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1
Portfólio de Parasitologia Clínica
Patrícia Prates
Bento Gonçalves, 2015
2
SUMÁRIO
Ascaris lumbricoides .........................................................................................................3
Babesia sp..........................................................................................................................5
Cochliomyia hominivorax..................................................................................................7
Dermatobia hominis ..........................................................................................................9
Endolimax nana...............................................................................................................11
Entamoeba histolytica .....................................................................................................12
Enterobius vermicularis ..................................................................................................13
Fasciola hepatica ............................................................................................................14
Giardia duodenalis..........................................................................................................16
Iodameba buetschlii.........................................................................................................18
Leishmania sp. ................................................................................................................19
Pediculus sp.....................................................................................................................21
Plasmodium sp.................................................................................................................23
Sarcoptes scabiei.............................................................................................................25
Strongyloides stercoralis.................................................................................................27
Taenia saginata/Taenia solium .......................................................................................29
Toxoplasma gondii ..........................................................................................................31
Trypanossoma cruzi.........................................................................................................32
Tunga penetrans ..............................................................................................................33
Wuchereria bancrofti.......................................................................................................34
TÉCNICAS BÁSICAS DE EPF .....................................................................................35
Exame direto a fresco ......................................................................................................36
Tamização........................................................................................................................37
Método de Hoffman, Pons e Janer ou de Lutz ................................................................38
Método de Blagg ou de MIFc..........................................................................................39
Método de Ritchie ...........................................................................................................40
Método de Willis .............................................................................................................41
Método de Faust ..............................................................................................................42
Método de Baermann-Moraes .........................................................................................43
Método de Rugai .............................................................................................................44
ANEXOS.........................................................................................................................45
REFERÊNCIAS ..............................................................................................................60
3
Ascaris lumbricoides
Ciclo de vida: Ingestão de água ou alimentos contaminados com ovos. No intestino delgado
os ovos se rompem e liberam larvas, as quais penetram o revestimento intestinal e entram na
corrente sanguínea, atingindo pulmões, fígado, coração, tornando-se sexualmente maduros.
Após o acasalamento, as fêmeas liberam ovos, que são eliminados com as fezes, dando
continuidade ao ciclo de contaminação.
Mundo: Estima-se que cerca de 1,5 bilhão de pessoas estão parasitadas.
Brasil: Cerca de 33,0% (67 milhões) da população.
Rio Grande do Sul: Baixa prevalência.
Aspectos Clínicos: Habitualmente, não causa sintomatologia, mas pode manifestar-se por dor
abdominal, diarreia, náuseas e anorexia. Em virtude do ciclo pulmonar das larvas, alguns
pacientes apresentam manifestações pulmonares com febre, tosse, bronquite e
broncopneumonia.
Complicações: Obstrução intestinal, apendicite aguda e manifestações decorrentes da
migração dos vermes adultos para o fígado e canais biliares, peritonites, pancreatites e
hepatites.
Diagnóstico: Pesquisa de ovos do parasita nas fezes. Os vermes adultos de A.
lumbricoides podem ser encontrados ao exame macroscópico das fezes. Na fase de migração
larvária podem ser encontradas larvas no escarro. Exames de Stoll e Kato-Katz, método de
Willis, Hofmann e Ritchie.
Tratamento: Albendazol, levamizol, mebendazol, pamoato de pirantel etc.
Reino Filo Classe Ordem Família Gênero Espécie
Animalia Aschelminthes Nematoda Ascaridida Ascarididae Ascaris
Ascaris
lumbricoides
4
Prevenção e controle: Educação sanitária, condições de saneamento básico adequadas,
melhor higienização das mãos e dos alimentos, tratamento dos indivíduos parasitados e do
grupo familiar de convívio.
5
Babesia sp.
Ciclo de vida: O hospedeiro definitivo pode ser bovino, caprino, ovino, equino, suíno, felino,
canino e algumas aves. O hospedeiro intermediário é o carrapato. Seu órgão de eleição são os
eritrócitos. Sua forma infectante é de esporozoíto no hospedeiro definitivo. O carrapato se
contamina através do sangue infectado do hospedeiro vertebrado, nas células intestinais do
carrapato ocorre reprodução sexuada, dando origem aos esporocinetos, que presentes nos
ovários da fêmea, atingirão os ovos, infectando as larvas que nascem contaminadas, no solo,
as larvas estarão nas folhas do pasto, prontas para parasitarem um novo hospedeiro.
Mundo: Vários casos diagnosticados em pessoas esplenectomizadas nos Estados Unidos.
Comum em bovinos, equinos no mundo todo, um quadro preocupante aos criadores destes
animais.
Brasil: Um caso de babesiose humana, porém sem diagnóstico específico.
Rio Grande do Sul: Frequentes surtos de babesiose bovina.
Aspectos Clínicos: Doença febril aguda, mialgias, fadiga, anemia hemolítica, icterícia e
hemoglobinúria. O quadro clínico se confunde com o da malária.
Complicações: Rompimento das hemácias libera hemoglobina, que ao elevar-se na corrente
sanguínea tem como consequência hemoglobinúria e bilirrubinemia. O aumento da bilirrubina
indireta, acaba gerando uma congestão hepática, causando hepatoesplenomegalia.
Diagnóstico: Busca de parasitas em esfregaços de sangue corados pelo método de Giemsa ou
de Wright. Na fase crônica, quando a parasitemia é baixa, imunofluorescência indireta,
ELISA e outras.
Reino Filo Classe Ordem Família Gênero Espécie
Protozoa Apicomplexa Sporozoida Piroplasmida Babesiidae Babesia Babesia sp.
6
Tratamento: Cloroquina, quinina, pirimetamina, pentamidina ou clindamicina. O uso de
diálise e de transfusão sanguínea é recomendado para casos mais graves.
Prevenção e controle: O controle dos vetores é um método profilático válido para todas as
espécies, uso de pulverizações no ambiente e banhos carrapaticidas nos casos de bovinos e
equinos, ou os banhos e o uso de coleiras, no caso dos cães, são úteis.
7
Cochliomyia hominivorax
Ciclo de vida: As moscas de C. hominivorax, antes de atingirem a fase adulta, passam pelos
estágios de ovo, larva, pupa e adulto. Fêmeas gravídicas fazem suas posturas ao redor de
feridas ou lesões existentes nos animais e, após eclosão, as larvas de primeiro estádio
adentram o interior destas feridas, de modo a se alimentar de líquidos provenientes de
exsudato inflamatório. Após completarem seu desenvolvimento, larvas maduras abandonam o
hospedeiro e caem no solo para pupar.
Mundo: É a mais importante mosca causadora da miíase primária, desde o sul dos EUA até o
Norte do Chile e Argentina.
Brasil: Climas quentes e úmidos têm sido associados com a abundância populacional da
mosca da bicheira, enquanto que climas secos, tanto frios como quentes, com uma baixa
atividade das populações.
Rio Grande do Sul: Não há registros de miíase humana por C. hominivorax, é mais comum
ocorrer em bovinos.
Aspectos Clínicos: Lesões de aspecto nodular, avermelhado, com um orifício central, por
onde é eliminada secreção aquosa levemente amarelada ou sanguinolenta. Estas lesões podem
atingir qualquer parte da pele e normalmente provocam dor em fisgada e coceira.
Complicações: Em casos mais graves, ocorre lesões ulceradas, as larvas começam
rapidamente a se alimentar de tecido vivo, devorando pele, músculo e tendões, até sobrar
apenas osso. Em cada local desenvolvem-se centenas de larvas, com alta capacidade de
penetrar pelos tecidos, podendo formar grandes cavidades no organismo. Os locais mais
Reino Filo Classe Ordem Família Gênero Espécie
Animalia Arthropoda Insecta Diptera Calliphoridae Cochliomyia
Cochliomyia
hominivorax
8
atingidos são as ulcerações, as fossas e os seios nasais, os condutos auditivos e os globos
oculares.
Diagnóstico: Observação das lesões e suas características, lesões graves que mutilam a área
afetada, presença de larvas.
Tratamento: Fazer tratamento de lesões na pele com repelente, cicatrizante, ivermictina,
fazer retirada das larvas.
Prevenção e controle: Evitar exposição de feridas, mantê-las limpas, uma boa higiene
pessoal, uso de parasiticidas em animais.
9
Dermatobia hominis
Ciclo de vida: A mosca berneira "captura" um outro inseto, e nele deposita seus ovos, na
região do abdômen. Quando o inseto veiculador pousa sobre os pêlos do animal, as larvas são
eclodidas e deixam o corpo do hospedeiro e se aloja no corpo do hospedeiro definitivo (boi,
cão, o homem etc.). Ao atingirem a pele, criam uma pequena perfuração por onde penetram. É
nesse local que a larva irá se desenvolver. Em cerca de 1 semana, a larva já aumentou 8 vezes
de tamanho, podendo permanecer por 40 dias ou mais na pele do hospedeiro, crescendo
continuamente.
Mundo: Maior incidência desde o México até a Argentina.
Brasil: Presente praticamente todos os estados, principalmente no sul e sudeste. Sua
ocorrência é maior nos meses de temperatura e umidade relativa do ar elevada. A espécie está
ausente nos estados com clima adverso (norte e nordeste brasileiro).
Rio Grande do Sul: Maior incidência devido temperatura e umidade elevada.
Aspectos Clínicos: Lesão nodular devido o desenvolvimento da larva, prurido intenso, dor,
presença de secreção serosa, miíases cutâneas furunculosas.
Complicações: Abcessos, linfangite, raramente tétano, em animais, lesões quando não
tratadas, podem atravessar a musculatura e atingir órgãos vizinhos.
Diagnóstico: Sinais clínicos e presença de larvas em ferimentos.
Tratamento: Remoção individual das larvas, para animais há produtos químicos
recomendados, no caso de humanos, a melhor maneira é matando o berne por asfixia, é
Reino Filo Classe Ordem Família Gênero Espécie
Animalia Arthropoda Insecta Diptera Oestridae Dermatobia Dermatobia
hominis
10
comum tapar o local com esparadrapo e aguardar 1 hora, até que a larva fique aderida ao
esparadrapo.
Prevenção e controle: É fundamental manter o ambiente limpo para evitar a presença de
moscas, vetores. Para os animais, existe uma série de produtos fosforados que são aplicados
preventivamente nos mesmos, uso de inseticidas, cuidado com a presença de ferimentos,
evitando que moscas pousem na lesão.
11
Endolimax nana
Ciclo de vida: Ocorre no homem ao ingerir cistos junto a alimentos ou água, em contato com
ácido gástrico, estes se transformam em trofozoítos e invadem a mucosa intestinal causando
enfermidades, passam pelo intestino grosso e se transformam novamente em cistos, sendo
eliminados nas fezes, continuam ciclo de contaminação.
Incidência: São encontrados em praticamente todos os países do mundo, frequentemente em
regiões tropicais e subtropicais onde a população apresenta baixo nível socioeconômico e
higiênico-sanitário.
Aspectos Clínicos: Não patogênico.
Complicações: Por fazer parte da flora intestinal humana geralmente não causa danos, em
alguns casos pode haver diarreia, enterocolite.
Diagnóstico: Através da pesquisa de cistos em fezes formadas, ou de trofozoítos em fezes
diarreicas através do exame direto a fresco, métodos de concentração por sedimentação ou
flutuação.
Tratamento: Amebicidas, como metronidazol.
Prevenção e controle: Melhoria de condições sanitárias, higiene dos alimentos e das mãos,
consumo de água fervida ou filtrada, tratamento dos doentes.
Reino Filo Classe Ordem Família Gênero Espécie
Protozoa Amoebozoa Archamoebea Mastigamoebida Mastigamoebidae Endolimax
Endolimax
nana
12
Entamoeba histolytica
Ciclo de vida: Ingestão dos cistos maduros, junto de alimentos e água contaminada, em
contato com o ácido gástrico ocorre o desencistamento, formando metacisto, o qual dá origem
a trofozoitos após divisões nucleares e citoplasmáticas, estes trofozoítos migram para o
intestino grosso onde ficam aderidos a mucosa intestinal alimentando-se de detritos e bactéria,
podem se transformar em pré-cisto e depois em cistos, sendo eliminados com as fezes.
Mundo: estima-se que existam 650 milhões de pessoas no mundo infectadas com a E.
histolytica.
Brasil: Grande diversidade no número de infectados, na região Amazônica cerca de 19% de
infectados, sudeste e sul, 2,5 a 11%, nas demais regiões cerca de 10% de infectados.
Rio Grande do Sul: Incidência de 2,5% a 11%.
Aspectos Clínicos: Podem apresentar diarreia, cólicas, náuseas, vômitos, dor abdominal, ou
até mesmo quadro assintomático.
Complicações: Granulomas amebianos na parede do intestino grosso, abcesso hepático,
pulmonar ou cerebral, pericardite, colite fulminante com perfuração.
Diagnóstico: Pesquisa de trofozoítos ou cistos do parasito nas fezes com conservante, pelo
método de MIF, formol-éter ou Faust. Métodos sorológicos como ELISA, imunofluorescência
indireta, radioimunoensaio.
Tratamento: Metronidazol, ornidazol, secnidazol, tinidazol.
Prevenção e controle: Educação sanitária para impedir a contaminação fecal da água e
alimentos, lavar as mãos após uso do sanitário, lavagem cuidadosa dos vegetais com água
potável e deixá-los em imersão em ácido acético ou vinagre, durante 15 minutos para eliminar
os cistos.
Reino Filo Classe Ordem Família Gênero Espécie
Protozoa Sarcomastigophora Lobosea Amoebida Entamoebidae Entamoeba
E.
histolytica
13
Enterobius vermicularis
Ciclo de vida: Ovos larvados são eliminados com a morte das fêmeas na região perianal,
ficando aderidos à pele, podendo ser ingeridos diretamente pelo indivíduo infectado ou
eliminados no ambiente. Após o ovo ter sido ingerido, ocorre a eclosão e a larva penetra na
mucosa do intestino delgado, migrando até o ceco onde completam a maturação sexual,
ocorrendo acasalamento e migração das fêmeas repletas de ovos larvados para a região
perianal.
