O documento discute a história da doutrina da Trindade e da guarda do domingo. Originalmente, os primeiros cristãos guardavam o sábado como dia sagrado, seguindo os ensinamentos de Jesus e dos apóstolos. A doutrina da Trindade foi desenvolvida gradualmente nos séculos seguintes através de concílios e influências filosóficas, contrariando a visão monoteísta da Bíblia. Ambas as doutrinas foram influenciadas pelo paganismo romano e grego.
O CRISTÃO E O MEIO AMBIENTE: o homem como jardineiro
Artigo Wesley Arruda
1. Introdução
A palavra religião é proveniente do latim religare, que significa uma “religação
com o divino”. Em meio a tantas religiões, todas prometendo felicidade e a
verdade sobre Deus, você provavelmente já parou para pensar quem está
realmente certo. Tradicionalmente, atribui-se à Bíblia o título de verdade. Eu
vivi esse dilema durante algum tempo da minha adolescência e até mesmo já
pensei em ser impossível achar uma religião que fosse totalmente verdadeira.
Passei muito tempo pesquisando os motivos que fazem da Bíblia um livro
diferente de outros livros ditos como “sagrados”. Não encontrei nenhum livro
que, além da filosofia, possui características como:
Antecipações Científicas:
1. Dizia que a terra era redonda 2.500 anos antes de Copérnico e
Galileu (Is 40:22);
2. Menciona a existência da pressão atmosférica sendo que o
barômetro só foi inventado em 1643.
Autenticidade Histórica
Apesar de ter sido escrita por 40 pessoas diferentes, possui uma
unidade teológica.
Sobreviveu a inúmeras perseguições.
Profecias cumpridas.
A Bíblia tem o poder de transformar vidas.
Segundo Jo Ann Davidson, Ph.D e professora de Teologia na Andrews
University, “ao longo de toda a Bíblia, encontramos um Deus que procura Seus
filhos, que deseja intensamente comunicar-Se com eles e que os ama mais do
que ama Sua própria vida.”1
A Bíblia é realmente um livro de Deus. É um livro que deve ser lido, estudado e
amado. Espero que você, leitor, possa compreender de forma simples e clara,
o que a Bíblia realmente ensina.
1
Publicado originalmente como “The Word Made Flesh”, Perspective Digest, ano 15, nº 3 [2010], p. 21-
25. Traduzido e adaptado por Matheus Cardoso. – Retirado do site www.Criacionismo.com.br (acesso
em 22 de Setembro de 2012).
2. A história da doutrina da Trindade
Nos dias atuais, há um grande debate acerca da personalidade de Deus,
principalmente nos meio cristão. Algumas correntes afirmam que Deus é uma
trindade, sendo definido pelo bispo Atanásio como “[...] um só Deus em três
Pessoas e três Pessoas em um só Deus.” 2 Algumas outras pessoas creem
que Deus foi manifesto de três maneiras diferentes, como o Pai no Antigo
Testamento, Jesus no Novo Testamento e Espírito Santo nos dias de hoje.
Outros afirmam existir apenas um só Deus e são
denominados de monoteístas ou unicistas. A Bíblia revela
existir apenas um só Deus.
Além da base bíblica para esta afirmação, existe o
fator histórico. A maioria dos teólogos, historiadores e
arqueólogos afirmam que no Antigo Testamento o Deus é
reconhecido como sendo uno e não triúno. Por muitos anos
houve discussões entre os cristãos se Jesus era ou não
Deus. Para tentar resolver esse problema doutrinário, em
325 DC, Constatino convocou cerca de 300 bispos para a
cidade de Nicéia, hoje İznik na Turquia. Além é claro da
discussão sobre a divindade ou não de Jesus, outros tópicos
de discussão tiveram espaço nesse concílio como a
celebração da Páscoa, cisma de Melécio, o batismo de
heréticos e o estatuto dos prisioneiros na perseguição de
Primeiro Concílio de Nicéia Licínio. Constantino não era Cristão. Supostamente se
converteu no último dia de sua vida. “Sua conversão não
deve ser interpretada como uma íntima experiência de
graça... Era uma questão militar.”3 Dentre os presentes
nesse concílio estavam Ario e Atanasio, ambos da cidade Egípcia de
Alexandria. Ario defendia a ideia de que Jesus não era Deus, e sim um ser
criado e que um dia não existiu. Na outra vertente encontrava-se Atanasio, que
defendia a divindade e eternidade de Cristo. Após dois meses de debates, o
imperador Constantino decidiu em favor dos que acreditavam que Jesus era
Deus. Provavelmente fez isso, não por causa de uma convicção bíblica, mas
sim, porque sabia que “uma divisão religiosa representava uma ameaça ao seu
império, e o seu desejo era solidificar o seu domínio.” 4
Um outro concílio, realizado em 381 AD, foi organizado pelo imperador
Teodósio - que tinha estabelecido o credo Niceno-Constantinopolitano como
padrão para o seu governo – para esclarecer os preceitos anteriores. O concílio
foi voltado para colocar o espírito santo no mesmo patamar que Deus e Cristo.
