2. Antecedentes da crise
A crise da razão repercutiu em todo o século XX, o
que levou à necessidade de se repensar a filosofia.
Pensadores de influência marcante, como os alemães
Arthur Schopenhauer e Friedrich Nietzsche e o
dinamarquês Sõren Kierkegaard são alguns dos que
puseram à prova os alicerces da razão.
3. Kierkegaard: razão e fé
Sõren Kierkegaard, severo crítico
da filosofia moderna, afirma que
desde Descartes até Hegel o ser
humano não é visto como ser
existente, mas como abstração,
quando na verdade a existência
subjetiva, pela qual o indivíduo toma
consciência de si, é irreduzível ao
pensamento racional, e por isso
mesmo possui valor filosófico
fundamental. Para ele, a existência é
permeada de contradições que a
razão é incapaz de solucionar.
4. Kierkegaard: razão e fé
Critica o sistema hegeliano por explicar o dinamismo
da dialética por meio do conceito, quando deveria fazê-
lo pela paixão, ou seja, como ato de liberdade. Por isso é
importante na filosofia de Kierkegaard a reflexão sobre
a angústia que precede o ato livre.
O estágio religioso para ele é o último de um
caminho que o indivíduo pode percorrer na sua
existência.
5. Nietzsche : o critério da vida
Friedrich Nietzsche propõe a
genealogia. Ela visa resgatar o
conhecimento primeiro que foi
transformado em verdade estável. Mas a
vida está sempre em movimento,
portanto, não é possível reduzi-la a
conceitos abstratos, a significados estáveis
e definitivos.
Pelo procedimento genealógico,
descobre que o único critério que se
impõe é a vida. O critério da verdade,
portanto, deixa de ser um valor racional
para adquirir um valor de existência.
6. Crise da subjetividade
Foi descoberto, a partir de Descartes, que o sujeito era
capaz de conhecer, que chega à verdade incontestável do
cogito e que se torna o autor de seus atos, pela vontade
livre. A questão da "morte do sujeito", significa a
desconstrução do conceito de subjetividade.
O impasse com o qual nos deparamos é o ceticismo e
o relativismo, ou seja, a descrença na possibilidade do
conhecimento e/ou o subjetivismo de todo
conhecimento, que dependeria da pessoa, do lugar e do
tempo.
7. Fenomenologia e intencionalidade
A fenomenologia critica o empirismo em sua
expressão positivista do século XIX e procura resolver a
contradição entre corpo-mente e sujeito-objeto desde
Descartes. Ela também critica a filosofia tradicional por
desenvolver uma metafísica cuja noção de ser é vazia e
abstrata, voltada para a explicação.
8. Husserl entende por fenomenologia o processo pelo
qual examina o fluxo da consciência, ao mesmo tempo em
que é capaz de representar um objeto fora de si. O
conceito de fenômeno, em grego significa "o que aparece“.
O solicitado básico da fenomenologia é a noção de
intencionalidade, que significa "dirigir-se para", “visar a
alguma coisa”. Desse modo, toda consciência é
intencional por sempre visar a algo fora de si, tender para
algo.
9. A fenomenologia propõe a “humanização” da ciência,
a partir de uma nova relação entre sujeito e objeto, ser
humano e mundo, considerados polos inseparáveis.
A consciência é doadora de sentido, fonte de
significado. Conhecer é um processo que não acaba
nunca, é uma exploração exaustiva do mundo. A
fenomenologia é uma filosofia da vivência.
10. A Escola de Frankfurt
Escola de Frankfurt reuniu sociólogos, filósofos e
cientistas políticos. A filosofia dos frankfurtianos é
conhecida como teoria crítica, em oposição à teoria
tradicional. Concluem que a razão, exaltada
tradicionalmente por ser "iluminada", também traz
sombras em seu interior, quando se torna instrumento
de dominação.
11. Os frankfurtianos criticam a razão
de dominação, o controle da
natureza exterior e também interior,
pela repressão das paixões.
O indivíduo autônomo deve ser
recuperado. Sua emancipação só será
possível no âmbito individual,
quando for resolvido o conflito entre
a autonomia da razão e as forças
obscuras e inconscientes que
invadem essa mesma razão.
12. Habermas: o agir comunicativo
Jürgen Habermas é um dos
principais representantes da chamada
segunda geração da Escola de
Frankfurt. Ele continuou a discussão a
respeito da razão instrumental,
iniciada pelos frankfurtianos.
Por viver em uma época diferente
deles, Habermas teve que elaborar
uma teoria social baseada no conceito
de racionalidade comunicativa, que se
contrapõe à razão instrumental.
13. Por meio dessa teoria, critica a filosofia da
consciência da tradição moderna por ser fundada em
uma reflexão solitária, centrada no sujeito.
A verdade não resulta da reflexão isolada, no interior
de uma consciência solitária, mas é exercida por meio
do diálogo orientado por regras estabelecidas pelos
membros do grupo, numa situação dialógica ideal.