Palestra Social Ministrada em Salvador por Fabio Mazzola, pela Fisicom, com o Tema Estabilização Segmentar associada a RPG como recurso para a Ginástica Laboral em 01/2013
2. História
Teoria de Lesão frente a Atividades de Flexão x
Extensão;
1980 – Surge o Conceito de Exercícios de
estabilização no Instituto da Coluna de São
Francisco – EUA.
1990.... – Diferentes modelos biomecânicos
propostos afim de aumentar a proteção articular da
coluna vertebral.
3. História ..... 1980
Manobras de Contenção:
Enfatizar a retroversão pélvica;
Coluna neutra e trabalho de todos músculos
abdominais.
Gerar o controle proximal e estabilidade do
movimento da coluna vertebral antes da
progressão nas atividades.
4. História
Teoria de Lesão frente a Atividades de Flexão x
Extensão;
1980 – Surge o Conceito de Exercícios de
estabilização no Instituto da Coluna de São
Francisco – EUA.
1990.... – Diferentes modelos biomecânicos
propostos afim de aumentar a proteção articular da
coluna vertebral.
5. Conceito de Estabilização 1990
Maior razão de lombalgias: inabilidade dos
abdominais e paravertebrais em prover a
estabilidade necessária dos diferentes segmentos
da coluna. (Hides et al 1994; Hodges e Richardson 1996,
1998; Richardson et al 1999; O’Sullivan 2000)
Proposta do “Conceito de Instabilidade e
Estabilidade da Coluna”. (Penjabi 1992; Bergmark 1989;
Cholewick, Pejanbi e Khachatryan 1997; jull e Richardon Feb
2000; Macgill e Cholewick 2001; Fritz, Erhard e Hagen 1998)
6. Coluna Instável e Estável
Estabilização lombar é mantida e aumentada
pelo aumento da atividade dos músculos
intrínsecos lombares.
Dois sistemas musculares geram a estabilidade
da coluna:
Sistema Global;
Sistema Local.
Importância do Controle motor na coordenação
dos dois sistemas musculares durante
atividades funcionais.
7. Conceito de Estabilidade
Processo dinâmico que
inclui posições estáticas e
movimento controlado.
Isso inclui um alinhamento
em posições sustentadas e
padrões de movimento
que reduzam a tensão
tecidual, evitem causas de
trauma para as
articulações ou tecidos
moles, e forneçam ação
muscular eficiente.
8. Controle Motor
Estabilidade Postural
da Coluna
Sistema Passivo:
vértebras, discos
intervertebrais, Estabilidade
articulações, ligamentos e da
músculos; Coluna
Sistema Ativo: músculos,
tendões;
Sistema Passivo Sistema Ativo
Controle Motor.
9. Estabilidade Postural
da Coluna
Sistema Passivo:
vértebras, discos
intervertebrais,
articulações, ligamentos e
músculos;
Sistema Ativo: músculos,
tendões;
Controle Motor.
10. Estabilidade Postural
da Coluna
Sistema Passivo:
Facetas Articulares;
Processos Espinhosos;
Costelas;
Discos Interevertebrais;
Ligamentos;
Fáscia Toracolombar;
Músculos.
12. Estabilidade Postural da Coluna
Sistema Ativo: Músculos;
Músculos Intrínsecos; Músculos Globais:
Respondem a cargas que Respondem a cargas que
não deslocam o centro de deslocam o centro de
massa independente da massa em direções
direção e proporcionam específicas, sendo assim
suporte dinâmico a em termos gerais não
segmentos individuais. estabilizam estruturas
segmentares mas sim de
forma global.
27. Estabilidade Postural da Coluna
Ativo: Músculos;
Músculos Globais Músculos Intrínsecos
Região Cervical Região Cervical
• ECOM; • Reto anterior cabeça;
• Escalenos; • Longo do Pescoço
• Levantador da escápula; • Reto Posterior maior e menor da
• Trapézio descendente; cabeça;
• Eretor espinhal. • Oblíquo superior da cabeça;
• Intertransversários.
43. Controle Motor
Estabilidade Postural
da Coluna
Sistema Passivo:
vértebras, discos
intervertebrais, Estabilidade
articulações, ligamentos e da
músculos; Coluna
Sistema Ativo: músculos,
tendões;
Sistema Passivo Sistema Ativo
Controle Motor.
