O soneto descreve as contradições do amor, alternando entre momentos de alegria e inspiração poética permitidos pela sorte, e momentos de sofrimento e falta de inspiração causados pelo próprio Amor. O poeta apela aos leitores que também sofrem por amor para que entendam a verdade contida em seus versos, cujo significado dependerá da experiência amorosa de cada um.
O poeta faz um balanço autobiográfico da sua vida desventurada, atribuindo a culpa aos seus erros, má sorte e amor, que se conjuraram contra ele. Apesar de ter passado por muitas dificuldades, mantém viva a dor das experiências passadas, o que o leva a não querer mais ter esperanças ou ser feliz.
O poema descreve a beleza da mulher amada do poeta, destacando suas qualidades físicas e psicológicas de uma forma apaixonada. Embora socialmente seja uma "cativa", o poeta é cativo do seu amor. A amada é superiorizada à natureza em beleza, com traços como "olhos pretos e cansados" e "cabelos pretos" que se opõem ao modelo da época, mas com qualidades como serenidade e doçura.
Oh, como se me alonga, de ano em ano,
A peregrinação cansada minha!
Como se encurta, e como ao fim caminha
Este meu breve e vão discurso humano!
O poeta expressa sentimentos contraditórios sobre a passagem do tempo: o cansaço de viver e a pena de se aproximar do fim. Lamenta o prolongamento e a brevidade da vida ao mesmo tempo.
Este soneto descreve a beleza da natureza, mas explica que sem a presença da amada tudo parece sem graça. A primeira parte descreve a paisagem harmoniosa, mas na segunda parte o poeta diz que sem ver a amada tudo o aborrece e vive na tristeza, mesmo nas alegrias.
O poema descreve a figura feminina como perfeita, comparando-a a um paraíso. O autor elogia sua beleza física e qualidades como a graça, o bom senso e a discrição. Confessa que a vida e a morte dependem dela e que se sente cativado e rendido aos seus encantos.
Nas primeiras 18 estâncias da Dedicatória, o Poeta dirige um discurso elogioso a D. Sebastião, dedicando-lhe a epopeia. Exalta as qualidades do jovem rei e seu potencial para expandir a fé cristã e o império português, comparando os feitos dos portugueses aos de heróis da Antiguidade. Pede a D. Sebastião que ouça o poema, no qual serão registadas as proezas do seu povo, para se inspirar para futuras conquistas.
O documento resume as principais características do Renascimento e de Os Lusíadas, épica de Camões que celebra as descobertas portuguesas. Apresenta o contexto histórico e literário do Renascimento e biografia de Camões, além de resumir os dez cantos da obra, destacando os principais acontecimentos, personagens e temas abordados em cada um.
1) Miguel Torga foi um poeta, romancista e dramaturgo português nascido em 1907 na região de Trás-os-Montes que se notabilizou pela sua ligação à terra natal e à natureza em sua obra.
2) Sua temática gira em torno do desespero humanista, da problemática religiosa e do sentimento telúrico, expressando a essência do homem e sua ligação com a terra e o divino.
3) Os poemas "Brinquedo" e "Regresso" ilustram essa ligação, mostrando a
O poeta faz um balanço autobiográfico da sua vida desventurada, atribuindo a culpa aos seus erros, má sorte e amor, que se conjuraram contra ele. Apesar de ter passado por muitas dificuldades, mantém viva a dor das experiências passadas, o que o leva a não querer mais ter esperanças ou ser feliz.
O poema descreve a beleza da mulher amada do poeta, destacando suas qualidades físicas e psicológicas de uma forma apaixonada. Embora socialmente seja uma "cativa", o poeta é cativo do seu amor. A amada é superiorizada à natureza em beleza, com traços como "olhos pretos e cansados" e "cabelos pretos" que se opõem ao modelo da época, mas com qualidades como serenidade e doçura.
Oh, como se me alonga, de ano em ano,
A peregrinação cansada minha!
Como se encurta, e como ao fim caminha
Este meu breve e vão discurso humano!
O poeta expressa sentimentos contraditórios sobre a passagem do tempo: o cansaço de viver e a pena de se aproximar do fim. Lamenta o prolongamento e a brevidade da vida ao mesmo tempo.
Este soneto descreve a beleza da natureza, mas explica que sem a presença da amada tudo parece sem graça. A primeira parte descreve a paisagem harmoniosa, mas na segunda parte o poeta diz que sem ver a amada tudo o aborrece e vive na tristeza, mesmo nas alegrias.
O poema descreve a figura feminina como perfeita, comparando-a a um paraíso. O autor elogia sua beleza física e qualidades como a graça, o bom senso e a discrição. Confessa que a vida e a morte dependem dela e que se sente cativado e rendido aos seus encantos.
Nas primeiras 18 estâncias da Dedicatória, o Poeta dirige um discurso elogioso a D. Sebastião, dedicando-lhe a epopeia. Exalta as qualidades do jovem rei e seu potencial para expandir a fé cristã e o império português, comparando os feitos dos portugueses aos de heróis da Antiguidade. Pede a D. Sebastião que ouça o poema, no qual serão registadas as proezas do seu povo, para se inspirar para futuras conquistas.
O documento resume as principais características do Renascimento e de Os Lusíadas, épica de Camões que celebra as descobertas portuguesas. Apresenta o contexto histórico e literário do Renascimento e biografia de Camões, além de resumir os dez cantos da obra, destacando os principais acontecimentos, personagens e temas abordados em cada um.
1) Miguel Torga foi um poeta, romancista e dramaturgo português nascido em 1907 na região de Trás-os-Montes que se notabilizou pela sua ligação à terra natal e à natureza em sua obra.
2) Sua temática gira em torno do desespero humanista, da problemática religiosa e do sentimento telúrico, expressando a essência do homem e sua ligação com a terra e o divino.
3) Os poemas "Brinquedo" e "Regresso" ilustram essa ligação, mostrando a
Este documento descreve as Cantigas de Amor, uma forma lírica trovadoresca portuguesa influenciada pela Provença. Resume suas origens, características, vocabulário, estrutura e regras do amor cortês, no qual o trovador serve sua dama de forma idealizada e passa por provações para conquistar seus favores.
Este soneto de Camões descreve a beleza da amada ausente através da enumeração de suas qualidades físicas e morais ideais de acordo com a tradição petrarquista. No último terceto, o poeta expressa um intenso desejo de vê-la pessoalmente, reforçado por figuras de linguagem como a interrogação retórica e a exclamação.
