2. FEBRE AMARELA
O Brasil vive o pior surto de febre amarela desde 1980,
quando os dados sobre a doença começaram a ser
registrados pelo Ministério da Saúde. O maior pico até o
momento havia sido em 2000, quando foram
confirmados 85 casos da doença. No Brasil, a letalidade
média da febre amarela está em torno de 50%, mas
chegou a 100% em certos períodos da série histórica,
sugerindo detecção preferencial de casos graves.
S I T U A Ç Ã O A T U A L
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Data do século 19 o relato da primeira grande
epidemia de febre amarela no Brasil. A vacina
apareceu um pouco mais tarde, mas já é
produzida no país desde a década de 1930.
Séculos de história, pesquisa e combate à
doença não foram capazes de impedir o
recente surto.
H I S T Ó R I C O
3. AUMENTARAM OS CASOS
S U B I U P A R A 2 4 3 O N Ú M E R O D E C A S O S C O N F I R M A D O S D E
F E B R E A M A R E L A N O P A Í S . D O T O T A L D E P A C I E N T E S C O M A
D O E N Ç A , 8 2 M O R R E R A M . H Á A I N D A O U T R A S 1 1 2 M O R T E S
S U S P E I T A S D E T E R E M S I D O P R O V O C A D A S P E L A I N F E C Ç Ã O ,
M A S Q U E A I N D A E S T Ã O S E N D O I N V E S T I G A D A S .
O S C A S O S C O N F I R M A D O S E S T Ã O D I S T R I B U Í D O S E M T R Ê S
E S T A D O S : M I N A S , E S P Í R I T O S A N T O E S Ã O P A U L O .
A U L A 2 - A T U A L I D A D E S C U R S I N H O F G V
4. A U L A 2 - A T U A L I D A D E S C U R S I N H O F G V
0
50
100
150
200
250
M
inas
G
erais
Espírito
Santo
São
Paulo
Bahia
Tocantins
R
io
G
rande
N
CASOS CONFIRMADOS
5. A U L A 2 - A T U A L I D A D E S C U R S I N H O F G V
0
275
550
825
1.100M
inas
G
erais
Espírito
Santo
São
Paulo
Bahia
Tocantins
R
io
G
rande
N
CASOS NOTIFICADOS
1046
148
16 14 6 1
6. A U L A 2 - A T U A L I D A D E S C U R S I N H O F G V
0
14
28
42
56
M
inas
G
erais
Espírito
Santo
São
Paulo
Bahia
Tocantins
70
R
io
G
rande
N
MORTES
7. A U L A 2 - A T U A L I D A D E S C U R S I N H O F G V
MUNICÍPIOS ATINGIDOS
0
350
700
1.050
1.400M
inas
G
erais
Espírito
Santo
São
Paulo
Bahia
Tocantins
R
io
G
rande
do
N
.
8. A U L A 2 - A T U A L I D A D E S C U R S I N H O F G V
9. FEBRE AMARELA
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A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, causada por um vírus do gênero Flavavírus
transmitido por mosquitos vetores, e possui dois ciclos de transmissão: silvestre (quando há transmissão
em área rural ou de floresta) e urbano.
O vírus é transmitido pela picada dos mosquitos transmissores infectados e não há transmissão direta de
pessoa a pessoa. A doença tem importância epidemiológica por sua gravidade clínica e potencial de
disseminação em áreas urbanas infestadas pelo mosquito Aedes aegypti.
A D O E N Ç A
10. FEBRE AMARELA
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No ciclo silvestre da febre amarela, os primatas não humanos (macacos) são os principais hospedeiros e
amplificadores do vírus e os vetores são mosquitos com hábitos estritamente silvestres, sendo os
gêneros Haemagogus e Sabethes os mais importantes na América Latina.
Nesse ciclo, o homem participa como um hospedeiro acidental ao adentrar áreas de mata. No ciclo
urbano, o homem é o único hospedeiro com importância epidemiológica e a transmissão ocorre a partir
de vetores urbanos (Aedes aegypti) infectados.
O S C I C L O S D A D O E N Ç A
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Desde 2016, o Brasil vive um dos surtos de febre amarela mais expressivos de sua história, com a
propagação para áreas de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Espírito Santo que não vinham sendo
atingidas. Surtos ocorrem quando há um aumento maior do que o esperado de uma doença em regiões
específicas.
A sucessão de casos de febre amarela expôs a críticas a agilidade e a eficácia da reação do país ao vírus.
Entre os erros apontados por especialistas estão problemas de planejamento, tímida vigilância da
cobertura vacinal e falta de senso de urgência diante de evidências de que o vírus se aproximava da
região mais populosa do Brasil.
A S C O N T R O V É R S I A S A T U A I S
16. A vacinação é a medida mais
importante para a sua prevenção e controle
da febre amarela.
