Este documento descreve a anatomia e a técnica cirúrgica da histerectomia abdominal. A histerectomia é o procedimento cirúrgico ginecológico mais comum, removendo o útero através de uma incisão abdominal. O documento detalha cada etapa da cirurgia, incluindo a identificação dos ligamentos pélvicos, dissecção dos vasos uterinos, remoção do útero, e fechamento dos tecidos. Complicações potenciais como lesões ureterais também são discutidas.
12. C
M. levantador do ânus
M. Esfíncter externo do ânus
Lig. anococcígeo
M. Glúteo max.
M. Bulbo cavernoso
M. Transverso
superficial do
períneo
Bulbo do vestíbulo.
Gl. Vestibular maior
14. Epidemiologia
A histerectomia é o procedimento cirúrgico ginecológico mais feito
20 a 30% da mulheres com 60 anos já passaram por histerectomia
Em países desenvolvidos 85% não tem complicações;
O número do procedimento tem diminuído com o avanço técnico e novas
abordagens terapêuticas. (OBS!!! Brasil)
A mortalidade é de 0,1 a 0,6%
De 1998 a 2010, a distribuição da abordagem cirúrgica foi: abdominal (65%),
vaginal (20%), por via laparoscópica convencional (13%), robótica (0,9%) e
radical (1,2%).
15. Indicações
Adenomiose e outras endometrioses severas que não melhoraram com
outros tratamentos;
Câncer de útero, câncer de endométrio na maioria das vezes;
Câncer cervical ou displasia do cérvix, que possa levar ao câncer;
Câncer de ovário;
Dor pélvica crônica (longo prazo) que não melhorou com outros
tratamentos;
Hemorragia vaginal frequente e prolongada que não melhorou com outros
tratamentos;
Deslizamento severo do útero na vagina (prolapso uterino);
Fibromioma uterino (leiomioma);
Sangramento incontrolável durante ou após o parto, geralmente por
problemas com a placenta;
Em cirurgia de adequação sexual (feminino para masculino).
Placenta percreta.
17. Técnica cirúrgica de Richardson
Incisão
Sua escolha dever ser determinada pelas
seguintes considerações:
Simplicidade da incisão
Necessidade de exposição
Possível necessidade de ampliar a incisão
Resistência na ferida cicatrizada
Resultado cosmético da incisão cicatrizada
Localização de cicatrizes cirúrgicas prévias
18. Técnica cirúrgica
Pele é aberta com um bisturi e a incisão é realizada
através do tecido subcutâneo e da fáscia
Com aplicação de tração às bordas laterais da incisão,
a fáscia é dividida
Peritônio é aberto da mesma forma
19. Técnica cirúrgica
Exploração Abdominal
A parte superior do abdome e a pelve
são exploradas sistematicamente
Exame e palpação de estruturas
abdominais
Coleta de amostra citológica da
cavidade peritoneal
Escolha e posicionamento do Afastador
Afastadores de Balfour e O’Connor-
O’Sullivan: mais usados
20. Técnica cirúrgica
Elevação do útero
O útero é elevado colocando-se os clampes no
ligamento largo de cada corno, de forma que estes
cruzem o ligamento redondo
A extremidade do clampe pode ser colocada
próximo ao óstio interno
22. Técnica cirúrgica
Ligadura do ligamento redondo
O útero é desviado para o lado esquerdo da
paciente, estirando o ligamento redondo direito
Com a porção proximal segurada pelo clampe do
ligamento largo, a porção distal do ligamento
redondo é ligada com uma sutura ou seccionada
com o cautério de Bovie
24. Técnica cirúrgica
A porção distal pode ser apreendida com pinça, e
o ligamento redondo seccionado para separar os
folhetos anterior e posterior do ligamento largo
O folheto anterior do ligamento largo é incisado
com tesouras de Metzenbaum ou eletrocautério ao
longo da prega vesicouterina,separando a reflexão
peritoneal da bexiga do segmento uterino inferior
26. Histerectomia Abdominal
Identificação do ureter
O retroperitônio é penetrado estendendo-se a incisão
em sentido cefálico no folheto posterior do ligamento
largo
Acompanhando-se a artéria ilíaca externa
cefalicamente até a bifurcação da artéria ilíaca
comum, o ureter é identificado cruzando a artéria
ilíaca comum
Ureter deve ser deixado fixado ao folheto medial do
ligamento largo
28. Histerectomia Abdominal
Ligadura do ligamento útero-ovariano ou infundibulopélvico
Útero é retraído em direção à sínfise púbica e
desviado para um lado, tensionando o ligamento
infundibulopélvico contralateral, a tuba e o ovário
A tuba e o ligamento útero-ovariano são clampeados
de cada lado, seccionados e ligados com um fio solto
e com um ponto de sutura
30. Histerectomia Abdominal
Mobilização da Bexiga
Utilizando-se tesouras de Metzenbaum, com as extremidades
apontadas para o útero, a bexiga é dissecada por corte de sua ligação
ao segmento inferior do útero e do colo
31. Histerectomia Abdominal
Ligadura do vaso uterino
O útero é retraído cefalicamente e desviado para um lado da pelve,
distendendo os ligamentos inferiores
A rede vascular uterina é dissecada e um clampe de Heaney curvo é
posicionado perpendicularmente à artéria uterina, na junção do colo e
do corpo do útero
Vasos são seccionados e sutura é ligada
33. Histerectomia Abdominal
Ligadura do ligamento cardinal
Secciona-se colocando um clampe de Heaney reto medialmente ao
pedículo do vaso uterino. Então sutura-se o pedículo
35. Histerectomia Abdominal
Remoção do Útero
O útero é tracionado na direção cefálica e a extremidade do colo é
palpada
Clampes de Heaney curvos são colocados bilateralmente, englobando
o ligamento uterossacro e parte superior da vagina logo abaixo do colo
O útero é removido com tesouras curvas fortes
37. Histerectomia Abdominal
Fechamento da bainha vaginal
Sutura em forma de 8 com fio absorvível 0 nas extremidades dos dois
clampes
Também são feitas suturas na extremidade de cada clampe
Pedículos são suturados com ponto de Heaney
39. Histerectomia Abdominal
Irrigação e Hemostasia
Fechamento peritoneal
Fechamento da incisão
Peritônio parietal não é reaproximado
Fáscia com sutura interrompida ou sutura com fio
absorvível monofilamentar 0 ou 1