenham a custódia de seus parentes.
Nesse contexto, o modo de participação da família no cuidado em saúde mental aparece como questão a ser pensada pelos profissionais e
pesquisadores da área
Como nós, profissionais da saúde, posicionamos essa família ao
entender a importância de convidá-la a participar do tratamento?
Queremos reforçar discursos de culpabilização pelo adoecimento e de
patologização da família?
Ou desejamos nos engajar em práticas que de fato legitimem a dificuldade e
fragilidade da situação em que essas pessoas se encontram?
Contudo, essa mesma literatura denuncia as dificuldades encontradas nas instituições, tanto considerando a falta
de recursos e estrutura que tornem a participação da família possível, quanto, e mais importante, a mudança da
lógica oferecida nesse cuidado. programa de assistência familiar de um Hospital-Dia de Psiquiatria.
Hospitais-Dia fazem parte da rede extra-hospitalar de assistência em Saúde Mental, oferecendo uma alternativa de
tratamento voluntário intensivo e centrado na reabilitação psicossocial. Situam-se em um nível de assistência
intermediário entre a internação e o atendimento ambulatorial. Influenciado pelos princípios da Comunidade
Terapêutica ,o tratamento nesse tipo de instituição valoriza os vínculos e o convívio dos pacientes com familiares,
profissionais e comunidade como forma de cuidado.
Possui um programa de assistência familiar que tem como objetivo oferecer orientação e suporte emocional à família,
considerando sua relação com a doença mental. Esse programa conta com o envolvimento de uma equipe multidisciplinar
delineado com interesse na relevância que o cuidado com as famílias tem tomado no campo da saúde mental, em geral, e no
HD, em específico. Ele se insere em um contexto teórico e prático atual de contradições. Ao mesmo tempo em que se entende a
importância da atenção às famílias nos serviços, não há consensos nem sobre as razões desta importância, nem sobre as
maneiras de responder a ela . Consideramos os familiares como atores centrais na construção do cuidado psicossocial em
saúde mental. Acreditamos, portanto, que escutá-los e valorizar o seu próprio saber – seus entendimentos sobre o que lhes é
benéfico – pode ser um caminho para o aperfeiçoamento do trabalho com as famílias nesse campo.
Assim, o objetivo é compreender como familiares de pacientes de um Hospital-Dia constroem sentidos sobre a participação da
família no tratamento em saúde mental. Especificamente, este estudo visa: (a) compreender quais processos vividos no serviço
são reconhecidos como ações de cuidado à família; e (b) refletir sobre o modo como, a partir desses entendimentos, o cuidado
à família se concretiza como possibilidade no cotidiano do serviço
Método
Delineamento Teórico-Metodológico
Desenvolvida em uma perspetiva qualitativa de cunho construcionista social, cuja premissa básica define que o
conhecimento é criado e sustentado por meio de práticas compartilhadas. A investigação construcionista está
primordialmente interessada em compreender os processos pelos quais as pessoas descrevem e explicam o mundo
no qual vivem . Esse tipo de conceção valoriza a compreensão dos significados produzidos pelas pessoas a respeito
de si mesmas, dos outros e do mundo, a partir de relacionamentos circunscritos por um contexto sócio histórico e
cultural, e suas implicações para a construção de práticas sociais . Imersos em múltiplos relacionamentos, trazem
para ela seus diálogos, construindo e reconstruindo as descrições da vida social . A pesquisa construcionista social
está comprometida em dar visibilidade ao processo de produção de sentidos e à multiplicidade de versões possíveis
sobre um mesmo tema, considerando suas implicações para os contextos nos quais se produzem.
Contexto
HD, ligado a um Hospital Universitário. Esta instituição é parte da rede de saúde mental, um programa de assistência à
família.Este programa oferece diferentes atividades que visam a dar suporte aos familiares de pacientes atendidos na instituição.
Existem no HD quatro modalidades de atendimento especificamente pensadas para a participação das famílias no tratamento .
Os grupos familiares ocorrem com a participação de pacientes, ex-pacientes e familiares e têm o objetivo de promover um espaço
de diálogo entre equipe, pacientes e familiares acerca de temas que lhes interessem. Os grupos de cuidadores funcionam como
espaço de apoio, acolhimento e orientação para familiares de pacientes atuais e daqueles em pós-alta As reuniões familiares
ocorrem semanalmente com cada família em específico – paciente e familiares – e são um contexto que visa ao diálogo sobre
questões trazidas por aquela família acerca de sua vida cotidiana, adoecimento mental e a dinâmica familiar. Por fim, as visitas
domiciliares têm o objetivo de aproximação ao contexto cotidiano dos pacientes e familiares, além da construção de vínculos com
eles e sua comunidade.
Participantes
10 familiares de pacientes atendidos em regime de semi-internação no HD. Eles tinham idades estimadas entre 28 e
70 anos. Com relação ao parentesco desses familiares com os pacientes do HD, foram entrevistados cinco mães
.Foram convidadas a participar do estudo todas as 21 famílias com as quais conseguimos contato e que foram
atendidas no HD desde o início da atuação da assistente social responsável pelo programa à época. Os critérios de
inclusão utilizados referem-se aos familiares, que deveriam (a) ter sido acompanhantes do paciente em seu período
de semi-internação no HD; (b) ter participado em diversas atividades oferecidas no programa de atendimento às
famílias; e (c) expressar seu desejo de participar por meio de leitura conjunta com o pesquisador, e posterior
assinatura, do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
Procedimentos de Construção e Análise do Corpus
Foram conduzidas, na instituição, entrevistas individuais semiestruturadas com os 10 participantes voluntários, com duração média de uma hora, que
tiveram como eixos de investigação suas compreensões sobre família, doença mental e participação no tratamento. As entrevistas foram gravadas em áudio
(mp3) e transcritas na íntegra. Todos os nomes citados foram trocados por outros diferentes. A fim de preservar o modo da fala e seus sentidos, a linguagem
coloquial foi mantida nas transcrições. Os parâmetros éticos foram observados durante toda sua execução, considerando a Resolução 196/96 para
pesquisas envolvendo seres humanos . O projeto foi submetido, avaliado, aprovado e acompanhado pelos Comitês de Ética em Pesquisa responsáveis, tanto
da instituição de ensino na qual a pesquisa estava submetida, quanto da instituição de saúde onde o estudo ocorreu . Os temas construídos se tornam
possíveis a partir de processos de produção de sentidos, própria estrutura da entrevista favoreceu a produção de narrativas que organizavam a experiência
relatada pelos familiares em uma dimensão temporal associada à sua passagem pelo HD: aspetos de sua vida antes, durante e depois de seu período na
instituição.
o objetivo “Famílias no tratamento”, ao período de vida dos familiares durante sua passagem pelo HD. ações concretas referentes à sua presença no
cotidiano dos familiares
Resultados e Discussão
O que, para os familiares foi sua participação no tratamento? Como eles significam esse processo? Que elementos foram importantes? Como se produz
cuidado? as informações sobre os diferentes modos como essa participação acontecia e os processos vividos como de ajuda no contexto deste programa de
atendimento.
Cuidado à Família
Os familiares descrevem sua participação como sendo uma forma de se sentirem acolhidos, cuidados e apoiados mediante as situações colocadas
com o adoecimento de seu familiar. O HD é descrito, assim, como um espaço para reflexão, autocuidado e fortalecimento pessoal no
enfrentamento dos desafios da doença mental. Na prática, os familiares descrevem a sensação de serem cuidados no HD como acontecendo de
diversas maneiras. Bastante citado, o acolhimento é a primeira delas, chamando atenção para os efeitos benéficos de determinados modos de
interação na rotina do serviço. Paulo: E a mesma coisa que eu acho que eu vou tirar o chapéu pro atendimento, vamos dizer, humano. Cada
pessoa que você chega aqui, a qualquer hora, mesmo nas primeiras vezes, todo mundo cumprimenta. Mas cumprimenta olhando no seu olho.
Depois familiariza... E mesmo antes disso, uh? Nunca falta um sorriso. “Bom dia.” Sorriso. Parece aberração, mas pra quem está chegando a
essa situação é uma... um tom, um acolhimento, uma coisa... bem diferenciada. Além disso, as famílias são cuidadas em contextos que favorecem
tanto a reflexão sobre a própria vida – questões do quotidiano, comportamentos, relacionamentos, etc. – o fortalecimento pessoal: “Acho
fundamental isto porque as pessoas analisam-se também. Refletem-se. Refletem seus valores” A família também se sente cuidada ao se ver
acompanhada por profissionais qualificados, que têm o conhecimento necessário para sua atuação. Isso gera um sentimento de segurança nos
familiares, que finalmente se sentem amparados: “Então, nos sentimos protegidos . ‘Não, eu tenho alguém que me vê, que me ajuda, que pode
me direcionar, ?’É muito bom, menino. Muito bom”
• Cuidado à Família. Acolhimento
Cuidado à Família.
Acolhimento
Espaço para reflexão sobre si e fortalecimento pessoal.
Sentimento de segurança: trabalho feito por profissionais qualificados.
Aprendizado Sobre a Doença Mental.
Diagnóstico e/ou aceitação da existência da doença.
Informações sobre a doença.
Informações sobre como lidar com situações advindas da doença.
Transformação de Relações Familiares.
Espaço de diálogo sobre questões familiares.
Cuidado com o Familiar em Semi-interna cão. Sentimento de segurança e cuidado para o paciente.
Participação como responsabilidade.
Cuidado Mútuo Entre as Famílias.
Sentimento de não ser o único a passar pela experiência da doença mental.
Própria experiência ajuda aos outros.
Ampliação da Rede Social
o cuidado à família se produz em um contexto como o do programa de atendimento
Pensando nas descrições de acolhimento, da construção de um espaço para reflexão pessoal e do sentimento de segurança por
ser acompanhado por profissionais qualificados, observamos como esse cuidado se constrói como possibilidade não apenas
mediante o convite para participação, mas por meio do investimento cotidiano na qualidade das relações entre os atores
envolvidos no processo.
Assim, torna-se possível entender a construção desse cuidado como parte de um momento interativo. Essa compreensão chama
atenção para o potencial de cada encontro dentro do serviço e de suas consequências para as relações entre familiares e
profissionais, quando fatos cotidianos transformam significativamente a experiência de participar de um tratamento. “…ser
recebido com um sorriso toda vez que chega ao serviço, exemplifica esse tipo de transformação. Nesse caso, o acolhimento
pode ser também relacionado ao acolhimento como diretriz da Política Nacional de Humanização que, inaugura e sustenta
processos de cuidar Como orientação ética, esse acolhimento implica a escuta do usuário e a interação a partir das
necessidades e questões por ele trazidos, produzindo uma lógica de corresponsabilidade. A partir dessa compreensão, o
acolhimento não é algo que se faz em um dado momento do serviço, mas que deve acontecer em todos os contextos e todas as
interações a ele relacionadas. Muitos relatos das entrevistas por nós analisadas chamam a atenção exatamente para esse
aspeto.
Aprendizado sobre a Doença Mental
O tratamento é descrito como uma forma de aprendizado sobre o que é a doença mental e maneiras de lidar com ela.Por meio do contato com a equipe profissional e com os outros familiares, o
HD tornou-se um espaço de referência para obter informações e recursos técnicos relacionados ao quê e a como fazer ao enfrentar determinadas situações com seu familiar adoecido. O
aprendizado sobre a doença e seus efeitos benéficos para as famílias acontecem no cotidiano do tratamento dessas famílias, por meio do diagnóstico e aceitação da doença, do recebimento de
informações sobre a doença e como lidar com situações advindas da mesma.
“ Ah, foi bom, porque... Muito das coisas que eu não entendia da doença mental... Porque pra mim, na minha mente, eu pensava que a mente não adoecia. (...) Mas aí os psiquiatras, eles me
explicaram que isso era dos transtornos físicos, hormônios, é... Pode fazer a pessoa ter pensamentos alterados? Então isso foi muito bom pra mim entender. Porque na época eu fiquei
completamente perdida.
“ Mas, a partir do momento que o sujeito aceita que realmente o paciente é doente, que o parente é doente... E ele começa a frequentar aqui. Ele vai ter que vir com fé também no pessoal, com
confiança de... Dele participar, dele aprender . Porque, veja bem: quando o filho sai daqui, você sabe como tratar ele lá fora. A descrição dessa forma de participação da família no tratamento
reforça a utilização de estratégias de psicoeducação como benéficas para os familiares . o acesso à informação especializada – possibilitado mediante a participação da família no tratamento –
ajuda os familiares na produção de estratégias cotidianas de cuidado para com o familiar. Além disso, esse conhecimento muitas vezes transforma a natureza da relação entre paciente e
familiares, com o entendimento de que determinados comportamentos estão associados a sintomas de uma patologia que, muitas vezes, não estão sob o controle da própria pessoa
É preciso refletir com relação ao diagnóstico e seu impacto na vida do usuário e na vida familiar. A esse respeito, problematiza-se o lugar central no qual o diagnóstico tem sido posicionado no
cuidado em saúde.Assim, refletir-se sobre suas consequências negativas para a cultura em geral, tais como um assustador crescimento da patologização de diferentes comportamentos, a
manutenção da hierarquia social e estigmatização individual. Utilizados sem reflexão sobre seus efeitos, os diagnósticos podem chegar à família – leiga tanto no vocabulário psiquiátrico técnico-
científico quanto no entendimento do processo de produção de conhecimento subjacente a esse mesmo vocabulário – como uma verdade estável definidora de suas relações.
Por outro lado, como a própria descrição de utentes sugere, muitas vezes o diagnóstico é vivido pela família como um alívio e, a partir disso, mudanças no relacionamento com o paciente se
tornam possíveis. Sendo assim, o diagnóstico pode também ser encarado como uma forma encontrada por essas pessoas – usuários e familiares – de finalmente dar sentido a experiências que
antes lhes pareciam confusas.
Somemos a isso a complexidade de entender o diagnóstico como prática quotidiana no serviço e instrumento de ação política. Vivemos em um mundo no qual o diagnóstico, como prática
institucionalizada, funciona como base para a tomada de diversas decisões importantes, desde a escolha de medicamentos e procedimentos clínicos, até a possibilidade de acesso a recursos de
previdência social. Nesse sentido, critica como a idealização da loucura e negação da doença acabam negando também dificuldades concretas e materiais do viver com o sofrimento psíquico.