Mundo: Estima-se que a doença atinja cerca de um bilhão de pessoas, com alta prevalência
em crianças em idade escolar e com precárias condições de saneamento básico.
Brasil: Alta prevalência na região sudeste e nordeste, média prevalência no oeste, noroeste e
sudoeste.
Rio Grande do Sul: Baixa prevalência.
Aspectos Clínicos: Prurido anal, principalmente à noite.
Complicações: Enterite catarral, inflamação do ceco, vaginite, cistite, congestão anal.
Diagnóstico: Através da anamnese dos sinais e pelo método de Graham.
Tratamento: Pamoato de pirantel, albendazol, ivermectina, mebendazol
Prevenção e controle: Higienizar bem as mãos sempre que se for ao banheiro, tomar banho
diariamente, trocar as roupas de cama e de banho frequentemente, lavar bem frutas, verduras e
legumes antes de comer, evitar colocar as mãos na boca, tratamento de todas as pessoas
parasitadas da família.
Reino Filo Classe Ordem Família Gênero Espécie
Animalia Aschelminthes Nematoda Oxiurida Oxyuridae Enterobius
Enterobius
vermicularis
14
Fasciola hepatica
Ciclo Evolutivo: Ovos são eliminados com as fezes, os quais em condições favoráveis de
temperatura, umidade dão origem a miracídios, que podem penetrar diversos moluscos
aquáticos, mas, apenas miracídios que alcançaram Lymnaea sp. completam o ciclo,
originando cercarias, que ao saírem do molusco tornam-se metacercárias, forma encistada que
atribui maior resistência e sobrevida, mantendo-se infectante. Humanos se infectam ao beber
água ou comer verduras com metacercárias.
Mundo: Estima-se que existam entre 2,4 (Rim, 1994 – apud Mas-Coma,1999) a 17 milhões
de pessoas infectadas por F. hepatica no mundo (Hopkins, 1994 – apud Mas-Coma,1999).
Mais comum na América do Sul, América Central, África, Ásia, Oceania e Europa
Brasil: No Brasil, estudos apontaram a ocorrência de casos confirmados nos Estados do
Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Bahia, Rio Grande do
Sul e Santa Catarina.
Rio Grande do Sul: Baixa incidência em relação aos estados citados anteriormente
Aspectos Clínicos: pode ocorrer dor abdominal, febre, vômito, diarreia, urticária, má digestão
e absorção, icterícia.
Complicações: Ulcerações, e irritações do endotélio dos ductos biliares, diminuição do fluxo
biliar provocando cirrose e insuficiência hepática
Diagnóstico: Pelo método de HPJ, pesquisa de ovos nas fezes ou na bile, exames sorológicos,
como imunofluorescência, imunoeletroforese, reação de fixação do complemento e teste
ELISA.
Reino Filo Classe Ordem Família Gênero Espécie
Animalia Platyhelmintes Trematoda Echinostomida Fasciolidae Fasciola
Fasciola
hepatica
15
Tratamento: Bithionol, deidroemetina, albendazol.
Prevenção e controle: Uso de moluscocidas para evitar disseminação de moluscos, tratar os
animais infectados, para humanos, beber apenas água filtrada, não plantar agrião em área que
possa ser contaminada por fezes de ruminantes, evitar consumir agrião proveniente de regiões
onde essa helmintose apresentar alta prevalência.
16
Giardia duodenalis
Ciclo de vida: A ingestão de água e alimentos contaminados com cistos do parasita
possibilita que o mesmo chegue até o estômago e em contato com o ácido gástrico inicie o
processo de desencistamento, dando origem a trofozoitos, os quais ficam aderidos a mucosa
duodenal realizando a colonização. Alguns trofozoitos desprendem-se da mucosa intestinal
direcionando-se ao intestino grosso, onde encistam e são evacuados junto ao bolo fecal na
forma infectante ou então são eliminados como trofozoitos, porém não infectante. Os cistos
no ambiente continuam o ciclo de contaminação.
Mundo: Segundo OMS, estima-se que haja 200 milhões de pessoas com giardíase
sintomática.
Brasil: Sua prevalência no Brasil é alta em algumas regiões, principalmente naquelas onde o
saneamento básico e as medidas higiênicas são precários, tendo maior prevalência em locais
de clima tropical e subtropical.
Rio Grande do Sul: Alta prevalência em animais, em locais com saneamento básico precário.
Aspectos Clínicos: Diarreia, dores abdominais, flatulências, esteatorreia, náuseas, vômitos,
fraqueza.
Complicações: deficiência vitamínica e mineral, em crianças, pode causar a morte se não
tratada.
Diagnóstico: exame de EPF, método de Faust, Ritchie, HPJ em fezes formadas, método
direto ou por hematoxilina férrica para fezes diarreicas, enterotest.
Tratamento: Metronidazol, albendazol, secnidazol, ornidazol.
Reino Filo Classe Ordem Família Gênero Espécie
Protozoa Sarcomastigophora Zoomastigophora Diplomonadida Hexamitidae Giardia
Giardia
duodenalis
17
Prevenção e controle: Educação em higiene pessoal, saneamento básico, lavar frutas,
verduras e legumes antes de consumir, tratamento dos infectados.
18
Iodamoeba buetschlii
Ciclo Evolutivo: O homem se infecta ao ingerir cistos presentes na água ou nos alimentos
contaminados. Ocorre o desencistamento, liberando os trofozoítos que se reproduzem por
divisão binária. Esses trofozoítos novamente formam os cistos, que são evacuados através das
fezes. Dentro do cisto o parasito realiza divisão binária formando de seis a oito novos
indivíduos que desencistam quando chegam ao intestino de um novo hospedeiro.
Incidência: Por se tratar de um parasita não patogênico (comensal), sem dados fidedignos de
prevalência.
Aspectos Clínicos: Quase 90% dos casos são assintomáticos.
Complicações: É detectada uma colite disentérica que se manifesta de 2 a 4 evacuações,
diarreicas ou não, por dia, com fezes pastosas ou moles, podendo conter sangue ou mucos.
Cólicas e desconforto abdominal podem surgir e dificilmente febre.
Diagnóstico: realizado através da pesquisa de cistos em fezes formadas, ou de trofozoítos em
fezes diarreicas, por método a fresco, direto ou indireto, de Faust, HPJ.
Tratamento: Amebicidas, como o metronidazol, furamid, iodoquinol.
Prevenção e controle: Melhoria de condições sanitárias; higiene dos alimentos e das mãos;
consumo de água fervida ou filtrada; tratamento dos doentes.
Reino Filo Classe Ordem Família Gênero Espécie
Protozoa Amoebozoa Archamoebae Entamoebida Entamoebidae Iodamoeba
Iodamoeba
buetschlii
19
Leishmania sp.
Ciclo Evolutivo: O homem se infecta quando mosquito do gênero Lutzomyia inocula formas
promastigotas durante picada. Estas formas são fagocitadas por macrófagos teciduais e
convertem-se em amastigotas. Estas se reproduzem por divisão binária, até que a célula
hospedeira fique repleta de parasitos e se rompa. Com a destruição da célula, inúmeras
amastigotas são liberadas e fagocitadas por outros macrófagos, dando continuidade aos ciclos
de reprodução assexuada. O vetor, por sua vez, se infecta durante a hematofagia quando
ingere células parasitadas por amastigotas as quais, ao chegarem no intestino do
flebotomíneo, transformam-se em promastigotas. Estas invadem as porções anteriores do
estômago e do proventrículo do mosquito, sendo inoculadas no hospedeiro vertebrado após o
próximo repasto do vetor.
Mundo: Endêmica no México, América Central, países da América do Sul, exceto o Chile.
Brasil: encontra-se em expansão no Brasil, ocorrendo de forma endêmica no Norte, Nordeste,
Centro-Oeste e Sudeste.
Rio Grande do Sul: De acordo com a Secretaria de Saúde do RS, foram identificados 19
casos de leishmaniose tegumentar americana de 2000 a 2006.
Aspectos Clínicos: No geral, febre, palidez de mucosas, emagrecimento, enfraquecimento,
diarreia, dor abdominal, etc.
 Leishmaníase cutânea - produz exclusivamente lesões cutâneas limitadas.
Reino Filo Classe Ordem Família Gênero Espécie
Protozoa Sarcomastigophora Zoomastigophorea Kinetoplastida Trypanosomatidae Leishmania
Leishmania
sp.
20
 Leishmaníase cutaneomucosa - frequentemente se complicam pelo aparecimento de
lesões destrutivas em algumas mucosas.
 Leishmaníase visceral ou Calazar - o parasito tem tropismo pelo sistema fagocítico
mononuclear de órgãos como o fígado, o baço e a medula, que se tornam
hipertrofiados.
 Leishmaníase cutânea difusa - formas cutâneas disseminadas.
Complicações: infiltrado inflamatório de macrófagos e linfócitos, necrose tecidual, úlceras
circulares de bordas altas, hepatomegalia, alteração nos linfonodos, nos pulmões, no tecido
hemocitopoetico.
Diagnóstico: exame parasitológico de sangue (gota-espessa ou esfregaço delgado), métodos
sorológicos (teste de Montenegro e imunofluorescência indireta, ELISA).
Tratamento: Glucantine intramuscular, Anfotericina B e imunoterapia.
Prevenção e controle: Tratamento de todos os casos humanos, eliminação dos cães
infectados e controle dos cães sadios, uso de repelentes e combate ao vetor, moradias
distantes da mata e vacina.
21
Pediculus sp.
Ciclo Evolutivo: Piolho libera ovos que se fixam ao fio de cabelo/pêlos por uma substância
pegajosa, assumindo a forma vulgarmente conhecida como lêndea. O ciclo inicia-se com a
ovipostura. Os ovos necessitam de 4 a 14 dias para completarem a incubação. Após a eclosão,
surgem as ninfas que atingem o estádio adulto em 2 semanas. A maturidade sexual nos
adultos ocorre em 4 horas, com cópula imediata. Sobrevivem de 3 a 4 semanas; ovipostura de
cerca de 90 ovos.
Mundo: Infestação por piolhos está distribuída pelo mundo todo, comum em locais onde há
superpopulação e falta de higiene.
Brasil: Comum no país, mais presente em locais de pobreza, em idade pré-escolar.
Rio Grande do Sul: Comum no estado, mais frequente em idade escolar.
Aspectos Clínicos: Maioria assintomáticos. Quando os sintomas são notados eles podem
incluir uma sensação de cócegas de algo se movendo, prurido, comichão, causada por uma
reação alérgica ao piolho saliva, e irritabilidade.
Complicações: Inflamação no local em virtude das picadas, reações alérgicas e infecções
secundárias.
Diagnóstico: Localização das lêndeas aderidas ao cabelo/pêlo, localização do parasita em
movimento e prurido no couro cabeludo ou na região pubiana.
Tratamento: Shampoo de Lindane a 1%, shampoo de deltametrina e a solução de
monossulfiram à 25%, solução aquosa de ácido acético para remoção das lêndeas.
Reino Filo Classe Ordem Família Gênero Espécie
Animalia Arthropoda Insecta Phtiraptera Pediculidae Pediculus Pediculus sp.
22
Prevenção e controle: Evitar contato íntimo entre portadores e pessoas sadias, lavar as
roupas com água quente, corte do cabelo rente ao couro cabeludo e escovação do cabelo com
pente-fino, para soltar as lêndeas, uso de produtos químicos.
23
Plasmodium sp.
Ciclo Evolutivo: Fase assexuada - acontece no homem, onde os plasmódios chegam ao
fígado através da corrente sanguínea, e passam por uma evolução inicial (multiplicação por
esquizogonia). Depois de multiplicarem-se, os parasitas entram nos eritrócitos do sangue
circulante e continuam sua reprodução. Fase sexuada - acontece no mosquito do gênero
Anopheles sp. Quando o mosquito pica um indivíduo infectado, ele ingere formas evolutivas
denominadas gametócitos, que em seu intestino se unem e formam novos protozoários. Então,
quando esse mosquito se alimenta novamente de sangue humano, acaba transmitindo
novamente as formas infectantes da doença num novo indivíduo.
Mundo: Segundo OMS, cerca de 200-300 milhões de casos no mundo, 90% na África
Tropical, restante distribuído nas Américas Central e do Sul, Sudeste Asiático.
Brasil: Registros apontam 315.716 casos da doença, maior número na Amazônia, cerca de
300 a 400 mil casos por ano. Alta prevalência na região Norte.
Rio Grande do Sul: Baixo risco, de acordo com OMS, sem transmissão.
Aspectos Clínicos: Mal-estar, cefaleia, cansaço, mialgia, geralmente febre, calafrios,
sudorese.
Complicações: Convulsões, vômitos repentinos, icterícia, distúrbios da consciência,
hipoglicemia.
Diagnóstico: Pesquisa do parasito no sangue periférico (esfregaço sanguíneo) com coloração
por azul de metileno e Giemsa, PCR, imunocromatografia.
Reino Filo Classe Ordem Família Gênero Espécie
Protozoa Apicomplexa Sporozoea Eucoccidiida Plasmodiidae Plasmodium
Plasmodium
sp.
24
Tratamento: Cloroquina, artesunato, clindamicina, artemether, quinina, pirimidinas. Para
cada espécie do plasmódio é utilizado medicamento ou associações de medicamentos
específicos em dosagens adequada à situação particular de cada doente.
Prevenção e controle: Drenagem dos locais que contenham água parada para evitar a
reprodução do vetor, criação de peixes que se alimentam de larvas dos mosquitos, uso de
repelentes e de tela nas janelas, educação sanitária e o tratamento medicamentoso dos
enfermos.
25
Sarcoptes scabiei
Ciclo Evolutivo: O contato entre indivíduos permite a copulação na pele, os machos morrem
enquanto as fêmeas penetram na camada córnea da pele escavando pequenos sulcos, ou
galerias onde depositam seus ovos. Depois de depositarem os ovos, as fêmeas morrem, 4/5
semanas depois. As larvas nascem após período de incubação, aglomerando-se em volta dos
folículos pilosos, tornam- se adultas e repetem o ciclo.
