microbiologia e parasitologia voltada para a enfermagem
Identificação convencional de fungos filamentosos1
1. Identificação convencional de
fungos filamentosos
e identificação automatizada e
convencional de fungos
leveduriformes
Disciplina: Micologia Médica
Profº.: Luís Henrique
Acadêmicos:
Carlos Alberto; Joilce Portela; Marcos Allan; Maria Inês e Maria Josenilda
2. Introdução
• Identificação do fungo de maneira ideal seria: Gênero e
espécie
• O processamento da amostra passa por 3 fases:
Pré-analítica
Analítica
Processamento da
amostra
• Indicar a coleta
• transporte
• Processamento
• identificação do
microrganismo
• laudo e estocagem
• Estudos
• Dados epidemiológicos
4. Identificação de fungos filamentosos
Cultura pura (Cultura
mista é uma causa
comum de erro)
• 1. Exame
Macroscópico
Textura: algodonosa,
velutina, pulverulenta
(furfuráceas),
penugentas
5. Identificação de fungos filamentosos
• 1. Exame Macroscópico
Relevo: cerebriformes, rugosa,
apiculadas, crateriformes
Bordas: vários desenhos (franjas)
Pigmentação: anverso e reverso/
difusível ou não
Tamanho: variável (quantidade e
qualidade do substrato)
6. Identificação de fungos filamentosos
• 2. Exame Microscópico:
É a base do diagnóstico da
maioria dos fungos
filamentosos
Se baseia nas diferenças
morfológicas das estruturas
reprodutivas e na ontogenia
dos esporos
Os isolados primários e
subcultivo devem ser
submetidos a avaliação
micromorfológica (40x)
7. Identificação de fungos filamentosos
• 2. Exame Microscópico - 2 técnicas podem ser
empregadas:
Técnica Material Montagem
Exame Microscópico Direto Amostra biológica Material é colocado entre
lâmina e lamínula com
líquido de montagem
apropriado
Microcultivo Fragmento da cultura 1ª ou
2ª em meio sólido ou líquido,
Material é previamente
depositados sobre lâmina
e/ou lâminula
Lactofenol azul de algodão
(hialinos)
Lactofenol de Aman/
KOH/NaOH/ (demáceos)
9. • Agar “cornmeal”
• Potato Dextrose Agar (PDA)
• SDA Dextrose Agar (SDA)
• Agar malte
Identificação de fungos filamentosos
• Técnica de microcultivo em lâmina (método 1)
• 121ºC
• 20-
30min • 30ºC
• 3-5 dias
11. • Resistencia à cicloheximida
• Separar as culturas de:
Blastomyces dermatitidis,
Paracoccidiodes brasiliensis,
Histoplasma capsulatum,
Sporothrix schenckii,
Coccidioides immitis,
Epidermophyton floccosum
Microsporum ssp.,
Trichophyton ssp.
Observação Meio Resultado
Crescimento SDA e Mycosel Resistente
Crescimento SDA Sensível
Não SDA Repetir
Identificação de fungos filamentosos
• 30°C
• 7 dias
Fungos
Oportunistas
Absidia,
Rhizopus, Mucor
e Aspergillus
fumigatus
12. Identificação de fungos filamentosos
• 4.Demonstração de balistosporos
• Alguns fungos Zygomycetes tem habilidade de produzir
balistosporos – dilatação propulsiva
Produção de balistosporos
Formação espontânea de colônias periféricas
(Basidiobolus e Conidiobolus)
15. Identificação de fungos filamentosos
• 5. Teste da Perfuração do fio de cabelo
Distinção entre
Trichophyton rubrum e T. Mentagrophytes
Extrato de levedura (10%) + fio de cabelo + cultura
suspeita → incubar 30°C/ 10-14 dias
16. . Teste da Perfuração do fio de cabelo
Trichophyton mentagrophytes,
Hair perforation test is positive.
Trichophyton rubrum,
Hair perforation test is negative.
Perforations
17. Identificação de fungos filamentosos
• 6. Testes Fisiológicos
• Urease
• Habilidade de hidrolisar ou não a Uréia
• Distinguir isolados atipicos de Trichophyton rubrum (-) e
T. Mentagrophytes (+)
• Agar usado: Agar uréia Christensen
• Tempo: 3-4 dias
controle
18. Identificação de fungos filamentosos
• 7. Dimorfismo
Dimórficos são fungos filamentosos que podem, sob
determinadas condições, assumir forma de levedura,
diminuindo a capacidade de filamentação - colônias aspecto
cremoso
• Filamentosa a 25-30⁰C
• Levedura a 37 ⁰C
É um critério útil para identificação desses fungos patogênicos →
Temperatura, composição do meio e concentração de CO₂
20. Técnica de conversão da fase micelial à fase
leveduriforme
Todos os procedimentos devem ser feitos em câmara de
fluxo laminar
• Blastomyces dermatitidis e
Paracoccidioides brasiliensis
• Agar Kelley
• Agar semente de
algodão
• Sporothrix schenckii,
Histoplasma capsulatum
• BHIB + glicose +cisteína
• Sporothrix schenckii,
• BHIA
Exame direto – hifas
em levedura
(semanas)
• 1º - 30°C 2º - 37°C
21.
