O documento discute estratégias para didática online. Ele aborda a importância de acolhimento, organização do tempo, conhecer o contexto dos alunos, orientações claras, atividades individuais e colaborativas, encontros presenciais, pesquisa, mediação, e recursos de interação. O documento também discute a necessidade de convergência entre mídias e modalidades híbridas para ampliar as possibilidades do ensino presencial com tecnologias.
3. Profª Adriana Rocha Bruno –
Mediação e Interação
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mediação pedagógica a interação
a interação humana pressupõe: relacionamento, comunicação e contexto:
fatores essenciais e interdependentes nesse processo
provocados por fatores internos e externos no organismo humano.
Interação deve ser fruto das conversações, do encontro, da necessidade
e do entendimento que a construção do conhecimento se dá com o outro.
“a expressão manifesta o eu, a comunicação é procura do tu, tendendo o
eu e o tu a unir-se na unidade do nós.” (GUSDORF, 1970:53)
4. Profª Adriana Rocha Bruno –
Mediação e Interação
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Interatividade e Interação:
Interação ação recíproca entre dois ou mais atores onde ocorre intersubjetividade e
pode ser direta ou indireta;
Interatividade usado indistintamente com dois significados diferentes:
1) Técnica - oferecida por determinado meio: CD ROM de consulta, hipertextos
em geral, jogos informatizados etc.;
2) atividade humana, do usuário, sobre a máquina, e de receber em troca uma
‘retroação’ da máquina sobre ele.
interação on-line deve promover o entrelaçamento dos sujeitos
aprendentes para que um novo conhecimento se constitua, um
terceiro elemento emerja e, por conseguinte, faça-se uma
mudança significativa nos sujeitos.
6. Profª Adriana Rocha Bruno –
Mediação e Interação
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MEDIAÇÃO
do Lat. Mediatione s. f., significa ação ou efeito de mediar; intervenção;
interferência.
•Ação
•Intervenção (no contexto educacional)
•parte do sujeito em relação ao objeto
•indica movimento, vida, fruição
é desenvolvida pelo humano, como forma de intervenção no mundo.
A mediação pedagógica só tem sentido por se conceber na e pela interação.
não é e não deve ser ingênua, mas deve manifestar os
propósitos do que se deseja atingir e onde se quer chegar.
8. Mediação partilhada
Possibilidade de materialização da parceria entre professor e alunos - processo
de mediação passa a ser assumido por um parceiro (aluno) que tenha
condições para fazê-lo numa situação específica regências emergentes
“em circunstâncias pontuais, um ou mais alunos ‘tomam as
rédeas’ de uma discussão e assumem a mediação frente a
temas que dominam. A mediação, neste momento, passa a
ser partilhada com o professor que, desta forma,
transforma-se no mediador desta mediação” (BRUNO, 2007,
p. 204).
Profª. Adriana Rocha Bruno
10. Profª. Adriana Rocha Bruno
Abertura do fórum
Segundo a sua experiência como educador, quando você considera que uma pessoa
aprendeu algo (independente ou não do uso do computador)?
Re: Aprendizagem
Prezado Professor Conferencista,
Aprender pressupõe, segundo o texto lido, várias etapas.
Começa, talvez, com uma necessidade de reagir a algo que se nos apresenta. Então a vontade de inter-agir
com o meio, a natureza etc.
(...)
Aluno A - Turma A
Olá professor e colegas cursistas,Aprender significa incorporar algo a seu esquema mental, seja esse algo um
conhecimento escolar, acadêmico, ou coisas referentes ao nosso dia-a-dia, portanto o aprendizado, de maneira
geral é independente do uso do computador, porém na construção do conhecimento no ambiente escolar, o
computador é uma importante ferramenta de aprendizado.
Um abraço: aluno B.
