ATUALIZAÇÃO DAS DIRETRIZES DO SURVIVING SEPSIS CAMPAIGN
1. Novas diretrizes do Surviving
Sepsis Campaign
Yuri Moreira Assis
Especialista Medicina Intensiva AMIB
2.
3.
4. Histórico
As infecções graves são causa de mortalidade
importante desde o surgimento da humanidade
Apenas com o entendimento da existência de agentes
microbiológicos causais (Pasteur, Koch, Lister) e com a
descoberta dos antibióticos no século XX (Flemming)
houve mudança na mortalidade
Diversos antibióticos diferentes foram descobertos ao
longo da primeira metade do século XX, permitindo a
cura de diversas doenças infecciosas graves históricas:
febre puerperal, gangrena, sífilis, malária, etc.
5. Histórico
A partir da década de 60, já com a existência de
diversos antibióticos, reconhecemos dois tipos de
infecção:
1. Resposta rápida aos antibióticos, com cura
2. Muito agressivas, comprometimento global, evolução
muitas vezes ruim
Diversos termos: infecção generalizada, septicemia,
sepsis, sepse passam a ser usados para descrever estas
infecções de extrema gravidade
Alta mortalidade, mesmo com uso de antibióticos de
largo expectro
6. Histórico
2001 – Internacional Sepsis Definitions Conference:
consenso de especialistas organiza definições e o termo
SEPSE passa a ser a única designação para os quadros
infecciosos com comprometimento sistêmico:
SIRS – síndrome da resposta inflamatória sistêmica
SEPSE – SIRS associada a um processo infeccioso
EXISTENTE OU SUSPEITO
SEPSE GRAVE – SEPSE com comprometimento de pelo
menos um sistema orgânico
CHOQUE SÉPTICO – SEPSE com comprometimento
hemodinâmico que demanda droga vasoativa
7.
8. Histórico
2002 – Criado o comitê do SURVIVING SEPSIS CAMPAIGN,
uma iniciativa de SCCM, ESICM e International Sepsis Forum
– e publicada a Declaração de Barcelona:
Diagnóstico – facilitar diagnóstico precoce e acurado, com
definição única e clara de sepse
Tratamento – assegurar tratamento adequado e rápido com uso
de medicamentos e intervenções com protocolos clínicos
consistentes
Referência – organizar referências e guidelines internacionais
reconhecidos universamente
Educação – prover liderança, suporte e informaçoes para os
clínicos no manejo da sepse
Aconselhamento – prover cuidado e aconselhamento pós UTI
para pacientes sépticos, com qualidade
9.
10. Histórico
Meta da SSC – reduzir a mortalidade da sepse em 25%
em 5 anos
Setembro de 2003 – parceria com o Institute for
Healthcare Improvement, que passa a implementar
ferramentas de qualidade no tratamento da sepse, daí
surgindo os bundles da SSC
2004 – publicados no Critical Care Medicine e Intensive
Care Medicine os primeiros Guidelines do SSC
2008 – segunda edição dos Guidelines
2010 – publicação de resultados de 15.000 pacientes
tratados que mostram uma redução de risco relativo de
20% associado ao uso dos bundles
11.
12.
13. Histórico
2012 – publicação da terceira edição dos Guidelines da
Surviving Sepsis Campaign, com a revisão dos bundles
14. Definições
Infecção – um processo patológico causado pela invasão
de tecido normalmente estéril, fluidos ou cavidade
corporal por microrganismos patogênicos ou
potencialmente patogênicos
SIRS – síndrome da resposta inflamatória sistêmica –
definida por alterações dos sinais vitais e exames – febre
(> 38°) ou hipotermia (< 36°), taquicardia (FC > 90),
taquipnéia (FR > 20), leucocitose (> 12.000) ou
leucopenia (< 4.000)
SEPSE – presença de SIRS com infecção conhecida ou
suspeitada
15. Definições
SEPSE GRAVE – Sepse complicada com disfunção
orgânica – hemodinâmica (hipotensão), renal (elevação
de creatinina), respiratória (queda na relação
PaO2/FiO2), hepática (elevação das bilirrubinas),
neurológica (alteração do estado mental)
CHOQUE SÉPTICO – Sepse com disfunção
hemodinâmica grave que demanda uso de drogas
vasoativas
Observar que os critérios são muito amplos
MUITO SENSÍVEIS, POUCO ESPECÍFICOS
16. Diagnóstico
Diagnóstico é clínico, demanda alto grau de
SUSPEIÇÃO!!
