SlideShare uma empresa Scribd logo
1
Cadeira de
PATRIMÓNIO MUNDIAL E TURISMO CULTURAL
Artur Filipe dos Santos
MARIANTES DO RIO DOURO
MITOLOGIA PORTUGUESA
Património imaterial das
Lendas e mitos das nossas terras
Aula 1
Artur Filipe dos Santos
• Artur Filipe dos Santos
• Doutorado em Comunicação, Publicidade, Relações Públicas e Protocolo pela Faculdade de
Ciências Sociais e da Comunicação da Universidade de Vigo, é atualmente professor adjunto
no ISLA Instituto Politécnico de Gestão e Tecnologia e coordenador da licenciatura de
Comunicação e Tecnologia Digital e docente na Universidade Lusófona do Porto, Atua como
docente e investigador nas área(s de Ciências Sociais com ênfase em Ciências da
Comunicação, Comunicação e Divulgação do Património. Perito em Protocolo (de Estado,
Universitário, Multicultural e Empresarial) é membro da Associação Portuguesa de Estudos de
Protocolo (APOREP), membro da Sociedad de Estudios Institucionales, UNED, Espanha,
investigador e membro da Direção do Observatório Iberoamericano de Investigação e
Desenvolvimento em Comunicação (OIDECOM-Iberoamérica), Espanha, membro do Centro de
Investigação em Comunicação (ICOM-X1) da Universidade de Vigo, Espanha, membro da
Associação Portuguesa de Ciências da Comunicação (SOPCOM). É ainda divulgador dos
Caminhos Portugueses a Santiago de Compostela. É membro do ICOMOS (INTERNATIONAL
COUNCIL OF MONUMENTS AND SITES), organismo pertencente à UNESCO, responsável pela
avaliação das candidaturas dos bens culturais universais a Património Mundial Como jornalista
fez parte da TV Galiza, jornal A Bola, Rádio Sim (grupo Renascença), O Primeiro de Janeiro,
Matosinhos Hoje, Jornal da Maia.
2
Artur Filipe dos Santos – artursantos.com.pt@gmail.com
•https://omeucaminhodesantiago.wordpress.com/ (Blogue)
•https://politicsandflags.wordpress.com/about/ (Blogue)
•https://arturfilipesantos.wixsite.com/arturfilipesantos (Académico)
•https://comunicacionpatrimoniomundial.blogia.com/ (Académico)
•Email: artursantos.com.pt@gmail.com
3
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
• Quem não conhece a
história do Adamastor e
Vasco da Gama, a
Lenda de Aljubarrota, a
da Moura da Ponte de
Chaves ou do Galo de
Barcelos?
4
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
• As lendas e mitos que
povoam a cultura
portuguesa são
resultado de séculos de
influências provocadas
pelos povos europeus e
pelos nativos das terras
descobertas
5
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
• A mitologia portuguesa
é herdeira de uma
mistura de povos e de
culturas, com
mitologias diversas
entre si, que deixaram
um legado fértil
imaginário, passada de
gerações em gerações
por via oral.
As lendas não aparecem do nada – para isso temos os
contos, mesmo as fábulas. O património lendário socorre-se
sempre de algum fenómeno, algum objecto, algum período
histórico, para arvorar uma narrativa em torno disso.
6
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
• Engloba o conjunto de
narrativas maravilhosas e
lendas sobre personagens
e as suas façanhas,
fenómenos naturais e
objectos extraordinários
ou regiões fantásticas,
com características
sobrenaturais,
transmitidas de geração
em geração, no decorrer
dos séculos, tanto no
campo literário como no
da tradição oral.
7
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
• A mitologia portuguesa
tem como base a
mitologia dos povos
autóctones da Lusitânia
pré-romana, legado
este que não
sobreviveu à conversão
para o cristianismo.
Ares Lusitani ou Ares Lusitano era o deus dos
cavalos e cavaleiros na mitologia lusitana
8
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
• Endovélico, Navia e
Turiacos: os deuses da
religião dos Lusitanos
9
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
• Atégina
• Deusa Tripla: da Natureza, da
Cura e Infernal. Identificada
pelos romanos por Prosepina,
daí ser considerada mais
tarde, de Deusa Infernal, que
desaparece no Submundo
para depois renascer. Deusa
de Turóbriga (Betúria Céltica),
sede do seu culto, provém do
céltico Ate- (irlandês antigo
Aith) e gena, que significa
Renascida , sendo uma Deusa
da fertilidade e dos frutos da
terra, que renascem todos os
anos, portanto ligada à Terra e
ao Renascimento.
10
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
• Era-lhe também prestado um
culto devotio, que consistia
em invocar, através de certas
fórmulas, divindades para
prejudicar alguém (da simples
praga até à morte). Era,
contudo, também Deusa
Curadora, como comprovam
muitas inscrições. Tal como
Endovélico, poderá ter sido a
divindade principal de uma
Trindade, a sul do Tejo,
juntamente com um Arenito
(Deus da Força) e de
Quangeio(?) (Deus da
Fertilidade).
11
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
• Ares Lusitani
• Deus adorado a Norte do Tejo.
Os Lusitanos, segundo Tito
Lívio e Estrabão, sacrificavam
um bode e cavalos de guerra.
É possível que exista uma
estreita analogia entre a
iniciação cavaleiresca e a
simbólica do cavalo como
veículo da demanda espiritual.
Neste sentido, o cavalo era o
símbolo do guerreiro, daquele
que se eleva ao céu pelo seu
triunfo ou pelo seu sacrifício.
12
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
• Bandonga
• Deusa conhecida por
uma inscrição que
contém uma
interessante referência
a um indivíduo de
nome Celtius, podendo
aqui referir não tanto
um nome próprio mas
mais um nome de
proveniência étnica,
isto é, “dos Celtas”.
13
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
• Bandonga
• O nome da Deusa
parece comprovar esta
teoria, pois Band
significa em celta
“ordenar” ou “proibir”,
mas também um
prefixo feminino (ainda
hoje usado na Irlanda,
com por exemplo em
Banshee).
14
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
• Bormanico
• Deus ou Génio tutelar
das águas termais;
equivalente a Esculápio.
O seu nome significa
“faço ferver”, isto é, a
água que brota nas
caldas. Esta entidade
pode ter um carácter
iniciatório.
15
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
• Com efeito, «na água tudo se
“dissolve”, toda a “forma” se
desintegra, a toda a “história” é
abolida (…) A imersão equivale,
no plano humano, à morte e no
plano cósmico, à catástrofe
(dilúvio) que dissolve
periodicamente o mundo no
oceano primordial (…) As águas
possuem a virtude da
purificação, de regeneração e de
renascimento, porque
mergulhado nela “morre” e,
erguendo-se das águas, é
semelhante a uma criança sem
pecados e sem “história”, capaz
de receber uma nova revelação.
• Bormanico
16
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
• Cariocecus
• Deus Lusitano da Guerra,
equivalente a Marte (Ares).
Segundo Estrabão,
“ofereciam um Bode e os
prisioneiros e cavalos (de
guerra?)”. Como é sabido,
os Lusitanos: “Tinham
presságios da inspecção das
vísceras dos prisioneiros de
guerra, para o que os
cobrem com saios…;
cortando a mão direita dos
cativos, consagram-nas aos
Deuses”.
17
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
• Durbedicus
• Nome decomposto em
Durb (irl. ant. drucht,
“orvalho”) + ed + icus,
estes últimos sufixos
comuns entre os celtas.
Seria assim, “o Deus que
goteja”, ou seja, um Deus
ligado à água, de uma
fonte ou do rio Avus, que
passa perto de Ronfe
(Guimarães), onde a
inscrição foi encontrada.
https://www.viasromanas.pt/vrinfo.html
18
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
• Endovélico
• O mais conhecido dos
Deuses Antigos da
Lusitânia, semelhante ao
Deus celta Sucellus (lê-se
Suke-los) de cujo o culto
existem vestígios. O seu
templo no outeiro de S.
Miguel da Mota, perto de
Terena no Concelho do
Alandroal, no Alentejo,
foi estudado
abundantemente.
19
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
• Investigações recentes
mostram que Endovellico
está presente numa área
geográfica maior do que
se julgava e revelaram
inclusive novos locais de
culto de origem
nitidamente indo-
europeia, pelo que a
atribuição de
Endovellicus aos celtas é
por muitos aceite.
20
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
• Leite de Vasconcelos
explicou que o nome
céltico Andevellicus,
compara-o com nomes
galeses e bretões,
dando-lhe o significado
“o Deus Muito Bom”
curiosamente o mesmo
espíteto do deus
irlandês Dagda.
21
Santuário do Endovélico (Terena) (Distrito de
Évora)
22
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
• Navia ou Nabia
• Deusa tal como
Tongoenabiagus, é uma
divindade da Água,
associada a rios, pois
existem vários com esse
nome em alguns lugares
em que apareceram as
inscrições onde também
passam rios. Significa
“água corrente”.
A Fonte do Ídolo, em Braga
Nabia era a deusa dos rios e da água na
mitologia galaica e lusitana. O rio Navia, na
Galiza, o rio Neiva, perto de Braga (antiga
capital da Galécia) e o rio Nabão que passa por
Tomar, no centro de Portugal, foram
baptizados em sua homenagem. Nabia era
especialmente adorada entre os Brácaros, tal
como é comprovado pelas inscrições
epigráficas em língua céltica da Fonte do Ídolo
em Braga (Bracara Augusta) e latina de
Marecos (Penafiel).
23
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
• Tongoenabiagus
• Deus da(s) fonte(s) dos
juramentos, (o seu nome
significa Deus da fonte
que se jura). Existe na
cidade de Braga uma
fonte dedicada a este
Deus, pelas promessas
feitas junto da mesma.
Compreende-se,
portanto, que se fizeram
juramentos por Ele, junto
da fonte(s) da sua
Invocação.
Fonte do Ídolo, Braga
Tongoenabiagus à esquerda
Deusa Nabia à direita
24
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
• Turiacus
• Divindade dos Gróvios
(povo de Entre-o-
Douro-e-Minho),
decompõe o nome em
Turius + acus, e
compara-o com uma
inscrição irlandesa (Tor í
rí no tighearna). É um
Deus Poderoso, relativo
ao poder, pois tor,
significa, Rei ou Senhor.
25
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
• Sucellus (Gaulês)
• Deus da Agricultura,
das Florestas e das
bebidas alcoólicas (é
muitas vezes
representado a carregar
um barril de cerveja,
(suspenso numa
estaca), e um martelo
de Deus. A sua consorte
é Nantosvelta, deusa da
Natureza.
26
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUEES
• Mars Cariociecus
• Divindade local, cujo
culto se fazia na região
da Galiza (Tuy). Leite de
Vasconcelos esgrime
entre a hipótese do
elemento cario provir
do celta corio que
significa corpo de
tropas.
(Vortexmag, 2019)
27
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUEES
• No entanto, é possível
que alguns elementos
tenham sido
preservados e
cristalizados nos contos
e tradições populares,
assim como em
diversos
hagiotopónimos. Nome próprio de um lugar relacionado com
um nome de santo ou relativo ao sagrado (e
x.: Santiago de Compostela e Santo Tirso
são hagiotopónimos).
28
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
• José Leite de
Vasconcelos Cardoso
Pereira de Melo, mais
conhecido por Leite de
Vasconcelos, linguista,
filólogo, arqueólogo e
etnógrafo português
escreveu:
29
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
• “Seria fácil mostrar como
das épocas mais antigas
da Lusitânia, ainda
mesmo dos tempos pré-
históricos, até hoje se
têm mantido muitas
crenças, costumes, etc., e
como a maior parte das
lendas da nossa Igreja e
usos cristãos derivam do
paganismo”
(Leal, 2000)
30
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUEES
• A mitologia lusitana,
sob a forma de
testemunhos
esculpidos na pedra,
revela a existência de
uma miríade de
divindades das quais se
destacam Atégina,
Bandua e Endovélico.
31
Atégina ou Ataegina é a
deusa do renascimento
(Primavera), fertilidade,
natureza e cura na
mitologia lusitana. Viam-na
como a deusa lusitana da
Lua.
Bandua era uma deusa
protectora dos Celtas
Lusitanos, por sinal uma
divindade protectora,
associada ao domínio das
regras e da ordem, bem
como das ligações e laços
entre os homens
Endovélico é uma
divindade Céltica da Idade
do Ferro venerada na
Lusitânia pré-romana.
Deus da medicina e da
segurança, de carácter
simultaneamente solar e
ctónico (subterrâneo
32
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
• Estrabão, num dos raros
relatos sobre os costumes
nativos, diz que no cabo
Sagrado (Cabo de S.
Vicente), o lugar onde os
deuses se reuniam de noite,
havia diversas pedras,
amontoadas em grupos de
três ou quatro, que eram
viradas ao contrário pelos
visitantes e que, após um
ritual em que estes
ofereciam uma libação, as
pedras tornavam a ser
reviradas na sua posição
anterior.
33
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
• Este seria um dos relatos
mais antigo de um culto das
pedras, penedos e
montanhas que a tradição
preserva ao longo do
tempo em crenças como a
da procissão infantil para
pedir chuva, nos moledros
dispersos pelas paisagens,
nos Fiéis de Deus
venerados nas beiras dos
caminhos, na pedra de raio
que Solino comenta ser
objecto de culto pelos
lusitanos, ou mesmo na
lenda da pedra-moura.
Cromeleque dos Almendres, Évora
Gaio Júlio Solino
foi um gramático
latino e compilador
de diferentes
obras, que viveu
no século III ou IV.
Foi o autor de De
mirabilibus mundi,
34
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
• Moledros (os milladoiros
galegos)
• Moledros, moledos ou melé
dros, são pequenos
montículos de pedras.
Existe a crença de que
quando se retira uma pedra
do montículo ela retorna de
madrugada ao moledo.
"Quando se leva do
moledro uma pedra, e se
deixa num sítio, aí a pedra
anoitece, mas não
amanhece."
35
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUEES
• Também se conta que
quando alguém leva uma
pedra do moledro, às
escondidas sem ninguém
saber, e se coloca a pedra
debaixo do travesseiro,
no dia seguinte aparece
um soldado, que logo
desaparece, e se
transforma em pedra
para depois de novo
reaparecer no moledro.
36
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
• Segundo Leite de
Vasconcelos, no Cabo
de São Vicente, em
Portugal, dizia-se que
cada uma das pedras é
um soldado.
Antigamente os
moledros eram
associados à expedição
de Dom Sebastião de
Portugal.
De origem desconhecida o termo pode ser
comparado ao proto-celta *mol-eje/o(?)
que significa louvar.
37
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
• Certos tipos de
moledos colocados à
beira da estrada são
também chamados de
“Fiéis de Deus”. Os Fiéis
de Deus são pequenos
montes de pedras nas
beiras das estradas de
Portugal nos locais em
que antigamente eram
enterrados os
justiçados.
38
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
• Havia o costume de
qualquer viajante que
por ali passava rezar
pelo fiel defunto e jogar
uma pedra no local que
acabava por formar a
pouco e pouco um
pequeno monte de
pedras.
39
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
• Os Fiéis de Deus
representam o costume
primitivo de fazer peso
sobre o cadáver para este
não voltar ao mundo com
o intuito de perseguir os
vivos. Na Galiza os Fiéis
de Deus (ou Fes de Deus)
são seres sobrenaturais,
espíritos nocturnos cujo
destino é vagar pela
noite. São espiritos
dignos de compaixão e
que por vezes reclamam
orações.
Saber mais: http://cvc.instituto-
camoes.pt/conhecer/biblioteca-digital-
camoes/etnologia-etnografia-tradicoes.html
40
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
• Associada a um culto
solar ou ritual de
fecundidade, a Nossa
Senhora d'Antime (Fafe),
também chamada
Senhora do sol, uma
pedra tosca de granito
metamórfico, apenas
com o rosto esculpido; é
a sobreposição de um
culto cristão a um ritual
pagão.
Associada ao culto, como sempre acontece, conta a tradição
de uma imagem da Virgem teria aparecido no monte de S.
Jorge, em local disputado pelas duas freguesias limítrofes,
Fafe e Antime. Após longa animosidade, as populações das
duas localidades chegaram a um acordo: a imagem de Nossa
Senhora de Antime ficaria todo o ano na igreja de Antime
mas, no dia da sua festa, os homens de Antime viriam traze-la
ao limite da paróquia, ao romper da alva. Aí, os de Fafe a
levariam para a sua vila, onde a festejariam até ao pôr-do-sol,
altura em que a pesadíssima imagem voltaria à sua residência
habitual.
41
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
• Os frades de pedra são
associados a um culto
fálico pré-romano,
também identificado
nas estátuas-menir da
idade do bronze, assim
como a tradição do
levantamento do
mastro de Fonte Arcada
(Penafiel) e o cortejo do
Pinheiro das Festas
Nicolinas (Guimarães).
Frades de pedra ou reverentes petrificados são
pilares ou marcos de pedra, de forma redonda
(assumindo quase sempre a configuração e o
significado com origem num velho culto fálico)
fixados no chão.
42
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
• E ainda temos os ”Fradinhos
de Mão Furada”, personagens
semelhantes a duendes
caseiros. Seres que tanto
concede favores e benefícios
como engana e prega
partidas. Tem na cabeça um
barrete encarnado, entra nos
quartos de dormir, durante a
noite, através do buraco da
fechadura das portas e
escarrancha-se à vontade em
cima das pessoas,
frequentemente causando
grandes pesadelos.
43
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
• “Uns chamam-me Diabinho
da Mão Furada e outros
Fradidinho, por alguns de
nós termos as mãos tão
rotas de liberalidades, que
em muitas casas onde
andamos fazemos ferver o
mel, crescer o azeite,
aumentar-se os bens,
lograrem-se felicidades e,
sobretudo, quando no-lo
merecem com a boa
companhia que nos fazem,
descobrimos tesouros
escondidos aos donos das
casas em que andamos”.
44
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
• O culto das cabeças
cortadas representado nas
esculturas e artefactos
galaico-lusitanos que
supõe-se ser um ritual
religioso de origem celta,
relacionado a divindades
associadas a cultos agrários,
funerários e guerreiros ao
qual Rafael Loureiro indica
haver uma continuidade na
tradição das caveiras
iluminadas, que chamam-se
em Portugal de coca ou
coco
A coca ou cuca é um ser mítico, uma espécie de fantasma,
bruxa ou bicho-papão com que se assustam meninos.
Embora não tenha uma aparência definida, este ser
assustador tinha uma representação figurada, a sua cabeça
era uma espécie de abóbora ou cabaça da qual saía luz (ou
fogo)
45
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUEES
• Um ser que Gil Vicente
chama de demo no Auto
da Barca do Purgatório e
que foi ao longo dos
séculos representado nas
festas do Corpo de Deus
por um dragão e nas
procissões pelo faricoco
(do latim far, farris mais
coco) e que deu o nome a
um traje ainda em uso no
início do século XX, a
coca.
46
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
• Aos rituais do solstício de
inverno e mesmo os que
se celebram no equinócio
da primavera, segundo
Hélder Ferreira que lhes
atribui uma origem celta,
