SlideShare uma empresa Scribd logo
Camões

         Corrente renascentista
A fermosura fresca serra,
e a sombra dos verdes castanheiros,
o manso caminhar destes ribeiros,
donde toda a tristeza se desterra;

o rouco som do mar, a estranha terra,
o esconder do sol pelos outeiros,
o recolher dos gados derradeiros,
das nuvens pelo ar a branda guerra;

enfim, tudo o que a rara natureza
com tanta variedade nos oferece,
me está (se não te vejo) magoando.

Sem ti, tudo me enoja e me aborrece;
sem ti, perpetuamente estou passando
nas mores alegrias, mor tristeza.
A fermosura desta fresca serra
A fermosura desta fresca serra
E a sombra dos verdes castanheiros,
O manso caminhar destes ribeiros,
Donde toda a tristeza se desterra;

O rouco som do mar, a estranha terra,
O esconder do sol pelos outeiros
O recolher dos gados derradeiros,
Das nuvens pelo ar a brada guerra;

Enfim, tudo o que a rara Natureza
Com tanta variedade nos oferece,
Me está, se não te vejo, magoando.

Sem ti, tudo me enoja e me aborrece;
Sem ti, perpetuamente estou passando,
Nas mores alegrias mor tristeza.

                                        Camille Pissaro, Landscape at Chaponval, 1880
TEMA

A fermosura desta fresca serra
E a sombra dos verdes castanheiros,        O tema deste soneto é a necessidade
O manso caminhar destes ribeiros,          da presença da mulher amada para
Donde toda a tristeza se desterra;         que a felicidade do sujeito seja
                                           possível (“Sem ti, tudo me enoja e me
O rouco som do mar, a estranha terra,      aborrece”).
O esconder do Sol pelos outeiros,
O recolher dos gados derradeiros,
Das nuvens pelo ar a branda guerra;
                                           O poeta expõe as contradições do amor.
Enfim, tudo o que a rara natureza          Como pode este sentimento harmonizar
Com tanta variedade nos of'rece,           dois    corações.   Sendo    afinal   tão
Me está, se não te vejo, magoando.         contraditório?
                                           Este tema das contradições do amor,
Sem ti, tudo me enoja e me aborrece;       expresso por antítese, é um lugar comum
Sem ti, perpetuamente estou passando,
                                           da lírica europeia quinhentista. Petrarca
Nas mores alegrias, mor tristeza.
                                           tem um soneto semelhante.
Alegria e verdura é vida eterna. Claridade; frescura; águas de cristal,
transparentes; suavidade; amenidade. Sem amor a vida não tem interesse e o
poeta não é capaz de viver a vida sem a amada, não consegue ter alegria.


                                  Tema
                       Saudade; ausência da amada.
As palavras sublinhadas são aquelas que
                                        evidenciam a harmonia da natureza descrita
                                        pelo sujeito lírico


A fermosura desta fresca serra
E a sombra dos verdes castanheiros,
O manso caminhar destes ribeiros,           Descrição da beleza da
Donde toda a tristeza se desterra;         natureza que o circunda

O rouco som do mar, a estranha terra,
O esconder do Sol pelos outeiros,
O recolher dos gados derradeiros,
Das nuvens pelo ar a branda guerra;

Enfim, tudo o que a rara natureza
Com tanta variedade nos of'rece,            A total irrelevância da
Me está, se não te vejo, magoando.        harmonia natural quando a
                                            mulher amada não está
Sem ti, tudo me enoja e me aborrece;              presente
Sem ti, perpetuamente estou passando,
Nas mores alegrias, mor tristeza.
A fermosura fresca serra,
1º momento (vv.1-8)                        e a sombra dos verdes castanheiros,
                                           o manso caminhar destes ribeiros,
Visão objectiva da Natureza –
                                           donde toda a tristeza se desterra;
descrição      de    um      ambiente
verdejante, fresco, aprazível, capaz
de trazer felicidade e alegria a quem      o rouco som do mar, a estranha terra,
nele se inserir.                           o esconder do sol pelos outeiros,
                                           o recolher dos gados derradeiros,
                                           das nuvens pelo ar a branda guerra;
2º momento (vv.9-14)
O estado de espírito do sujeito poético    enfim, tudo o que a rara natureza
caracteriza-se pelo desgosto, dor e        com tanta variedade nos oferece,
sofrimento. O abandono em que se           me está (se não te vejo) magoando.
encontra, devido à ausência da mulher
amada, fá-lo recusar tudo quanto o
rodeia.                                    Sem ti, tudo me enoja e me aborrece;
                                           sem ti, perpetuamente estou passando
A infelicidade e a tristeza não o deixam
ver a Natureza no que ela tem de mais      nas mores alegrias, mor tristeza.
perfeito. Incapaz de afastar a tristeza,
vê a Natureza com os olhos da alma.
                                                  A repetição do último terceto realça a
                                                       ausência da mulher amada.
ESTRUTURA INTERNA
                                        1ª. parte: 2 quadras - Descrição da Natureza.



A fermosura desta fresca serra
E a sombra dos verdes castanheiros,     O soneto divide-se em duas partes lógicas,
                                        desempenhando a palavra “enfim” a mudança:
O manso caminhar destes ribeiros,
Donde toda a tristeza se desterra;      1ª parte – duas quadras – descreve-se uma
                                        natureza harmoniosa, propícia ao amor;
O rouco som do mar, a estranha terra,   A 1ª parte do texto é constituída por uma descrição
O esconder do Sol pelos outeiros,       que, basicamente, se estrutura numa enumeração
O recolher dos gados derradeiros,       de elementos que constituem a paisagem e que são
Das nuvens pelo ar a branda guerra;     qualificados ora por adjetivos ora por substantivos
                                        ou orações relativas.

Enfim, tudo o que a rara natureza
Com tanta variedade nos of'rece,
Me está, se não te vejo, magoando.

Sem ti, tudo me enoja e me aborrece;
Sem ti, perpetuamente estou passando,
Nas mores alegrias, mor tristeza.
ESTRUTURA INTERNA                    2ª. parte: 2 tercetos - Sentimentos do poeta em
                                        relação à ausência da amada.