Taquicardia, taquipnéia, febre, hipotermia, sonolência,
agitação, extremidades frias, etc., etc., etc...
Grande lista de sinais e sintomas, NENHUM
ESPECÍFICO!!!
Laboratorial – leucocitose, leucopenia, lactato,
gasometria com acidose – SEM ESPECIFICIDADE
Biomarcadores – PCR, procalcitonina - ????????
18. Tratamento
A partir da suspeição diagnóstica, utilizaremos os
Guidelines da SSC
A aplicação dos bundles inicia-se no momento da
suspeita, não é necessária confirmação laboratorial, nem
internação em UTI – a EMERGÊNCIA é o local onde o
tratamento da sepse tem mais sucesso
Golden Hours – conceito implementado por Rivers et all
(2001, EARLY GOAL-DIRECTED THERAPY IN THE TREATMENT
OF SEVERE SEPSIS AND SEPTIC SHOCK) – estudo realizado
no departamento de emergência, casos conduzidos por
residentes
19.
20. Bundle da SSC
O novo bundle eliminou os pacotes de 6 e 24 horas
PASSA A VALER APENAS UM ÚNICO PERÍODO DE 6
HORAS, DIVIDIDO EM PACOTES DE 3 E 6 HORAS
3 horas:
1. Medir lactato arterial
2. Coletar todas as possíveis culturas – se possível
antes da administração de antibióticos
3. Aplicar antibióticos de largo espectro
empiricamente
4. Administrar 30 ml/kg de cristalóide para
hipotensão ou lactato > 4 mmol/L ou 36 mg/dl
21. Bundle da SSC
6 horas:
5. Aplicar vasopressores para hipotensão não
responsiva – manter PAM > 65 mmhg
6. Na persistência de hipotensão apesar da
ressucitação volêmica - CHOQUE SÉPTICO – ou
lactato > 4 mmol/L ou > 36 mg/dl
Medir pressão venosa central – PVC
Medir saturação vensoa central – SvcO2
7. Medir novamente o lactato se inicialmente
elevado
22.
23. GRAUS DE RECOMENDAÇÃO – GRADE
QUALIDADE DAS EVIDÊNCIAS
A – Alta – RCTs
B – Moderada – RCTs de menor impacto
C – Baixa – Estudos observacionais com controles
D – Muito baixa – Controlados de menor qualidade e opinião de especialistas
FORÇA DAS RECOMENDAÇÕES
1 – Forte – recomendamos
2 – Fraca - Sugerimos
24. Recomendações
Ressucitação inicial:
Inicialmente 30 ml/kg de cristalóide
A ressucitação deve ser feita em todos os pacientes, mas
deve ser enfatizada nos com hipotensão após o primeiro
desafio hídrico E / OU nos com lactato elevado
As metas para as primeiras 6 horas permanecem as
mesmas (Grau de recomendação – 1C)
PVC entre 8 e 12 mmhg
PAM acima de 65 mmhg
Débito urinário acima de 0.5 ml/kg/hora
ScvO2 acima de 70%
Nos pacientes com lactato elevado a meta é normalizar o
lactato (2C)
25. Recomendações
Diagnóstico:
Coleta de culturas – todas as possíveis – antes da
aplicação de antibióticos é o desejado
No entanto, SE HOUVER ATRAZO MAIOR QUE 45
MINUTOS NA COLETA DE CULTURAS, DEVE-SE
PRIORIZAR A APLICAÇÃO DOS ANTIBIÓTICOS (1C)
Coletar PELO MENOS 2 hemoculturas (aeróbios e
anaeróbios), sendo uma percutânea e as demais pelos
acessos vasculares que tenham mais de 48 horas (1C)
O uso de 1,3 beta-D-Glucana (2B, anticorpos mannana e
anti-mannana, se disponíveis, podem ser úteis no
diagnóstico das diferencial das candidíases (2C)
Estudos de imagem apropriados para detectar possíveis
