1) O documento apresenta os valores de normalidade e metodologia de análise de um eletrocardiograma. Inclui descrições detalhadas da onda P, complexo QRS, segmento ST-T, intervalos PR e QT entre outros parâmetros.
2) São descritos os padrões normais de ritmo sinusal, progressão da onda R, condução aurículo-ventricular e interventricular.
3) São apresentadas imagens ilustrativas de variantes normais como supradesnivelamento do ST devido à bradicardia e padr
2. Capítulo A – Identificação da
Normalidade e variações da normalidade
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3. Valores de Normalidade
Duração
<2,5mm e em V1 deflecção +<1,5mm e -<1mm
positiva em DI,DII,aVF,V2-V6 e bifásica em V1
Duração
Intervalo PR
Amplitude
Morfologia
Onda P
<0,12s
0,12-0,20s
Morfologia
Duração
isoeléctrico, sendo supradesnivelado >0,5s ou infra >0,8s
0,08 a 0,10s
Onda q<1/4 onda R e duração <0,04s
Onda R précordiais <30mm
Onda S précordiais <27mm
Complexo
QRS
Amplitude
Deflecção intrínsecóide:
V1-V2 <0,035s eV4-V6 <0,045s
baixa voltagem: deriv.periféricas(R+S)<5mm
deriv.précordiais(R+S)<8mm
Zona
transição
V2-V4
Eixo
-30⁰ a +105⁰
Segmento ST Morfologia isoeléctrico,
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4. Valores de Normalidade
isoeléctrico,
Segmento ST Morfologia
um supra entre 0,5 e 1mm-periféricas
3mm nas précordiais de conf. côncava
corresponde ao padrão de rep. precoce
Ponto J
Morfologia
O ST é medido
80mseg após o ponto J
Amplitude
<6mm nas deriv.periféricas
<10mm nas deriv.précordiais
Onda T
Morfologia
Mesma polaridade do QRS, pode ser
plana ou bifásica em DIII,aVL,aVF e V1-2
Intervalo QT
Duração
Amplitude
Onda U
Morfologia
QTc=0,30 a 0,46(varia inversa/ com a FC)
QTc=QT/√RR, não deve ser + de 1/2 do RR
5-25% da onda T, usualmente <1,5mm
positiva excepto em aVR que é usualmente não é visível num ECG normal
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6. 1)Ritmo
Sinusal:
Onda P positiva e
semelhante em
todas as
derivações
excepto em
aVR, seguida de
QRS
Intervalo PP/RR
regulares
100≥FC≥50 bpm
Não sinusal
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7. 2) Onda P
Onda P:
Morfologia: A onda p é positiva em DII e aVF e bifásica
em V1
Duração: inferior a 0,12 segundos
Amplitude: até 2,5 mm derivações II e / ou III
Eixo: entre 0° e +75°
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8. 3) Intervalo PR
Intervalo /Segmento PR:
Morfologia: isoléctrico
• supradesnivelado >0,5s ou infra >0,8seg
Duração normal: 0,12 a 0,2 seg
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9. 4) Intervalo RR
É o espaço entre cada onda R e é utilizado para
calcular a frequência cardíaca:
Método dos 1500:
• Contam-se o nº de quadradinhos pequenos entre cada RR e divide-se
1500 por esse valor, obtendo-se assim a frequência cardíaca
Método do 500:
• Igual ao anterior mas contam-se os quadrados grandes
Regularidade:
Regular: variação muito pequena ao longo electrocardiograma
Irregular: Varia muito ao longo do electrocardiograma
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10. 5) Eixo Eléctrico
O
eixo eléctrico médio
representa a direcção
média da despolarização
dos ventrículos
Cálculo:
É
feito através de duas
derivações
do
plano
horizontal:
• A forma mais simples é utilizar
derivações afastadas por 90º
como é caso de DI e aVF
• Subtraem-se as amplitudes da
onda R menos a onda S em
ambas as derivações
• Constrói-se um gráfico como o
seguinte, depois marcam-se os
pontos obtidos e traça-se um
recta e vê-se o ângulo
respectivo.