A fermosura desta fresca serra           2ª parte – dois tercetos – refere a irrelevância da
E a sombra dos verdes castanheiros,      beleza natural sem a mulher amada.
O manso caminhar destes ribeiros,
                                         A 2ª parte constitui uma síntese, que se conclui ser
Donde toda a tristeza se desterra;
                                         “rara” e dotada de grande “variedade”. Mas, para
                                         além dessa síntese, o poeta introduz, nesta parte,
O rouco som do mar, a estranha terra,    um novo elemento – o “tu” -, que se vem juntar ao
O esconder do Sol pelos outeiros,        Eu – Natureza até então dominante. E a presença
O recolher dos gados derradeiros,        deste terceiro elemento assume um carácter
Das nuvens pelo ar a branda guerra;      decisivo na visão da paisagem: na ausência da
                                         amada (o “tu”) tudo o “enoja” e “aborrece” e
                                         “perpetuamente” passará “mores alegrias, mor
Enfim, tudo o que a rara natureza        tristeza”.
Com tanta variedade nos of'rece,
Me está, se não te vejo, magoando.

Sem ti, tudo me enoja e me aborrece;       Enquanto a descrição da 1ª parte tendia para a
                                           objetividade (exterioridade / 3ª pessoa), na 2ª
Sem ti, perpetuamente estou passando,
                                           parte, com a introdução das 1ª e 2ª pessoas do
Nas mores alegrias, mor tristeza.          singular (instituindo-se uma relação eu-tu-
                                           Natureza), o texto assume certo dramatismo e
                                           uma grande subjetividade.
ESTRUTURA INTERNA


A fermosura desta fresca serra          O marcador discursivo “enfim” (advérbio) introduz a
E a sombra dos verdes castanheiros,     conclusão do soneto e a razão de o sujeito lírico ter
O manso caminhar destes ribeiros,       descrito a serra e a natureza.
Donde toda a tristeza se desterra;      Os dois primeiros versos deste terceto resumem os
                                        elementos referidos na primeira parte do soneto com o
O rouco som do mar, a estranha terra,   pronome indefinido “tudo”.
O esconder do Sol pelos outeiros,
O recolher dos gados derradeiros,
Das nuvens pelo ar a branda guerra;
                                        O elemento introduzido no último verso deste terceto
                                        que provoca no sujeito lírico a explosão da sua
Enfim, tudo o que a rara natureza       subjetividade lírica é o seu objeto de amor , ou seja, o
Com tanta variedade nos of'rece,        “tu”, referido no soneto através do pronome: “te”.
Me está, se não te vejo, magoando.
                                        O ritmo do poema é mais lento nos dois tercetos
Sem ti, tudo me enoja e me aborrece;    devido ao recurso a complexos verbais como “me está
Sem ti, perpetuamente estou passando,   (…) magoando” e “estou passando”; devido ao recurso
                                        à anáfora, “Sem ti (…)”; sem ti (…)”, a que acresce o
Nas mores alegrias, mor tristeza.
                                        recurso ao advérbio, “perpetuamente”.


                                        Neste terceto, o sujeito lírico já não se encontra em
                                        harmonia com a natureza devido à ausência do seu
                                        objeto de amor.
Caracterização
    Elementos da
      paisagem            Adjectivos   Substantivos        Oração relativa

serra
castanheiros            fresca
caminhar dos ribeiros   verdes
                                       fermosura
mar                     manso
                                       sombra         donde toda a tristeza se
terra                   rouco
                                       som            desterra
esconder do sol pelos   estranha
                                       guerra
outeiros                derradeiros
recolher dos gados      branda
nuvens



              Relacionamento Eu/Natureza patente no poema.
 Na ausência da amada, a Natureza embora bela, não o seduz, sem ela ele não
                      consegue achar beleza em nada.
A fermosura desta fresca serra              Estrutura Formal do Texto e Recursos
E a sombra dos verdes castanheiros,              Estilísticos mais Relevantes
O manso caminhar destes ribeiros,
Donde toda a tristeza se desterra;
                                        Personificação: "manso caminhar destes
                                        ribeiros", "Das nuvens pelo ar a branda
O rouco som do mar, a estranha terra,
                                        guerra" - Ao personificar a natureza o Poeta
O esconder do Sol pelos outeiros,
                                        pretende transmitir toda a importância dela
O recolher dos gados derradeiros,
                                        na ausência da amada.
Das nuvens pelo ar a branda guerra;
                                        Anáfora: "Sem ti… / Sem ti…" - Esta
                                        reiteração expressa a mágoa do poeta.
Enfim, tudo o que a rara natureza
                                        Hipérbole: "perpetuamente estou passando,/
Com tanta variedade nos of'rece,
                                        Nas mores alegrias, mor tristeza" - Expressa
Me está, se não te vejo, magoando.
                                        toda a dor do poeta, ele quer transmitir todo
                                        o amor e toda a dor que lhe causa a
Sem ti, tudo me enoja e me aborrece;
                                        separação desse amor.
Sem ti, perpetuamente estou passando,
                                        Antítese: "Nas mores alegrias, mor tristeza" -
Nas mores alegrias, mor tristeza.
                                        Expressa toda a amargura que o poeta sente
                                        pela ausência da amada.
UNIDADE FORMA / CONTEÚDO


O dramatismo e a subjetividade da 2ª parte devem a sua intensidade à utilização
de alguns recursos estilísticos:

a) Anáfora - “Sem ti… Sem ti”
b) Antítese - “Nas mores alegrias, mor tristeza”
Vocábulos que servem para caracterizar a serra
        “Formosura desta serra”
        “Verdes castanheiros”
        “Manso caminhar”
        “O esconder do sol pelos outeiros”
        “Nuvens pelo ar”
        “Rara natureza”


Os vocábulos caracterizam a serra como um quadro
idílico (harmonioso) são: “fermosura”, “fresca”,
“verdes castanheiros”, “manso caminhar destes
ribeiros”, “rouco som do mar”, “estranha terra” e
“esconder do sol”.

As sensações visuais e auditivas conferem uma
sensação de paz, calma, simplicidade, alegria, tristeza,
amor.