Foi a primeira vez na história da igreja em que a trindade começou a ser
enfocada, mas, mesmo assim, não foi amplamente aceita. Somente com o
advento das escolásticas (séc. IX ao XVI d.C.), que propunham uma explicação
teológica com base na filosofia ocorreu o pleno desenvolvimento da doutrina da
trindade no Ocidente.
2
Trecho retirado do site Wikipédia, com o nome de Credo de Atanásio. (Acesso em 28 de setembro de
2012)
3
Trecho retirado do livro The Early Church, de Henry Chadwick.
4
Trecho retirado da brochura Should you believe in the Trinity? Publicada pela Watch Tower.
3. Essa apostasia que ocorreu dentro da igreja cristã, que viria depois dos
dias de Jesus e seus apóstolos foi predita por volta do primeiro século. 5 A
Enciclopédia Americana comenta que “O trinitarianismo do quarto século de
forma alguma refletiu com exatidão o primitivo ensino cristão sobre a natureza
de Deus; foi ao contrário, um grande desvio deste ensinamento”.
As origens da trindade remontam desde a antiga Babilônia, Egito, Grécia
e Roma, onde tríades e adoração a três deuses eram bastante comum.
5
Ver 2 Tessalonicenses 2:3e 7, Atos 20:29 e 30, 2 Pedro 2:1, 1 João 4:1-3, Judas 3:4, 2 Timóteo 4:3,
Mateus 13:24-43, 1 Timóteo 1:6.
4. O Cristianismo herdou da religião judaica seus livros, seus profetas,
suas promessas de um mundo melhor e acima de tudo, a idéia monoteísta:
Deus só existe um.
Apesar de ter herdado do Judaísmo as coisas que lhe são essenciais, de
ter nascido da pregação de um homem judeu, de usar os livros do Antigo e do
Novo Testamento, todos escritos por judeus, de ter nascido dentro do templo
de Jerusalém e das sinagogas judaicas, o Cristianismo, em determinado
período da história afastou-se completamente dos judeus e do Judaísmo,
chegando até a ver nos judeus os mais abjetos inimigos.
É fato que as primeiras conversões, em razão da pregação evangélica,
foram conversões de judeus. Também é fato que a igreja primitiva era
composta basicamente por judeus e que foram esses judeus, fugindo da
invasão de Jerusalém pelos exércitos romanos ou da perseguição religiosa
empreendida pelos líderes do Sinédrio judaico, quem fizeram a expansão
surpreendente da fé cristã.
“Constantino basicamente não tinha entendimento algum das perguntas que se
faziam em teologia grega” – Breve História da doutrina Cristã
Após a morte dos apóstolos crenças pagãs começaram a se
desenvolver no meio cristão, porém, a igreja sempre dizia que suas novas
doutrinas se baseavam na Bíblia. Assim sendo, no quarto século EC, a
apostasia que Jesus e seus apóstolos predisseram veio a acontecer
totalmente. Mas não podemos nos esquecer de que a trindade foi apenas uma
das ideias que iam contra a palavra de Deus.
A igreja apóstata começou a acalentar outras ideias provenientes do
paganismo como o inferno de fogo, a imortalidade da alma, guarda do domingo
e a idolatria. No âmbito espiritual, o cristianismo havia entrado na sua “era
obscura”, subjugada por uma classe clerical que não se interessava na
salvação e sim no poder. Uma classe de homens que são “contra a lei” (2
Tessalonicenses 2:3 e 7), contra a Bíblia e contra Deus.
5. A história da guarda do Domingo
O Sábado (Shabat - )שבתé o nome dado ao dia de descanso semanal
no judaísmo e no cristianismo. O sábado é o memorial da criação em seis dias
e o descanso no sétimo (Gênesis 2:3). Ele é observado do pôr do sol da sexta-
feira até o pôr do sol do sábado (Levíticos 23:32). “A palavra hebraica shabat
( ,)שבתtem relação com o verbo shavāt ( ,)שבתque significa „cessar‟, „parar‟.”
