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Prof. Ms. Rodrigo Cássio
Outubro 2012
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• “Se consideramos a
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    perspectiva, pintou assuntos incomuns com tratamentos
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ilusionista) não é transformada em
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não teriam qualquer interesse feitas
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• Isso indica, para Danto, o fim
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• O paradigma da expressão
  obteve grande ressonância a
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A artista está presente (Marina Abramovic, 2012)
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O fim da arte

  • 1. Prof. Ms. Rodrigo Cássio Outubro 2012
  • 2. • A verossimilhança produzida pelo ideal de equivalência ótica é convencionada? • O fato de que podemos associar o conteúdo de uma obra de arte a alguma coisa que percebemos na realidade (mímesis) é determinado pela cultura?
  • 3. • Não! Para Danto, somente a decisão de realizar a mímesis é cultural. A existência de imagens que se parecem com aquilo que representam não depende da cultura, mas sim do aprendizado e da evolução de técnicas de representação.
  • 4. Hokusai (1760-1849), artista japonês, adotou a perspectiva assim que soube de sua existência, sem que isso fizesse de suas obras “ocidentais”.
  • 5. • “Se consideramos a representação do espaço como sendo meramente matéria de convenção, o conceito de progresso evapora e a estrutura da história da arte que estamos discutindo deixa de ter qualquer aplicação” (Danto, p. 6)
  • 6. • Danto está se referindo, portanto, a uma compreensão da história da arte como possuidora de sentido linear, de finalidade, de um começo e fim determináveis. • É justamente o progresso das técnicas e dos meios de representação que justifica a existência de uma história da arte.
  • 7. • O medium (meio) de representação é passível de desenvolvimentos e de transformações. • Quando ele se desenvolve, não há novas ferramentas, instrumentos e materiais na arte, mas sim uma nova habilidade ou técnica praticada pelo artista no mesmo medium. Exemplos: A descoberta da perspectiva na pintura, ou a passagem do cinema P&B para colorido.
  • 8. • Quando o medium se transforma, os seus próprios limites é que devem ser superados, e novas ferramentas e instrumentos passam a ser utilizados. O medium se modifica substancialmente, como meio de representação. Exemplos: A adjunção do som às imagens no cinema sonoro ou o possível uso da holografia para um “cinema de arena”.
  • 9. • INFERÊNCIAS PERCEPÇÃO DIRETA • A arte progride, portanto, de acordo com as transformações dos meios em busca de uma capacidade cada vez maior de mostrar o conteúdo para um público que deve percebê-lo diretamente.
  • 10.
  • 11. O David esculpido por Bernini em 1624 procura inferir o movimento em um meio que não pode mostrá- lo. Não há percepção direta do movimento, mas pode-se entender que ele é uma característica dessa obra. Observação: A estaticidade não poderia ser característica de uma escultura, mas sim do cinema, pois nele o movimento já uma condição técnica, não mais uma característica.
  • 12. Esculturas moventes de Alexander Calder.
  • 13. • Danto observa algumas características curiosas sobre isso: - Sempre que há “expansão técnica” da arte, as obras focalizam a novidade. Exemplo: os irmãos Lumière filmando o movimento das ruas apenas para mostrar o movimento, ou os pintores do Renascimento que criavam quadros apenas para exercitar virtuosamente a perspectiva.
  • 14.
  • 15. Paolo Uccello é exemplo de um artista que, fascinado pela perspectiva, pintou assuntos incomuns com tratamentos extravagantes, de modo a exibir o seu domínio da técnica. O objetivo era exatamente esse: uma “batalha” entre o assunto e o virtuosismo de Ucello. Batalha de São Romano (1430-60)
  • 16. - Se a mímesis (representação ilusionista) não é transformada em diegesis (o espaço/tempo artificial em que se desenvolve uma narrativa), a arte deve perder o seu interesse e capacidade de entusiasmar. As filmagens dos irmãos Lumière não teriam qualquer interesse feitas hoje! Tampouco a virtuose da
  • 17. • A invenção do cinema realizou tecnicamente a “imitação” do movimento. A criação do cinema narrativo (sua diegese) ocorreu na mesma época em que pintura e escultura abandonavam seus objetivos miméticos. • Isso indica, para Danto, o fim da história da arte.
  • 18. • Nós abandonamos o paradigma histórico da arte como realização da equivalência ótica, pois ela há muito tempo já não nos surpreende. • As vanguardas do século XX tiveram que justificar a arte, encontrar novo(s) paradigma(s), encontrar novos critérios de julgamento. • A realidade muda, a teoria precisa
  • 19. Houve quem dissesse que Matisse teria desaprendido a pintar (ou ainda o sabia, mas estava louco), já que o nariz de sua esposa não continha a faixa verde que o retrato de 1906 mostrava.
  • 20. As esculturas de Alberto Giacometti também exemplificam a arte que motivou a teoria da expressão. São “figuras impossivelmente emagrecidas, nem por razões óticas, nem porque há seres assim, mas porque os artistas revelam sentimentos de agressividade, nostalgia espiritual ou compaixão” (Danto, p. 12)
  • 21. • O paradigma da expressão obteve grande ressonância a partir da publicação de A estética como ciência da expressão, de Benedetto Croce (1902). • A arte seria a comunicação de um sentimento, a objetificação do que o artista sente. Disso não se pode derivar uma história progressiva da arte, mas somente uma história dos artistas.
  • 22. • O conceito de expressão relativiza a arte e supõe a possibilidade de modificarmos arbitrariamente a história cronológica da arte. Por exemplo: Picasso poderia vir antes do Barroco. Isso anula a interpretação das obras numa estrutura histórica linear.
  • 23. • A teoria da expressão foi certeira, pelo menos, no resgate da questão: o que a arte é? • Danto nos conduz para além do conceito de expressão, ao propor que o fim do progresso histórico da arte inaugurou uma era de pluralismo.
  • 24. A autoconsciência da arte foi despertada quando Andy Warhol criou suas Brillo Boxes (1964).
  • 25. • Poderíamos dizer que a arte se dá a si mesma sua definição. Vivemos um momento de muitos conceitos (inclusive com a chamada arte conceitual ou as performances) e menos obras (materialmente falando).
  • 26. • “Os objetos se aproximam de zero enquanto a teoria sobre eles se aproxima do infinito, de modo que virtualmente tudo o que há no final é teoria, tendo a arte finalmente se vaporizado num deslumbre de puro pensamento sobre si mesma, um objeto de sua consciência teórica” (Danto, p.
  • 27. Coiote, eu gosto da América e a América gosta de mim (Joseph Beuys, 1974)
  • 28. A artista está presente (Marina Abramovic, 2012)
  • 29. Prof. Ms. Rodrigo Cássio Universidade Estadual de Goiás Goiânia, 2012.