22. Identificação de fungos leveduriformes
• 1 - Exame Macroscópico
• Características:
Textura
Topografia
Bordos
Coloração
meios sólidos
Formação
de película
meios líquidos
23. Colônias de cor laranja a vermelha,
aspecto cremoso.
Rhodothorula spp
Macromorfologia (ágar Sabouraud)
Ágar Sabouraud: colônias de
cor branca a creme, cremosas e
lisas.
Candida albicans
Em ágar sangue, colônias de cor
creme, com formação de franjas
que lembram “ estrelas”.
Candida krusei
Colônia rosa
Macromorfologia em Chromagar
Macromorfologia
25. Pseudohifas:
abundantes e ramificadas
Clamidósporos terminais
estruturas arredondadas de
parede espessa
Blastoconídeos
são ovais e formam
aglomerados no septo das
pseudohifas.
Candida albicans
Micromorfologia
26. Identificação de fungos leveduriformes
• Tubo Germinativo
• Objetivo: Identificação presuntiva de Candida albicans e
C. stellatoidea (incubado com soro humano a 37°C/ 2-3
horas)
Descrição Método 1 Método 2
Meio de
cultura
Soro humano ou animal Clara de ovo
Procedimento 0,3 - 0,5mL (tubo de ensaio) →
cultura suspeita (idade 18-72h)
→ incubar a 37°C / 2-3h →
Inocular 1gt entre lâmina e
lamínula → microscópico
Inocular a cultura suspeita em
clara de ovo → incubar a 37°C / 2 -
3h → montagem microscópica
(tubos germinativos)
28. Identificação de fungos leveduriformes
• Demonstração de cápsula
• Indicar presuntivamente o agente
etiológico – Cryptococcus
neoformans (cápsulas em torno da
célula)
• Realizada com preparações
microscópicas com nanquim ou
nigrosina
• Suspensão de levedura em água
destilada + tinta da China + lâmina e
lamínula → microscópio
29. Identificação de fungos leveduriformes
3 – Testes fisiológicos ou bioquímicos
São usados para identificação final deste grupo de fungos
Assimilação de carboidratos
Assimilação de nitrato
Fermentação de carboidratos
Teste de Urease → ZIMOGRAMA
Sistemas comerciais
AUXANOGRAMA
}
31. Auxanograma
• Presença de oxigênio
• Utilização de fontes de:
• Carbono (a partir de açúcares)
• Nitrogênio (a partir de nitrato)
32. Auxanograma
• Meio basal sem fonte de carbono
• Sólido ou líquido
• Yeast Nitrogen Base (YNB)- 40mL
• Inóculo: escala 1 McFarland (2mL)
• Incorporar suspensão de levedura ao meio
• Aplicação de discos ou açúcar in natura
• Incubação 30oC por 24-48h
33.
34. Auxanograma
• Aplicação de compostos nitrogenados
• Peptona (controle positivo)
• Nitrato de potássio
• Incubação 30oC por 24-48 h até 7 dias
• Resultados: presença de zona de crescimento (leitura
visual)
35.
36. Identificação de fungos leveduriformes
Teste da Urease
Hidrólise da Uréia
Cryptococcus neoformans (99%), Rhodotorula e Trichosporon
→ urease positivo
Rápido crescimento em Agar Uréia de Christensen – coloração
rosa escuro (30ºC/5 dias)
Teste da Urease rápida
Controle positivo: C. neoformans
37. Identificação de fungos leveduriformes
Sistemas Comerciais
Manuais
Automatizados (Vitek 2, ID 32C )
Para identificação específica de C. albicans
São empregados tiras ou cartelas contendo uma série de
galerias plásticas com carboidratos desidratados ou outro
substrato bioquímico
Inoculação nas galerias → incubação (varia de 4h-2-3 dias) →
leitura
38. Cultura positiva
Exame direto
Bactéria Levedura
Cultura Pura
Sim Não
Obter Colônia Pura
por isolamento
Cápsula
+
Macromorfologia
Colônia bege:
Criptococcus sp
Colônia
salmão/laranja:
Rhodothorula sp
-
Tubo Germinativo
- +
C. albicans
Provas Bioquímicas e Cultivo em Lâmina (continua)
41. Bibliografia
• LEVY, C. E. Manual de Microbiologia Clínica para o Controle de Infecção em
Serviços de Saúde, 1ª edição, Módulo VII, Editora Agência Nacional de
Vigilância Sanitária, Campinas SP., 2004. Disponível em:
<http://www.anvisa.gov.br/ servicosaude/manuais/ microbiologia.asp>.
Acesso em 17/10/12.