Não há evidência alguma de que os seguidores de Jesus não
guardassem o sábado. Pelo contrário, segundo a teologia cristã, Jesus não
veio para abolir a lei e os profetas que o antecedeu, mas sim cumprir (Mateus
5:17-18). Jesus guardou o sábado (Lc 4, 16). O apóstolo Paulo guardou o
sábado. Durante a semana ele trabalhava fazendo tendas, mas esse dia foi
reservado para a pregação. “Como de costume, Paulo… por três sábados
disputou com eles sobre as Escrituras.” (Atos 18:2-3, 17:2). Jesus guardou o
Sábado Inclusive após a morte de Jesus, os seus discípulos continuaram a
observar o santo dia do sábado (Lucas 23:54 e 56, Lucas 24:1,Lucas 4:16).
Hoje, a maioria das pessoas pensam que, quando guardam o Domingo como
dia sagrado, estão dentro do costume da igreja cristã do primeiro século. Na
verdade, os primeiros cristãos observavam o Sábado como um dia de
descanso e adoração nas sinagogas, juntamente com os judeus. “No ano 95 ou
100 d.C. houve uma mudança no culto da sinagoga. A parte central do culto
era conhecida como a „Oração de Pé‟ ou „18 bênçãos de gratidão a Deus‟.
Todas as 18 eram recitadas durante a semana, mas no Sábado, somente 7
delas. Neste ano, mais uma benção foi acrescentada, a „Benção concernente
aos heréticos‟, que, na realidade não era uma benção, e sim uma maldição.
Isso serviu para
desmascarar os
Benção Concernente aos Heréticos: cristãos, porque a
Que os apóstatas não tenham esperança; qualquer um poderia
Que o domínio dos ímpios seja desarraigado rapidamente de nossos dia; se pedir que dirigisse
a recitação. Se
Que os nazarenos e os hereges pereçam prontamente e que não sejam esperava que todos
contados junto com os justos. dissessem Amém ao
Bendito sejas, nosso Deus eterno que esmaga o ímpio. final de cada
recitação, e isso era
muito incômodo, e
até impossível para os cristãos participarem daí para adiante nesse culto, que
era dirigido pelos fariseus.” 6 Por causa disso, os cristãos passaram a se
perguntar se realmente valia a pena relacionar-se com os judeus.
“Nos escritos da igreja primitiva, nota-se que os cristãos estavam
desesperados por separar-se dos judeus e distinguirem-se a si mesmos. Como
resultado, percebe-se muito antissemitismo. Alguns comentários são ofensivos
contra os judeus, outros falam do afastamento daquilo que consideravam a
religião do Velho Testamento.” 7 Muitos judeus, ainda sonhavam com uma
grande nação judaica. Por causa disso, no norte da África por volta do ano 115
AD, esse sonho se tornou violência, segundo fontes do historiador e cônsul
6
Dr. Robert M. Johnston – Extraído da série “O Sétimo Dia – Revelações das páginas perdidas da
história”.
7
Dr. Burton L. Visotzky – Extraído da série “O Sétimo Dia – Revelações das páginas perdidas da história”.
6. romano Dio Cassius. “Nesse ínterim, os judeus na região de Cirene puseram
um certo Andreas como seu chefe, e estavam destruindo tanto os romanos
como os gregos. Comeriam a carne de suas vítimas, fariam cintos de suas
entranhas, ungir-se-iam com o sangue delas e usariam sua pele como
vestimenta; a muitos eles serraram em dois, da cabeça aos pés; outros eles
deram às feras selvagens, e outros ainda forçaram a lutar como gladiadores.
Ao todo, duzentos e trinta mil pessoas pereceram. No Egito também,
cometeram muitas atrocidades semelhantes, igualmente em Chipre... .” 8
Pouco tempo depois, no ano 132 AD a oposição dos judeus contra
Roma, explodiu em outra violência, desta vez, em Jerusalém. “O líder dos
judeus nessa época era um homem pelo nome de Barcocheba (que significa
estrela), que possuía o caráter de um ladrão e um assassino, mas mesmo
assim, contando com o seu nome, gabava-lhes, como se fossem escravos, que
possuía poderes maravilhosos e ele fingiu que era uma estrela que tinha
descido para eles do céu para trazê-los de luz no meio dos seus infortúnios” 9.
