2. História
• Europa - fim do século XIX:
– Berlim vai se transformar numa grande cidade muito tardiamente, somente ao
final desse século.
– Passa a ser a capital da Alemanha recém-unificada pelo chanceler Bismark, ao
final da guerra franco-prussiana (1871).
• 1868:
– Muros medievais finalmente postos abaixo .
– Período de intensa urbanização e modernização.
– Incorporou territórios vizinhos, subúrbios e arredores.
– Atrai uma massa de imigrantes sobretudo das áreas rurais.
– Em pouco tempo tornou-se uma metrópole industrial menor apenas que
Londres.
– Sua população, que em 1867 não passava dos 700 mil habitantes, chega a
impressionantes 4 milhões em 1913.
• Entre 1875 e 1914:
– “Período de ouro”, beneficiado pelos reparos de guerra por parte da França
derrotada.
– Possibilitam crescimento da renda nacional e um intenso desenvolvimento .
3. História
• A rápida urbanização da cidade:
– Contrastava as áreas nobres e de classe média, entremeadas de parques e
servidas de toda a infra-estrutura e benfeitorias que a modernização
possibilitava,
– Vida da imensa maioria da população nos “Mietkaserne”, apartamentos de um
quarto e cozinha, com banheiro comum, sem gás para aquecimento ou luz
elétrica, de densa concentração habitacional.
– O operariado inicia um processo de organização e politização sob a liderança
do Partido Socialista , se fazendo ouvir nas suas manifestações e associações,
conquistando garantias como aposentadoria, seguro de invalidez, delimitação
da jornada de trabalho.
– Os operários, em 1907, chegam a representar 44,3% da população.
– Reconhecendo o peso social e político dessa classe (organizações sindicais e
partidos), as elites desde então se empenharam na sua incorporação ao
“Estado alemão” por meio do incentivo aos sentimentos nacionalistas,
persuadindo-a que ela era, antes de tudo, parte do Reich .
4. História
• Classe operária:
– Busca de uma revolução,
– Abortada sob a liderança da social-democracia, que controla a massa
revoltosa e a integra num modelo de estado aceitável para a burguesia.
– O que de fato aconteceu foi uma jovem República formada na esteira das
velhas classes aristocráticas, entre interesses burgueses, numa clara tentativa
de impedir a ascensão comunista.
– Rosa Luxemburgo e Karl Liebknitch são assassinados barbaramente pelos frei-corps
(forças paramilitares de direita que mais tarde alimentariam as SS de
Hitler), sob o olhar complacente da liderança social-democrata (que pouco
fazem para punir os culpados).
• Ao final da Grande Guerra:
– A pujante nação indestrutível é uma terra devastada .
– Imperador se vê forçado a abdicar.
– 1918 - com a derrota, a República é proclamada por um grupo de políticos
social-democratas reunidos em assembléia em Weimar – a cidade de Goethe.
– A história alemã entra num novo período.
5. História
• Tratado de Versalhes:
– Punha fim à Guerra,
– Única solução possível naquele momento,
– Condições de paz impostas seriam vistas por muitos como condições de
vingança dos franceses pela guerra franco-prussiana,
– Ressarcimentos de guerra estabelecidos amarraram o Estado,
– Impedindo a jovem República de se estabelecer,
– Trazendo mais devastação e miséria
6. História
• República de Weimar(1918-1933) :
– Culpa pela derrota e pela situação caótica,
– Os verdadeiros responsáveis - os políticos da liderança social-democrata que
arcaram com o ônus de assinar o tratado de Versalhes.
– Nasce sob uma crise econômica sem precedentes,
– Empurra as camadas médias para o terreno da direita
– Contribuindo para a desmobilização gradativa da imensa classe operária,
– Classe operária transformada num exército de desempregados
– Classes cada vez mais disponíveis, ambas, camadas médias e baixas, para
serem cooptadas pelos nacional-socialistas.
• No entanto, as crises em geral tendem a ser períodos férteis para as artes, e na
Alemanha de Weimar isso pode ser observado muito claramente: arquitetura,
música, teatro, artes plásticas, em todas as áreas o desenvolvimento é intenso.
7. Contexto Artístico
• A partir de 1880:
– Desenvolvimento burguês se dá também do ponto de vista cultural,
– Incentivo às instituições que auxiliavam na construção de um “caráter nacional”.
– Academias de Arte, Galerias Nacionais, Universidades, Institutos Históricos passam a
contribuir para a constituição desse caráter através de suas ações e obras.
– Desenvolvimento de uma sociedade mais complexa - classes média e alta consumidoras
de arte,
– Mercado de artes = impele artistas e marchands a fundarem grupos e instituições fora
do circuito oficial, para expressarem mais livremente a sua versão de tal caráter.
– Surgem as Secessões – dissidências dos Salões Oficiais.
– Artistas se contrapunham aos padrões acadêmicos patrocinados pelo Kaiser, não apenas
em Berlim, mas também em Munique, Frankfurt, Dresden e outras cidades.
– Núcleos de artistas começavam a questionar a sociedade burguesa e trocavam
experiências com as diversas vanguardas européias.