44. Estabilidade Postural da Coluna
Controle Motor: Controle Antecipatório:
Os Músculos do tronco e O SNC ativa músculos do
da cervical são ativados e tronco em antecipação à
controlados pelo SN que é carga imposta pelo
infuenciado pelos movimento dos membros
mecanismos periféricos e para manter a estabilidade
centrais em resposta às da coluna.
forças e atividades
flutuantes.
45. Controle Antecipatório
Mecanismos antecipatórios ativam
resposta posturais de todos os
músculos do tronco, precedendo a
atividade nos músculos dos membros e
antecipatória do MÚSCULO
MULTÍFIDIO, ROTADOR CURTO,
ROTADOR LONGO e do MÚSCULO
TRANSVERSO DO ABDOME é
independente da direção ou velocidade
do distúrbio postural.
47. Lombalgia
Lombalgia é dor, de duração variável, sensação de
desconforto, tensão muscular ou rigidez localizada
pela margem dorsal e acima da prega glútea
inferior, com ou sem dor isquiática.
48. Cervicalgia
Síndrome caracterizada por dor e rigidez transitória na
região da coluna cervical, na maioria das vezes auto
limitada. Acomete 12 a 34% de uma população
adulta em alguma fase da vida, tendo maior
incidência no sexo feminino.
49. Zona Neutra (Coluna Neutra)
Área que fica na ADM média
de um segmento da coluna
onde nenhuma estrutura
osteoligamentar passiva é
tensionada. Na coluna a Zona
Neutra é relativamente
pequena e é controlada
sobretudo pela tensão
dinâmica da musculatura
intrínseca.
50. Zona Neutra
O aumento da Zona Neutra apresentará
instabilidade e pode ser decorrente de
múltiplos fatores, tais como:
• Alterações Estruturais:
•Degeneração Discal;
•Espondilólise;
•Espondilolistese;
•Frouxidão Ligamentar;
• Baixo Controle Neuromuscular:
•Fadiga;
•Padrão de recrutamento alterado;
•Inibição reflexa (dor/patologia)
51. Princípios de Prevenção e
Suporte Passivo: Tratamento
Suporte externo com o
objetivo de gerar
estabilidade e reduzir a a
iminência de dor em
situações de retorno
parcial a atividade em
paralelo com
treinamento dinâmico
da musculatura
intrínseca.
* Suporte Ativo.
53. Princípios de Prevenção e Tratamento
Coluna Lombar
Ativação da Musculatura
Ativar Transverso do Intrínseca:
abdome e Multífido Estímulos verbais;
(Períneo). Estímulos táteis;
Manguito de
Coluna Cervical
pressão/Eletromiografia
Ativar Reto anterior e (biofeedback);
lateral da cabeça e o Longo Ultra-som.
do pescoço.
54. Diretrizes da Estabilização Segmentar
Desenvolver a percepção das contrações musculares e
posição da coluna;
Desenvolver controle em padrões de exercícios simples;
Desenvolver controle em padrões de exercícios complexos;
Desenvolver controle em atividades funcionais simples;
Desenvolver controle em atividades funcionais complexas;
Desenvolver controle em atividades funcionais complexas não
planejadas.
55. Porque Estabilização Segmentar ?
A coluna vertebral é uma das estruturas que mais sofre com o
sedentarismo e a má postura. Suas afecções são uma das
principais causas de afastamento de atividades laborais
estima-se que 50% a 80% dos indivíduos apresentarão
dores lombares ou cervicais na fase adulta. Estes
distúrbios são a segunda causa de absenteísmo e
de aposentadoria precoce.
58. Ginástica Laboral Preparatória
Conceito:
É um conjunto de exercícios físicos realizados antes do início da jornada de
trabalho.
Objetivo:
Preparar o funcionário para suas tarefas aquecendo os grupos musculares que
irão ser solicitados pela tarefa e despertando-os para que se sintam mais
dispostos ao iniciar o trabalho.
Quando:
Começo do expediente.