Iniciando o diálogo
Prof. Conferencista, inicialmente gostaria de dizer que admiro muito seus trabalhos. Quanto ao processo de
aprendizagem, acredito fielmente, que ocorre quando há uma compreensão e assimilação da maior parte do
assunto apresentado ao educando, e isso só será possível houver a sua participação durante a exposição do
conteúdo. (...) Abraços. Aluna C
11. Profª. Adriana Rocha Bruno
Postada por Conferencista
Aluno A e B
Realmente a aluna C deu um belo exemplo de situação que o aluno realiza algo e tem a chance de vivenciar, recriar
etc. No entanto, achei interessante que a aluna C coloca coisas como:
"ao transmitir um conteúdo, apresentá-lo de forma clara, por exemplo, adaptando-o à realidade do aluno, ou através
de recursos audiovisuais ou mesmo palpáveis."
Voce acha que a experiência que ela relata é "transmissão de conteúdo", mesmo adaptado "à realidade do aluno"?
Como fica esta distinção entre transmitir informação e criar oportunidades de o aluno vivenciar uma experiência?
Qual é mais efetiva na aprendizagem?
Relacionando respostas – instigando o diálogo
Postada por Conferencista
Aluno C, B, A e D
É um prazer estar com voces.
Os textos falam de coisas que são um pouco dispares:
aluno C - incorporar conhecimento
aluno B - armazenar ideias e depois organiza-las
aluno A - Transmitir conteudo
aluno D - interiorizar o conceito e depois aplica-lo corretamente.
Primeiramente, gostaria que os alunos tentassem fazer uma distinção:
o que é informação (conteúdo) e o que é conhecimento?
A questão colocada desta maneira implica em ter uma visão sobre aprendizagem. Qual é esta visão?
12. Profª. Adriana Rocha Bruno
Postada por Conferencista
Aluno E, agradeço a possibilidade deste encontro.
Gostaria de colocar alguns desafios. A aprendizagem que acontece na leitura, na experiência e na interação são de
uma mesma ordem? Com isto, volta a questão que fiz anteriormente: qual a distinção entre uma informação
(conteúdo) e o conhecimento?
Dependendo desta distinção estaremos usando uma base ou visão teórica sobre aprendizagem. Voce consegue
identificar qual é esta base?
Propondo desafios – problematizando o tema
Uma pergunta que sempre me faço enquanto professora é como transformar informação em conhecimento.
Afinal nunca tivemos tanta informação de maneira tão acessível em toda a História. Como devemos agir para
nos instrumentalizar e também dar ferramentas aos nossos alunos para que possam distinguir em um mar de
informações aquelas que lhe podem ser úteis? Aluna F
13. Profª. Adriana Rocha Bruno
Postada por Conferencista
Aluna F
Agradeco as suas perguntas. Elas são otimas para pensarmos sobre como aprender.
No entanto, minha função não e' dar respostas mas construir com voce estas ideias. Assim, vamos partir de
experiências pessoais. Como voce faz para transformar informacao em conhecimento? Todas as informacoes sao
transformadas em conhecimento? Se nao sao todas, entao quais e como voce faz isto?
Professor
Não sei se tenho respostas para estas perguntas, posso apenas refletir a respeito e escrever como quem pensa
alto...Vamos adquirindo informação no correr da vida, e é claro que temos uma capacidade limitada de retenção
destas informações, não retemos apenas informações que nos são importantes já que todo mundo carrega consigo
muita informação inútil. Mas informação não é conhecimento, certo?
Talvez conhecimento é a informação "transformada" (...)
Situando o papel do mediador
14. Profª. Adriana Rocha Bruno
Aluna F
E' isto mesmo. Voce constroi conhecimento a partir da sua experiencia e de novas informacoes obtidas.
Agradeco pode trocar ideias com voce e ate uma proxima oportunidade. Abracos.
Aluna G, noto que voce tem a intuição correta sobre a questão da aprendizagem. Porém, estou querendo usar
esta oportunidade para explicitar estes conhecimentos. Assim, retorno a questão que havia feito anteriormente:
qual a distinção entre uma informação (conteúdo) e o conhecimento?