 A repetição da palavra “sem ti” no último terceto
serve para intensificar o seu aborrecimento e a sua
tristeza que passa quando não têm a sua amada ao pé
dele.
Sensações

    Visuais:
    - “ a sombra dos verdes castanheiros”
    - “ o esconder do sol pelos outeiros”
    - “ nuvens pelo ar”
    Auditivas:
     - “manso caminhar”
    - “ rouco som do mar”
    - “recolher dos gados”
Disciplina: Português
Prof.ª: Helena Maria Coutinho

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Cesário verde
Cesário verdeCesário verde
Cesário verde
ameliapadrao
 
Erros meus, má fortuna, amor ardente
Erros  meus, má fortuna, amor ardenteErros  meus, má fortuna, amor ardente
Erros meus, má fortuna, amor ardente
Helena Coutinho
 
Os Lusíadas - Reflexões do Poeta
Os Lusíadas - Reflexões do PoetaOs Lusíadas - Reflexões do Poeta
Os Lusíadas - Reflexões do Poeta
Dina Baptista
 
Capítulo II Sermão de Santo António aos Peixes Padre António Vieira
Capítulo II Sermão de Santo António aos Peixes Padre António VieiraCapítulo II Sermão de Santo António aos Peixes Padre António Vieira
Capítulo II Sermão de Santo António aos Peixes Padre António VieiraAlexandra Madail
 
Lírica de Luís de Camões
Lírica de Luís de Camões Lírica de Luís de Camões
Lírica de Luís de Camões Lurdes Augusto
 
Canto vii est 78_97
Canto vii est 78_97Canto vii est 78_97
Canto vii est 78_97
Maria Teresa Soveral
 
Sermão de santo antónio aos peixes
Sermão de santo antónio aos peixesSermão de santo antónio aos peixes
Sermão de santo antónio aos peixesvermar2010
 
Analise leda serenidade deleitosa
Analise leda serenidade deleitosaAnalise leda serenidade deleitosa
Analise leda serenidade deleitosa
cnlx
 
A representação na amada na lírica de Camões
A representação na amada na lírica de CamõesA representação na amada na lírica de Camões
A representação na amada na lírica de Camões
Cristina Martins
 
Sermão de Santo António - Resumo
Sermão de Santo António - ResumoSermão de Santo António - Resumo
Sermão de Santo António - Resumo
colegiomb
 
Sermão de Santo António aos Peixes
Sermão de Santo António aos PeixesSermão de Santo António aos Peixes
Sermão de Santo António aos PeixesDaniel Sousa
 
Amor é fogo que arde
Amor é fogo que ardeAmor é fogo que arde
Amor é fogo que arde
Helena Coutinho
 
Análise da farsa de Inês Pereira - 10º ano
Análise da farsa de Inês Pereira - 10º anoAnálise da farsa de Inês Pereira - 10º ano
Análise da farsa de Inês Pereira - 10º ano
Fatima Mendonca
 
Descalça vai para a fonte
Descalça vai para a fonteDescalça vai para a fonte
Descalça vai para a fonteHelena Coutinho
 
Capítulo III Sermão de Santo António aos Peixes Padre António Vieira
Capítulo III Sermão de Santo António aos Peixes Padre António VieiraCapítulo III Sermão de Santo António aos Peixes Padre António Vieira
Capítulo III Sermão de Santo António aos Peixes Padre António VieiraAlexandra Madail
 
Gil vicente, farsa de inês pereira
Gil vicente, farsa de inês pereiraGil vicente, farsa de inês pereira
Gil vicente, farsa de inês pereira
David Caçador
 
Sermão aos peixes cap. i
Sermão aos peixes   cap. iSermão aos peixes   cap. i
Sermão aos peixes cap. i
ameliapadrao
 
Sermão de Santo António aos Peixes
Sermão de Santo António aos PeixesSermão de Santo António aos Peixes
Sermão de Santo António aos Peixes
Paula Oliveira Cruz
 
Os lusíadas - Canto I Estâncias 105 e 106
Os lusíadas - Canto I Estâncias 105 e 106Os lusíadas - Canto I Estâncias 105 e 106
Os lusíadas - Canto I Estâncias 105 e 106
nanasimao
 

Mais procurados (20)

Cesário verde
Cesário verdeCesário verde
Cesário verde
 
Erros meus, má fortuna, amor ardente
Erros  meus, má fortuna, amor ardenteErros  meus, má fortuna, amor ardente
Erros meus, má fortuna, amor ardente
 
Os Lusíadas - Reflexões do Poeta
Os Lusíadas - Reflexões do PoetaOs Lusíadas - Reflexões do Poeta
Os Lusíadas - Reflexões do Poeta
 
Capítulo II Sermão de Santo António aos Peixes Padre António Vieira
Capítulo II Sermão de Santo António aos Peixes Padre António VieiraCapítulo II Sermão de Santo António aos Peixes Padre António Vieira
Capítulo II Sermão de Santo António aos Peixes Padre António Vieira
 
Lírica de Luís de Camões
Lírica de Luís de Camões Lírica de Luís de Camões
Lírica de Luís de Camões
 
Canto vii est 78_97
Canto vii est 78_97Canto vii est 78_97
Canto vii est 78_97
 
Sermão de santo antónio aos peixes
Sermão de santo antónio aos peixesSermão de santo antónio aos peixes
Sermão de santo antónio aos peixes
 
Analise leda serenidade deleitosa
Analise leda serenidade deleitosaAnalise leda serenidade deleitosa
Analise leda serenidade deleitosa
 
A representação na amada na lírica de Camões
A representação na amada na lírica de CamõesA representação na amada na lírica de Camões
A representação na amada na lírica de Camões
 
Sermão de Santo António - Resumo
Sermão de Santo António - ResumoSermão de Santo António - Resumo
Sermão de Santo António - Resumo
 
Sermão de Santo António aos Peixes
Sermão de Santo António aos PeixesSermão de Santo António aos Peixes
Sermão de Santo António aos Peixes
 
Amor é fogo que arde
Amor é fogo que ardeAmor é fogo que arde
Amor é fogo que arde
 
Análise da farsa de Inês Pereira - 10º ano
Análise da farsa de Inês Pereira - 10º anoAnálise da farsa de Inês Pereira - 10º ano
Análise da farsa de Inês Pereira - 10º ano
 
Descalça vai para a fonte
Descalça vai para a fonteDescalça vai para a fonte
Descalça vai para a fonte
 
Autopsicografia e Isto
Autopsicografia e IstoAutopsicografia e Isto
Autopsicografia e Isto
 
Capítulo III Sermão de Santo António aos Peixes Padre António Vieira
Capítulo III Sermão de Santo António aos Peixes Padre António VieiraCapítulo III Sermão de Santo António aos Peixes Padre António Vieira
Capítulo III Sermão de Santo António aos Peixes Padre António Vieira
 
Gil vicente, farsa de inês pereira
Gil vicente, farsa de inês pereiraGil vicente, farsa de inês pereira
Gil vicente, farsa de inês pereira
 
Sermão aos peixes cap. i
Sermão aos peixes   cap. iSermão aos peixes   cap. i
Sermão aos peixes cap. i
 
Sermão de Santo António aos Peixes
Sermão de Santo António aos PeixesSermão de Santo António aos Peixes
Sermão de Santo António aos Peixes
 