Portanto, é preciso sempre problematizar o lugar do diagnóstico em contexto, para que não seja nem descartado como inteiramente destrutivo, nem entendido de maneira irrefletida como a
solução única para os problemas da saúde mental. Assim, a reflexão sobre o diagnóstico em cada caso específico torna-se fundamental, pois é apenas levando em consideração seu uso cotidiano
e as ações que possibilita ou restringe que podemos ter pistas se este paralisa ou alivia .Nesse caso, uma estratégia reflexiva para abordar essa questão no quotidiano da prática pode consistir em
refletir com a família sobre a possibilidade do diagnóstico mudar ao longo do tempo.
pensar estratégias específicas de psicoeducação para a família pode ser um recurso importante, é preciso lembrar
que o aprendizado no serviço vai além de uma prática formal e institucionalizada. Como os entrevistados
mencionaram, o aprendizado acontece em diferentes contextos e por meio de seu contato com outros atores
envolvidos no cotidiano da instituição, incluindo pacientes e familiares. Mais uma vez, aparece como relevante o
contato entre os diferentes atores presentes no cotidiano do serviço, constituindo-o como um possível local de
investimento para a produção do cuidado à família no tratamento.
Transformação de Relações Familiares
A participação da família no tratamento é compreendida como uma oportunidade para cuidar das relações entre os membros da família. Esse processo é muitas vezes descrito como doloroso
e difícil, mas como tendo um resultado positivo para as interações familiares no decorrer do tratamento. Na descrição dos entrevistados, esse modo de participação no tratamento acontece
predominantemente nas reuniões familiares, em que sessões de atendimento são oferecidas a cada família separadamente.
Lia: Porque mexeu comigo, né? A nossa relação foi discutida.
Pesquisador: Unhum. Entendi. Você acha que discutir a relação de vocês, então, é... Mudou alguma coisa pro João.
Lia: Mudou. [pausa] E mudou pra mim também. Porque eu vi que eu posso cobrar. Atenção, carinho, é... (Entrevista 3, Lia, esposa)
Mário: E aqui um dia ele falou assim: “Ó, pai, agora abriu uma janela pra gente poder se comunicar e tal. Eu tinha dificuldade de lidar com o senhor...” Será que era por causa da doença?
Não sei, né... (...) E aí ele começou a mudar, o Adriano, quando aconteceu isso. Porque não tinha papo, não tinha conversa lá em casa, cê entendeu?! Não existia conversa lá. Aí ele começou
a conversar, chegava em casa batia papo, comentava as coisas daqui, cê entendeu, que ele não comentava nada. (Entrevista 5, Mário, pai)
É importante notar que a transformação das relações familiares tipicamente vinha associada, nas falas dos participantes, ao contexto de uma atividade específica do programa de
atendimento à família, qual seja, as chamadas reuniões familiares. Essas reuniões caracterizam-se por sessões de atendimento familiar das quais participam profissionais e membros de uma
mesma família. Desse modo, tal atividade aproxima-se de uma perspetiva clínica dentro de uma instituição pública de saúde, o que abre espaço para algumas reflexões.
Há visões reducionistas do discurso sanitário promovido a partir da reforma do sistema de saúde brasileiro produziram uma infeliz separação da clínica com relação aos serviços
substitutivos, como se ela necessariamente se opusesse à prevenção e produção da saúde. Defendendo que qualquer planejamento em saúde eficaz deve contar com uma interlocução clínica,
esta autora advoga pela atribuição da responsabilidade à clínica ampliada de observar e cuidar tanto das necessidades epidemiológicas e sociais quanto das demandas dos indivíduos.
Entende, assim, que os problemas de saúde, ainda que localizados em grupos e comunidades, se “encarnam em doentes concretos” (p. 99). Esta reflexão é especialmente profícua quando
associada ao presente tema, considerando que a autora sugere como diretriz para o resgate da clínica nesses contextos o trabalho com famílias. Para ela, esse tipo de prática pode ser um
aliado na manutenção e fortalecimento dos laços sociais dos usuários, imprescindível para o sucesso de qualquer tratamento em saúde mental
Assim, pensando o contexto das reuniões familiares, essa prática foi descrita pelos entrevistados como uma forma de
participação que beneficiou a todos os familiares, promovendo não somente seu fortalecimento pessoal, mas
também a possibilidade de discussão de seus relacionamentos e um consequente fortalecimento de seus vínculos.
Para isso, é importante ressaltar, os profissionais do HD têm se dedicado à aprendizagem de alguns recursos
teóricos e técnicos advindos, originalmente, da terapia familiar que consideram as contribuições construcionistas
sociais para o campo (McNamee & Gergen, 1992), aproximando-as reflexivamente para seu contexto de trabalho.
A lógica deste trabalho problematiza os discursos dominantes sobre doença mental e convida a narrativas que
entendem a doença como parte, e não determinação, da vida. Contudo, uma ressalva deve ser feita: a clínica à qual
Campos (2001) se refere não deve estar restrita a um contexto em específico, mas sim em uma lógica subjacente a
toda a práxis no serviço. Assim, as reuniões familiares são oferecidas como mais uma modalidade de atendimento
que, associada às demais, busca oferecer cuidado ao usuário e às famílias em seus aspetos biopsicossociais.
Cuidado com o Familiar em Semi-Internação
Os familiares entrevistados entendiam sua participação no tratamento como uma forma de estar presente em uma situação difícil para alguém querido. Entende-se a
presença nas atividades promovidas pelo HD como uma forma de não abandonar e, pelo contrário, estar mais próximo e apoiando seu parente. Na prática, esse
cuidado se traduz em um sentimento de segurança para o paciente:
Paulo: Eu tenho a impressão que ele se sentia mais seguro sabendo que a gente estava participando aqui. Acho que é uma sensação do... “Eles [os pais] tão
aprendendo a fazer direito.” (...) Como é que eu diria? “Aprendendo a me ajudar de uma forma mais... mais eficiente. De uma forma melhor.” Pra quando ele precisar.
(Entrevista 7, Paulo, pai)
Entretanto, esse cuidado é também descrito como uma responsabilidade que, às vezes, está para além do controle do familiar que o assume como sua função. Chama a
atenção que geralmente uma única pessoa da família fica responsável pelo cuidado mais próximo do paciente: “Eu acho que isso, assim, na realidade, estar
acompanhando ela aqui não foi uma surpresa, porque eu já... Eu já saberia que eu ia teressa responsabilidade, né? De tá junto... Que a pessoa estando sozinha
também é complicado, né?” (Entrevista 4, Luísa, filha)
Entender a participação em termos de oferecimento de suporte a alguém querido explicita uma contradição comum em contextos em que familiares ou pessoas
próximas se tornam cuidadoras. Por um lado, esse cuidado é visto como um apoio e suporte necessário e oferecido com boa vontade e boa intenção. Por outro, ele
também é visto como uma responsabilidade que pode causar sobrecarga devido à demanda que coloca ao cotidiano dessas pessoas. Conforme aponta Cavalheri
(2010), esses familiares retratam pessoas “sobrecarregadas com as atribuições a elas impostas, pelo novo modelo de assistência, usurpadas do próprio eu, que passam
a viver sentimentos complexos e controversos, e se sentem carentes quanto a informações, orientações e apoio do serviço”
Isso serve para lembrar que a participação da família no tratamento está também associada às várias outras tarefas presentes no
cotidiano dessas pessoas, tais como seus empregos e suas ocupações, cuidados com sua própria saúde ou com outros
relacionamentos para além daquele com o familiar. Entendemos, assim, ser importante que a oferta de assistência à família se
caracterize como uma opção de apoio e suporte, e não como mais uma obrigação que a sobrecarrega. Buscamos, com essa
reflexão, nos afastar de uma lógica de disputa pela responsabilização : oferecer espaços de atenção à família não significa que ela
deve ocupá-los exatamente conforme nossas expectativas
Cuidado Mútuo entre as Famílias
Os entrevistados descreveram também seu contato com outras famílias como sendo mutuamente benéfico. Por um lado, a
participação junto a outros familiares cria um sentimento de que não se está passando por aquela situação sozinho, afinal, outras
famílias enfrentam situações semelhantes ou até mesmo mais difíceis.
Anna: Porque eu acho que é fundamental. Tem que vir. A gente tem que lembrar que tem gente solidária, que tem gente sofrendo
tanto quanto ou mais do que a gente, mas que tá ali. É muito gostoso essa troca. É... fortalece muito a gente. (Entrevista 1, Anna,
mãe)
Por outro lado, a própria participação é descrita como de potencial ajuda para outros familiares.
Mário: E aquilo, você via os problema dos outros, você via o problema muito perto da gente. Então isso foi abrindo a cabeça da
gente. E aí eu acho que me ajudou muito depois daqui também, e quando pessoal se reunia aí... E sempre que chegava gente nova,
se não era casal – geralmente era um casal – era mãe e tio às vezes, então eles sempre passavam a bola pra gente. (Entrevista 5,
Mário, pai)
Por fim, esse tipo de contato cria uma aproximação entre diferentes famílias e, algumas vezes, promove uma ampliação da rede social e de apoio dessas pessoas.
Paulo: Mas, enfim, nós afináramos muito com a [Nome de uma familiar que conheceu no serviço]. (...) Aí a Anna [esposa] ia fazer um peixe, falou: “Ah, eu tô
pensando em... Tem bastante peixe aqui. Eu tô pensando em chamar alguém, não é? Eu tô lá, gostaram da ideia, passamos lá, buscamos, passamos um domingo muito
bom. (Entrevista 7, Paulo, pai)
Nas narrativas com essa temática, os familiares apontam novamente para como os efeitos positivos da participação da família no tratamento se tornam possíveis no
cotidiano do serviço. Nesse sentido, Rosa (2005) aponta para o potencial do contato entre os familiares ao mostrar a possibilidade de diferentes formas de conviver
com o paciente: “Se, por um lado, os familiares cuidadores podem ser homogeneizados em sua condição de vida e na forma como enfrentam os desafios cotidianos,
por outro lado há muita riqueza nos encontros” (p. 212).
Além disso, em alguns casos, os relacionamentos iniciados entre familiares no HD são ampliados também para contextos cotidianos dos participantes fora do serviço
de saúde mental. Isso pode ser discutido como a ampliação da rede social dessas famílias. conceitua redes sociais como o conjunto das relações que uma pessoa
entende como significativas para si mesma e com quem interage com alguma regularidade. Para o autor, existe uma influência mútua entre rede social e saúde, uma
vez que a inserção de uma pessoa em uma boa rede social favorece a possibilidade de acesso a ajuda e recursos diversos – apoio emocional ou procura por serviços
de saúde. Apontam-se um crescente entendimento sobre a potencialidade do trabalho com redes sociais para a ampliação e promoção de saúde de uma forma que
valorize a construção de cuidado como inseridas em redes de relacionamentos. No caso dos participantes da presente pesquisa, a transposição de relacionamentos
iniciados dentro do serviço para outros contextos pode ser encarada como um fortalecimento de sua rede social e, portanto, uma forma de colaborar para a
manutenção da saúde dessas pessoas
Considerações Finais
Descrevemos como os sentidos construídos por familiares sobre sua participação no tratamento são diversos, e se referem a algumas formas de participação
relacionadas às necessidades plurais dessas famílias. Para esses entrevistados, estar no HD significou sentirem-se cuidados, aprenderem sobre a doença mental,
trabalharem relações na família, oferecerem suporte a um parente em uma situação de dificuldade, além de conhecerem outras famílias vivendo situações parecidas,
com as quais puderam compartilhar experiências e cuidado.
Como essas diferentes possibilidades de participação se concretizam no cotidiano do serviço? A análise apresentada permite concluir que a construção de um espaço
de cuidado para as famílias se dá não apenas mediante o convite para estarem na instituição, mas por meio do efetivo e cotidiano investimento na qualidade das
relações entre os atores envolvidos (pacientes, familiares e profissionais). Esse processo acontece a todo momento no dia a dia das práticas de saúde, seja em
atividades formalmente estruturadas, seja nos encontros fortuitos em outros espaços no serviço. Que implicações essa conclusão traz para a construção de programas
que visem ao cuidado à família?
Em conclusão, tomamos a preocupação de Benevides (2005) a respeito das aproximações da Psicologia ao SUS como um convite para pensar
também a participação da família no tratamento: “O que queremos ressaltar é que os eixos da universalidade, equidade e integralidade,
constitutivos do SUS, só se efetivam quando conseguimos inventar modos de fazer acontecer tais eixos. Interessa-nos perguntar o como fazer
(...)” (p. 24). Então, continuemos sempre a nos perguntar: como fazer? Como inventar, no cotidiano dos serviços, formas de prática com essas
famílias que sejam responsivas às suas necessidades, benéficas para o paciente em regime de semi-internação e que promovam a cidadania e
transformação social?
Esperamos que este artigo, ao investigar as descrições de alguns familiares sobre sua participação no cotidiano dos serviços, tenha trazido
algum entendimento sobre o assunto. Questão complexa e importante, que parece oferecer caminhos promissores se conseguirmos trabalhar nas
interfaces entre clínica e política, enxergando pessoas que sofrem desamparadas à nossa frente, mas cheias de possibilidades e potencialidades.
Cidadãos merecedores de, e sobretudo detentores do direito a assistência e cuidado. Caminhos promissores em um campo concreto e possível, no
qual entendemos que o cotidiano dos serviços representa um local privilegiado para a construção do cuidado às famílias .
Este estudo apontou para o potencial de nos posicionarmos pela parceria com a família e o reconhecimento da importância de seu cuidado no
contexto da saúde mental: uma aliança que pode tanto ajudar no cuidado ao paciente, quanto beneficiar seus próprios familiares. Nesse
sentido, concordamos com Pinho et al. (2010) em que o protagonismo “é construído na convivência recíproca do cotidiano, quando serviço e
família se entendem como parceiros, compartilham as dificuldades e propõem alternativas” (p. 111).
Entendemos que o mérito da criação de ferramentas para o trabalho com as famílias está em preparar e chamar a atenção dos profissionais
para a importância dos relacionamentos nos diferentes contextos dos quais participarão junto aos familiares. Trata-se de criar no serviço um
cenário rico em recursos que não estão situados em indivíduos específicos, mas na construção de um tipo particular de circunstância que
possibilite a emergência de relacionamentos participativos. A cada vez que articulamos esses recursos em diálogo, eles funcionam como
lembretes para outras interações que se seguem (Katz & Alegría, 2009).