estão associadas as
máscaras ibéricas. E a
esta tradição associa-se
uma outra também
milenar a dos Madeiros,
fogueiras da Páscoa e
galheiros ou cambeiros.
47
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
• Mitologia do período romano
• Após a conquista romana da
península Ibérica e subsequente
romanização, fruto de um lento
processo de aculturação mais
evidente a partir do século II d.c,
os nomes das divindades
indígenas são frequentemente
latinizados pela sua similitude
fonética ou simplesmente
associados, pela similitude das
funções e qualidades, aos deuses
greco-romanos como por
exemplo se verifica com o Ares
Lusitani ou o Mars Cariocecus.
Carióceco (em latim: Cariocecus) ou Marte
Carióceco (em latim: Mars Cariocecus) era o
deus da guerra na mitologia lusitana. Era o
equivalente lusitano para os deuses romanos
Marte e para o grego Ares.
48
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUEES
• Outras fontes
importantes foram os
autores greco-romanos
que registaram algumas
lendas como a do rei
Luso fundador da
Lusitânia, a lenda da
fundação de Olissipo
por Ulisses, ou a
presença de nereidas e
tritões na margem do
rio Tejo.
49
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
• A tolerância religiosa, irá
deixar de existir ainda
durante o Império
Romano. Os cultos
pagãos acabaram por ser
proibidos motivados por
interesses de ordem
político-religiosa por
parte do clero cristão a
partir do momento em
que o Império Romano
assumiu o cristianismo
como sua religião.
A Coca de Monção
50
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
• No século VI, quando os
suevos e os visigodos
mandavam na Península
Ibérica, é evidente a
existência de deidades
pagãs «uns adoravam o sol,
outros a lua ou as estrelas,
outros o fogo, outros a água
profunda ou os mananciais,
acreditando que todas
estas coisas não tinham
sido criadas por Deus para
uso dos homens, mas que
tendo nascido por si
mesmas eram deuses».
51
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
• Diversos mitos e lendas
foram criados durante a
época histórica da
criação da
nacionalidade e a sua
elaboração foi
ganhando contornos
mais elaborados ao
longo das gerações.
Lenda de Santa Iria Conta a história que na antiga
Nabância (Tomar) nasceu Iria, uma bela jovem.
Desde cedo, Iria descobriu a sua vocação religiosa e
entrou para um mosteiro. A região era governada
pelo príncipe Castinaldo, cujo filho Britaldo tinha por
hábito compor trovas junto da igreja de S. Pedro.
52
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
• Os mitos portugueses
integram diversos tipos
de narrativas, que nos
revelam os aspectos da
imaginação nacional
portuguesa
concentrada em torno
do ciclo da vida e da
morte e das forças da
natureza, com origem
em diversas fontes:
53
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
• “Lenda de Maria
Mantela e dos sete
Gémeos”
•
• Morava Maria
Mantela com seu
marido Fernão Gralho,
numa casa da Rua da
Misericórdia, nas
proximidades da Igreja
Matriz...
Estátua de homenagem à
maternidade em Chaves
• Na Igreja de Santa Maria Maior de Chaves. junto ao
altar mor, em tempos passados existia um epitáfio,
testemunho real da fundamentação da lenda e que
dizia: "Aqui jaz Maria Mantela, com seus filhos à
roda dela".
54
55
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
• O corpus mítico
português continua a
constituir-se e
densificar-se. Desde o
século XIX que
importantes
contribuições foram
feitas na recolha de
contos, lendas e
folclore.
56
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
• De entre os investigadores destaca-
se o contributo de autores como
Gentil Marques. Publicou largas
dezenas de títulos, em grande
parte ficção e biografias, sendo o
mais conhecido "Lendas de
Portugal". Nas biografias, um dos
seus mais importantes trabalhos é
uma história da vida de Eça de
Queirós. No cinema, uma das suas
obras é o filme "Nau Catrineta", do
qual foi realizador, sendo também
de realçar o documentário que
efectuou sobre a Exposição do
Mundo Português, realizada em
Belém em 1940.
57
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
• Outra personalidade foi Alexandre
Herculano
• Herculano foi o responsável pela
introdução e pelo desenvolvimento da
narrativa histórica em Portugal.
Juntamente com Almeida Garrett, é
considerado o introdutor do
Romantismo em Portugal,
desenvolvendo os temas da
incompatibilidade do homem com o
meio social. Como historiador,
publicou História de Portugal de
Alexandre Herculano, em quatro
volumes, e História da Origem e
Estabelecimento da Inquisição em
Portugal, e organizou Portugaliae
Monumenta Historica (coleção de
documentos valiosos recolhidos de
cartórios conventuais do país).
58
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
• Na contemporaneidade
temos o etnógrafo Alexandre
Parafita, com extensa obra
publicada sobre o património
e tradição oral portuguesa,
bem como no domínio da
literatura infanto-juvenil.
• Da sua obra destacam-se as
coleções Património
Imaterial do Douro e Castelos
de Portugal: Roteiros de
Lendas
59
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
• Os mitos portugeses não
guardam apenas deuses
celtas ou lusitanos,
santos ou mártires, reis
ou donzelas, castelos e
princesas. À semelhança
da Galiza e de outras
paragens onde a cultura
celta ainda se encontra
enraizada, várias terras
portuguesas guardam na
memória criaturas mticas
e fantásticas:
• Livro “Bestiário
Tradicional
Português”, de Nuno
Matos Valente
60
61
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
• AS MOURAS ENCANTADAS
• As moiras ou mouras
encantadas ou "mouriscas"
são espíritos, seres fantásticos
com poderes sobrenaturais
dos folclores português e
galego. São, de acordo com
Leite de Vasconcelos "seres
obrigados por oculta força
sobrenatural a viverem em
certo estado de sítio como
que entorpecidos ou
adormecidos, enquanto
determinada circunstância
lhes não quebrar o encanto".
62
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
• Segundo antigos relatos
populares, são as almas
de donzelas que foram
deixadas a guardar os
tesouros que os
mouros encantados
esconderam antes de
partirem.
• LENDA DO OVO DA RAINHA (Vieira
do Minho)
• Segundo a lenda, andava por aquele
local, uma linda moura, apesar de já
ser velhinha mantinha, por artes
mágicas a sua beleza jovial, a
estender meadas de ouro ao sol. E,
de repente apareceram dois grupos
de homens que eram inimigos, dos
quais já se conheciam disputas entre
si: um vindo dos lados de Bucos e o
outro das bandas de São Frutuoso
que lutavam pela posse do Castelo. A
moura que se encontrava no alto do
penedo, com os seus poderes
mágicos, fez abrir o penedo e aí se
fechou com as suas meadas de ouro,
ficando lá encantada para sempre.
63
64
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
• Podem assumir diversas
formas e existe um grande
número de lendas, e versões
da mesma lenda, como
resultado de séculos de
tradição oral. Surgem como
guardiãs dos locais de
passagem para o interior da
terra, os locais "limite", onde
se acreditava que o
sobrenatural podia
manifestar-se. Aparecem
junto de nascentes, fontes,
pontes, rios, poços, cavernas,
antigas construções, velhos
castelos ou tesouros
escondidos.
Clique aqui para conhecer as variantes
De Mouras
65
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
• Nos contos de fadas
portugueses o olharapo
pertence a uma raça de
gigantes que tem um grande
olho na testa (Ciclope), e é
parecido com o alicórnio.
Segundo Alexandre Parafita, o
olharapo é referenciado,
especialmente, em contos e
lendas transmontanos que o
apresentam como um gigante
antropófago, violento e feroz,
que tem a particularidade de
possuir um único olho no
centro da testa.
• O Olharapo
66
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
Aventesmas
• Um Aventesma, em uso
comum, será um
fantasma ou uma
aparição. Esta forma mais
ou menos genérica de
definir o termo ganha
contornos um pouco
mais específicos no
interior norte (Trás-os-
Montes e Beira Alta) e
em pontuais localidades
do litoral norte como é o
caso da Póvoa de Varzim.
O Aventesma aparece defronte de
qualquer incauto que se passeie por
trilhos campestres e inóspitos.
67
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
• HOMEM DO SACO
• O velho do saco ou homem do
saco é uma figura mitológica
semelhante ao bicho-papão,
retratado como um homem
com um saco nas costas que
carrega crianças malcriadas.
Variantes dessa figura
aparecem em todo o mundo,
principalmente em países
latinos, como Espanha,
Portugal, Brasil e países da
América espanhola, onde é
conhecido como "hombre do
costal", "hombre del saco" e
na Europa Oriental. Lendas
semelhantes são encontradas
no Haiti e em alguns países da
Ásia.
68
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
• O bicho-papão, bitu, papa-gente,
papão, bebe papão, cuca, papa-
figo, tutu, boitatá, manjaléu ou
mumuca é um ser imaginário da
mitologia infantil portuguesa
estando também presente no
resto da Península Ibérica, como
na Galiza, na Catalunha e nas
Astúrias. O bicho-papão é a
personificação do medo. É um
ser mutante que pode assumir
qualquer forma; é um ser ou
animal frequentemente de
aspecto monstruoso comedor de
crianças, um papa-meninos. Está
sempre à espreita e é atraído por
crianças desobedientes
Bicho Papão
• "Vai-te papão, vai-te
embora de cima desse
telhado, deixa dormir o
menino um soninho
descansado."
69
70
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
• O Secular das
nuvens, Escolar das
nuvens ou Escolarão é
um ser mítico do
folclore português.
O Secular das Nuvens é
quem faz as
tempestades, anda
pelas nuvens a batalhar,
faz o raio e o trovão, faz
as tempestades e leva-
as para onde ele quer.
• Secular das Nuvens
71
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
• Na Galiza crê-se que os
escolares «eram
homens muito sábios
que subiam às nuvens e
faziam trovejar».
• Segundo a crença, para
formar um secular das
nuvens basta matar um
homem, mas devagar e
por partes.
72
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
• Segundo Constantino Cabal,
o Secular das nuvens seria
uma referência aos
estudantes que cursavam a
Magia na famosa Cova de
Salamanca.
• "Os mathematicos das covas
de Hercules geram as
trovoadas subindo às nuvens,
e devastam com a tormenta
as povoações que lhes apraz,
às vezes caiem tisnados do
alto do céu. Uma vez caíu um,
que ficou enterrado até a
cintura na terra e ninguém lhe
podia falar."
Antigamente tinha-se dos matemáticos o
mesmo conceito que se tinha dos que
exerciam a magia
73
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
Trasgo
• Trasgo é um ser
encantado do folclore
do norte de Portugal,
especialmente da
região de Trás-os-
Montes. Rebeldes, de
pequena estatura, os
trasgos usam gorros
vermelhos e possuem
poderes sobrenaturais.
74
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
• Aparentados com os
trasnos galegos, os
trasgus asturianos, os
duendes castelhanos e
os follets e donyets
catalães, os trasgos
pregam partidas e
fazem maldades:
Conxuro da queimada galega
75
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
• Partem louça, quebram
vidros, arrastam móveis,
espalham a fruta, mudam
os objectos de lugar. Tal
como o Zanganito e o
Fradinho da mão furada o
trasgo é um ser
sobrenatural que se
parece com os seres
humanos, que é de baixa
estatura e que prega
partidas, principalmente
de noite e dentro das
casas das pessoas.
76
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
• Segundo as antigas
crenças, os trasgos são
pequenas “almas
penadas”, crianças que
não foram baptizadas que
retornam para pregar
partidas. Por este motivo,
Trasgo pode também
significar: aparição
fantástica, espírito,
diabrete, génio, duende
e, em sentido figurado,
pessoa traquina
77
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
• No concelho de Vimioso,
ainda há ruínas de um
velho “moinho dos
trasgos”, em Caçarelhos..
Com o mesmo nome,
também em Vilar de
Peregrinos, no concelho
de Vinhais, se faz alusão
aos vestígios de um velho
moinho, sobre o qual a
população sustenta uma
curiosa lenda (Parafita,
2003: 26).
78
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
• Os galegos ainda
guardam na sua
tradição oral frases
idiomáticas que nos
recordam estas
criaturas:
79
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
• Andar feito un trasno:
dise de quen anda só
por camiños solitarios.
• Facer trasnadas: facer
maldades ás agachadas.
• Ser do coiro do trasno:
ser da pel do demo,
aplicado a rapaces que
adoitan facer trasnadas.
80
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
• Ser un trasno:
cualifícase así ó que
parece compracerse
facendo trasnadas.
Tamén o rapaz
revoltoso e inquedo.
• Seica anda o trasno
comigo: saírlle a un
todo mal, ó revés do
que quería.
81
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
• Nunca se farta o trasno
de facer trasnadas.
• Que ha facer o trasno
se non son trasnadas?
(estas duas ótimas frases
relativas às travessuras
das crianças)
82
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
• Velha da Égua Branca
• Criatura mítica das
terras algarvias A velha
da égua branca é uma
alma penada que
surge nas noites de Lua
Cheia.
83
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
• A velha da égua
branca traz na cabeça
um penteado branco
com muitas fitas
encarnadas que
parecem relâmpagos
do inferno e na mão
esquerda uma faca.
https://www.portugalnummapa.com/velha-
da-egua-branca/
84
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
• Segundo Teófilo Braga
(político – foi o 2º
presidente da República
Portuguesa – filósofo,
sociólogo), na sua obra
O povo portuguez nos
seus costumes, crenças
e tradições "a velha é
evidentemente a
personificação da
noite".
85
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
• Escreve ainda:
“Aparece nas noites de
luar montada n’uma
égua branca, fazendo
um barulho infernal
pelos campos, e
soltando os bois que
ruminam debaixo das
alpenduradas. Todo o
barulho é feito com
tachos e panelas de
arame. É a velha da
égua branca o terror da
meia noite em pino”
86
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
• Maruxinhos
• Os Maruxinhos são
seres encantados do
folclore do norte de
Portugal no concelho
de Chaves.
87
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
• São uma espécie de
duendes que vivem nas
ruínas de velhos castros
ou nas grutas
subterrâneas que
passam por baixo das
aldeias.
88
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
• Os maruxinhos são de
pequena estatura,
franzinos, tem o rosto
enrugado e os olhos
vivos, são orelhudos e
possuem garras em vez
de mãos.
89
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
• Os Maruxinhos são
considerados seres
argutos e ardilosos que
escondem-se em
qualquer fresta.
90
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
• Ainda hoje é utilizada
nas terras flavienses a
expressão "fino como
um maruxinho”
referindo-se a uma
pessoa esperta e
matreira ou que é
miudinha e esguia, e
em qualquer frincha se
esconde.
91
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
• Santa Companha ou
Cortejo das Almas
• A Santa Companha é
uma das mais antigas
expressões mitológicas
populares galega e
portuguesa.
92
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
• Também nos montes
ástures encontramos
esta expressão
mitológica a que
chamam de Güestia
93
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
• Tradicionalmente é
descrita como uma
procissão de mortos ou
almas em pena que à
noite percorre os
caminhos duma
paróquia portando
círios ou lampadários,
com o cheiro a cera o
principal sinal de que a
Santa Companha anda
perto.
94
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
• A missão da Santa
Companha é visitar as
casas nas quais haverá
um passamento de uma
alma para o além.
95
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
• O nome supõe-se
prover do latim "sancta
cum pania" ('santa
companhia', embora
uma tradução mais
literal seria, "que
comem do mesmo
pão").
96
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
• A procissão costuma ir
encabeçada por um
vivo portando uma cruz
e um caldeiro de água
benta seguido pelas
almas com os círios
acesos, nem sempre
visíveis, notando-se a
sua presença no cheiro
à cera e no vento que
se ergue quando passa.
97
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
• Esta pessoa viva que
precede a procissão
pode ser homem ou
mulher, dependendo de
se o orago da paróquia
for respectivamente
santo ou santa.
98
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
• O portador da cruz não
voltará a cabeça em
nenhum momento nem
renunciará aos seus
cargos precedendo
a Santa Companha. Só
ficará livre quando
encontrar outra pessoa
pelo caminho a quem
entregar a cruz e o
caldeiro, momento no
qual esta passará a
substituí-lo.
99
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
• Na maioria das histórias
a Santa Companhia
realiza a suas aparições
à noite, porém, há
também relatos de
saídas diurnas.
Escultura da Santa Compaña em Rianxo
100
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
MITOS PORTUGUESES
• Xoán Cuveiro Piñol
(jornalista galego,
nascido em A Coruña em
1821), escreve:
Companha: entre o vulgo,
crida hoste ou procissão
de bruxas que andam à
noite alumiadas com
ossos de mortos,
chamando nas portas
para que as
acompanhem, os que
desejam que morram
depressa....
Bibliografia
• https://www.portugalnummapa.com/tradicoes/mitos-e-lendas/
• https://ncultura.pt/top-10-dos-mitos-urbanos-em-portugal/
• https://www.natgeo.pt/historia/2019/10/5-lendas-portuguesas-que-
provavelmente-desconhece
• https://repositorio.ucp.pt/bitstream/10400.14/4971/1/LS_S1_04_Migu
elOliveira.pdf
• https://www.theapricity.com/forum/archive/index.php/t-77705.html
• https://www.viasromanas.pt/vrinfo.html
• https://www.vortexmag.net/endovelico-navia-e-turiacos-os-deuses-da-
religiao-dos-lusitanos/
• http://arturjotaef-numancia.blogspot.com/2014/03/panteao-lusitano-
ategina-por-artur.html
• https://bestiariotradicionalportugues.wordpress.com/
• https://vieiraminhoturismo.com/roteiro-das-lendas/
101
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
As Aldeias Históricas de Portugal
Bibliografia
• https://pt.wikipedia.org/wiki/Santa_Companha
• https://pt.wikipedia.org/wiki/Trasgo
• https://dicionario.priberam.org/trasgo
• https://pt.wikipedia.org/wiki/Maruxinho
• http://www.faroldanossaterra.net/2016/08/20/len
da-velha-da-egua-branca-algarve/
102
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
As Aldeias Históricas de Portugal
Bibliografia
• https://www.igeoe.pt/index.php?id=5
103
Cadeira de Património Mundial e Turismo Cultural
Património Mundial Natural de África

