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Aula 01 introdução a arte como experiência

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Aula 01 introdução a arte como experiência

  1. 1. Arte e Estética Introdução – Aula 01 Prof. Ms. Elizeu N. Silva
  2. 2. O poeta e dramaturgo parisiense Jean Cocteau (1889– 1963) propõe um interessante paradoxo ao abordar a questão da função da arte. “A arte é indispensável. Se eu ao menos soubesse para quê...”. Esta é uma questão que atravessa os séculos e para a não há resposta final ou definitiva. A qual questão perturba a humanidade pelo menos desde as primeiras elucubrações filosóficas na Grécia antiga – que servem de matriz para todo o sistema filosófico e conhecimento ocidentais.
  3. 3. • Para que serve a arte? A questão é precedida por outra, também fundamental: • O que é arte, afinal? Que qualidades os objetos devem apresentar para que sejam aceitos como obras de arte? Aceita-se como válida a classificação da arte (considerada de forma geral) como forma de conhecimento. “Qualquer atividade mental produz um conhecimento; se a arte não o produzisse, seria uma brincadeira inútil”, afirma Lionello Venturi.
  4. 4. Sendo uma forma de conhecimento, que tipo de conhecimento a arte proporciona? A questão pode ser encarada pela oposição a outras formas de conhecimento reconhecidas: O PENSADOR, Auguste Rodin, 1902
  5. 5. SENSO-COMUM: A filosofia o considera como conhecimento vulgar. Trata-se de uma compreensão do mundo fundada na percepção imediata dos fenômenos, sem investigação detalhada que vise alcançar as verdades em nível de profundidade.
  6. 6. SENSO-COMUM (Cont.): Transmitida de geração a geração, e variando conforme as regiões geográficas e grupos sociais nas quais ocorre, constitui-se em saber popular às vezes transmissor de saberes válidos, outras vezes mantenedor de crendices e exotismos (por exemplo, simpatias).
  7. 7. RELIGIÃO: Fundado no pensamento místico, propõe uma interpretação da vida e do ambiente na perspectiva da relação direta entre a humanidade e a divindade. Procura explicar os fenômenos como causas divinas, superiores à capacidade racional do indivíduo de compreendê- las – cabendo- lhe, portanto, apenas aceitar as prescrições transcendentais.
  8. 8. RELIGIÃO (Cont.): Estabelecem, desta forma, a estrita dependência do indivíduo para com a divindade, a quem deve obediência e temor. “O conhecimento místico deve- se à completa dedicação do indivíduo ao universal, sem recorrer à razão”. (Lionello Venturi)
  9. 9. CIÊNCIA: A partir do século XV, uma nova tomada de consciência do SER decreta o esgotamento do modelo teocêntrico predominante na Idade Média. Essa tomada de consciência inicia o primado da RAZÃO que será sintetizado pelo “cogito” cartesiano (René Descartes, 1596–1650) no fim do século XVI: “Penso, logo, existo”.
  10. 10. CIÊNCIA (Cont.): Com o cogito, Descartes estabelece o ceticismo metodológico, em franca oposição ao pensamento religioso vigente até um século antes. O entendimento humano torna-se objeto da reflexão filosófica. “O pressuposto da teoria do conhecimento como reflexão filosófica é o de que somos seres racionais conscientes”. (Marilena Chauí)
  11. 11. ARTES: À exemplo dos dois primeiros, o conhecimento artístico não se funda na razão. Antes, constitui-se num olhar, numa maneira peculiar/particular de perceber o ambiente. Não se trata de uma visão universal. Ao Série SERTANEJA. Retirantes, Cândido Portinari, 1944 contrário, é absolutamente individual.
  12. 12. ARTES (Cont.): No entanto, é um individual que espelha a visão universal. “Aquela pintura de uma paisagem é o conhecimento de um indivíduo, por exemplo, mas no qual a imaginação do artista imprimiu o valor de um universal humano”. Série SERTANEJA. Criança morta, Cândido (Lionello Venturi) Portinari, 1944
  13. 13. A definição de VENTURI para o conhecimento artístico associa as formas de expressão do artista (sua estética) aos valores predominantes e universais na sociedade da qual participa (ética). Esta relação entre estética e ética nos permite perceber/entrever a maneira como povos do passado o modo pensavam, como se relacionam entre si e com o ambiente, ou povos isolados da atualidade, apenas observando a arte que produzem.
  14. 14. Algumas questões pertinentes: • A arte faz parte da vida das pessoas? Por que, atualmente, a arte ocupa um lugar tão distinto / separado das atividades “normais”? • Por que apenas poucas pessoas visitam galerias e museus de arte?
  15. 15. Algumas questões pertinentes: • Galerias e museus são os únicos lugares para se envolver com a arte?
  16. 16. No antigo Egito, a arte tinha finalidades históricas e ritualísticas. Tratava-se de um registro do cotidiano de reis e príncipes que garantiam a permanência da memória destes mesmo depois que morriam. Objetos artísticos na forma de joias e vasos acompanhavam os mortos ilustres nos sepultamentos, para que nada lhes faltasse.