A partir deste enquadre, a análise aqui apresentada torna-se importante por duas razões. Primeiro, por ter sido conduzida em um contexto
privilegiado de recursos para o trabalho com as famílias que, apesar dos desafios que encontra, está definitivamente acima do padrão mais
típico dessas instituições. Assim, este é um serviço que tem um programa estruturado para atendimento de família, conta com uma equipe
multidisciplinar, atende baixo número de usuários, e tem profissionais que recebem capacitação frequente. Essas são características incomuns
na realidade dos serviços de saúde mental do país.
Segundo, por ter ocorrido em conversas com familiares que produziram “narrativas progressivas”, nas quais as pessoas constroem
ligações entre suas experiências, de maneira que o movimento da história tem como característica principal o desenvolvimento e a
melhora em determinados aspectos, como uma progressão ao longo do tempo (Gergen, 1997). Assim, é possível entender que essas
histórias destacam aspectos vividos durante a participação desses familiares no tratamento para os quais os profissionais podem
prestar atenção em suas futuras interações nos serviços de saúde mental.
Valorizar a política da produção de cuidado nas interações cotidianas não significa propor nem uma retomada a uma perspectiva
clínica tradicional, nem uma separação de contextos micro e macrossociais. Historicamente, parte das preocupações da Psicologia
como disciplina tem sido o contato e o cuidado com o humano, desenvolvendo teorias e práticas com essa finalidade. Sendo assim,
esses recursos podem ser usados de forma reflexiva, aliados às preocupações mais recentes do campo: a saúde coletiva, a saúde
pública, a política pública e, sobretudo, o compromisso com a transformação social (Benevides, 2005). Nesse caso, concordamos
com Ferreira Neto (2008) em que a noção de clínica ampliada pode ser uma forma de manejar a infértil tensão entre clínica e
política. Entender a subjetividade como entrelaçada à cidadania transforma as formas de serviço oferecidas, além dos objetos e dos
objetivos aos quais o tratamento se direciona.
• Em conclusão, tomamos a preocupação de Benevides (2005) a respeito das aproximações da Psicologia ao SUS como um
convite para pensar também a participação da família no tratamento: “O que queremos ressaltar é que os eixos da
universalidade, equidade e integralidade, constitutivos do SUS, só se efetivam quando conseguimos inventar modos de fazer
acontecer tais eixos. Interessa-nos perguntar o como fazer (...)” (p. 24). Então, continuemos sempre a nos perguntar: como
fazer? Como inventar, no cotidiano dos serviços, formas de prática com essas famílias que sejam responsivas às suas
necessidades, benéficas para o paciente em regime de semi-internação e que promovam a cidadania e transformação social?
• Esperamos que este artigo, ao investigar as descrições de alguns familiares sobre sua participação no cotidiano dos
serviços, tenha trazido algum entendimento sobre o assunto. Questão complexa e importante, que parece oferecer caminhos
promissores se conseguirmos trabalhar nas interfaces entre clínica e política, enxergando pessoas que sofrem desamparadas
à nossa frente, mas cheias de possibilidades e potencialidades. Cidadãos merecedores de, e sobretudo detentores do direito a
assistência e cuidado. Caminhos promissores em um campo concreto e possível, no qual entendemos que o cotidiano dos
serviços representa um local privilegiado para a construção do cuidado às famílias
Segundo a Organização Mundial de Saúde
(OMS)
“ Um estado de bem-estar físico, mental e social, e não é apenas a
ausência de doença ou dor”
Segundo a Organização Mundial de Saúde
(OMS)
“ Um estado de bem-estar físico, mental e social, e não é apenas
a ausência de doença ou dor”
Saúde...
Doença mental vs. Saúde mental
Doença mental
Perturbações e desequilíbrios mentais, disfunções
associadas angústias, sintomas e doenças mentais
diagnosticáveis
Saúde mental
É a forma como as pessoas reagem às exigências da vida
e modo como harmonizam os seus desejos, capacidade,
ambições, ideias e emoções.
Saúde física ≠ Saúde mental
Saúde Física
Saúde Mental
- O ser humano é constituído pelo corpo e mente, e cada uma destas componentes tem necessidades próprias, que
devem ser colmatadas para termos uma vida equilibrada e estabilizada.
- O desequilíbrio de uma delas acarreta o mau funcionamento geral desse organismo.
• A saúde mental e a saúde física estão interligadas e
são interdependentes, tornando-se cada vez mais
evidente que a saúde mental é indispensável para o
bem-estar geral dos indivíduos.
• Uma boa qualidade de vida depende destes dois
factores e é um processo contínuo e consciente do
indivíduo no sentido de procurar gratificação nas suas
atividades, comportamentos e pensamentos positivos.
Saúde física
Bom funcionamento do
organismo e das suas
funções vitais
Saúde mental
Capacidade que o
individuo tem de se
adaptar de forma
flexível diante de
conflitos, angustias
experienciadas por
sisi. por si.
A saúde física e mental mantêm uma relação de reciprocidade, estão interligados e são
interdependentes. Ambas são de extrema importância
A Saúde Metal está relacionada à forma como as pessoas reagem às exigências da vida e ao modo como harmonizam seus
desejos, capacidades, ambições, ideais e emoções... Todos nós temos momentos na vida em que nos podemos sentir em baixo,
andar angustiados, stressados pelas mais diversas razões. :
- Resultados escolares que não nos satisfazem.
- Relações com quem nos está próximo se deterioram e há conflitos.
- Fase da vida em que as mais pequenas coisas nos parecem problemáticas.
.
Em suma:
Estas são respostas normais face aos problemas da vida:
-
para a maioria das pessoas estes sentimentos passam ao fim
de algum tempo,
- para
outras pessoas tal não …. podendo vir a transformar-se num
problema mais ou menos grave
Auto-observação ajuda-nos a evitar a auto justificação e a ficarmos presos a padrões de comportamento que não
funcionam para nós.
Temos de priorizar, nutrir relacionamentos, e permitir estarmos abertos ao exterior. Podemos nos relacionar não
como quem achamos que deveríamos ser, mas como quem realmente somos, e assim dando a nós mesmo a
possibilidade de criar laços com os outros. Podemos buscar o “stresse bom” para manter as nossas mentes e corpos
preparados para qualquer adversidade.
“Mente sã corpo são ”
acerca da importância de: “1) retomar a família
como unidade de atenção das políticas públicas; 2)
desenvolver redes de apoio e de envolvimento das
famílias e comunidade; 3) realizar uma melhor
integração entre famílias, serviços públicos e
iniciativa do setor informal”
A família passou a ser posicionada como parceira do tratamento nos
novos ambientes de atendimento
São situações patológicas, diagnosticadas apenas por
profissionais de saúde especializados, algumas
necessitam de intervenções diferenciadas
Alteração da nossa organização mental, que leva a
que a pessoa não consiga exercer ou exerça com
dificuldade os seus papéis sociais (familiares,
relacionais, ou atividades do quotidiano),
incapacitando-as e podendo existir sofrimento.
Doenças mentais
• O objetivo dessa técnica é o de organizar e sistematizar os dados do
paciente, de forma tal que seja permitida a orientação de determinada
ação terapêutica com a respetiva avaliação da sua eficácia; o
fornecimento de subsídios para previsão do prognóstico; o auxílio no
melhor atendimento ao paciente, pelo confronto de registos situações
futuras
O objetivo dessa técnica é o de organizar e sistematizar os
dados do paciente, de forma tal que seja permitida a orientação
de determinada ação terapêutica com a respetiva avaliação da
sua eficácia; o fornecimento de subsídios para previsão do
prognóstico; o auxílio no melhor atendimento ao paciente, pelo
confronto de registos situações futuras
Anamnese
Ana (remontar) mnesis(memória)
Deve ser mantido um equilíbrio entre
neutralidade, respeito e solidariedade
ao paciente. O paciente deve perceber
o interesse do entrevistador e não o
seu envolvimento emocional com a sua
situação.
Muitas vezes, não se consegue ter todo o
material numa única entrevista, principalmente
em instituições em que o número de pacientes e
a exiguidade do tempo de atendimento se tornam
fatores preponderantes.
No corte longitudinal, podemos localizar
os registos das histórias pessoal, familiar e
patológica.
No corte transversal, enquadraríamos a
queixa principal do sujeito, a história da
sua doença atual e o exame psíquico que
dele é feito.
Identificação do paciente;
Motivo da consulta ou queixa que o traz ao médico ou
terapeuta; a história da doença atual;
História pessoal;
História familiar;
História patológica;
Exame psíquico;
Síntese psicopatológica;
Hipótese de diagnóstico nosológico.
Anamnese
 Consciência
Atenção memoria
Orientação
Consciência do Eu
Afetividade e humor
Pensamento (linguagem e
Juízo de valor
Sensoperceção
Psicomotricidade
Vontade
Exame físico /
objetivo
As alterações mentais poderão ser visíveis ao
nível:
Comportamento
Pensamento
Humor
Comunicação
E podem surgir em épocas especificas do
desenvolvimento humano:
Infância Adolescência Adulto 3ª Idade
Sinais de alarme:
Marcada alteração na personalidade (maneira de ser);
Alteração evidente nos hábitos (sono, alimentação
Demasiada irritabilidade, hostilidade ou mesmo comportamento violento
“Altos e baixos” extremados
Perda da habilidade para lidar com os problemas atividades do dia-a-dia
Abuso de álcool ou drogas
Ideias estranhas
Ansiedade excessiva
Pensar ou falar em suicídio
Tristeza prolongada ou apatia
ALTERAÇÕES DO COMPORTAMENTO
Atitude
É uma maneira organizada e coerente de pensar, sentir e reagir em relação a pessoas e acontecimentos ocorridos
no nosso dia-a-dia.
Comportamento
É o conjunto organizado das operações selecionadas em função das informações recebidas do ambiente através das quais o
indivíduo integra as suas tendências
As perturbações mentais e do comportamento originam comportamentos que impedem ou dificultam o
desempenho das funções pessoais e sociais do indivíduo, de forma sustentada ou recorrente.
Ex.: Doença de Alzheimer
Alterações de comportamento
Infância, adolescência, adulto e velhice
Os sinais mais comuns da alteração do comportamento são:
Agitação - movimentação excessiva e despropositada, que pode variar desde
uma leve inquietude até ações violentas e agressivas
Confusão - estado de comprometimento mental levando a redução da compreensão,
coerência e da capacidade de raciocínio.
Delírio - é um estado agudo de confusão com comprometimento cognitivo
desencadeado por afeção neurológica ou clínica, de carácter grave, com duração de
horas a dias.
ALTERAÇÕES DO PENSAMENTO
• Operação mental
que nos permite
aproveitar os
conhecimentos
adquiridos na da
vida social e
cultural, combiná-
los logicamente e
alcançar uma
outra nova forma
de conhecimento
Conceito
Pensamento
Relação
significativa
entre os
conceitos
Juízo
ALTERAÇÕES DO PENSAMENTO
Todo esse processo começa com a sensação e termina com o raciocínio
dialético, onde uma ideia se associa a outra e, desta união de ideias
nasce uma terceira. O pensamento lógico consiste em selecionar e
orientar esses conceitos, tendo como objetivo alcançar uma integração
significativa, que possibilite uma atitude racional perante as
necessidades do momento. (Ex: Esquizofrenia)
Conceito Juizo Pensamento
O humor é naturalmente variável durante o dia em todas as pessoas.
Se tivermos muitos momentos stressantes e desgastantes num único
dia é natural que, quando esse dia chegue ao fim, estejamos sem
energia, cansados e tristes. Não devemos, contudo, confundir
tristeza com depressão. A tristeza é um sentimento que pode
aparecer por algum motivo qualquer e depois de algum tempo ela
passa.
ALTERAÇÕES DO HUMOR
Os episódios típicos de cada um dos três graus de depressão (leve, moderado ou
grave), o paciente apresenta um rebaixamento do humor, redução da energia e
diminuição da atividade. Existe alteração da capacidade de experimentar o prazer,
perda de interesse, diminuição da capacidade de concentração associadas em geral à
fadiga, mesmo após um esforço mínimo.
Observa-se, em geral, problemas do sono e diminuição do apetite. Existe quase sempre
uma diminuição da autoestima e da autoconfiança, e frequentemente ideias de
culpabilidade e ou de indignidade, mesmo nas formas leves.
Depressão:
Característica essencial está no humor cronicamente deprimido, que ocorre na maior parte do dia por
pelo menos dois anos. Os indivíduos descrevem o seu humor como triste ou “na fossa”. Em crianças, o
humor pode ser irritável ao invés de deprimido, e a duração mínima exigida é de apenas um ano.
Durante os períodos de humor deprimido, pelo menos dois dos seguintes sintomas adicionais estão
presentes:
 Apetite diminuído ou hiperfagia;
 Insônia ou Hipersónia;
 Baixa energia ou fadiga;
 Baixa autoestima;
 Fraca concentração ou dificuldade em tomar decisões;
 Sentimentos de desesperança.
Distimia
Os indivíduos podem notar a presença proeminente de
baixo interesse e de autocrítica, frequentemente vendo a
si mesmos como desinteressantes ou incapazes. Como
estes sintomas se tornam uma parte tão presente na
experiência quotidiana do indivíduo (por exemplo:
“Sempre fui assim", "É assim que sou"), eles em geral
não são relatados, a menos que diretamente investigados
pelo entrevistador.
A alternância de longos períodos depressivos com manias é a tónica
dessa patologia. Os indivíduos com esse transtorno apresentam
durante algumas ocasiões uma elevação do humor e aumento da
energia e da atividade (hipomania ou mania), e em outras, um
rebaixamento do humor e de redução da energia e da atividade
(depressão).
Transtorno Bipolar:
Comunicação é um mecanismo através do qual existem e se desenvolvem as relações humanas, capacidade de comunicar
e de se relacionar com os outros.
Comunicar, através de qualquer meio, é colocar em comum, é partilhar, e em geral faz-se através da linguagem (e não
confundir com língua ou idioma).
Linguagem é função cerebral que permite a qualquer ser humano adquirir e utilizar uma língua.
A comunicação humana, faz-se de forma verbal e não verbal, tanto em crianças como em adultos.
“A fala representa a expressão do pensamento”
Um aspeto muito importante a ter em conta nos doentes com perturbações mentais é a alteração da sua capacidade de
comunicação, o que pode tornar a comunicação com estes doentes um desafio. Perante esta situação, geralmente os
profissionais de saúde e/ou familiares ficam impacientes. É assim importante que estes se informem sobre quais os
problemas de comunicação mais comuns com estes doentes, dependendo também do tipo de doença mental por forma a
ter uma melhor ideia de como lidar com estas alterações.