• SIDRIM, J. J. C.; ROCHA, M. F. G. Micologia Médica à Luz de Autores
Contemporâneos, 1ª edição, Guanabara Koogan, 2004.
• ZAITZ. C, et al, Compêndio de Micologia Médica, 2º edição, Rio de Janeiro,
Guanabara Koogan, 2010.
42. • Micologia Médica à Luz de
AutoresContemporâneosSidrim JJC, Rocha
MFGGuanabara Koogan
Notas do Editor
Exame direto ou microscopia com coloração → amostras são semeadas em diversos meios de isolamento (achado micológico)
O talo de um fungo é tipicamente composto por filamentos tubulares microscópicos, chamados hifas. O conjunto de hifas tem o nome de micélio. A parede das hifas é semi-rígida, e os fungos podem apresentar três tipos morfológicos de hifas. O micélio pode formar uma rede frouxa ou um tecido compacto, como nos cogumelos. Além disso, os micélios podem ser vegetativos ou de reprodução, sendo estes responsáveis pela produção de esporos. As hifas dos micélios de reprodução são, em geral, aéreas, enquanto algumas hifas do micélio vegetativo podem penetrar no meio, em busca de nutrientes. ESTRUTURA DOS FUNGOS
Os fungos podem se desenvolver em meios de cultivo especiais formando colônias de dois tipos:
– leveduriformes;
– filamentosas.
As colônias leveduriformes são pastosas ou cremosas, formadas por microrganismos unicelulares que cumprem as funções vegetativas e reprodutivas.
As colônias filamentosas podem ser algodonosas, aveludadas ou pulverulentas; são constituídas fundamentalmente por elementos multicelulares em forma de tubo—as hifas.
As hifas podem ser contínuas ou cenocíticas e tabicadas ou septadas. Possuem hifas septadas os fungos das Divisões Ascomycota, Basidiomycota e Deuteromycota e hifas cenocíticas, os das Divisões Mastigomycota e Zygomycota.
Ao conjunto de hifas, dá-se o nome de micélio. O micélio que se desenvolve no interior do substrato, funcionando também como elemento de sustentação e de absorção de nutrientes, é chamado de micélio vegetativo.O micélio que se projeta na superficie e cresce acima do meio de cultivo é o micélio aéreo.Quando o micélio aéreo se diferencia para sustentar os corpos de frutificação ou propágulos, constitui o micélio reprodutivo.
Os propágulos ou órgãos de disseminação dos fungos são classificados, segundo sua origem, em externos e intemos, sexuados e assexuados. Embora o micélio vegetativo não tenha especificamente funções de reprodução, alguns fragmentos de hifa podem se desprender do micélio vegetativo e cumprir funções de propagação, uma vez que as células fúngicas são autônomas.
Estes elementos são denominados de taloconídios e compreendem os:
– blastoconídios,
– artroconídios
– clamidoconídios.
Os blastoconídios, também denominados gêmulas, são comuns nas leveduras e se derivam por brotamento da célula-mãe. As vezes, os blastoconídios permanecem ligados à célula-mãe, formando cadeias, as pseudo-hifas, cujo conjunto é o pseudomicélio.
Os artroconídios são formados por fragmentação das hifas em segmentos retangulares. São encontratos nos fungos do gênero Geotrichum, em Coccidioides immitis e em dermatófitos
Os clamidoconídios têm função de resistência, semelhante a dos esporos bacterianos. São células, geralmente arredondadas, de volume aumentado, com paredes duplas e espessas, nas quis se concentra o citoplasma. Sua localização no micélio pode ser apical ou intercalar. Formam-se em condições ambientais adversas, como escassez de nutrientes, de água e temperaturas não favoráveis ao desenvolvimento fúngico.
Entre outras estruturas de resistência devem ser mencionados os esclerócios ou esclerotos, que são corpúsculos duros e parenquimatosos, formados pelo conjunto de hifas e que permanecem em estado de dormência, até o aparecimento de condições adequadas para sua germinação. São encontrados em espécies de fungos das Divisões Ascomycota, Basidiomycota e Deuteromycota.
Vantagem: Permite estudo imediato das características micromorfológicas dos fungos recuperados
Desvantagem: Manipulação pode dificultar ou impedir a identificação dos isolados
T. Mentagrophy invade a bainha e perfura o outro não
T. Mentagrophy invade a bainha e perfura o outro não
Textura (pastosa ou mucóide)
Topografia (lisa ou rugóide)
Bordos (franjas filamentosas em torno da margem da colônia de algumas espécies)
Coloração → meios sólidos
o controle positivo aqui é o C. neoformans porque tem a urease pré-formada e dá um positivo em 4 horas; a cor rosa choque deve-se ao indicador vermelho de fenol que devido ao amoníaco formado da hidrólise da ureia muda para esta cor (inicialmente é alaranjado); a Rodhotorula dá um positivo em 24h e o Trichosporon é mais lento só dando ao fim de 72h; a leitura está na tabela mais à frente.