1. Bianca Duarte Araújo Santos
Brenda Najat Boechat Lahlou
CASO CLÍNICO 05
Unipam
2017
2. ID: E.B.S. 45 anos, proveniente da zona rural do município
de Alagoas-MG, aposentado, acompanhado da esposa.
QP: “Estou com falta de ar”
Admissão: 07/07/2017
7. HMA:
Paciente com quadro progressivo de dispneia iniciada há
cerca de 30 dias, no pós operatório de uma cirurgia cardíaca
de troca valvar mitral.
Evoluindo para dispneia em repouso, ortopneia, dispneia
paroxística noturna, edema generalizado, queda do estado
geral e hiporexia há 5 dias.
Admissão: 07/07/2017
8. Dispneia (do grego: Dys pnoia): American Thoracic Society:
“um termo usado para caracterizar a experiência subjetiva de desconforto
respiratório que consiste de sensações qualitativamente distintas,
variáveis em sua intensidade.[...]”
Ortopneia: É a denominação dada ao surgimento ou agravamento da
sensação de dispnéia com a adoção da posição horizontal. (ICC, DPOC, D.
neuromusculares).
Dispneia paroxística noturna: É o nome dado à situação na qual o
paciente tem seu sono interrompido por uma dramática sensação de falta
de ar, levando-o a sentar-se no leito, ou mesmo levantar-se e procurar
uma área da casa mais ventilada, visando obter alívio da súbita sensação
de sufocação. Pode estar presente ainda sudorese profusa. (ICE)
Anasarca
Queda do Estado Geral
Hiporexia
Admissão: 07/07/2017
9. Admissão: 07/07/2017
HPP:
Paciente portador de Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC)
História de Comunicação Interatrial (CIA) prévia corrigida aos 18 anos,
Aos 18 anos realizou cirurgia para colocação de prótese valvar mitral
biológica (história de cardiopatia reumática)
Realizou 2 outras trocas valvares sendo duas biológicas e a última
mecânica (há 35 dias atrás).
Nega outras comorbidades.
Faz uso domiciliar de:
Concardio (bisoprolol) 5mg BID;
Losartan 50mg BID;
Marevan (Varfarina);
Hidrion (furosemida);
Omeprazol
HS:
Nega etilismo ou tabagismo
10. Admissão: 07/07/2017
Exame Físico da Admissão:
Consciente, dispneia de repouso, hipocorado 3+/4+
PA: 100x50mmHg FC = 130bpm
ACV: Bulhas Taquicárdicas com click metálico
AR: MVF diminuído em 2/3 inferiores do hemitórax direito
Abdome: Fígado palpável a 4cm do RCD
MMII: Edema simétrico bilateral 2+/4+, sem sinais de
empastamento
11. Admissão: 07/07/2017
Lista de Problemas:
Dispneia (em repouso + paroxística noturna + ortopneia)
Taquicardia
MVF diminuído à esquerda
Hepatomegalia
Edema
•Hipóteses??
17. Admissão: 07/07/2017
Exames
Radiografia de Torax PA + P
Velamento dos 2/3
inferiores do
pulmão Direito
+ derrame pleural
à E
Derrame Pleural Volumoso??
Atelectasia??
Consolidação Extensa??
31. 08/07/2017:
Paciente evoluiu com piora do quadro, sendo internado no CTI
Prescrito:
6UI de Plasma Fresco
Congelado
Vitamina K
Suspenso Losartan
Vigilância Ventilátória
Suporte Intensivo
Dobutamina 15mL/h
Amiodarona 10mL/h
Furosemida 10mg/mL –
2mL de 8/8h
Captopril 12,5mg 8/8h
Deslanosídeo 0,2mg/mL –
2mL
Espironolactona 25mg -16h
Varfarina 2,5mg 24/24h
32. 11/07/2017:
Realizada nova TC de Tórax, discutida com radiologista:
Derrame pleural volumoso à direita e de pequeno volume à
esquerda, atelectasias bilaterais, aumento das câmeras
cardíacas esquerdas
36. ▫ 11/07/2017:
Gradiente da Albumina:
Albumina do Líquido Pleural: 2
Albumina Sérica: 3
3 – 2 = 1 (<1,2) = Exsudato
Calculado subtraindo-se o valor da albumina no soro daquela do líquido
pleural. O resultado (gradiente) menor ou igual a 1,2g/dL classifica o
líquido pleural como um exsudato.