ALTERAÇÕES DA COMUNICAÇÃO
• Existem vários tipos de perturbações mentais, e só através da análise da doença específica é que o
técnico necessita direcionar a sua forma de comunicar, tendo em conta a especificidade da
alteração mental.
• Foquemo-nos nos problemas de comunicação mais comuns causados pela Doença de Alzheimer:
o Dificuldades em encontrar a palavra certa durante uma conversa;
o Dificuldades em compreender o significado das palavras;
o Dificuldades em manter a atenção durante longas conversas;
o Perda do raciocínio durante uma conversa;
Foquemo-nos nos problemas de comunicação mais
comuns causados pela Doença de Alzheimer:
o Dificuldades em referir passos de atividades comuns como cozinhar, vestir, etc.;
o Problemas em abstrair-se de barulhos de fundo como os da televisão, rádio, outras
o conversas, etc.;
o Frustração quando não conseguem comunicar;
o Ser muito sensível ao toque, ao tom e volume da voz.
É, portanto, difícil compreendê-los, mas também estes se fazerem compreender. Assim é essencial
que os familiares e/ou profissionais de saúde “aprendam” a comunicar e a lidar com estes
doentes, de forma a tornar o dia-a-dia menos stressante e a melhorar a sua relação com o doente.
Para uma eficaz comunicação é essencial criar um ambiente positivo para a interação com o
doente, sendo importante tratá-lo de forma amável e, acima de tudo, com respeito.
Muitas vezes a atitude e a linguagem corporal são mais importantes que as próprias palavras,
podendo então utilizar por exemplo, expressões faciais e contato físico, para auxiliar a
transmissão da sua mensagem e a demonstrar os seus sentimentos e afetos.
Comunicação com os doentes de Alzheimer
Facilitar a comunicação com o doente
Tentar optar sempre por palavras simples e frases curtas, falar calma e pausadamente, bem como utilizar um tom de
voz baixo e suave
. Nunca deve falar com estes doentes como se tratassem de bebés, ou falar destes como se não estivessem
presentes
Limitar as distrações e o barulho (exemplos: desligar o rádio e a televisão, fechar as cortinas, etc.) de modo a
focar a atenção do doente no que lhe está a dizer.
Estabelecer contacto visual e chamar o doente pelo nome, garantindo que antes de falar com este tem a sua
atenção
Facilitar a comunicação com o doente
Como estes doentes apresentam dificuldades em reconhecer familiares e amigos, pode começar a conversa
apresentando-se, ou seja, relembrando-o de quem é.
Ser paciente e permitir que o doente tenha tempo para responder às questões, ouvindo-o atentamente. Acima de
tudo não o interromper mesmo que saiba aquilo que ele está a tentar dizer.
Simplificar as questões colocadas ao doente. Fazer uma pergunta de cada vez, optar por questões cuja resposta é
“sim” ou “não”, ou então fazer a pergunta de forma a limitar as opções de resposta.
Facilitar a comunicação com o doente
Se o doente estiver com dificuldades em encontrar a palavra correta ou a comunicar um pensamento, auxiliar
gentilmente a expressar-se fornecendo-lhe as palavras que ele está à procura, isto se o doente parecer estar
aberto à ajuda
Quando o doente começar a ficar perturbado, tentar mudar o assunto de conversa ou o ambiente.
•Muitas vezes estes doentes sentem-se confusos e ansiosos o que os pode levar a recordar de coisas que nunca
ocorreram. Aqui é importante tentar não os convencer de que estão errados, mas sim confortá-los e apoiá-los,
caso o assunto não seja de risco.
Facilitar a comunicação com o doente
•Se o doente parecer triste, encorajar a expressão dos seus sentimentos, e mostrar que é compreendido.
Usar o humor sempre que possível, pois pode ajudar a libertar a tensão e ser uma boa terapia! Ter para com
estes doentes uma atitude carinhosa e tranquilizadora
Estar sempre atento a possíveis problemas de audição e visão do doente que possam afetar a comunicação
Alimentação
O hábito alimentar pode estar alterado em
vários transtornos.
Um dos sintomas mais frequentes na depressão
é a falta de apetite, acompanhada da perda de
peso. Mas pode ocorrer que o aumento de
apetite e a pessoa ganhe peso, o que é chamado
de depressão atípica
Anorexia: preocupação
exagerada com o peso,
há um comportamento
obstinado para perda de
peso, seja com dietas
exercício físico
extenuantes
Bulimia: tem compulsão
alimentar, ingerem uma
quantidade de alimentos
muito grande e depois tem
comportamentos purgatório
(vomito)
A Nutrição não é um substituto aos cuidados essenciais, como o uso de medicamentos e
psicoterapia, mas um complemento importante já que uma alimentação equilibrada pode ajudar
sim na regulação de alguns componentes bioquímicos envolvidos na saúde do cérebro.
Os hábitos alimentares inadequados como uma dieta rica em açúcares refinados e gorduras
saturadas pode prejudicar a função cerebral geral pois estimulam processos inflamatórios que
são nocivos e contribuem para a depressão e ansiedade.
Por outro lado, muitos outros nutrientes estão diretamente associados com os processos
bioquímicos do cérebro (benéficos para a prevenção e auxilio no tratamento de transtornos
mentais), tais como:
Alimentação
Vitamina D: melhora dos
quadros de depressão,
desempenha papel importante
na formação e crescimento
saudável dos neurônios,
principalmente no
desenvolvimento do cérebro
durante a gestação. Também
previne doenças
neurodegenerativas – como
Alzheimer.
Vitaminas do complexo B: São
essenciais para a produção de
neurotransmissores do Sistema
Nervoso Central (SNC). A B12 em
específico auxilia a manutenção da
saúde neurológica, previne a
demência e melhora o estado
cognitivo.
Minerais como zinco e
magnésio: Aumenta o tempo de
vida e a saúde das células do
Sistema Nervoso Central,
ajuda a prevenção de
depressão e ansiedade; Auxilia
o metabolismo da serotonina,
ajuda no combate da
depressão e ajuda na
regulação e na qualidade do
sono.
Triptfano: É um aminoácido
que se converte em serotonina,
que é um neurotransmissor
responsável pela sensação de
bem-estar, essencial no
combate à depressão e
ansiedade e que regula os
processos de comportamento e
regula as emoções
Ácidos graxos ômega-3 e ômega 6: Ajuda
na saúde das membranas cerebrais e na
regulação de substâncias importantes para
a modulação de neurotransmissores. A
ciência já provou sua efetividade no
tratamento de esquizofrenia.
Eliminação
Encoprese
Evacuação repetida de fezes em locais inadequados
(roupa, chão), sendo um acto involuntário.
Enurese
Micção repetida, diurna ou
noturna, em roupas, cama.
A falta de asseio está muitas vezes associada à falta de autoestima, e a um
transtorno mental.
A higiene deve ser feita com relação ao corpo e ao meio ambiente, e mantida nas
melhores condições, sendo, até mesmo, importante para a parte emocional do ser
humano.
Compreende o estudo das diversas fases da evolução do indivíduo, este deve
ocupa-se dos cuidados que deve ter com o corpo, vestuário, alimentação, trabalho
físico como mental.
Higiene
Repouso e higiene são necessidades básicas do corpo, essenciais para a saúde.
Manter o corpo bem oxigenado (atividade física, bom ar ambiente e respiração
profunda), bem hidratado (2 a 4 litros de água por dia),
Bem nutrido (uso de bastante vegetais),
Desintoxicado (isento de substâncias artificiais),
Exercitado (caminhada rotineira).
Ter uma distração, uma higiene mental, ter amigos, conversar sobre assuntos
agradáveis, evitando os desagradáveis, sorrir, distrair-se, estar alegre. Servir ao
próximo, dentro das suas possibilidades, é uma condição que gera muita satisfação
e bem-estar. Estas práticas fortalecem a pessoa e a tornam mais resistente aos
problemas.
Sono e Repouso
FÍSICO e MENTAL e ambos devem ser observados.
Observe o repouso adequado para o seu corpo. Após o almoço, é muito bom para a sua saúde
que você faça um pequeno repouso depois do almoço. Vai descansar o corpo, recuperar os
desgastes da manhã, e preparar o corpo para mais um período de trabalho. Vai melhorar o
rendimento no trabalho e até melhora o relacionamento entre as pessoas, diminui os acidentes,
melhora a qualidade da produção.
A Noite é para descansar e dormir. Jante cedo e coma pouco no jantar. Evite fazer trabalhos, ver
filmes ou fazer leituras stressantes à noite. Prepare-se para dormir mantendo-se relaxado, sem
estímulos que lhe deixem agitado. Vá para a cama apenas na hora de dormir. Um banho morno
ajuda a relaxar.
O fim-de-semana tem uma importância muito grande, serve também como um repouso para
nossa mente. As férias, também devem ser usadas para recuperar o organismo dos desgastes da
vida. Tire férias que sirvam para relaxar e descansar e não para cansar mais ainda.
O repouso físico
Cuidar em saúde mental
Técnico Auxiliar de Saúde, o profissional que sob a
orientação de profissionais de saúde com formação
superior, auxilia na prestação de cuidados de saúde aos
utentes.
A sua carreira exige não só disponibilidade e vocação,
mas também grande dedicação amor a profissão
Técnico/a auxiliar de Saúde
Onde trabalham:
Funcionamento logístico de um hospital
Centro de saúde
Clinica
Lar
Técnico/a auxiliar de Saúde.
Profissão multifacetada envolve o desempenho de várias tarefas em
simultâneo, dai ser um profissão que exige muito de quem a prática,
tanto física como psicologicamente
Uma qualidade essencial destes profissionais é a simpatia e a
capacidade de comunicar habilmente com os outros, pois os clientes
destes serviços são pessoas debilitadas, sensíveis, por vezes mesmo até
pouco sociáveis, pois necessitam toda atenção e carinho da parte de
quem os cuida diariamente.
Tarefas a desempenhas pelo/a Técnico/a auxiliar de Saúde.
Ajudar o utente nas necessidades de eliminação e nos cuidados de higiene e conforto;
 Auxiliar o enfermeiro na prestação de conforto ao utente e na realização de tratamentos a feridas e úlceras;
Auxiliar na prestação de cuidados ao utente que vai fazer, ou fez, uma intervenção cirúrgica;
Auxiliar nas tarefas de alimentação e hidratação do utente, nomeadamente na preparação de refeições ligeiras
ou suplementos alimentares e no acompanhamento durante as refeições;
 Executar tarefas que exijam uma intervenção imediata e simultânea ao alerta do profissional de saúde;
Auxiliar na transferência, posicionamento e transporte do utente, que necessita de ajuda total ou parcial, de
acordo com orientações do profissional de saúde
Tarefas a desempenhas pelo/a Técnico/a auxiliar de Saúde sob a
orientação de enfermeiro/a
 Auxilia nos cuidados post-mortem (após morte) de acordo com orientações de saúde
Assegurar a recolha, transporte, triagem e acondicionamento de roupa da unidade do doente
Efetuar a limpeza e higienização das instalações/ superfícies da unidade do utente, e de outros espaços específicos, de acordo com normas e/ou procedimentos
definidos;
Efetuar a lavagem e desinfeção de material hoteleiro, material clínico e material de apoio clínico em local próprio, de acordo com normas e/ou procedimentos
definidos;
Assegurar o armazenamento e conservação adequada de material hoteleiro, material de apoio clínico e clínico de acordo com normas e/ou procedimentos definidos;
Efetuar a lavagem (manual e mecânica) e desinfeção química, em local apropriado, de equipamentos do serviço, de acordo com normas e/ou procedimentos
definidos;
Recolher, lavar e acondicionar os materiais e equipamentos utilizados na lavagem e desinfeção, de acordo com normas
e/ou procedimentos definidos, para posterior recolha de serviço interna ou externa;
 Assegurar a recolha, triagem, transporte e acondicionamento de resíduos hospitalares, garantindo o manuseamento e
transporte adequado dos mesmos de acordo com procedimentos definidos.
Tarefas a desempenhas pelo/a Técnico/a auxiliar de Saúde sob a
orientação de profissional de saúde
Efetuar a manutenção preventiva e reposição de material e equipamentos;
Efetuar o transporte de informação entre as diferentes unidades e serviços de prestação de cuid
ados de saúde;
Encaminhar os contactos telefónicos de acordo com normas e/ ou procedimentos definidos;
Encaminhar o utente, familiar e/ou cuidador, de acordo com normas e/ ou procedimentos
definidos.
Auxiliar o profissional de saúde na recolha de amostras biológicas e transporte para o serviço
adequado, de acordo com normas e/ou procedimentos definidos
Tarefas a desempenhas pelo/a Técnico/a auxiliar de Saúde atividade de apoio ao funcionamento
da unidades e serviços
Resumo:
O Técnico/a Auxiliar de Saúde passa grande parte do seu turno em intervenções
aos utentes, embora na maioria delas com supervisão da enfermagem, é
fundamental manterem um atitude compreensiva, alegre e encorajadora, pois
algumas praticas envolvem a privacidade e a intimidade dos clientes.
Confidencialidade na relação entre cliente e Técnico/a auxiliar de Saúde
Obrigada!
Técnico Auxiliar de Saúde

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UFCD - 6579 Cuidados na Saúde Mental

  • 1. UFCD 6579: Cuidados na saúde mental Formadora: Joana Alves Formanda: Rute Pancha Mediadora: Drª Claúdia Lameiras Coordenadora: Drª Susana Carvalho
  • 2. Identificar o conceito de saúde mental. Identificar as principais alterações e perturbações mentais Identificar alterações do comportamento, pensamento, humor e comunicação Identificar as especificidade dos cuidados de alimentação, higiene, conforto e eliminação em indivíduos com alteração da saúde mental. Explicar que as tarefas que se integram no âmbito da intervenção do/a Técnico/a Auxiliar de Saúde terão de ser sempre executadas com orientação e supervisão de um profissional de saúde Principais objetivos
  • 3. A figura do manicômio ou hospital psiquiátrico é talvez a imagem mais lembrada quando se trata da temática da saúde mental. Por anos, o cuidado nesse campo teve como principal e, muitas vezes, única estratégia a internação integral dos pacientes gravemente acometidos por transtornos mentais. Esse modelo de assistência é conhecido como asilar porque era comum a internação dos pacientes para toda a vida, o que implicava em uma indesejada cronicidade das doenças e altos custos para a saúde pública
  • 4. Com um entendimento escasso acerca do fenômeno da loucura e da doença mental, a incipiente psiquiatria da época consistia em uma atividade mais política do que terapêutica. Os manicômios caracterizavam-se como espaços de segregação e exclusão, pouco voltados ao cuidado . Com este tipo de prática, a família não tinha lugar de destaque no debate em saúde mental, e era considerada como mais uma parte da sociedade a ser protegida da influência negativa do convívio com a loucura . De forma geral, portanto, observou-se nesse modo de atenção a atribuição do cuidado do sofrimento mental às instituições psiquiátricas, afastando os doentes de suas famílias. críticas à hegemonia do saber biomédico no cuidado à saúde mental, bem como às infelizes consequências testemunhadas durante anos pela segregação e exclusão social, promovidas a partir do modelo asilar. a Reforma como um processo que se faz também no cotidiano institucional e no âmbito das relações interpessoais, nos quais se promovem avanços e retrocessos, impasses, conflitos, tensões e desafios .