– Secessões possibilitam o contato dos artistas alemães com o que de novo se produzia
além-Alemanha, estabelecendo um forte contato com o Leste, de onde muitos artistas
vinham, expondo a arte contemporânea francesa, possibilitando inclusive o surgimento
das mulheres artistas, vedado no circuito oficial.
8. Contexto Artístico
• Neue Secession (Nova Secessão):
– Formada uma onde jovens artistas em Berlim,
– Mais tarde seriam agrupados sob o epíteto expressionista,
– Passam a expor suas obras contrapostas ao espírito deliberadamente hostil do
Kaiser à arte nova.
– Os artistas não chegam a formar um grupo coeso,
– Tentavam expressar sua insatisfação com os rumos da sociedade estabelecida,
– Formaram associações, publicações e grupos de ação (Die Brücke, Der Blaue
Reiter, Der Sturm, Neue Künstlevereiningung München - NKM, Die Pathetiker,
entre outros),
– Lançaram manifestos, e, como qualquer vanguarda, logo se transformavam
em outra coisa.
– Nota-se também uma espécie de disputa, entre o sentido da vanguarda –
universalista por excelência – e a necessidade de se pensar uma arte
“genuinamente alemã”.
• O expressionismo parece ter se desenvolvido na tensão entre estes dois pólos.
9. Termo e Influências
• Termo :
– Entre 1905 e 1914,
– Designar uma tendência da arte européia moderna,
– Enraizada em solo alemão,
– Empregado pela primeira vez em 1911 na revista Der Sturm [A Tempestade],
mais importante órgão do movimento,
– Marca oposição ao impressionismo francês.
• Influências:
– Vincent van Gogh :intensidade com que cria objetos e cenas, registro da
emoção subjetiva em cores e linhas.
– Paul Gauguin: certo achatamento da forma, obtido com o auxílio da
suspensão das sombras, o uso de grandes áreas de cor e atenção às culturas
primitivas.
– Pintor belga James Ensor: imaginário monstruoso, suas máscaras e anjos
decaídos,
– Releitura do simbolismo, pelas possibilidades que abre à fantasia e ao
universo onírico,
– Pintor norueguês Edvard Munch é talvez a maior referência do expressionismo
alemão.
10. Vincent Van Gogh, Noite Estrelada.1889.
Óleo sobre tela. 73,7 x 92,1 cm.
Museu de Arte Moderna. New York. EUA.
11. Eugène Henri Paul Gauguin, To ma tete; Mulheres taitianas sentadas num banco.
1892. Óleo sobre tela. 0,73 x 0,92m.Kunstmuseum. Basiléia.Suíça.
12. James Ensor, Entrada de Cristo em Bruxelas, 1888-1889
Óleo sobre tela, 2,54 x 4,31m, Musée Royal des Beaux Arts, Antuérpia.
13. Edvard Munch, O Grito. c.1893
Óleo e pastel sobre madeira. 89 x 73,5 cm.
The National Gallery. Oslo. Noruega.
14. Características
• Contrapõe a expressão que se projeta do artista para a realidade,
• Contradiz a ideia de registro da natureza por meio de sensações visuais imediatas,
• Nega uma concepção de arte ligada à mente, e não apenas ao olhar,
• Arte liga-se à ação, muitas vezes violenta, através da qual a imagem é criada, com
o auxílio de cores fortes ,
• Rejeitam a verossimilhança ,
• O caráter de crítica social da arte;
• Poética encontra sua tradução em motivos retirados do cotidiano,
• Defesa de uma poética sensível à expressão do irracional dos impulsos e paixões
individuais,
• Observam o acento dramático
• Algumas obsessões temáticas, por exemplo, o sexo e a morte,
• Isolamento do homem frente à natureza,
• Usam formas distorcidas,
• Cores contrastantes,
• Pinceladas vigorosas que rejeitam todo tipo de comedimento;
• Retomada das artes gráficas, especialmente da xilogravura;
• Interesse pela arte primitiva.
15. Grupos
• Die Brücke = A Ponte:
– Criado em 1905 em Dresden
– A afirmação do expressionismo,
– Contemporâneo ao fauvismo francês, no qual se inspira.
– Artistas:
• Ernst Ludwig Kirchner (1880 - 1938),
• Karl Schmidt-Rottluff (1884 - 1976),
• Erich Heckel (1883 - 1970),
• Emil Nolde (1867 - 1956), E
• Ernst Barlach (1870 - 1938),
• Der Blaue Reiter = O Cavaleiro Azul:
– Criado em 1911,
– Considerado um dos pontos altos do movimento.
– Artistas: Franz Marc (1880 - 1916),
• Wassily Kandinsky (1866 - 1944),
• Paul Klee (1879-1940).
• Neue sachlichkeit =nova objetividade:
– Após a Primeira Guerra Mundial, 1914-1918,
– Artistas:
• Otto Dix (1891 - 1969)
• George Grosz (1893-1959).
