3. “Sou da opinião de que todas as
coisas na igreja deveriam ser puras,
simples e afastadas o mais longe
possível dos elementos e pompas deste
mundo.” Richard Cox
4. A BASE BÍBLICA PARA
DETERMINAR A
POLÍTICA ECLESIÁSTICA
Os Puritanos Como Realmente Eram
5. A Base Bíblica Para Determinar a
Política Eclesiástica
◦O ponto de partida: a Bíblia;
◦Um marco puritano foram as exposições do
livro de Atos por Thomas Cartwright;
◦A atitude dos puritanos era um desenvolvimento
lógico de sua visão da autoridade bíblica;
6. “A Escritura é uma regra perfeita de fé
e conduta, não apenas parcial; nem há
nada que se deva observar na igreja de
Deus, que dependa da tradição, ou de
qualquer autoridade, e que não esteja
contido nas Escrituras.” William
Ames
7. A Base Bíblica Para Determinar a
Política Eclesiástica
◦A insistência na Bíblia era uma crítica direta à
tradição como um meio de autoridade para a
crença religiosa;
◦John Bale argumentou:
8. “Cristo nunca permitiu essas cerimônias. Ele
nunca foi em procissão de capa, cruz e candelabro...
Ele nunca rezou missas... Ele nunca consagrou
templo nem cálice, cinzas ou palmas, velas nem
sinos. Ele nunca fez água benta nem pão sagrado,
ou coisas semelhantes. Mas a tais cerimônias tolas,
sendo estas sem a ordem expressa de Deus, Ele
chamou de fermento dos fariseus e abominável
hipocrisia.”
9. A Base Bíblica Para Determinar a
Política Eclesiástica
◦Thomas Cartwright esboçou quatro critérios bíblicos
pelos quais os detalhes do culto devem ser medidos:
◦1Co 10.32 - Que não ofendam a alguém.
◦1Co 14.40 - Que tenha ordem e decência.
◦1Co 14.26 - Que seja para edificação.
◦Rm 14.6-7 - Que seja para a glória de Deus.
10. A IGREJA COMO
UMA REALIDADE
ESPIRITUAL
Os Puritanos Como Realmente Eram
11. A Igreja Como Uma Realidade
Espiritual
◦Talvez o maior legado dos puritanos tenha sido a noção
de que a igreja é uma realidade espiritual;
◦Não havia diferença entre “bispos, sacerdotes e outros
tais”;
◦Está implícito a preferência puritana pela igreja invisível
acima de qualquer tipo de estrutura institucional;
12. A Igreja Como Uma Realidade
Espiritual
◦Ver a igreja como essencialmente espiritual torna ela
dissociada de qualquer lugar em particular;
◦A descentralização da igreja teve efeitos profundos no
próprio conceito de culto;
◦Patrick Collinson resume bem essa prática puritana,
dizendo que:
13. “a vida do puritano era num certo sentido
um ato contínuo de culto, buscado debaixo
do senso incessante e ativo dos propósitos
providenciais de Deus, e constantemente
renovada pela atividade religiosa, pessoal,
doméstica e pública.”
14. A Igreja Como Uma Realidade
Espiritual
◦Se a igreja não é um clero profissional ou um prédio,
quais são os seus sinais visíveis?
◦A sã pregação da Palavra de Deus;
◦A correta administração do batismo e da ceia;
◦A disciplina;
◦Com autores individuais acrescentando coisas como a
oração e o dar esmolas.
15. “Se contemplarmos a aparência da igreja
papista, Senhor, como brilha e é esplêndida
em comparação com a verdadeira igreja de
Cristo, que é discernida nestes dias apenas
pela Palavra de Deus pregada fielmente,
pelas ordenanças puramente ministradas e
por alguma disciplina.” John Bradford
16. A Igreja Como Uma Realidade
Espiritual
◦As manifestações visíveis da igreja consistiam em
segundo lugar nos relacionamentos cristãos;
◦Isso implicava numa membresia voluntária em vez de
imposta por uma igreja do Estado;
◦Essa desvalorização puritana da igreja institucional foi
acompanhada de uma doutrina sobre a falibilidade desse
tipo de igreja.