  • 5. Uma crescente compreensão sobre a importância da família no tratamento de uma doença mental a simples devolução da enfermidade para a família, mediante a desarticulação dos manicômios, sem que tenha havido a criação efetiva de recursos de assistência substitutivos. essas mudanças não consideraram adequadamente a estrutura social para a qual se devolviam os doentes. Novas demandas acabaram sendo impostas às famílias, que se encontram sobrecarregadas e desamparadas. Tornam-se, muitas vezes, um “bode expiatório” no qual se passou a localizar a responsabilidade pelo cuidado ao doente mental. a desinstitucionalização, se ingenuamente tomada por desospitalização, promove uma “reprivatização compulsória da loucura na família ou simplesmente um processo de negligência social em caso de sua ausência” Como consequência, a literatura aponta uma disputa pela responsabilização entre famílias e instituições pelo cuidado do doente . alertam sobre práticas que têm como resquício uma atenção normalizadora e concentrada no poder disciplinar, as quais estabelecem relações de tutela e culpabilização das famílias. Por um lado, profissionais de saúde às vezes exigem que a família aceite a doença sem que a ela seja oferecido suporte. Por outro, as famílias, herdeiras do discurso médico da hospitalização, exercem pressão para que as instituições psiquiátricas mantenham a custódia de seus parentes. Nesse contexto, o modo de participação da família no cuidado em saúde mental aparece como questão a ser pensada pelos profissionais e pesquisadores da área
  • 6. Como nós, profissionais da saúde, posicionamos essa família ao entender a importância de convidá-la a participar do tratamento? Queremos reforçar discursos de culpabilização pelo adoecimento e de patologização da família? Ou desejamos nos engajar em práticas que de fato legitimem a dificuldade e fragilidade da situação em que essas pessoas se encontram? Contudo, essa mesma literatura denuncia as dificuldades encontradas nas instituições, tanto considerando a falta de recursos e estrutura que tornem a participação da família possível, quanto, e mais importante, a mudança da lógica oferecida nesse cuidado. programa de assistência familiar de um Hospital-Dia de Psiquiatria. Hospitais-Dia fazem parte da rede extra-hospitalar de assistência em Saúde Mental, oferecendo uma alternativa de tratamento voluntário intensivo e centrado na reabilitação psicossocial. Situam-se em um nível de assistência intermediário entre a internação e o atendimento ambulatorial. Influenciado pelos princípios da Comunidade Terapêutica ,o tratamento nesse tipo de instituição valoriza os vínculos e o convívio dos pacientes com familiares, profissionais e comunidade como forma de cuidado.
  • 7. Possui um programa de assistência familiar que tem como objetivo oferecer orientação e suporte emocional à família, considerando sua relação com a doença mental. Esse programa conta com o envolvimento de uma equipe multidisciplinar delineado com interesse na relevância que o cuidado com as famílias tem tomado no campo da saúde mental, em geral, e no HD, em específico. Ele se insere em um contexto teórico e prático atual de contradições. Ao mesmo tempo em que se entende a importância da atenção às famílias nos serviços, não há consensos nem sobre as razões desta importância, nem sobre as maneiras de responder a ela . Consideramos os familiares como atores centrais na construção do cuidado psicossocial em saúde mental. Acreditamos, portanto, que escutá-los e valorizar o seu próprio saber – seus entendimentos sobre o que lhes é benéfico – pode ser um caminho para o aperfeiçoamento do trabalho com as famílias nesse campo. Assim, o objetivo é compreender como familiares de pacientes de um Hospital-Dia constroem sentidos sobre a participação da família no tratamento em saúde mental. Especificamente, este estudo visa: (a) compreender quais processos vividos no serviço são reconhecidos como ações de cuidado à família; e (b) refletir sobre o modo como, a partir desses entendimentos, o cuidado à família se concretiza como possibilidade no cotidiano do serviço
  • 8. Método Delineamento Teórico-Metodológico Desenvolvida em uma perspetiva qualitativa de cunho construcionista social, cuja premissa básica define que o conhecimento é criado e sustentado por meio de práticas compartilhadas. A investigação construcionista está primordialmente interessada em compreender os processos pelos quais as pessoas descrevem e explicam o mundo no qual vivem . Esse tipo de conceção valoriza a compreensão dos significados produzidos pelas pessoas a respeito de si mesmas, dos outros e do mundo, a partir de relacionamentos circunscritos por um contexto sócio histórico e cultural, e suas implicações para a construção de práticas sociais . Imersos em múltiplos relacionamentos, trazem para ela seus diálogos, construindo e reconstruindo as descrições da vida social . A pesquisa construcionista social está comprometida em dar visibilidade ao processo de produção de sentidos e à multiplicidade de versões possíveis sobre um mesmo tema, considerando suas implicações para os contextos nos quais se produzem.
  • 9. Contexto HD, ligado a um Hospital Universitário. Esta instituição é parte da rede de saúde mental, um programa de assistência à família.Este programa oferece diferentes atividades que visam a dar suporte aos familiares de pacientes atendidos na instituição. Existem no HD quatro modalidades de atendimento especificamente pensadas para a participação das famílias no tratamento . Os grupos familiares ocorrem com a participação de pacientes, ex-pacientes e familiares e têm o objetivo de promover um espaço de diálogo entre equipe, pacientes e familiares acerca de temas que lhes interessem. Os grupos de cuidadores funcionam como espaço de apoio, acolhimento e orientação para familiares de pacientes atuais e daqueles em pós-alta As reuniões familiares ocorrem semanalmente com cada família em específico – paciente e familiares – e são um contexto que visa ao diálogo sobre questões trazidas por aquela família acerca de sua vida cotidiana, adoecimento mental e a dinâmica familiar. Por fim, as visitas domiciliares têm o objetivo de aproximação ao contexto cotidiano dos pacientes e familiares, além da construção de vínculos com eles e sua comunidade.
  • 10. Participantes 10 familiares de pacientes atendidos em regime de semi-internação no HD. Eles tinham idades estimadas entre 28 e 70 anos. Com relação ao parentesco desses familiares com os pacientes do HD, foram entrevistados cinco mães .Foram convidadas a participar do estudo todas as 21 famílias com as quais conseguimos contato e que foram atendidas no HD desde o início da atuação da assistente social responsável pelo programa à época. Os critérios de inclusão utilizados referem-se aos familiares, que deveriam (a) ter sido acompanhantes do paciente em seu período de semi-internação no HD; (b) ter participado em diversas atividades oferecidas no programa de atendimento às famílias; e (c) expressar seu desejo de participar por meio de leitura conjunta com o pesquisador, e posterior assinatura, do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
  • 11. Procedimentos de Construção e Análise do Corpus Foram conduzidas, na instituição, entrevistas individuais semiestruturadas com os 10 participantes voluntários, com duração média de uma hora, que tiveram como eixos de investigação suas compreensões sobre família, doença mental e participação no tratamento. As entrevistas foram gravadas em áudio (mp3) e transcritas na íntegra. Todos os nomes citados foram trocados por outros diferentes. A fim de preservar o modo da fala e seus sentidos, a linguagem coloquial foi mantida nas transcrições. Os parâmetros éticos foram observados durante toda sua execução, considerando a Resolução 196/96 para pesquisas envolvendo seres humanos . O projeto foi submetido, avaliado, aprovado e acompanhado pelos Comitês de Ética em Pesquisa responsáveis, tanto da instituição de ensino na qual a pesquisa estava submetida, quanto da instituição de saúde onde o estudo ocorreu . Os temas construídos se tornam possíveis a partir de processos de produção de sentidos, própria estrutura da entrevista favoreceu a produção de narrativas que organizavam a experiência relatada pelos familiares em uma dimensão temporal associada à sua passagem pelo HD: aspetos de sua vida antes, durante e depois de seu período na instituição. o objetivo “Famílias no tratamento”, ao período de vida dos familiares durante sua passagem pelo HD. ações concretas referentes à sua presença no cotidiano dos familiares Resultados e Discussão O que, para os familiares foi sua participação no tratamento? Como eles significam esse processo? Que elementos foram importantes? Como se produz cuidado? as informações sobre os diferentes modos como essa participação acontecia e os processos vividos como de ajuda no contexto deste programa de atendimento.
  • 12. Cuidado à Família Os familiares descrevem sua participação como sendo uma forma de se sentirem acolhidos, cuidados e apoiados mediante as situações colocadas com o adoecimento de seu familiar. O HD é descrito, assim, como um espaço para reflexão, autocuidado e fortalecimento pessoal no enfrentamento dos desafios da doença mental. Na prática, os familiares descrevem a sensação de serem cuidados no HD como acontecendo de diversas maneiras. Bastante citado, o acolhimento é a primeira delas, chamando atenção para os efeitos benéficos de determinados modos de interação na rotina do serviço. Paulo: E a mesma coisa que eu acho que eu vou tirar o chapéu pro atendimento, vamos dizer, humano. Cada pessoa que você chega aqui, a qualquer hora, mesmo nas primeiras vezes, todo mundo cumprimenta. Mas cumprimenta olhando no seu olho. Depois familiariza... E mesmo antes disso, uh? Nunca falta um sorriso. “Bom dia.” Sorriso. Parece aberração, mas pra quem está chegando a essa situação é uma... um tom, um acolhimento, uma coisa... bem diferenciada. Além disso, as famílias são cuidadas em contextos que favorecem tanto a reflexão sobre a própria vida – questões do quotidiano, comportamentos, relacionamentos, etc. – o fortalecimento pessoal: “Acho fundamental isto porque as pessoas analisam-se também. Refletem-se. Refletem seus valores” A família também se sente cuidada ao se ver acompanhada por profissionais qualificados, que têm o conhecimento necessário para sua atuação. Isso gera um sentimento de segurança nos familiares, que finalmente se sentem amparados: “Então, nos sentimos protegidos . ‘Não, eu tenho alguém que me vê, que me ajuda, que pode me direcionar, ?’É muito bom, menino. Muito bom”
  • 13. • Cuidado à Família. Acolhimento Cuidado à Família. Acolhimento Espaço para reflexão sobre si e fortalecimento pessoal. Sentimento de segurança: trabalho feito por profissionais qualificados. Aprendizado Sobre a Doença Mental. Diagnóstico e/ou aceitação da existência da doença. Informações sobre a doença. Informações sobre como lidar com situações advindas da doença. Transformação de Relações Familiares. Espaço de diálogo sobre questões familiares. Cuidado com o Familiar em Semi-interna cão. Sentimento de segurança e cuidado para o paciente. Participação como responsabilidade. Cuidado Mútuo Entre as Famílias. Sentimento de não ser o único a passar pela experiência da doença mental. Própria experiência ajuda aos outros. Ampliação da Rede Social o cuidado à família se produz em um contexto como o do programa de atendimento
  • 14. Pensando nas descrições de acolhimento, da construção de um espaço para reflexão pessoal e do sentimento de segurança por ser acompanhado por profissionais qualificados, observamos como esse cuidado se constrói como possibilidade não apenas mediante o convite para participação, mas por meio do investimento cotidiano na qualidade das relações entre os atores envolvidos no processo. Assim, torna-se possível entender a construção desse cuidado como parte de um momento interativo. Essa compreensão chama atenção para o potencial de cada encontro dentro do serviço e de suas consequências para as relações entre familiares e profissionais, quando fatos cotidianos transformam significativamente a experiência de participar de um tratamento. “…ser recebido com um sorriso toda vez que chega ao serviço, exemplifica esse tipo de transformação. Nesse caso, o acolhimento pode ser também relacionado ao acolhimento como diretriz da Política Nacional de Humanização que, inaugura e sustenta processos de cuidar Como orientação ética, esse acolhimento implica a escuta do usuário e a interação a partir das necessidades e questões por ele trazidos, produzindo uma lógica de corresponsabilidade. A partir dessa compreensão, o acolhimento não é algo que se faz em um dado momento do serviço, mas que deve acontecer em todos os contextos e todas as interações a ele relacionadas. Muitos relatos das entrevistas por nós analisadas chamam a atenção exatamente para esse aspeto.