O poema estabelece uma comparação entre os olhos da amada e os campos verdes, projetando a imagem da amada na natureza. À medida que o poema avança, esta projeção torna-se mais evidente, com o sujeito poético a afirmar que o gado na verdade se alimenta da "graça dos olhos" da amada, e não da erva. No final, os olhos deixam de ser comparados aos campos e passam a ser eles próprios os campos verdes.
O poeta expressa sentimentos disfóricos sobre o dia em que nasceu através de uma maldição apocalíptica. Ele deseja que o dia nunca tenha acontecido e que, se voltar a ocorrer, seja acompanhado por fenômenos extraordinários como eclipses e monstros para que todos saibam que nele nasceu a pessoa mais desgraçada.
O documento resume as principais características da lírica de Camões, distinguindo entre a influência da tradição peninsular e a influência clássica e renascentista. Apresenta os principais temas, formas poéticas e estilos presentes na obra de Camões, influenciada por ambas as correntes literárias.
O documento descreve as características formais e temáticas da lírica de Camões. Apresenta duas correntes principais: a tradicional, influenciada pela poesia trovadoresca, e a renascentista, influenciada pelos modelos greco-latinos e italianos. Detalha as formas poéticas, métricas e temas abordados em cada corrente, como amor, saudade e natureza na tradicional, e reflexão filosófica e experiência pessoal na renascentista.
O poema discute a natureza do processo criativo do poeta. Afirma que o poeta é um "fingidor" que transforma a dor real sentida em uma dor imaginária por meio da poesia. Destaca também que os leitores não sentem a dor do poeta em si, mas sim uma nova dor criada a partir da interpretação do poema.
O poema estabelece uma comparação entre a natureza e os olhos da mulher amada, descrevendo um cenário bucólico com campos verdes onde pasta um rebanho. O sujeito poético encontra na natureza elementos que o fazem lembrar da beleza da amada, alimentando assim a saudade do seu amor através das recordações.
Mudança é constante e inevitável. O poema reflete sobre como as estações, a natureza e as pessoas estão em constante mudança, ora de forma positiva, ora negativa. Apesar das mudanças cíclicas da primavera e do inverno, o sujeito poético sente que a mudança agora ocorre de forma imprevisível e sem padrões, levando a desencantos e tristeza.
Álvaro de Campos foi um engenheiro português e heterônimo de Fernando Pessoa. Passou por diferentes fases poéticas marcadas pelo decadentismo, futurismo e pessimismo, exaltando temas como a modernidade, sensações e cansaço. Sua obra mais conhecida é a "Ode Triunfal".
Este poema descreve uma ceifeira cantando enquanto trabalha e a reação do poeta à sua canção. A canção da ceifeira é alegre mas o poeta vê a triste realidade por detrás da sua inconsciência. Ele apela à ceifeira para continuar cantando e pede aos elementos da natureza que o transformem para que possa ter a mesma alegria inconsciente.
1) A poesia lírica de Camões mostra influências tradicionais e renascentistas, cultivando diferentes gêneros e métricas;
2) Trata temas como o amor, natureza, destino e saudade de forma contraditória, refletindo suas experiências pessoais;
3) A mulher idealizada é retratada ora como perfeita beleza angelical, ora como causa de sofrimento pelo amor não correspondido.
Camões descreve a beleza da mulher amada de forma idealizada, atribuindo-lhe qualidades físicas e morais de forma reiterada. A amada é apresentada como detentora de uma beleza que transcende o físico e que fascina o poeta, comparando-a metaforicamente à feiticeira Circe, cujo "mágico veneno" transforma o seu pensamento.
Este poema descreve a beleza e graça de Lianor enquanto ela caminha descalça para a fonte através da verdura. O poeta usa figuras de linguagem como metáforas e hipérboles para enfatizar sua aparência física perfeita e graciosidade encantadora.
- A alcoviteira Lianor Vaz quer saber se Inês Pereira está comprometida, pois encontrou um pretendente para a jovem.
- Inês prefere casar-se com um homem sábio e discreto, mesmo que pobre, em oposição ao pretendente "rico, honrado e conhecido" proposto por Lianor.
- A mãe de Inês revela que a filha é culta, sabendo latim e outras matérias, ao contrário do que Lianor possa pensar.
O documento descreve as principais características estilísticas da poesia de Cesário Verde, incluindo a ênfase no mundo material e no realismo urbano, a atenção aos detalhes e a linguagem coloquial. Aborda também temas como a dureza do trabalho, a doença e a desigualdade social.
Este documento descreve a produção lírica de Luís de Camões, dividida entre a "medida velha" (poesia medieval) e a "medida nova" (poesia renascentista). A poesia de Camões aborda temas como o amor, o mundo e a condição humana de forma filosófica, influenciada pelo neoplatonismo. Suas obras mais conhecidas são os sonetos, que alcançaram sua máxima expressão com Camões.
O poeta descreve a ilha dos amores, onde os navegadores encontram ninfas. As ninfas simbolizam a glória e a imortalidade conquistada através de feitos heróicos. Os navegadores iniciam a perseguição às ninfas, que fingem fugir mas acabam por se deixar apanhar. Tétis leva depois Vasco da Gama ao cume de uma montanha, onde lhe mostra a "Máquina do Mundo", um globo transparente que representa o universo segundo o modelo de Ptolomeu, permit
O Poeta critica os guerreiros portugueses por não valorizarem as artes e a cultura, ao contrário dos heróis da Antiguidade. Isso pode levar ao esquecimento dos feitos heroicos e falta de inspiração para novas gerações. Ele alerta especialmente Vasco da Gama e sua família que, embora tenham realizado grandes façanhas, não incentivam a poesia que as celebra.
Este documento resume a estrutura externa e interna de "Os Lusíadas", o poema épico de Luís de Camões. Descreve que o poema contém 10 cantos com 1102 estrofes em oitava rima, e detalha a composição de cada canto. Também explica que a estrutura interna inclui uma proposição, invocação, dedicatória e narrativa, com detalhes sobre os assuntos de cada parte.
Este soneto de Camões descreve a despedida dolorosa de dois amantes numa madrugada, testemunhada pela própria madrugada. A separação causa grande sofrimento aos amantes, expresso pelas suas lágrimas e palavras magoadas. A despedida é descrita através da oposição entre a beleza da paisagem ao nascer do dia e a dor interior sentida pelos amantes.