Os lusíadas - Canto I Estâncias 105 e 106
Os lusíadas - Canto I Estâncias 105 e 106Os lusíadas - Canto I Estâncias 105 e 106
Os lusíadas - Canto I Estâncias 105 e 106
 

Semelhante a A formosura desta fresca serra

Simbolismo em portugal símbolo e imagética
Simbolismo em portugal símbolo e imagéticaSimbolismo em portugal símbolo e imagética
Simbolismo em portugal símbolo e imagéticaKarina Lobo
 
Tipos De Poesias
Tipos De PoesiasTipos De Poesias
Tipos De Poesias
klauddia
 
O Eu profundo e os outros Eus Fernando Pessoa
O Eu profundo e os outros Eus   Fernando PessoaO Eu profundo e os outros Eus   Fernando Pessoa
O Eu profundo e os outros Eus Fernando Pessoa
Zanah
 
Parque dos Poetas, Oeiras
Parque dos Poetas, OeirasParque dos Poetas, Oeiras
Parque dos Poetas, OeirasBESL
 
Sinfonia De Outono
Sinfonia De OutonoSinfonia De Outono
Sinfonia De Outono
oriza_2007
 
Antologia Digital da ALSPA.pdf
Antologia Digital da ALSPA.pdfAntologia Digital da ALSPA.pdf
Antologia Digital da ALSPA.pdf
Luciana Rugani
 
O Outono
O OutonoO Outono
O Outono
Renato Cardoso
 
Arcano dezenove renata bomfim
Arcano dezenove  renata bomfimArcano dezenove  renata bomfim
Arcano dezenove renata bomfim
Renata Bomfim
 
Sonetos de camões
Sonetos de camões Sonetos de camões
Sonetos de camões
TVUERJ
 
Quando o Sol encoberto vai Mostrando - Sonetos de Camões
Quando o Sol encoberto vai Mostrando - Sonetos de CamõesQuando o Sol encoberto vai Mostrando - Sonetos de Camões
Quando o Sol encoberto vai Mostrando - Sonetos de Camões
gustavocnm
 
Baudelaire e mallarmé
Baudelaire e mallarméBaudelaire e mallarmé
Baudelaire e mallarmé
Beatrice Sadeh
 
SIMBOLISMO.pptx
SIMBOLISMO.pptxSIMBOLISMO.pptx
SIMBOLISMO.pptx
MatoseRodriguesAdvoc
 
Os Cinco Sentidos, Novo
Os Cinco Sentidos, NovoOs Cinco Sentidos, Novo
Os Cinco Sentidos, NovoJoana Azevedo
 
Poesia de Almeida Garret
Poesia de Almeida GarretPoesia de Almeida Garret
Poesia de Almeida Garretbecresforte
 

Semelhante a A formosura desta fresca serra (20)

Simbolismo em portugal símbolo e imagética
Simbolismo em portugal símbolo e imagéticaSimbolismo em portugal símbolo e imagética
Simbolismo em portugal símbolo e imagética
 
Tipos De Poesias
Tipos De PoesiasTipos De Poesias
Tipos De Poesias
 
O Eu profundo e os outros Eus Fernando Pessoa
O Eu profundo e os outros Eus   Fernando PessoaO Eu profundo e os outros Eus   Fernando Pessoa
O Eu profundo e os outros Eus Fernando Pessoa
 
8
88
8
 
Parque dos poetas
Parque dos poetasParque dos poetas
Parque dos poetas
 
Parque dos Poetas, Oeiras
Parque dos Poetas, OeirasParque dos Poetas, Oeiras
Parque dos Poetas, Oeiras
 
Sinfonia De Outono
Sinfonia De OutonoSinfonia De Outono
Sinfonia De Outono
 
Antologia Digital da ALSPA.pdf
Antologia Digital da ALSPA.pdfAntologia Digital da ALSPA.pdf
Antologia Digital da ALSPA.pdf
 
O Outono
O OutonoO Outono
O Outono
 
Arcano dezenove renata bomfim
Arcano dezenove  renata bomfimArcano dezenove  renata bomfim
Arcano dezenove renata bomfim
 
Sonetos de camões
Sonetos de camões Sonetos de camões
Sonetos de camões
 
Quando o Sol encoberto vai Mostrando - Sonetos de Camões
Quando o Sol encoberto vai Mostrando - Sonetos de CamõesQuando o Sol encoberto vai Mostrando - Sonetos de Camões
Quando o Sol encoberto vai Mostrando - Sonetos de Camões
 
Baudelaire e mallarmé
Baudelaire e mallarméBaudelaire e mallarmé
Baudelaire e mallarmé
 
Noivado do sepulcro
Noivado do sepulcroNoivado do sepulcro
Noivado do sepulcro
 
SIMBOLISMO.pptx
SIMBOLISMO.pptxSIMBOLISMO.pptx
SIMBOLISMO.pptx
 
Os Cinco Sentidos, Novo
Os Cinco Sentidos, NovoOs Cinco Sentidos, Novo
Os Cinco Sentidos, Novo
 
Arcadismo
Arcadismo Arcadismo
Arcadismo
 
Poesia de Almeida Garret
Poesia de Almeida GarretPoesia de Almeida Garret
Poesia de Almeida Garret
 
Espumas flutuantes
Espumas flutuantesEspumas flutuantes
Espumas flutuantes
 
Contemp agosto__07
Contemp  agosto__07Contemp  agosto__07
Contemp agosto__07
 

Mais de Helena Coutinho

. Maias simplificado
. Maias simplificado. Maias simplificado
. Maias simplificado
Helena Coutinho
 
Santo antónio e padre antónio vieira – diferenças e semelhanças
Santo antónio e padre antónio vieira – diferenças e semelhançasSanto antónio e padre antónio vieira – diferenças e semelhanças
Santo antónio e padre antónio vieira – diferenças e semelhanças
Helena Coutinho
 
Relato hagiografico
Relato hagiograficoRelato hagiografico
Relato hagiografico
Helena Coutinho
 
P.ant vieira bio
P.ant vieira bioP.ant vieira bio
P.ant vieira bio
Helena Coutinho
 
Epígrafe sermao
Epígrafe sermaoEpígrafe sermao
Epígrafe sermao
Helena Coutinho
 
Cap vi
Cap viCap vi
Cap v repreensões particular
Cap v repreensões particularCap v repreensões particular
Cap v repreensões particular
Helena Coutinho
 