18. A Elevação do Papel da Pessoa
Leiga na Igreja e no Culto
◦Tudo começou com as mudanças em relação ao governo
eclesiástico;
◦Assim nasceu uma das mais nobres práticas puritanas, “a
igreja dentro da igreja”, a comunhão espiritual daqueles
que levavam a sério a vida cristã;
◦Isso transformou o culto público.
19. “As pessoas são aqui ensinadas, primeiro a
examinar as doutrinas dos homens pela regra e o
padrão da Palavra... Pois, embora o julgamento da
interpretação pertença principalmente aos ministros
da Palavra, Deus no entanto deu a todos os crentes
uma capacidade de julgamento, para provar os
espírito e examinar as Escrituras, para ver se as
coisas que ouvem são assim ou não.” Edward
Reynold
21. Simplificando o Culto
◦Dado o contexto da extravagância católico-
anglicana no culto público, toda a força do culto
puritano era em direção à eliminação da confusão
e a enfocar o essencial, que para eles resumia-se no
ideal de edificação. Como, então, era o culto
coletivo dos puritanos?
22. 1. Uma Confissão de pecados
2. Uma oração por perdão
3. Um Salmo métrico
4. Uma oração por iluminação
5. Leitura da Escritura
6. Sermão
7. Batismos e publicação de exclusões
8. Oração Longa e o Pai Nosso
9. Credo apostólico (recitado pelo Ministro)
10. Um Salmo métrico
11. A Bênção (Araônica ou Apostólica)
23. Simplificando o Culto
◦O culto puritano restringia cerimônia e ritual;
◦Os puritanos abandonaram as vestes clericais;
◦O calendário católico-anglicano de dias santos e
sagrados, foram substituídos simplesmente pelo culto
dominical;
◦Os puritanos simplificaram a arquitetura e a mobília da
igreja;
24.
25.
26.
27. Simplificando o Culto
◦O culto puritano simplificou a música na igreja;
◦Os puritanos também simplificaram os sacramentos;
◦Os objetivos do culto puritano eram muito claramente
definidos: os fins do culto são a honra de Deus, a
edificação dos crentes, a comunicação aos outros de
conhecimento espiritual, santidade e prazer, e o
aumento do próprio reino de Deus no mundo.
29. O Domingo Puritano
◦A observação do Dia do Senhor era tanto uma questão
política e social quanto da igreja;
◦Os puritanos formularam uma base bíblica múltipla
para a observância do domingo:
30. 1. Descansar um dia da semana era um memorial à
criação do mundo por Deus;
2. O quarto mandamento tornou a santificação de
um dia entre sete uma ordem moral;
3. O Dia do Senhor do NT torna o domingo um
memorial à ressurreição;
4. Porque o domingo é um dia de cessação do labor
terreno e um tempo de culto, é uma experiência
que prefigura a eterna felicidade do crente no céu.
31. “Não pense alguém que um mero
descanso do labor é tudo que se requer
do homem no Dia do Senhor, mas o
tempo que ele poupa dos trabalhos da
sua vocação deve dedicar aos deveres
espirituais.” Peter Bayley
32. “Aquele que guarda o Dia do Senhor
apenas descansando do seu trabalho
ordinário o guarda como um animal; pois o
descanso neste dia fica proibido na medida
em que impede o culto exterior e interior ao
Deus Todo-Poderoso.”
33. “A observância correta do dia requer duas coisas:
descanso e santificação deste descanso. A
santificação deste descanso, assim como do próprio
dia, está na nossa dedicação especial ao culto de
Deus. Contrários à observação do dia são todos os
negócios, comércio, festas, esportes e outras
atividades que distraem a mente do homem dos
exercícios da religião.” William Ames
34. “É um abuso notável de muitos fazer
do Dia do Senhor um dia de esportes e
lazer, enquanto deveria ser um dia
separado para o culto a Deus, acrescido
dos deveres da religião.” William
Perkins
Notas do Editor
O puritanismo começou como um movimento de pessoas que desejavam a reforma da igreja de acordo com a Palavra de Deus.