O documento fornece informações sobre o poeta português Luís Vaz de Camões, incluindo detalhes sobre sua vida, obras e estilo poético. Apresenta exemplos de poemas de Camões que ilustram sua poesia tanto na tradição lírica quanto na corrente renascentista.
Este documento descreve as Cantigas de Amor, uma forma lírica trovadoresca portuguesa influenciada pela Provença. Resume suas origens, características, vocabulário, estrutura e regras do amor cortês, no qual o trovador serve sua dama de forma idealizada e passa por provações para conquistar seus favores.
Este soneto de Camões descreve a beleza da amada ausente através da enumeração de suas qualidades físicas e morais ideais de acordo com a tradição petrarquista. No último terceto, o poeta expressa um intenso desejo de vê-la pessoalmente, reforçado por figuras de linguagem como a interrogação retórica e a exclamação.
O poema estabelece uma comparação entre os olhos da amada e os campos verdes, projetando a imagem da amada na natureza. À medida que o poema avança, esta projeção torna-se mais evidente, com o sujeito poético a afirmar que o gado na verdade se alimenta da "graça dos olhos" da amada, e não da erva. No final, os olhos deixam de ser comparados aos campos e passam a ser eles próprios os campos verdes.
O poeta expressa sentimentos disfóricos sobre o dia em que nasceu através de uma maldição apocalíptica. Ele deseja que o dia nunca tenha acontecido e que, se voltar a ocorrer, seja acompanhado por fenômenos extraordinários como eclipses e monstros para que todos saibam que nele nasceu a pessoa mais desgraçada.
O documento resume as principais características da lírica de Camões, distinguindo entre a influência da tradição peninsular e a influência clássica e renascentista. Apresenta os principais temas, formas poéticas e estilos presentes na obra de Camões, influenciada por ambas as correntes literárias.
O documento descreve as características formais e temáticas da lírica de Camões. Apresenta duas correntes principais: a tradicional, influenciada pela poesia trovadoresca, e a renascentista, influenciada pelos modelos greco-latinos e italianos. Detalha as formas poéticas, métricas e temas abordados em cada corrente, como amor, saudade e natureza na tradicional, e reflexão filosófica e experiência pessoal na renascentista.
O poema discute a natureza do processo criativo do poeta. Afirma que o poeta é um "fingidor" que transforma a dor real sentida em uma dor imaginária por meio da poesia. Destaca também que os leitores não sentem a dor do poeta em si, mas sim uma nova dor criada a partir da interpretação do poema.
O poema estabelece uma comparação entre a natureza e os olhos da mulher amada, descrevendo um cenário bucólico com campos verdes onde pasta um rebanho. O sujeito poético encontra na natureza elementos que o fazem lembrar da beleza da amada, alimentando assim a saudade do seu amor através das recordações.
Mudança é constante e inevitável. O poema reflete sobre como as estações, a natureza e as pessoas estão em constante mudança, ora de forma positiva, ora negativa. Apesar das mudanças cíclicas da primavera e do inverno, o sujeito poético sente que a mudança agora ocorre de forma imprevisível e sem padrões, levando a desencantos e tristeza.
Álvaro de Campos foi um engenheiro português e heterônimo de Fernando Pessoa. Passou por diferentes fases poéticas marcadas pelo decadentismo, futurismo e pessimismo, exaltando temas como a modernidade, sensações e cansaço. Sua obra mais conhecida é a "Ode Triunfal".
Este poema descreve uma ceifeira cantando enquanto trabalha e a reação do poeta à sua canção. A canção da ceifeira é alegre mas o poeta vê a triste realidade por detrás da sua inconsciência. Ele apela à ceifeira para continuar cantando e pede aos elementos da natureza que o transformem para que possa ter a mesma alegria inconsciente.
1) A poesia lírica de Camões mostra influências tradicionais e renascentistas, cultivando diferentes gêneros e métricas;
2) Trata temas como o amor, natureza, destino e saudade de forma contraditória, refletindo suas experiências pessoais;
3) A mulher idealizada é retratada ora como perfeita beleza angelical, ora como causa de sofrimento pelo amor não correspondido.
Camões descreve a beleza da mulher amada de forma idealizada, atribuindo-lhe qualidades físicas e morais de forma reiterada. A amada é apresentada como detentora de uma beleza que transcende o físico e que fascina o poeta, comparando-a metaforicamente à feiticeira Circe, cujo "mágico veneno" transforma o seu pensamento.
Este poema descreve a beleza e graça de Lianor enquanto ela caminha descalça para a fonte através da verdura. O poeta usa figuras de linguagem como metáforas e hipérboles para enfatizar sua aparência física perfeita e graciosidade encantadora.
- A alcoviteira Lianor Vaz quer saber se Inês Pereira está comprometida, pois encontrou um pretendente para a jovem.
- Inês prefere casar-se com um homem sábio e discreto, mesmo que pobre, em oposição ao pretendente "rico, honrado e conhecido" proposto por Lianor.
- A mãe de Inês revela que a filha é culta, sabendo latim e outras matérias, ao contrário do que Lianor possa pensar.
O documento descreve as principais características estilísticas da poesia de Cesário Verde, incluindo a ênfase no mundo material e no realismo urbano, a atenção aos detalhes e a linguagem coloquial. Aborda também temas como a dureza do trabalho, a doença e a desigualdade social.
Este documento descreve a produção lírica de Luís de Camões, dividida entre a "medida velha" (poesia medieval) e a "medida nova" (poesia renascentista). A poesia de Camões aborda temas como o amor, o mundo e a condição humana de forma filosófica, influenciada pelo neoplatonismo. Suas obras mais conhecidas são os sonetos, que alcançaram sua máxima expressão com Camões.
O poeta descreve a ilha dos amores, onde os navegadores encontram ninfas. As ninfas simbolizam a glória e a imortalidade conquistada através de feitos heróicos. Os navegadores iniciam a perseguição às ninfas, que fingem fugir mas acabam por se deixar apanhar. Tétis leva depois Vasco da Gama ao cume de uma montanha, onde lhe mostra a "Máquina do Mundo", um globo transparente que representa o universo segundo o modelo de Ptolomeu, permit
O Poeta critica os guerreiros portugueses por não valorizarem as artes e a cultura, ao contrário dos heróis da Antiguidade. Isso pode levar ao esquecimento dos feitos heroicos e falta de inspiração para novas gerações. Ele alerta especialmente Vasco da Gama e sua família que, embora tenham realizado grandes façanhas, não incentivam a poesia que as celebra.