V A C I N A
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Não está claro o que fez com que o vírus da
febre amarela se propagasse, mas é possível
que isso tenha ocorrido por meio da
migração de macacos impulsionada por
mudanças ou desastres ambientais, como
os de Mariana.
O R I G E M
O surto atual de febre amarela esta
dizimando populações de macacos.
M A C A C O S
17. A vacina
de febre
amarela
As vacinas contra a febre amarela atualmente disponíveis são
vacinas de vírus vivo atenuado, sendo produzidas desde 1937 no
Brasil. vacina contra a febre amarela é bem tolerada, sendo
raramente associada a eventos adversos graves.
Cerca de 2-5% dos vacinados podem apresentar cefaleia, mialgia,
febre e outros sintomas leves e inespecíficos, entre o 5o e o 10o dia
após a vacinação. Dor, vermelhidão e enduração no local da injeção
são geralmente leves ou moderados e desaparecem em poucos dias
A U L A 2 - A T U A L I D A D E S C U R S I N H O F G V
18. A vacina
de febre
amarela
Evidências científicas indicam que dose fracionada gera efeito
protetor, mas não há consenso sobre sua duração. Até 2014, era
recomendado tomar uma nova dose da vacina depois de dez anos.
Essa mudança de entendimento é validada pela OMS (Organização
Mundial da Saúde), a qual desde 2016 não requer novo certificado
nem uma nova dose da vacina.
A vacinação contra a febre amarela é exigida pelo Regulamento
Sanitário Internacional para viajantes provenientes de, ou com
destino a áreas endêmicas.
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19. A VACINA DE FEBRE
AMARELA
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Diante da expansão da febre amarela a áreas não consideradas de risco, o governo brasileiro estuda a
possibilidade de ampliar os territórios onde a vacina é recomendada à população. Apesar de ser
entendida como a medida mais eficiente para prevenir a doença, a aplicação em massa da vacina é uma
medida adotada com cautela.
Essa medida já foi tomada nos anos 2000. “A vacina chegou a ser incluída no calendário de vacinação,
mas quando o patamar de vacinação cresceu muito nos anos 2000, houve algumas mortes em
consequência, e a estratégia foi abandonada”, conta o historiador Jaime Benchimol.
20. "Propor a vacinação para a
parte do Brasil que não está em
áreas consideradas de risco tem
um impacto muito grande".
J E S S É A L V E Z , I N F E C T O L O G I S T A E C O O R D E N A D O R D O
C O M I T Ê D E M E D I C I N A D O V I A J A N T E D A S O C I E D A D E
B R A S I L E I R A D E I N F E C T O L O G I A
21. “Vacinar a população toda é uma saída
desesperada. Claro que, numa contabilidade,
se você pensar que a vacinação maciça
poderia resultar em uma dúzia de mortes,
talvez fosse um cálculo vantajoso para se
evitar reurbanização da febre amarela, que
resultaria na morte de muito mais gente”, diz
Benchimol. “Se essa situação continuar, talvez
a estratégia pudesse ser adotada, mas está
longe de ser a solução ideal.”
22.
23. M A C A C O S
Os macacos não transmitem o vírus, e são, em
realidade, vítimas da doença. O governo
acompanha os locais em que há mortes de
macacos por febre amarelas, assim como
pessoas contaminadas, porque as áreas em que
esses casos ocorrem são aquelas com risco de
contaminação.
A imunização dos macacos que vivem nas
florestas por meio da vacinação ou o combate
aos mosquitos que vivem nelas é inviável. Por
isso, a febre amarela continuou a existir no Brasil
em sua versão silvestre, em especial na região
amazônica, mesmo com o fim da febre amarela
urbana.
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24. ORIGEM
Mudanças bruscas no ambiente
provocam impacto na saúde dos
animais, incluindo macacos. Com o
estresse de desastres, com a falta de
alimentos, eles se tornam mais
suscetíveis a doenças, incluindo a febre
amarela.
No passado, o ciclo de febre amarela era
mantido na floresta. Com a degradação
do meio ambiente, animais acabam
também ficando mais próximos do
homem, aumentando os riscos de
contaminação.
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A U L A 2 - A T U A L I D A D E S C U R S I N H O F G V
Para a a bióloga da Fiocruz Márcia Chame, o
aumento de casos suspeitos de febre amarela em
Minas pode estar relacionado à tragédia de Mariana,
em 2015. hipótese tem como ponto de partida a
localização das cidades mineiras que identificaram
até o momento casos de pacientes com sintomas da
doença. Grande parte está na região próxima do Rio
Doce, afetado pelo rompimento da Barragem de
Fundão, em novembro de 2015.
Já um estudo do Instituto Adolfo Lutz, citado em
janeiro de 2018 pela Revista Fapesp, indica que a
partir de 2014 o vírus passou a se propagar a partir
da Amazônia por meio de corredores de florestas,
atravessando o Centro-Oeste, chegando a Minas
Gerais e São Paulo e continuando rumo ao Espírito
Santo.