Albumina sérica – Albumina L.P. ≤ 1,2 => Exsudato
(PINHEIRO, B. V.; OLIVEIRA, J. C. A.; JARDIM, J. R., 2004)
37. ▫ 11/07/2017:
(MARANHÃO, JUNIOR, CARDOSO, 2005)
Critério do Colesterol:
Colesterol L.P. > 60 mg/dL = Exsudato
Colesterol L.P. / Colesterol sérico > 0,32 = Exsudato
Critério da Bilirrubina:
Bilirrubina total L.P. / Bilirrubina total sérica 0,6 = Exsudato
Outros:
▫ Dosagem isolada de LDH analisada em conjunto com a contagem de
leucócitos e hemácias
▫ Dosagens de adenosina desaminase, glicose, proteína, colesterol,
colinesterase, LDH e fosfatase alcalina no líquido pleural
▫ Análise de ferritina, fator de complemento C3 e C4, haptoglobina, alfa1-
antitripsina e LDH no líquido.
▫ Stress Oxidativo (>186 UCarr = Exsudato)
38. ▫ 11/07/2017:
(MARANHÃO, JUNIOR, CARDOSO, 2005)
Critério do Colesterol:
Colesterol L.P. > 60 mg/dL = Exsudato
Colesterol L.P. / Colesterol sérico > 0,32 = Exsudato
Critério da Bilirrubina:
Bilirrubina total L.P. / Bilirrubina total sérica 0,6 = Exsudato
Outros:
▫ Dosagem isolada de LDH analisada em conjunto com a contagem de
leucócitos e hemácias
▫ Dosagens de adenosina desaminase, glicose, proteína, colesterol,
colinesterase, LDH e fosfatase alcalina no líquido pleural
▫ Análise de ferritina, fator de complemento C3 e C4, haptoglobina, alfa1-
antitripsina e LDH no líquido. (Divididos em três grupos: exsudato maligno, exsudato
não maligno e transudato).
▫ Stress Oxidativo (>186 UCarr = Exsudato)
39. ▫ 11/07/2017:
(MARANHÃO, JUNIOR, CARDOSO, 2005)
Critério do Colesterol:
Colesterol L.P. > 60 mg/dL = Exsudato
Colesterol L.P. / Colesterol sérico > 0,32 = Exsudato
Critério da Bilirrubina:
Bilirrubina total L.P. / Bilirrubina total sérica 0,6 = Exsudato
Outros:
▫ Dosagem isolada de LDH analisada em conjunto com a contagem de
leucócitos e hemácias
▫ Dosagens de adenosina desaminase, glicose, proteína, colesterol,
colinesterase, LDH e fosfatase alcalina no líquido pleural
▫ Análise de ferritina, fator de complemento C3 e C4, haptoglobina, alfa1-
antitripsina e LDH no líquido. (Divididos em três grupos: exsudato maligno, exsudato
não maligno e transudato).
▫ Stress Oxidativo (>186 UCarr = Exsudato)
45. ▫ Hemoculturas (13/07): Não houve crescimento de microorganismos
▫ Foi realizado 7 dias de Antibioticoterapia com Cefepima
▫ Paciente evoluiu com melhora geral do quadro
▫ Foi feito o Desmame gradativo da Dobutamina
54. ▫ 26/07/17: TC de Tórax
Derrame Pleural Septado Ocupando 2/3 do Hemitorax Direito.
Imagem sugestiva de Hematoma Pleural em terço Médio de Hemitórax Direito
76. Manifestações clínicas
Anamnese:
Dispneia, tosse irritativa, dor torácica que piora à inspiração
Exame físico:
• Inspeção: expansibilidade diminuída
• Palpação: frêmito toracovocal abolido na área do derrame e aumentado na
área do pulmão em contato com o líquido pleural
• Percussão: macicez
• Ausculta: murmúrio vesicular abolido na área do derrame, egofonia e
estertores finos na área do pulmão em contato com o líquido pleural na parte
mais alta do derrame
77. Investigação Diagnóstica
RX tórax
-Confirma o derrame e avalia a quantidade de líquido
-Pelo menos 300 mL de líquido livre devem estar na
cavidade pleural para que a toracocetense seja
realizada
78. Evolução da apresentação do derrame pleural no RX
de tórax em PA, com o paciente em ortostatismo:
• Pequenos volumes não são identificados;
• Elevação e alteração da conformação do diafragma,
com retificação de sua porção medial;
• Obliteração do seio costofrênico (a partir de 175 a
500 ml em adultos)
• Opacificação progressiva das porções inferiores dos
campos pleuropulmonares com a forma de uma
parábola com a concavidade voltada para cima.