Este documento resume a estrutura externa e interna de "Os Lusíadas", o poema épico de Luís de Camões. Descreve que o poema contém 10 cantos com 1102 estrofes em oitava rima, e detalha a composição de cada canto. Também explica que a estrutura interna inclui uma proposição, invocação, dedicatória e narrativa, com detalhes sobre os assuntos de cada parte.
Este soneto de Camões descreve a despedida dolorosa de dois amantes numa madrugada, testemunhada pela própria madrugada. A separação causa grande sofrimento aos amantes, expresso pelas suas lágrimas e palavras magoadas. A despedida é descrita através da oposição entre a beleza da paisagem ao nascer do dia e a dor interior sentida pelos amantes.
O documento fornece informações sobre o poeta português Luís Vaz de Camões, incluindo detalhes sobre sua vida, obras e estilo poético. Apresenta exemplos de poemas de Camões que ilustram sua poesia tanto na tradição lírica quanto na corrente renascentista.
O poema descreve o amor como um sentimento contraditório através de uma série de metáforas e antíteses. O poeta questiona como o amor, sendo tão contrário a si mesmo, pode causar conformidade nos corações humanos.
Este soneto de Luís de Camões explora as contradições do amor, descrevendo seus efeitos ora positivos ora negativos sobre o eu lírico. Na primeira quadra, a fortuna permite a alegria da escrita sobre o amor, mas na segunda, Cupido retira a inspiração poética com medo que sejam revelados seus enganos. No final, o poeta apela a todos os que sofrem por amor que entendam melhor seus versos de acordo com a intensidade do sentimento.
Analise dos poemas de camoes ... apresentaçãoAngela Silva
Este documento resume dois poemas, um de Camões e outro anônimo. Ambos descrevem as qualidades físicas e psicológicas das amadas dos poetas de forma idealizada, comparando sua beleza à da natureza e afirmando que elas são abençoadas por Deus. Os poetas também revelam que vivem cativos do amor que sentem por elas.
Aquela triste e leda madrugada - Luís de Camões ( Análise )Nuno Eusébio
Este documento resume um soneto de Luís de Camões que descreve a separação de amantes ao nascer do dia. A madrugada é personificada como testemunha silenciosa da dor da despedida, contrastando sua beleza natural com o sofrimento emocional dos amantes.
Este soneto de Camões narra poeticamente a história bíblica de Jacob e suas filhas Raquel e Lia em três frases:
1) Jacob serviu durante sete anos o pai de Raquel, Labão, na esperança de se casar com a bela Raquel.
2) Quando o prazo terminou, Labão deu-lhe Lia em vez de Raquel, decepcionando profundamente Jacob.
3) Apesar da decepção, Jacob concordou em servir mais sete anos por amor a Raquel, demonstrando a força do seu sentimento.
Este soneto de Camões lamenta a morte prematura de sua amada Dinamene. Ele pede que sua alma gentil o lembre do amor ardente que compartilharam na Terra e rogue a Deus para que Camões também possa se reunir com ela no Céu um dia. Apesar da dor da perda, Camões encontra consolo sabendo que a alma de Dinamene agora desfruta da eternidade celestial.
O documento descreve os principais elementos da estrutura e enredo do romance Os Maias de Eça de Queirós. Resume que a obra conta a história da família Maias ao longo de três gerações, tendo a relação entre Carlos e Maria Eduarda como intriga principal. A narrativa é complementada por episódios que fornecem uma crítica à sociedade burguesa lisboeta da época através da descrição de seus costumes.
Santo antónio e padre antónio vieira – diferenças e semelhançasHelena Coutinho
Este documento compara Santo António e Padre António Vieira, destacando suas diferenças de época e localização geográfica, mas também suas semelhanças como religiosos dedicados à defesa dos desprotegidos e à propagação da fé através da palavra e dos escritos.
O poema descreve a beleza da amada do sujeito lírico, uma escrava negra chamada Bárbara. Apesar de ser socialmente uma "cativa", ela cativa o coração do sujeito poético com sua singular beleza física e qualidades psicológicas de serenidade e doçura. O poema faz uma série de comparações entre a amada e elementos da natureza para enaltecer sua beleza superior. Apesar de contrariar os padrões estéticos da época por ter traços físicos negros,
O documento descreve três gêneros literários principais: lírico, dramático e épico. Também apresenta exemplos de cada um desses gêneros e exercícios sobre classificação de textos literários de acordo com seu gênero.
Este poema de Camões usa a técnica do artificialismo poético para louvar e deslouvar uma dama através da leitura dos versos na horizontal e vertical. Na horizontal exalta as qualidades positivas da dama, enquanto na vertical aponta características negativas de forma hiperbolizada. A estrutura do poema apresenta 4 estrofes de 8 versos cada com um esquema rimático complexo e a medida velha de redondilha menor.
Este documento descreve Manuel de Sousa Coutinho e D. Madalena de Vilhena, as figuras reais que inspiraram o drama Frei Luís de Sousa de Almeida Garrett. Detalha que Manuel de Sousa Coutinho nasceu em Santarém e foi um fidalgo cavaleiro da Ordem de Malta, tendo casado com D. Madalena após a morte de seu primeiro marido na Batalha de Alcácer-Quibir. Também lista algumas obras escritas por Manuel de Sousa Coutinho.
O poema descreve como as palavras podem transmitir sentimentos de forma poderosa, comparando-as a beijos e à esperança. As "palavras de amor" e de "esperança louca" dão força para seguir em frente, enquanto outras palavras podem ajudar a superar momentos difíceis ou trazer cor para a vida. O poema celebra o poder das palavras de exprimir emoções profundas.
O documento analisa poemas de quatro poetas brasileiros: Raimundo Correa, Charles Baudelaire, Cruz e Sousa e Olavo Bilac. Resume as análises estruturais e discursivas dos poemas "Mal Secreto" de Raimundo Correa, "Paisagem" de Charles Baudelaire e "Palavras Inúteis" de Olavo Bilac. Também fornece detalhes sobre o poema "Braços" de Cruz e Sousa.
Mia Couto escreve sobre poesia africana e temas como ser e parecer, amor, saudade, mudança de idade e o reflexo do envelhecimento. Os poemas exploram a jornada interior do eu lírico e suas relações com o outro através de imagens sensuais e reflexões sobre o tempo, o corpo e a condição humana.