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Estrutura mensagem
Estrutura mensagemEstrutura mensagem
Estrutura mensagem
ameliapadrao
 
Esquema rimatico e versos
Esquema rimatico e versosEsquema rimatico e versos
Esquema rimatico e versos
domplex123
 
Crítica, cartoon e crónica
Crítica, cartoon e crónicaCrítica, cartoon e crónica
Crítica, cartoon e crónica
Fernanda Monteiro
 
O alargamento do conhec do mundo
O alargamento do conhec do mundoO alargamento do conhec do mundo
O alargamento do conhec do mundo
cattonia
 
"Mensagem" de Fernando Pessoa- "O Infante"
"Mensagem" de Fernando Pessoa- "O Infante""Mensagem" de Fernando Pessoa- "O Infante"
"Mensagem" de Fernando Pessoa- "O Infante"
VniaRodrigues30
 
A Evolução do Ramalhete - Os Maias
A Evolução do Ramalhete - Os MaiasA Evolução do Ramalhete - Os Maias
A Evolução do Ramalhete - Os Maias
mauro dinis
 
O comercio à escala mundial
O comercio à escala mundialO comercio à escala mundial
O comercio à escala mundial
Susana Simões
 
Sermão aos peixes cap. i
Sermão aos peixes   cap. iSermão aos peixes   cap. i
Sermão aos peixes cap. i
ameliapadrao
 
Principais acidentes da costa portuguesa
Principais acidentes da costa portuguesaPrincipais acidentes da costa portuguesa
Principais acidentes da costa portuguesa
Thepatriciamartins12
 
Analise os lusiadas 1
Analise os lusiadas 1Analise os lusiadas 1
Analise os lusiadas 1
Célia Gonçalves
 
Testes geografia a
Testes geografia aTestes geografia a
Testes geografia a
AidaCunha73
 
Símbolos de portugal: Bandeira e Hino
Símbolos de portugal: Bandeira e HinoSímbolos de portugal: Bandeira e Hino
Símbolos de portugal: Bandeira e Hino
Ensinar Português Andaluzia
 
Teste4 11.º maias_poema_xx
Teste4 11.º maias_poema_xxTeste4 11.º maias_poema_xx
Teste4 11.º maias_poema_xx
Maria Luísa Figueiredo
 
Canto vii est 78_97
Canto vii est 78_97Canto vii est 78_97
Canto vii est 78_97
Maria Teresa Soveral
 
Sermão de Santo António aos Peixes - Peixes pegadores
Sermão de Santo António aos Peixes - Peixes pegadoresSermão de Santo António aos Peixes - Peixes pegadores
Sermão de Santo António aos Peixes - Peixes pegadores
Renata Antunes
 
Sermão de Santo António aos Peixes - Cap. II e III
Sermão de Santo António aos Peixes - Cap. II e IIISermão de Santo António aos Peixes - Cap. II e III
Sermão de Santo António aos Peixes - Cap. II e III
Dina Baptista
 
Viriato
ViriatoViriato
Viriato
ElisaCosta44
 
Os Planos d'Os Lusíadas
Os Planos d'Os LusíadasOs Planos d'Os Lusíadas
Os Planos d'Os Lusíadas
Rosalina Simão Nunes
 
Palavras convergentes e divergentes
Palavras convergentes e divergentesPalavras convergentes e divergentes
Palavras convergentes e divergentes
Maria Gomes
 
Gil vicente, farsa de inês pereira
Gil vicente, farsa de inês pereiraGil vicente, farsa de inês pereira
Gil vicente, farsa de inês pereira
David Caçador
 

Mais procurados (20)

Estrutura mensagem
Estrutura mensagemEstrutura mensagem
Estrutura mensagem
 
Esquema rimatico e versos
Esquema rimatico e versosEsquema rimatico e versos
Esquema rimatico e versos
 
Crítica, cartoon e crónica
Crítica, cartoon e crónicaCrítica, cartoon e crónica
Crítica, cartoon e crónica
 
O alargamento do conhec do mundo
O alargamento do conhec do mundoO alargamento do conhec do mundo
O alargamento do conhec do mundo
 
"Mensagem" de Fernando Pessoa- "O Infante"
"Mensagem" de Fernando Pessoa- "O Infante""Mensagem" de Fernando Pessoa- "O Infante"
"Mensagem" de Fernando Pessoa- "O Infante"
 
A Evolução do Ramalhete - Os Maias
A Evolução do Ramalhete - Os MaiasA Evolução do Ramalhete - Os Maias
A Evolução do Ramalhete - Os Maias
 
O comercio à escala mundial
O comercio à escala mundialO comercio à escala mundial
O comercio à escala mundial
 
Sermão aos peixes cap. i
Sermão aos peixes   cap. iSermão aos peixes   cap. i
Sermão aos peixes cap. i
 
Principais acidentes da costa portuguesa
Principais acidentes da costa portuguesaPrincipais acidentes da costa portuguesa
Principais acidentes da costa portuguesa
 
Analise os lusiadas 1
Analise os lusiadas 1Analise os lusiadas 1
Analise os lusiadas 1
 
Testes geografia a
Testes geografia aTestes geografia a
Testes geografia a
 
Símbolos de portugal: Bandeira e Hino
Símbolos de portugal: Bandeira e HinoSímbolos de portugal: Bandeira e Hino
Símbolos de portugal: Bandeira e Hino
 