Duração:
5 a 10 minutos
59. Ginástica Laboral Compensatória
Conceito:
São atividades físicas realizadas durante as pausas da jornada de trabalho,
interrompendo a monotonia operacional e aproveitando para executar exercícios
específicos de compensação aos esforços repetitivos e ás posturas inadequadas dos
postos operacionais.
Objetivo:
Impedir vícios de posturas habituais dos trabalhadores e atingir as sinergias
musculares antagônicas ativas durante o trabalho, proporcionando a compensação e
o equilíbrio funcional com redução da fadiga.
Quando:
Durante o expediente.
Duração:
10 a 15 minutos
60. Ginástica Laboral Relaxante
Conceito:
É baseada sobretudo em exercícios de alongamento.
Objetivo:
Relaxamento das estruturas musculares envolvidas na tarefa diária, prevenindo
efeitos deletérios da jornada evitando possíveis instalações de lesões.
Quando:
Término do expediente.
Duração:
5 a 10 minutos
62. Diretrizes da Estabilização Segmentar
1. Comece treinando a conscientização de
movimentos seguros da coluna e a posição neutra;
2. Faça o individuo aprender a ativar a musculatura
estabilizadora profunda (intrínseca) enquanto
estiver na posição neutra;
3. Acrescente movimentos dos membros para
oferecer uma carga à musculatura global enquanto
mantém a posição neutra estável da coluna
(estabilização dinâmica);
63. Diretrizes da Estabilização Segmentar
4. Aumente as repetições para melhorar a capacidade
de sustentação (resistência a fadiga) na
musculatura estabilizadora; aumente a carga
(modifique o braço de alavanca ou acrescente
resistência) para melhorar a força enquanto
mantém a coluna em uma posição estável;
5. Use contrações isométricas alternantes e técnicas
de estabilização rítmica para favorecer a
estabilização e o equilíbrio com cargas flutuantes;
64. Diretrizes da Estabilização Segmentar
6. Progrida para o movimento de uma posição para
outra com movimentos dos membros, ao mesmo
tempo mantendo a coluna em posição neutra e
estável;
7. Use superfícies instáveis para melhorar a resposta
estabilizadora e o equilíbrio.
65. Estágio 1
O treinamento cinestésico para o senso de movimentos e
posições seguras precisa preceder o treinamento de
estabilização. É importante reconhecer que essa posição
não é estática; nem é a mesma para todas as pessoas e
pode mudar a medida que a flexibilidade aumenta
66. Estágio 2
A ativação dos músculos estabilizadores profundos (intrínsecos) do
tronco, especificamente do Transverso do Abdome e Multífido,
em geral encontra-se atrasada ou ausente. Aprender a ativar de
maneira consciente os estabilizadores intrínsecos sem contrair a
musculatura global é o primeiro passo para a estabilização
habitual de coluna. Esta contração deve ser realizada durante
todas as atividades.
Lombar – “Encolher a barriga”
Cervical – “Crescer a cabeça e encaixar o queixo”
68. Estágio 3
Os movimentos dos membros são acrescentados ao
programa de estabilização para reforçar a ativação
muscular intrínseca e coordenar a atividade
muscular global. Os movimentos são feitos dentro
da tolerância dos músculos do tronco ou cervical
para controlar a posição neutra.
69. Estágio 3
Os exercícios que requerem estabilização contra forças
rotacionais no plano transverso sobre a pelve
ativam, de modo mais constante, mais músculos
oblíquos do abdome e estabilizadores profundos da
coluna do que as forças resistivas no plano sagital.
70. Estágio 4
Assim que o controle da posição for estabelecido e o
paciente puder ativar os músculos estabilizadores,
aumentam-se as repetições dos movimentos e
aplica-se cargas desafiadoras progressivas dentro
da habilidade de controlar a posição neutra.
71. Estágio 4
A fadiga é determinada pela inabilidade dos músculos do
tronco e cervical de estabilizar a coluna em posição
neutra.
Comece com uma atividade que possa ser
mantida por 30 a 60 segundos; progrida até
atingir 3 minutos.
Avance aumentando o braço de alavanca dos
membros; inicialmente diminua o tempo e
depois avance outra vez, realizando a nova
atividade por 1 a 3 minutos;
72. Estágio 4
Outro modo de desenvolver resistência nos
músculos intrínsecos é começar o exercício no nível
mais difícil para aquele individuo e passar para
níveis mais simples de resistência à medida que ele
comece a fadigar-se. Importante que nunca perca o
controle da posição funcional.