Os poemas exploram os diferentes aspectos do amor, como um sentimento complexo e ambíguo. É descrito como um "fogo que arde sem se ver", uma "dor que desatina sem doer", e algo que causa tanto "contentamento descontente" como "terror de amar num sítio tão frágil". Os poemas celebram o amor, mas também reconhecem sua capacidade de causar dor.
Os poemas exploram os temas do amor, da paixão e da beleza da natureza humana. Muitos descrevem o amor como um sentimento poderoso, mas também doloroso e cheio de contradições. Outros celebram a urgência de amar e viver a vida plenamente através do amor e da alegria.
O documento apresenta uma introdução sobre literatura, abordando seus conceitos e características. Discute literatura como forma de arte que usa a linguagem verbal para expressão e reflexão de época. Apresenta também os gêneros literários mais comuns: épico, lírico e dramático. Por fim, exemplifica esses gêneros com trechos de obras literárias brasileiras e estrangeiras.
Francisco Neves de Macedo nasceu em 1948 no Rio Grande do Norte e faleceu em 2012. Foi poeta, escritor e representante de editoras no estado. Publicou vários livros e cordéis e ganhou prêmios locais e nacionais por suas poesias e trovas.
O soneto descreve a história bíblica de Jacó, que serviu Labão por sete anos para casar com Raquel, mas foi enganado e recebeu Lia no lugar. Jacó serviu outros sete anos para ficar com Raquel, indicando que seu amor por ela era tão grande que mais serviria, se a vida não fosse tão curta.
Este documento é um livro de poesia chamado "Ainda como uma Simples Flor de Liz", escrito por Rusgat Niccus em 2010. Contém vários poemas que expressam temas como amor, saudade, desejo e natureza através de uma linguagem lírica e sensual. A introdução fornece detalhes biográficos sobre o autor e contextualiza seu estilo poético transgressor.
Um coração, um cúpido e um beijo por um poema de amor em portuguêsLeonor Costa
Este documento apresenta vários poemas de amor em português de diferentes autores como Mia Couto, Sophia de Mello Breyner Andresen e Cesário Verde. Os poemas expressam temas como a paixão, a saudade, o desejo e a beleza do amor através de descrições sensuais e imagens poéticas.
O documento apresenta vários poemas de diferentes autores sobre temas como amor, saudade, natureza e reflexões sobre a vida. Os poemas celebram a página "Lunas Café Poético" como um espaço de encontro entre poetas para compartilhar sua arte livre de maldades.
Este documento é uma entrevista com o autor do livro "A Cidade Subterrânea" e uma resenha da nova obra de Adelino Timóteo. A resenha destaca como os temas centrais da obra são a identificação e a nudez, representando uma relação de fusão entre o eu lírico e o outro.
O documento discute a poesia lírica romana dos séculos I a.C. e I d.C., destacando os poetas Catulo e Ovídio. Catulo escreveu sobre amor e sátira, enquanto Ovídio produziu poemas de amor, didáticos e sobre o exílio, como as Metamorfoses e os Fastos. Ambos exploraram temas como a beleza física dos amados e a política do amor na época.
O poema "Lubricidade" de João da Cruz e Sousa usa imagens sensuais e eróticas para descrever o desejo do eu lírico de se relacionar intimamente com uma mulher. Embora o ato desejado seja fantasioso, as descrições são bastante carnais. O poema também usa recursos como aliteração e assonância para criar musicalidade. No final, o eu lírico parece concluir que o desejo só poderia ser realizado caso fosse mútuo.
O poema reflete sobre a brevidade da vida humana, comparando-a ao escoamento do tempo medido por objetos como clepsidra, relógio e ampulheta. O poeta questiona o sentido das ambições e conflitos humanos diante da fugacidade da existência, defendendo que devemos buscar apenas a Beleza.
O documento descreve a poesia de Manuel Bandeira, incluindo suas principais fases e temas abordados. A primeira fase é marcada pelo simbolismo e neoparnasianismo, com ênfase na doença, dor e solidão. Poemas como "Desencanto" ilustram o lirismo amoroso e a fusão entre o lírico e o biográfico. A poesia é vista como expressão da interioridade e da vida.
O poema descreve as contradições do amor através de onze tentativas de definição utilizando figuras de linguagem como antíteses e oxímoros. Ao final, questiona como o amor, sendo tão contraditório, pode causar conformidade nos corações humanos.
Este documento é um livro chamado "Toque de Amor" que contém vários capítulos sobre temas relacionados ao amor. O livro inclui capítulos como "Amor", "Amor Verdadeiro", "Bagaço", "Busca", "Descoberta da Vida" e outros, com reflexões sobre cada um desses temas. O livro é escrito por Pr. Robson Colaço de Lucena e publicado pela Missão América em 2018.
Este documento é uma coleção de poemas escritos por João Morgado. Apresenta uma breve biografia do autor no início, seguida por vários poemas sobre temas como amor, saudade, natureza e sonhos. Muitos poemas expressam sentimentos de solidão, perda e desilusão amorosa através de imagens poéticas e reflexões sobre a vida.
O documento discute a poesia de Manuel Maria Barbosa du Bocage, destacando seu lirismo e sátira. Bocage escreveu poesia lírica influenciada por Camões sobre amores e aventuras, e também poesia satírica criticando o absolutismo político e os habitantes das colônias portuguesas. Suas obras apresentam características pré-românticas como subjetividade e imagens negativas.
Semelhante a Enquanto quis fortuna que tivesse (20)
Santo António pregou aos peixes depois que hereges desprezaram sua pregação. Ele falou aos peixes sobre os dons de Deus para eles e os peixes se reuniram em volta dele, ouvindo atentamente até receberem sua bênção. Este milagre mostrou a palavra de Deus pregada por Santo António era digna de veneração.
Este documento fornece um resumo biográfico do Padre António Vieira, um dos maiores prosadores da língua portuguesa. Ele nasceu em Lisboa em 1608 e viveu principalmente no Brasil e em Portugal, onde se destacou como pregador, diplomata e defensor dos direitos indígenas. Após conflitos com a Inquisição, Vieira passou anos exilado em Roma, onde seus sermões se tornaram muito populares. Ele faleceu no Brasil em 1697, deixando como obra principal os
Este sermão alegórico foi pregado por Padre António Vieira três dias antes de partir secretamente para Portugal em busca de proteção legal para os índios contra a escravidão. Através de metáforas sobre o mundo dos peixes, o sermão critica os vícios dos colonos portugueses e prega a virtude e a salvação por meio da doutrina cristã, como Santo António fez.