Inicialmente era um desejo de retirar os vestígios católicos no culto e no sistema de governo da igreja, coisa que os puritanos ingleses não conseguiram realizar. Foi na América, onde os puritanos eram livres para organizar as suas próprias igrejas que o puritanismo constituiu uma denominação específica.
Muitos puritanos se identificaram como presbiterianos, alguns tentaram permanecer anglicanos, mas na prática tornaram-se congregacionais.
A igreja havia acumulado séculos de distorções católicas, foi necessário retornar para a bíblia e reestabelecer os limites para a organização das igrejas.
Em 1570, ele expôs dos dois primeiros capítulos de Atos na Universidade de Cambridge, e ele usou a igreja primitiva como o modelo que deveria ser seguido, rejeitando as práticas católicas e anglicanas, como vestimentas e rituais baseados no Antigo Testamento.
Para eles, como para Calvino, como para Lutero, a Bíblia era a autoridade completa e suficiente para a vida toda.
Uma rejeição principalmente para a cerimônia ritual e da riqueza católica-anglicana;
Talvez o pensamento mais revolucionário tenha sido este. Não são os prédios deslumbrantes, as lindas vestes clericais, mas a companhia dos redimidos é o que importa.
Para os puritanos a igreja era a companhia de todos os homens que ouvem a Palavra de Deus e a obedecem.
Sabem a diferença de igreja invisível e visível?
William Tydale defendia isso, que Deus é espírito e adorado em espírito, em todo lugar, Deus ouve as orações em qualquer canto do mundo...
O culto não estava mais confinado a algo que o sacerdote fazia num lugar santo específico. O culto se tornou algo que todos os cristãos faziam onde quer que estivessem durante o dia.
Isso teve mais impacto do parece para nós, a consequência que talvez os puritanos nem notaram ou sequer planejaram foi:
Uma igreja como pessoas unidas por mútuo consentimento, se comprometendo a viver juntos compartilhando de objetivos e uma mesma fé.
A igreja institucional está sujeita à apostasia.
As igrejas se tornavam cada vez mais independentes, ordenavam seus próprios pregadores. Isso foi tão forte que muitos ministros só abandonaram as vestes clericais por pressão dos leigos, acabavam forçados a abandonar esse costume.
Muitos foram levados aos tribunais eclesiásticos por conta disso, nos registros históricos desses tribunais você encontra acusações de pessoas reunidas para compartilhar o que haviam aprendido na catequização pública; um grupo pequeno foi acusado de ter se reunido e encontrado em várias casas para fins religiosos, assim por diante.
O culto era em inglês, não em latim. O estilo da pregação era simples, os puritanos mudaram a arquitetura das suas igrejas, de duas salas, para apenas uma sala. As pessoas eram encorajadas a criticar os sermões.
Essa doutrina de elevação do papel da pessoa leiga baseava-se no princípio do sacerdócio de todos os santos. Isso elevou o status espiritual da pessoa comum.
Salmo em métrica, tipo quando cantamos o salmo 1
Benção Araônica Números 6.24-26 / Apostólica 2Co 13.13
Reparem a diferença, o choque de conceitos, um arcebispo anglicano havia dito que não há religião onde não há cerimônias, já um ministro puritano disse que quanto mais cerimônias, menos verdade.
Teve um puritano chamado William Tumer, que chegou a treinar o seu cachorro para pular e pegar os bonés quadrados das cabeças dos clérigos.
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Tiraram imagens e estátuas das igrejas, tiraram os altares, fizeram um amplo salão único. O objeto físico que atraia os olhos ao se entrar numa igreja puritana era um púlpito alto central.
Eliminaram composições complexas, canções em latim, músicos profissionais; todos substituídos pelo cântico congregacional dos salmos.
Reduziram dos sete católicos para apenas dois, a Ceia e o Batismo.
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A história revela que o desejo de manter o domingo isento de trabalho era uma forma de ação social como um ato religioso.
O domingo não deveria ser um dia de ociosidade, inatividade.
Houve excessos? Sim! Mas digam, a santificação do domingo não é melhor que sua profanação?