focos devem ser feitos imediatamente (UG)
26. Recomendações
Antibioticoterapia:
Administração de antibióticos efetivos na PRIMEIRA
HORA após o reconhecimento do choque séptico (1B) e
sepse grave (1C) é a meta da terapia
Aplicar antibióticos de largo espectro, UMA OU MAIS
DROGAS, com atividade contra TODOS os prováveis
patógenos – bactérias, fungos, vírus) que penetrem
adequadamente nos tecidos supostos de serem foco da
infecção (1B)
Rever antibióticos diariamente para
DESCALONAMENTO (1B)
A terapia empírica não deve durar mais que 3 a 5 dias,
devendo ser confirmada ou descalonada à luz da
evidência microbiológica (2B)
27. Recomendações
Antibioticoterapia:
A duração da terapia é de 7 a 10 dias. Cursos maiores
podem ser aplicados em pacientes com resposta lenta,
focos não drenáveis, bacteremia por S. aureus, alguns
fungos e vírus, pacientes com imunodeficiência,
incluindo neutropenia (2C)
Antivirais devem ser iniciados o mais cedo possível em
pacientes com sepse grave ou choque séptico de
etiologia viral suspeita (2C)
Antibióticos não devem ser usados em pacientes com
estados inflamatórios não infecciosos – pancreatites,
pós operatórios, etc. (UG)
28. Recomendações
Controle do foco:
O diagnóstico anatômico específico deve ser feito o mais
breve possível, e a intervenção deve ocorrer nas primeiras 12
horas após a identificação, se possível (1C)
Quando necrose peripancreática é o foco, a intervenção deve
ser adiada até a definição da área de tecidos viáveis e não
viáveis (2B)
Quando o controle de foco é necessário em pacientes graves é
necessário, não deve ser adiado, mas a intervenção ideal é a de
menor impacto, isto é, percutâneo é melhor que a céu aberto
(UG)
NO CASO DE ACESSOS VASCULARES SEREM O FOCO
DEVEM SER REMOVIDOS PRONTAMENTE, APÓS O
POSICIONAMENTO DE OUTRO ACESSO (UG)
29. Recomendações
Suporte hemodinâmico e terapias adjuntas: FLUIDOS
Os cristalóides são os fluidos de ESCOLHA na ressucitação
inicial da sepse grave e choque séptico (1B)
A SSC é CONTRA o uso de hidroxietilamido para ressucitação
em sepse grave e choque séptico (1B)
Albumina 5% pode ser usada na ressucitação em sepse grave
ou choque séptico quando é necessário um volume excessivo
de cristalóides (2C)
O desafio hídrico deve ser no mínimo 30 ml/kg em pacientes
com hipoperfusão e hipovolemia por sepse grave ou choque
séptico. Maiores volumes e infusão mais rápida podem ser
necessários. Uma parte do volume pode ser albumina (1C)
O uso de técnicas de expansão volêmica deve ser continuado
enquanto houver melhora objetiva de parâmetros – FC, PA,
pressão de pulso, fração de ejeção (UG)
30. Recomendações
Suporte hemodinâmico e terapias adjuntas:
VASOPRESSORES
A meta no uso de vasopressores é uma PAM > 65 mmhg (1C)
Noradrenalina (NE) é o vasopressor de escolha (1B)
Adrenalina (AD )pode ser adicionada ou substituir a
noradrenalina quando é necessário aumentar a PAM (2B)
Vasopressina (VP) 0,03 unidades/min. pode ser adicionada a
noradrenalina com a mesma finalidade (UG)