Teste4 11.º maias_poema_xx
Teste4 11.º maias_poema_xxTeste4 11.º maias_poema_xx
Teste4 11.º maias_poema_xx
 
Canto vii est 78_97
Canto vii est 78_97Canto vii est 78_97
Canto vii est 78_97
 
Sermão de Santo António aos Peixes - Peixes pegadores
Sermão de Santo António aos Peixes - Peixes pegadoresSermão de Santo António aos Peixes - Peixes pegadores
Sermão de Santo António aos Peixes - Peixes pegadores
 
Sermão de Santo António aos Peixes - Cap. II e III
Sermão de Santo António aos Peixes - Cap. II e IIISermão de Santo António aos Peixes - Cap. II e III
Sermão de Santo António aos Peixes - Cap. II e III
 
Viriato
ViriatoViriato
Viriato
 
Os Planos d'Os Lusíadas
Os Planos d'Os LusíadasOs Planos d'Os Lusíadas
Os Planos d'Os Lusíadas
 
Palavras convergentes e divergentes
Palavras convergentes e divergentesPalavras convergentes e divergentes
Palavras convergentes e divergentes
 
Gil vicente, farsa de inês pereira
Gil vicente, farsa de inês pereiraGil vicente, farsa de inês pereira
Gil vicente, farsa de inês pereira
 

Semelhante a Mitologia Portuguesa - Património Cultural - Artur Filipe dos Santos

Portugal O Seu Papel HistóRico Em RelaçãO Ao Brasil
Portugal O Seu Papel HistóRico Em RelaçãO Ao BrasilPortugal O Seu Papel HistóRico Em RelaçãO Ao Brasil
Portugal O Seu Papel HistóRico Em RelaçãO Ao Brasil
jmeirelles
 
Portugal de Quinhentos e saber experimental
Portugal de Quinhentos e saber experimentalPortugal de Quinhentos e saber experimental
Portugal de Quinhentos e saber experimental
Maria Luísa de Castro Soares
 
RR-PI9-Vale_WEB
RR-PI9-Vale_WEBRR-PI9-Vale_WEB
Galego e português
Galego e portuguêsGalego e português
Galego e português
jeeaane
 
Artur Filipe dos Santos - Património Cultural - Danças Guerreiras Portuguesa...
Artur Filipe dos Santos - Património Cultural - Danças Guerreiras Portuguesa...Artur Filipe dos Santos - Património Cultural - Danças Guerreiras Portuguesa...
Artur Filipe dos Santos - Património Cultural - Danças Guerreiras Portuguesa...
Artur Filipe dos Santos
 
66hhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh6649.pdf
66hhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh6649.pdf66hhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh6649.pdf
66hhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh6649.pdf
LEANDROSPANHOL1
 
origens do Carnaval - o Carnaval do Rio de Janeiro e do Recife
origens do Carnaval - o Carnaval do Rio de Janeiro e do Recifeorigens do Carnaval - o Carnaval do Rio de Janeiro e do Recife
origens do Carnaval - o Carnaval do Rio de Janeiro e do Recife
Artur Filipe dos Santos
 
QUINHENTISMO Português.pptx
QUINHENTISMO Português.pptxQUINHENTISMO Português.pptx
QUINHENTISMO Português.pptx
Gabriel113136
 
património Cultural PortuguêsO Património Cultural dos Povos que fizeram Port...
património Cultural PortuguêsO Património Cultural dos Povos que fizeram Port...património Cultural PortuguêsO Património Cultural dos Povos que fizeram Port...
património Cultural PortuguêsO Património Cultural dos Povos que fizeram Port...
Artur Filipe dos Santos
 
Kit Jovens
Kit JovensKit Jovens
Kit Jovens
João Lima
 
Eja etapa vii - Literatura Brasileira_Quinhentismo
Eja   etapa vii - Literatura Brasileira_QuinhentismoEja   etapa vii - Literatura Brasileira_Quinhentismo
Eja etapa vii - Literatura Brasileira_Quinhentismo
Hildalene Pinheiro
 
C 9ilha 08-romarias
C 9ilha 08-romariasC 9ilha 08-romarias
C 9ilha 08-romarias
milsumav
 
Folder Livros
Folder LivrosFolder Livros
Folder Livros
Edward Lange
 
Povoamento do Município de Ermo, SC
Povoamento do Município de Ermo, SCPovoamento do Município de Ermo, SC
Povoamento do Município de Ermo, SC
Brenner Cardoso
 
A Cultura
A Cultura A Cultura
A Cultura
Ana Antunes
 
História do porto - Os judeus e as judiarias do porto - artur filipe dos santos
História do porto - Os judeus e as judiarias do porto - artur filipe dos santosHistória do porto - Os judeus e as judiarias do porto - artur filipe dos santos
História do porto - Os judeus e as judiarias do porto - artur filipe dos santos
Artur Filipe dos Santos
 
Catalogo Mostra filatélica Albufeira
Catalogo Mostra filatélica AlbufeiraCatalogo Mostra filatélica Albufeira
Catalogo Mostra filatélica Albufeira
Museu Filatelia Sérgio Pedro
 
Literatura trovadoresca
Literatura trovadoresca Literatura trovadoresca
Literatura trovadoresca
Lurdes Augusto
 
Atividades sobre povos e reinos africanos
Atividades sobre povos e reinos africanosAtividades sobre povos e reinos africanos
Atividades sobre povos e reinos africanos
Zé Knust
 
Palavras do mundo portugal
Palavras do mundo portugalPalavras do mundo portugal
Palavras do mundo portugal
Maria Paredes
 

Semelhante a Mitologia Portuguesa - Património Cultural - Artur Filipe dos Santos (20)

Portugal O Seu Papel HistóRico Em RelaçãO Ao Brasil
Portugal O Seu Papel HistóRico Em RelaçãO Ao BrasilPortugal O Seu Papel HistóRico Em RelaçãO Ao Brasil
Portugal O Seu Papel HistóRico Em RelaçãO Ao Brasil
 
Portugal de Quinhentos e saber experimental
Portugal de Quinhentos e saber experimentalPortugal de Quinhentos e saber experimental
Portugal de Quinhentos e saber experimental
 
RR-PI9-Vale_WEB
RR-PI9-Vale_WEBRR-PI9-Vale_WEB
RR-PI9-Vale_WEB
 
Galego e português
Galego e portuguêsGalego e português
Galego e português
 
Artur Filipe dos Santos - Património Cultural - Danças Guerreiras Portuguesa...
Artur Filipe dos Santos - Património Cultural - Danças Guerreiras Portuguesa...Artur Filipe dos Santos - Património Cultural - Danças Guerreiras Portuguesa...
Artur Filipe dos Santos - Património Cultural - Danças Guerreiras Portuguesa...
 
66hhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh6649.pdf
66hhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh6649.pdf66hhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh6649.pdf
66hhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh6649.pdf
 
origens do Carnaval - o Carnaval do Rio de Janeiro e do Recife
origens do Carnaval - o Carnaval do Rio de Janeiro e do Recifeorigens do Carnaval - o Carnaval do Rio de Janeiro e do Recife
origens do Carnaval - o Carnaval do Rio de Janeiro e do Recife
 
QUINHENTISMO Português.pptx
QUINHENTISMO Português.pptxQUINHENTISMO Português.pptx
QUINHENTISMO Português.pptx
 
património Cultural PortuguêsO Património Cultural dos Povos que fizeram Port...
património Cultural PortuguêsO Património Cultural dos Povos que fizeram Port...património Cultural PortuguêsO Património Cultural dos Povos que fizeram Port...
património Cultural PortuguêsO Património Cultural dos Povos que fizeram Port...
 
Kit Jovens
Kit JovensKit Jovens
Kit Jovens
 
Eja etapa vii - Literatura Brasileira_Quinhentismo
Eja   etapa vii - Literatura Brasileira_QuinhentismoEja   etapa vii - Literatura Brasileira_Quinhentismo
Eja etapa vii - Literatura Brasileira_Quinhentismo
 
C 9ilha 08-romarias
C 9ilha 08-romariasC 9ilha 08-romarias
C 9ilha 08-romarias
 
Folder Livros
Folder LivrosFolder Livros
Folder Livros
 
Povoamento do Município de Ermo, SC
Povoamento do Município de Ermo, SCPovoamento do Município de Ermo, SC
Povoamento do Município de Ermo, SC
 
A Cultura
A Cultura A Cultura
A Cultura
 
História do porto - Os judeus e as judiarias do porto - artur filipe dos santos
História do porto - Os judeus e as judiarias do porto - artur filipe dos santosHistória do porto - Os judeus e as judiarias do porto - artur filipe dos santos
História do porto - Os judeus e as judiarias do porto - artur filipe dos santos
 
Catalogo Mostra filatélica Albufeira
Catalogo Mostra filatélica AlbufeiraCatalogo Mostra filatélica Albufeira
Catalogo Mostra filatélica Albufeira
 
Literatura trovadoresca
Literatura trovadoresca Literatura trovadoresca
Literatura trovadoresca
 
Atividades sobre povos e reinos africanos
Atividades sobre povos e reinos africanosAtividades sobre povos e reinos africanos
Atividades sobre povos e reinos africanos
 
Palavras do mundo portugal
Palavras do mundo portugalPalavras do mundo portugal
Palavras do mundo portugal
 

Mais de Artur Filipe dos Santos

Artur Filipe dos Santos - A Capela dos Reis Magos ou dos Gaiteiros
Artur Filipe dos Santos - A Capela dos Reis Magos ou dos GaiteirosArtur Filipe dos Santos - A Capela dos Reis Magos ou dos Gaiteiros
Artur Filipe dos Santos - A Capela dos Reis Magos ou dos Gaiteiros
Artur Filipe dos Santos
 
Artur Filipe dos Santos - história dos Transportes do Porto.pdf
Artur Filipe dos Santos - história dos Transportes do Porto.pdfArtur Filipe dos Santos - história dos Transportes do Porto.pdf
Artur Filipe dos Santos - história dos Transportes do Porto.pdf
Artur Filipe dos Santos
 
A Itália Romana e Pontifícia - aula 2 - Artur Filipe dos Santos.pptx
A Itália Romana e Pontifícia - aula 2 - Artur Filipe dos Santos.pptxA Itália Romana e Pontifícia - aula 2 - Artur Filipe dos Santos.pptx
A Itália Romana e Pontifícia - aula 2 - Artur Filipe dos Santos.pptx
Artur Filipe dos Santos
 
A Itália Romana e Pontifícia - Aual 1 - Artur Filipe dos Santos .pptx
A Itália Romana e Pontifícia - Aual 1 - Artur Filipe dos Santos .pptxA Itália Romana e Pontifícia - Aual 1 - Artur Filipe dos Santos .pptx
A Itália Romana e Pontifícia - Aual 1 - Artur Filipe dos Santos .pptx
Artur Filipe dos Santos
 
A Itália Romana e Pontifícia - aula 3 - Artur Filipe dos Santos.pptx
A Itália Romana e Pontifícia - aula 3 - Artur Filipe dos Santos.pptxA Itália Romana e Pontifícia - aula 3 - Artur Filipe dos Santos.pptx
A Itália Romana e Pontifícia - aula 3 - Artur Filipe dos Santos.pptx
Artur Filipe dos Santos
 
À descoberta do património dos Alpes Orientais1
À descoberta do património dos Alpes Orientais1À descoberta do património dos Alpes Orientais1
À descoberta do património dos Alpes Orientais1
Artur Filipe dos Santos
 
Património Cultural Português -O Património Cultural das Romarias Portugu...
 Património Cultural Português -O Património Cultural das Romarias Portugu... Património Cultural Português -O Património Cultural das Romarias Portugu...
Património Cultural Português -O Património Cultural das Romarias Portugu...
Artur Filipe dos Santos
 
Património Cultural Português -Origem das Festas de Santo António de Lisbo...
Património Cultural Português -Origem das Festas de Santo António de Lisbo...Património Cultural Português -Origem das Festas de Santo António de Lisbo...
Património Cultural Português -Origem das Festas de Santo António de Lisbo...
Artur Filipe dos Santos
 
Património Cultural Português -Festa das Cruzes- Artur Filipe dos Santos.pdf
Património Cultural Português -Festa das Cruzes-  Artur Filipe dos Santos.pdfPatrimónio Cultural Português -Festa das Cruzes-  Artur Filipe dos Santos.pdf
Património Cultural Português -Festa das Cruzes- Artur Filipe dos Santos.pdf
Artur Filipe dos Santos
 
Os mais incriveis castelos do mundo-Artur Filipe dos Santos.pdf
Os mais incriveis castelos do mundo-Artur Filipe dos Santos.pdfOs mais incriveis castelos do mundo-Artur Filipe dos Santos.pdf
Os mais incriveis castelos do mundo-Artur Filipe dos Santos.pdf
Artur Filipe dos Santos
 
Artur Filipe dos Santos - patrimonio cultural - Arte Chapeleira.pdf
Artur Filipe dos Santos - patrimonio cultural - Arte Chapeleira.pdfArtur Filipe dos Santos - patrimonio cultural - Arte Chapeleira.pdf
Artur Filipe dos Santos - patrimonio cultural - Arte Chapeleira.pdf
Artur Filipe dos Santos
 
Artur Filipe dos Santos - patrimonio cultural - a paisagem natural e cultural...
Artur Filipe dos Santos - patrimonio cultural - a paisagem natural e cultural...Artur Filipe dos Santos - patrimonio cultural - a paisagem natural e cultural...
Artur Filipe dos Santos - patrimonio cultural - a paisagem natural e cultural...
Artur Filipe dos Santos
 
Artur Filipe dos Santos - Património cultural - a paisagem natural e cultural...
Artur Filipe dos Santos - Património cultural - a paisagem natural e cultural...Artur Filipe dos Santos - Património cultural - a paisagem natural e cultural...
Artur Filipe dos Santos - Património cultural - a paisagem natural e cultural...
Artur Filipe dos Santos
 
Artur Filipe dos Santos - patrimonio cultural - o Património de Vila do Cond...
Artur Filipe dos Santos - patrimonio cultural - o Património de Vila do Cond...Artur Filipe dos Santos - patrimonio cultural - o Património de Vila do Cond...
Artur Filipe dos Santos - patrimonio cultural - o Património de Vila do Cond...
Artur Filipe dos Santos
 