Padre António Vieira pronuncia um sermão em São Luís do Maranhão em 1654. Ele elogia os peixes por louvarem a Deus com sua existência, apesar de sua irracionalidade, e pede aos ouvintes que também louvem a Deus.
Os voadores são repreendidos por quererem ser aves apesar de serem peixes, mostrando presunção e ambição desmedidas. O Padre António Vieira aconselha-os a contentarem-se com o que são, evitando querer mais do que lhes é próprio e arriscando perder o que já têm.
Este documento resume um sermão do Padre António Vieira em 1654. Ele critica os peixes por se comerem uns aos outros, com os grandes comendo os pequenos, e por sua ignorância e cegueira. Ele também critica os homens por se comportarem da mesma maneira, se comendo uns aos outros através de várias formas de exploração, e por sua própria ignorância e cegueira.
Padre António Vieira compara quatro peixes a virtudes que devem ser cultivadas. O peixe de Tobias representa a visão espiritual que alumiava os homens. A rémora, apesar de pequena, tem grande força, como a língua de Santo António que continha as paixões humanas. O torpedo, com sua descarga elétrica, ensinou a ouvir a palavra de Deus. O quatro-olhos, com seus dois pares de olhos, mostra a necessidade de vigiar o Céu e o Inferno.
Este sermão de Padre António Vieira compara peixes e homens, elogiando as virtudes dos peixes e criticando os vícios dos homens. O sermão destaca que os peixes, ao contrário dos homens, ouviram com atenção as palavras de Padre António e que é melhor para eles permanecerem longe da influência humana.
O sermão de Padre António Vieira aos peixes teve como tema "Vós sois o sal da terra", comparando Santo António ao sal do mar. Foi dividido em exórdio, exposição, confirmação e peroração, louvando e repreendendo os peixes para ensinar, agradar e persuadi-los, demonstrando a importância religiosa, social e política dos sermões.
Este documento descreve o contexto histórico do século XVII em Portugal e na Europa, com foco na vida e obra do Padre António Vieira. Apresenta objetivos de estudo sobre a biografia de Vieira e a importância do sermão no século XVII. Fornece detalhes sobre a conjuntura política e artística, incluindo a Guerra dos Trinta Anos e as características do estilo barroco.
Este documento resume os principais elementos constitutivos e características do texto dramático, incluindo:
- O texto principal é constituído pelas réplicas das personagens através de diálogo, monólogo ou apartes.
- O texto secundário é constituído pelas didascálicas com indicações cénicas.
- As principais características incluem a ocultação do autor, a comunicação entre personagens e público, e a condensação do espaço e tempo.
- A estrutura usual é a exposição, conflito
Este documento descreve a Batalha de Alcácer-Quibir que ocorreu em 1578 no norte de Marrocos entre exércitos português e marroquino. O exército português liderado pelo rei D. Sebastião foi derrotado pelo exército marroquino maior liderado pelo Sultão de Marrocos Mulei Moluco, com apoio otomano. A batalha teve como consequência a morte do rei D. Sebastião e o fim do domínio português no norte de Áfric
Esta obra de Almeida Garrett se passa no século XVI e retrata a vida de D. Manuel Coutinho e sua esposa D. Madalena de Vilhena, uma mulher supersticiosa que acredita que presságios indicam o futuro. Ela teme o retorno de seu primeiro marido, D. João de Portugal, dado como morto mas possívelmente vivo. Quando D. João retorna, o casamento de D. Manuel é colocado em questão, testando o amor do casal contra as normas sociais da época.
Frei Luís de Sousa, de Almeida Garrett, é considerado um clássico da literatura portuguesa e uma das principais obras do teatro português. A peça foi inicialmente lida apenas para amigos do autor e teve sua primeira apresentação privada em 1843, sendo encenada publicamente apenas em 1847 em versão censurada. A versão integral só foi encenada em 1850.
O documento descreve alguns milagres atribuídos à Ordem Franciscana no passado, incluindo a preservação do corpo de Frei Miguel da Anunciação após a morte e a recuperação de lâmpadas roubadas de um de seus conventos. Também menciona o desejo antigo dos franciscanos de construir um convento em Mafra e como a concepção da rainha poderia ser vista como mais um milagre ligado à ordem.
Este capítulo resume as principais sequências narrativas do livro "Memorial do Convento" de José Saramago. Descreve acontecimentos como a promessa de construção do Convento de Mafra, os milagres dos franciscanos, a situação socioeconômica do país, e a história de Baltasar Sete-Sóis.
O documento descreve como o clero português do século XVIII levava frequentemente uma vida de hipocrisia e libertinagem. Também descreve como os mosteiros femininos eram conhecidos por histórias de corrupção sexual. Detalha as festividades religiosas como a procissão do Corpo de Deus e como elas acabavam por promover mais pecados do que penitência.
A Inquisição católica promoveu o extermínio de milhões de pessoas ao longo de quase 1000 anos através de tribunais eclesiásticos que perseguiam hereges e condenavam à morte em autos-de-fé públicos. A Inquisição em Portugal utilizava torturas como o candelabro, a roda e a pêra para obter confissões e aterrorizar a população. O poder do Estado e da Igreja se fortaleciam com a Inquisição durante o reinado de D. João V, que assist
2. Enquanto quis Fortuna que tivesse
esperança de algum contentamento,
o gosto de um suave pensamento
me fez que seus efeitos escrevesse.
Porém, temendo Amor que aviso desse
minha escritura a algum juízo isento,
escureceu-me o engenho co tormento,
para que seus enganos não dissesse.
Ó vós que Amor obriga a ser sujeitos
a diversas vontades! Quando lerdes
num breve livro casos tão diversos,
verdades puras são, e não defeitos...
E sabei que, segundo o amor tiverdes,
tereis o entendimento de meus versos!
3. Enquanto quis Fortuna que tivesse
esperança de algum contentamento,
o gosto de um suave pensamento
me fez que seus efeitos escrevesse.
Porém, temendo Amor que aviso desse
minha escritura a algum juízo isento,
escureceu-me o engenho co tormento,
para que seus enganos não dissesse.
