É a primeira romaria do ano no Minho. A Festa das Cruzes, em Barcelos, é uma celebração com mais de 300 anos, que une religiosidade e profano em torno da Igreja do Bom Jesus da Cruz.
Entre um e três de maio a “cidade do Galo” enche-se para comemorar a primeira grande romaria do ano, a Festa das Cruzes, cujas tradições remontam ao séc. XVI, à lenda de João Pires, o sapateiro.
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Professor Doutor
Artur Filipe dos Santos
Cadeira de
PATRIMÓNIO CULTURAL PORTUGUÊS
Festa das Cruzes de Barcelos
A primeira Romaria do Minho
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Contemporânea
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para a ocupação de tempos livres dos indivíduos que se sintam motivados
para a aprendizagem constante de diversas matérias teóricas e práticas,
adquirindo conhecimentos em múltiplas áreas, como línguas, ciências
sociais, saúde, informática, internet, dança, teatro, entre outras, tendo
ainda a oportunidade de participação em actividades como o Grupo de
Teatro, Coro da USC, USC Web TV, conferências, colóquios, visitas de
estudo. Desenvolve manuais didáticos das próprias cadeiras
lecionadas(23), acessíveis a seniores, estudantes e profissionais através
de livraria online.
2
Universidade Sénior Contemporânea – www.usc.pt
3. 3
F e s t a d a s C r u ze s , B a r c e l o s
• É a primeira romaria do
ano no Minho. A Festa
das Cruzes, em
Barcelos, é uma
celebração com mais de
300 anos, que une
religiosidade e profano
em torno da Igreja do
Bom Jesus da Cruz.
4. 4
F e s t a d a s C r u ze s , B a r c e l o s
• Entre um e três de maio
a “cidade do Galo”
enche-se para
comemorar a primeira
grande romaria do ano,
a Festa das Cruzes,
cujas tradições
remontam ao séc. XVI, à
lenda de João Pires, o
sapateiro.
5. 5
F e s t a d a s C r u ze s , B a r c e l o s
• A lenda do Bom Jesus
da Cruz de Barcelos.
• Como em qualquer boa
lenda existe mais do
que uma versão. A mais
simples é a seguinte:
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F e s t a d a s C r u ze s , B a r c e l o s
• Rezam as crónicas que, em 1504, o sapateiro João
Pires, regressado da missa, terá avistado na terra
batida, em pleno Campo da Feira, uma cruz de cor
negra.
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F e s t a d a s C r u ze s , B a r c e l o s
• O que considerou ser um
sinal divino, depressa o
milagre ganhou
contornos populares,
nascendo despertando
desta forma a evocação
ao “Senhor da Cruz”,
materializada na
construção do Templo do
Bom Jesus da Cruz,
atualmente epicentro da
Festa das Cruzes.
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F e s t a d a s C r u ze s , B a r c e l o s
• A segunda versão, mais
romântica e complexa,
introduz dois
personagens à história:
Luizinha e o fidalgo
Pedro Martins.
9. 9
F e s t a d a s C r u ze s , B a r c e l o s
• A lenda narra que, no
início da centúria XV da
nossa era, viviam em
Barcelos duas figuras
completamente
antagónicas:
10. 10
F e s t a d a s C r u ze s , B a r c e l o s
• João Pires, o referido
artesão dos sapatos e
um fidalgo, de seu
nome Pedro Martins.
Não morriam de
amores um pelo outro,
mas Pedro Martins
suspirava por Luizinha,
filha do mestre
sapateiro.
11. 11
F e s t a d a s C r u ze s , B a r c e l o s
• Por não ser
correspondido por
Luizinha, não raras
vezes o fidalgo
perseguia e injuriava a
jovem.
12. 12
F e s t a d a s C r u ze s , B a r c e l o s
• Numa dessas ocasiões,
João Pires presenciou
tamanho desrespeito,
esbofeteando D. Pedro
na esperança que este
deixasse de importunar
a sua filha.
13. 13
F e s t a d a s C r u ze s , B a r c e l o s
• A notícia espalhou-se e
o nobre passou a ser
alvo da risada alheia,
pois as marcas das
bofetadas teimavam em
não desaparecer.
Despeitado, engendrou
pesada vingança contra
o velho sapateiro.