Artur Filipe dos Santos - patrimonio cultural - paisagens outonais de Portuga...
Artur Filipe dos Santos - patrimonio cultural - paisagens outonais de Portuga...Artur Filipe dos Santos - patrimonio cultural - paisagens outonais de Portuga...
Artur Filipe dos Santos - patrimonio cultural - paisagens outonais de Portuga...
Artur Filipe dos Santos
 
Património Cultural da Occitânia-Avignon - Artur Filipe dos Santos .pdf
Património Cultural da Occitânia-Avignon - Artur Filipe dos Santos .pdfPatrimónio Cultural da Occitânia-Avignon - Artur Filipe dos Santos .pdf
Património Cultural da Occitânia-Avignon - Artur Filipe dos Santos .pdf
Artur Filipe dos Santos
 
Partrimónio Cultural da Occitânia-Carcassonne - Artur Filipe dos Santos .pdf
Partrimónio Cultural da Occitânia-Carcassonne - Artur Filipe dos Santos .pdfPartrimónio Cultural da Occitânia-Carcassonne - Artur Filipe dos Santos .pdf
Partrimónio Cultural da Occitânia-Carcassonne - Artur Filipe dos Santos .pdf
Artur Filipe dos Santos
 
Artur Filipe dos Santos - patrimonio cultural - GUIMARÃES - Senhora da Penha...
Artur Filipe dos Santos - patrimonio cultural - GUIMARÃES - Senhora da Penha...Artur Filipe dos Santos - patrimonio cultural - GUIMARÃES - Senhora da Penha...
Artur Filipe dos Santos - patrimonio cultural - GUIMARÃES - Senhora da Penha...
Artur Filipe dos Santos
 
Património Cultural da Occitânia-Toulouse - Artur Filipe dos Santos .pdf
Património Cultural da Occitânia-Toulouse - Artur Filipe dos Santos .pdfPatrimónio Cultural da Occitânia-Toulouse - Artur Filipe dos Santos .pdf
Património Cultural da Occitânia-Toulouse - Artur Filipe dos Santos .pdf
Artur Filipe dos Santos
 
Guimarães Museu Alberto Sampaio e Fundação Martins Sarmento - Artur Filipe ...
Guimarães  Museu Alberto Sampaio e  Fundação Martins Sarmento - Artur Filipe ...Guimarães  Museu Alberto Sampaio e  Fundação Martins Sarmento - Artur Filipe ...
Guimarães Museu Alberto Sampaio e Fundação Martins Sarmento - Artur Filipe ...
Artur Filipe dos Santos
 

Mais de Artur Filipe dos Santos (20)

Artur Filipe dos Santos - A Capela dos Reis Magos ou dos Gaiteiros
Artur Filipe dos Santos - A Capela dos Reis Magos ou dos GaiteirosArtur Filipe dos Santos - A Capela dos Reis Magos ou dos Gaiteiros
Artur Filipe dos Santos - A Capela dos Reis Magos ou dos Gaiteiros
 
Artur Filipe dos Santos - história dos Transportes do Porto.pdf
Artur Filipe dos Santos - história dos Transportes do Porto.pdfArtur Filipe dos Santos - história dos Transportes do Porto.pdf
Artur Filipe dos Santos - história dos Transportes do Porto.pdf
 
A Itália Romana e Pontifícia - aula 2 - Artur Filipe dos Santos.pptx
A Itália Romana e Pontifícia - aula 2 - Artur Filipe dos Santos.pptxA Itália Romana e Pontifícia - aula 2 - Artur Filipe dos Santos.pptx
A Itália Romana e Pontifícia - aula 2 - Artur Filipe dos Santos.pptx
 
A Itália Romana e Pontifícia - Aual 1 - Artur Filipe dos Santos .pptx
A Itália Romana e Pontifícia - Aual 1 - Artur Filipe dos Santos .pptxA Itália Romana e Pontifícia - Aual 1 - Artur Filipe dos Santos .pptx
A Itália Romana e Pontifícia - Aual 1 - Artur Filipe dos Santos .pptx
 
A Itália Romana e Pontifícia - aula 3 - Artur Filipe dos Santos.pptx
A Itália Romana e Pontifícia - aula 3 - Artur Filipe dos Santos.pptxA Itália Romana e Pontifícia - aula 3 - Artur Filipe dos Santos.pptx
A Itália Romana e Pontifícia - aula 3 - Artur Filipe dos Santos.pptx
 
À descoberta do património dos Alpes Orientais1
À descoberta do património dos Alpes Orientais1À descoberta do património dos Alpes Orientais1
À descoberta do património dos Alpes Orientais1
 
Património Cultural Português -O Património Cultural das Romarias Portugu...
 Património Cultural Português -O Património Cultural das Romarias Portugu... Património Cultural Português -O Património Cultural das Romarias Portugu...
Património Cultural Português -O Património Cultural das Romarias Portugu...
 
Património Cultural Português -Origem das Festas de Santo António de Lisbo...
Património Cultural Português -Origem das Festas de Santo António de Lisbo...Património Cultural Português -Origem das Festas de Santo António de Lisbo...
Património Cultural Português -Origem das Festas de Santo António de Lisbo...
 
Património Cultural Português -Festa das Cruzes- Artur Filipe dos Santos.pdf
Património Cultural Português -Festa das Cruzes-  Artur Filipe dos Santos.pdfPatrimónio Cultural Português -Festa das Cruzes-  Artur Filipe dos Santos.pdf
Património Cultural Português -Festa das Cruzes- Artur Filipe dos Santos.pdf
 
Os mais incriveis castelos do mundo-Artur Filipe dos Santos.pdf
Os mais incriveis castelos do mundo-Artur Filipe dos Santos.pdfOs mais incriveis castelos do mundo-Artur Filipe dos Santos.pdf
Os mais incriveis castelos do mundo-Artur Filipe dos Santos.pdf
 
Artur Filipe dos Santos - patrimonio cultural - Arte Chapeleira.pdf
Artur Filipe dos Santos - patrimonio cultural - Arte Chapeleira.pdfArtur Filipe dos Santos - patrimonio cultural - Arte Chapeleira.pdf
Artur Filipe dos Santos - patrimonio cultural - Arte Chapeleira.pdf
 
Artur Filipe dos Santos - patrimonio cultural - a paisagem natural e cultural...
Artur Filipe dos Santos - patrimonio cultural - a paisagem natural e cultural...Artur Filipe dos Santos - patrimonio cultural - a paisagem natural e cultural...
Artur Filipe dos Santos - patrimonio cultural - a paisagem natural e cultural...
 
Artur Filipe dos Santos - Património cultural - a paisagem natural e cultural...
Artur Filipe dos Santos - Património cultural - a paisagem natural e cultural...Artur Filipe dos Santos - Património cultural - a paisagem natural e cultural...
Artur Filipe dos Santos - Património cultural - a paisagem natural e cultural...
 
Artur Filipe dos Santos - patrimonio cultural - o Património de Vila do Cond...
Artur Filipe dos Santos - patrimonio cultural - o Património de Vila do Cond...Artur Filipe dos Santos - patrimonio cultural - o Património de Vila do Cond...
Artur Filipe dos Santos - patrimonio cultural - o Património de Vila do Cond...
 
Artur Filipe dos Santos - patrimonio cultural - paisagens outonais de Portuga...
Artur Filipe dos Santos - patrimonio cultural - paisagens outonais de Portuga...Artur Filipe dos Santos - patrimonio cultural - paisagens outonais de Portuga...
Artur Filipe dos Santos - patrimonio cultural - paisagens outonais de Portuga...
 
Património Cultural da Occitânia-Avignon - Artur Filipe dos Santos .pdf
Património Cultural da Occitânia-Avignon - Artur Filipe dos Santos .pdfPatrimónio Cultural da Occitânia-Avignon - Artur Filipe dos Santos .pdf
Património Cultural da Occitânia-Avignon - Artur Filipe dos Santos .pdf
 
Partrimónio Cultural da Occitânia-Carcassonne - Artur Filipe dos Santos .pdf
Partrimónio Cultural da Occitânia-Carcassonne - Artur Filipe dos Santos .pdfPartrimónio Cultural da Occitânia-Carcassonne - Artur Filipe dos Santos .pdf
Partrimónio Cultural da Occitânia-Carcassonne - Artur Filipe dos Santos .pdf
 
Artur Filipe dos Santos - patrimonio cultural - GUIMARÃES - Senhora da Penha...
Artur Filipe dos Santos - patrimonio cultural - GUIMARÃES - Senhora da Penha...Artur Filipe dos Santos - patrimonio cultural - GUIMARÃES - Senhora da Penha...
Artur Filipe dos Santos - patrimonio cultural - GUIMARÃES - Senhora da Penha...
 
Património Cultural da Occitânia-Toulouse - Artur Filipe dos Santos .pdf
Património Cultural da Occitânia-Toulouse - Artur Filipe dos Santos .pdfPatrimónio Cultural da Occitânia-Toulouse - Artur Filipe dos Santos .pdf
Património Cultural da Occitânia-Toulouse - Artur Filipe dos Santos .pdf
 
Guimarães Museu Alberto Sampaio e Fundação Martins Sarmento - Artur Filipe ...
Guimarães  Museu Alberto Sampaio e  Fundação Martins Sarmento - Artur Filipe ...Guimarães  Museu Alberto Sampaio e  Fundação Martins Sarmento - Artur Filipe ...
Guimarães Museu Alberto Sampaio e Fundação Martins Sarmento - Artur Filipe ...
 

Último

UFCD_10949_Lojas e-commerce no-code_índice.pdf
UFCD_10949_Lojas e-commerce no-code_índice.pdfUFCD_10949_Lojas e-commerce no-code_índice.pdf
UFCD_10949_Lojas e-commerce no-code_índice.pdf
Manuais Formação
 
Aula história , caracteristicas e esteriótipos em relação a DANÇA DE SALAO.pptx
Aula história , caracteristicas e esteriótipos em relação a DANÇA DE SALAO.pptxAula história , caracteristicas e esteriótipos em relação a DANÇA DE SALAO.pptx
Aula história , caracteristicas e esteriótipos em relação a DANÇA DE SALAO.pptx
edivirgesribeiro1
 
759-fortaleza-resultado-definitivo-prova-objetiva-2024-05-28.pdf
759-fortaleza-resultado-definitivo-prova-objetiva-2024-05-28.pdf759-fortaleza-resultado-definitivo-prova-objetiva-2024-05-28.pdf
759-fortaleza-resultado-definitivo-prova-objetiva-2024-05-28.pdf
MessiasMarianoG
 
Introdução à Sociologia: caça-palavras na escola
Introdução à Sociologia: caça-palavras na escolaIntrodução à Sociologia: caça-palavras na escola
Introdução à Sociologia: caça-palavras na escola
Professor Belinaso
 
Treinamento NR 38 - CORPO PRINCIPAL da NORMA.pptx
Treinamento NR 38 - CORPO PRINCIPAL da NORMA.pptxTreinamento NR 38 - CORPO PRINCIPAL da NORMA.pptx
Treinamento NR 38 - CORPO PRINCIPAL da NORMA.pptx
MarcosPaulo777883
 
- TEMPLATE DA PRATICA - Psicomotricidade.pptx
- TEMPLATE DA PRATICA - Psicomotricidade.pptx- TEMPLATE DA PRATICA - Psicomotricidade.pptx
- TEMPLATE DA PRATICA - Psicomotricidade.pptx
LucianaCristina58
 
Vogais Ilustrados para alfabetização infantil
Vogais Ilustrados para alfabetização infantilVogais Ilustrados para alfabetização infantil
Vogais Ilustrados para alfabetização infantil
mamaeieby
 
Fernão Lopes. pptx
Fernão Lopes.                       pptxFernão Lopes.                       pptx
Fernão Lopes. pptx
TomasSousa7
 
livro ciclo da agua educação infantil.pdf
livro ciclo da agua educação infantil.pdflivro ciclo da agua educação infantil.pdf
livro ciclo da agua educação infantil.pdf
cmeioctaciliabetesch
 
Aula 2 - Revisando o significado de fração - Parte 2.pptx
Aula 2 - Revisando o significado de fração - Parte 2.pptxAula 2 - Revisando o significado de fração - Parte 2.pptx
Aula 2 - Revisando o significado de fração - Parte 2.pptx
LILIANPRESTESSCUDELE
 
Atividades de Inglês e Espanhol para Imprimir - Alfabetinho
Atividades de Inglês e Espanhol para Imprimir - AlfabetinhoAtividades de Inglês e Espanhol para Imprimir - Alfabetinho
Atividades de Inglês e Espanhol para Imprimir - Alfabetinho
MateusTavares54
 
UFCD_10145_Enquadramento do setor farmacêutico_indice.pdf
UFCD_10145_Enquadramento do setor farmacêutico_indice.pdfUFCD_10145_Enquadramento do setor farmacêutico_indice.pdf
UFCD_10145_Enquadramento do setor farmacêutico_indice.pdf
Manuais Formação
 
Livro: Pedagogia do Oprimido - Paulo Freire
Livro: Pedagogia do Oprimido - Paulo FreireLivro: Pedagogia do Oprimido - Paulo Freire
Livro: Pedagogia do Oprimido - Paulo Freire
WelberMerlinCardoso
 
Famílias Que Contribuíram Para O Crescimento Do Assaré
Famílias Que Contribuíram Para O Crescimento Do AssaréFamílias Que Contribuíram Para O Crescimento Do Assaré
Famílias Que Contribuíram Para O Crescimento Do Assaré
profesfrancleite
 
CRONOGRAMA - PSC 2° ETAPA 2024.pptx (1).pdf
CRONOGRAMA - PSC 2° ETAPA 2024.pptx (1).pdfCRONOGRAMA - PSC 2° ETAPA 2024.pptx (1).pdf
CRONOGRAMA - PSC 2° ETAPA 2024.pptx (1).pdf
soaresdesouzaamanda8
 
Atividade letra da música - Espalhe Amor, Anavitória.
Atividade letra da música - Espalhe  Amor, Anavitória.Atividade letra da música - Espalhe  Amor, Anavitória.
Atividade letra da música - Espalhe Amor, Anavitória.
Mary Alvarenga
 