Mundo: estima-se que haja 300 milhões de casos. Endêmica nos países subdesenvolvidos.
Brasil: Na Região Nordeste do Brasil, a prevalência de escabiose em 2001 era de 8,8%.
Rio Grande do Sul: maior incidência no inverno, pois o ácaro possui condições biológicas
que desfavorecem sua vida no verão.
Aspectos Clínicos: Prurido intenso, evidente à noite quando o hospedeiro está aquecido.
Complicações: Infecções secundárias pelo ato de coçar. Em pacientes imunocomprometidos,
as lesões formam crostas espessas ou dermatite generalizada, com intensa descamação.
Diagnóstico: Anamnese, relato de prurido, localização e aspecto das crostas, método
parasitológico, aderindo uma fita gomada sobre as crostas, colocando fita em uma lâmina e
examinar no microscópio.
Tratamento: Banho morno, demorado e com sabão próprio para amolecer e retirar as crostas,
em seguida, aplicar medicamentos como: Arcasan/ Escabiol, Deltacid loção, Tiabendozol
(Foldan), ivermictina.
Reino Filo Classe Ordem Família Gênero Espécie
Animalia Artrophoda Arachnida Acaridida Sarcoptidae Sarcoptes
Sarcoptes
scabiei
26
Prevenção e controle: Tratamento do paciente portador de escabiose e das pessoas que
tenham contato direto com o afetado, mesmo que assintomáticas, com drogas específicas, bem
como adotar medidas de controle do ácaro, que incluem a completa desinfestação das roupas e
lençóis de cama, os quais devem ser lavados e escaldados a 55°C. O paciente deve ser
mantido em precaução de contato físico até a constatação da melhora clínica.
27
Strongyloides stercoralis
Ciclo Evolutivo: ovos são eliminados nas fezes da pessoa contaminada, mas a eclosão e
liberação das larvas é muito rápida, podendo haver autoinfecção. As larvas liberadas
são rabditoides, podendo tornar-se larvas filarioides e fazer a penetração na mucosa intestinal,
ainda no intestino do homem. Em seguida, iniciam o ciclo direto por autoinfecção, onde a
única forma adulta parasitária é a fêmea. No entanto, as larvas rabditoides podem ser
eliminadas com as fezes, transformarem-se em filarioide no ambiente e infectarem o homem
por penetração cutânea e realizarem o ciclo direto com infecção externa. As larvas rabditoides
no ambiente também podem transformar-se em machos ou fêmeas adultos de vida livre,
realizando vários ciclos no solo até produzirem larvas filarioide de penetração cutânea (ciclo
indireto).
Mundo: Elevada prevalência, estima-se que mais de 1 bilhão de pessoas no mundo são
infectadas.
Brasil: No Brasil, os dados são variáveis de acordo com a região, variando entre 15 e 82%,
com uma taxa média de 20%.
Rio Grande do Sul: Região endêmica.
Aspectos Clínicos: Náuseas, inapetência, vômitos, diarreia, sinais semelhantes a pneumonia e
atípica ou asma.
Complicações: Inflamação local e hipersensibilidade após várias infecções,
bronquite/pneumonite e eosinofilia, peritonite.
Reino Filo Classe Ordem Família Gênero Espécie
Animalia Aschelminthes Nematoda Rhabditorida Strongyloididae Strongyloides
Strongyloides
stercoralis
28
Diagnóstico: Pesquisa de larvas nas fezes pelo método de Baermann-Moraes, Rugai,
sorologia (ELISA).
Tratamento: Tiabendazol, ivermectina, albendazol.
Prevenção e controle: O uso de calçados e hábitos de higiene corporal, lavagem adequada de
alimentos, educação sanitária, tratamento dos infectados.
29
Taenia saginata/ Taenia solium
Ciclo Evolutivo: Homem portador da tênia adulta elimina proglotes grávidas, ovos no
exterior contaminam o ambiente, bovino/suíno ingere ovos e forma cisticercos nos músculos.
Quando homem ingere carne crua com cisticerco, estes chegam ao intestino delgado e
tornam-se vermes adultos, três meses após a infecção há eliminação de proglotes, continuando
contaminação.
Mundo: Estima-se que, em todo o mundo, cerca de 50 milhões estejam infectadas com
a Taenia solium ou Taenia saginata.
Brasil: Alta incidência na região Sul e Sudeste, baixa na região Norte e Nordeste.
Rio Grande do Sul: Alta incidência.
Aspectos Clínicos: Tonturas, astenia, apetite excessivo, náuseas, vômitos, alargamento do
abdômen, dor abdominal, perda de peso.
Complicações: Obstrução do apêndice, colédoco e duto pancreático. Da cisticercose:
deficiência visual, loucura, epilepsia, entre outros.
Diagnóstico: Pesquisa de proglotes, ovos de tênia nas fezes, tamisação, método de Graham,
PCR, ELISA.
Reino Filo Classe Ordem Família Gênero Espécie
Animalia Platyhelminthes Cestoda Cyclophyllidea Taeniidae Taenia
Taenia saginata
Taenia solium
30
Tratamento: Niclosamida, praziquantel, em alguns casos tratamento cirúrgico.
Prevenção e controle: Impedir o contato de bovinos/suínos com fezes humanas, condições de
saneamento básico adequadas, tratamento dos doentes, não comer carne crua ou malcozida,
inspeção rigorosa da carne e fiscalização de matadouros.
31
Toxoplasma gondii
Ciclo Evolutivo: O gato é o hospedeiro definitivo, o qual libera junto as fezes oocistos, que
no meio ambiente esporulam e podem infectar grande número de hospedeiros por meio da
ingestão de alimentos ou água. Dentro do hospedeiro intermediário, formam-se cistos
teciduais, principalmente na musculatura e no cérebro, estes cistos podem transmitir a
infecção a outros hospedeiros por ingestão (carnivorismo).
Mundo: Difundida pelo mundo todo, estima-se prevalência de 23%a 83%.
Brasil: Pesquisas apontam que cerca de 60% da população brasileira já tenha tido contato
com protozoário.
Rio Grande do Sul: Registros apontam positividade em cerca de 60% a 74,5 em gestantes de
Porto Alegre.
Aspectos Clínicos: aumento de gânglios linfáticos, febre, dores nos músculos e articulações.
Em imunodeprimidos, estão sujeitos a manifestações cerebrais, pulmonares, nos olhos e no
coração.
Complicações: Comprometimento meningeocefálico, miocárdico, pulmonar, ocular,
digestivo e até testicular, lesões generalizadas na pele.
Diagnóstico: A partir de testes sorológicos, imunológicos, ELIZA, imunoensaio.
Tratamento: Piremetamina, sulfadiazina, clindamicina.
Prevenção e controle: Evitar a ingestão de carnes cruas ou malcozidas, ingerir frutas e
legumes bem lavados, incinerar fezes de gatos, mantê-los dentro de casa e alimentá-los com
carne cozida ou seca, proteger as caixas de areia para evitar que eles defequem em outro local.
Reino Filo Classe Ordem Família Gênero Espécie
Protozoa Apicomplexa Coccidea Eimeriida Sarcocystidae Toxoplasma
Toxoplasma
gondii
32
Trypanosoma cruzi
Ciclo Evolutivo: O barbeiro já infectado com tripomastigota do T. Cruzy realiza hemofagia
no homem, e deposita no local aonde está, as suas fezes repletas de formas tripomastigotas,
devido a irritação causada pela picada, o indivíduo coça o local, levando o parasita presente
nas fezes do barbeiro para o interior de seu organismo. Ao atingir a corrente sanguínea, os
tripomastigotas são fagocitados pelos macrófagos, onde se tornam amastigotas. Quando o
macrófago está repleto de novos parasitas, eles tornam-se novamente tripomastigotas,
rompem a membrana do macrófago e são liberados novamente na corrente sanguínea, da onde
podem novamente serem sugados por um novo vetor, completando assim seu ciclo.
Mundo: Segundo dados da OMS (2007) a doença de Chagas atinge 15 milhões de habitantes.
Presente em 21 países.
Brasil: Estima-se que 4 milhões de brasileiros estejam infectados por T. cruzi.
Rio Grande do Sul: Área endêmica.
Aspectos Clínicos: Sinais de porta de entrada (Chagoma de inoculação), febre, edema,
insuficiência cardíaca.
Complicações: Miocardite com insuficiência cardíaca grave e meningoencefalite nas formas
agudas. Na forma crônica podem ocorrer arritmias letais, oclusão intestinal.
Diagnóstico: Exame de anticorpos específicos, sangue a fresco, esfregaço sanguíneo corado
pelo Giemsa, Métodos sorológicos como ELISA, imunofluorescência indireta.
Tratamento: Nifurtimox, benzonidazol, nitroimidazol.
Prevenção e controle: Melhoria das habitações rurais, utilização de telas de proteção,
erradicação dos triatomíneos vetores, controle de doadores de sangue.
Reino Filo Classe Ordem Família Gênero Espécie
Protozoa Sarcomastigophora Mastigophora Kinetoplastida Trypanosomatidae Trypanosoma
Trypanosoma
cruzi
33
Tunga penentrans
Ciclo Evolutivo: A fêmea grávida penetra na pele, deixando apenas a extremidade posterior
em contato com a atmosfera para respirar. Com o acúmulo de ovos seu abdômen se expande,
atingindo o tamanho de um grão de ervilha. Em torno de 100 ovos são expelidos, os quais, em
chão úmido e sombreado, darão origem às larvas e pupas. Depois de uns 15 dias, o corpo da
fêmea é expulso pela reação inflamatória da pele. As localizações preferenciais da fêmea
parasita são a sola dos pés, espaços interdigitais e sob as unhas.
Incidência: Distribui-se geograficamente por todo o mundo, largamente encontrada em zonas
rurais em chiqueiros e currais, locais secos e arenosos.
Aspectos Clínicos: Prurido, inchaço, dor, inflamação no local.
Complicações: Os ferimentos provocados constituem porta de entrada para bactérias e
fungos. Infecção bacteriana ou tétano são complicações de alto risco.
Diagnóstico: É possível identificar até mesmo em casa, uma vez que os sinais são
característicos e no local da penetração há uma mancha escura.
Tratamento: extirpação dos parasitas em condições assépticas, limpeza do ferimento,
medicamentos ou pomadas para eliminar ovulações que ficaram dentro da pele do paciente.
Prevenção e controle: uso de calçados, tratamento dos animais domésticos infestados e
aplicação de inseticidas no ambiente.
Reino Filo Classe Ordem Família Gênero Espécie
Animalia Arthropoda Insecta Siphonaptera Tungidae Tunga
Tunga
penetrans
34
Wuchereria bancrofti
Ciclo Evolutivo: Ao se alimentar de sangue de uma pessoa infectada, mosquito Culex
quinquefasciatus ingere microfilárias, as quais se desenvolvem até estágio de larvas
infectantes, ao realizar repasto sanguíneo o mosquito deposita larvas infectantes, as quais
migram para os vasos linfáticos e linfonodos, onde atingem maturidade sexual. Vermes
adultos fêmeas produzem microfilárias que atingem o sangue, se outro mosquito se alimentar
deste sangue continuará o ciclo de contaminação.
Mundo: De acordo com OMS, cerca de 112 milhões de pessoas estão infectadas pela W.
bancrofti, 83 países das regiões tropicais e subtropicais.
Brasil: Focos extintos na região Norte, Nordeste e Sul, foco ativo em Pernambuco.
Rio Grande do Sul: Houve focos de elefantíase em Porto Alegre, mas, de acordo com
inquérito nacional, foco foi extinto.
Aspectos Clínicos: Alguns permanecem assintomáticos, outros apresentam febre, mal-estar,
linfangite, dor local, vermelhidão no trajeto linfático.
Complicações: Edema linfático, queratinização cutânea, infecções bacterianas ou fúngicas
agravam o quadro de elefantíase, obstrução da circulação linfática, pneumonia eosinofílica.
Diagnóstico: Pesquisa de microfilárias no sangue periférico com esfregaço corado com
Giemsa, ELISA, PCR, ultrassonografia.
Tratamento: Citrato de dietilcarbamazina, ivermectina.
Prevenção e controle: Uso de repelentes de insetos, tratamento de pessoas parasitadas,
saneamento básico para redução dos insetos vetores.
Reino Filo Classe Ordem Família Gênero Espécie
Animalia Aschelminthes Nematoda Spirurida Onchocercidae Wuchereria
Wuchereria
bancrofti
35
TÉCNICAS BÁSICAS DE EPF
(Exame Parasitológico de Fezes)
36
Exame direto a fresco
Princípio do método: Esfregaço á fresco.
Objetivos do método: Pesquisa de ovos e larvas de helmintos, cistos de protozoários,
oocistos maiores e trofozoítos em fezes frescas.
Indicação: Procedimento simples para avaliação da carga parasitária, diagnóstico rápido.
Indicado para pesquisa de Isospora belli e trofozoítos em fezes recém-emitidas.
Contraindicação: Pouco sensível, excesso de detritos pode mascarar parasitas, deve ser
realizado imediatamente, pois os trofozoítos são muito sensíveis e degeneram em pouco
tempo.
Material necessário: Solução salina a 0,85%, lâmina, lamínula, bastão de vidro, lugol, MO.
Características da amostra: Fezes recente, sem conservantes. Colher de preferência as fezes
liqüefeitas (diarréicas) e porções contendo muco e sangue.
Procedimentos: Colocar 1 gota de solução salina à 0,85% em uma lâmina de
microscopia.Com um bastão de vidro ou palito de sorvete, pegar uma pequena porção de
fezes do recipiente e emulsificar na salina. Adicionar uma gota de lugol e cobrir a preparação
com uma lamínula. Observar ao microscópio óptico.
Causas de erro: Demora na realização do processamento da amostra e consequente
degeneração de trofozoítos.
37
Tamização
Princípio do método: Emulsão das fezes com água e peneiração.