73. Estágio 5
Contrações isométricas alternantes entre antagonistas
e estabilização rítmica dos músculos do tronco
contra resistência aumentam as contrações
estabilizadoras. Quando feitas na posição sentada
ou bi-pedestação desenvolvem o controle do
equilíbrio.
74. Estágio 6
Uma estabilização de transição se desenvolve à medida
que o individuo passa de uma posição para outra
com os movimentos dos membros. Isso requer
contrações graduadas e ajustes entre flexores e
extensores do tronco e exige maior percepção e
contração.
75. Estágio 7
A Atividade de perturbação (equilíbrio), em que o
exercício é feito contra forças desestabilizadoras ou
em superfícies instáveis, desenvolve as respostas
neuromusculares para melhora do equilíbrio.
76. RPG
Posturamento
Posturas ativas, isométricas no sentido excêntrico das
cadeias miofasciais, sempre em decoaptação articular,
progressivas, buscando ir da conseqüência até a causa
do problema.
78. Abordagem da Tridimensionalidade
A Individualidade
Todo ser é único e indivisível e manifestará sua patologia de
maneira única e individual.
A Causalidade
Observar as alterações posturais partindo do efeito até a
causa.
A Globalidade
Corrigir ao mesmo tempo a sintomatologia, as fixações e a
causa de uma patologia.
79. Reeducação Postural Global
ÂNGULO ABERTO ÂNGULO FECHADO
1. D.D. 1. D.D.
2. EM PÉ, COM APOIO 2. SENTADA
3. EM PÉ, SEM APOIO 3. EM PÉ, INCLINADO
Uma Estrutura é estável desde que a linha de gravidade do centro de massa localize-se dentro da base de apoio
Segundo Panjabi 10 , a estabilidade da coluna decorre da interação de três sistemas: passivo, ativo e neural. O sistema passivo compõe-se das vértebras, discos intervertebrais, articulações e ligamentos, que fornecem a maior parte da estabilidade pela limitação passiva no final do movimento. O segundo, ativo, constitui-se dos músculos e tendões, que fornecem suporte e rigidez no nível intervertebral, para sustentar forças exercidas no dia-a-dia. Em situações normais, apenas uma pequena quantidade de co-ativação muscular, cerca de 10% da contração máxima, é necessária para a estabilidade. Em um segmento lesado pela frouxidão ligamentar ou pela lesão discal, um pouco mais de co-ativação pode ser necessária. O último sistema, o neural, é composto pelos sistemas nervosos central e periférico, que coordenam a atividade muscular em resposta a forças esperadas ou não, fornecendo assim estabilidade dinâmica. Esse sistema deve ativar os músculos corretos no tempo certo, para proteger a coluna de lesões e permitir o movimento.
Segundo Panjabi 10 , a estabilidade da coluna decorre da interação de três sistemas: passivo, ativo e neural. O sistema passivo compõe-se das vértebras, discos intervertebrais, articulações e ligamentos, que fornecem a maior parte da estabilidade pela limitação passiva no final do movimento. O segundo, ativo, constitui-se dos músculos e tendões, que fornecem suporte e rigidez no nível intervertebral, para sustentar forças exercidas no dia-a-dia. Em situações normais, apenas uma pequena quantidade de co-ativação muscular, cerca de 10% da contração máxima, é necessária para a estabilidade. Em um segmento lesado pela frouxidão ligamentar ou pela lesão discal, um pouco mais de co-ativação pode ser necessária. O último sistema, o neural, é composto pelos sistemas nervosos central e periférico, que coordenam a atividade muscular em resposta a forças esperadas ou não, fornecendo assim estabilidade dinâmica. Esse sistema deve ativar os músculos corretos no tempo certo, para proteger a coluna de lesões e permitir o movimento.