1ª LEI DE OHN, CARACTERISTICAS IMPORTANTES.
1ª LEI DE OHN, CARACTERISTICAS IMPORTANTES.1ª LEI DE OHN, CARACTERISTICAS IMPORTANTES.
1ª LEI DE OHN, CARACTERISTICAS IMPORTANTES.
LeticiaRochaCupaiol
 
Leonardo da Vinci .pptx
Leonardo da Vinci                  .pptxLeonardo da Vinci                  .pptx
Leonardo da Vinci .pptx
TomasSousa7
 
epidemias endemia-pandemia-e-epidemia (1).ppt
epidemias endemia-pandemia-e-epidemia (1).pptepidemias endemia-pandemia-e-epidemia (1).ppt
epidemias endemia-pandemia-e-epidemia (1).ppt
MarceloMonteiro213738
 
Estrutura Pedagógica - Laboratório de Educação a Distância.ppt
Estrutura Pedagógica - Laboratório de Educação a Distância.pptEstrutura Pedagógica - Laboratório de Educação a Distância.ppt
Estrutura Pedagógica - Laboratório de Educação a Distância.ppt
livrosjovert
 

Último (20)

UFCD_10949_Lojas e-commerce no-code_índice.pdf
UFCD_10949_Lojas e-commerce no-code_índice.pdfUFCD_10949_Lojas e-commerce no-code_índice.pdf
UFCD_10949_Lojas e-commerce no-code_índice.pdf
 
Aula história , caracteristicas e esteriótipos em relação a DANÇA DE SALAO.pptx
Aula história , caracteristicas e esteriótipos em relação a DANÇA DE SALAO.pptxAula história , caracteristicas e esteriótipos em relação a DANÇA DE SALAO.pptx
Aula história , caracteristicas e esteriótipos em relação a DANÇA DE SALAO.pptx
 
759-fortaleza-resultado-definitivo-prova-objetiva-2024-05-28.pdf
759-fortaleza-resultado-definitivo-prova-objetiva-2024-05-28.pdf759-fortaleza-resultado-definitivo-prova-objetiva-2024-05-28.pdf
759-fortaleza-resultado-definitivo-prova-objetiva-2024-05-28.pdf
 
Introdução à Sociologia: caça-palavras na escola
Introdução à Sociologia: caça-palavras na escolaIntrodução à Sociologia: caça-palavras na escola
Introdução à Sociologia: caça-palavras na escola
 
Treinamento NR 38 - CORPO PRINCIPAL da NORMA.pptx
Treinamento NR 38 - CORPO PRINCIPAL da NORMA.pptxTreinamento NR 38 - CORPO PRINCIPAL da NORMA.pptx
Treinamento NR 38 - CORPO PRINCIPAL da NORMA.pptx
 
- TEMPLATE DA PRATICA - Psicomotricidade.pptx
- TEMPLATE DA PRATICA - Psicomotricidade.pptx- TEMPLATE DA PRATICA - Psicomotricidade.pptx
- TEMPLATE DA PRATICA - Psicomotricidade.pptx
 
Vogais Ilustrados para alfabetização infantil
Vogais Ilustrados para alfabetização infantilVogais Ilustrados para alfabetização infantil
Vogais Ilustrados para alfabetização infantil
 
Fernão Lopes. pptx
Fernão Lopes.                       pptxFernão Lopes.                       pptx
Fernão Lopes. pptx
 
livro ciclo da agua educação infantil.pdf
livro ciclo da agua educação infantil.pdflivro ciclo da agua educação infantil.pdf
livro ciclo da agua educação infantil.pdf
 
Aula 2 - Revisando o significado de fração - Parte 2.pptx
Aula 2 - Revisando o significado de fração - Parte 2.pptxAula 2 - Revisando o significado de fração - Parte 2.pptx
Aula 2 - Revisando o significado de fração - Parte 2.pptx
 
Atividades de Inglês e Espanhol para Imprimir - Alfabetinho
Atividades de Inglês e Espanhol para Imprimir - AlfabetinhoAtividades de Inglês e Espanhol para Imprimir - Alfabetinho
Atividades de Inglês e Espanhol para Imprimir - Alfabetinho
 
UFCD_10145_Enquadramento do setor farmacêutico_indice.pdf
UFCD_10145_Enquadramento do setor farmacêutico_indice.pdfUFCD_10145_Enquadramento do setor farmacêutico_indice.pdf
UFCD_10145_Enquadramento do setor farmacêutico_indice.pdf
 
Livro: Pedagogia do Oprimido - Paulo Freire
Livro: Pedagogia do Oprimido - Paulo FreireLivro: Pedagogia do Oprimido - Paulo Freire
Livro: Pedagogia do Oprimido - Paulo Freire
 
Famílias Que Contribuíram Para O Crescimento Do Assaré
Famílias Que Contribuíram Para O Crescimento Do AssaréFamílias Que Contribuíram Para O Crescimento Do Assaré
Famílias Que Contribuíram Para O Crescimento Do Assaré
 
CRONOGRAMA - PSC 2° ETAPA 2024.pptx (1).pdf
CRONOGRAMA - PSC 2° ETAPA 2024.pptx (1).pdfCRONOGRAMA - PSC 2° ETAPA 2024.pptx (1).pdf
CRONOGRAMA - PSC 2° ETAPA 2024.pptx (1).pdf
 
Atividade letra da música - Espalhe Amor, Anavitória.
Atividade letra da música - Espalhe  Amor, Anavitória.Atividade letra da música - Espalhe  Amor, Anavitória.
Atividade letra da música - Espalhe Amor, Anavitória.
 
1ª LEI DE OHN, CARACTERISTICAS IMPORTANTES.
1ª LEI DE OHN, CARACTERISTICAS IMPORTANTES.1ª LEI DE OHN, CARACTERISTICAS IMPORTANTES.
1ª LEI DE OHN, CARACTERISTICAS IMPORTANTES.
 
Leonardo da Vinci .pptx
Leonardo da Vinci                  .pptxLeonardo da Vinci                  .pptx
Leonardo da Vinci .pptx
 
epidemias endemia-pandemia-e-epidemia (1).ppt
epidemias endemia-pandemia-e-epidemia (1).pptepidemias endemia-pandemia-e-epidemia (1).ppt
epidemias endemia-pandemia-e-epidemia (1).ppt
 
Estrutura Pedagógica - Laboratório de Educação a Distância.ppt
Estrutura Pedagógica - Laboratório de Educação a Distância.pptEstrutura Pedagógica - Laboratório de Educação a Distância.ppt
Estrutura Pedagógica - Laboratório de Educação a Distância.ppt
 