Objetivos do método: Encontrar vermes adultos, proglotes e escólices.
Indicação: É indicado para a retirada de anéis de escólex de tenídeos das fezes, como
também são encontrados vermes adultos de A. lumbricoides, E. vermicularis, T. trichiura,
Ancilostomídeos e H. nana.
Contraindicação: Eficácia apenas para exame macroscópico.
Material necessário: Água corrente, peneira metálica.
Características da amostra: Fezes frescas, sem conservante.
Procedimentos: Emulsionar as fezes com água. Coar a emulsão através de peneira metálica.
Este procedimento deve ser realizado em uma pia, servindo-se de um jato de água corrente.
Esses processos macroscópicos são vantajosos para a demonstração e coleta de pequenos
helmintos, de proglotes e de escólices.
Causas de erro: Sem causas de erro previsíveis.
38
Método de Hoffman, Pons e Janer ou de Lutz
Princípio do método: Sedimentação espontânea.
Objetivos do método: Pesquisa de ovos e larvas de helmintos, cistos de protozoários,
oocistos maiores.
Indicação: Utilizado na pesquisa de ovos de S. mansoni, é atualmente usado na rotina diária
dos laboratórios, na detecção de cistos de protozoários, de ovos e larvas de helmintos.
Contraindicação: Método demorado, grande quantidade de detritos fecais no sedimento
dificultando a preparação e análise da lâmina.
Material necessário: Frasco de Borrel, água, bastão de vidro, cálice de decantação, gaze,
lâmina, lamínula, lugol, MO.
Características da amostra: Fezes frescas e sem conservante. Se as fezes forem diarreicas,
deve-se levar a amostra ao laboratório o mais rápido possível.
Procedimentos: Colocar cerca de 2g de fezes em um frasco de Borrel, com cerca de 5mL de
água, triturar com um bastão de vidro. Acrescentar 20mL de água, filtrar suspenção com tela
metálica ou em gaze dobrada em quatro. Detritos retidos devem ser lavados com mais 20mL
de água, deixando o líquido no mesmo cálice e completar o volume do cálice com água.
Deixar suspenção em repouso de 2 a 24h. Após o tempo determinado, se o líquido estiver
turvo descartar sobrenadante e colocar água até o volume anterior. Se o líquido estiver
límpido colher o sedimento e colocá-lo em uma lâmina, cobrir com lâmina e observar no
microscópio ótico.
Causas de erro: Volume de água abaixo ou em maior quantidade que o determinado em
protocolo, não respeitar o tempo de repouso da suspenção.
39
Método de Blagg ou de MIFc
Princípio do método: Sedimentação por centrifugação.
Objetivos do método: Pesquisa de ovos e larvas de helmintos, cistos e oocistos de
protozoários.
Indicação: Para detecção de ascaridíase, ancilostomídeos, trichiuroses, esquistossomose,
giardíase.
Contraindicação: A manutenção das fezes no conservante pode determinar morte das larvas
de nematoides prejudicando a pesquisa das mesmas.
Material necessário: MIF, tubo cônico, éter, centrífuga, gaze, pinça, lâmina, lamínula, lugol,
MO.
Características da amostra: Fezes em MIF (mertiolato, iodo e formol).
Procedimentos: Homogeneizar bem amostra de fezes suspensa em MIF, coar a suspensão em
gaze dobrada em quatro num copo descartável. Transferir 1 a 2 ml do filtrado para um tubo
cônico com capacidade para 15ml. Acrescentar 4 a 5 ml de éter sulfúrico e agitar
vigorosamente. Centrifugar por um minuto a 1.500 rpm. Com auxílio de um bastão, descolar a
camada de detritos gordurosos da parede do tubo. Inverter o tubo para desprezar o líquido e
limpar as paredes com um bastão contendo algodão na extremidade. Acrescentar ao
sedimento gotas de lugol, coletar 2 a 3 gotas do sedimento, cobrir com lamínula e examinar
com as objetivas 10x e/ou 40x.
Causas de erro: Homogeneização inadequada, acrescentar dosagens erradas de éter sulfúrico.
40
Método de Ritchie
Princípio do método: Sedimentação por centrifugação (método de formol-éter).
Objetivos do método: Pesquisa de ovos e larvas de helmintos, cistos e oocistos de
protozoários.
Indicação: Destina-se à pesquisa de protozoários e helmintos nas fezes, coccidioses. É
rápido, fácil, sensível.
Contraindicação: A manutenção das fezes no líquido conservador determina morte das
larvas de nematoides prejudicando a pesquisa das mesmas.
Material necessário: Solução fisiológica, gaze, filtro, peneira, funil, copo descartável, tubo
cônico, centrífuga, solução formol 10%, éter sulfúrico, bastão de vidro, pipeta, lâmina,
lamínula, lugol, MO.
Características da amostra: Fezes frescas com MIF ou formol.
Procedimentos: Homogeneizar 5 a 15g de fezes em 10 a 15 ml de formol a 10%, em um
frasco Borrel, com auxílio de um bastão ou palito. Coar a mistura com gaze dobrada em
quatro e transferir para um tubo cônico de centrífuga e centrifugar a mistura a 1500 rpm por
10 minutos. A suspensão é centrifugada, várias vezes, a 1500 rpm por minuto, até se obter um
sobrenadante claro. O sobrenadante é desprezado e o sedimento ressuspenso em 4 mL de éter
sulfúrico, agitando o tubo vigorosamente por 30 segundos. Centrifugar o tubo novamente,
formando então 4 camadas: sendo a mais superficial de éter sulfúrico, outra de detritos fecais,
formol e o sedimento contendo os parasitas. Todo sobrenadante é descartado, o sedimento é
homogeneizado. Misturar uma gota de sedimento fecal com uma gota de lugol e levar ao MO.
Causas de erro: Homogeneização inadequada, não centrifugar pelo tempo definido.
41
Método de Willis
Princípio do método: Flutuação espontânea.
Objetivos do método: Pesquisa de ovos leves.
Indicação: Recomendado para a pesquisa de ovos de helmintos de baixo peso específico
como ancilostomídeos e Trichuris trichiura ou ainda de ovos férteis de Ascaris lumbricoides.
Contraindicação: Não é recomendado para protozoários, ovos inférteis de A. lumbricoides e
ovos de trematódeos ou E. vermicularis. Não é eficiente para cistos de protozoários porque a
solução saturada do sal produz retração dos mesmos, tornando-os irreconhecíveis.
Material necessário: Frasco de vidro, solução saturada de NaCl 36g/100mL, lâmina,
lamínula, lugol, microscópio.
Características da amostra: Fezes frescas, sem conservante, formadas ou pastosas.
Procedimentos: Colocar 10g de fezes num frasco de Borrel ou no próprio recipiente onde
estão as fezes. Homogeneíza-las com um pouco de solução saturada de sal (NaCl) ou de
açúcar. Completar o volume até a borda do frasco. Colocar na boca do frasco uma lâmina, que
deverá estar em contato com o líquido. Deixar em repouso por 5 minutos. Findo esse tempo,
retirar rapidamente a lâmina, deixando a parte molhada voltada para cima. Cobrir com
lamínula, corar com lugol e examinar com objetiva 10x.
Causas de erro: Incompleta homogeneização impede separação de ovos dos detritos fecais,
flutuação fora do tempo determinada (mais tempo ou menos).
42
Método de Faust
Princípio do método: Centrífugo-flutuação em uma solução de sulfato de zinco à 33% com
densidade 1.180.
Objetivos do método: Pesquisa de cistos de protozoários e ovos leves de helmintos.
Indicação: Indicado na pesquisa de protozoários e de ovos leves de helmintos
(Ancilostomídeos, Enterobius vermicularis, Trichuris trichiura).
Contraindicação: Ovos grandes de trematódeos, de cestódeos e inférteis de Ascaris
lumbricoides não são concentrados. Técnica imprópria para espécimes fecais que contenham
grande quantidade de gorduras.
Material necessário: Água, lâmina, lamínula, lugol, gaze, Becker 250 mL, tubo cônico de
centrífuga, bico de Bunsen, alça de platina, centrífuga, solução de sulfato de zinco a 33% a
densidade de 3,54 g/cm³, MO.
Características da amostra: Fezes frescas e com conservante.
Procedimentos: Diluir 10g de fezes para cada 20 mL de água destilada ou filtrada.
Homogeneizar e filtrar a suspensão através de gaze dobrada em quatro. Transferir 10mL do
filtrado para um tubo de centrifugação. Centrifugar o filtrado por 60 segundos à 2500 rpm.
Desprezar o líquido sobrenadante e ressuspender o sedimento em água. Repetir as etapas
anteriores até que o líquido sobrenadante fique claro. Desprezar a água sobrenadante e
ressuspender em solução de sulfato de zinco à 33% (densidade 1,18g/ml). Centrifugar
novamente por 60 segundos à 2500 rpm e colher com alça de platina flambada o material da
película superficial, de preferência junto à parede do tubo e depositar em uma lâmina de
microscopia. Adicionar uma gota de lugol, homogeneizar, cobrir com lamínula e examinar ao
microscópio utilizando objetiva.
Causas de erro: Demora no preparo ou para examinar o material, uma vez que o sulfato de
zinco pode deformar as formas parasitárias, não proceder com a centrifugação no tempo
determinado e não seguir protocolo quanto a quantidade de fezes, água ou sulfato de zinco.
43
Método de Baermann-Moraes
Princípio do método: Migração ativa de larvas devido hidrotermotropismo.
Objetivos do método: Encontrar larvas de helmintos.
Indicação: Indicado na pesquisa de larvas de Strongyloides stercoralis. Demonstra também a
presença de larvas de ancilostomídeos e por vezes até adultos de nematódeos pequenos como
E. vermiculares.
Contraindicação: Se as fezes forem refrigeradas, as larvas morrem e aparecem deterioradas
dificultando o seu reconhecimento e identificação. Fezes que permaneceram em temperatura
ambiente por período superior à 24 horas, ou indivíduos que sofrem de constipação intestinal,
ocorre a possibilidade de que as larvas encontradas estejam na forma filarioide, que são
altamente infectantes.
Material necessário: Gaze, peneira, funil de vidro ligado a borracha em suporte, pinça de
Mohr, água aquecida (45ºC), tudo de centrífuga, centrífuga, lâmina, lamínula, lugol, pipeta,
MO.
Características da amostra: Fezes frescas, formadas ou pastosas, sem conservantes. Não se
deve colher material muito liquefeito.
Procedimentos: Colocar 8 a 10g de fezes numa gaze dobrada em quatro sobre um funil de
vidro, contendo um tubo de borracha conectado à extremidade inferior de sua haste. Obliterar
o tubo de borracha com uma pinça de Hoffman e adicionar, ao funil, água aquecida (45ºC) em
quantidade suficiente para entrar em contato com as fezes. Deixar uma hora em repouso. 4-
Colher 5 a 7 ml da água em um tubo de centrífuga, abrindo-se a pinça. Centrifugar um minuto
a 1.000 rpm. 6- Coletar o sedimento, corar com lugol e examinar ao microscópio com objetiva
40x.
Causas de erro: Temperatura da água em desacordo com protocolo, não respeitar o tempo de
repouso da amostra.
44
Método de Rugai
Princípio do método: Migração ativa de larvas devido hidrotermotropismo.
Objetivos do método: Concentração de larvas de helmintos.
Indicação: Indicado na pesquisa de larvas de Strongyloides stercoralis. Demonstra também a
presença de larvas de ancilostomídeos, notadamente em pacientes portadores de constipação
intestinal.
Contraindicação: Não é indicado para pesquisa de ovos, cistos e oocistos de protozoários,
pois é específico para pesquisa de larvas.
Material necessário: Gaze, cálice de sedimentação, água aquecida (45ºC), pipeta, lugol,
lâmina, lamínula, MO.
Características da amostra: Fezes frescas, formadas ou pastosas, sem conservante.
Procedimentos: Retirar a tampa do recipiente que acondiciona as fezes e envolvê-lo em ter
gazes, fazendo uma pequena “trouxa”. Colocar o material assim preparado, com abertura
voltada para baixo, num cálice de sedimentação, contendo água aquecida (45ºC), em
quantidade suficiente para entrar em contato com as fezes. Deixar em repouso por uma hora.
Coletar o sedimento no fundo do cálice, com ajuda de uma pipeta. Corar com lugol e observar
no MO.
Causas de erro: Em fezes diarreicas as larvas morrem rapidamente ou fezes coletadas com
conservante não servem para esse método.