Bergmark 12 propôs o conceito de vários músculos com diferentes papéis na estabilidade dinâmica. A hipótese é que há dois sistemas atuando na estabilidade. O global consiste de grandes músculos produtores de torque, atuando no tronco e na coluna sem serem diretamente ligados a ela. São eles o reto do abdome (RA), o oblíquo externo (OE) e a parte torácica do iliocostal lombar. Fornecem estabilidade ao tronco, não sendo capazes de influenciar diretamente a coluna. O sistema local é formado por músculos ligados diretamente à vértebra e responsáveis pela estabilidade e controle segmentar. Tais músculos são o multífido lombar (ML), o transverso do abdome (TA) e as fibras posteriores do oblíquo interno (OI). O quadrado lombar (QL) também tem funções estabilizadoras, discutidas abaixo. Multífido lombar na estabilidade Os músculos lombares estabilizam o segmento lombar 12 . Alguns, contudo, têm um potencial maior e contribuem mais especificamente na estabilidade. Um estudo mostrou que o ML é capaz de fornecer rigidez e controle de movimento na zona neutra 13 . Consiste em pequenos feixes dirigidos do sacro à C2, atingindo seu máximo desenvolvimento na lombar. No sacro, origina-se da superfície posterior e medial da espinha ilíaca póstero-superior e ligamentos sacroilíacos posteriores. Na inserção, abrange duas a quatro vértebras, inserindo-se no processo espinhoso de uma vértebra acima 14 . Wilke et al . 15 observaram que, próximo à L4-L5, o ML contribui com 2/3 do aumento da rigidez segmentar resultante da contração. Assim, qualquer lesão no segmento pode comprometer a estabilidade 16 . Evidenciou-se uma forte relação entre a má funcionalidade do ML e a recorrência da dor após cirurgia discal 17 . Estudos 16,18,19 mostraram que ocorre uma disfunção do ML após um primeiro episódio de lombalgia unilateral. Uma rápida atrofia no ML foi demonstrada ipsilateralmente ao local de dor por meio de ultra-som 18 . Hides et al . 16 notaram que a recuperação do ML não ocorre espontaneamente na remissão da dor. Acredita-se que possíveis mecanismos para a atrofia sejam a inibição reflexa ou a inibição da dor via arco reflexo 18 . Em virtude dos efeitos indiretos da inibição terem sido vistos na ausência de dor, o mecanismo mais provável foi o reflexo de inibição 19 . Uma das explicações para a alta taxa de recidivas em lombálgicos pode ser o fato de o ML não recuperar o volume mesmo após a redução da dor, comprometendo a estabilidade 16 . Hides et al . 20 mostraram que os exercícios específicos de ESL para o ML podem aumentar seu volume em lombálgicos, diminuindo a atrofia. Nesse estudo, indivíduos com o primeiro episódio de lombalgia unilateral com atrofia do ML foram divididos em grupo controle, recebendo orientação postural e cuidados, e tratados realizando treinamento específico para o ML. Nos dois grupos notaram-se melhoras na dor em quatro semanas. No controle, a área de secção transversa (AST) do ML permaneceu inalterada após quatro semanas, ao passo que, no tratado, a AST voltou aos níveis normais após quatro semanas de tratamento. Um acompanhamento em longo prazo revelou que 84% dos pacientes do controle tiveram recorrência dolorosa em um ano, contrastando com 30% do tratado. Ainda, o controle mostrou nove vezes mais chances de recidiva do que o grupo submetido à ESL, após três anos. Transverso do abdome como estabilizador O TA atua primariamente na manutenção da pressão intra-abdominal (PIA), ao conferir tensão à vértebra lombar por meio da fáscia toracolombar (FTL) 21 . As fibras do TA correm horizontalmente ao redor do abdome, ligando-se via FTL ao processo transverso de cada vértebra lombar 22 . O aumento na PIA e na tensão da FTL foi inicialmente atribuído à diminuição da carga na coluna por meio da produção de um momento extensor do tronco 23 . Essa teoria foi largamente refutada 24 e, subseqüentemente, cresceu a idéia de que a contração do TA pudesse aumentar a estabilização 25 . McGill e Norman 25 sugeriram que a contração do TA cria um cilindro, resultando em rigidez espinhal. Do mesmo modo, espera-se que a tensão lateral por meio do processo transverso da vértebra resulte em limitação da translação e da rotação vertebral 26 . Há evidencias de que o TA e os músculos profundos lombares são preferencialmente afetados na presença de lombalgia 16 , dor lombar crônica 27 e instabilidade 28 . Hodges e Richardson 29 observaram que o TA se ativa antes do deltóide na flexão, extensão e abdução do ombro em indivíduos sem lombalgia, demonstrando a antecipação desse músculo na região lombar para os movimentos do membro superior. Em sujeitos lombálgicos, a ativação do TA foi mais lenta que o deltóide nos mesmos movimentos. Notou-se que o RA, OE e OI raramente precediam o movimento do membro. Houve então fortes indicativos de que há diferença de função entre os abdominais superficiais e profundos no sentido da ESL. O TA tem um papel fundamental na antecipação. Previamente à execução de movimentos gerais, esse músculo ativa-se, evitando perturbações posturais. Essas respostas que antecedem o movimento podem ser pré-programadas pelo sistema nervoso central e iniciadas como parte de um comando motor para a ação. Hides et al . observaram, correlacionando ultra-som e ressonância magnética, que a correta contração do TA melhorava a estabilidade lombar 30 . Em outro trabalho, a ativação do TA diminuiu significativamente a lassidão sacroilíaca, o que não foi observado quando os outros músculos abdominais se contraíram 31 .