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11. 6) Complexo QRS
Complexo QRS:
Morfologia:
• Não há ondas q patológicas (>1/4 onda R)
Duração normal: entre 0.06 e 0.10 seg
Amplitude:
• Onda S em V1 + amplitude R em V5 < 3.5mV
• R+S nas derivações precordias < 4.5 mV
• R em V5 ou V6 < 2.6 mV
Eixo: entre -30 e +90°
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12. 7) Progressão da Onda R
Normalmente existe um aumento da
amplitude da Onda R de V1 a V6
Passa-se de um complexo do tipo rS em
V1, com diminuição da amplitude da onda
S para um complexo QR em V5 e
A onda R pode ser maior em V5 devido à
atenuação dos pulmões.
Variações normais incluem:
• Padrões estreitos QS e RSR em V1 e QRS e
padrões R em V5 e V6
Zona de transição – V2-V4 onde os
complexos
QRS
mudam
de
predominantemente
negativos
para
predominantemente positivos e a razão R
/ S torna-se> 1
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13. 8) Condução Aurículo-ventricular
É aferida olhando para todas as derivações e em
especial para a tira de ritmo, em especial para o
intervalo/segmento PR
Normal:
Se cada QRS é precedido de um onda P, exceptuando-
se as extrassístoles ventriculares
Intervalo PR de duração normal
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14. 9) Condução Interventricular
É aferida olhando para todas as derivações e em
especial para a tira de ritmo, em especial para o
complexo QRS
Normal:
Se duração do QRS é normal, há progressão da onda R
e a morfologia típica do QRS em cada derivação
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15. 10) Segmento ST-T e onda T
Normalmente a onda T é negativa nas derivações aVR
e V1 e o segmento ST-T isoeléctrico em todas as
derivações.
Variantes do normal:
Supradesnivelamento ST-T devido a bradicardia (FC<50bpm)
Padrão de repolarização precoce
“Atletas”
Onda T:
• negativas em DII,DIII ou aVL (se eixo <0º)
• negativas de V1-V3 muito comum em mulheres <30 anos
• apiculadas e com elevada amplitude em jovens associadas a
bradicardia
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16. 10) Segmento ST-T
Supradesnivelamento ST-T devido a bradicardia
(FC<50bpm):
(Fonte: http://1.bp.blogspot.com/-Yn-X88IRPE0/Twhpwg1Sp_I/AAAAAAAABHk/VGKI1Vrt18U/s1600/first+ECG.jpg)
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17. 10) Segmento ST-T
Padrão de repolarização precoce:
Marcada e constante elevação do ponto J e do segmento ST-T de
2-4 mm, emergindo diretamente do ramo descendente da onda R:
Ocorre nas derivações precordiais anteriores
(mais acentuada septal ou lateralmente)
e / ou derivações III e aVF
Geralmente as ondas T
também são de
amplitude elevada
Mais frequente
no sexo masculino
e jovens
(Fonte: http://img.medscape.com/fullsize/migrated/530/509/mc530509.fig1.jpg
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18. 11) Intervalo QT e onda U
O intervalo QT é medido desde o início do complexo QRS até ao
final da onda T, geralmente em derivação II e é dependente da
FC (↓FC↑QT), daí se utilizar o QT corrigido (QTc)
É normal encontrar intervalos QT ligeiramente encurtados ou
prolongados em corações normais;
O QTc não deve exceder 0,46 segundos
A onda U é uma deflexão plana positiva após a onda T em V5 e
V6 e representa a repolarização das fibras Purkinje.
A ausência da onda U não é rara e não tem significado clínico.
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19. Bibliografia
Guidelines actuais para electrocardiografia de
repouso (ACC/AHA)
GERTSCH, Marc.The ECG - A Two-Step Approach
to Diagnosis (2004): pp.19-33
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