45
ANEXOS
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
REFERÊNCIAS
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<http://www.profbio.com.br/aulas/parasito1_pratica_fotos.pdf>
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camundongo e antigenicidade dos produtos de secreção e excreção de larvas. Disponível
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8H9PNH/dermatobia_hominis_linnaeus_jr.pdf?sequence=1>
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<http://www.saude.rs.gov.br/upload/1335790283_Leishmaniose%20Tegumentar%20America
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<http://www.ufrgs.br/para-site/siteantigo/Imagensatlas/Protozoa/Leishmania.htm>
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BARBOSA, Suéllen G. Pediculose. Disponível em:
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COSTA, Vláudia M. A.; IRMÃO, João I. Roteiro prático de parasitologia. Disponível em:
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<http://www.laboratorioapolo.com.br/2012/03/26/parasitologico-de-fezes/>

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Parasitologia clínica

  • 1. 1 Portfólio de Parasitologia Clínica Patrícia Prates Bento Gonçalves, 2015
  • 2. 2 SUMÁRIO Ascaris lumbricoides .........................................................................................................3 Babesia sp..........................................................................................................................5 Cochliomyia hominivorax..................................................................................................7 Dermatobia hominis ..........................................................................................................9 Endolimax nana...............................................................................................................11 Entamoeba histolytica .....................................................................................................12 Enterobius vermicularis ..................................................................................................13 Fasciola hepatica ............................................................................................................14 Giardia duodenalis..........................................................................................................16 Iodameba buetschlii.........................................................................................................18 Leishmania sp. ................................................................................................................19 Pediculus sp.....................................................................................................................21 Plasmodium sp.................................................................................................................23 Sarcoptes scabiei.............................................................................................................25 Strongyloides stercoralis.................................................................................................27 Taenia saginata/Taenia solium .......................................................................................29 Toxoplasma gondii ..........................................................................................................31 Trypanossoma cruzi.........................................................................................................32 Tunga penetrans ..............................................................................................................33 Wuchereria bancrofti.......................................................................................................34 TÉCNICAS BÁSICAS DE EPF .....................................................................................35 Exame direto a fresco ......................................................................................................36 Tamização........................................................................................................................37 Método de Hoffman, Pons e Janer ou de Lutz ................................................................38 Método de Blagg ou de MIFc..........................................................................................39 Método de Ritchie ...........................................................................................................40 Método de Willis .............................................................................................................41 Método de Faust ..............................................................................................................42 Método de Baermann-Moraes .........................................................................................43 Método de Rugai .............................................................................................................44 ANEXOS.........................................................................................................................45 REFERÊNCIAS ..............................................................................................................60
  • 3. 3 Ascaris lumbricoides Ciclo de vida: Ingestão de água ou alimentos contaminados com ovos. No intestino delgado os ovos se rompem e liberam larvas, as quais penetram o revestimento intestinal e entram na corrente sanguínea, atingindo pulmões, fígado, coração, tornando-se sexualmente maduros. Após o acasalamento, as fêmeas liberam ovos, que são eliminados com as fezes, dando continuidade ao ciclo de contaminação. Mundo: Estima-se que cerca de 1,5 bilhão de pessoas estão parasitadas. Brasil: Cerca de 33,0% (67 milhões) da população. Rio Grande do Sul: Baixa prevalência. Aspectos Clínicos: Habitualmente, não causa sintomatologia, mas pode manifestar-se por dor abdominal, diarreia, náuseas e anorexia. Em virtude do ciclo pulmonar das larvas, alguns pacientes apresentam manifestações pulmonares com febre, tosse, bronquite e broncopneumonia. Complicações: Obstrução intestinal, apendicite aguda e manifestações decorrentes da migração dos vermes adultos para o fígado e canais biliares, peritonites, pancreatites e hepatites. Diagnóstico: Pesquisa de ovos do parasita nas fezes. Os vermes adultos de A. lumbricoides podem ser encontrados ao exame macroscópico das fezes. Na fase de migração larvária podem ser encontradas larvas no escarro. Exames de Stoll e Kato-Katz, método de Willis, Hofmann e Ritchie. Tratamento: Albendazol, levamizol, mebendazol, pamoato de pirantel etc. Reino Filo Classe Ordem Família Gênero Espécie Animalia Aschelminthes Nematoda Ascaridida Ascarididae Ascaris Ascaris lumbricoides
  • 4. 4 Prevenção e controle: Educação sanitária, condições de saneamento básico adequadas, melhor higienização das mãos e dos alimentos, tratamento dos indivíduos parasitados e do grupo familiar de convívio.
  • 5. 5 Babesia sp. Ciclo de vida: O hospedeiro definitivo pode ser bovino, caprino, ovino, equino, suíno, felino, canino e algumas aves. O hospedeiro intermediário é o carrapato. Seu órgão de eleição são os eritrócitos. Sua forma infectante é de esporozoíto no hospedeiro definitivo. O carrapato se contamina através do sangue infectado do hospedeiro vertebrado, nas células intestinais do carrapato ocorre reprodução sexuada, dando origem aos esporocinetos, que presentes nos ovários da fêmea, atingirão os ovos, infectando as larvas que nascem contaminadas, no solo, as larvas estarão nas folhas do pasto, prontas para parasitarem um novo hospedeiro. Mundo: Vários casos diagnosticados em pessoas esplenectomizadas nos Estados Unidos. Comum em bovinos, equinos no mundo todo, um quadro preocupante aos criadores destes animais. Brasil: Um caso de babesiose humana, porém sem diagnóstico específico. Rio Grande do Sul: Frequentes surtos de babesiose bovina. Aspectos Clínicos: Doença febril aguda, mialgias, fadiga, anemia hemolítica, icterícia e hemoglobinúria. O quadro clínico se confunde com o da malária. Complicações: Rompimento das hemácias libera hemoglobina, que ao elevar-se na corrente sanguínea tem como consequência hemoglobinúria e bilirrubinemia. O aumento da bilirrubina indireta, acaba gerando uma congestão hepática, causando hepatoesplenomegalia. Diagnóstico: Busca de parasitas em esfregaços de sangue corados pelo método de Giemsa ou de Wright. Na fase crônica, quando a parasitemia é baixa, imunofluorescência indireta, ELISA e outras. Reino Filo Classe Ordem Família Gênero Espécie Protozoa Apicomplexa Sporozoida Piroplasmida Babesiidae Babesia Babesia sp.
  • 6. 6 Tratamento: Cloroquina, quinina, pirimetamina, pentamidina ou clindamicina. O uso de diálise e de transfusão sanguínea é recomendado para casos mais graves. Prevenção e controle: O controle dos vetores é um método profilático válido para todas as espécies, uso de pulverizações no ambiente e banhos carrapaticidas nos casos de bovinos e equinos, ou os banhos e o uso de coleiras, no caso dos cães, são úteis.
  • 7. 7 Cochliomyia hominivorax Ciclo de vida: As moscas de C. hominivorax, antes de atingirem a fase adulta, passam pelos estágios de ovo, larva, pupa e adulto. Fêmeas gravídicas fazem suas posturas ao redor de feridas ou lesões existentes nos animais e, após eclosão, as larvas de primeiro estádio adentram o interior destas feridas, de modo a se alimentar de líquidos provenientes de exsudato inflamatório. Após completarem seu desenvolvimento, larvas maduras abandonam o hospedeiro e caem no solo para pupar. Mundo: É a mais importante mosca causadora da miíase primária, desde o sul dos EUA até o Norte do Chile e Argentina. Brasil: Climas quentes e úmidos têm sido associados com a abundância populacional da mosca da bicheira, enquanto que climas secos, tanto frios como quentes, com uma baixa atividade das populações. Rio Grande do Sul: Não há registros de miíase humana por C. hominivorax, é mais comum ocorrer em bovinos. Aspectos Clínicos: Lesões de aspecto nodular, avermelhado, com um orifício central, por onde é eliminada secreção aquosa levemente amarelada ou sanguinolenta. Estas lesões podem atingir qualquer parte da pele e normalmente provocam dor em fisgada e coceira. Complicações: Em casos mais graves, ocorre lesões ulceradas, as larvas começam rapidamente a se alimentar de tecido vivo, devorando pele, músculo e tendões, até sobrar apenas osso. Em cada local desenvolvem-se centenas de larvas, com alta capacidade de penetrar pelos tecidos, podendo formar grandes cavidades no organismo. Os locais mais Reino Filo Classe Ordem Família Gênero Espécie Animalia Arthropoda Insecta Diptera Calliphoridae Cochliomyia Cochliomyia hominivorax
  • 8. 8 atingidos são as ulcerações, as fossas e os seios nasais, os condutos auditivos e os globos oculares. Diagnóstico: Observação das lesões e suas características, lesões graves que mutilam a área afetada, presença de larvas. Tratamento: Fazer tratamento de lesões na pele com repelente, cicatrizante, ivermictina, fazer retirada das larvas. Prevenção e controle: Evitar exposição de feridas, mantê-las limpas, uma boa higiene pessoal, uso de parasiticidas em animais.
  • 9. 9 Dermatobia hominis Ciclo de vida: A mosca berneira "captura" um outro inseto, e nele deposita seus ovos, na região do abdômen. Quando o inseto veiculador pousa sobre os pêlos do animal, as larvas são eclodidas e deixam o corpo do hospedeiro e se aloja no corpo do hospedeiro definitivo (boi, cão, o homem etc.). Ao atingirem a pele, criam uma pequena perfuração por onde penetram. É nesse local que a larva irá se desenvolver. Em cerca de 1 semana, a larva já aumentou 8 vezes de tamanho, podendo permanecer por 40 dias ou mais na pele do hospedeiro, crescendo continuamente. Mundo: Maior incidência desde o México até a Argentina. Brasil: Presente praticamente todos os estados, principalmente no sul e sudeste. Sua ocorrência é maior nos meses de temperatura e umidade relativa do ar elevada. A espécie está ausente nos estados com clima adverso (norte e nordeste brasileiro). Rio Grande do Sul: Maior incidência devido temperatura e umidade elevada. Aspectos Clínicos: Lesão nodular devido o desenvolvimento da larva, prurido intenso, dor, presença de secreção serosa, miíases cutâneas furunculosas. Complicações: Abcessos, linfangite, raramente tétano, em animais, lesões quando não tratadas, podem atravessar a musculatura e atingir órgãos vizinhos. Diagnóstico: Sinais clínicos e presença de larvas em ferimentos. Tratamento: Remoção individual das larvas, para animais há produtos químicos recomendados, no caso de humanos, a melhor maneira é matando o berne por asfixia, é Reino Filo Classe Ordem Família Gênero Espécie Animalia Arthropoda Insecta Diptera Oestridae Dermatobia Dermatobia hominis
  • 10. 10 comum tapar o local com esparadrapo e aguardar 1 hora, até que a larva fique aderida ao esparadrapo. Prevenção e controle: É fundamental manter o ambiente limpo para evitar a presença de moscas, vetores. Para os animais, existe uma série de produtos fosforados que são aplicados preventivamente nos mesmos, uso de inseticidas, cuidado com a presença de ferimentos, evitando que moscas pousem na lesão.
  • 11. 11 Endolimax nana Ciclo de vida: Ocorre no homem ao ingerir cistos junto a alimentos ou água, em contato com ácido gástrico, estes se transformam em trofozoítos e invadem a mucosa intestinal causando enfermidades, passam pelo intestino grosso e se transformam novamente em cistos, sendo eliminados nas fezes, continuam ciclo de contaminação. Incidência: São encontrados em praticamente todos os países do mundo, frequentemente em regiões tropicais e subtropicais onde a população apresenta baixo nível socioeconômico e higiênico-sanitário. Aspectos Clínicos: Não patogênico. Complicações: Por fazer parte da flora intestinal humana geralmente não causa danos, em alguns casos pode haver diarreia, enterocolite. Diagnóstico: Através da pesquisa de cistos em fezes formadas, ou de trofozoítos em fezes diarreicas através do exame direto a fresco, métodos de concentração por sedimentação ou flutuação. Tratamento: Amebicidas, como metronidazol. Prevenção e controle: Melhoria de condições sanitárias, higiene dos alimentos e das mãos, consumo de água fervida ou filtrada, tratamento dos doentes. Reino Filo Classe Ordem Família Gênero Espécie Protozoa Amoebozoa Archamoebea Mastigamoebida Mastigamoebidae Endolimax Endolimax nana
  • 12. 12 Entamoeba histolytica Ciclo de vida: Ingestão dos cistos maduros, junto de alimentos e água contaminada, em contato com o ácido gástrico ocorre o desencistamento, formando metacisto, o qual dá origem a trofozoitos após divisões nucleares e citoplasmáticas, estes trofozoítos migram para o intestino grosso onde ficam aderidos a mucosa intestinal alimentando-se de detritos e bactéria, podem se transformar em pré-cisto e depois em cistos, sendo eliminados com as fezes. Mundo: estima-se que existam 650 milhões de pessoas no mundo infectadas com a E. histolytica. Brasil: Grande diversidade no número de infectados, na região Amazônica cerca de 19% de infectados, sudeste e sul, 2,5 a 11%, nas demais regiões cerca de 10% de infectados. Rio Grande do Sul: Incidência de 2,5% a 11%. Aspectos Clínicos: Podem apresentar diarreia, cólicas, náuseas, vômitos, dor abdominal, ou até mesmo quadro assintomático. Complicações: Granulomas amebianos na parede do intestino grosso, abcesso hepático, pulmonar ou cerebral, pericardite, colite fulminante com perfuração. Diagnóstico: Pesquisa de trofozoítos ou cistos do parasito nas fezes com conservante, pelo método de MIF, formol-éter ou Faust. Métodos sorológicos como ELISA, imunofluorescência indireta, radioimunoensaio. Tratamento: Metronidazol, ornidazol, secnidazol, tinidazol. Prevenção e controle: Educação sanitária para impedir a contaminação fecal da água e alimentos, lavar as mãos após uso do sanitário, lavagem cuidadosa dos vegetais com água potável e deixá-los em imersão em ácido acético ou vinagre, durante 15 minutos para eliminar os cistos. Reino Filo Classe Ordem Família Gênero Espécie Protozoa Sarcomastigophora Lobosea Amoebida Entamoebidae Entamoeba E. histolytica
  • 13. 13 Enterobius vermicularis Ciclo de vida: Ovos larvados são eliminados com a morte das fêmeas na região perianal, ficando aderidos à pele, podendo ser ingeridos diretamente pelo indivíduo infectado ou eliminados no ambiente. Após o ovo ter sido ingerido, ocorre a eclosão e a larva penetra na mucosa do intestino delgado, migrando até o ceco onde completam a maturação sexual, ocorrendo acasalamento e migração das fêmeas repletas de ovos larvados para a região perianal. Mundo: Estima-se que a doença atinja cerca de um bilhão de pessoas, com alta prevalência em crianças em idade escolar e com precárias condições de saneamento básico. Brasil: Alta prevalência na região sudeste e nordeste, média prevalência no oeste, noroeste e sudoeste. Rio Grande do Sul: Baixa prevalência. Aspectos Clínicos: Prurido anal, principalmente à noite. Complicações: Enterite catarral, inflamação do ceco, vaginite, cistite, congestão anal. Diagnóstico: Através da anamnese dos sinais e pelo método de Graham. Tratamento: Pamoato de pirantel, albendazol, ivermectina, mebendazol Prevenção e controle: Higienizar bem as mãos sempre que se for ao banheiro, tomar banho diariamente, trocar as roupas de cama e de banho frequentemente, lavar bem frutas, verduras e legumes antes de comer, evitar colocar as mãos na boca, tratamento de todas as pessoas parasitadas da família. Reino Filo Classe Ordem Família Gênero Espécie Animalia Aschelminthes Nematoda Oxiurida Oxyuridae Enterobius Enterobius vermicularis
  • 14. 14 Fasciola hepatica Ciclo Evolutivo: Ovos são eliminados com as fezes, os quais em condições favoráveis de temperatura, umidade dão origem a miracídios, que podem penetrar diversos moluscos aquáticos, mas, apenas miracídios que alcançaram Lymnaea sp. completam o ciclo, originando cercarias, que ao saírem do molusco tornam-se metacercárias, forma encistada que atribui maior resistência e sobrevida, mantendo-se infectante. Humanos se infectam ao beber água ou comer verduras com metacercárias. Mundo: Estima-se que existam entre 2,4 (Rim, 1994 – apud Mas-Coma,1999) a 17 milhões de pessoas infectadas por F. hepatica no mundo (Hopkins, 1994 – apud Mas-Coma,1999). Mais comum na América do Sul, América Central, África, Ásia, Oceania e Europa Brasil: No Brasil, estudos apontaram a ocorrência de casos confirmados nos Estados do Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Bahia, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Rio Grande do Sul: Baixa incidência em relação aos estados citados anteriormente Aspectos Clínicos: pode ocorrer dor abdominal, febre, vômito, diarreia, urticária, má digestão e absorção, icterícia. Complicações: Ulcerações, e irritações do endotélio dos ductos biliares, diminuição do fluxo biliar provocando cirrose e insuficiência hepática Diagnóstico: Pelo método de HPJ, pesquisa de ovos nas fezes ou na bile, exames sorológicos, como imunofluorescência, imunoeletroforese, reação de fixação do complemento e teste ELISA. Reino Filo Classe Ordem Família Gênero Espécie Animalia Platyhelmintes Trematoda Echinostomida Fasciolidae Fasciola Fasciola hepatica
  • 15. 15 Tratamento: Bithionol, deidroemetina, albendazol. Prevenção e controle: Uso de moluscocidas para evitar disseminação de moluscos, tratar os animais infectados, para humanos, beber apenas água filtrada, não plantar agrião em área que possa ser contaminada por fezes de ruminantes, evitar consumir agrião proveniente de regiões onde essa helmintose apresentar alta prevalência.