A estabilidade lombar não depende apenas do ML e TA. Um cilindro de músculos profundos ao redor da coluna fornece estabilidade 11 . O músculo QL atua como estabilizador lateral lombar da coluna 6 . Como teto, o diafragma é o principal contribuinte para a pressão intra-abdominal. Para que o TA aumente sua tensão na FTL, a atividade do diafragma é requerida para prevenir descolamento da víscera abdominal 32 . O diafragma contribui para o aumento da PIA previamente ao início de grandes movimentos dos membros, contribuindo para a estabilidade 4 . Fáscia toracolombar A FTL cobre os músculos profundos lombares e do tronco. Na região lombar a fáscia possui três camadas. A posterior é ligada ao processo espinhoso, crista mediana do sacro, e ligamento supra-espinhoso; a média é ligada ao processo transverso e aos ligamentos intertransversais, abaixo da crista ilíaca e acima da borda inferior da décima segunda costela e do ligamento lombocostal; a anterior cobre o QL e é ligada medialmente à face anterior do processo transverso, dorsalmente à região lateral do músculo psoas maior 4 . As camadas posterior e média unem-se na margem lateral do eretor da coluna e na borda lateral do QL. São unidas pela camada anterior, originando a aponeurose do TA. A contração do OE e TA aumenta a tensão na FTL, elevando a pressão dentro da fáscia, o que pode resultar em rigidez aumentada da coluna lombar, contribuindo para melhor estabilidade, somada aos mecanismos posturais paravertebrais e abdominais 33
Segundo Panjabi 10 , a estabilidade da coluna decorre da interação de três sistemas: passivo, ativo e neural. O sistema passivo compõe-se das vértebras, discos intervertebrais, articulações e ligamentos, que fornecem a maior parte da estabilidade pela limitação passiva no final do movimento. O segundo, ativo, constitui-se dos músculos e tendões, que fornecem suporte e rigidez no nível intervertebral, para sustentar forças exercidas no dia-a-dia. Em situações normais, apenas uma pequena quantidade de co-ativação muscular, cerca de 10% da contração máxima, é necessária para a estabilidade. Em um segmento lesado pela frouxidão ligamentar ou pela lesão discal, um pouco mais de co-ativação pode ser necessária. O último sistema, o neural, é composto pelos sistemas nervosos central e periférico, que coordenam a atividade muscular em resposta a forças esperadas ou não, fornecendo assim estabilidade dinâmica. Esse sistema deve ativar os músculos corretos no tempo certo, para proteger a coluna de lesões e permitir o movimento.