Mitologia Portuguesa - Património Cultural - Artur Filipe dos Santos

  • 1. 1 Cadeira de PATRIMÓNIO MUNDIAL E TURISMO CULTURAL Artur Filipe dos Santos MARIANTES DO RIO DOURO MITOLOGIA PORTUGUESA Património imaterial das Lendas e mitos das nossas terras Aula 1 Artur Filipe dos Santos
  • 2. • Artur Filipe dos Santos • Doutorado em Comunicação, Publicidade, Relações Públicas e Protocolo pela Faculdade de Ciências Sociais e da Comunicação da Universidade de Vigo, é atualmente professor adjunto no ISLA Instituto Politécnico de Gestão e Tecnologia e coordenador da licenciatura de Comunicação e Tecnologia Digital e docente na Universidade Lusófona do Porto, Atua como docente e investigador nas área(s de Ciências Sociais com ênfase em Ciências da Comunicação, Comunicação e Divulgação do Património. Perito em Protocolo (de Estado, Universitário, Multicultural e Empresarial) é membro da Associação Portuguesa de Estudos de Protocolo (APOREP), membro da Sociedad de Estudios Institucionales, UNED, Espanha, investigador e membro da Direção do Observatório Iberoamericano de Investigação e Desenvolvimento em Comunicação (OIDECOM-Iberoamérica), Espanha, membro do Centro de Investigação em Comunicação (ICOM-X1) da Universidade de Vigo, Espanha, membro da Associação Portuguesa de Ciências da Comunicação (SOPCOM). É ainda divulgador dos Caminhos Portugueses a Santiago de Compostela. É membro do ICOMOS (INTERNATIONAL COUNCIL OF MONUMENTS AND SITES), organismo pertencente à UNESCO, responsável pela avaliação das candidaturas dos bens culturais universais a Património Mundial Como jornalista fez parte da TV Galiza, jornal A Bola, Rádio Sim (grupo Renascença), O Primeiro de Janeiro, Matosinhos Hoje, Jornal da Maia. 2 Artur Filipe dos Santos – artursantos.com.pt@gmail.com •https://omeucaminhodesantiago.wordpress.com/ (Blogue) •https://politicsandflags.wordpress.com/about/ (Blogue) •https://arturfilipesantos.wixsite.com/arturfilipesantos (Académico) •https://comunicacionpatrimoniomundial.blogia.com/ (Académico) •Email: artursantos.com.pt@gmail.com
  • 3. 3 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português • Quem não conhece a história do Adamastor e Vasco da Gama, a Lenda de Aljubarrota, a da Moura da Ponte de Chaves ou do Galo de Barcelos?
  • 4. 4 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português • As lendas e mitos que povoam a cultura portuguesa são resultado de séculos de influências provocadas pelos povos europeus e pelos nativos das terras descobertas
  • 5. 5 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português • A mitologia portuguesa é herdeira de uma mistura de povos e de culturas, com mitologias diversas entre si, que deixaram um legado fértil imaginário, passada de gerações em gerações por via oral. As lendas não aparecem do nada – para isso temos os contos, mesmo as fábulas. O património lendário socorre-se sempre de algum fenómeno, algum objecto, algum período histórico, para arvorar uma narrativa em torno disso.
  • 6. 6 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português • Engloba o conjunto de narrativas maravilhosas e lendas sobre personagens e as suas façanhas, fenómenos naturais e objectos extraordinários ou regiões fantásticas, com características sobrenaturais, transmitidas de geração em geração, no decorrer dos séculos, tanto no campo literário como no da tradição oral.
  • 7. 7 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português • A mitologia portuguesa tem como base a mitologia dos povos autóctones da Lusitânia pré-romana, legado este que não sobreviveu à conversão para o cristianismo. Ares Lusitani ou Ares Lusitano era o deus dos cavalos e cavaleiros na mitologia lusitana
  • 8. 8 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português • Endovélico, Navia e Turiacos: os deuses da religião dos Lusitanos
  • 9. 9 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português • Atégina • Deusa Tripla: da Natureza, da Cura e Infernal. Identificada pelos romanos por Prosepina, daí ser considerada mais tarde, de Deusa Infernal, que desaparece no Submundo para depois renascer. Deusa de Turóbriga (Betúria Céltica), sede do seu culto, provém do céltico Ate- (irlandês antigo Aith) e gena, que significa Renascida , sendo uma Deusa da fertilidade e dos frutos da terra, que renascem todos os anos, portanto ligada à Terra e ao Renascimento.
  • 10. 10 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES • Era-lhe também prestado um culto devotio, que consistia em invocar, através de certas fórmulas, divindades para prejudicar alguém (da simples praga até à morte). Era, contudo, também Deusa Curadora, como comprovam muitas inscrições. Tal como Endovélico, poderá ter sido a divindade principal de uma Trindade, a sul do Tejo, juntamente com um Arenito (Deus da Força) e de Quangeio(?) (Deus da Fertilidade).
  • 11. 11 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português • Ares Lusitani • Deus adorado a Norte do Tejo. Os Lusitanos, segundo Tito Lívio e Estrabão, sacrificavam um bode e cavalos de guerra. É possível que exista uma estreita analogia entre a iniciação cavaleiresca e a simbólica do cavalo como veículo da demanda espiritual. Neste sentido, o cavalo era o símbolo do guerreiro, daquele que se eleva ao céu pelo seu triunfo ou pelo seu sacrifício.
  • 12. 12 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES • Bandonga • Deusa conhecida por uma inscrição que contém uma interessante referência a um indivíduo de nome Celtius, podendo aqui referir não tanto um nome próprio mas mais um nome de proveniência étnica, isto é, “dos Celtas”.
  • 13. 13 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES • Bandonga • O nome da Deusa parece comprovar esta teoria, pois Band significa em celta “ordenar” ou “proibir”, mas também um prefixo feminino (ainda hoje usado na Irlanda, com por exemplo em Banshee).
  • 14. 14 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES • Bormanico • Deus ou Génio tutelar das águas termais; equivalente a Esculápio. O seu nome significa “faço ferver”, isto é, a água que brota nas caldas. Esta entidade pode ter um carácter iniciatório.
  • 15. 15 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES • Com efeito, «na água tudo se “dissolve”, toda a “forma” se desintegra, a toda a “história” é abolida (…) A imersão equivale, no plano humano, à morte e no plano cósmico, à catástrofe (dilúvio) que dissolve periodicamente o mundo no oceano primordial (…) As águas possuem a virtude da purificação, de regeneração e de renascimento, porque mergulhado nela “morre” e, erguendo-se das águas, é semelhante a uma criança sem pecados e sem “história”, capaz de receber uma nova revelação. • Bormanico
  • 16. 16 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES • Cariocecus • Deus Lusitano da Guerra, equivalente a Marte (Ares). Segundo Estrabão, “ofereciam um Bode e os prisioneiros e cavalos (de guerra?)”. Como é sabido, os Lusitanos: “Tinham presságios da inspecção das vísceras dos prisioneiros de guerra, para o que os cobrem com saios…; cortando a mão direita dos cativos, consagram-nas aos Deuses”.
  • 17. 17 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES • Durbedicus • Nome decomposto em Durb (irl. ant. drucht, “orvalho”) + ed + icus, estes últimos sufixos comuns entre os celtas. Seria assim, “o Deus que goteja”, ou seja, um Deus ligado à água, de uma fonte ou do rio Avus, que passa perto de Ronfe (Guimarães), onde a inscrição foi encontrada. https://www.viasromanas.pt/vrinfo.html
  • 18. 18 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES • Endovélico • O mais conhecido dos Deuses Antigos da Lusitânia, semelhante ao Deus celta Sucellus (lê-se Suke-los) de cujo o culto existem vestígios. O seu templo no outeiro de S. Miguel da Mota, perto de Terena no Concelho do Alandroal, no Alentejo, foi estudado abundantemente.
  • 19. 19 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES • Investigações recentes mostram que Endovellico está presente numa área geográfica maior do que se julgava e revelaram inclusive novos locais de culto de origem nitidamente indo- europeia, pelo que a atribuição de Endovellicus aos celtas é por muitos aceite.
  • 20. 20 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES • Leite de Vasconcelos explicou que o nome céltico Andevellicus, compara-o com nomes galeses e bretões, dando-lhe o significado “o Deus Muito Bom” curiosamente o mesmo espíteto do deus irlandês Dagda.
  • 21. 21 Santuário do Endovélico (Terena) (Distrito de Évora)
  • 22. 22 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES • Navia ou Nabia • Deusa tal como Tongoenabiagus, é uma divindade da Água, associada a rios, pois existem vários com esse nome em alguns lugares em que apareceram as inscrições onde também passam rios. Significa “água corrente”. A Fonte do Ídolo, em Braga Nabia era a deusa dos rios e da água na mitologia galaica e lusitana. O rio Navia, na Galiza, o rio Neiva, perto de Braga (antiga capital da Galécia) e o rio Nabão que passa por Tomar, no centro de Portugal, foram baptizados em sua homenagem. Nabia era especialmente adorada entre os Brácaros, tal como é comprovado pelas inscrições epigráficas em língua céltica da Fonte do Ídolo em Braga (Bracara Augusta) e latina de Marecos (Penafiel).
  • 23. 23 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES • Tongoenabiagus • Deus da(s) fonte(s) dos juramentos, (o seu nome significa Deus da fonte que se jura). Existe na cidade de Braga uma fonte dedicada a este Deus, pelas promessas feitas junto da mesma. Compreende-se, portanto, que se fizeram juramentos por Ele, junto da fonte(s) da sua Invocação. Fonte do Ídolo, Braga Tongoenabiagus à esquerda Deusa Nabia à direita
  • 24. 24 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES • Turiacus • Divindade dos Gróvios (povo de Entre-o- Douro-e-Minho), decompõe o nome em Turius + acus, e compara-o com uma inscrição irlandesa (Tor í rí no tighearna). É um Deus Poderoso, relativo ao poder, pois tor, significa, Rei ou Senhor.
  • 25. 25 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES • Sucellus (Gaulês) • Deus da Agricultura, das Florestas e das bebidas alcoólicas (é muitas vezes representado a carregar um barril de cerveja, (suspenso numa estaca), e um martelo de Deus. A sua consorte é Nantosvelta, deusa da Natureza.
  • 26. 26 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUEES • Mars Cariociecus • Divindade local, cujo culto se fazia na região da Galiza (Tuy). Leite de Vasconcelos esgrime entre a hipótese do elemento cario provir do celta corio que significa corpo de tropas. (Vortexmag, 2019)
  • 27. 27 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUEES • No entanto, é possível que alguns elementos tenham sido preservados e cristalizados nos contos e tradições populares, assim como em diversos hagiotopónimos. Nome próprio de um lugar relacionado com um nome de santo ou relativo ao sagrado (e x.: Santiago de Compostela e Santo Tirso são hagiotopónimos).
  • 28. 28 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES • José Leite de Vasconcelos Cardoso Pereira de Melo, mais conhecido por Leite de Vasconcelos, linguista, filólogo, arqueólogo e etnógrafo português escreveu:
  • 29. 29 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES • “Seria fácil mostrar como das épocas mais antigas da Lusitânia, ainda mesmo dos tempos pré- históricos, até hoje se têm mantido muitas crenças, costumes, etc., e como a maior parte das lendas da nossa Igreja e usos cristãos derivam do paganismo” (Leal, 2000)
  • 30. 30 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUEES • A mitologia lusitana, sob a forma de testemunhos esculpidos na pedra, revela a existência de uma miríade de divindades das quais se destacam Atégina, Bandua e Endovélico.
  • 31. 31 Atégina ou Ataegina é a deusa do renascimento (Primavera), fertilidade, natureza e cura na mitologia lusitana. Viam-na como a deusa lusitana da Lua. Bandua era uma deusa protectora dos Celtas Lusitanos, por sinal uma divindade protectora, associada ao domínio das regras e da ordem, bem como das ligações e laços entre os homens Endovélico é uma divindade Céltica da Idade do Ferro venerada na Lusitânia pré-romana. Deus da medicina e da segurança, de carácter simultaneamente solar e ctónico (subterrâneo
  • 32. 32 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES • Estrabão, num dos raros relatos sobre os costumes nativos, diz que no cabo Sagrado (Cabo de S. Vicente), o lugar onde os deuses se reuniam de noite, havia diversas pedras, amontoadas em grupos de três ou quatro, que eram viradas ao contrário pelos visitantes e que, após um ritual em que estes ofereciam uma libação, as pedras tornavam a ser reviradas na sua posição anterior.
  • 33. 33 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES • Este seria um dos relatos mais antigo de um culto das pedras, penedos e montanhas que a tradição preserva ao longo do tempo em crenças como a da procissão infantil para pedir chuva, nos moledros dispersos pelas paisagens, nos Fiéis de Deus venerados nas beiras dos caminhos, na pedra de raio que Solino comenta ser objecto de culto pelos lusitanos, ou mesmo na lenda da pedra-moura. Cromeleque dos Almendres, Évora Gaio Júlio Solino foi um gramático latino e compilador de diferentes obras, que viveu no século III ou IV. Foi o autor de De mirabilibus mundi,
  • 34. 34 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES • Moledros (os milladoiros galegos) • Moledros, moledos ou melé dros, são pequenos montículos de pedras. Existe a crença de que quando se retira uma pedra do montículo ela retorna de madrugada ao moledo. "Quando se leva do moledro uma pedra, e se deixa num sítio, aí a pedra anoitece, mas não amanhece."
  • 35. 35 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUEES • Também se conta que quando alguém leva uma pedra do moledro, às escondidas sem ninguém saber, e se coloca a pedra debaixo do travesseiro, no dia seguinte aparece um soldado, que logo desaparece, e se transforma em pedra para depois de novo reaparecer no moledro.
  • 36. 36 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES • Segundo Leite de Vasconcelos, no Cabo de São Vicente, em Portugal, dizia-se que cada uma das pedras é um soldado. Antigamente os moledros eram associados à expedição de Dom Sebastião de Portugal. De origem desconhecida o termo pode ser comparado ao proto-celta *mol-eje/o(?) que significa louvar.
  • 37. 37 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES • Certos tipos de moledos colocados à beira da estrada são também chamados de “Fiéis de Deus”. Os Fiéis de Deus são pequenos montes de pedras nas beiras das estradas de Portugal nos locais em que antigamente eram enterrados os justiçados.
  • 38. 38 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES • Havia o costume de qualquer viajante que por ali passava rezar pelo fiel defunto e jogar uma pedra no local que acabava por formar a pouco e pouco um pequeno monte de pedras.
  • 39. 39 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES • Os Fiéis de Deus representam o costume primitivo de fazer peso sobre o cadáver para este não voltar ao mundo com o intuito de perseguir os vivos. Na Galiza os Fiéis de Deus (ou Fes de Deus) são seres sobrenaturais, espíritos nocturnos cujo destino é vagar pela noite. São espiritos dignos de compaixão e que por vezes reclamam orações. Saber mais: http://cvc.instituto- camoes.pt/conhecer/biblioteca-digital- camoes/etnologia-etnografia-tradicoes.html
  • 40. 40 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES • Associada a um culto solar ou ritual de fecundidade, a Nossa Senhora d'Antime (Fafe), também chamada Senhora do sol, uma pedra tosca de granito metamórfico, apenas com o rosto esculpido; é a sobreposição de um culto cristão a um ritual pagão. Associada ao culto, como sempre acontece, conta a tradição de uma imagem da Virgem teria aparecido no monte de S. Jorge, em local disputado pelas duas freguesias limítrofes, Fafe e Antime. Após longa animosidade, as populações das duas localidades chegaram a um acordo: a imagem de Nossa Senhora de Antime ficaria todo o ano na igreja de Antime mas, no dia da sua festa, os homens de Antime viriam traze-la ao limite da paróquia, ao romper da alva. Aí, os de Fafe a levariam para a sua vila, onde a festejariam até ao pôr-do-sol, altura em que a pesadíssima imagem voltaria à sua residência habitual.
  • 41. 41 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES • Os frades de pedra são associados a um culto fálico pré-romano, também identificado nas estátuas-menir da idade do bronze, assim como a tradição do levantamento do mastro de Fonte Arcada (Penafiel) e o cortejo do Pinheiro das Festas Nicolinas (Guimarães). Frades de pedra ou reverentes petrificados são pilares ou marcos de pedra, de forma redonda (assumindo quase sempre a configuração e o significado com origem num velho culto fálico) fixados no chão.
  • 42. 42 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES • E ainda temos os ”Fradinhos de Mão Furada”, personagens semelhantes a duendes caseiros. Seres que tanto concede favores e benefícios como engana e prega partidas. Tem na cabeça um barrete encarnado, entra nos quartos de dormir, durante a noite, através do buraco da fechadura das portas e escarrancha-se à vontade em cima das pessoas, frequentemente causando grandes pesadelos.
  • 43. 43 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES • “Uns chamam-me Diabinho da Mão Furada e outros Fradidinho, por alguns de nós termos as mãos tão rotas de liberalidades, que em muitas casas onde andamos fazemos ferver o mel, crescer o azeite, aumentar-se os bens, lograrem-se felicidades e, sobretudo, quando no-lo merecem com a boa companhia que nos fazem, descobrimos tesouros escondidos aos donos das casas em que andamos”.
  • 44. 44 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES • O culto das cabeças cortadas representado nas esculturas e artefactos galaico-lusitanos que supõe-se ser um ritual religioso de origem celta, relacionado a divindades associadas a cultos agrários, funerários e guerreiros ao qual Rafael Loureiro indica haver uma continuidade na tradição das caveiras iluminadas, que chamam-se em Portugal de coca ou coco A coca ou cuca é um ser mítico, uma espécie de fantasma, bruxa ou bicho-papão com que se assustam meninos. Embora não tenha uma aparência definida, este ser assustador tinha uma representação figurada, a sua cabeça era uma espécie de abóbora ou cabaça da qual saía luz (ou fogo)
  • 45. 45 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUEES • Um ser que Gil Vicente chama de demo no Auto da Barca do Purgatório e que foi ao longo dos séculos representado nas festas do Corpo de Deus por um dragão e nas procissões pelo faricoco (do latim far, farris mais coco) e que deu o nome a um traje ainda em uso no início do século XX, a coca.
  • 46. 46 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES • Aos rituais do solstício de inverno e mesmo os que se celebram no equinócio da primavera, segundo Hélder Ferreira que lhes atribui uma origem celta, estão associadas as máscaras ibéricas. E a esta tradição associa-se uma outra também milenar a dos Madeiros, fogueiras da Páscoa e galheiros ou cambeiros.