Cap iv repreensões geral
Cap iv repreensões geralCap iv repreensões geral
Cap iv repreensões geral
Helena Coutinho
 
Cap iii louvores particular
Cap iii louvores particularCap iii louvores particular
Cap iii louvores particular
Helena Coutinho
 
Cap ii louvores geral
Cap ii louvores geralCap ii louvores geral
Cap ii louvores geral
Helena Coutinho
 
Contexto histórico padre antónio vieira
Contexto histórico padre antónio vieiraContexto histórico padre antónio vieira
Contexto histórico padre antónio vieira
Helena Coutinho
 
. O texto dramático
. O texto dramático. O texto dramático
. O texto dramático
Helena Coutinho
 
. Batalha de alcácer quibir
. Batalha de alcácer quibir. Batalha de alcácer quibir
. Batalha de alcácer quibir
Helena Coutinho
 
Fls figuras reais
Fls figuras reaisFls figuras reais
Fls figuras reais
Helena Coutinho
 
. Enredo
. Enredo. Enredo
. Enredo
Helena Coutinho
 
. A obra e o contexto
. A obra e o contexto. A obra e o contexto
. A obra e o contexto
Helena Coutinho
 
Ondados fios de ouro reluzente
Ondados fios de ouro reluzenteOndados fios de ouro reluzente
Ondados fios de ouro reluzente
Helena Coutinho
 
Sete anos de pastor jacob servia
Sete anos de pastor jacob serviaSete anos de pastor jacob servia
Sete anos de pastor jacob servia
Helena Coutinho
 
Oh! como se me alonga, de ano em ano
Oh! como se me alonga, de ano em anoOh! como se me alonga, de ano em ano
Oh! como se me alonga, de ano em ano
Helena Coutinho
 

Mais de Helena Coutinho (20)

. Maias simplificado
. Maias simplificado. Maias simplificado
. Maias simplificado
 
Santo antónio e padre antónio vieira – diferenças e semelhanças
Santo antónio e padre antónio vieira – diferenças e semelhançasSanto antónio e padre antónio vieira – diferenças e semelhanças
Santo antónio e padre antónio vieira – diferenças e semelhanças
 
Relato hagiografico
Relato hagiograficoRelato hagiografico
Relato hagiografico
 
P.ant vieira bio
P.ant vieira bioP.ant vieira bio
P.ant vieira bio
 
Epígrafe sermao
Epígrafe sermaoEpígrafe sermao
Epígrafe sermao
 
Cap vi
Cap viCap vi
Cap vi
 
Cap v repreensões particular
Cap v repreensões particularCap v repreensões particular
Cap v repreensões particular
 
Cap iv repreensões geral
Cap iv repreensões geralCap iv repreensões geral
Cap iv repreensões geral
 
Cap iii louvores particular
Cap iii louvores particularCap iii louvores particular
Cap iii louvores particular
 
Cap ii louvores geral
Cap ii louvores geralCap ii louvores geral
Cap ii louvores geral
 
1. introd e estrutura
1. introd e estrutura1. introd e estrutura
1. introd e estrutura
 
Contexto histórico padre antónio vieira
Contexto histórico padre antónio vieiraContexto histórico padre antónio vieira
Contexto histórico padre antónio vieira
 
. O texto dramático
. O texto dramático. O texto dramático
. O texto dramático
 
. Batalha de alcácer quibir
. Batalha de alcácer quibir. Batalha de alcácer quibir
. Batalha de alcácer quibir
 
Fls figuras reais
Fls figuras reaisFls figuras reais
Fls figuras reais
 
. Enredo
. Enredo. Enredo
. Enredo
 
. A obra e o contexto
. A obra e o contexto. A obra e o contexto
. A obra e o contexto
 
Ondados fios de ouro reluzente
Ondados fios de ouro reluzenteOndados fios de ouro reluzente
Ondados fios de ouro reluzente
 
Sete anos de pastor jacob servia
Sete anos de pastor jacob serviaSete anos de pastor jacob servia
Sete anos de pastor jacob servia
 
Oh! como se me alonga, de ano em ano
Oh! como se me alonga, de ano em anoOh! como se me alonga, de ano em ano
Oh! como se me alonga, de ano em ano
 

Último

proposta curricular ou plano de cursode lingua portuguesa eja anos finais ( ...
proposta curricular  ou plano de cursode lingua portuguesa eja anos finais ( ...proposta curricular  ou plano de cursode lingua portuguesa eja anos finais ( ...
proposta curricular ou plano de cursode lingua portuguesa eja anos finais ( ...
Escola Municipal Jesus Cristo
 
Capitalismo a visão de John Locke........
Capitalismo a visão de John Locke........Capitalismo a visão de John Locke........
Capitalismo a visão de John Locke........
Lídia Pereira Silva Souza
 
América Latina: Da Independência à Consolidação dos Estados Nacionais
América Latina: Da Independência à Consolidação dos Estados NacionaisAmérica Latina: Da Independência à Consolidação dos Estados Nacionais
América Latina: Da Independência à Consolidação dos Estados Nacionais
Valéria Shoujofan
 
APOSTILA DE TEXTOS CURTOS E INTERPRETAÇÃO.pdf
APOSTILA DE TEXTOS CURTOS E INTERPRETAÇÃO.pdfAPOSTILA DE TEXTOS CURTOS E INTERPRETAÇÃO.pdf
APOSTILA DE TEXTOS CURTOS E INTERPRETAÇÃO.pdf
RenanSilva991968
 
Correção do 1º Simulado Enem 2024 - Mês de Abril.pdf
Correção do 1º Simulado Enem 2024 - Mês de Abril.pdfCorreção do 1º Simulado Enem 2024 - Mês de Abril.pdf
Correção do 1º Simulado Enem 2024 - Mês de Abril.pdf
Edilson431302
 
História Do Assaré - Prof. Francisco Leite
História Do Assaré - Prof. Francisco LeiteHistória Do Assaré - Prof. Francisco Leite
História Do Assaré - Prof. Francisco Leite
profesfrancleite
 
PROPOSTA CURRICULAR EDUCACAO FISICA.docx
PROPOSTA CURRICULAR  EDUCACAO FISICA.docxPROPOSTA CURRICULAR  EDUCACAO FISICA.docx
PROPOSTA CURRICULAR EDUCACAO FISICA.docx
Escola Municipal Jesus Cristo
 
DeClara n.º 76 MAIO 2024, o jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara de...
DeClara n.º 76 MAIO 2024, o jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara de...DeClara n.º 76 MAIO 2024, o jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara de...
DeClara n.º 76 MAIO 2024, o jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara de...
IsabelPereira2010
 