Ó vós que Amor obriga a ser sujeitos Vocabulário
a diversas vontades! Quando lerdes 1. Fortuna - sorte, destino.
6. Minha escritura - meus versos.
num breve livro casos tão diversos,
Juízo isento - coração livre dos sofrimentos amorosos.
7. Engenho - inspiração.
verdades puras são, e não defeitos... 9.-10. Sujeitos a diversas vonta-des - sujeitos a
diversos amo-res (inconstância amorosa).
E sabei que, segundo o amor tiverdes, Defeitos - meias verdades.
tereis o entendimento de meus versos! Segundo o amor tiverdes - se-gundo a vossa
experiência amorosa.
4. Tema:
O DESENGANO
Contradições do amor
Enquanto quis Fortuna que tivesse
esperança de algum contentamento,
o gosto de um suave pensamento
me fez que seus efeitos escrevesse.
O soneto é uma autobiografia
literária em que está presente o
Porém, temendo Amor que aviso desse fatalismo e a análise fatalista da sua
minha escritura a algum juízo isento, vida.
escureceu-me o engenho co tormento, O poeta compôs versos amorosos
para que seus enganos não dissesse. enquanto o Destino lhe permitiu
que mantivesse esperanças de vir a
Ó vós que Amor obriga a ser sujeitos ser feliz. Mas o Amor, que não
a diversas vontades! Quando lerdes queria ver divulgados os seus
num breve livro casos tão diversos, enganos, secou-lhe a inspiração.
verdades puras são, e não defeitos...
E sabei que, segundo o amor tiverdes,
tereis o entendimento de meus versos!
5. Desenvolvimento do Tema:
Enquanto quis Fortuna que tivesse
esperança de algum contentamento,
o gosto de um suave pensamento 1ª estrofe – a fortuna ou sorte
me fez que seus efeitos escrevesse. permitiram a alegria e a escrita sobre
a temática do Amor
Porém, temendo Amor que aviso desse
2ª estrofe – o Amor temeu que algo
minha escritura a algum juízo isento,
de negativo fosse registado e retira o
escureceu-me o engenho co tormento,
engenho ao “eu”
para que seus enganos não dissesse.
3ª e 4ª estrofes – o apelo é
Ó vós que Amor obriga a ser sujeitos endereçado a todas as vítimas do
a diversas vontades! Quando lerdes amor, para que ao ler versos tão
num breve livro casos tão diversos, diversos, entendam que estes terão
tanto mais sentido quanto tiver sido o
verdades puras são, e não defeitos... amor vivido/sentido pelos leitores.
E sabei que, segundo o amor tiverdes,
tereis o entendimento de meus versos!
6. Assunto
Enquanto quis Fortuna que tivesse
esperança de algum contentamento, Enquanto o destino (Fortuna) permitiu
que alimentasse a esperança de alguma
o gosto de um suave pensamento
felicidade, o poeta dedicou-se a
me fez que seus efeitos escrevesse. escrever os efeitos da mesma,
naturalmente em versos amorosos.
Porém, temendo Amor que aviso desse Porém, o Amor, temendo que seus
minha escritura a algum juízo isento, enganos fossem divulgados, secou-lhe a
inspiração. Assim, aqueles a quem o
escureceu-me o engenho co tormento,
Amor sujeita às suas insconstâncias,
para que seus enganos não dissesse. mesmo que, em tais versos, leiam casos
tão diferentes (quiçá contraditórios),
Ó vós que Amor obriga a ser sujeitos deverão considerá-los verdades puras, e
a diversas vontades! Quando lerdes não o contrário, sendo que as
compreenderão tanto melhor, quanto
num breve livro casos tão diversos,
mais larga for a sua experiência
amorosa.
verdades puras são, e não defeitos...
E sabei que, segundo o amor tiverdes,
tereis o entendimento de meus versos!
7. Estrutura interna
Enquanto quis Fortuna que tivesse
esperança de algum contentamento,
o gosto de um suave pensamento 1ª parte, constituída pelas quadras.
Esta 1.ª parte está, igualmente, subdividida: na
me fez que seus efeitos escrevesse.
primeira quadra, observamos o papel coadjuvante
do destino (Fortuna) e, na segunda, confrontamo-
Porém, temendo Amor que aviso desse nos com o carácter oponente do Amor (nome
minha escritura a algum juízo isento, também atribuído a Cupido, filho de Vénus).
escureceu-me o engenho co tormento, Note-se que a transição da primeira para a
segunda quadra é feita através do conector
para que seus enganos não dissesse.
(conjunção) adversativo "porém", o que, desde
logo, antecipa a adversidade nela contida.
Ó vós que Amor obriga a ser sujeitos
a diversas vontades! Quando lerdes 2ª parte, constituída pelos tercetos, em que o
num breve livro casos tão diversos, poeta, apostrofando os que se sujeitam aos
caprichos do Amor, adverte para a autenticidade
de seus versos, cujo entendimento será tanto
verdades puras são, e não defeitos... melhor quanto maior a experiência (porventura
E sabei que, segundo o amor tiverdes, dolorosa) do mesmo amor.
tereis o entendimento de meus versos!
8. Enquanto quis Fortuna que tivesse
esperança de algum contentamento,
1º momento:
o gosto de um suave pensamento
Enquanto teve esperanças de ser feliz,
me fez que seus efeitos escrevesse.
sentiu necessidade de escrever, de revelar
os efeitos do sentimento amoroso.
Porém, temendo Amor que aviso desse
minha escritura a algum juízo isento,
2º momento: escureceu-me o engenho co tormento,
É atribuído ao Amor o poder de, através do para que seus enganos não dissesse.
sofrimento, lhe diminuir, ou mesmo tirar, a
capacidade poética. Ó vós que Amor obriga a ser sujeitos
a diversas vontades! Quando lerdes
O poeta dirige-se a todos os leitores que
num breve livro casos tão diversos,
estejam envolvidos pelo Amor.
verdades puras são, e não defeitos...
E sabei que, segundo o amor tiverdes,
tereis o entendimento de meus versos!
9. Enquanto quis Fortuna que tivesse A estrutura interna bipartida também se
esperança de algum contentamento, faz notar ao nível da progressão das
o gosto de um suave pensamento formas verbais:
me fez que seus efeitos escrevesse. • nas quadras, o tempo dominante é o
pretérito perfeito do indicativo, que nos
Porém, temendo Amor que aviso desse dá conta das posições assumidas por
cada uma das entidades ("quis"
minha escritura a algum juízo isento,
(Fortuna); "fez" (o gosto de um suave
escureceu-me o engenho co tormento,
pensamento); "escureceu-me" (Amor));
para que seus enganos não dissesse.