  17. 17. Na Grécia antiga, berço do conhecimento Ocidental e da Arte Clássica, as obras de arte faziam parte do cotidiano das pessoas. Não eram criadas como obras de arte para contemplação, mas estavam mera inseridas no dia-a-dia. Esculturas e pinturas faziam parte da arquitetura. A poesia e a literatura constituíam-se em formas narrativas de feitos heroicos e de registros históricos. O canto e a dança participavam dos rituais religiosos.
  18. 18. Na Antiguidade e na Idade Média, a pintura, a música e a literatura tiveram importante papel na difusão da religião. Por meio dessas linguagens artísticas, populações analfabetas foram instruídas sobre os conteúdos bíblicos e os dogmas da Igreja. Em todos estes momentos da história, ao longo de séculos, a arte esteve presente no cotidiano das pessoas – e, portanto, não havia distinção entre a arte e o dia-a-dia.
  19. 19. O distanciamento entre arte e indivíduos é um fenômeno recente na história da humanidade. Começa no Renascimento, quando os artistas começam a ser reconhecidos como tal – ou seja, quando o produto de seu talento (a obra de arte) passa a ser reconhecida e admirada por suas qualidades estéticas intrínsecas – e não mais por MONA LISA, Leonardo Da Vinci, 1503 representar algo além dela
  20. 20. As pessoas desejaram ter as obras em casa, para deleite pessoal e passaram a encomendá-las aos grandes pintores. ESCOLA DE ATHENA, Rafael Sanzio (1483–1520)
  21. 21. Se na Idade Média a Igreja era a principal financiadora das artes, com encomendas que visavam decorar igrejas e mosteiros, a partir da Era Moderna, uma nova classe política – a burguesia endinheirada –, esta se torna a grande patrocinadora das artes. AS MENINAS (Família de Filipe IV, Diego Velázquez, 1656 Surge a figura dos mecenas.
  22. 22. Como as obras de arte eram produções raras – o afresco do teto da Capela Sistina, feito por Michelângelo, por exemplo, custou quatro anos de trabalho ao pintor; a pintura do altar Juízo Final tomou outros seis anos – somente as famílias abastadas, ou a nobreza, podia encomendá-las aos artistas. Rapidamente, tornaram-se símbolo de status. Nobres e plebeus endinheirados contratavam artistas para os pintarem no ambiente familiar ou em atividades prazerosas que revelassem o estilo de vida em que viviam e suas preferências pessoais.
  23. 23. JUÍZO FINAL (Altar da Capela Sistina), Michelangelo Buonarroti, 1534
  24. 24. O advento da sociedade industrial em fins do século XVIII e início do XIX fez surgir um novo modelo econômico: o capitalismo. Sob este princípio, o ideal perseguido pelos indivíduos e pelas empresas é o acúmulo de capital. Ora, sendo as obras de arte um produto valioso, naturalmente tornou-se objeto de desejo dos novos-ricos capitalistas – a burguesia industrial surgida na Inglaterra e que logo se tornaria predominante no restante da Europa e nos EUA.
  25. 25. Possuir obras de arte significava um importante investimento. Mais que isso, significava um passaporte para uma condição de elite inacessível para a maioria da população. Nas mãos dos capitalistas, a obra de arte vira mercadoria com altíssimo valor simbólico. Para a imensa população pobre, é destinada a produção da indústria cultural , geralmente de baixa qualidade, produzida em série e objetivando o consumo massificado.
  26. 26. “Quando um produto artístico atinge o status de clássico, de algum modo ele se isola das condições humanas em que foi criado e das consequências humanas que gera na experiência real de vida”. John Dewey
  27. 27. O STATUS DE PRODUÇÃO CLÁSSICA REFORÇA A SEPARAÇÃO ENTRE ARTE E INDIVÍDUOS: “A vida é compartimentalizada, e os compartimentos institucionalizados são classificados como superiores e inferiores; seus valores, como profanos e espirituais, materiais e ideais. (...) Visto que a religião, a moral, a política e os negócios têm seus próprios compartimentos, dentro dos quais convém que cada um permaneça, também a arte deve ter seu âmbito peculiar e privado”. John Dewey
  28. 28. A questão da acessibilidade às obras de arte deve ser pensada sob duas perspectivas: • O estranhamento pode ser superado por qualquer pessoa que se disponha a vencer as barreiras iniciais e conhecer o sentido da arte. É necessário conviver com a obra de arte. (Anne CAUQUELIN). Visitar museus e galerias de arte com espírito desarmado, livre de preconceitos, disposto a viver a experiência estética proporcionada pela arte é o primeiro passo.
  29. 29. Exposição OS IMPRESSIONISTAS. Centro Cultural do Banco do Brasil, SP, 2012
  30. 30. • As obras de arte estão presentes no cotidiano das populações urbanas. Os grafites, os murais, as intervenções urbanas são ótimos exemplos de artes visuais presentes no cotidiano das grandes cidades e que nem sempre são reconhecidas como arte. É preciso abrir os olhos e desenvolver a sensibilidade para percebê-las. Grafite. Os Gêmeos.
  31. 31. Bibliografia CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo, Ed. Ática, 2005 DEWEY, John. A arte como experiência. São Paulo, Martins Fontes, 2010 GOMBRICH, E. H. A história da arte. Rio de Janeiro, 16ª edição, LTC, 1999 READ, Herbert. O sentido da arte. São Paulo, 4ª edição, Ibrasa, 1978 VENTURI, Lionello. História da crítica de arte. Lisboa, Edições 70, 2007

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