14. 14
F e s t a d a s C r u ze s , B a r c e l o s
• A história ganha novo
contorno quando
Luizinha encontra, junto
à praia de Esposende,
um estranho pedaço de
madeira que seria
proveniente de um
navio que, vindo da
Flandres, terá
naufragado ali perto.
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F e s t a d a s C r u ze s , B a r c e l o s
• Estranhamente, o
madeiro exalava um
perfume e um calor
sobrenaturais. A
rapariga terá levado o
pedaço para casa e
mostrado ao pai, que
não fez caso, atirando o
toro para a lareira.
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F e s t a d a s C r u ze s , B a r c e l o s
• De repente, a habitação
encheu-se de luz e no
chão da casa apareceu,
desenhada, uma cruz
luminescente.
Campo da Feira
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F e s t a d a s C r u ze s , B a r c e l o s
• O milagre espalhou-se
rapidamente, mas não
por bons motivos.
Esperando a
oportunidade certa para
se vingar do sapateiro e
da sua prole, D. Pedro
acusou-os de bruxaria,
instigando a população
para que fossem
queimados na fogueira.
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F e s t a d a s C r u ze s , B a r c e l o s
• E como quem conta um
conto aumenta um
ponto, muitas versões
divergem, sendo que a
mais “romântica” refere
que os dois foram
arrastados para o
campo da Feira a
mando do fidalgo.
19. 19
F e s t a d a s C r u ze s , B a r c e l o s
• Subitamente, a estranha
cruz terá novamente
surgido, desta feita na
terra batida do recinto
feiral para espanto de
todos e temor de D.
Pedro. Talvez com medo
da ira de Deus, o nobre
pediu perdão e jurou
nunca mais importunar
Luizinha e o seu pai.
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F e s t a d a s C r u ze s , B a r c e l o s
• Perante tais promessas,
as marcas das bofetadas
desapareceram e todos
continuaram a sua vida.
Passos do Concelho
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F e s t a d a s C r u ze s , B a r c e l o s
• E como uma boa lenda tem
sempre um fundo de verdade,
ainda hoje podemos
contemplar a bela igreja do
Bom Jesus da Cruz, ali junto ao
campo da feira, de evocação
ao milagre da Cruz luminosa
(outros relatos falam de uma
cruz negra), cuja construção
inicial viria a ser substituída
pelo atual templo, um projeto
do virtuoso arquiteto barroco,
João Antunes, de Lisboa,
inaugurado em 1710.
22. 22
F e s t a d a s C r u ze s , B a r c e l o s
• No século XIX, as
festas tinham um cariz
vincadamente religioso.
Centenas de romeiros
das freguesias rurais
de Barcelos, de todo o
país e da vizinha Galiza,
cantavam e dançavam,
alguns descalços com
a “condessa” à cabeça,
onde transportavam o
farnel.
23. 23
F e s t a d a s C r u ze s , B a r c e l o s
• No século XX, a
componente religiosa
mesclou-se com
elementos
remanescentes de cariz
profano visíveis nos
carrosséis, barraquinhas
de comes e bebes, nas
corridas de cavalos, nos
cortejos etnográficos, no
fogo de artifício no rio
Cávado, nos cantares ao
desafio nas ruas da
cidade.
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F e s t a d a s C r u ze s , B a r c e l o s
• Nos dias que leva a Festa
das Cruzes vale a pena
contemplar de forma
demorada os
impressionantes tapetes
de flores que cobrem o
chão dos altares daquele
que é um dos mais
importantes depositários
da religiosidade minhota.
25. 25
Tapete de flores “Barcelos, o Eixo do Caminho Português”, realizado pela Associação
dos Alfombristas do Corpus Christi de Ponteares, no largo Dr. D. José Novais, junto ao
posto de turismo e torre medieval/centro Interpretativo do Figurado de Barcelos.
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F e s t a d a s C r u ze s , B a r c e l o s
• Hoje em dia, a Festa
das Cruzes é um
ponto de romagem de
visitantes nacionais e
internacionais.
Barcelos ganha ainda
mais vida com a
romaria e os seus
arcos.
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F e s t a d a s C r u ze s , B a r c e l o s
• Uma tradição bem
enraizada no imaginário
minhoto em que fazem
parte outras
manifestações como as
Alvoradas Gaiteiras, as
arruadas dos Zés-
Pereiras, a feira, o
artesanato, a procissão,
os tapetes de pétalas de
flores naturais no interior
da igreja, as atuações de
grupos folclóricos e
bandas filarmónicas.