Manejo de feridas - Classificação e cuidados.
Manejo de feridas - Classificação e cuidados.Manejo de feridas - Classificação e cuidados.
Manejo de feridas - Classificação e cuidados.
RafaelNeves651350
 
Junho Violeta - Sugestão de Ações na Igreja
Junho Violeta - Sugestão de Ações na IgrejaJunho Violeta - Sugestão de Ações na Igreja
Junho Violeta - Sugestão de Ações na Igreja
Comando Resgatai
 
Caça-palavras ortografia M antes de P e B.
Caça-palavras    ortografia M antes de P e B.Caça-palavras    ortografia M antes de P e B.
Caça-palavras ortografia M antes de P e B.
Mary Alvarenga
 
Apresentação Formação em Prevenção ao Assédio
Apresentação Formação em Prevenção ao AssédioApresentação Formação em Prevenção ao Assédio
Apresentação Formação em Prevenção ao Assédio
ifbauab
 
o que está acontecendo no Rio grande do Sul
o que está acontecendo no Rio grande do Sulo que está acontecendo no Rio grande do Sul
o que está acontecendo no Rio grande do Sul
CarlaInsStaub
 
Química orgânica e as funções organicas.pptx
Química orgânica e as funções organicas.pptxQuímica orgânica e as funções organicas.pptx
Química orgânica e as funções organicas.pptx
KeilianeOliveira3
 
"Está o lascivo e doce passarinho " de Luís Vaz de Camões
"Está o lascivo e   doce passarinho " de Luís Vaz de Camões"Está o lascivo e   doce passarinho " de Luís Vaz de Camões
"Está o lascivo e doce passarinho " de Luís Vaz de Camões
goncalopecurto
 
Aproveitando as ferramentas do Tableau para criatividade e produtividade
Aproveitando as ferramentas do Tableau para criatividade e produtividadeAproveitando as ferramentas do Tableau para criatividade e produtividade
Aproveitando as ferramentas do Tableau para criatividade e produtividade
Ligia Galvão
 
Caderno de Estudo Orientado para Ensino Médio
Caderno de Estudo Orientado para Ensino MédioCaderno de Estudo Orientado para Ensino Médio
Caderno de Estudo Orientado para Ensino Médio
rafaeloliveirafelici
 
Sequência Didática - Cordel para Ensino Fundamental I
Sequência Didática - Cordel para Ensino Fundamental ISequência Didática - Cordel para Ensino Fundamental I
Sequência Didática - Cordel para Ensino Fundamental I
Letras Mágicas
 
UFCD_8298_Cozinha criativa_índice do manual
UFCD_8298_Cozinha criativa_índice do manualUFCD_8298_Cozinha criativa_índice do manual
UFCD_8298_Cozinha criativa_índice do manual
Manuais Formação
 
Saudações e como se apresentar em português
Saudações e como se apresentar em portuguêsSaudações e como se apresentar em português
Saudações e como se apresentar em português
jacctradutora
 

Último (20)

proposta curricular ou plano de cursode lingua portuguesa eja anos finais ( ...
proposta curricular  ou plano de cursode lingua portuguesa eja anos finais ( ...proposta curricular  ou plano de cursode lingua portuguesa eja anos finais ( ...
proposta curricular ou plano de cursode lingua portuguesa eja anos finais ( ...
 
Capitalismo a visão de John Locke........
Capitalismo a visão de John Locke........Capitalismo a visão de John Locke........
Capitalismo a visão de John Locke........
 
América Latina: Da Independência à Consolidação dos Estados Nacionais
América Latina: Da Independência à Consolidação dos Estados NacionaisAmérica Latina: Da Independência à Consolidação dos Estados Nacionais
América Latina: Da Independência à Consolidação dos Estados Nacionais
 
APOSTILA DE TEXTOS CURTOS E INTERPRETAÇÃO.pdf
APOSTILA DE TEXTOS CURTOS E INTERPRETAÇÃO.pdfAPOSTILA DE TEXTOS CURTOS E INTERPRETAÇÃO.pdf
APOSTILA DE TEXTOS CURTOS E INTERPRETAÇÃO.pdf
 
Correção do 1º Simulado Enem 2024 - Mês de Abril.pdf
Correção do 1º Simulado Enem 2024 - Mês de Abril.pdfCorreção do 1º Simulado Enem 2024 - Mês de Abril.pdf
Correção do 1º Simulado Enem 2024 - Mês de Abril.pdf
 
História Do Assaré - Prof. Francisco Leite
História Do Assaré - Prof. Francisco LeiteHistória Do Assaré - Prof. Francisco Leite
História Do Assaré - Prof. Francisco Leite
 
PROPOSTA CURRICULAR EDUCACAO FISICA.docx
PROPOSTA CURRICULAR  EDUCACAO FISICA.docxPROPOSTA CURRICULAR  EDUCACAO FISICA.docx
PROPOSTA CURRICULAR EDUCACAO FISICA.docx
 
DeClara n.º 76 MAIO 2024, o jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara de...
DeClara n.º 76 MAIO 2024, o jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara de...DeClara n.º 76 MAIO 2024, o jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara de...
DeClara n.º 76 MAIO 2024, o jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara de...
 
Manejo de feridas - Classificação e cuidados.
Manejo de feridas - Classificação e cuidados.Manejo de feridas - Classificação e cuidados.
Manejo de feridas - Classificação e cuidados.
 
Junho Violeta - Sugestão de Ações na Igreja
Junho Violeta - Sugestão de Ações na IgrejaJunho Violeta - Sugestão de Ações na Igreja
Junho Violeta - Sugestão de Ações na Igreja
 
Caça-palavras ortografia M antes de P e B.
Caça-palavras    ortografia M antes de P e B.Caça-palavras    ortografia M antes de P e B.
Caça-palavras ortografia M antes de P e B.
 