  • 16. 16 Giardia duodenalis Ciclo de vida: A ingestão de água e alimentos contaminados com cistos do parasita possibilita que o mesmo chegue até o estômago e em contato com o ácido gástrico inicie o processo de desencistamento, dando origem a trofozoitos, os quais ficam aderidos a mucosa duodenal realizando a colonização. Alguns trofozoitos desprendem-se da mucosa intestinal direcionando-se ao intestino grosso, onde encistam e são evacuados junto ao bolo fecal na forma infectante ou então são eliminados como trofozoitos, porém não infectante. Os cistos no ambiente continuam o ciclo de contaminação. Mundo: Segundo OMS, estima-se que haja 200 milhões de pessoas com giardíase sintomática. Brasil: Sua prevalência no Brasil é alta em algumas regiões, principalmente naquelas onde o saneamento básico e as medidas higiênicas são precários, tendo maior prevalência em locais de clima tropical e subtropical. Rio Grande do Sul: Alta prevalência em animais, em locais com saneamento básico precário. Aspectos Clínicos: Diarreia, dores abdominais, flatulências, esteatorreia, náuseas, vômitos, fraqueza. Complicações: deficiência vitamínica e mineral, em crianças, pode causar a morte se não tratada. Diagnóstico: exame de EPF, método de Faust, Ritchie, HPJ em fezes formadas, método direto ou por hematoxilina férrica para fezes diarreicas, enterotest. Tratamento: Metronidazol, albendazol, secnidazol, ornidazol. Reino Filo Classe Ordem Família Gênero Espécie Protozoa Sarcomastigophora Zoomastigophora Diplomonadida Hexamitidae Giardia Giardia duodenalis
  • 17. 17 Prevenção e controle: Educação em higiene pessoal, saneamento básico, lavar frutas, verduras e legumes antes de consumir, tratamento dos infectados.
  • 18. 18 Iodamoeba buetschlii Ciclo Evolutivo: O homem se infecta ao ingerir cistos presentes na água ou nos alimentos contaminados. Ocorre o desencistamento, liberando os trofozoítos que se reproduzem por divisão binária. Esses trofozoítos novamente formam os cistos, que são evacuados através das fezes. Dentro do cisto o parasito realiza divisão binária formando de seis a oito novos indivíduos que desencistam quando chegam ao intestino de um novo hospedeiro. Incidência: Por se tratar de um parasita não patogênico (comensal), sem dados fidedignos de prevalência. Aspectos Clínicos: Quase 90% dos casos são assintomáticos. Complicações: É detectada uma colite disentérica que se manifesta de 2 a 4 evacuações, diarreicas ou não, por dia, com fezes pastosas ou moles, podendo conter sangue ou mucos. Cólicas e desconforto abdominal podem surgir e dificilmente febre. Diagnóstico: realizado através da pesquisa de cistos em fezes formadas, ou de trofozoítos em fezes diarreicas, por método a fresco, direto ou indireto, de Faust, HPJ. Tratamento: Amebicidas, como o metronidazol, furamid, iodoquinol. Prevenção e controle: Melhoria de condições sanitárias; higiene dos alimentos e das mãos; consumo de água fervida ou filtrada; tratamento dos doentes. Reino Filo Classe Ordem Família Gênero Espécie Protozoa Amoebozoa Archamoebae Entamoebida Entamoebidae Iodamoeba Iodamoeba buetschlii
  • 19. 19 Leishmania sp. Ciclo Evolutivo: O homem se infecta quando mosquito do gênero Lutzomyia inocula formas promastigotas durante picada. Estas formas são fagocitadas por macrófagos teciduais e convertem-se em amastigotas. Estas se reproduzem por divisão binária, até que a célula hospedeira fique repleta de parasitos e se rompa. Com a destruição da célula, inúmeras amastigotas são liberadas e fagocitadas por outros macrófagos, dando continuidade aos ciclos de reprodução assexuada. O vetor, por sua vez, se infecta durante a hematofagia quando ingere células parasitadas por amastigotas as quais, ao chegarem no intestino do flebotomíneo, transformam-se em promastigotas. Estas invadem as porções anteriores do estômago e do proventrículo do mosquito, sendo inoculadas no hospedeiro vertebrado após o próximo repasto do vetor. Mundo: Endêmica no México, América Central, países da América do Sul, exceto o Chile. Brasil: encontra-se em expansão no Brasil, ocorrendo de forma endêmica no Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste. Rio Grande do Sul: De acordo com a Secretaria de Saúde do RS, foram identificados 19 casos de leishmaniose tegumentar americana de 2000 a 2006. Aspectos Clínicos: No geral, febre, palidez de mucosas, emagrecimento, enfraquecimento, diarreia, dor abdominal, etc.  Leishmaníase cutânea - produz exclusivamente lesões cutâneas limitadas. Reino Filo Classe Ordem Família Gênero Espécie Protozoa Sarcomastigophora Zoomastigophorea Kinetoplastida Trypanosomatidae Leishmania Leishmania sp.
  • 20. 20  Leishmaníase cutaneomucosa - frequentemente se complicam pelo aparecimento de lesões destrutivas em algumas mucosas.  Leishmaníase visceral ou Calazar - o parasito tem tropismo pelo sistema fagocítico mononuclear de órgãos como o fígado, o baço e a medula, que se tornam hipertrofiados.  Leishmaníase cutânea difusa - formas cutâneas disseminadas. Complicações: infiltrado inflamatório de macrófagos e linfócitos, necrose tecidual, úlceras circulares de bordas altas, hepatomegalia, alteração nos linfonodos, nos pulmões, no tecido hemocitopoetico. Diagnóstico: exame parasitológico de sangue (gota-espessa ou esfregaço delgado), métodos sorológicos (teste de Montenegro e imunofluorescência indireta, ELISA). Tratamento: Glucantine intramuscular, Anfotericina B e imunoterapia. Prevenção e controle: Tratamento de todos os casos humanos, eliminação dos cães infectados e controle dos cães sadios, uso de repelentes e combate ao vetor, moradias distantes da mata e vacina.
  • 21. 21 Pediculus sp. Ciclo Evolutivo: Piolho libera ovos que se fixam ao fio de cabelo/pêlos por uma substância pegajosa, assumindo a forma vulgarmente conhecida como lêndea. O ciclo inicia-se com a ovipostura. Os ovos necessitam de 4 a 14 dias para completarem a incubação. Após a eclosão, surgem as ninfas que atingem o estádio adulto em 2 semanas. A maturidade sexual nos adultos ocorre em 4 horas, com cópula imediata. Sobrevivem de 3 a 4 semanas; ovipostura de cerca de 90 ovos. Mundo: Infestação por piolhos está distribuída pelo mundo todo, comum em locais onde há superpopulação e falta de higiene. Brasil: Comum no país, mais presente em locais de pobreza, em idade pré-escolar. Rio Grande do Sul: Comum no estado, mais frequente em idade escolar. Aspectos Clínicos: Maioria assintomáticos. Quando os sintomas são notados eles podem incluir uma sensação de cócegas de algo se movendo, prurido, comichão, causada por uma reação alérgica ao piolho saliva, e irritabilidade. Complicações: Inflamação no local em virtude das picadas, reações alérgicas e infecções secundárias. Diagnóstico: Localização das lêndeas aderidas ao cabelo/pêlo, localização do parasita em movimento e prurido no couro cabeludo ou na região pubiana. Tratamento: Shampoo de Lindane a 1%, shampoo de deltametrina e a solução de monossulfiram à 25%, solução aquosa de ácido acético para remoção das lêndeas. Reino Filo Classe Ordem Família Gênero Espécie Animalia Arthropoda Insecta Phtiraptera Pediculidae Pediculus Pediculus sp.
  • 22. 22 Prevenção e controle: Evitar contato íntimo entre portadores e pessoas sadias, lavar as roupas com água quente, corte do cabelo rente ao couro cabeludo e escovação do cabelo com pente-fino, para soltar as lêndeas, uso de produtos químicos.
  • 23. 23 Plasmodium sp. Ciclo Evolutivo: Fase assexuada - acontece no homem, onde os plasmódios chegam ao fígado através da corrente sanguínea, e passam por uma evolução inicial (multiplicação por esquizogonia). Depois de multiplicarem-se, os parasitas entram nos eritrócitos do sangue circulante e continuam sua reprodução. Fase sexuada - acontece no mosquito do gênero Anopheles sp. Quando o mosquito pica um indivíduo infectado, ele ingere formas evolutivas denominadas gametócitos, que em seu intestino se unem e formam novos protozoários. Então, quando esse mosquito se alimenta novamente de sangue humano, acaba transmitindo novamente as formas infectantes da doença num novo indivíduo. Mundo: Segundo OMS, cerca de 200-300 milhões de casos no mundo, 90% na África Tropical, restante distribuído nas Américas Central e do Sul, Sudeste Asiático. Brasil: Registros apontam 315.716 casos da doença, maior número na Amazônia, cerca de 300 a 400 mil casos por ano. Alta prevalência na região Norte. Rio Grande do Sul: Baixo risco, de acordo com OMS, sem transmissão. Aspectos Clínicos: Mal-estar, cefaleia, cansaço, mialgia, geralmente febre, calafrios, sudorese. Complicações: Convulsões, vômitos repentinos, icterícia, distúrbios da consciência, hipoglicemia. Diagnóstico: Pesquisa do parasito no sangue periférico (esfregaço sanguíneo) com coloração por azul de metileno e Giemsa, PCR, imunocromatografia. Reino Filo Classe Ordem Família Gênero Espécie Protozoa Apicomplexa Sporozoea Eucoccidiida Plasmodiidae Plasmodium Plasmodium sp.
  • 24. 24 Tratamento: Cloroquina, artesunato, clindamicina, artemether, quinina, pirimidinas. Para cada espécie do plasmódio é utilizado medicamento ou associações de medicamentos específicos em dosagens adequada à situação particular de cada doente. Prevenção e controle: Drenagem dos locais que contenham água parada para evitar a reprodução do vetor, criação de peixes que se alimentam de larvas dos mosquitos, uso de repelentes e de tela nas janelas, educação sanitária e o tratamento medicamentoso dos enfermos.
  • 25. 25 Sarcoptes scabiei Ciclo Evolutivo: O contato entre indivíduos permite a copulação na pele, os machos morrem enquanto as fêmeas penetram na camada córnea da pele escavando pequenos sulcos, ou galerias onde depositam seus ovos. Depois de depositarem os ovos, as fêmeas morrem, 4/5 semanas depois. As larvas nascem após período de incubação, aglomerando-se em volta dos folículos pilosos, tornam- se adultas e repetem o ciclo. Mundo: estima-se que haja 300 milhões de casos. Endêmica nos países subdesenvolvidos. Brasil: Na Região Nordeste do Brasil, a prevalência de escabiose em 2001 era de 8,8%. Rio Grande do Sul: maior incidência no inverno, pois o ácaro possui condições biológicas que desfavorecem sua vida no verão. Aspectos Clínicos: Prurido intenso, evidente à noite quando o hospedeiro está aquecido. Complicações: Infecções secundárias pelo ato de coçar. Em pacientes imunocomprometidos, as lesões formam crostas espessas ou dermatite generalizada, com intensa descamação. Diagnóstico: Anamnese, relato de prurido, localização e aspecto das crostas, método parasitológico, aderindo uma fita gomada sobre as crostas, colocando fita em uma lâmina e examinar no microscópio. Tratamento: Banho morno, demorado e com sabão próprio para amolecer e retirar as crostas, em seguida, aplicar medicamentos como: Arcasan/ Escabiol, Deltacid loção, Tiabendozol (Foldan), ivermictina. Reino Filo Classe Ordem Família Gênero Espécie Animalia Artrophoda Arachnida Acaridida Sarcoptidae Sarcoptes Sarcoptes scabiei
  • 26. 26 Prevenção e controle: Tratamento do paciente portador de escabiose e das pessoas que tenham contato direto com o afetado, mesmo que assintomáticas, com drogas específicas, bem como adotar medidas de controle do ácaro, que incluem a completa desinfestação das roupas e lençóis de cama, os quais devem ser lavados e escaldados a 55°C. O paciente deve ser mantido em precaução de contato físico até a constatação da melhora clínica.