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F e s t a d a s C r u ze s , B a r c e l o s
• A tradicional batalha
das flores, as bandas
de música e os Zés-
Pereiras refletem o
pulsar da cultura e
das tradições
barcelenses.
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F e s t a d a s C r u ze s , B a r c e l o s
• Os Arcos de Romaria,
os Tapetes de
Pétalas Naturais e a
Procissão da
Invenção da Santa
Cruz são os pontos
cimeiros da Festa das
Cruzes. Barcelos em
festa, dia e noite,
durante uma semana.
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F e s t a d a s C r u ze s , B a r c e l o s
• A Igreja do Senhor Bom
Jesus da Cruz
• Também designada por
Igreja do Senhor da Cruz
ou Igreja das Cruzes,
localiza-se na freguesia de
Barcelos, Vila Boa e Vila
Frescainha (São Martinho
e São Pedro), cidade e
município de Barcelos,
distrito de Braga.
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F e s t a d a s C r u ze s , B a r c e l o s
• Constitui um dos mais
notáveis exemplares de
arquitetura barroca de
influência italiana no
país. Encontra-se
classificada como
Imóvel de Interesse
Público desde 1958.
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F e s t a d a s C r u ze s , B a r c e l o s
• História
• A sua origem está ligada
ao chamado "Milagre
da Cruz", prodígio
religioso ocorrido em 20
de dezembro de 1504,
ligado ao surgimento de
uma cruz negra no
carvalhal do "Campo da
Feira".
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F e s t a d a s C r u ze s , B a r c e l o s
• Com o intuito de
proteger essa cruz, foi
erguido um pequeno
templo de planta
quadrada, coberto por
uma abóbada e aberto
por quatro arcos.
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F e s t a d a s C r u ze s , B a r c e l o s
• Em data incerta, os
arcos foram fechados e
ao seu redor erguida
uma arcaria coberta
com telhado.
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F e s t a d a s C r u ze s , B a r c e l o s
• Em 1698 o arcebispo de
Braga, D. João de Sousa
organizou um pequeno
concurso para a traça de
uma nova igreja que
substituiria a construção
quinhentista. Em 1701
apresentam trabalhos o
arquiteto lisboeta João
Antunes (duas plantas], e
o arquiteto nortenho
Manuel Fernandes da
Silva (três plantas).
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F e s t a d a s C r u ze s , B a r c e l o s
• Todos os projetos
previam uma igreja de
planta centralizada, o
que corresponde a uma
tradição pré-medieval
ainda em vigor de
assinalar lugares
especiais ou sagrados
com ermidas de planta
deste tipo.
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F e s t a d a s C r u ze s , B a r c e l o s
• Foi escolhida uma das
propostas de João
Antunes (ver obras
deste arquiteto) e a
construção iniciou-se
em 1705, tendo sido
aberta ao culto em
1710.
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F e s t a d a s C r u ze s , B a r c e l o s
• Características
• É um templo em estilo
barroco, com planta centrada
em cruz grega recoberto por
cúpula. Internamente
apresenta paredes revestidas
com painéis de azulejos azuis e
brancos, com cenas da Via
Sacra e motivos vegetais (da
autoria de João Neto, de
Lisboa), e talha dourada
(essencialmente da autoria do
escultor e entalhador
barcelense Miguel Coelho).
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F e s t a d a s C r u ze s , B a r c e l o s
• Nele se destaca ainda a
imagem do padroeiro, o
Senhor Bom Jesus da
Cruz, uma escultura
quase em tamanho
natural em madeira de
carvalho, exemplar de
arte flamenga do início
do século XVI. Apenas o
rosto e as mãos da
imagem estão pintados.
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F e s t a d a s C r u ze s , B a r c e l o s
• De destacar uma
imagem de grande
veneração para os
peregrinos de Santiago
que passam pela
“Cidade do Galo” no
Caminho Português
Central, a da Virgem
Peregrina, oferecida
pela paróquia de
Pontevedra.
41. • Bibliografia
• AltoMinho
• a flor do monte [PDF] | Documents
Community Sharing (xdocz.com.br)
• Instrumentos Musicais Populares Portugueses
(uminho.pt)
https://restosdecoleccao.blogspot.com/2011/
09/farois-portugueses-5.html
41
´ P a t r i m ó n i o d o s F a r ó i s P o r t u g u e s e s
42. Artur Filipe dos Santos – Blogues e Redes Sociais
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