Dependendo de como estas coisas são interpretadas, voce estará usando uma base ou visão teórica sobre
aprendizagem. Voce consegue identificar qual é esta base?
Conferencista, Certamente, falar sobre o conhecimento nos remete a pensar em métodos e teorias que povoam
o universo educacional, em especial aquelas que têm o construtivismo como modelo. Acredito que, como
defendem Piaget e Vygotsky, o conhecimento é produto tanto da interação mútua do sujeito com o seu ambiente
Aluna G
Aluna G:
Ótimo. O lado da construção de conhecimento e da aprendizagem está OK. E a informação, onde ela entra?
Qual o papel da informação? Obrigado.
Confirmando os caminhos / Persistindo na questão
15. Profª. Adriana Rocha Bruno
Aluna J
Gostei da sua contribuicao sobre a aprendizagem factual (entendo como memorizar a informacao, o que
tambem e' uma forma de aprender). E a aprendizagem por processamento da informacao e portanto
construida. O que os teoricos que voce menciona estao propondo sao diferentes contextos que podem
facilitar este processamento da informacao para que seja convertida em conhecimento. Na verdade seria
importante conhecer qual o papel destes diferentes contextos nesta construcao.
Em sala de aula, a intervencao de um colega poder ser mais efetivo que a intervencao de um professor.
Como o professor pode jogar com esta dinamica para identificar intervencoes mais efetivas e manter o
aprendiz aprendendo? Os nosso educadores estao preparados para fazer isto?
Aluna M
Voce concorda com a resposta da aluna J? E' isto mesmo, so se aprende quando consegue-se usar
aquilo que foi aprendido em outro contexto? Mostrar que aprendeu e' ser capaz de usar ou aplicar
conhecimento?
Explicando o conceito e propondo novos desafios
Integrando o grupo
16. E mais....
• Retomada do discurso do outro, para iniciar uma conversa, em que a pessoa se
identifica com algum relato do outro: É verdade Fabiana, meu primeiro contato com
as tecnologias, assim como com você, foi através da escola(...)
• Retomada do texto do outro, através de citação: Você afirmou na última
mensagem que “não gostava de usar o computador porque não se sentia
familiarizado...”
Profª. Adriana Rocha Bruno
17. Profª. Adriana Rocha Bruno
Professores:
Nesta lista pudemos fazer algumas distinçoes como:
informação X conhecimento
aprender memorizando X aprender construindo conhecimento
Poderiamos fazer outras distinções como:
fazer X compreender (sobre este topico, o capitulo 2 "Mudanca na sociedade, mudança na educação: o fazer e o
compreender" do livro "O Computador na Sociedade do Conhecimento" (baixar do site do Proinfo) trata deste
assunto.
ensinar (do latin insignare = colocar signos) X aprender (do latin apprendere = apreender, compreender) Este
tema foi tratado no contexto da distinção entre informação e construção de conhecimento.
Entendo que e' fundamental o professor ter estas noções claras pois pode estar usando um destes termos para
designar uma prática pedagógica e estar executado uma outra coisa diferente.
Espero que a participação nesta lista tenha sido proveitosa e até uma outra oportunidade. Abraços.
Sistematizando idéias – fechamento do fórum
19. Os estudos atuais na área da Didática devem
buscar ações pedagógicas, cujas contribuições
possam oferecer intervenções nas propostas
educacionais e no formato dos cursos
desenvolvidos para a aprendizagem do adulto
integrado.
Convergência das diversas mídias
desenvolvimento integral do indivíduo,
imbricando modalidades que ampliam
as possibilidades do presencial sem
destituí-lo, para a utilização de
recursos multidimensionais permeados
pelas tecnologias disponíveis
modalidades híbridas
DIDÁTICA PARA APRENDIZAGEM ON-LINE
Profª. Adriana Rocha Bruno
20. ESTRATÉGIAS PARA UMA DIDÁTICA ON-LINE
Acolhimento: desde o início, permeando todas as relações
Organização do tempo: prioridade e disponibilidade / adesão ao curso
Conhecer o contexto: quem são os alunos? Como chegaram ao curso?