  • 15. Aprendizado sobre a Doença Mental O tratamento é descrito como uma forma de aprendizado sobre o que é a doença mental e maneiras de lidar com ela.Por meio do contato com a equipe profissional e com os outros familiares, o HD tornou-se um espaço de referência para obter informações e recursos técnicos relacionados ao quê e a como fazer ao enfrentar determinadas situações com seu familiar adoecido. O aprendizado sobre a doença e seus efeitos benéficos para as famílias acontecem no cotidiano do tratamento dessas famílias, por meio do diagnóstico e aceitação da doença, do recebimento de informações sobre a doença e como lidar com situações advindas da mesma. “ Ah, foi bom, porque... Muito das coisas que eu não entendia da doença mental... Porque pra mim, na minha mente, eu pensava que a mente não adoecia. (...) Mas aí os psiquiatras, eles me explicaram que isso era dos transtornos físicos, hormônios, é... Pode fazer a pessoa ter pensamentos alterados? Então isso foi muito bom pra mim entender. Porque na época eu fiquei completamente perdida. “ Mas, a partir do momento que o sujeito aceita que realmente o paciente é doente, que o parente é doente... E ele começa a frequentar aqui. Ele vai ter que vir com fé também no pessoal, com confiança de... Dele participar, dele aprender . Porque, veja bem: quando o filho sai daqui, você sabe como tratar ele lá fora. A descrição dessa forma de participação da família no tratamento reforça a utilização de estratégias de psicoeducação como benéficas para os familiares . o acesso à informação especializada – possibilitado mediante a participação da família no tratamento – ajuda os familiares na produção de estratégias cotidianas de cuidado para com o familiar. Além disso, esse conhecimento muitas vezes transforma a natureza da relação entre paciente e familiares, com o entendimento de que determinados comportamentos estão associados a sintomas de uma patologia que, muitas vezes, não estão sob o controle da própria pessoa
  • 16. É preciso refletir com relação ao diagnóstico e seu impacto na vida do usuário e na vida familiar. A esse respeito, problematiza-se o lugar central no qual o diagnóstico tem sido posicionado no cuidado em saúde.Assim, refletir-se sobre suas consequências negativas para a cultura em geral, tais como um assustador crescimento da patologização de diferentes comportamentos, a manutenção da hierarquia social e estigmatização individual. Utilizados sem reflexão sobre seus efeitos, os diagnósticos podem chegar à família – leiga tanto no vocabulário psiquiátrico técnico- científico quanto no entendimento do processo de produção de conhecimento subjacente a esse mesmo vocabulário – como uma verdade estável definidora de suas relações. Por outro lado, como a própria descrição de utentes sugere, muitas vezes o diagnóstico é vivido pela família como um alívio e, a partir disso, mudanças no relacionamento com o paciente se tornam possíveis. Sendo assim, o diagnóstico pode também ser encarado como uma forma encontrada por essas pessoas – usuários e familiares – de finalmente dar sentido a experiências que antes lhes pareciam confusas. Somemos a isso a complexidade de entender o diagnóstico como prática quotidiana no serviço e instrumento de ação política. Vivemos em um mundo no qual o diagnóstico, como prática institucionalizada, funciona como base para a tomada de diversas decisões importantes, desde a escolha de medicamentos e procedimentos clínicos, até a possibilidade de acesso a recursos de previdência social. Nesse sentido, critica como a idealização da loucura e negação da doença acabam negando também dificuldades concretas e materiais do viver com o sofrimento psíquico. Portanto, é preciso sempre problematizar o lugar do diagnóstico em contexto, para que não seja nem descartado como inteiramente destrutivo, nem entendido de maneira irrefletida como a solução única para os problemas da saúde mental. Assim, a reflexão sobre o diagnóstico em cada caso específico torna-se fundamental, pois é apenas levando em consideração seu uso cotidiano e as ações que possibilita ou restringe que podemos ter pistas se este paralisa ou alivia .Nesse caso, uma estratégia reflexiva para abordar essa questão no quotidiano da prática pode consistir em refletir com a família sobre a possibilidade do diagnóstico mudar ao longo do tempo.
  • 17. pensar estratégias específicas de psicoeducação para a família pode ser um recurso importante, é preciso lembrar que o aprendizado no serviço vai além de uma prática formal e institucionalizada. Como os entrevistados mencionaram, o aprendizado acontece em diferentes contextos e por meio de seu contato com outros atores envolvidos no cotidiano da instituição, incluindo pacientes e familiares. Mais uma vez, aparece como relevante o contato entre os diferentes atores presentes no cotidiano do serviço, constituindo-o como um possível local de investimento para a produção do cuidado à família no tratamento.
  • 18. Transformação de Relações Familiares A participação da família no tratamento é compreendida como uma oportunidade para cuidar das relações entre os membros da família. Esse processo é muitas vezes descrito como doloroso e difícil, mas como tendo um resultado positivo para as interações familiares no decorrer do tratamento. Na descrição dos entrevistados, esse modo de participação no tratamento acontece predominantemente nas reuniões familiares, em que sessões de atendimento são oferecidas a cada família separadamente. Lia: Porque mexeu comigo, né? A nossa relação foi discutida. Pesquisador: Unhum. Entendi. Você acha que discutir a relação de vocês, então, é... Mudou alguma coisa pro João. Lia: Mudou. [pausa] E mudou pra mim também. Porque eu vi que eu posso cobrar. Atenção, carinho, é... (Entrevista 3, Lia, esposa) Mário: E aqui um dia ele falou assim: “Ó, pai, agora abriu uma janela pra gente poder se comunicar e tal. Eu tinha dificuldade de lidar com o senhor...” Será que era por causa da doença? Não sei, né... (...) E aí ele começou a mudar, o Adriano, quando aconteceu isso. Porque não tinha papo, não tinha conversa lá em casa, cê entendeu?! Não existia conversa lá. Aí ele começou a conversar, chegava em casa batia papo, comentava as coisas daqui, cê entendeu, que ele não comentava nada. (Entrevista 5, Mário, pai) É importante notar que a transformação das relações familiares tipicamente vinha associada, nas falas dos participantes, ao contexto de uma atividade específica do programa de atendimento à família, qual seja, as chamadas reuniões familiares. Essas reuniões caracterizam-se por sessões de atendimento familiar das quais participam profissionais e membros de uma mesma família. Desse modo, tal atividade aproxima-se de uma perspetiva clínica dentro de uma instituição pública de saúde, o que abre espaço para algumas reflexões. Há visões reducionistas do discurso sanitário promovido a partir da reforma do sistema de saúde brasileiro produziram uma infeliz separação da clínica com relação aos serviços substitutivos, como se ela necessariamente se opusesse à prevenção e produção da saúde. Defendendo que qualquer planejamento em saúde eficaz deve contar com uma interlocução clínica, esta autora advoga pela atribuição da responsabilidade à clínica ampliada de observar e cuidar tanto das necessidades epidemiológicas e sociais quanto das demandas dos indivíduos. Entende, assim, que os problemas de saúde, ainda que localizados em grupos e comunidades, se “encarnam em doentes concretos” (p. 99). Esta reflexão é especialmente profícua quando associada ao presente tema, considerando que a autora sugere como diretriz para o resgate da clínica nesses contextos o trabalho com famílias. Para ela, esse tipo de prática pode ser um aliado na manutenção e fortalecimento dos laços sociais dos usuários, imprescindível para o sucesso de qualquer tratamento em saúde mental
  • 19. Assim, pensando o contexto das reuniões familiares, essa prática foi descrita pelos entrevistados como uma forma de participação que beneficiou a todos os familiares, promovendo não somente seu fortalecimento pessoal, mas também a possibilidade de discussão de seus relacionamentos e um consequente fortalecimento de seus vínculos. Para isso, é importante ressaltar, os profissionais do HD têm se dedicado à aprendizagem de alguns recursos teóricos e técnicos advindos, originalmente, da terapia familiar que consideram as contribuições construcionistas sociais para o campo (McNamee & Gergen, 1992), aproximando-as reflexivamente para seu contexto de trabalho. A lógica deste trabalho problematiza os discursos dominantes sobre doença mental e convida a narrativas que entendem a doença como parte, e não determinação, da vida. Contudo, uma ressalva deve ser feita: a clínica à qual Campos (2001) se refere não deve estar restrita a um contexto em específico, mas sim em uma lógica subjacente a toda a práxis no serviço. Assim, as reuniões familiares são oferecidas como mais uma modalidade de atendimento que, associada às demais, busca oferecer cuidado ao usuário e às famílias em seus aspetos biopsicossociais.
  • 20. Cuidado com o Familiar em Semi-Internação Os familiares entrevistados entendiam sua participação no tratamento como uma forma de estar presente em uma situação difícil para alguém querido. Entende-se a presença nas atividades promovidas pelo HD como uma forma de não abandonar e, pelo contrário, estar mais próximo e apoiando seu parente. Na prática, esse cuidado se traduz em um sentimento de segurança para o paciente: Paulo: Eu tenho a impressão que ele se sentia mais seguro sabendo que a gente estava participando aqui. Acho que é uma sensação do... “Eles [os pais] tão aprendendo a fazer direito.” (...) Como é que eu diria? “Aprendendo a me ajudar de uma forma mais... mais eficiente. De uma forma melhor.” Pra quando ele precisar. (Entrevista 7, Paulo, pai) Entretanto, esse cuidado é também descrito como uma responsabilidade que, às vezes, está para além do controle do familiar que o assume como sua função. Chama a atenção que geralmente uma única pessoa da família fica responsável pelo cuidado mais próximo do paciente: “Eu acho que isso, assim, na realidade, estar acompanhando ela aqui não foi uma surpresa, porque eu já... Eu já saberia que eu ia teressa responsabilidade, né? De tá junto... Que a pessoa estando sozinha também é complicado, né?” (Entrevista 4, Luísa, filha) Entender a participação em termos de oferecimento de suporte a alguém querido explicita uma contradição comum em contextos em que familiares ou pessoas próximas se tornam cuidadoras. Por um lado, esse cuidado é visto como um apoio e suporte necessário e oferecido com boa vontade e boa intenção. Por outro, ele também é visto como uma responsabilidade que pode causar sobrecarga devido à demanda que coloca ao cotidiano dessas pessoas. Conforme aponta Cavalheri (2010), esses familiares retratam pessoas “sobrecarregadas com as atribuições a elas impostas, pelo novo modelo de assistência, usurpadas do próprio eu, que passam a viver sentimentos complexos e controversos, e se sentem carentes quanto a informações, orientações e apoio do serviço”
  • 21. Isso serve para lembrar que a participação da família no tratamento está também associada às várias outras tarefas presentes no cotidiano dessas pessoas, tais como seus empregos e suas ocupações, cuidados com sua própria saúde ou com outros relacionamentos para além daquele com o familiar. Entendemos, assim, ser importante que a oferta de assistência à família se caracterize como uma opção de apoio e suporte, e não como mais uma obrigação que a sobrecarrega. Buscamos, com essa reflexão, nos afastar de uma lógica de disputa pela responsabilização : oferecer espaços de atenção à família não significa que ela deve ocupá-los exatamente conforme nossas expectativas Cuidado Mútuo entre as Famílias Os entrevistados descreveram também seu contato com outras famílias como sendo mutuamente benéfico. Por um lado, a participação junto a outros familiares cria um sentimento de que não se está passando por aquela situação sozinho, afinal, outras famílias enfrentam situações semelhantes ou até mesmo mais difíceis. Anna: Porque eu acho que é fundamental. Tem que vir. A gente tem que lembrar que tem gente solidária, que tem gente sofrendo tanto quanto ou mais do que a gente, mas que tá ali. É muito gostoso essa troca. É... fortalece muito a gente. (Entrevista 1, Anna, mãe) Por outro lado, a própria participação é descrita como de potencial ajuda para outros familiares. Mário: E aquilo, você via os problema dos outros, você via o problema muito perto da gente. Então isso foi abrindo a cabeça da gente. E aí eu acho que me ajudou muito depois daqui também, e quando pessoal se reunia aí... E sempre que chegava gente nova, se não era casal – geralmente era um casal – era mãe e tio às vezes, então eles sempre passavam a bola pra gente. (Entrevista 5, Mário, pai)
  • 22. Por fim, esse tipo de contato cria uma aproximação entre diferentes famílias e, algumas vezes, promove uma ampliação da rede social e de apoio dessas pessoas. Paulo: Mas, enfim, nós afináramos muito com a [Nome de uma familiar que conheceu no serviço]. (...) Aí a Anna [esposa] ia fazer um peixe, falou: “Ah, eu tô pensando em... Tem bastante peixe aqui. Eu tô pensando em chamar alguém, não é? Eu tô lá, gostaram da ideia, passamos lá, buscamos, passamos um domingo muito bom. (Entrevista 7, Paulo, pai) Nas narrativas com essa temática, os familiares apontam novamente para como os efeitos positivos da participação da família no tratamento se tornam possíveis no cotidiano do serviço. Nesse sentido, Rosa (2005) aponta para o potencial do contato entre os familiares ao mostrar a possibilidade de diferentes formas de conviver com o paciente: “Se, por um lado, os familiares cuidadores podem ser homogeneizados em sua condição de vida e na forma como enfrentam os desafios cotidianos, por outro lado há muita riqueza nos encontros” (p. 212). Além disso, em alguns casos, os relacionamentos iniciados entre familiares no HD são ampliados também para contextos cotidianos dos participantes fora do serviço de saúde mental. Isso pode ser discutido como a ampliação da rede social dessas famílias. conceitua redes sociais como o conjunto das relações que uma pessoa entende como significativas para si mesma e com quem interage com alguma regularidade. Para o autor, existe uma influência mútua entre rede social e saúde, uma vez que a inserção de uma pessoa em uma boa rede social favorece a possibilidade de acesso a ajuda e recursos diversos – apoio emocional ou procura por serviços de saúde. Apontam-se um crescente entendimento sobre a potencialidade do trabalho com redes sociais para a ampliação e promoção de saúde de uma forma que valorize a construção de cuidado como inseridas em redes de relacionamentos. No caso dos participantes da presente pesquisa, a transposição de relacionamentos iniciados dentro do serviço para outros contextos pode ser encarada como um fortalecimento de sua rede social e, portanto, uma forma de colaborar para a manutenção da saúde dessas pessoas
  • 23. Considerações Finais Descrevemos como os sentidos construídos por familiares sobre sua participação no tratamento são diversos, e se referem a algumas formas de participação relacionadas às necessidades plurais dessas famílias. Para esses entrevistados, estar no HD significou sentirem-se cuidados, aprenderem sobre a doença mental, trabalharem relações na família, oferecerem suporte a um parente em uma situação de dificuldade, além de conhecerem outras famílias vivendo situações parecidas, com as quais puderam compartilhar experiências e cuidado. Como essas diferentes possibilidades de participação se concretizam no cotidiano do serviço? A análise apresentada permite concluir que a construção de um espaço de cuidado para as famílias se dá não apenas mediante o convite para estarem na instituição, mas por meio do efetivo e cotidiano investimento na qualidade das relações entre os atores envolvidos (pacientes, familiares e profissionais). Esse processo acontece a todo momento no dia a dia das práticas de saúde, seja em atividades formalmente estruturadas, seja nos encontros fortuitos em outros espaços no serviço. Que implicações essa conclusão traz para a construção de programas que visem ao cuidado à família?