16. Ernest Kichner, Cinco mulheres na rua. 1913
Óleo sobre tela. 120 x 90cm
Haubrich Collection. Museu Ludwig. Colônia. Alemanha
17. Karl Schmidt-Rottluff , Mulher Lendo, 1950. Óleo sobre lienzo. 90 x 76 cm.
Colección Brücke-Museum Berlín. Berlín. Alemania.
18. Erich Heckel , Fränzi Reclining, 1910,
Xilogravura, 22.7 x 41.9 cm, Moma, New York
19. Emil Nolde, A Lenda de Santa Maria Egipcíaca, 1912
Retábulo. 0,86 x 1,0m, Kunsthalle. Hamburgo. Alemanha
20. Franz Marc , Dois Gatos, 1912.
Óleo sobre tela. 74 x 98 cm. Oeffentliche Kunstsammlung Kunstmuseum. Basel. Suiza.
22. Paul Klee, Caminhos principais e caminhos laterais.1929.
Óleo sobre tela. 83 x 67 cm.
Museum Ludwig. Colônia.Alemanha
23. Arquitetura
• Desenvolve no clima agitada do pós–guerra alemão.
• Era preciso reconstruir uma sociedade em ruínas.
• Os arquitetos percebem que representam o espírito construtivo da nova Alemanha.
• Agrupam-se, organizam-se, inserem-se no processo revolucionário que vinha se
desenvolvendo no país.
• Com a vanguarda artística russa, vinculará o processo de renovação da arte ao
processo revolucionário da sociedade.
• Institui-se um Conselho do Trabalho para a Arte e o Grupo de Novembro.
• Grupo de Novembro, núcleo de pesquisa e experimentação da construção civil:
– Elemento de pressão para conseguir que o Estado apóie as novas experiências,
voltadas para o urbanismo.
– Urbanismo - capaz de responder às exigências de vida e trabalho do povo, e
não subordinado ao lucro dos especuladores.
– Teve vida breve, mas foi importante que nos anos imediatamente posteriores à
guerra,
– Recorreu à invenção e à criação como antídoto à depressão geral.
– Abriram o campo da experimentação formal mais audaz,
– Procurava utilizar todas as novas sugestões que haviam se manifestado no
âmbito do modernismo arquitetônico.
• Ainda que não tenha existido uma verdadeira corrente expressionista, a experiência
expressionista realizada por alguns dos maiores arquitetos modernos, teve notável
desenvolvimento posterior da arquitetura.
24. Características
• Crise política e econômica do pós-guerra - a geração de arquitetos que estava ativa.
• Período da Werkbund :
– Mudança completa na condição do arquiteto na Alemanha.
– Grande Guerra de 1914 levou ao fim a primeira fase da Werkbund.
– Movimento recomeçou, em 1919, mas seu desenvolvimento foi mais irregular.
• Características:
– Deixaram de lado as amarras do funcionalismo e do racionalismo,
– Passaram a trabalhar em projetos arquitetônicos independentemente da probabilidade
deles serem construídos ou não ,
– Esboço foi uma forma fundamental da arquitetura expressionista, até porque, muitos
dos projetos não foram construídos.
– O desenho é capaz de registrar a expressão do arquiteto e a sua visão arquitetônica
dinâmica, já que o papel aceita tudo e o arquiteto é capaz de romper os limites do
factível, uma vez que as chances de construção não importam
– Rompia de forma mais radical com a estática do edifício, explorando a complexidade da
iluminação e a qualidades dos materiais.
– Essa produção foi chamada de Arquitetura Expressionista Utópica.
25. Arquitetura
• Arquitetos:
– Erich Mendelsohn,
– Hans Scharoun,
– Peter Behrens,
– Hans Poelzig,
– Mies van der Rohe,
– Walter Gropius,
– Bruno e Max Taut, entre outros,
• Obras importantes:
– As formas cristalinas do Pavilhão de Vidro, projetado por Bruno Taut, antes da
guerra, para a Exposição da Werkbund,em Colônia,
– A forma escultural da Torre Einstein, em Potsdam, projetada por Erich
Mendelsohn, em 1917-20.
26. Bruno Taut - Pavilhão em vidro para a Exposição Werkbund, Colônia,1914
27. Bruno Taut - Pavilhão em vidro para a Exposição Werkbund, Colônia,1914
28. Bruno Taut - Pavilhão em vidro para a Exposição Werkbund, Colônia,1914
29. Bruno Taut - Pavilhão em vidro para a Exposição Werkbund, Colônia,1914
45. Conclusão
• Os primeiros movimento modernistas de arquitetura sedimentaram o
caminho da arquitetura funcionalista.
• O conjunto de obras e as pesquisas desenvolvidas por estes arquitetos
viria fundamentar o racionalismo e a deontologia da arquitetura moderna.
• O expressionismo e as vanguardas russa sendo hoje a base da arquitetura
contemporânea.
• Arquitetura esta cuja ênfase está na busca das formas orgânicas e
escultóricas e na concepção física baseada na percepção plástica e visual.
• Busca de objetivos mais experimentais e expressivos no uso da
transparência, da luz e da fluidez espacial.