  • 27. 27 Strongyloides stercoralis Ciclo Evolutivo: ovos são eliminados nas fezes da pessoa contaminada, mas a eclosão e liberação das larvas é muito rápida, podendo haver autoinfecção. As larvas liberadas são rabditoides, podendo tornar-se larvas filarioides e fazer a penetração na mucosa intestinal, ainda no intestino do homem. Em seguida, iniciam o ciclo direto por autoinfecção, onde a única forma adulta parasitária é a fêmea. No entanto, as larvas rabditoides podem ser eliminadas com as fezes, transformarem-se em filarioide no ambiente e infectarem o homem por penetração cutânea e realizarem o ciclo direto com infecção externa. As larvas rabditoides no ambiente também podem transformar-se em machos ou fêmeas adultos de vida livre, realizando vários ciclos no solo até produzirem larvas filarioide de penetração cutânea (ciclo indireto). Mundo: Elevada prevalência, estima-se que mais de 1 bilhão de pessoas no mundo são infectadas. Brasil: No Brasil, os dados são variáveis de acordo com a região, variando entre 15 e 82%, com uma taxa média de 20%. Rio Grande do Sul: Região endêmica. Aspectos Clínicos: Náuseas, inapetência, vômitos, diarreia, sinais semelhantes a pneumonia e atípica ou asma. Complicações: Inflamação local e hipersensibilidade após várias infecções, bronquite/pneumonite e eosinofilia, peritonite. Reino Filo Classe Ordem Família Gênero Espécie Animalia Aschelminthes Nematoda Rhabditorida Strongyloididae Strongyloides Strongyloides stercoralis
  • 28. 28 Diagnóstico: Pesquisa de larvas nas fezes pelo método de Baermann-Moraes, Rugai, sorologia (ELISA). Tratamento: Tiabendazol, ivermectina, albendazol. Prevenção e controle: O uso de calçados e hábitos de higiene corporal, lavagem adequada de alimentos, educação sanitária, tratamento dos infectados.
  • 29. 29 Taenia saginata/ Taenia solium Ciclo Evolutivo: Homem portador da tênia adulta elimina proglotes grávidas, ovos no exterior contaminam o ambiente, bovino/suíno ingere ovos e forma cisticercos nos músculos. Quando homem ingere carne crua com cisticerco, estes chegam ao intestino delgado e tornam-se vermes adultos, três meses após a infecção há eliminação de proglotes, continuando contaminação. Mundo: Estima-se que, em todo o mundo, cerca de 50 milhões estejam infectadas com a Taenia solium ou Taenia saginata. Brasil: Alta incidência na região Sul e Sudeste, baixa na região Norte e Nordeste. Rio Grande do Sul: Alta incidência. Aspectos Clínicos: Tonturas, astenia, apetite excessivo, náuseas, vômitos, alargamento do abdômen, dor abdominal, perda de peso. Complicações: Obstrução do apêndice, colédoco e duto pancreático. Da cisticercose: deficiência visual, loucura, epilepsia, entre outros. Diagnóstico: Pesquisa de proglotes, ovos de tênia nas fezes, tamisação, método de Graham, PCR, ELISA. Reino Filo Classe Ordem Família Gênero Espécie Animalia Platyhelminthes Cestoda Cyclophyllidea Taeniidae Taenia Taenia saginata Taenia solium
  • 30. 30 Tratamento: Niclosamida, praziquantel, em alguns casos tratamento cirúrgico. Prevenção e controle: Impedir o contato de bovinos/suínos com fezes humanas, condições de saneamento básico adequadas, tratamento dos doentes, não comer carne crua ou malcozida, inspeção rigorosa da carne e fiscalização de matadouros.
  • 31. 31 Toxoplasma gondii Ciclo Evolutivo: O gato é o hospedeiro definitivo, o qual libera junto as fezes oocistos, que no meio ambiente esporulam e podem infectar grande número de hospedeiros por meio da ingestão de alimentos ou água. Dentro do hospedeiro intermediário, formam-se cistos teciduais, principalmente na musculatura e no cérebro, estes cistos podem transmitir a infecção a outros hospedeiros por ingestão (carnivorismo). Mundo: Difundida pelo mundo todo, estima-se prevalência de 23%a 83%. Brasil: Pesquisas apontam que cerca de 60% da população brasileira já tenha tido contato com protozoário. Rio Grande do Sul: Registros apontam positividade em cerca de 60% a 74,5 em gestantes de Porto Alegre. Aspectos Clínicos: aumento de gânglios linfáticos, febre, dores nos músculos e articulações. Em imunodeprimidos, estão sujeitos a manifestações cerebrais, pulmonares, nos olhos e no coração. Complicações: Comprometimento meningeocefálico, miocárdico, pulmonar, ocular, digestivo e até testicular, lesões generalizadas na pele. Diagnóstico: A partir de testes sorológicos, imunológicos, ELIZA, imunoensaio. Tratamento: Piremetamina, sulfadiazina, clindamicina. Prevenção e controle: Evitar a ingestão de carnes cruas ou malcozidas, ingerir frutas e legumes bem lavados, incinerar fezes de gatos, mantê-los dentro de casa e alimentá-los com carne cozida ou seca, proteger as caixas de areia para evitar que eles defequem em outro local. Reino Filo Classe Ordem Família Gênero Espécie Protozoa Apicomplexa Coccidea Eimeriida Sarcocystidae Toxoplasma Toxoplasma gondii
  • 32. 32 Trypanosoma cruzi Ciclo Evolutivo: O barbeiro já infectado com tripomastigota do T. Cruzy realiza hemofagia no homem, e deposita no local aonde está, as suas fezes repletas de formas tripomastigotas, devido a irritação causada pela picada, o indivíduo coça o local, levando o parasita presente nas fezes do barbeiro para o interior de seu organismo. Ao atingir a corrente sanguínea, os tripomastigotas são fagocitados pelos macrófagos, onde se tornam amastigotas. Quando o macrófago está repleto de novos parasitas, eles tornam-se novamente tripomastigotas, rompem a membrana do macrófago e são liberados novamente na corrente sanguínea, da onde podem novamente serem sugados por um novo vetor, completando assim seu ciclo. Mundo: Segundo dados da OMS (2007) a doença de Chagas atinge 15 milhões de habitantes. Presente em 21 países. Brasil: Estima-se que 4 milhões de brasileiros estejam infectados por T. cruzi. Rio Grande do Sul: Área endêmica. Aspectos Clínicos: Sinais de porta de entrada (Chagoma de inoculação), febre, edema, insuficiência cardíaca. Complicações: Miocardite com insuficiência cardíaca grave e meningoencefalite nas formas agudas. Na forma crônica podem ocorrer arritmias letais, oclusão intestinal. Diagnóstico: Exame de anticorpos específicos, sangue a fresco, esfregaço sanguíneo corado pelo Giemsa, Métodos sorológicos como ELISA, imunofluorescência indireta. Tratamento: Nifurtimox, benzonidazol, nitroimidazol. Prevenção e controle: Melhoria das habitações rurais, utilização de telas de proteção, erradicação dos triatomíneos vetores, controle de doadores de sangue. Reino Filo Classe Ordem Família Gênero Espécie Protozoa Sarcomastigophora Mastigophora Kinetoplastida Trypanosomatidae Trypanosoma Trypanosoma cruzi
  • 33. 33 Tunga penentrans Ciclo Evolutivo: A fêmea grávida penetra na pele, deixando apenas a extremidade posterior em contato com a atmosfera para respirar. Com o acúmulo de ovos seu abdômen se expande, atingindo o tamanho de um grão de ervilha. Em torno de 100 ovos são expelidos, os quais, em chão úmido e sombreado, darão origem às larvas e pupas. Depois de uns 15 dias, o corpo da fêmea é expulso pela reação inflamatória da pele. As localizações preferenciais da fêmea parasita são a sola dos pés, espaços interdigitais e sob as unhas. Incidência: Distribui-se geograficamente por todo o mundo, largamente encontrada em zonas rurais em chiqueiros e currais, locais secos e arenosos. Aspectos Clínicos: Prurido, inchaço, dor, inflamação no local. Complicações: Os ferimentos provocados constituem porta de entrada para bactérias e fungos. Infecção bacteriana ou tétano são complicações de alto risco. Diagnóstico: É possível identificar até mesmo em casa, uma vez que os sinais são característicos e no local da penetração há uma mancha escura. Tratamento: extirpação dos parasitas em condições assépticas, limpeza do ferimento, medicamentos ou pomadas para eliminar ovulações que ficaram dentro da pele do paciente. Prevenção e controle: uso de calçados, tratamento dos animais domésticos infestados e aplicação de inseticidas no ambiente. Reino Filo Classe Ordem Família Gênero Espécie Animalia Arthropoda Insecta Siphonaptera Tungidae Tunga Tunga penetrans
  • 34. 34 Wuchereria bancrofti Ciclo Evolutivo: Ao se alimentar de sangue de uma pessoa infectada, mosquito Culex quinquefasciatus ingere microfilárias, as quais se desenvolvem até estágio de larvas infectantes, ao realizar repasto sanguíneo o mosquito deposita larvas infectantes, as quais migram para os vasos linfáticos e linfonodos, onde atingem maturidade sexual. Vermes adultos fêmeas produzem microfilárias que atingem o sangue, se outro mosquito se alimentar deste sangue continuará o ciclo de contaminação. Mundo: De acordo com OMS, cerca de 112 milhões de pessoas estão infectadas pela W. bancrofti, 83 países das regiões tropicais e subtropicais. Brasil: Focos extintos na região Norte, Nordeste e Sul, foco ativo em Pernambuco. Rio Grande do Sul: Houve focos de elefantíase em Porto Alegre, mas, de acordo com inquérito nacional, foco foi extinto. Aspectos Clínicos: Alguns permanecem assintomáticos, outros apresentam febre, mal-estar, linfangite, dor local, vermelhidão no trajeto linfático. Complicações: Edema linfático, queratinização cutânea, infecções bacterianas ou fúngicas agravam o quadro de elefantíase, obstrução da circulação linfática, pneumonia eosinofílica. Diagnóstico: Pesquisa de microfilárias no sangue periférico com esfregaço corado com Giemsa, ELISA, PCR, ultrassonografia. Tratamento: Citrato de dietilcarbamazina, ivermectina. Prevenção e controle: Uso de repelentes de insetos, tratamento de pessoas parasitadas, saneamento básico para redução dos insetos vetores. Reino Filo Classe Ordem Família Gênero Espécie Animalia Aschelminthes Nematoda Spirurida Onchocercidae Wuchereria Wuchereria bancrofti
  • 35. 35 TÉCNICAS BÁSICAS DE EPF (Exame Parasitológico de Fezes)
  • 36. 36 Exame direto a fresco Princípio do método: Esfregaço á fresco. Objetivos do método: Pesquisa de ovos e larvas de helmintos, cistos de protozoários, oocistos maiores e trofozoítos em fezes frescas. Indicação: Procedimento simples para avaliação da carga parasitária, diagnóstico rápido. Indicado para pesquisa de Isospora belli e trofozoítos em fezes recém-emitidas. Contraindicação: Pouco sensível, excesso de detritos pode mascarar parasitas, deve ser realizado imediatamente, pois os trofozoítos são muito sensíveis e degeneram em pouco tempo. Material necessário: Solução salina a 0,85%, lâmina, lamínula, bastão de vidro, lugol, MO. Características da amostra: Fezes recente, sem conservantes. Colher de preferência as fezes liqüefeitas (diarréicas) e porções contendo muco e sangue. Procedimentos: Colocar 1 gota de solução salina à 0,85% em uma lâmina de microscopia.Com um bastão de vidro ou palito de sorvete, pegar uma pequena porção de fezes do recipiente e emulsificar na salina. Adicionar uma gota de lugol e cobrir a preparação com uma lamínula. Observar ao microscópio óptico. Causas de erro: Demora na realização do processamento da amostra e consequente degeneração de trofozoítos.
  • 37. 37 Tamização Princípio do método: Emulsão das fezes com água e peneiração. Objetivos do método: Encontrar vermes adultos, proglotes e escólices. Indicação: É indicado para a retirada de anéis de escólex de tenídeos das fezes, como também são encontrados vermes adultos de A. lumbricoides, E. vermicularis, T. trichiura, Ancilostomídeos e H. nana. Contraindicação: Eficácia apenas para exame macroscópico. Material necessário: Água corrente, peneira metálica. Características da amostra: Fezes frescas, sem conservante. Procedimentos: Emulsionar as fezes com água. Coar a emulsão através de peneira metálica. Este procedimento deve ser realizado em uma pia, servindo-se de um jato de água corrente. Esses processos macroscópicos são vantajosos para a demonstração e coleta de pequenos helmintos, de proglotes e de escólices. Causas de erro: Sem causas de erro previsíveis.