  • 24. Em conclusão, tomamos a preocupação de Benevides (2005) a respeito das aproximações da Psicologia ao SUS como um convite para pensar também a participação da família no tratamento: “O que queremos ressaltar é que os eixos da universalidade, equidade e integralidade, constitutivos do SUS, só se efetivam quando conseguimos inventar modos de fazer acontecer tais eixos. Interessa-nos perguntar o como fazer (...)” (p. 24). Então, continuemos sempre a nos perguntar: como fazer? Como inventar, no cotidiano dos serviços, formas de prática com essas famílias que sejam responsivas às suas necessidades, benéficas para o paciente em regime de semi-internação e que promovam a cidadania e transformação social? Esperamos que este artigo, ao investigar as descrições de alguns familiares sobre sua participação no cotidiano dos serviços, tenha trazido algum entendimento sobre o assunto. Questão complexa e importante, que parece oferecer caminhos promissores se conseguirmos trabalhar nas interfaces entre clínica e política, enxergando pessoas que sofrem desamparadas à nossa frente, mas cheias de possibilidades e potencialidades. Cidadãos merecedores de, e sobretudo detentores do direito a assistência e cuidado. Caminhos promissores em um campo concreto e possível, no qual entendemos que o cotidiano dos serviços representa um local privilegiado para a construção do cuidado às famílias .
  • 25. Este estudo apontou para o potencial de nos posicionarmos pela parceria com a família e o reconhecimento da importância de seu cuidado no contexto da saúde mental: uma aliança que pode tanto ajudar no cuidado ao paciente, quanto beneficiar seus próprios familiares. Nesse sentido, concordamos com Pinho et al. (2010) em que o protagonismo “é construído na convivência recíproca do cotidiano, quando serviço e família se entendem como parceiros, compartilham as dificuldades e propõem alternativas” (p. 111). Entendemos que o mérito da criação de ferramentas para o trabalho com as famílias está em preparar e chamar a atenção dos profissionais para a importância dos relacionamentos nos diferentes contextos dos quais participarão junto aos familiares. Trata-se de criar no serviço um cenário rico em recursos que não estão situados em indivíduos específicos, mas na construção de um tipo particular de circunstância que possibilite a emergência de relacionamentos participativos. A cada vez que articulamos esses recursos em diálogo, eles funcionam como lembretes para outras interações que se seguem (Katz & Alegría, 2009). A partir deste enquadre, a análise aqui apresentada torna-se importante por duas razões. Primeiro, por ter sido conduzida em um contexto privilegiado de recursos para o trabalho com as famílias que, apesar dos desafios que encontra, está definitivamente acima do padrão mais típico dessas instituições. Assim, este é um serviço que tem um programa estruturado para atendimento de família, conta com uma equipe multidisciplinar, atende baixo número de usuários, e tem profissionais que recebem capacitação frequente. Essas são características incomuns na realidade dos serviços de saúde mental do país.
  • 26. Segundo, por ter ocorrido em conversas com familiares que produziram “narrativas progressivas”, nas quais as pessoas constroem ligações entre suas experiências, de maneira que o movimento da história tem como característica principal o desenvolvimento e a melhora em determinados aspectos, como uma progressão ao longo do tempo (Gergen, 1997). Assim, é possível entender que essas histórias destacam aspectos vividos durante a participação desses familiares no tratamento para os quais os profissionais podem prestar atenção em suas futuras interações nos serviços de saúde mental. Valorizar a política da produção de cuidado nas interações cotidianas não significa propor nem uma retomada a uma perspectiva clínica tradicional, nem uma separação de contextos micro e macrossociais. Historicamente, parte das preocupações da Psicologia como disciplina tem sido o contato e o cuidado com o humano, desenvolvendo teorias e práticas com essa finalidade. Sendo assim, esses recursos podem ser usados de forma reflexiva, aliados às preocupações mais recentes do campo: a saúde coletiva, a saúde pública, a política pública e, sobretudo, o compromisso com a transformação social (Benevides, 2005). Nesse caso, concordamos com Ferreira Neto (2008) em que a noção de clínica ampliada pode ser uma forma de manejar a infértil tensão entre clínica e política. Entender a subjetividade como entrelaçada à cidadania transforma as formas de serviço oferecidas, além dos objetos e dos objetivos aos quais o tratamento se direciona.
  • 27. • Em conclusão, tomamos a preocupação de Benevides (2005) a respeito das aproximações da Psicologia ao SUS como um convite para pensar também a participação da família no tratamento: “O que queremos ressaltar é que os eixos da universalidade, equidade e integralidade, constitutivos do SUS, só se efetivam quando conseguimos inventar modos de fazer acontecer tais eixos. Interessa-nos perguntar o como fazer (...)” (p. 24). Então, continuemos sempre a nos perguntar: como fazer? Como inventar, no cotidiano dos serviços, formas de prática com essas famílias que sejam responsivas às suas necessidades, benéficas para o paciente em regime de semi-internação e que promovam a cidadania e transformação social? • Esperamos que este artigo, ao investigar as descrições de alguns familiares sobre sua participação no cotidiano dos serviços, tenha trazido algum entendimento sobre o assunto. Questão complexa e importante, que parece oferecer caminhos promissores se conseguirmos trabalhar nas interfaces entre clínica e política, enxergando pessoas que sofrem desamparadas à nossa frente, mas cheias de possibilidades e potencialidades. Cidadãos merecedores de, e sobretudo detentores do direito a assistência e cuidado. Caminhos promissores em um campo concreto e possível, no qual entendemos que o cotidiano dos serviços representa um local privilegiado para a construção do cuidado às famílias
  • 28. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) “ Um estado de bem-estar físico, mental e social, e não é apenas a ausência de doença ou dor” Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) “ Um estado de bem-estar físico, mental e social, e não é apenas a ausência de doença ou dor” Saúde...
  • 29. Doença mental vs. Saúde mental Doença mental Perturbações e desequilíbrios mentais, disfunções associadas angústias, sintomas e doenças mentais diagnosticáveis Saúde mental É a forma como as pessoas reagem às exigências da vida e modo como harmonizam os seus desejos, capacidade, ambições, ideias e emoções.
  • 30. Saúde física ≠ Saúde mental Saúde Física Saúde Mental - O ser humano é constituído pelo corpo e mente, e cada uma destas componentes tem necessidades próprias, que devem ser colmatadas para termos uma vida equilibrada e estabilizada. - O desequilíbrio de uma delas acarreta o mau funcionamento geral desse organismo.
  • 31. • A saúde mental e a saúde física estão interligadas e são interdependentes, tornando-se cada vez mais evidente que a saúde mental é indispensável para o bem-estar geral dos indivíduos. • Uma boa qualidade de vida depende destes dois factores e é um processo contínuo e consciente do indivíduo no sentido de procurar gratificação nas suas atividades, comportamentos e pensamentos positivos. Saúde física Bom funcionamento do organismo e das suas funções vitais Saúde mental Capacidade que o individuo tem de se adaptar de forma flexível diante de conflitos, angustias experienciadas por sisi. por si. A saúde física e mental mantêm uma relação de reciprocidade, estão interligados e são interdependentes. Ambas são de extrema importância
  • 32. A Saúde Metal está relacionada à forma como as pessoas reagem às exigências da vida e ao modo como harmonizam seus desejos, capacidades, ambições, ideais e emoções... Todos nós temos momentos na vida em que nos podemos sentir em baixo, andar angustiados, stressados pelas mais diversas razões. : - Resultados escolares que não nos satisfazem. - Relações com quem nos está próximo se deterioram e há conflitos. - Fase da vida em que as mais pequenas coisas nos parecem problemáticas. . Em suma: Estas são respostas normais face aos problemas da vida: - para a maioria das pessoas estes sentimentos passam ao fim de algum tempo, - para outras pessoas tal não …. podendo vir a transformar-se num problema mais ou menos grave
  • 33. Auto-observação ajuda-nos a evitar a auto justificação e a ficarmos presos a padrões de comportamento que não funcionam para nós. Temos de priorizar, nutrir relacionamentos, e permitir estarmos abertos ao exterior. Podemos nos relacionar não como quem achamos que deveríamos ser, mas como quem realmente somos, e assim dando a nós mesmo a possibilidade de criar laços com os outros. Podemos buscar o “stresse bom” para manter as nossas mentes e corpos preparados para qualquer adversidade. “Mente sã corpo são ”
  • 34. acerca da importância de: “1) retomar a família como unidade de atenção das políticas públicas; 2) desenvolver redes de apoio e de envolvimento das famílias e comunidade; 3) realizar uma melhor integração entre famílias, serviços públicos e iniciativa do setor informal” A família passou a ser posicionada como parceira do tratamento nos novos ambientes de atendimento
  • 35. São situações patológicas, diagnosticadas apenas por profissionais de saúde especializados, algumas necessitam de intervenções diferenciadas Alteração da nossa organização mental, que leva a que a pessoa não consiga exercer ou exerça com dificuldade os seus papéis sociais (familiares, relacionais, ou atividades do quotidiano), incapacitando-as e podendo existir sofrimento. Doenças mentais
  • 36. • O objetivo dessa técnica é o de organizar e sistematizar os dados do paciente, de forma tal que seja permitida a orientação de determinada ação terapêutica com a respetiva avaliação da sua eficácia; o fornecimento de subsídios para previsão do prognóstico; o auxílio no melhor atendimento ao paciente, pelo confronto de registos situações futuras O objetivo dessa técnica é o de organizar e sistematizar os dados do paciente, de forma tal que seja permitida a orientação de determinada ação terapêutica com a respetiva avaliação da sua eficácia; o fornecimento de subsídios para previsão do prognóstico; o auxílio no melhor atendimento ao paciente, pelo confronto de registos situações futuras Anamnese Ana (remontar) mnesis(memória)
  • 37. Deve ser mantido um equilíbrio entre neutralidade, respeito e solidariedade ao paciente. O paciente deve perceber o interesse do entrevistador e não o seu envolvimento emocional com a sua situação.
  • 38. Muitas vezes, não se consegue ter todo o material numa única entrevista, principalmente em instituições em que o número de pacientes e a exiguidade do tempo de atendimento se tornam fatores preponderantes.
  • 39. No corte longitudinal, podemos localizar os registos das histórias pessoal, familiar e patológica. No corte transversal, enquadraríamos a queixa principal do sujeito, a história da sua doença atual e o exame psíquico que dele é feito.
  • 40. Identificação do paciente; Motivo da consulta ou queixa que o traz ao médico ou terapeuta; a história da doença atual; História pessoal; História familiar; História patológica; Exame psíquico; Síntese psicopatológica; Hipótese de diagnóstico nosológico. Anamnese
  • 41.  Consciência Atenção memoria Orientação Consciência do Eu Afetividade e humor Pensamento (linguagem e Juízo de valor Sensoperceção Psicomotricidade Vontade Exame físico / objetivo
  • 42. As alterações mentais poderão ser visíveis ao nível: Comportamento Pensamento Humor Comunicação
  • 43. E podem surgir em épocas especificas do desenvolvimento humano: Infância Adolescência Adulto 3ª Idade
  • 44. Sinais de alarme: Marcada alteração na personalidade (maneira de ser); Alteração evidente nos hábitos (sono, alimentação Demasiada irritabilidade, hostilidade ou mesmo comportamento violento “Altos e baixos” extremados Perda da habilidade para lidar com os problemas atividades do dia-a-dia Abuso de álcool ou drogas Ideias estranhas Ansiedade excessiva Pensar ou falar em suicídio Tristeza prolongada ou apatia
  • 45. ALTERAÇÕES DO COMPORTAMENTO Atitude É uma maneira organizada e coerente de pensar, sentir e reagir em relação a pessoas e acontecimentos ocorridos no nosso dia-a-dia. Comportamento É o conjunto organizado das operações selecionadas em função das informações recebidas do ambiente através das quais o indivíduo integra as suas tendências As perturbações mentais e do comportamento originam comportamentos que impedem ou dificultam o desempenho das funções pessoais e sociais do indivíduo, de forma sustentada ou recorrente. Ex.: Doença de Alzheimer
  • 46. Alterações de comportamento Infância, adolescência, adulto e velhice Os sinais mais comuns da alteração do comportamento são: Agitação - movimentação excessiva e despropositada, que pode variar desde uma leve inquietude até ações violentas e agressivas Confusão - estado de comprometimento mental levando a redução da compreensão, coerência e da capacidade de raciocínio. Delírio - é um estado agudo de confusão com comprometimento cognitivo desencadeado por afeção neurológica ou clínica, de carácter grave, com duração de horas a dias.
  • 47. ALTERAÇÕES DO PENSAMENTO • Operação mental que nos permite aproveitar os conhecimentos adquiridos na da vida social e cultural, combiná- los logicamente e alcançar uma outra nova forma de conhecimento Conceito Pensamento Relação significativa entre os conceitos Juízo
  • 48. ALTERAÇÕES DO PENSAMENTO Todo esse processo começa com a sensação e termina com o raciocínio dialético, onde uma ideia se associa a outra e, desta união de ideias nasce uma terceira. O pensamento lógico consiste em selecionar e orientar esses conceitos, tendo como objetivo alcançar uma integração significativa, que possibilite uma atitude racional perante as necessidades do momento. (Ex: Esquizofrenia) Conceito Juizo Pensamento
  • 49. O humor é naturalmente variável durante o dia em todas as pessoas. Se tivermos muitos momentos stressantes e desgastantes num único dia é natural que, quando esse dia chegue ao fim, estejamos sem energia, cansados e tristes. Não devemos, contudo, confundir tristeza com depressão. A tristeza é um sentimento que pode aparecer por algum motivo qualquer e depois de algum tempo ela passa. ALTERAÇÕES DO HUMOR
  • 50. Os episódios típicos de cada um dos três graus de depressão (leve, moderado ou grave), o paciente apresenta um rebaixamento do humor, redução da energia e diminuição da atividade. Existe alteração da capacidade de experimentar o prazer, perda de interesse, diminuição da capacidade de concentração associadas em geral à fadiga, mesmo após um esforço mínimo. Observa-se, em geral, problemas do sono e diminuição do apetite. Existe quase sempre uma diminuição da autoestima e da autoconfiança, e frequentemente ideias de culpabilidade e ou de indignidade, mesmo nas formas leves. Depressão:
  • 51. Característica essencial está no humor cronicamente deprimido, que ocorre na maior parte do dia por pelo menos dois anos. Os indivíduos descrevem o seu humor como triste ou “na fossa”. Em crianças, o humor pode ser irritável ao invés de deprimido, e a duração mínima exigida é de apenas um ano. Durante os períodos de humor deprimido, pelo menos dois dos seguintes sintomas adicionais estão presentes:  Apetite diminuído ou hiperfagia;  Insônia ou Hipersónia;  Baixa energia ou fadiga;  Baixa autoestima;  Fraca concentração ou dificuldade em tomar decisões;  Sentimentos de desesperança. Distimia
  • 52. Os indivíduos podem notar a presença proeminente de baixo interesse e de autocrítica, frequentemente vendo a si mesmos como desinteressantes ou incapazes. Como estes sintomas se tornam uma parte tão presente na experiência quotidiana do indivíduo (por exemplo: “Sempre fui assim", "É assim que sou"), eles em geral não são relatados, a menos que diretamente investigados pelo entrevistador.