Sugere-se que os três sistemas de estabilização, passivo, ativo e neural, sejam interdependentes, e que um sistema possa compensar défices em outro. A instabilidade poderia ser o resultado de uma lesão tecidual, tornando o segmento mais instável, com força ou resistência ( endurance ) insuficientes, ou fraco controle muscular 10 . Instabilidade pode ser definida como diminuição na capacidade de estabilizar os sistemas da coluna para manter as zonas neutras dentro de limites fisiológicos, sem deformidade, sem deficit neurológico ou sem dor incapacitante. A instabilidade lombar tem sido sugerida como causa de desordens funcionais e tensões, assim como dor. A força de deformação dos ligamentos e dos discos induzida por cargas passivas da coluna dessensibiliza os mecanoceptores teciduais, diminuindo ou eliminando a força estabilizadora muscular reflexa no ML 34 . Panjabi propôs que a disfunção muscular ao longo do tempo pode levar à lombalgia crônica via lesão adicional de mecanoceptores e inflamação do tecido neural 35
Exercícios específicos para os estabilizadores lombares Há evidências de que os exercícios tradicionais prescritos para a lombalgia tenham um importante componente lesivo 34 . Um exemplo é a realização de retroversão da pelve durante exercícios para a coluna lombar, que aumenta o risco de lesão por comprimir as articulações e aumentar a carga nas estruturas passivas. McGill 6 concluiu que exercícios em série para a lombar, realizados em aparelhos com carga, podem produzir herniações. Músculos mais fortes parecem não ter valor profilático na redução de problemas lombares. Os músculos de resistência ( endurance ) têm sido evidenciados como protetores. Maior mobilidade da coluna lombar, ao contrário do que se pensava, aumenta as chances de problemas no segmento 36 . McGill 6 sugeriu que o mais seguro modelo de estabilização lombar não seria o exercício de força, mas sim o de resistência, que manteria a coluna em uma posição neutra, enquanto encorajaria o paciente a co-contrações dos estabilizadores. Em virtude das evidências da importância dos músculos locais TA, ML e QL na estabilização, assim como suas disfunções em episódios de lombalgia, sugere-se focar a atenção nesses músculos 8 . O desenvolvimento de testes e exercícios reprodutíveis na clínica estabeleceu a ESL como prática no tratamento de disfunções lombares 37 . O treino de estabilização local tem sido aplicado também na reabilitação do ombro por meio de exercícios para os músculos da bainha rotatória e escápula 39 , bem como dos flexores profundos do pescoço 40 . O papel dos estabilizadores segmentares consiste em fornecer proteção e suporte às articulações por meio do controle fisiológico e translacional excessivo do movimento 41 . Os músculos globais atuam encurtando-se ou alongando-se e gerando torque e movimento às articulações. Os locais ligam-se de vértebra a vértebra e são responsáveis pela manutenção da posição dos segmentos lombares durante movimentos funcionais. Essas demandas indicam que exercícios isométricos são mais benéficos por atuarem na reeducação dos músculos profundos. Em um estágio mais avançado de treino, a isometria pode ser combinada com exercícios dinâmicos para outras partes do corpo 8 . A co-contração e a estabilidade A co-contração é outro mecanismo que pode fornecer rigidez por meio de músculos antagonistas e, assim, manter a estabilidade na presença de cargas externas e internas nas articulações 42 . Há posições em que a co-contração dos músculos profundos pode ser realizada enquanto se mantêm os globais relaxados e a coluna em posição neutra 8 . A co-ativação pode ser alcançada pela inibição ativa dos interneurônios em vias recíprocas 43 . A co-contração dos antagonistas do tronco é necessária para manter o equilíbrio mecânico estável 4 . O controle do equilíbrio e estabilidade mecânica requer recrutamento muscular apropriado e tempo ótimo de recrutamento muscular ( timing ). Disfunção muscular e erros no controle motor têm sido sugeridos como possíveis causas de desordens agudas e crônicas 44 . McDonald et al . 45 questionam a falta de evidências da co-contração do TA e do ML durante atividades abdominais.