Apresentação Formação em Prevenção ao Assédio
Apresentação Formação em Prevenção ao AssédioApresentação Formação em Prevenção ao Assédio
Apresentação Formação em Prevenção ao Assédio
 
o que está acontecendo no Rio grande do Sul
o que está acontecendo no Rio grande do Sulo que está acontecendo no Rio grande do Sul
o que está acontecendo no Rio grande do Sul
 
Química orgânica e as funções organicas.pptx
Química orgânica e as funções organicas.pptxQuímica orgânica e as funções organicas.pptx
Química orgânica e as funções organicas.pptx
 
"Está o lascivo e doce passarinho " de Luís Vaz de Camões
"Está o lascivo e   doce passarinho " de Luís Vaz de Camões"Está o lascivo e   doce passarinho " de Luís Vaz de Camões
"Está o lascivo e doce passarinho " de Luís Vaz de Camões
 
Aproveitando as ferramentas do Tableau para criatividade e produtividade
Aproveitando as ferramentas do Tableau para criatividade e produtividadeAproveitando as ferramentas do Tableau para criatividade e produtividade
Aproveitando as ferramentas do Tableau para criatividade e produtividade
 
Caderno de Estudo Orientado para Ensino Médio
Caderno de Estudo Orientado para Ensino MédioCaderno de Estudo Orientado para Ensino Médio
Caderno de Estudo Orientado para Ensino Médio
 
Sequência Didática - Cordel para Ensino Fundamental I
Sequência Didática - Cordel para Ensino Fundamental ISequência Didática - Cordel para Ensino Fundamental I
Sequência Didática - Cordel para Ensino Fundamental I
 
UFCD_8298_Cozinha criativa_índice do manual
UFCD_8298_Cozinha criativa_índice do manualUFCD_8298_Cozinha criativa_índice do manual
UFCD_8298_Cozinha criativa_índice do manual
 
Saudações e como se apresentar em português
Saudações e como se apresentar em portuguêsSaudações e como se apresentar em português
Saudações e como se apresentar em português
 