  • 47. 47 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES • Mitologia do período romano • Após a conquista romana da península Ibérica e subsequente romanização, fruto de um lento processo de aculturação mais evidente a partir do século II d.c, os nomes das divindades indígenas são frequentemente latinizados pela sua similitude fonética ou simplesmente associados, pela similitude das funções e qualidades, aos deuses greco-romanos como por exemplo se verifica com o Ares Lusitani ou o Mars Cariocecus. Carióceco (em latim: Cariocecus) ou Marte Carióceco (em latim: Mars Cariocecus) era o deus da guerra na mitologia lusitana. Era o equivalente lusitano para os deuses romanos Marte e para o grego Ares.
  • 48. 48 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUEES • Outras fontes importantes foram os autores greco-romanos que registaram algumas lendas como a do rei Luso fundador da Lusitânia, a lenda da fundação de Olissipo por Ulisses, ou a presença de nereidas e tritões na margem do rio Tejo.
  • 49. 49 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES • A tolerância religiosa, irá deixar de existir ainda durante o Império Romano. Os cultos pagãos acabaram por ser proibidos motivados por interesses de ordem político-religiosa por parte do clero cristão a partir do momento em que o Império Romano assumiu o cristianismo como sua religião. A Coca de Monção
  • 50. 50 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES • No século VI, quando os suevos e os visigodos mandavam na Península Ibérica, é evidente a existência de deidades pagãs «uns adoravam o sol, outros a lua ou as estrelas, outros o fogo, outros a água profunda ou os mananciais, acreditando que todas estas coisas não tinham sido criadas por Deus para uso dos homens, mas que tendo nascido por si mesmas eram deuses».
  • 51. 51 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES • Diversos mitos e lendas foram criados durante a época histórica da criação da nacionalidade e a sua elaboração foi ganhando contornos mais elaborados ao longo das gerações. Lenda de Santa Iria Conta a história que na antiga Nabância (Tomar) nasceu Iria, uma bela jovem. Desde cedo, Iria descobriu a sua vocação religiosa e entrou para um mosteiro. A região era governada pelo príncipe Castinaldo, cujo filho Britaldo tinha por hábito compor trovas junto da igreja de S. Pedro.
  • 52. 52 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES • Os mitos portugueses integram diversos tipos de narrativas, que nos revelam os aspectos da imaginação nacional portuguesa concentrada em torno do ciclo da vida e da morte e das forças da natureza, com origem em diversas fontes:
  • 53. 53 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES • “Lenda de Maria Mantela e dos sete Gémeos” • • Morava Maria Mantela com seu marido Fernão Gralho, numa casa da Rua da Misericórdia, nas proximidades da Igreja Matriz... Estátua de homenagem à maternidade em Chaves
  • 54. • Na Igreja de Santa Maria Maior de Chaves. junto ao altar mor, em tempos passados existia um epitáfio, testemunho real da fundamentação da lenda e que dizia: "Aqui jaz Maria Mantela, com seus filhos à roda dela". 54
  • 55. 55 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES • O corpus mítico português continua a constituir-se e densificar-se. Desde o século XIX que importantes contribuições foram feitas na recolha de contos, lendas e folclore.
  • 56. 56 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES • De entre os investigadores destaca- se o contributo de autores como Gentil Marques. Publicou largas dezenas de títulos, em grande parte ficção e biografias, sendo o mais conhecido "Lendas de Portugal". Nas biografias, um dos seus mais importantes trabalhos é uma história da vida de Eça de Queirós. No cinema, uma das suas obras é o filme "Nau Catrineta", do qual foi realizador, sendo também de realçar o documentário que efectuou sobre a Exposição do Mundo Português, realizada em Belém em 1940.
  • 57. 57 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES • Outra personalidade foi Alexandre Herculano • Herculano foi o responsável pela introdução e pelo desenvolvimento da narrativa histórica em Portugal. Juntamente com Almeida Garrett, é considerado o introdutor do Romantismo em Portugal, desenvolvendo os temas da incompatibilidade do homem com o meio social. Como historiador, publicou História de Portugal de Alexandre Herculano, em quatro volumes, e História da Origem e Estabelecimento da Inquisição em Portugal, e organizou Portugaliae Monumenta Historica (coleção de documentos valiosos recolhidos de cartórios conventuais do país).
  • 58. 58 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES • Na contemporaneidade temos o etnógrafo Alexandre Parafita, com extensa obra publicada sobre o património e tradição oral portuguesa, bem como no domínio da literatura infanto-juvenil. • Da sua obra destacam-se as coleções Património Imaterial do Douro e Castelos de Portugal: Roteiros de Lendas
  • 59. 59 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES • Os mitos portugeses não guardam apenas deuses celtas ou lusitanos, santos ou mártires, reis ou donzelas, castelos e princesas. À semelhança da Galiza e de outras paragens onde a cultura celta ainda se encontra enraizada, várias terras portuguesas guardam na memória criaturas mticas e fantásticas:
  • 61. 61 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES • AS MOURAS ENCANTADAS • As moiras ou mouras encantadas ou "mouriscas" são espíritos, seres fantásticos com poderes sobrenaturais dos folclores português e galego. São, de acordo com Leite de Vasconcelos "seres obrigados por oculta força sobrenatural a viverem em certo estado de sítio como que entorpecidos ou adormecidos, enquanto determinada circunstância lhes não quebrar o encanto".
  • 62. 62 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES • Segundo antigos relatos populares, são as almas de donzelas que foram deixadas a guardar os tesouros que os mouros encantados esconderam antes de partirem.
  • 63. • LENDA DO OVO DA RAINHA (Vieira do Minho) • Segundo a lenda, andava por aquele local, uma linda moura, apesar de já ser velhinha mantinha, por artes mágicas a sua beleza jovial, a estender meadas de ouro ao sol. E, de repente apareceram dois grupos de homens que eram inimigos, dos quais já se conheciam disputas entre si: um vindo dos lados de Bucos e o outro das bandas de São Frutuoso que lutavam pela posse do Castelo. A moura que se encontrava no alto do penedo, com os seus poderes mágicos, fez abrir o penedo e aí se fechou com as suas meadas de ouro, ficando lá encantada para sempre. 63
  • 64. 64 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES • Podem assumir diversas formas e existe um grande número de lendas, e versões da mesma lenda, como resultado de séculos de tradição oral. Surgem como guardiãs dos locais de passagem para o interior da terra, os locais "limite", onde se acreditava que o sobrenatural podia manifestar-se. Aparecem junto de nascentes, fontes, pontes, rios, poços, cavernas, antigas construções, velhos castelos ou tesouros escondidos. Clique aqui para conhecer as variantes De Mouras
  • 65. 65 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES • Nos contos de fadas portugueses o olharapo pertence a uma raça de gigantes que tem um grande olho na testa (Ciclope), e é parecido com o alicórnio. Segundo Alexandre Parafita, o olharapo é referenciado, especialmente, em contos e lendas transmontanos que o apresentam como um gigante antropófago, violento e feroz, que tem a particularidade de possuir um único olho no centro da testa. • O Olharapo
  • 66. 66 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES Aventesmas • Um Aventesma, em uso comum, será um fantasma ou uma aparição. Esta forma mais ou menos genérica de definir o termo ganha contornos um pouco mais específicos no interior norte (Trás-os- Montes e Beira Alta) e em pontuais localidades do litoral norte como é o caso da Póvoa de Varzim. O Aventesma aparece defronte de qualquer incauto que se passeie por trilhos campestres e inóspitos.
  • 67. 67 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES • HOMEM DO SACO • O velho do saco ou homem do saco é uma figura mitológica semelhante ao bicho-papão, retratado como um homem com um saco nas costas que carrega crianças malcriadas. Variantes dessa figura aparecem em todo o mundo, principalmente em países latinos, como Espanha, Portugal, Brasil e países da América espanhola, onde é conhecido como "hombre do costal", "hombre del saco" e na Europa Oriental. Lendas semelhantes são encontradas no Haiti e em alguns países da Ásia.
  • 68. 68 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES • O bicho-papão, bitu, papa-gente, papão, bebe papão, cuca, papa- figo, tutu, boitatá, manjaléu ou mumuca é um ser imaginário da mitologia infantil portuguesa estando também presente no resto da Península Ibérica, como na Galiza, na Catalunha e nas Astúrias. O bicho-papão é a personificação do medo. É um ser mutante que pode assumir qualquer forma; é um ser ou animal frequentemente de aspecto monstruoso comedor de crianças, um papa-meninos. Está sempre à espreita e é atraído por crianças desobedientes Bicho Papão
  • 69. • "Vai-te papão, vai-te embora de cima desse telhado, deixa dormir o menino um soninho descansado." 69
  • 70. 70 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES • O Secular das nuvens, Escolar das nuvens ou Escolarão é um ser mítico do folclore português. O Secular das Nuvens é quem faz as tempestades, anda pelas nuvens a batalhar, faz o raio e o trovão, faz as tempestades e leva- as para onde ele quer. • Secular das Nuvens
  • 71. 71 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES • Na Galiza crê-se que os escolares «eram homens muito sábios que subiam às nuvens e faziam trovejar». • Segundo a crença, para formar um secular das nuvens basta matar um homem, mas devagar e por partes.
  • 72. 72 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES • Segundo Constantino Cabal, o Secular das nuvens seria uma referência aos estudantes que cursavam a Magia na famosa Cova de Salamanca. • "Os mathematicos das covas de Hercules geram as trovoadas subindo às nuvens, e devastam com a tormenta as povoações que lhes apraz, às vezes caiem tisnados do alto do céu. Uma vez caíu um, que ficou enterrado até a cintura na terra e ninguém lhe podia falar." Antigamente tinha-se dos matemáticos o mesmo conceito que se tinha dos que exerciam a magia
  • 73. 73 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES Trasgo • Trasgo é um ser encantado do folclore do norte de Portugal, especialmente da região de Trás-os- Montes. Rebeldes, de pequena estatura, os trasgos usam gorros vermelhos e possuem poderes sobrenaturais.
  • 74. 74 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES • Aparentados com os trasnos galegos, os trasgus asturianos, os duendes castelhanos e os follets e donyets catalães, os trasgos pregam partidas e fazem maldades: Conxuro da queimada galega
  • 75. 75 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES • Partem louça, quebram vidros, arrastam móveis, espalham a fruta, mudam os objectos de lugar. Tal como o Zanganito e o Fradinho da mão furada o trasgo é um ser sobrenatural que se parece com os seres humanos, que é de baixa estatura e que prega partidas, principalmente de noite e dentro das casas das pessoas.
  • 76. 76 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES • Segundo as antigas crenças, os trasgos são pequenas “almas penadas”, crianças que não foram baptizadas que retornam para pregar partidas. Por este motivo, Trasgo pode também significar: aparição fantástica, espírito, diabrete, génio, duende e, em sentido figurado, pessoa traquina
  • 77. 77 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES • No concelho de Vimioso, ainda há ruínas de um velho “moinho dos trasgos”, em Caçarelhos.. Com o mesmo nome, também em Vilar de Peregrinos, no concelho de Vinhais, se faz alusão aos vestígios de um velho moinho, sobre o qual a população sustenta uma curiosa lenda (Parafita, 2003: 26).
  • 78. 78 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES • Os galegos ainda guardam na sua tradição oral frases idiomáticas que nos recordam estas criaturas:
  • 79. 79 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES • Andar feito un trasno: dise de quen anda só por camiños solitarios. • Facer trasnadas: facer maldades ás agachadas. • Ser do coiro do trasno: ser da pel do demo, aplicado a rapaces que adoitan facer trasnadas.
  • 80. 80 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES • Ser un trasno: cualifícase así ó que parece compracerse facendo trasnadas. Tamén o rapaz revoltoso e inquedo. • Seica anda o trasno comigo: saírlle a un todo mal, ó revés do que quería.
  • 81. 81 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES • Nunca se farta o trasno de facer trasnadas. • Que ha facer o trasno se non son trasnadas? (estas duas ótimas frases relativas às travessuras das crianças)
  • 82. 82 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES • Velha da Égua Branca • Criatura mítica das terras algarvias A velha da égua branca é uma alma penada que surge nas noites de Lua Cheia.
  • 83. 83 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES • A velha da égua branca traz na cabeça um penteado branco com muitas fitas encarnadas que parecem relâmpagos do inferno e na mão esquerda uma faca. https://www.portugalnummapa.com/velha- da-egua-branca/
  • 84. 84 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES • Segundo Teófilo Braga (político – foi o 2º presidente da República Portuguesa – filósofo, sociólogo), na sua obra O povo portuguez nos seus costumes, crenças e tradições "a velha é evidentemente a personificação da noite".
  • 85. 85 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES • Escreve ainda: “Aparece nas noites de luar montada n’uma égua branca, fazendo um barulho infernal pelos campos, e soltando os bois que ruminam debaixo das alpenduradas. Todo o barulho é feito com tachos e panelas de arame. É a velha da égua branca o terror da meia noite em pino”
  • 86. 86 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES • Maruxinhos • Os Maruxinhos são seres encantados do folclore do norte de Portugal no concelho de Chaves.
  • 87. 87 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES • São uma espécie de duendes que vivem nas ruínas de velhos castros ou nas grutas subterrâneas que passam por baixo das aldeias.
  • 88. 88 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES • Os maruxinhos são de pequena estatura, franzinos, tem o rosto enrugado e os olhos vivos, são orelhudos e possuem garras em vez de mãos.
  • 89. 89 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES • Os Maruxinhos são considerados seres argutos e ardilosos que escondem-se em qualquer fresta.
  • 90. 90 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES • Ainda hoje é utilizada nas terras flavienses a expressão "fino como um maruxinho” referindo-se a uma pessoa esperta e matreira ou que é miudinha e esguia, e em qualquer frincha se esconde.
  • 91. 91 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES • Santa Companha ou Cortejo das Almas • A Santa Companha é uma das mais antigas expressões mitológicas populares galega e portuguesa.
  • 92. 92 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES • Também nos montes ástures encontramos esta expressão mitológica a que chamam de Güestia
  • 93. 93 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES • Tradicionalmente é descrita como uma procissão de mortos ou almas em pena que à noite percorre os caminhos duma paróquia portando círios ou lampadários, com o cheiro a cera o principal sinal de que a Santa Companha anda perto.
  • 94. 94 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES • A missão da Santa Companha é visitar as casas nas quais haverá um passamento de uma alma para o além.
  • 95. 95 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES • O nome supõe-se prover do latim "sancta cum pania" ('santa companhia', embora uma tradução mais literal seria, "que comem do mesmo pão").
  • 96. 96 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES • A procissão costuma ir encabeçada por um vivo portando uma cruz e um caldeiro de água benta seguido pelas almas com os círios acesos, nem sempre visíveis, notando-se a sua presença no cheiro à cera e no vento que se ergue quando passa.
  • 97. 97 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES • Esta pessoa viva que precede a procissão pode ser homem ou mulher, dependendo de se o orago da paróquia for respectivamente santo ou santa.
  • 98. 98 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES • O portador da cruz não voltará a cabeça em nenhum momento nem renunciará aos seus cargos precedendo a Santa Companha. Só ficará livre quando encontrar outra pessoa pelo caminho a quem entregar a cruz e o caldeiro, momento no qual esta passará a substituí-lo.
  • 99. 99 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES • Na maioria das histórias a Santa Companhia realiza a suas aparições à noite, porém, há também relatos de saídas diurnas. Escultura da Santa Compaña em Rianxo
  • 100. 100 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português MITOS PORTUGUESES • Xoán Cuveiro Piñol (jornalista galego, nascido em A Coruña em 1821), escreve: Companha: entre o vulgo, crida hoste ou procissão de bruxas que andam à noite alumiadas com ossos de mortos, chamando nas portas para que as acompanhem, os que desejam que morram depressa....
  • 101. Bibliografia • https://www.portugalnummapa.com/tradicoes/mitos-e-lendas/ • https://ncultura.pt/top-10-dos-mitos-urbanos-em-portugal/ • https://www.natgeo.pt/historia/2019/10/5-lendas-portuguesas-que- provavelmente-desconhece • https://repositorio.ucp.pt/bitstream/10400.14/4971/1/LS_S1_04_Migu elOliveira.pdf • https://www.theapricity.com/forum/archive/index.php/t-77705.html • https://www.viasromanas.pt/vrinfo.html • https://www.vortexmag.net/endovelico-navia-e-turiacos-os-deuses-da- religiao-dos-lusitanos/ • http://arturjotaef-numancia.blogspot.com/2014/03/panteao-lusitano- ategina-por-artur.html • https://bestiariotradicionalportugues.wordpress.com/ • https://vieiraminhoturismo.com/roteiro-das-lendas/ 101 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português As Aldeias Históricas de Portugal
  • 102. Bibliografia • https://pt.wikipedia.org/wiki/Santa_Companha • https://pt.wikipedia.org/wiki/Trasgo • https://dicionario.priberam.org/trasgo • https://pt.wikipedia.org/wiki/Maruxinho • http://www.faroldanossaterra.net/2016/08/20/len da-velha-da-egua-branca-algarve/ 102 Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português As Aldeias Históricas de Portugal
  • 103. Bibliografia • https://www.igeoe.pt/index.php?id=5 103 Cadeira de Património Mundial e Turismo Cultural Património Mundial Natural de África