A ginástica laboral tem algumas classificações fundamentais para a construção e execução do programa. Segundo Mendes; Leite (2008) pode ser classificada quanto ao horário de execução e quanto ao seu objetivo.A Ginástica laboral preparatória é ministrada no começo do expediente do turno em que o empregado trabalha. Ou seja, no inicio do turno da manhã, da tarde ou da noite; normalmente é realizada no posto de trabalho, após o rápido ritual de entrada, como passar o cartão ponto, trocar de roupa e etc (MENDES; LEITE, 2008). Lima (2008) complementa dizendo que é uma ginástica com duração 5 a 10 minutos, com o objetivo principal de preparar os funcionários, aquecendo, sobretudo os grupos musculares que serão solicitados em suas atividades profissionais, proporcionando também maior disposição. Os exercícios de aquecimento são: coordenação; Equilíbrio; Concentração; Lateralidade e resistência muscular.Ginástica laboral compensatória ou ginástica de pausa, para Lima (2008), é uma ginástica com duração aproximada de 10 minutos e realizada durante a jornada de trabalho. Interrompe a monotonia operacional, com a realização de exercícios específicos de compensação para esforços repetitivos ou estruturas sobrecarregadas, e as posturas solicitadas nos postos de trabalho. Também pode incentivar a correção postural, a conscientização, a auto massagem e a massagem. Para Leite, (1992); Mendes (2000) são utilizados exercícios que trabalham as musculaturas pouco solicitadas e relaxam as que trabalham em demasia. Os tipos de exercícios utilizados são: alongamentos, exercícios respiratórios e posturais, massagens e auto-massagens, recreativos e lúdicos.Ginástica laboral relaxante é ministrada no fim do expediente e devem ser iniciadas 10 a 15 minutos antes do término do expediente de trabalho. Indica-se esse tipo de ginástica para trabalhadores que atendem ao público, como bancários e atendentes de informações a serviço de atendimento ao cliente (sac). Esses4trabalhadores necessitam de relaxamento, massagem em todo o corpo e extravasamento das tensões acumuladas nas regiões dorsal, cervical, lombar e plantar dos pés e nos ombros ( MENDES; LEITE, 2008). Segundo Zilli (2002), os exercícios para obter esses resultados esperados pela ginástica de relaxamento ou de fim de expedientes são, Automassagem, exercícios respiratórios, exercícios de alongamento e flexibilidade, meditação.
A ginástica laboral tem algumas classificações fundamentais para a construção e execução do programa. Segundo Mendes; Leite (2008) pode ser classificada quanto ao horário de execução e quanto ao seu objetivo.A Ginástica laboral preparatória é ministrada no começo do expediente do turno em que o empregado trabalha. Ou seja, no inicio do turno da manhã, da tarde ou da noite; normalmente é realizada no posto de trabalho, após o rápido ritual de entrada, como passar o cartão ponto, trocar de roupa e etc (MENDES; LEITE, 2008). Lima (2008) complementa dizendo que é uma ginástica com duração 5 a 10 minutos, com o objetivo principal de preparar os funcionários, aquecendo, sobretudo os grupos musculares que serão solicitados em suas atividades profissionais, proporcionando também maior disposição. Os exercícios de aquecimento são: coordenação; Equilíbrio; Concentração; Lateralidade e resistência muscular.Ginástica laboral compensatória ou ginástica de pausa, para Lima (2008), é uma ginástica com duração aproximada de 10 minutos e realizada durante a jornada de trabalho. Interrompe a monotonia operacional, com a realização de exercícios específicos de compensação para esforços repetitivos ou estruturas sobrecarregadas, e as posturas solicitadas nos postos de trabalho. Também pode incentivar a correção postural, a conscientização, a auto massagem e a massagem. Para Leite, (1992); Mendes (2000) são utilizados exercícios que trabalham as musculaturas pouco solicitadas e relaxam as que trabalham em demasia. Os tipos de exercícios utilizados são: alongamentos, exercícios respiratórios e posturais, massagens e auto-massagens, recreativos e lúdicos.Ginástica laboral relaxante é ministrada no fim do expediente e devem ser iniciadas 10 a 15 minutos antes do término do expediente de trabalho. Indica-se esse tipo de ginástica para trabalhadores que atendem ao público, como bancários e atendentes de informações a serviço de atendimento ao cliente (sac). Esses4trabalhadores necessitam de relaxamento, massagem em todo o corpo e extravasamento das tensões acumuladas nas regiões dorsal, cervical, lombar e plantar dos pés e nos ombros ( MENDES; LEITE, 2008). Segundo Zilli (2002), os exercícios para obter esses resultados esperados pela ginástica de relaxamento ou de fim de expedientes são, Automassagem, exercícios respiratórios, exercícios de alongamento e flexibilidade, meditação.