Baixas doses de vasopressina NÃO devem ser utilizadas no
tratamento inicial da sepse grave ou choque séptico e doses
maiores devem ser reservadas para terapia de resgate em
casos refratários (UG)
31. Recomendações
Suporte hemodinâmico e terapias adjuntas:
VASOPRESSORES
Dopamina é um vasopressor alternativo em pacientes
altamente selecionados – baixo risco de taquicardia ou
bradicardia absoluta (2C)
Fenilefrina NÃO deve ser usada em sepse grave / choque
séptico, a não ser em circunstâncias excepcionais –
taquiarritimias graves com NE, débito cardíaco alto com pressão baixa refratária,
resgate quando combinação de vasopressores falharam em atingir pressão adequada
(1C)
DOPAMINA EM BAIXA DOSE NÃO DEVE SER USADA PARA
PROTEÇÃO RENAL (1A)
Todos os pacientes em uso de vasopressores devem receber
um cateter arterial e monitorização de PAM se disponível
(UG)
32. Recomendações
Suporte hemodinâmico e terapias adjuntas:
INOTRÓPICOS
Dobutamina pode ser usada em dose acima de 20
mcg/kg/min. ou associada ao vasopressor em uso na
presença de (1C):
Disfunção miocárdica sugerida por pressões de enchimento
elevadas e débito cardíaco baixo
Sinais progressivos de hipoperfusão apesar de volume
intravascular adequado e PAM adequada
Não usar esta estratégia para elevação de parâmetros
hemodinâmicos para níveis supranormais (1B)
33. Recomendações
Suporte hemodinâmico e terapias adjuntas: CORTICÓIDES
NÃO USAR corticóides em adultos com choque séptico se
terapia com fluidos e vasopressores são capazes de melhorar a
hemodinâmica (2C)
Em caso contrário, SUGERE-SE o uso de hidrocortisona apenas
na dose de 200 mg/dia (2C)
NÃO UTILIZAR O TESTE DE ESTIMULAÇÃO DO ACTH para
identificar adultos com choque séptico (2B)
Em pacientes tratados, suspender hidrocortisona assim que
suspensos os vasopressores (2D)
Corticóides não devem ser usados em pacientes sépticos na
ausência de choque (1D)
Quando utilizar hidrocortisona, USAR EM INFUSÃO
CONTÍNUA (2D)
35. Recomendações
Outras terapias de suporte:
Hemoderivados:
Uma vez resolvida a hipoperfusão, sem outros fatores extenuantes, como
isquemia miocárdica, hipoxemia severa ou hemorragia aguda,
RECOMENDA-SE EM ADULTOS transfundir hemoconcentrado apenas
com hemoglobina abaixo de 7,0 g/dl , objetivando-se manter entre 7,0 e
9,0 g/dl (1B)
Não usar eritropoietina como tratamento da anemia associada a sepse
grave (1B)
Plasma fresco congelado NÃO DEVE SER USADO para corrigir
anormalidade laboratoriais da coagulação na ausência de hemorragias ou
planejamento de procedimentos (1B)
Em pacientes sépticos, transfundir plaquetas apenas se contagem abaixo
de 10 mi, se não houver sangramentos, abaixo de 20 mil se grande risco de
sangramentos. Em caso de sangramentos ou planejamento cirúgico
recomenda-se atingir contagens acima de 50 mil (2D)
36. Recomendações
Outras terapias de suporte:
Imunoglobulina:
NÃO USAR imunoglobulina em pacientes sépticos (2B)
Selênio:
Não usar selênio intravenoso em pacientes sépticos (2C)
Proteína C reativa recombinante humana – não é mais