A revolta de Revolta de Bar Kokhba só aconteceu porque o imperador Adriano
proibiu a circuncisão judaica e ordenou a reconstrução de Jerusalém como
cidade pagã, pelo nome de Aelia Capitolina. O exército imperial esmagou a
rebelião em 135 AD, Adriano baniu os judeus de Jerusalém e proibiu a
observância do Sábado e outros rituais religiosos judaicos. “Dessa forma,
houve um sentimento anti-judaico muito forte no Império Romano e então, os
cristãos não queriam ser associados com os judeus. A forma mais fácil foi
renunciar o Sábado, que era a marca de ser judeu” 10. Os cristãos da cidade de
Alexandria foram os primeiros a substituir a observância do Sábado para o
Domingo, por volta de 120 AD. A Epístola de Barnabé foi um dos primeiros
documentos que relatam a observância do Domingo pelos cristãos. “Não se
trata do Barnabé mencionado no livro de Atos no Novo Testamento, mas sim,
um falso Barnabé, com uma falsa epigrafia, alguém se atribui falsamente ao
nome do apóstolo. Porém foi alguém de Alexandria, cidade na qual a tendência
era espiritualizar tudo, e é isso que a epístola de Barnabé faz, não toma nada
literalmente” 11.
“E ele descansou no sétimo dia.” Isso quer dizer que seu Filho, quando vier
para pôr fim ao tempo do Iníquo, para julgar os ímpios e mudar o sol, a lua e
as estrelas, então ele, de fato, repousará no sétimo dia. – Epístola de Barnabé
Apesar da Epístola de Barnabé ser uma das primeiras evidências do
Domingo ter sido promovido como dia de culto cristão, é em Roma que está o
centro do movimento pró-dominical cristã.
8
Dio Cassius, Historia 69, LCL, p. 421; conforme relato semelhante dado por Eusebius, HE 4, 2 e
Chronicon 2, 164.
9
Eusébio de Cesaréia, História da Igreja (Livro IV) - Cap. 3, verso 2.
10
Alan Reinach - Extraído da série “O Sétimo Dia – Revelações das páginas perdidas da história”.
11
Dr. Robert M. Johnston – Extraído da série “O Sétimo Dia – Revelações das páginas perdidas da
história”.
7. O domingo é o dia quando temos a nossa reunião porque nesse dia Deus, tendo obrado uma
mudança na escuridão e na matéria, fez o mundo e Jesus Cristo nosso Salvador ressuscitou dos
mortos no mesmo dia. – Justino de Nablus
Essa foi a justificativa teológica usada pelos primeiros cristãos
observadores do domingo, tentando ligar esse primeiro dia da semana com o
primeiro dia da criação. O domingo foi um substituto atraente para o sábado,
pois na religião pagã, o domingo era dia de culto ao sol e dia de se pensar
sobre o sol. Assim, mais uma vez, doutrinas da religião pagã foram entrando no
cristianismo de forma sutil, já que os cristãos eram uma minoria num mundo
que adoravam deuses míticos, imperadores mortos e ao sol invencível.
“No ano 31 A.C. Otaviano derrotou as forças de Cleópatra no Egito e
levou para Roma dois grandes obeliscos”. 12 Um desses obeliscos foi colocado
no Circo Máximo, não só dedicado ao deus sol, mas também era um sinal
visível de que Roma tinha conquistado o Egito. Os textos da metade do
primeiro século dão mais força à popularidade do culto ao sol. O imperador
Nero, encomendou uma estátua de 35 metros de altura, com um busto
semelhante ao dele ao estilo do deus sol. O imperador Heliogabalus13 era tão
devoto ao deus sol oriental que tomou o nome dele para si mesmo e trouxe seu
deus na forma de meteorito preto da Síria até Roma e adotou um estilo de vida
oriental.
Mesmo após sua morte em 222 AD, e sua pedra preta ter sido enviada
de volta à Síria, o culto ao sol continuou no império Romano. Além disso, por
meio dos piratas do mar mediterrâneo, o culto do deus Mitra se tornou muito
popular pelo império, especialmente entre os militares. Inclusive, algumas
peculiaridades do mitraísmo foram agregadas a outras religiões, como o
cristianismo. Por exemplo, desde a antiguidade, o nascimento de Mitra era
celebrado em 25 de dezembro. O mitraísmo só entrou em decadência no
império Romano a partir da adoção do cristianismo como religião oficial. O
mitraísmo era uma religião de fraternidade e camaradagem, e assim, os
seguidores se reuniam não só para adorar ao seu deus, mas para comer
juntos. Muitos soldados romanos de origem oriental costumavam orar ao
amanhecer voltados para o sol ou para o leste, e é “nesse período em que se
faz menção do sol invicto ou sol invencível. Invencível porque, a cada 24 horas,
a noite tenta vencê-lo, mas, ao amanhecer, o sol volta outra vez, vencendo a
noite“. 14 No reinado do imperador Aureliano, foi estabelecida a religião estatal
que incluía o culto ao imperador e também o culto ao sol invicto, com o objetivo
de unificar todas as religiões pelo deus sol. O imperador Diocleciano, também
era um devoto do deus sol e manteve os princípios da religião estatal, dizendo
ser ele mesmo deus, e eventualmente, deu a ordem para o início da
perseguição aos cristãos.