79. O derrame pleural pode ser identificado mais
precocemente RX em perfil: obliteração do seio
costofrênico posterior e desaparecimento da cúpula
diafragmática correspondente ao hemitórax em que há
o derrame
O RX de tórax em decúbito lateral com raios horizontais
é mais sensível para a detecção do derrame pleural:
opacidade com espessura acima de 10 mm indica um
derrame passível de ser puncionado
80. Formas atípicas de apresentação do derrame pleural
no RX de tórax:
•Derrame infra-pulmonar ou subpulmonar
•Derrame loculado
• Loculação entre as cissuras (tumor fantasma)
81. Em casos de dúvida diagnóstica, a Ultrassonografia
e a TC de tórax podem ser solicitados:
Identificam septações, espessamentos da pleura e
fazem a diferenciação entre derrames loculados,
subpulmonares e lesões sólidas
82. Toracocentese
Paciente sentado, realiza-se a inserção da agulha
na região subescapular ou no 6°EIC na linha axilar
posterior ou média
Diagnóstica: retira-se 20-50 mL de líquido
Alívio: deve ser respeitado o limite de 1,5 L de
líquido, pelo risco de edema pulmonar pós-
reexpansão
83. Aspecto do líquido
Amarelo-citrino: mais de 80% dos transudatos e grande
parte dos exsudatos
Turvo: significa alta celularidade ou alto teor de protéinas
ou lipídios
Hemorrágico: acidente de punção ou neoplasia ou
embolia
Hemotórax: trauma ou dissecção aórtica
Achocolatado: ruptura de abecesso amebiano hepático
ou derrame serosanguinolento antigo
84. Como diferenciar os transudatos
dos exsudatos?
Muito sensíveis, porém pouco específicos (até 25 % dos
casos de transudato podem ser classificados como
exsudato)
85. Outros recursos para auxiliar na diferenciação:
- Gradiente de protéina sérica / protéina líquido
pleural >3,1 ou colesterol líquido pleural < 45mg/dL
sugerem transudato
86. Transudatos:
Não há necessidade de maiores investigações
diagnósticas
Direcionar o tratamento pela causa base (ex. uso de
diuréticos para ICC)
Atenção: o uso de diuréticos pode aumentar o teor de
protéina do líquido pleural após 2-4 dias,
transformando-o em um pseudo-exsudato
87. Exsudatos:
Prosseguir na investigação conforme a suspeita
clínica
Análise da glicose e do pH do líquido pleural
Análise da citometria total e diferencial
Amilase e triglicerídeos
Bacteriologia do líquido pleural
Adenosina Deaminase (ADA) do líquido pleural
Citopatológico do Líquido
91. Derrame Parapneumônico Não Complicado:
Primeiras 48-72 horas;
Pequeno volume; estéril;
Número de células aumentado com predomínio de PMN;
CD: Apenas tratamento antimicrobiano da PNM
92. Critérios laboratoriais:
Pelo menos um dos seguintes:
pH < 7,2
Glicose < 40 ou 60 mg/dL
LDH >1000 U/L
Bacteriologia positiva
Derrame Parapneumônico Complicado:
Decorrente da persistência da pneumonia;
Invasão do espaço pleural por um número crescente de
bactérias;
Aumento do volume;
Líquido torna-se mais turvo;
Facilmente coagulável, podendo iniciar a formação de
septações;
CD: Deve ser drenado precocemente
93. Empiema pleural:
Pus na cavidade pleural;
Evolução do derrame para-pneumônico complicado,
entretanto, outras causas de empiema pleural são descritas;
CD: Drenagem completa da cavidade pleural
94. Outros achados sugerem a necessidade de
Drenagem do derrame parapneumônico:
Presença de sintomas prolongados (mais de uma semana);
Ausência de resposta clínica ao ATB;
RX de tórax mostrando derrame pleural volumoso, com nível
hidro-aéreo, loculações ou sinais de espessamento pleural;
Identificação do agente etiológico pelo gram ou cultura.
95.
96. Referências
COMAR, S. R.; MACHADO, N. A.; SCHULZ, T.; FRANÇA F. S.; HAAS P. Análise Citológica do Líquido
Pleural no Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Paraná (Ufpr). Estudos de Biologia, 2008.
GENOFRE, E.; CHIBANTE, A.M.S.; MACEDO, A.G. Derrame pleural de origem indeterminada. Jornal
Brasileiro de Pneumonia, São Paulo, n.32 (Supl 4):S204-S210, 2006.
MARANHÃO B; JUNIOR C.T.S.; CARDOSO, G.P.; Critérios bioquímicos para classificar transudatos e
exsudatos pleurais. Revista Pulmão RJ; n. 14 (4):315-320, 2005.