A formosura desta fresca serra

  • 1. Camões Corrente renascentista
  • 2. A fermosura fresca serra, e a sombra dos verdes castanheiros, o manso caminhar destes ribeiros, donde toda a tristeza se desterra; o rouco som do mar, a estranha terra, o esconder do sol pelos outeiros, o recolher dos gados derradeiros, das nuvens pelo ar a branda guerra; enfim, tudo o que a rara natureza com tanta variedade nos oferece, me está (se não te vejo) magoando. Sem ti, tudo me enoja e me aborrece; sem ti, perpetuamente estou passando nas mores alegrias, mor tristeza.
  • 3. A fermosura desta fresca serra A fermosura desta fresca serra E a sombra dos verdes castanheiros, O manso caminhar destes ribeiros, Donde toda a tristeza se desterra; O rouco som do mar, a estranha terra, O esconder do sol pelos outeiros O recolher dos gados derradeiros, Das nuvens pelo ar a brada guerra; Enfim, tudo o que a rara Natureza Com tanta variedade nos oferece, Me está, se não te vejo, magoando. Sem ti, tudo me enoja e me aborrece; Sem ti, perpetuamente estou passando, Nas mores alegrias mor tristeza. Camille Pissaro, Landscape at Chaponval, 1880
  • 4. TEMA A fermosura desta fresca serra E a sombra dos verdes castanheiros, O tema deste soneto é a necessidade O manso caminhar destes ribeiros, da presença da mulher amada para Donde toda a tristeza se desterra; que a felicidade do sujeito seja possível (“Sem ti, tudo me enoja e me O rouco som do mar, a estranha terra, aborrece”). O esconder do Sol pelos outeiros, O recolher dos gados derradeiros, Das nuvens pelo ar a branda guerra; O poeta expõe as contradições do amor. Enfim, tudo o que a rara natureza Como pode este sentimento harmonizar Com tanta variedade nos of'rece, dois corações. Sendo afinal tão Me está, se não te vejo, magoando. contraditório? Este tema das contradições do amor, Sem ti, tudo me enoja e me aborrece; expresso por antítese, é um lugar comum Sem ti, perpetuamente estou passando, da lírica europeia quinhentista. Petrarca Nas mores alegrias, mor tristeza. tem um soneto semelhante.
  • 5. Alegria e verdura é vida eterna. Claridade; frescura; águas de cristal, transparentes; suavidade; amenidade. Sem amor a vida não tem interesse e o poeta não é capaz de viver a vida sem a amada, não consegue ter alegria. Tema Saudade; ausência da amada.
  • 6. As palavras sublinhadas são aquelas que evidenciam a harmonia da natureza descrita pelo sujeito lírico A fermosura desta fresca serra E a sombra dos verdes castanheiros, O manso caminhar destes ribeiros, Descrição da beleza da Donde toda a tristeza se desterra; natureza que o circunda O rouco som do mar, a estranha terra, O esconder do Sol pelos outeiros, O recolher dos gados derradeiros, Das nuvens pelo ar a branda guerra; Enfim, tudo o que a rara natureza Com tanta variedade nos of'rece, A total irrelevância da Me está, se não te vejo, magoando. harmonia natural quando a mulher amada não está Sem ti, tudo me enoja e me aborrece; presente Sem ti, perpetuamente estou passando, Nas mores alegrias, mor tristeza.
  • 7. A fermosura fresca serra, 1º momento (vv.1-8) e a sombra dos verdes castanheiros, o manso caminhar destes ribeiros, Visão objectiva da Natureza – donde toda a tristeza se desterra; descrição de um ambiente verdejante, fresco, aprazível, capaz de trazer felicidade e alegria a quem o rouco som do mar, a estranha terra, nele se inserir. o esconder do sol pelos outeiros, o recolher dos gados derradeiros, das nuvens pelo ar a branda guerra; 2º momento (vv.9-14) O estado de espírito do sujeito poético enfim, tudo o que a rara natureza caracteriza-se pelo desgosto, dor e com tanta variedade nos oferece, sofrimento. O abandono em que se me está (se não te vejo) magoando. encontra, devido à ausência da mulher amada, fá-lo recusar tudo quanto o rodeia. Sem ti, tudo me enoja e me aborrece; sem ti, perpetuamente estou passando A infelicidade e a tristeza não o deixam ver a Natureza no que ela tem de mais nas mores alegrias, mor tristeza. perfeito. Incapaz de afastar a tristeza, vê a Natureza com os olhos da alma. A repetição do último terceto realça a ausência da mulher amada.
  • 8. ESTRUTURA INTERNA 1ª. parte: 2 quadras - Descrição da Natureza. A fermosura desta fresca serra E a sombra dos verdes castanheiros, O soneto divide-se em duas partes lógicas, desempenhando a palavra “enfim” a mudança: O manso caminhar destes ribeiros, Donde toda a tristeza se desterra; 1ª parte – duas quadras – descreve-se uma natureza harmoniosa, propícia ao amor; O rouco som do mar, a estranha terra, A 1ª parte do texto é constituída por uma descrição O esconder do Sol pelos outeiros, que, basicamente, se estrutura numa enumeração O recolher dos gados derradeiros, de elementos que constituem a paisagem e que são Das nuvens pelo ar a branda guerra; qualificados ora por adjetivos ora por substantivos ou orações relativas. Enfim, tudo o que a rara natureza Com tanta variedade nos of'rece, Me está, se não te vejo, magoando. Sem ti, tudo me enoja e me aborrece; Sem ti, perpetuamente estou passando, Nas mores alegrias, mor tristeza.
  • 9. ESTRUTURA INTERNA 2ª. parte: 2 tercetos - Sentimentos do poeta em relação à ausência da amada. A fermosura desta fresca serra 2ª parte – dois tercetos – refere a irrelevância da E a sombra dos verdes castanheiros, beleza natural sem a mulher amada. O manso caminhar destes ribeiros, A 2ª parte constitui uma síntese, que se conclui ser Donde toda a tristeza se desterra; “rara” e dotada de grande “variedade”. Mas, para além dessa síntese, o poeta introduz, nesta parte, O rouco som do mar, a estranha terra, um novo elemento – o “tu” -, que se vem juntar ao O esconder do Sol pelos outeiros, Eu – Natureza até então dominante. E a presença O recolher dos gados derradeiros, deste terceiro elemento assume um carácter Das nuvens pelo ar a branda guerra; decisivo na visão da paisagem: na ausência da amada (o “tu”) tudo o “enoja” e “aborrece” e “perpetuamente” passará “mores alegrias, mor Enfim, tudo o que a rara natureza tristeza”. Com tanta variedade nos of'rece, Me está, se não te vejo, magoando. Sem ti, tudo me enoja e me aborrece; Enquanto a descrição da 1ª parte tendia para a objetividade (exterioridade / 3ª pessoa), na 2ª Sem ti, perpetuamente estou passando, parte, com a introdução das 1ª e 2ª pessoas do Nas mores alegrias, mor tristeza. singular (instituindo-se uma relação eu-tu- Natureza), o texto assume certo dramatismo e uma grande subjetividade.
  • 10. ESTRUTURA INTERNA A fermosura desta fresca serra O marcador discursivo “enfim” (advérbio) introduz a E a sombra dos verdes castanheiros, conclusão do soneto e a razão de o sujeito lírico ter O manso caminhar destes ribeiros, descrito a serra e a natureza. Donde toda a tristeza se desterra; Os dois primeiros versos deste terceto resumem os elementos referidos na primeira parte do soneto com o O rouco som do mar, a estranha terra, pronome indefinido “tudo”. O esconder do Sol pelos outeiros, O recolher dos gados derradeiros, Das nuvens pelo ar a branda guerra; O elemento introduzido no último verso deste terceto que provoca no sujeito lírico a explosão da sua Enfim, tudo o que a rara natureza subjetividade lírica é o seu objeto de amor , ou seja, o Com tanta variedade nos of'rece, “tu”, referido no soneto através do pronome: “te”. Me está, se não te vejo, magoando. O ritmo do poema é mais lento nos dois tercetos Sem ti, tudo me enoja e me aborrece; devido ao recurso a complexos verbais como “me está Sem ti, perpetuamente estou passando, (…) magoando” e “estou passando”; devido ao recurso à anáfora, “Sem ti (…)”; sem ti (…)”, a que acresce o Nas mores alegrias, mor tristeza. recurso ao advérbio, “perpetuamente”. Neste terceto, o sujeito lírico já não se encontra em harmonia com a natureza devido à ausência do seu objeto de amor.
  • 11. Caracterização Elementos da paisagem Adjectivos Substantivos Oração relativa serra castanheiros fresca caminhar dos ribeiros verdes fermosura mar manso sombra donde toda a tristeza se terra rouco som desterra esconder do sol pelos estranha guerra outeiros derradeiros recolher dos gados branda nuvens Relacionamento Eu/Natureza patente no poema. Na ausência da amada, a Natureza embora bela, não o seduz, sem ela ele não consegue achar beleza em nada.
  • 12. A fermosura desta fresca serra Estrutura Formal do Texto e Recursos E a sombra dos verdes castanheiros, Estilísticos mais Relevantes O manso caminhar destes ribeiros, Donde toda a tristeza se desterra; Personificação: "manso caminhar destes ribeiros", "Das nuvens pelo ar a branda O rouco som do mar, a estranha terra, guerra" - Ao personificar a natureza o Poeta O esconder do Sol pelos outeiros, pretende transmitir toda a importância dela O recolher dos gados derradeiros, na ausência da amada. Das nuvens pelo ar a branda guerra; Anáfora: "Sem ti… / Sem ti…" - Esta reiteração expressa a mágoa do poeta. Enfim, tudo o que a rara natureza Hipérbole: "perpetuamente estou passando,/ Com tanta variedade nos of'rece, Nas mores alegrias, mor tristeza" - Expressa Me está, se não te vejo, magoando. toda a dor do poeta, ele quer transmitir todo o amor e toda a dor que lhe causa a Sem ti, tudo me enoja e me aborrece; separação desse amor. Sem ti, perpetuamente estou passando, Antítese: "Nas mores alegrias, mor tristeza" - Nas mores alegrias, mor tristeza. Expressa toda a amargura que o poeta sente pela ausência da amada.
  • 13. UNIDADE FORMA / CONTEÚDO O dramatismo e a subjetividade da 2ª parte devem a sua intensidade à utilização de alguns recursos estilísticos: a) Anáfora - “Sem ti… Sem ti” b) Antítese - “Nas mores alegrias, mor tristeza”
  • 14. Vocábulos que servem para caracterizar a serra  “Formosura desta serra”  “Verdes castanheiros”  “Manso caminhar”  “O esconder do sol pelos outeiros”  “Nuvens pelo ar”  “Rara natureza” Os vocábulos caracterizam a serra como um quadro idílico (harmonioso) são: “fermosura”, “fresca”, “verdes castanheiros”, “manso caminhar destes ribeiros”, “rouco som do mar”, “estranha terra” e “esconder do sol”. As sensações visuais e auditivas conferem uma sensação de paz, calma, simplicidade, alegria, tristeza, amor. A repetição da palavra “sem ti” no último terceto serve para intensificar o seu aborrecimento e a sua tristeza que passa quando não têm a sua amada ao pé dele.
  • 15. Sensações  Visuais: - “ a sombra dos verdes castanheiros” - “ o esconder do sol pelos outeiros” - “ nuvens pelo ar”  Auditivas: - “manso caminhar” - “ rouco som do mar” - “recolher dos gados”