  • 53. A alternância de longos períodos depressivos com manias é a tónica dessa patologia. Os indivíduos com esse transtorno apresentam durante algumas ocasiões uma elevação do humor e aumento da energia e da atividade (hipomania ou mania), e em outras, um rebaixamento do humor e de redução da energia e da atividade (depressão). Transtorno Bipolar:
  • 54. Comunicação é um mecanismo através do qual existem e se desenvolvem as relações humanas, capacidade de comunicar e de se relacionar com os outros. Comunicar, através de qualquer meio, é colocar em comum, é partilhar, e em geral faz-se através da linguagem (e não confundir com língua ou idioma). Linguagem é função cerebral que permite a qualquer ser humano adquirir e utilizar uma língua. A comunicação humana, faz-se de forma verbal e não verbal, tanto em crianças como em adultos. “A fala representa a expressão do pensamento” Um aspeto muito importante a ter em conta nos doentes com perturbações mentais é a alteração da sua capacidade de comunicação, o que pode tornar a comunicação com estes doentes um desafio. Perante esta situação, geralmente os profissionais de saúde e/ou familiares ficam impacientes. É assim importante que estes se informem sobre quais os problemas de comunicação mais comuns com estes doentes, dependendo também do tipo de doença mental por forma a ter uma melhor ideia de como lidar com estas alterações. ALTERAÇÕES DA COMUNICAÇÃO
  • 55. • Existem vários tipos de perturbações mentais, e só através da análise da doença específica é que o técnico necessita direcionar a sua forma de comunicar, tendo em conta a especificidade da alteração mental. • Foquemo-nos nos problemas de comunicação mais comuns causados pela Doença de Alzheimer: o Dificuldades em encontrar a palavra certa durante uma conversa; o Dificuldades em compreender o significado das palavras; o Dificuldades em manter a atenção durante longas conversas; o Perda do raciocínio durante uma conversa;
  • 56. Foquemo-nos nos problemas de comunicação mais comuns causados pela Doença de Alzheimer: o Dificuldades em referir passos de atividades comuns como cozinhar, vestir, etc.; o Problemas em abstrair-se de barulhos de fundo como os da televisão, rádio, outras o conversas, etc.; o Frustração quando não conseguem comunicar; o Ser muito sensível ao toque, ao tom e volume da voz.
  • 57. É, portanto, difícil compreendê-los, mas também estes se fazerem compreender. Assim é essencial que os familiares e/ou profissionais de saúde “aprendam” a comunicar e a lidar com estes doentes, de forma a tornar o dia-a-dia menos stressante e a melhorar a sua relação com o doente. Para uma eficaz comunicação é essencial criar um ambiente positivo para a interação com o doente, sendo importante tratá-lo de forma amável e, acima de tudo, com respeito. Muitas vezes a atitude e a linguagem corporal são mais importantes que as próprias palavras, podendo então utilizar por exemplo, expressões faciais e contato físico, para auxiliar a transmissão da sua mensagem e a demonstrar os seus sentimentos e afetos. Comunicação com os doentes de Alzheimer
  • 58. Facilitar a comunicação com o doente Tentar optar sempre por palavras simples e frases curtas, falar calma e pausadamente, bem como utilizar um tom de voz baixo e suave . Nunca deve falar com estes doentes como se tratassem de bebés, ou falar destes como se não estivessem presentes Limitar as distrações e o barulho (exemplos: desligar o rádio e a televisão, fechar as cortinas, etc.) de modo a focar a atenção do doente no que lhe está a dizer. Estabelecer contacto visual e chamar o doente pelo nome, garantindo que antes de falar com este tem a sua atenção
  • 59. Facilitar a comunicação com o doente Como estes doentes apresentam dificuldades em reconhecer familiares e amigos, pode começar a conversa apresentando-se, ou seja, relembrando-o de quem é. Ser paciente e permitir que o doente tenha tempo para responder às questões, ouvindo-o atentamente. Acima de tudo não o interromper mesmo que saiba aquilo que ele está a tentar dizer. Simplificar as questões colocadas ao doente. Fazer uma pergunta de cada vez, optar por questões cuja resposta é “sim” ou “não”, ou então fazer a pergunta de forma a limitar as opções de resposta.
  • 60. Facilitar a comunicação com o doente Se o doente estiver com dificuldades em encontrar a palavra correta ou a comunicar um pensamento, auxiliar gentilmente a expressar-se fornecendo-lhe as palavras que ele está à procura, isto se o doente parecer estar aberto à ajuda Quando o doente começar a ficar perturbado, tentar mudar o assunto de conversa ou o ambiente. •Muitas vezes estes doentes sentem-se confusos e ansiosos o que os pode levar a recordar de coisas que nunca ocorreram. Aqui é importante tentar não os convencer de que estão errados, mas sim confortá-los e apoiá-los, caso o assunto não seja de risco.
  • 61. Facilitar a comunicação com o doente •Se o doente parecer triste, encorajar a expressão dos seus sentimentos, e mostrar que é compreendido. Usar o humor sempre que possível, pois pode ajudar a libertar a tensão e ser uma boa terapia! Ter para com estes doentes uma atitude carinhosa e tranquilizadora Estar sempre atento a possíveis problemas de audição e visão do doente que possam afetar a comunicação
  • 62. Alimentação O hábito alimentar pode estar alterado em vários transtornos. Um dos sintomas mais frequentes na depressão é a falta de apetite, acompanhada da perda de peso. Mas pode ocorrer que o aumento de apetite e a pessoa ganhe peso, o que é chamado de depressão atípica Anorexia: preocupação exagerada com o peso, há um comportamento obstinado para perda de peso, seja com dietas exercício físico extenuantes Bulimia: tem compulsão alimentar, ingerem uma quantidade de alimentos muito grande e depois tem comportamentos purgatório (vomito)
  • 63. A Nutrição não é um substituto aos cuidados essenciais, como o uso de medicamentos e psicoterapia, mas um complemento importante já que uma alimentação equilibrada pode ajudar sim na regulação de alguns componentes bioquímicos envolvidos na saúde do cérebro. Os hábitos alimentares inadequados como uma dieta rica em açúcares refinados e gorduras saturadas pode prejudicar a função cerebral geral pois estimulam processos inflamatórios que são nocivos e contribuem para a depressão e ansiedade. Por outro lado, muitos outros nutrientes estão diretamente associados com os processos bioquímicos do cérebro (benéficos para a prevenção e auxilio no tratamento de transtornos mentais), tais como: Alimentação
  • 64. Vitamina D: melhora dos quadros de depressão, desempenha papel importante na formação e crescimento saudável dos neurônios, principalmente no desenvolvimento do cérebro durante a gestação. Também previne doenças neurodegenerativas – como Alzheimer. Vitaminas do complexo B: São essenciais para a produção de neurotransmissores do Sistema Nervoso Central (SNC). A B12 em específico auxilia a manutenção da saúde neurológica, previne a demência e melhora o estado cognitivo.
  • 65. Minerais como zinco e magnésio: Aumenta o tempo de vida e a saúde das células do Sistema Nervoso Central, ajuda a prevenção de depressão e ansiedade; Auxilia o metabolismo da serotonina, ajuda no combate da depressão e ajuda na regulação e na qualidade do sono. Triptfano: É um aminoácido que se converte em serotonina, que é um neurotransmissor responsável pela sensação de bem-estar, essencial no combate à depressão e ansiedade e que regula os processos de comportamento e regula as emoções
  • 66. Ácidos graxos ômega-3 e ômega 6: Ajuda na saúde das membranas cerebrais e na regulação de substâncias importantes para a modulação de neurotransmissores. A ciência já provou sua efetividade no tratamento de esquizofrenia.
  • 67. Eliminação Encoprese Evacuação repetida de fezes em locais inadequados (roupa, chão), sendo um acto involuntário. Enurese Micção repetida, diurna ou noturna, em roupas, cama.
  • 68. A falta de asseio está muitas vezes associada à falta de autoestima, e a um transtorno mental. A higiene deve ser feita com relação ao corpo e ao meio ambiente, e mantida nas melhores condições, sendo, até mesmo, importante para a parte emocional do ser humano. Compreende o estudo das diversas fases da evolução do indivíduo, este deve ocupa-se dos cuidados que deve ter com o corpo, vestuário, alimentação, trabalho físico como mental. Higiene
  • 69. Repouso e higiene são necessidades básicas do corpo, essenciais para a saúde. Manter o corpo bem oxigenado (atividade física, bom ar ambiente e respiração profunda), bem hidratado (2 a 4 litros de água por dia), Bem nutrido (uso de bastante vegetais), Desintoxicado (isento de substâncias artificiais), Exercitado (caminhada rotineira). Ter uma distração, uma higiene mental, ter amigos, conversar sobre assuntos agradáveis, evitando os desagradáveis, sorrir, distrair-se, estar alegre. Servir ao próximo, dentro das suas possibilidades, é uma condição que gera muita satisfação e bem-estar. Estas práticas fortalecem a pessoa e a tornam mais resistente aos problemas. Sono e Repouso
  • 70. FÍSICO e MENTAL e ambos devem ser observados. Observe o repouso adequado para o seu corpo. Após o almoço, é muito bom para a sua saúde que você faça um pequeno repouso depois do almoço. Vai descansar o corpo, recuperar os desgastes da manhã, e preparar o corpo para mais um período de trabalho. Vai melhorar o rendimento no trabalho e até melhora o relacionamento entre as pessoas, diminui os acidentes, melhora a qualidade da produção. A Noite é para descansar e dormir. Jante cedo e coma pouco no jantar. Evite fazer trabalhos, ver filmes ou fazer leituras stressantes à noite. Prepare-se para dormir mantendo-se relaxado, sem estímulos que lhe deixem agitado. Vá para a cama apenas na hora de dormir. Um banho morno ajuda a relaxar. O fim-de-semana tem uma importância muito grande, serve também como um repouso para nossa mente. As férias, também devem ser usadas para recuperar o organismo dos desgastes da vida. Tire férias que sirvam para relaxar e descansar e não para cansar mais ainda. O repouso físico
  • 72. Técnico Auxiliar de Saúde, o profissional que sob a orientação de profissionais de saúde com formação superior, auxilia na prestação de cuidados de saúde aos utentes. A sua carreira exige não só disponibilidade e vocação, mas também grande dedicação amor a profissão Técnico/a auxiliar de Saúde
  • 73. Onde trabalham: Funcionamento logístico de um hospital Centro de saúde Clinica Lar Técnico/a auxiliar de Saúde.
  • 74. Profissão multifacetada envolve o desempenho de várias tarefas em simultâneo, dai ser um profissão que exige muito de quem a prática, tanto física como psicologicamente Uma qualidade essencial destes profissionais é a simpatia e a capacidade de comunicar habilmente com os outros, pois os clientes destes serviços são pessoas debilitadas, sensíveis, por vezes mesmo até pouco sociáveis, pois necessitam toda atenção e carinho da parte de quem os cuida diariamente. Tarefas a desempenhas pelo/a Técnico/a auxiliar de Saúde.
  • 75. Ajudar o utente nas necessidades de eliminação e nos cuidados de higiene e conforto;  Auxiliar o enfermeiro na prestação de conforto ao utente e na realização de tratamentos a feridas e úlceras; Auxiliar na prestação de cuidados ao utente que vai fazer, ou fez, uma intervenção cirúrgica; Auxiliar nas tarefas de alimentação e hidratação do utente, nomeadamente na preparação de refeições ligeiras ou suplementos alimentares e no acompanhamento durante as refeições;  Executar tarefas que exijam uma intervenção imediata e simultânea ao alerta do profissional de saúde; Auxiliar na transferência, posicionamento e transporte do utente, que necessita de ajuda total ou parcial, de acordo com orientações do profissional de saúde Tarefas a desempenhas pelo/a Técnico/a auxiliar de Saúde sob a orientação de enfermeiro/a
  • 76.  Auxilia nos cuidados post-mortem (após morte) de acordo com orientações de saúde Assegurar a recolha, transporte, triagem e acondicionamento de roupa da unidade do doente Efetuar a limpeza e higienização das instalações/ superfícies da unidade do utente, e de outros espaços específicos, de acordo com normas e/ou procedimentos definidos; Efetuar a lavagem e desinfeção de material hoteleiro, material clínico e material de apoio clínico em local próprio, de acordo com normas e/ou procedimentos definidos; Assegurar o armazenamento e conservação adequada de material hoteleiro, material de apoio clínico e clínico de acordo com normas e/ou procedimentos definidos; Efetuar a lavagem (manual e mecânica) e desinfeção química, em local apropriado, de equipamentos do serviço, de acordo com normas e/ou procedimentos definidos; Recolher, lavar e acondicionar os materiais e equipamentos utilizados na lavagem e desinfeção, de acordo com normas e/ou procedimentos definidos, para posterior recolha de serviço interna ou externa;  Assegurar a recolha, triagem, transporte e acondicionamento de resíduos hospitalares, garantindo o manuseamento e transporte adequado dos mesmos de acordo com procedimentos definidos. Tarefas a desempenhas pelo/a Técnico/a auxiliar de Saúde sob a orientação de profissional de saúde
  • 77. Efetuar a manutenção preventiva e reposição de material e equipamentos; Efetuar o transporte de informação entre as diferentes unidades e serviços de prestação de cuid ados de saúde; Encaminhar os contactos telefónicos de acordo com normas e/ ou procedimentos definidos; Encaminhar o utente, familiar e/ou cuidador, de acordo com normas e/ ou procedimentos definidos. Auxiliar o profissional de saúde na recolha de amostras biológicas e transporte para o serviço adequado, de acordo com normas e/ou procedimentos definidos Tarefas a desempenhas pelo/a Técnico/a auxiliar de Saúde atividade de apoio ao funcionamento da unidades e serviços
  • 78. Resumo: O Técnico/a Auxiliar de Saúde passa grande parte do seu turno em intervenções aos utentes, embora na maioria delas com supervisão da enfermagem, é fundamental manterem um atitude compreensiva, alegre e encorajadora, pois algumas praticas envolvem a privacidade e a intimidade dos clientes. Confidencialidade na relação entre cliente e Técnico/a auxiliar de Saúde Obrigada! Técnico Auxiliar de Saúde