  • 38. 38 Método de Hoffman, Pons e Janer ou de Lutz Princípio do método: Sedimentação espontânea. Objetivos do método: Pesquisa de ovos e larvas de helmintos, cistos de protozoários, oocistos maiores. Indicação: Utilizado na pesquisa de ovos de S. mansoni, é atualmente usado na rotina diária dos laboratórios, na detecção de cistos de protozoários, de ovos e larvas de helmintos. Contraindicação: Método demorado, grande quantidade de detritos fecais no sedimento dificultando a preparação e análise da lâmina. Material necessário: Frasco de Borrel, água, bastão de vidro, cálice de decantação, gaze, lâmina, lamínula, lugol, MO. Características da amostra: Fezes frescas e sem conservante. Se as fezes forem diarreicas, deve-se levar a amostra ao laboratório o mais rápido possível. Procedimentos: Colocar cerca de 2g de fezes em um frasco de Borrel, com cerca de 5mL de água, triturar com um bastão de vidro. Acrescentar 20mL de água, filtrar suspenção com tela metálica ou em gaze dobrada em quatro. Detritos retidos devem ser lavados com mais 20mL de água, deixando o líquido no mesmo cálice e completar o volume do cálice com água. Deixar suspenção em repouso de 2 a 24h. Após o tempo determinado, se o líquido estiver turvo descartar sobrenadante e colocar água até o volume anterior. Se o líquido estiver límpido colher o sedimento e colocá-lo em uma lâmina, cobrir com lâmina e observar no microscópio ótico. Causas de erro: Volume de água abaixo ou em maior quantidade que o determinado em protocolo, não respeitar o tempo de repouso da suspenção.
  • 39. 39 Método de Blagg ou de MIFc Princípio do método: Sedimentação por centrifugação. Objetivos do método: Pesquisa de ovos e larvas de helmintos, cistos e oocistos de protozoários. Indicação: Para detecção de ascaridíase, ancilostomídeos, trichiuroses, esquistossomose, giardíase. Contraindicação: A manutenção das fezes no conservante pode determinar morte das larvas de nematoides prejudicando a pesquisa das mesmas. Material necessário: MIF, tubo cônico, éter, centrífuga, gaze, pinça, lâmina, lamínula, lugol, MO. Características da amostra: Fezes em MIF (mertiolato, iodo e formol). Procedimentos: Homogeneizar bem amostra de fezes suspensa em MIF, coar a suspensão em gaze dobrada em quatro num copo descartável. Transferir 1 a 2 ml do filtrado para um tubo cônico com capacidade para 15ml. Acrescentar 4 a 5 ml de éter sulfúrico e agitar vigorosamente. Centrifugar por um minuto a 1.500 rpm. Com auxílio de um bastão, descolar a camada de detritos gordurosos da parede do tubo. Inverter o tubo para desprezar o líquido e limpar as paredes com um bastão contendo algodão na extremidade. Acrescentar ao sedimento gotas de lugol, coletar 2 a 3 gotas do sedimento, cobrir com lamínula e examinar com as objetivas 10x e/ou 40x. Causas de erro: Homogeneização inadequada, acrescentar dosagens erradas de éter sulfúrico.
  • 40. 40 Método de Ritchie Princípio do método: Sedimentação por centrifugação (método de formol-éter). Objetivos do método: Pesquisa de ovos e larvas de helmintos, cistos e oocistos de protozoários. Indicação: Destina-se à pesquisa de protozoários e helmintos nas fezes, coccidioses. É rápido, fácil, sensível. Contraindicação: A manutenção das fezes no líquido conservador determina morte das larvas de nematoides prejudicando a pesquisa das mesmas. Material necessário: Solução fisiológica, gaze, filtro, peneira, funil, copo descartável, tubo cônico, centrífuga, solução formol 10%, éter sulfúrico, bastão de vidro, pipeta, lâmina, lamínula, lugol, MO. Características da amostra: Fezes frescas com MIF ou formol. Procedimentos: Homogeneizar 5 a 15g de fezes em 10 a 15 ml de formol a 10%, em um frasco Borrel, com auxílio de um bastão ou palito. Coar a mistura com gaze dobrada em quatro e transferir para um tubo cônico de centrífuga e centrifugar a mistura a 1500 rpm por 10 minutos. A suspensão é centrifugada, várias vezes, a 1500 rpm por minuto, até se obter um sobrenadante claro. O sobrenadante é desprezado e o sedimento ressuspenso em 4 mL de éter sulfúrico, agitando o tubo vigorosamente por 30 segundos. Centrifugar o tubo novamente, formando então 4 camadas: sendo a mais superficial de éter sulfúrico, outra de detritos fecais, formol e o sedimento contendo os parasitas. Todo sobrenadante é descartado, o sedimento é homogeneizado. Misturar uma gota de sedimento fecal com uma gota de lugol e levar ao MO. Causas de erro: Homogeneização inadequada, não centrifugar pelo tempo definido.
  • 41. 41 Método de Willis Princípio do método: Flutuação espontânea. Objetivos do método: Pesquisa de ovos leves. Indicação: Recomendado para a pesquisa de ovos de helmintos de baixo peso específico como ancilostomídeos e Trichuris trichiura ou ainda de ovos férteis de Ascaris lumbricoides. Contraindicação: Não é recomendado para protozoários, ovos inférteis de A. lumbricoides e ovos de trematódeos ou E. vermicularis. Não é eficiente para cistos de protozoários porque a solução saturada do sal produz retração dos mesmos, tornando-os irreconhecíveis. Material necessário: Frasco de vidro, solução saturada de NaCl 36g/100mL, lâmina, lamínula, lugol, microscópio. Características da amostra: Fezes frescas, sem conservante, formadas ou pastosas. Procedimentos: Colocar 10g de fezes num frasco de Borrel ou no próprio recipiente onde estão as fezes. Homogeneíza-las com um pouco de solução saturada de sal (NaCl) ou de açúcar. Completar o volume até a borda do frasco. Colocar na boca do frasco uma lâmina, que deverá estar em contato com o líquido. Deixar em repouso por 5 minutos. Findo esse tempo, retirar rapidamente a lâmina, deixando a parte molhada voltada para cima. Cobrir com lamínula, corar com lugol e examinar com objetiva 10x. Causas de erro: Incompleta homogeneização impede separação de ovos dos detritos fecais, flutuação fora do tempo determinada (mais tempo ou menos).
  • 42. 42 Método de Faust Princípio do método: Centrífugo-flutuação em uma solução de sulfato de zinco à 33% com densidade 1.180. Objetivos do método: Pesquisa de cistos de protozoários e ovos leves de helmintos. Indicação: Indicado na pesquisa de protozoários e de ovos leves de helmintos (Ancilostomídeos, Enterobius vermicularis, Trichuris trichiura). Contraindicação: Ovos grandes de trematódeos, de cestódeos e inférteis de Ascaris lumbricoides não são concentrados. Técnica imprópria para espécimes fecais que contenham grande quantidade de gorduras. Material necessário: Água, lâmina, lamínula, lugol, gaze, Becker 250 mL, tubo cônico de centrífuga, bico de Bunsen, alça de platina, centrífuga, solução de sulfato de zinco a 33% a densidade de 3,54 g/cm³, MO. Características da amostra: Fezes frescas e com conservante. Procedimentos: Diluir 10g de fezes para cada 20 mL de água destilada ou filtrada. Homogeneizar e filtrar a suspensão através de gaze dobrada em quatro. Transferir 10mL do filtrado para um tubo de centrifugação. Centrifugar o filtrado por 60 segundos à 2500 rpm. Desprezar o líquido sobrenadante e ressuspender o sedimento em água. Repetir as etapas anteriores até que o líquido sobrenadante fique claro. Desprezar a água sobrenadante e ressuspender em solução de sulfato de zinco à 33% (densidade 1,18g/ml). Centrifugar novamente por 60 segundos à 2500 rpm e colher com alça de platina flambada o material da película superficial, de preferência junto à parede do tubo e depositar em uma lâmina de microscopia. Adicionar uma gota de lugol, homogeneizar, cobrir com lamínula e examinar ao microscópio utilizando objetiva. Causas de erro: Demora no preparo ou para examinar o material, uma vez que o sulfato de zinco pode deformar as formas parasitárias, não proceder com a centrifugação no tempo determinado e não seguir protocolo quanto a quantidade de fezes, água ou sulfato de zinco.
  • 43. 43 Método de Baermann-Moraes Princípio do método: Migração ativa de larvas devido hidrotermotropismo. Objetivos do método: Encontrar larvas de helmintos. Indicação: Indicado na pesquisa de larvas de Strongyloides stercoralis. Demonstra também a presença de larvas de ancilostomídeos e por vezes até adultos de nematódeos pequenos como E. vermiculares. Contraindicação: Se as fezes forem refrigeradas, as larvas morrem e aparecem deterioradas dificultando o seu reconhecimento e identificação. Fezes que permaneceram em temperatura ambiente por período superior à 24 horas, ou indivíduos que sofrem de constipação intestinal, ocorre a possibilidade de que as larvas encontradas estejam na forma filarioide, que são altamente infectantes. Material necessário: Gaze, peneira, funil de vidro ligado a borracha em suporte, pinça de Mohr, água aquecida (45ºC), tudo de centrífuga, centrífuga, lâmina, lamínula, lugol, pipeta, MO. Características da amostra: Fezes frescas, formadas ou pastosas, sem conservantes. Não se deve colher material muito liquefeito. Procedimentos: Colocar 8 a 10g de fezes numa gaze dobrada em quatro sobre um funil de vidro, contendo um tubo de borracha conectado à extremidade inferior de sua haste. Obliterar o tubo de borracha com uma pinça de Hoffman e adicionar, ao funil, água aquecida (45ºC) em quantidade suficiente para entrar em contato com as fezes. Deixar uma hora em repouso. 4- Colher 5 a 7 ml da água em um tubo de centrífuga, abrindo-se a pinça. Centrifugar um minuto a 1.000 rpm. 6- Coletar o sedimento, corar com lugol e examinar ao microscópio com objetiva 40x. Causas de erro: Temperatura da água em desacordo com protocolo, não respeitar o tempo de repouso da amostra.
  • 44. 44 Método de Rugai Princípio do método: Migração ativa de larvas devido hidrotermotropismo. Objetivos do método: Concentração de larvas de helmintos. Indicação: Indicado na pesquisa de larvas de Strongyloides stercoralis. Demonstra também a presença de larvas de ancilostomídeos, notadamente em pacientes portadores de constipação intestinal. Contraindicação: Não é indicado para pesquisa de ovos, cistos e oocistos de protozoários, pois é específico para pesquisa de larvas. Material necessário: Gaze, cálice de sedimentação, água aquecida (45ºC), pipeta, lugol, lâmina, lamínula, MO. Características da amostra: Fezes frescas, formadas ou pastosas, sem conservante. Procedimentos: Retirar a tampa do recipiente que acondiciona as fezes e envolvê-lo em ter gazes, fazendo uma pequena “trouxa”. Colocar o material assim preparado, com abertura voltada para baixo, num cálice de sedimentação, contendo água aquecida (45ºC), em quantidade suficiente para entrar em contato com as fezes. Deixar em repouso por uma hora. Coletar o sedimento no fundo do cálice, com ajuda de uma pipeta. Corar com lugol e observar no MO. Causas de erro: Em fezes diarreicas as larvas morrem rapidamente ou fezes coletadas com conservante não servem para esse método.
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  • 60. 60 REFERÊNCIAS NEVES, David P.; et al. Parasitologia Humana. 12. ed. São Paulo: Editora Atheneu, 2011. OLIVEIRA, Adriana A.; et al. Detecção de casos humanos de Fasciola hepatica no estado do Amazonas. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/boletim_eletronico_epi_ano05_n05.pdf> FERNANDES, Archangelo P. Revisão de imagens Parasito I. Disponível em: <http://www.profbio.com.br/aulas/parasito1_pratica_fotos.pdf> OLIVEIRA, Sueli M. de; SPÓSITO, Elizabeth F.; Fasciolose hepática.Disponível em: <http://www.biologico.sp.gov.br/artigos_ok.php?id_artigo=67> UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL. Nematódeos – Infecção oral. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/parasito/Aulas%20Parasito/Medicina/helmipar06.pdf> SERAFIM, Luciana R. Dermatobia hominis (linnaeus jr., 1781): susceptibilidade de camundongo e antigenicidade dos produtos de secreção e excreção de larvas. Disponível em: <http://www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/bitstream/handle/1843/SAGF- 8H9PNH/dermatobia_hominis_linnaeus_jr.pdf?sequence=1> Giardia duodenalis. Disponível em: <http://www.noas.com.br/ensino- medio/biologia/parasitose/giardia-duodenalis/> SECRETARIA Estadual da Saúde. Leishmaniose tegumentar americana (LTA). Disponível em: <http://www.saude.rs.gov.br/upload/1335790283_Leishmaniose%20Tegumentar%20America na.pdf> UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL. Leishmania sp. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/para-site/siteantigo/Imagensatlas/Protozoa/Leishmania.htm> PEDICULOSIS. Disponível em: <http://www.cdc.gov/dpdx/pediculosis/> BARBOSA, Suéllen G. Pediculose. Disponível em: <http://www.uff.br/disicamep/pediculose.htm> LADISLAU, José L. de B.; et al. Guia prático de tratamento da malária no Brasil. Ministério da Saúde. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_pratico_malaria.pdf> TAVARES, Mônica; SELORES, Manuela. Escabiose recomendações práticas para diagnóstico e tratamento. Disponível em: <http://repositorio.chporto.pt/bitstream/10400.16/1523/1/v22n2a04.pdf> UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL. Strongyloides stercoralis. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/para- site/siteantigo/Imagensatlas/Animalia/Strongyloides%20stercoralis.htm> PINHEIRO, Pedro. Teníase - Cisticercose – Solitária. Disponível em: <http://www.mdsaude.com/2014/05/teniase-cisticercose.html> UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL. Tunga penetrans. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/para- site/siteantigo/Imagensatlas/Athropoda/Tunga%20penetrans.htm> UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS. Tamização. Disponível em: < http://www.uft.edu.br/parasitologia/pt_BR/exames/Exame+direto+das+amostras+fecais+- +Macrosc%C3%B3pico/Tamisa%C3%A7%C3%A3o/index.html> COSTA, Vláudia M. A.; IRMÃO, João I. Roteiro prático de parasitologia. Disponível em: <file:///C:/Users/patricia/Downloads/APOSTILA%20PARASITOLOGIA%20exames.pdf> APOLO LABORATÓRIO DE ANÁLISES. Parasitológico de fezes. Disponível em: <http://www.laboratorioapolo.com.br/2012/03/26/parasitologico-de-fezes/>