produzida, não há mais recomendação associada
Sedação, analgesia e bloqueio neuromuscular:
A sedação, contínua ou intermitente, deve ser minimizada, e
titulada por escalas específicas (1B)
Os bloqueadores neuromusculares (BNM) devem ser evitados,
principalmente na presença de SDRA, mas se necessários podem
ser feitos em infusão contínua ou de forma intermitente e
monitorizados pelo trem-de-quatro (1C). Um curso curto de BNM
pode ser usado por 48 horas em SDRA grave (2C)
37. Recomendações
Outras terapias de suporte:
Ventilação mecânica na SDRA induzida pela sepse:
Estratégia protetora é recomendada:
VC = 6 ml/kg (1A)
Pressão de platô > 35 cm/H2O (1B)
PEEP titulada para evitar colapso alveolar e atelectrauma (1B)
Ajustar PEEP necessária pela gravidade da SDRA (2C)
Manobras de recrutamento em hpoxemia grave (2C)
Posição prona pode ser usada em SDRA grave (P/F < 100) em locais
com experiência nestas manobras
Cabeceira deve ser mantida elevada entre 30 e 45°, para minimizar o
risco de PAV (1B)
38. Recomendações
Outras terapias de suporte:
Ventilação mecânica na SDRA induzida pela sepse:
Continuação:
O uso de Ventilação não-invasiva deve pode ser tentado em pacientes
altamente selecionados com avaliação de custo benefício (2B)
Um protocolo de desmame bem estruturado deve ser utilizado
quando possível (1A)
O SSC RECOMENDA CONTRA o uso do cateter de artéria pulmonar
em pacientes com sepse e SDRA (1A)
O uso de fluidos em pacientes com sepse e SDRA DEVE SER MAIS
RESTRITIVO QUE LIBERAL (1C)
Na ausência de broncoespasmo os broncodilatadores não são
recomendados (1B)
39. Recomendações
Outras terapias de suporte:
Controle glicêmico
Recomenda-se uma abordagem baseada em protocolos em
pacientes com sepse grave / choque séptico na UTI. O alvo é
manter a glicemia abaixo de 180 mg/dl e não 110 mg/dl, como
anteriormente. Deve ser iniciado com duas glicemias consecutivas
acima de 180 mg/dl, com insulina venosa contínua (1A)
As glicemias devem ser medidas a cada 2 horas até a estabilização
da glicose e da infusão de insulina, e a partir daí a cada 4 horas (1C)
As glicemias medidas com aparelhos padrão de glicemia capilar
devem ser monitoradas com cautela, pois muitas vezes não
correspondem a glicemia arterial ou venosa. No caso de não
correspondência, utilizar sangue arterial de cateter instalado (UG)
40. Recomendações
Outras terapias de suporte:
Terapia de substituição renal
Métodos dialíticos contínuos ou intermitentes são equivalentes
em pacientes com sepse grave e insuficiência renal aguda (2B)
Usar métodos contínuos para facilitar o manejo do balanço
hídrico em pacientes hemodinamicamente instáveis (2D)
Bicarbonato de sódio
NÃO UTILIZAR bicarbonato de sódio com o propósito de
melhorar hemodinâmica ou reduzir a necessidade de
vasopressores em pacientes com acidose láctica induzida por
hipoperfusão com pH >7,15
41. Recomendações
Outras terapias de suporte:
Profilaxia do TVP / TEP
Pacientes com sepse grave devem receber profilaxia farmacológica
diária para TVP / TEP (1B).