• nos tercetos, a par do presente do
indicativo ("obriga"; "são") e do futuro
Ó vós que Amor obriga a ser sujeitos imperfeito do conjuntivo ("lerdes";
a diversas vontades! Quando lerdes "tiverdes"), sobressaem o imperativo
num breve livro casos tão diversos, ("sabei") e o futuro do indicativo
("tereis"), associados à apóstrofe
verdades puras são, e não defeitos... utilizada ("Ó vós").
E sabei que, segundo o amor tiverdes,
tereis o entendimento de meus versos!
10. Amor
Esperança / Sorte (forças adjuvantes - Dor / Sofrimento
Fortuna) (forças contrárias -Cupido)
Contentamento Tristeza
(leva Camões a escrever sobre (inspiração / engenho
os efeitos do Amor) ausentes)
Contradições do Amor
(forças contrárias exercidas por Fortuna e
Cupido)
Puras verdades
11. Divisão em termos temáticos
Enquanto quis Fortuna que tivesse
esperança de algum contentamento, 1ª Parte – efeitos positivos
o gosto de um suave pensamento do amor
me fez que seus efeitos escrevesse.
Porém, temendo Amor que aviso desse
minha escritura a algum juízo isento, 2ª Parte – efeitos negativos
escureceu-me o engenho co tormento, do amor
Para que seus enganos não dissesse.
Ó vós que Amor obriga a ser sujeitos
a diversas vontades! Quando lerdes
num breve livro casos tão diversos,
3ª Parte – apelo e aviso a
todos os amantes
verdades puras são e não defeitos;
E sabei que, segundo o amor tiverdes,
tereis o entendimento de meus versos.
12. Uso das Maiúsculas
Fortuna:
Deusa Fortuna e/ou sorte, destino (para salientar a sua
Enquanto quis Fortuna que tivesse importância)
Os antigos costumavam chamar Fortuna ao acaso
esperança de algum contentamento, ou à circunstância, geralmente de resultados felizes. M
o gosto de um suave pensamento as a fortuna não era apenas o acaso impessoal, acaso
me fez que seus efeitos escrevesse. pelo acaso. Representava também uma entidade mítica,
portadora de vontade e caprichos. Aqui, os desígnios
da Fortuna são de repente substituídos por desígnios
Porém, temendo Amor que aviso desse vindos de outra entidade mítica, no caso, o Amor (Eros).
minha escritura a algum juízo isento,
Amor:
escureceu-me o engenho co tormento, Cupido; a relevância do sentimento de que está possuído.
para que seus enganos não dissesse. E o Amor, diz Camões, temia a revelação de seus próprios
caprichos. A terceira estrofe muda o registro do
poema, pois introduz um vocativo (que como figura de
Ó vós que Amor obriga a ser sujeitos linguagem, é chamado também apóstrofe ) em que
a diversas vontades! Quando lerdes o poeta chama a atenção de todos os amantes para a
verdade daquilo que está dizendo. Contudo, diz ele , o
num breve livro casos tão diversos,
entendimento de seus versos não será o mesmo para
todos que o lerem, mas, ao contrário, cada leitor os
verdades puras são, e não defeitos... entenderá segundo o tipo de amor a que está
sujeito. Esta conclusão encerra uma certa sabedoria de
E sabei que, segundo o amor tiverdes, linguagem, a de que na leitura de um poema, cada amante
tereis o entendimento de meus versos! busca seu próprio retrato.
13. Enquanto quis Fortuna que tivesse
esperança de algum contentamento,
o gosto de um suave pensamento
me fez que seus efeitos escrevesse.
Nos versos 5 e 9, o poeta refere-se ao
Amor como um conceito, um valor
Porém, temendo Amor que aviso desse intemporal, universal, abstrato e
minha escritura a algum juízo isento, absoluto. Por isso valeu-se da inicial
escureceu-me o engenho co tormento, maiúscula, da chamada maiúscula
para que seus enganos não dissesse. alegorizante. No verso 13, amor está
grafado com minúscula por referir-se à
Ó vós que Amor obriga a ser sujeitos experiência humana, à relação
a diversas vontades! Quando lerdes interpessoal, concreta, à relação
num breve livro casos tão diversos, amorosa vivida, não idealizada.
verdades puras são, e não defeitos...
E sabei que, segundo o amor tiverdes,
tereis o entendimento de meus versos!
14. Enquanto quis Fortuna que tivesse
esperança de algum contentamento, Recursos de estilo
o gosto de um suave pensamento
me fez que seus efeitos escrevesse. Anástrofe: (vv. 1, 4, 5, 8, 11, 12);
Apóstrofe:
Porém, temendo Amor que aviso desse “Ó vós que Amor obriga a ser sujeitos”
minha escritura a algum juízo isento,
Antítese: (estabelecida entre a atitude
escureceu-me o engenho co tormento, adjuvante da Fortuna, na primeira quadra, e
para que seus enganos não dissesse. a de oponente, por parte do Amor, na
segunda);
Ó vós que Amor obriga a ser sujeitos Hipérbato (vv. 5/6);
a diversas vontades! Quando lerdes Metonímia (v. 5 (Amor, o Cupido, tomado pelo
num breve livro casos tão diversos, próprio sentimento do amor);
verdades puras são, e não defeitos...
E sabei que, segundo o amor tiverdes,
tereis o entendimento de meus versos!
15. Enquanto quis Fortuna que tivesse A
esperança de algum contentamento, B Emparelhada
o gosto de um suave pensamento B Interpolada
me fez que seus efeitos escrevesse. A
Porém, temendo Amor que aviso desse A
minha escritura a algum juízo isento, B
escureceu-me o engenho co tormento, B
Para que seus enganos não dissesse A
Ó vós que Amor obriga a ser sujeitos C
a diversas vontades! Quando lerdes D
num breve livro casos tão diversos, E
verdades puras são e não defeitos; C
E sabei que, segundo o amor tiverdes, D Cruzada
tereis o entendimento de meus versos. E
Em / quan / to / quis / for / tu / na / que / ti / ve // (sse)
Es / pe / ran / ça / de al / gum / com / tem /ta / men // (to)
Os versos são decassílabos.