12
Alan Reinach - Extraído da série “O Sétimo Dia – Revelações das páginas perdidas da história”.
13
Heliogabalus foi um imperador romano de 218 a 222. De origem siríaca, era tão devoto do seu deus
Elagabal (latim=Elagabalus) que depois mudou seu nome para Elagabalus. Elagabal era um deus muito
comum em terras orientais, principalmente na cidade de Homs.
14
Dr. Ron Mello – Extraído da série “O Sétimo Dia – Revelações das páginas perdidas da história”.
8. Portanto, para alguns líderes cristãos,
a observância do domingo pelos cristãos, “Constantino o Grande fez uma
faria do cristianismo uma religião mais lei para todo o império, (321
atraente para pagãos que já adoravam o d.C.), instituindo que o Domingo
deus sol nesse dia. fosse observado como dia de
No ano de 313 AD, com o repouso em todas as cidades e
consentimento do seu co-imperador Licínio, vilas; mas permitindo que os
ele legalizou a religião cristã. A partir daí
camponeses prosseguissem em
surgiu uma nova religião e uma nova forma
seus trabalhos”. - Enciclopédia
de estado. Eles estavam tão ligados que por
muito pouco se distinguia a linha divisória Americana, artigo Sábado.
entre os dois. Pouco tempo depois, no ano
de 321 AD, o imperador Constantino promulgou a famosa “Lei Dominical”:
"Devem os magistrados e as pessoas residentes nas cidades repousar, e todas as oficinas ser fechadas no venerável dia
do Sol. No campo, entretanto, as pessoas ocupadas na agricultura podem livre e licitamente continuar suas ocupações;
porque acontece muitas vezes que nenhum outro dia se lhe assemelha para a semeadura de sementes ou para a
plantação de vinhas; tememos que, pela negligência do momento apropriado para tais operações, as bênçãos celestiais
sejam perdidas." (Promulgada aos 7 dias de março, sendo Crispo e Constantino cônsules pela segunda vez cada um). -
Codex Justinianus, liv. 3, tit. 12 e 13; traduzido em PHILIP SCHAFF, D.D., History of the Christian Church (volume sete da
edição, 1902), vol. III, pág.380.
Segundo os registros da antiga cidade de Laodicéia, onde os líderes
eclesiásticos se reuniram no ano 364 para se definir exatamente quais
escrituras deveriam ser lidas nos cultos de Sábado15. Isso ainda é uma prova
irrefutável de que muitos cristãos ainda se reuniam no dia de sábado 300 anos
após a morte de cristo, porém, mesmo assim, a guarda do domingo foi forçada
pelos líderes da época16. Mesmo assim, muitas pessoas não aceitaram essa
mudança. “Embora quase todas as igrejas do mundo celebrem os sagrados
mistérios no sábado de cada semana, os cristãos de Alexandria e Roma
cessaram de fazê-lo” – Sócrates Eclesiástico17. Esse foi o fator fundamental da
maior brecha que dividiu a igreja cristã por 900 anos.
“A recuperação do sábado é especialmente necessária hoje quando
nossas almas, fragmentadas, penetradas e dissecadas por uma cultura
cacófona e dominada pela tensão clama pela libertação e realinhamento que
nos aguardam no dia de sábado. A redescoberta do sábado nesta era cósmica
propicia a base para uma fé cósmica, uma fé que abarca e une a criação,
redenção e restauração finais; o passado, presente e futuro; o homem, a
natureza e Deus; este mundo e o mundo por vir. É uma fé que reconhece o
domínio de Deus sobre toda a criação e a vida humana por consagrar a Ele o
sétimo dia; uma fé que cumpre o verdadeiro destino do crente no tempo e
eternidade, uma fé que permite que o Salvador enriqueça-nos a vida com uma
maior medida de Sua presença, paz e descanso.” - Samuele Bacchiocchi.
15
Cânon 16 do Concílio de Laodicéia: “Os Evangelhos devem ser lidos no sábado, juntamente com as
outras escrituras”.
16
Cânon 29 do Concílio de Laodicéia: “Os cristãos não devem judaizar descansando no sábado, mas sim,
trabalhar nesse dia. E se puderem, devem honrar o dia do domingo, descansando como cristãos. Se
alguém for encontrado judaizando, seja ele inimigo de Cristo”.
17
Eclesiastical History 5.22, século V.