MARCHI E.; LUNDGREN F.; MUSSI R. Derrame pleural parapneumônico e empiema. Jornal Brasileiro de
Pneumonia, São Paulo, n.32(Supl 4):S190-S196, 2006.
PEREIRA, R.R.; BOAVENTURA, L.R.; DIAS, M.F.; IBIAPINA, C.C; ALVIM, C. G.; Derrame pleural
parapneumônico: aspectos clínico-cirúrgicos e revisão da literatura. Revista Médica de Minas Gerais; n.
24 (Supl 2): S31-S37, 2014.
PINHEIRO, B. V.; OLIVEIRA, J. C. A.; JARDIM, J. R. Derrame Pleural. Disponível em:
<http://www2.unifesp.br/dmed/pneumo/Dowload/Derrame%20pleural.pdf>. Acesso em 19 agosto de 2017.
PORTO, Celmo Celeno. Semiologia Médica. Sétima edição. Rio de Janeiro: Editora Koogam, 2014.
Protocolo de Insuficiência Cardíaca. Disponível em:
<http://www.rio.rj.gov.br/dlstatic/10112/4446958/4111925/insuficiencia.pdf> Acesso em Agosto de 2017
Notas do Editor
Concardio (bisoprolol) 5mg BID; - betabloqueador
Losartan 50mg BID; - BRA (bloq recep angiotensina 2)
Marevan (Varfarina); - anticoagulante cumarinico
Hidrion (furosemida); - diuretico de alça
Omeprazol e Lisador.
RNI: 0,8 a 1,2
BILIRRUBINA DIRETA : ATE 0,2 mg/dL BILIRRUBINA INDIRETA: ATE 1,0 mg/dL BILIRRUBINA TOTAL : 0,3 A 1,2 mg/dL
A toracocentese é contraindicada em casos de alterações na coagulação sanguínea e quando existem lesões de pele, como queimaduras por radioterapia, herpes zoster e piodermite, por conta dos riscos de infecção e sangramento cutâneo (25).
A complicação mais frequente do procedimento é o pneumotórax, cuja incidência é de 3% a 19% (26).
Deslanosídeo: DIGITÁLICOS (GLICOSÍDEOS CARDÍACOS)
DESLANOL é indicado para tratamento de insuficiência cardíaca congestiva aguda e crônica de todos os tipos, qualquer que seja sua fase, especialmente as associadas com fibrilação ou flutter supraventricular e aumento da frequência cardíaca em pacientes de todas as idades. Também é indicado para tratamento de taquicardia paroxística supraventricular
diotônicos Cardiotônicos: aumentam a força de contração e o débito cardíaco, indicados no tratamento da Insuficiência Cardíaca
A Amiodarona é um fármaco do grupo dos antiarrítmicos da classe III de amplo espectro e um potente vasodilatador. Prolonga o intervalo QRS no electrocardiograma, prolongando o potencial de ação e diminuindo a frequência cardíaca.
prolongamento da fase 3 do potencial de ação da fibra cardíaca devido principalmente a redução da corrente de potássio (classe III de Vaughan Williams);
ADA - Tuberculose
Neste contexto, surgiu a procura por novos métodos que fossem capazes de auxiliar no diagnóstico da tuberculose pleural. Dentre os vários métodos que têm sido estudados, a dosagem da adenosina desaminase (ADA) se destaca como um dos testes de melhor rendimento e baixo custo.(5)A ADA é uma enzima que participa do metabolismo das purinas e está relacionada à proliferação dos linfócitos durante a resposta celular.
Alfa feto proteina – Marcador tumoral
Cirrose biliarCâncer de mamaCâncer de cólonSofrimento fetalDefeito do tubo neural fetalCâncer gástricoCâncer hepáticoHepatiteCâncer de pulmãoFetos múltiplosCâncer de pâncreasCâncer renalCâncer de testículo
Celulas Nucleadas
celulares que podem ser encontrados no líquido pleural são os eritrócitos e as células nucleadas, que incluem leucócitos (neutrófilos, eosinófilos e linfócitos ) e células mesoteliais
As amostras devem ser coletadas em três tubos para as análises microbiológicas, citológicas e bioquímicas: o tubo destinado à análise citológica deve conter EDTA ou heparina (1-2 gotas em 5 mL) e o tubo destinado para bioquímica não deve conter anticoagulante (22). Caso a amostra seja coletada em apenas um tubo, ela deve ser destinada primeiramente para análises microbiológicas, em seguida para análises citológicas e, após, para análises bioquímicas (27).