Heparina de baixo peso molecular (HBPM) uma vez ao dia é melhor
que heparina não fracionada (HNF) 2 vezes ao dia (1B) que por sua
vez é melhor que HNF 3 vezes ao dia (2C). Sendo o clearence da
creatinina menor que 30 ml/min., usar dalteparina ou outra HBPM
que tenha menor grau de metabolismo renal (2C) ou HNF (1A)
Pacientes com sepse grave devem receber profilaxia farmacológica
combinada com métodos mecânicos de compressão intermitente
sempre que possível (2C)
Pacientes com contraindicação ao uso de heparina não devem
receber profilaxia farmacológica (1B), devendo ser feito uso de
métodos mecânicos (2C) e quando reduzido o risco, iniciar
heparina (2C)
42. Recomendações
Outras terapias de suporte:
Profilaxia da úlcera de stress
Inibidor de bomba de prótons (IBP’s) ou antagonistas H2 podem ser dados a
pacientes com sepse grave / choque séptico que tem alto risco de
sangramento (1B)
Quando se utilizar profilaxia, os IBP’s são superiores aos antagonistas H2
(2D)
Pacientes sem fatores de risco não precisam de profilaxia (2B)
Nutrição
Iniciar nutrição oral, ou enteral NE) se necessário, como tolerado, ao invés de
buscar aporte calórico pleno ou manter apenas glicose intravenosa nas
primeiras 48 horas (2C)
Evitar aporte pleno obrigatório na primeira semana. Ao invés, iniciar aporte
menor e progredir como tolerado (2B)
Nos primeiros 7 dias, preferir NE ou NE com glicose IV do que nutrição
parenteral (NPT) ou NE associada com NPT, em sepse grave / choque séptico
(2B)
Não utilizar nutrição imunomodulada (ARG ou GLUT) em pacientes com
sepse grave, choque séptico (2C)
43. Pontos chaves
Diagnóstico de SEPSE é clínico, exige alto índice de
suspeição
O Surviving Sepsis Campaign fornece uma abordagem
sistematizada e sintética, tempo orientada, que tem
reduzido a mortalidade objetivamente
O tempo de ação é a questão fundamental
No momento a orientação é uma série de ações iniciais
integradas realizadas dentro de 6 horas, divididas em 2
pacotes, de 3 horas e de 6 horas, reunidas em um único
bundle
As ações são simples e efetivas, NÃO demandam alta
complexidade
44. Pontos chaves
Nas primeiras 3 horas:
1. Medir lactato
2. Coletar culturas
3. Iniciar antibióticos
4. Fazer cristalóides, 30 ml/kg, se hipotensão ou lactato alto
Na sequência, dentro das 6 horas:
5. Fazer vasopressores – noradrenalina – se hipotensão
mantida
6. Na hipotensão persistente ou lactato alto:
Medir PVC e se orientar pelas metas (8 a 12 mmhg)
Medir SvcO2 e se orientar pelas metas ( > 70%)
7. Medir o lactato seriadamente
45. Pontos chaves
NÃO ESQUECER!!!
Noradrenalina é o vasopressor de escolha
Não usar dopamina em baixa dose
Não usar fenilefrina
Ao usar corticóide, usar hidrocortisona 200 mg continua
Ventilação mecânica protetora – baixos volumes,
pressões controladas, titular PEEP, menor FIO2 possível
Transfundir sangue apenas se absolutamente necessário,
e se Hb < 7,0 g/dl
Manter glicemia entre 140 e 180 mg/dl
Nutrir conforme as necessidades e possibilidades, mas
não deixar em dieta zero
46.
47.
48. Referências
2001 SCCM/ESICM/ACCP/ATS/SIS International Sepsis
Definitions Conference, Intensive Care Medicine, 2003
Barcelona Declaration, 2002, em
http://www.survivingsepsis.org/SiteCollectionDocument
s/About-Barcelona-Declaration.pdf
Rivers, E. Early Goal-Directed Therapy in the Treatment
of Severe Sepsis and Septic Shock, The N Eng J Med, nov
2001
The Surviving Sepsis Campaign, em
http://www.survivingsepsis.org