Orientações: uso da agenda ou quadro de avisos
Trabalhando com as informações: documentos longos; excesso de
informações; textos / artigos
Navegação: facilidade ou fluência para navegação - familiaridade com a
tecnologia não garante facilidade de navegação
Objetivos claros: retomados durante e ao término de cada unidade
temática trabalhada avaliação
Ausência: como agir quando o aluno precisa se ausentar durante um
período e o que fazer no seu retorno?
Alunos tarefeiros: ensiná-lo e acompanhá-lo no processo de trabalhar
colaborativamente
Profª. Adriana Rocha Bruno
21. ESTRATÉGIAS PARA UMA DIDÁTICA ON-LINE
Produções colaborativas: o adulto já possui condições
plenas para efetuar escolhas, se agrupar e desenvolver
atividades coletivas e colaborativas
Atividades individuais e coletivas: saber dosar
Encontros presenciais: importante para o desenvolvimento
do grupo
O olhar e a prática da investigação: pesquisa, por envolver
problemáticas de causalidade e soluções múltiplas, por
desenvolver capacidades, por enriquecer conhecimentos e
por despertar a criticidade e a criatividade
Mediação: investigação temática; tematização e
problematização do conhecimento
Recursos de interação: “controle” em chat; mediação
partilhada; conferências via web.
Profª. Adriana Rocha Bruno
22. Profª. Adriana R. Bruno
O QUE FAZER?
• Ação de equipes com proposta de gestão participativa;
• Apoio metodológico na construção participativa dos projetos políticos
pedagógicos das Escolas
• Implementação de processos de gestão democrática participativa das
Escolas
• Criação e/ou fortalecimento de espaços de gestão compartilhada na
comunidade escolar
• Composição do conteúdo curricular comprometido com a formação do
indivíduo enquanto ser histórico, concreto e com seu mundo da vida
• Preocupação com os avanços tecnológicos exigindo saberes e
competências específicas.
COM QUEM?
Professores; Pais/mães de alunos/as; Trabalhadoras/es da
Educação; Conselhos escolares; Lideranças locais; Alunos/as;
Grêmios.. enfim com a COMUNIDADE
23. O progresso científico
e tecnológico que não
responde
fundamentalmente
aos interesses
humanos, às
necessidades de
nossa existência,
perdem, para mim,
sua significação.
Paulo Freire
Georgia O’Keefe, Abstração Azul, 1927.
Profª. Adriana Rocha Bruno
25. Bibliografia
BRUNO, Adriana R. e OLIVEIRA, Lucila P. EaD – 2003. Apresentação em PPT.
BELLONI, M. L. Educação a distância. Campinas: Autores Associados, 1999.
EASTMOND, Nick. Assessing needs, developing instruction, and evaluating results in distance education. In: WILLIS,
Barry. Distance education - strategies and tools. Englewood Cliffs (New Jersey): Educational Technology Publications
Inc., 1994.
LITWIN, E. (org.). Educação a Distância: temas para o debate de uma nova agenda educativa. Trad. F. Murad. Porto
Alegre: Artmed, 2001.
MODELOS de EaD. In: http://www.inf.ufsc.br/~carine/MEAD/transp/Aula05mooeast.ppt
MOORE, Michael & Kearsley, Greg. Distance Education: A Systems View. EUA: Wadsworth Publisher. 1996.
OLIVEIRA, Lucila P. e ALEGRETTI, Sonia. Ead na Formação de Educadores. ABED - X Congresso Internacional –
2003.
WILLIS, Barry. Distance Education at a Glance (1996). Series of Guides prepared by Engineering Outreach at the
University of Idaho. URL: http://www.uidaho.edu/evo/distglan.html (Consultado em agosto de 2003)
Profª. Adriana Rocha Bruno